O artigo intitulado "Ameaça de bolha imobiliária agora assombra a Alemanha - Preocupado, governo prepara medidas para frear o aumento de preços", indica que com histórico de valorização em torno de 6% ao ano, os imóveis alemães, em especial em Berlim, tiveram aumento de 25% desde 2010, o que está sendo tratado como uma bolha imobiliária que se cria.
O governo alemão está tomando medidas para impedir que os aluguéis não subam mais de 10% ao ano, o que aqui seria considerado uma intromissão no mercado e uma atitude anti-democrática, o que realmente é, mas está sendo adotado na Alemanha, e vista desse aumento de preço de imóveis e de aluguéis.
Também lá os motivos da especulação imobiliária e inflação dos preços de imóveis são admitidos como frutos de uma torrente de investimentos na área imobiliária como defesa para o patrimônio pessoa e de fundos, em vista de uma economia vacilante e de problemas com a economia européia e o euro. Só que isto causa problemas sociais e econômicos.
O artigo foi publicado no Jornal o Globo de 21/04/2014, na página 16, e está muito bom. O que chama atenção é que a valorização acima de 10% ao ano é tida como ameaça de bolha por lá, assim como o aumento de 25% nos últimos quatro anos, enquanto aqui o aumento chegou a 450% desde 2008 e resistiram muito a dizer que havia bolha imobiliária.. rsrsrsrs. Veja o trecho que destaquei:
"O Bundesbank (o banco central alemão) já vem há muito apontando que os preços de aquisição de imóveis em cidades como Berlim, Munique, Hamburgo, Fankfurt ou Colônia cresceram 25% desde 2010; e alguns de seus membros alertaram para o risco de uma bolha imobiliária alimentada pela liquidez."
Essa liquidez seria causada pelos juros baixos praticados na Europa, que geram até perda de dinehiro para quem mantém títulos da dívida alemã, já que o juros europeu (0,5% anual) é menor do que a inflação alemã, calculada como 1,5% para o ano de 2013 (veja http://www.dn.pt/inicio/economia/interior.aspx?content_id=3634965).
Então senhores, o que isso tem a ver conosco? Primeiro: Investimentos fortes na área imobiliária são movimentos de defesa em qualquer parte do mundo; ou seja, é necessário ficar atento para aumento de imóveis quando há piora da economia, o que nos leva a ter atenção com eventual depressão desses preços com melhora da economia. Segundo: É preciso entender que movimentos exacerbados de valores em imóveis, para venda ou aluguel, pode gerar bolhas imobiliárias; e no nosso caso, creio que já está bem claro isso... na Alemanha 25% em quatro anos está sendo considerado ameaça de bolha e aqui com 450% não querem admitir que é caso de bolha. E bolha, senhores, uma hora estoura ou esvazia, mas não se sustenta para sempre. Terceiro: Um país rico e organizado como a Alemanha, em defesa da sociedade contra a alta de valores exacerbada, admitiu tomar medidas interventivas nos preços.. eu sou resistente a isso, a controlar diretamente o preço... ms sou a favor, por exemplo de que a Dilma não tivesse aumentado o limite de empréstimo do FGTS para 750 mil reais por imóvel em SP, RJ, DF, BH e Porto Alegre, pois isso estimula a continuidade da bolha de preço. Quarto: liquidez excessiva de valores gera bolha de preços. Como lá os juros básicos são baixos demais, está havendo direcionamento de valores para imóveis, já que a economia está ruim, e tanto a sociedade sofre com a bolha e especulação imobiliária, como a economia tem seus reflexos negativos. Aqui, o aumento da liquidez se dá por aumento de limites exagerados de FGTS para compra de imóveis, aceleração do programa Minha Casa, Minha vida, sempre em áreas centrais ou próximas de centros de Metrópoles, e a falta de plano de descentralização de geração de emprego, lazer e comércio, o que, mais uma vez, concentra as áreas ideais para construção de imóveis em torno de grande metrópoles, contribuindo para especulação e inflação imobiliária nesses locais.
Então, senhores e senhoras. Ficam aí nossas considerações sobre a bolha na Alemanha e a confirmação de que vivemos em uma bolha no Brasil.. que se estende por conta também do aumento de limite do teo do FGTS nas grandes metrópoles para compra de imóveis, hoje em 750 mil reais.
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