quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Confirmada informação do Blog Perspectiva Crítica de que problema de gastos no Estado do RJ foi por causa de queda na arrecadação com petróleo, segundo economista da FGV e Banco Mundial

Segundo José Roberto Afonso, economista da Fundação Getúlio Vargas, as informações sobre gastos públicos do Estado do Rio de Janeiro e mesmo do Tesouro Nacional estão uma "bagunça", segundo publicação de hoje, 27/10/2016, no Jornal O Globo On Line.

Veja o trecho que selecionamos:

"— É uma confusão monumental. A contabilidade pública virou uma bagunça. A mesma variável, o gasto com pessoal, para um mesmo período, do mesmo governo, muda conforme a metodologia (diz o técnico).

O Tesouro informou que o gasto de pessoal no Rio subiu 20%. Afonso, que é consultor do Banco Mundial e foi contratado para acompanhar o governo do Rio, diz que o gasto subiu pela mudança na fonte de recursos. Os royalties do petróleo caíram com o recuo do preço do óleo, e o governo recorreu ao Tesouro estadual."


Leia a íntegra do artigo em http://oglobo.globo.com/economia/para-economista-da-fgv-contas-publicas-viraram-bagunca-20328852#ixzz4OIfAuNEQ 

Observe o que o economista do Banco Mundial disse que a perda de receita em virtude da queda do preço do petróleo prejudicou o orçamento público e fez o valor com gastos de servidores crescer. O problema grande foi a queda na arrecadação!!! Um fato internacional e sofrido por outros governos em todo o mundo, incluindo Noruega e Arábia Saudita!!!!

O que dizemos para vocês?!?! Nós informamos sempre melhor e sempre antes da grande mídia... Nós ficamos orgulhosos, mas ao mesmo tempo tristes em ter que constatar isso. Você é diuturnamente enganado pela mídia que te passa informações de baixa qualidade. Depois ela aproveita a máquina de informações que tem e vai acertando os fatos lá na frente. Mas até lá você já apoiou causas que te prejudicaram, mas nunca ao sistema financeiro.. claro..

Nós não te traímos.. nunca!! Nós te informamos corretamente.. sempre.. e conosco será sempre assim, tentando inclusive conduzir a grande mídia a respeitar seu compromisso com o leitor e cidadão brasileiro.

Sonhamos com o dia em que não tenhamos de ficar desconstruindo as informações falsas que são veiculadas a você pela grande mídia todos os dias.. mas que tenhamos boas informações publicadas e que, a partir delas, possamos discutir o que fazer diante de problemas verdadeiros, para encontrar soluções verdadeiras.. 

Mas do jeito que vão as coisas.. infelizmente, somos obrigados a gastar 90% de nosso tempo para mostrar a falsidade informativa a você para somente depois sugerir e debater as soluções melhores, sempre tendo que afastar aquelas sugeridas pelo mercado financeiro para nossas questões políticas, sociais e econômicas, que sempre te empobrecem.

Após informarem erroneamente a sociedade sobre as causas de tais problemas, eles engendram as soluções que parecem legítimas, mas que só te prejudicam.. e embalam em uma retórica que se torna palatável e defensável por voc^mesmo.. contra seu próprio interesse, contra o interesse do sistema produtivo, contra o interesse do país.. mas sempre a favor do interesse do setor bancário....

Explicamos isso no artigo "A guerra pelo pib (...)".

Fique conosco. Junte-se a nós. Junte-se nessa cruzada pela boa informação do brasileiro sobre o que o enriquece e o que o empobrece em relação aos países europeus e nórdicos. Somente nossa união e o compartilhamento de informações dessa natureza é possível trazer a grande mídia para o caminho do bem e criar o Brasil que merecemos.

Grande abraço!  

quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Comentários sobre a eficiência da PEC 241. Há medidas alternativas mais eficientes?

Pessoal, um grande amigo meu, de opiniõa firme e extremamente inteligente, médico-cirurgião renomado e autor de livro em sua área, inclusive, fez um comentário a favor da PEC 241, a que limita o aumento dos gastos públicos do ano seguinte ao valor dos gastos públicos efetuados no ano anterior mais o valor da inflação, em poucas palavras. E comentou que quem está contra está de parabéns e contribuindo para a dívida que se acumula em mais de 3 trilhões de reais.

É claro que era uma provocação e um desabafo.. nenhum brasileiro aguenta mais ler publicação de que o gasto público é exorbitante e que a sociedade é que paga isso... Mas, primeiro, quero que vejam que grande parte da dívida é com o mercado financeiro; que de uma arrecadação de uns dois trilhões e meio de reais, 500 bilhões de reais vão para o mercado financeiro.. é o maior gasto do Estado Brasileiro!! Entre 230 bilhões e 300 bilhões vão para pagar todo o funcionalismo público que presta serviço aos brasileiros em todo o País.. e ninguém fala do gasto com juros... que é o maior juros real no mundo e sem a menor necessidade.. Importante notar ainda que a dívida de 3 trilhões de reais com a qual meu amigo se espantou não chega ainda a 70% do nosso PIB, sendo que na Europa a relação dívida PIB alemã e francesa chegou a 90% e 85% respectivamente, e nos EUA chegou a 109% ( de 14 trilhões de dólares de pib norteamericano, veja) e a 120% na Itália.

Está ganhando o argumento de bancos e ajustando-se nosso orçametno para garantir o pagamento de dívidas que não deveriam sequer existir; sem contar que é esse juros nababesco um dos maiores responsáveis pela baixa do crescimento de nossa economia atualmente e pelos altos índices de desemprego... e o que a mídia faz?! Ao invés de denunciar isto, diz que a culpa de nossa situação atual é do "gasto público", sem dimensionar a conta de juros pagos pelo Brasil... A grande mídia sugere, ainda e exclusivamente, que se devem cortar os gastos públicos... ninguém fala do que ocorreu com a arrecadção e o que pode ser feito para torná-la mais eficiente e justa no Brasil, como ajustá-la a parâmetros internacionais.. somos paraíso fiscal e poucos sabem...

Tenho amigos que e amigos de amigos que têm empresa.. lembra do papo de que "muitos empresários queriam sair daqui e se mudar para os EUA"? Bem, não posso dizer tudo aqui, mas posso dizer que muitos vão para não se acertar com o Fisco que está mais exigente agora, mas mesmo assim, em vários casos não vale deixar de ficar com a empresa sediada aqui, tanto em função do receio de perder patrimônio com impostos sobre herança, em caso de falecimento enquanto já radicado lá, como em função de alguns tributos sobre renda ou luvcro das empresas de lá em comparação com as daqui.. infelizmente não lembro dos detalhes.. Mas o cara radica a mulher lá, para viver em país mais seguro, organizado e com escolas públicas de qualidade e gratuitas (o que deveríamos nos esforçar para criar aqui), e fica aqui com a empresa e patrimônio... claro que a tributação sobre a produção lá é melhor em regra, mas muitos preferem deixar as empresas e seu patrimônio aqui.. rsrs... estranho, não?

Mas voltemos a nosso problema da PEC 241 que limita os gastos públicos ao valor gasto no ano anterior e mais a inflação do período. Você sabia que a inflação médica é sempre maior do que a inflação geral? E a inflação dos produtos de defesa nacional? E a produção de vacinas que, muitas vezes, tem insumos importados? E o índice de contrução civil? Bem senhores, a PEC congela tudo, impede crescimento de gastos compatível com as respectivas inflações setoriais e, em tese, prejudica toda a prestação de serviços públicos em todo o país. Mas, veja a grande vantagem, garante o pagamento da dívida a bancos.. rsrsrs. Que bom!

É claro que deve haver ajustes nos gastos públicos e há muitas possibildiades para tal... mas esse canhão único do limite de teto e ponto é necessário e é o mais eficiente?

Este o tema que a mensagem que escrevi a ele no Facebook tenta abordar e que agora compartilho com todos:

"Eu queria que somente esta PEC resolvesse tudo... mas outras coisas poderiam ser feitas antes da PEC:

1 - adequar juros da dívida aos juros internacionais: salvaria mais de 300 bilhões de reais do orçamento público e o déficit de 139 bilhões seria superávit de 160 bilhões

2 - Adotar três medidas macroprudenciais para compensar a baixa dos juros e manter a inflação controlada: (a) obrigar bancos a colocarem mais dinheiro próprio em operações de empréstimos, já que nosso índice é dos menores dos países da OCDE; (b) diminuir prazos de contratos de empréstimos de 120 meses atuais para 60 meses, no máximo; (c) elevar o depósito compulsório dos atuais 5,5% para 20%, como é feito na China. Tudo isso diminui inflação, mas diminui lucro de banco.. por isso pode na China e não pode no Brasil. Somos otários que destinam 10% do PIB a bancos sem necessidade.

3 - Cortar 20 mil cargos comissionados federais, já que são 25 mil só na União, enquanto na Alemanha existem somente 600 cargos comissionados e na Inglaterra, 500. Em todo o Brasil parece que são 125 mil cargos em comissão... veja o nível do gasto e do apadrinhamento que não tem igual na OCDE.

Isso, somente isso, seria mais eficiente do que o limite da PEC 471, a qual, em verdade, pode estar restringindo a capacidade de o País investir em educação, saúde, defesa nacional e fiscalização.


Sequer falei sobre pesquisas que devem ser feitas para criar novos índices sócio-econômicos que balizem as atuações de Estado para melhorarmos a eficiência da intervenção estatal em sociedade. Sequer comentei que o programa de combate a pragas e pestes como o Aedes Aegypti pode sofrer com esta medida de limitação genérica orçamentária... fora assistência social, fora benefícios assistenciiais para proteção de pesca sustentável e outros programas...

Não falei também que o problema é mais de arrecadação do que de gasto público, porque, com crescimento mundial pífio e a grande queda de preços de commodities, nossa economia foi contundentemente abalada... aqui também não há imposto sobre grandes fortunas ou imposto sobre herança que chegue a 40%, como na França e outros países desenvolvidos como nos EUA, em que o imposto desta natureza pode atingir 77%, dependendo do montante. Só este imposto geraria um movimento extraordinário na economia com super ricos contratando seguros de vida e criando fundações privadas para pagar menos imposto de doação. Não falei que deve ser feita pesquisa para demonstrar qual serviço público e servidor público dá mais retorno social e econômico à sociedade brasielria, para sabermos quem deve ser mais contratado e que tipo de cargo público deve ser menos contratado/disponibilizado.

Enfim, muita coisa poderia ser alterada antes dessa PEC... mas brasileiro gosta de bala salvadora, a "bala de prata"... isso já aconteceu com a idéia do imposto sobre o cheque, lembra? Rsrsrs. Segundo seus adeptos, tornaria desnecessário qualquer outro imposto... é tão eficiente a idéia simples e única que NENHUM país no mundo a adota!! UHAUHAUAHUHUAH Mas somos assim.. enganados com idéias básicas e impossibilitados e preguiçosos demais para ver além de uma ou duas idéias que tenham apoio imediato de bancos, grandes empresários e da grande mídia.. que tambném é grande empresária.. Nossa vida é assim.."

E é isso, gente!

Não é que a medida seja o fim do mundo... só na prática para ver.. é um excelente sinal para o mercado (financeiro, leia-se sempre!) de que as coisas estão indo em caminho bom (principalmente para eles, lógico).. mas com certeza não é a melhor medida e muito menos a mais eficiente medida que gere controle orçamentário, crescimento econômico e aumento de emprego em nossa economia.

O combate ao excesso, à corrupção, medidas de gestão, como a revisão dos benefícios previdenciários que somente analisando 2% dos auxílios-doença, encontrou 85% de benefícios irregulares, salvando 139 milhões de reais mensais do orçamento, isso sim tem condão de melhorar as coisas sem prejudicar quem nada tem a ver com os desmandos de gestão da coisa pública. Todo aquele que recebe valores indevidamente deveria responder civil, administrativa e criminalmente, inclusive. Há lista de servidores/juízes que ganham acima do teto? Está certo. Mas e a lista de quem recebeu indevidamente valores da Previdência Social?

Se encontraram isso em um único benefício do INSS, nos primeiros 2% analisados, imagina em todos os benefícios? E em reanálise de 100% de cada e todos os benefícios?!?!

É gente... tem muita coisa melhor a ser feita... mas parece que tudo será deixado só para os policiais federais, Procuradores da República e juiz federal que levam a Operação Lava Jato... vocês não estranham que não haja uma "Operação Lava Jato" no Estado do Rio de Janeiro? E no Município do Rio de Janeiro? E em São Paulo? E em todos os Estados?!?!?

Só no Estado do Rio de Janeiro há um déficit de 30 bilhões de reais... mas há créditos tributários de 95 bilhões de reais que não são cobrados adequadamente e nem são solucionados na Justiça... e as multas de ônibus não pagas no RJ?!?! E a isenção de ISS e ICMS para ônibus no RJ, única isenção do gênero no país?! E os recursos do Grupo Itaipava? 100 recursos administrativos para não pagar impostos estaduais.. todos foram deferidos em favor do grupo cervejeiro que tem o Presidente da Alerj Picciani como sócio.. Milhões e milhões do orçamento municipal e estadual...

É gente... tem muita coisa a ser feita que seria melhor do que a PEC 471 e que não estouraria só no aposentado e no trabalhador e contribuinte individual, que terá a prestação de serviço público piorado por conta desta medida.. pelo menos por alguns anos.. meros 20 anos!!!!!

Grande abraço.

p.s.: Texto revisado e ampliado.

p.s. de 27/10/2016 - Texto revisado e ampliado.

quinta-feira, 20 de outubro de 2016

Ranking dos dez maiores juros reais do mundo, Brasil à frente. O maior roubo da história do orçamento brasileiro.

Observe o quanto pagamos de juros reais pela dívida pública em relação aos dez que mais pagam no mundo.


1) Brasil 8,49%

2) Rússia 4,27%

3) Colômbia 3,61%

4) Argentina 2,55%

5) China 2,30%

6) México 1,35%

7) África do Sul 1,13%

8) Índia 0,95%

9) Indonésia 0,48%

10) Malásia 0,39%

Veja a íntegra do artigo do qual retiramos essa lista em http://oglobo.globo.com/economia/mesmo-com-corte-na-selic-brasil-segue-com-maior-juro-real-do-mundo-20317330#ixzz4NeGwEwvS

Observe, isso está certo? O que é a Indonésia em relação ao Brasil? Observem que a Rússia, virtualmente em guerra, paga menos. Argentina... que decretou moratória e depois teve 90% da dívida perdoada porque não pagaria mesmo e enfrenta processos dos fundos abutres (o que é um absurdo.. mas enfim), paga muito menos. E nõa está na lista o Líbano, Turquia, países africanos e outros minúsculos do Caribe... como pode?


É isso aquilo para o que chamamos atenção. Enquanto os jornais publicam diuturnamente que o problema do Brasil é meramente excesso de gastos do orçamento (leia-se gastos com servidores)... não se explicita o que acontece que possa justificar esses juros reais nesse nível.

Não falam que outros países usam outras medidas menos caras ao orçamento para controlar inflação, como meramente aumentar depósito compulsório ou diminuir prazo de contratos de empréstimos ou ou obrigar os bancos a aportarem mais dinheiro próprio nas operações de crédito.

A China determina 22% de depóstio compulsório a seus bancos. E libera 2%, caso o banco invista esse dinheiro em operações de longo prazo e baixo retorno, como construção de hidrelétrica e agricultura. Aqui, bancos privados recolhem 5,5% de depósito compulsório e têm total liberadde para emprestarem o que for a quem quer que seja.. põem em títulos da dívida brasileiros nababescamente pagos a 14% (com a recente baixa dos juros em 0,25% em 19/10/2016), levando 8,49% de juros reais ao ano do meu, do seu e do nosso dinheiro do orçamento público.

Enquanto isso, o Banco do Brasil financia toda a agricultura nacional.. tem enormes lucros, tem outras obrigações públicas que bancos privados não têm, e tem menores juros e menor inadimplência do que bancos privados. Mas esse banco tem que ser enxugado, como disse Temer, em menos 18 mil empregados.. mais medida para beneficiar os bancos privados contra seu interesse.

Se o Banco do Brasil é dos que mais lucram, o que ocorre com o enxugamento de 18 mil empregados? Se estivesse correta a medida, deveriam aumentar os lucros, aumentar o market share e diminuir a inadimplência do portifólio do Banco do Brasil. Mas suspeitamos que o objetivo foi minar a capacidade de trabalho do Banco do Brasil. O resultado, segundo cremos, pode ser: aumento de lucro imediato, com corte de despesas imediatas, mas perda de market share, por menos gente para executar várias ações em mercado ao mesmo tempo; e mais inadimplência, por falta de gente para analisar crédito a ser concedido em empréstimos pelo banco.

Como vemos, o Brasil é administrado para bancos. Não é administrado para você, para nós que pagamos impostos e precisamos de serviço público. E o mais criminoso desse ato é a manutenção de juros reais estratosféricos, irresponsáveis e desnecessários, dragando o orçametno público... ao que em uníssono a grande mídia diz que é culpa dos servidores públicos. Triste.

Para você ver que sempre tivemos razão, agora a grande mídia tem salpicado notícias de que é preciso baixar o juros... veja esse artigo da economista Monica de Bolle, a nova querida da mídia. Para não perder o bonde da realidade e poder voltar atrás em sua massiva publicação que pedia aumento de juros sempre (contra o que sempre nos opomos, em especial da forma como vem sendo feita há décadas no Brasil, mesmo após o plano real), a grande mídia começou agora a salpicar esse tipo de informação. Enquanto a mídia tem que tentar construir seu turning point, quem lê o Blog PErspectiva Crítica já sabia qe o movimento de melhoria da economia e necessidade de diminuição de juros já tem meses e meses... ridículo.

O artigo intitula-se "Monica de Bolle: 'Juros reais de 8,5 % estão absolutamente fora de contexto'. Acesse a íntegra em http://oglobo.globo.com/economia/monica-de-bolle-juros-reais-de-85-estao-absolutamente-fora-de-contexto-20258849

Veja o trecho que selecionamos:


"RIO - Ao lançar livro "Como matar a borboleta-azul, uma crônica da era Dilma" que explica didaticamente como a política econômica voltada para manter o crescimento levou a dois anos seguidos de recessão, matando a borboleta-azul, a economista Monica Baumgarten de Bolle, que já trabalhou no Fundo Monetário Internacional (FMI), foi professora da PUC-Rio e hoje dá aulas no School for Advanced International Studies Jonh Hopkins University e pesquisadora sênior do Peterson Institute for International, diz que já passou da hora de a taxa de juros no país cair
— Quando você olha para taxa real de juros descontada da expectativa de inflação, estamos com uma taxa de juros real em 8,5%. Uma coisa absolutamente fora de contexto para um país que está passando por uma situação que está passando."


Não é o que falamos há meses? Dirão que somente agora isso seria possível... mentira. Qualquer economista sabe, e já perguntei a vários, que o aumento de depóstio compulsório, diminuição de prazo de empréstimo e exigência de mais valor próprio dos bancos em cada operação de empréstimo gera queda de inflação sem custo para o orçamento público. Mas diminui lucros de bancos. Então, nõa fazem isso... tomam a medida que aumenta ainda mais lucro de nacos: aumentam-se e interpretam fatos como forem para manterem altos os juros da dívida pública. Isso pode no Brasil.

E enquanto dizem que a culpa disso tudo é de excesso de direitos trabalhistas, quando temos muito menos do que a Alemanha e França, ou de excesso de direitos previdenciários (estão alterando muitos direitos com base na legítima necessiadade do limite de idade para aposentadoria), cortam tudo só no trabalhador e aposentado, mas os lucros dos bancos, ou seja, a taxa de juros da dívida pública que gera dívida de 10% do PIB não pode cair. Brasil otário. Nós, otários.

E assim seguimos, pagando os maiores juros reais da face da Terra, e cortando benefícios dos trabalhadores e aposentados, sob o argumento de que a crise é por causa do excesso de gasto público, o que somente em parte é verdade, porque ele pode ser melhorado, mas o pior foi a queda econômica mundial, a queda histórica de preços de commodities dos quais dependem nossa balança comercial e muito giro de nossa economia, bem como o horror de gastos com juros da dívida pública.

30% (trinta por cento) dos lucros de bancos no Brasil deriva de aplicação em títulos da dívida pública brasileira. Se pagássemos a segunda maior taxa do planeta, aumentando o depósito compulsório, talvez, mesmo sem usar as outras duas medidas macroprudenciais sugeridas, o orçamento brasileiro já ficasse superavitário, sem prejudicar a inflação!!!! O déficit fiscal para 2016 é avaliado em 139 bilhões de reais.. pagaremos entre 450 a 600 bilhões de reais no ano de 2016... o corte de juros sugerido (de 4,22% - quatro pontos percentuais - nos atuais 14%) geraria economia em torno de 160 bilhões de reais.

Fica com essa, leitor. É duro.

p.s.: Se você chegou até aqui, então ganhe este bônus: assista o filme "A Grande Aposta" e veja em filme como as agências de rating, governos e bancos são irresponsáveis com seu dinheiro e sua vida!!! Inclua aí a imprensa. Nós já havíamos explicado a bolha norteamericana muito antes desse filme e inclusive indicado que havia bolha imobiliária no Brasil, desde 2010. Hoje, no Brasil,  os imóveis, sem alarde e sem publicação massiva em grandes mídias, como houve quando dos aumentos de valores exorbitantes destes últimos 6 a oito anos (até 450% em alguns casos), estão baixando seus preços e já houve uma perda de entre 30% e 50% do valor médio, em todo o Brasil, em relação ao pico do valor dos imóveis na bolha imobiliária. Nós temos muito orgulho de participarmos do lado bom da mídia e te informar sempre antes, sempre o correto, sem sobressaltos, mesmo que não acertemos todos os detalhes de prognósticos econômicos em 100%... principalmente em relação ao "quando", mas temos acertado muito, mas muito mesmo no "o quê", "como" e no "porquê". Realmente... o exato "quando", somente a Deus pertence. A verdade é que o mercado, o governo, a imprensa e os bancos estão trabalhando sempre para te enganar. Nós ficaremos aqui.. sempre ao seu lado.. mostrando.. desvelando-os e te protegendo com informação de qualidade e verificável na internet.. e melhor.. constatável no tempo todos os nossos acertos porque escrevemos lá atrás e as coisas acontecem mais para a frente. Bolha imobiliária brasileira, corrupção de agências de rating, irresponsabilidade de governos em fiscalizar o mercado financeiro, como bancos influenciam no juros da dívida brasileira.. já falamos tudo isso desde 2010. Quem nos acompanha sabe e somente constata nossas análises. Nós e vocês, nossos leitores, podemos dizer ao governo, mercado financeiro, bancos, grande mídia e agências de rating... todos mentirosos: "I see you".

p.s. de 21/10/2016 - Texto revisto e ampliado.



 

segunda-feira, 17 de outubro de 2016

Banco dos Brics já está em ação e catapultará a economia dos cinco países

Como o Blog Perspectiva já havia chamado a atenção dos seus leitores, o Banco dos Brics já iniciou atuação este ano de 2016, emprestando US$911 milhões. A meta é subir este valor para US$2,5 bilhões em 2017, para ajudar a desenvolver a economia dos países sócios: Brasil, China, India, Rússia e África do Sul.

Veja o trecho que selecionamos de um artigo publicado no Jornal O Globo sobre o tema:

"O presidente da China, Xi Jinping, disse que o Brics tem de aproveitar ao máximo as próprias vantagens. Para ele, a inovação é o alicerce para o crescimento econômico e também para particularmente dar um grande salto no nosso progresso.

- Temos de ter ideias inovadoras. Temos de apoiar a implementação de estratégias inovadoras e desenvolvimento dos nossos países para reestruturação econômica para promover o crescimento e assegurar os países Brics no caminho de desenvolvimento econômico firmemente - afirmou. - Os países Brics estão entrando numa nova fase. Agora, estamos enfrentando desafios, mas também estamos enfrentando oportunidade para um futuro mais brilhante."



Veja a íntegra em   http://oglobo.globo.com/economia/banco-de-desenvolvimento-dos-brics-vai-emprestar-us-25-bilhoes-em-2017-20298331#ixzz4NMt34PwH

Sublinho a frase do Presidente da China: "Os países Brics estão entreando numa nova fase." Isto é a mais pura verdade. Depois de anos, décadas sendo explorados pelo FMI e Banco Mundial, e tendo tentado ampliar suas cotas sem sucesso, ao sugerirem empresatr mais US$ 10 bilhões, Brasil, Índia e Rússia, US$7 bilhões, a África do Sul e US$ 40 bilhões a China para o FMI para ajudar as nações desenvolvidas na crise de 2008/2010, a maior criação estratégica financeira desde o fim da Segunda Guerra Mundial, o Banco dos Brics, está a pleno vapor e ávido por financiar toda a produção possível nos seus países sócios.

A África do Sul já deixou patente, segundo o artigo em comento, que tais valores devem estimular a venda de produtos de maior valor agregado dos sócios. Isso significa que o mercado de 3 bilhões de pessoas, ou seja, quase metade do mundo contemporâneo, está com ferramental próprio para fazer crescer seus mercados de venda e de compra de produtos desenvolvidos dentro e fora de suas economias.

O que os EUA, Europa e Japão fazem desde o fim da Segunda Guerra Mundial, que os tornou o maior cinturão de riqueza do mundo, com amplos benefícios para sua qualidade de vida, para o desenvolvimento de suas economias e o aperfeiçpioamento de seus mercados, agora ocorrerá para Brasil, Índia, China, Rússia e África do Sul, com ampla vantagem... é um Banco que rapidamente passará o FMI e Banco Mundial em valores e capacidade de financiamento, mas somente serão cinco países a terem sua produção e venda de produtos entre si e ao exterior financiados, diferente do que acontece com FMI e Banco Mundial.

O crescimento do Brasil pode contar, agora, com mais esse instrumento capaz de mudar a geopolítica mundial. Aguardemos os resultados nos próximos dez a vinte anos. Para quem não sabe, o cinturão de riqueza criado pelo "Norte", os trilaterais (EUA - Europa - Japão), propicia o avanço de suas indústrias sobre os mercados produtivos e de consumo de todo o resto do mundo, incluídos os Brics, e gera uma circulação de riqueza que torna possível, mesmo em crise financeira de último grau, os países pagarem juros negativos, enquanto o Brasil, por exemplo, é obrigado, com estrutura econômica melhor do que de vários países europeus, a pagar 8% de juros reais em 2016!!!!

Os demais países emergentes gigantes, constituidores dos Brics, também pagam juros reais de, em média, 2,5% ao ano, mesmo com várias características melhores do que alguns países europeus, que pagam menos. Como isso é possível? Porque estes países integram o cinturão de riqueza trilateral, com garantias institucionais e legais para investimentos e projetos de investimentos mútuos e recíprocos, mantendo um fluxo constante e massivo de capital em tais economias.

Assim, com abundância de capital, os juros que podem praticar é muito menor do que o praticado no resto, digo resto mesmo, do mundo, parte na qual nos encontramos hoje. Portanto, o Banco dos Brics pode gerar um cinturão de riqueza SUL-SUL, criar essa mesma abundância de capitais, dentro de um arcabouço institucional que assegure os investimentos, fazendo com que sobrem valores em economia para baixar gravemente os juros pagos, gerando uma fase aguda de crescimento de produção e renda em todos os cinco países sócios, em benefício do crescimento de suas economias e qualidade de vida de seus cidadãos, sem depender ou se subordinar às políticas geopolíticas e geoeconômicas dos países desenvolvidos, executadas em grande parte pelo FMI e Banco Mundial.

É uma pena que isso não tem manchete na grande mídia brasileira.. Por que será? Rsrsrsrs. 

segunda-feira, 10 de outubro de 2016

Freixo ou Crivella?!?! Considerações do Blog para o pleito para Prefeito do Rio de Janeiro 2016

Pessoal, primeiro de tudo: não existe voto certo ou errado. Ponto. Não se discute mais isso. A forma como o brasileiro vem discutindo política, refletindo o ódio que os jornais impulsionam contra tais pessoas e tais partidos tem que parar.

O processo político pressupõe o debate sobre ideias, programas de governo oferecidos pelos partidos e candidatos e eleição, dentro das estreitas opções que temos em cada pleito.

Depois de eleito, os que nele não votaram não são perdedores do processo eleitoral. Mas o eleito consubstancia a concretização, a materialização do vontade popular que, em um amálgama disforme e multifacetado, terminou por eleger. É o retrato de um momento. E todos temos de torcer para que o cara faça bom governo, pois os prejudicados seríamos nós mesmos, caso isso não ocorra. E lá na frente, no próximo pleito, o embate ideológico entre o que foi feito versus o que poderia ter sido feito, aliado ao confronto entre novos programas de governo, que são apresentados por partidos e por seus novos candidatos, repetirá o debate sobre as opções estreitas que teremos de fazer e, novamente, o amálgama social gerará outro eleito, que governará a todos. Isso é o processo político. É a isso que se chama de democracia.

Então, não há opção errada. Para nós do Blog Perspectiva Crítica há opções que se apresentam melhores, por tais prismas, e piores, por tais prismas, e o balanço entre o que de melhor e de pior há em cada candidato dá o norte para que o eleitor se convença que, em tal momento, a melhor (ou menos pior.. rs) opção seja tal e qual candidato.

E hoje, em 10/10/2016, analisando nossos dois candidatos a prefeito para o segundo turno no Município do Rio de Janeiro temos de chegar a alguma conclusão, por mais que seja duro escolher entre Crivella e Freixo para o cidadão médio.

Não fizemos isso no primeiro turno, mas foi porque muitas coisas aconteceram na vida do Blogger e prejudicou um pouco a produção desses últimos três meses.. rsrsrs. E estava muito complicado fazer boas considerações para o grupo completo de candidatos, então, preferimos deixar o eleitor e leitor seguirem sem nossas considerações, já que elas não podiam ser dadas de forma adequada em relação a todos os candidatos, ou ao menos em relação aos mais bem apontados pelas pesquisas como depositários da confiança do eleitor.

O prazo de propaganda eleitoral também foi curto e a pouca exposição de todos dificultou a sedimentação que consideramos mínima sobre impressões nossas em relação a cada candidato e seus programas de governo, além de suas posturas pessoais defendendo suas idéias e seus programas. Isso dificulta a análise e uma abordagem adequada do Blog sobre eles, motivo pelo qual, para fazer mal ou parcialmente feito preferimos não fazer.

Agora, no segundo turno é diferente. São apenas dois candidatos. São somente dois programas e duas pessoas a serem analisadas. A qualidade da informação sobre ambos é melhor para efeito de abordagem e comparação. Assim, faremos agora a análise com propriedade, em termos sintéticos.

Iniciaremos com uma mensagem de Facebook que mandamos a amigos, em meio à tal discussão: Freixo ou Crivella? Amigos criticavam a opinião do Blogger, com ressalvas, favorável ao candidato Freixo porque ele seria um radical de esquerda, em suma.. rsrs. Havia a acusação, também, de que o Blogger "apoiou e defendeu o Lula e a Dilma", como forma de desconstituir a sua capacidade como eleitor.. rsrsrs. Como todos os que votaram em Lula e Dilma conhecem essa realidade de enxovalhamento pelos amigos (rsrsrs), fica garantido o ambiente em meio ao qual foi lançada a resposta do Blogger.

Importante notar que isso é um comportamento cultural do brasileiro na nossa recente democracia: você vota, se seu eleito vence, você se sente vencedor e os que nele não votaram se sentem perdedores. Se o eleito for bem, você pessoalmente intensifica sua autoridade de escolha, na mesma  proporção da medida em que os não eleitores se sentem tristes e deprimidos pelo sucesso daquele que ele não elegeu...rsrsrs. Mas se seu eleito cometer falhas, você eleitor é tratado como o pessoal culpado e a autoridade moral se inverte, você sendo escurraçado por sua incompetência em não ter visto o risco em tal eleição; e o que nele não votou vira um ícone de visão e ciência, praticamente com dom de premonição... rsrsrsrsr (nossa sociedade é demais!! rsrsrs Novela mexicana pura!1 rsrsrs).

É assim... e assim foi com Lula e Dilma... e assim foi com Collor e FHC, que quase vendeu a Petrobrás. Ninguém vê pelo simples lado de que houve a eleição e alguém foi eleito; o processo político o elegeu. Se o eleito for bem, bom para todos. Se o eleito for mal e se for corrupto, ele traiu seus eleitores, a confiança do País, traiu o objetivo do processo político, e teremos de escolher outro em nova eleição. Simples assim. Mas. enfim.. é isso.... ou melhor dizendo, nõa é isso que fazemos. Rsrs.    

Aí a mensagem aos interlocutores do Facebook pessoal do Blogger (com correções de digitação e com melhor apresetnação do texto):

"Gente, me desculpa, mas as opções são: Crivella com apoio da Universal e do Garotinho ou Freixo com apoio da Jandira Feghali e PT. Eu não errei com o PT. O PT errou comigo e com o país, por isso perdeu 2/3 de cidades e de eleitores. Freixo tem esse problema de falar de golpe e Maduro... ele tem esse problema.

O que isso influi na máquina administrativa da Prefeitura? O orçamento municipal está a mínguas, então ele não pode estatizar nada. Ele não terá apoio do governo estadual ou municipal, então ele não poderá gastar nada e nem fazer muitas obras. Aliás, o RJ recebeu muita verba para obras por causa das olimpíadas e não creio que terá preferência de nada com Freixo ou Crivella. Então só sobra para ele fiscalizar licitações públicas e melhorar o serviço público.

O PT roubou? Isso nada quer dizer que o Freixo, do PSOL, vá fazer isso. Não vejo a lógica. Acho muito pelo contrário. O único mal que Freixo pode fazer é a ele mesmo, se mandar mal no governo municipal. A ele e ao que resta de uma esquerda no RJ.

Por outro lado, o Garotinho e a Universal estão com Crivella e ambos nós sabemos que têm fama ruim de se apropriar de bens alheios e de se aproveitarem da fé alheia e fazer contratos esquisitos com cooperativas, enfim..

Parece-me que o risco com o Freixo é menor, mas entendo quem o odeie por mera cor partidária ou doutrina filosófico-partidária. Se vocês acham que Crivella é boa escolha e melhor que Freixo, vão fundo. Agora, não me venham com a fácil e covarde opção de nulo ou branco. Isso é passar a responsabilidade e o debate para os outros."

"Freixo gostaria de aumentar trem e diminuir ônibus. Eu concordo com isso. Freixo arriscou a vida acusando mais de 250 milicianos, então acho que tem coragem para enfrentar outras máfias, inclusive dos ônibus.. E Crivella? Não vejo potencial de mudança de alguma coisa ali. Vejo uma mesmice. Vejo uma fadiga e falta de entusiasmo. Mas é claro que eu posso estar errado... mas é só argumentar em contrário. Piada é não tecer três frases de argumento e consideração pelas opções que faz e se achar no direito de julgar a opinião dos outros ou dizer que vai votar nulo. Para mim isso é piada."

Ficam aqui simples considerações que acho suficientes para a hipótese. Freixo fala sobre golpe... gosta do Maduro.. e é um cara inteligente.. eu sei que ele sabe dos erros e abusos do PT e de Maduro.. mas, como sou de centro-esquerda, sei ler como ele pensa. Ele pensa que PT e Maduro são a esquerda no poder e que, se eles erram, a direita também erra; e, erro por erro, é melhor ficar com o projeto de esquerda. É assim que ele pensa.

Agora, ele não pode transformar, na nossa opinião, o Município do Rio de Janeiro em bunker do "Fora Temer"... rsrsrs. Duvido que faça isso. Seria muita burrice. Mas e se fizer?!?! Estará queimado para o grande eleitorado!! Então, a oportunidade com Freixo é única para quem vota na esquerda e quem vota na direita. Por quê? Porque para os de esqueerda, verão a prática administrativa de seus escolhidos prediletos de tal vertente partidária, com todos os benefícios em melhora de serviços públicos e implantação de projetos de diminuiçlão de desigualmente social e respeito a minorias e à produção cultural, com atenção á educação e saúde e combate a estruturas oligárquicas de poder encrustradas desde sempre nos governos municipais.

E para os de direita? Também é, porque o Estado está falido. Ninguém que chegue à Prefeitura conseguirá dinheiro mesmo. Então são 4 anos perdidos para investimentos. E ele quererá aumentar IPTU de alguém? Mas ele não pode fazer nada se não for aprovado pela Câmara dos Vereadores... e o que não faltará será oposição lá.. rsrsrs Talvez seja o primeiro governo municipal com oposição na Câmara, a qual normalmente está toda no bolso e nos cargos do governo municipal.

Neste quadro, que prejuízo o Freixo, como Prefeito, se mal quisto pelo governo estadual e federal, pode prejudicar o RJ? Pouco. E prejudicar os cidadãos? Pequena a possibilidade. Mas ele tem uma enorme possibilidade de combater as máfias da saúde, de licitações, de obras de transportes... o governo dele pode até apagar o lava jato!! Talvez o maior preocupado com a eleição de Freixo seja o Sérgio Moro!! AUAHUAHAUHAU Ele pode sair das manchetes por bom tempo! É um risco bom de correr.

E o risco com o Crivella? Para nós, ele não tem potencial de mudar status quo. Vai combater máfia de quê? Vai colocar pessoas ligadas a Garotinho e Universal na máquina da Prefeitura? Vai fazer o quê? "Melhorar a saúde"? Eu não creio. Só se melhora a saúde investindo dinheiro e efetuando revisão de gestão na Saúde e se combatendo o roubo e desvio de verbas, medicamentos e próteses pela máfia da saúde. Crivella vai fazer isso? Duvido. Mas ele é mais político.. Ótimo. Mas político para quê, se não há o que se obter em verba do Estado e da União Federal para obras? Pois é...

O RJ foi beneficiado por todo tipo de obra para as Olimpíadas, Paralimpíadas e para a Copa do Mundo. Não seremos prioridade para investimentos de verbas estaduais e federais por um tempo. O Estado até está rescindidndo ou suspendendo alguns contratos de financiamentos internacionais por falta de verba para pagar as prestações. Então, qual o risco prático de não votar no Crivella? Pequeníssimo ou nulo, a nosso ver.

Então, para nós do Blog Perspectiva Crítica, desde que o Freixo pare de falar em golpe (rsrsrs), ele é a melhor escolha para Prefeito do RJ nesse pleito de 2016.

Mas um analista de cenários amigo meu, altamente conceituado, que trabalha em uma grande instituição de pesquisa renomada, afirma que, respondendo à minha apreensão sobre a eventual incapacidade de Freixo para ser político e saber dialogar com o parlamento, com a oposição e criar coalizão para emplacar projetos (mas isso o limitará a se focar em rever dívidas, contratos, licitações, e gerir hospitais, serviços e servidores públicos), "Freixo não sabe montar coalizão para governar. Vai tentar democracia direta e atropelar a Câmara (dos Vereadores). Digo que está eleito o Crivella...Campanha vai ser fraca. Já disseram que Freixo está só preparando terreno para 2018. Ele iria para governo do Rio somente se o Rio (hoje) for para o buraco. Mas seria mais provável de ele se candidatar ao Senado. Lindbergh tá morto com o PT. E Crivella vai deixar o posto (de Senador) vago para virar Prefeito. Tem duas vagas para o Senado abertas (para o Rio de Janeiro)."

Bem, talvez seja por isso que o Freixo não se importe em falar besteiras sobre "golpe" em praça pública. Meu amigo é bom em análises.. rsrsrsrs.

Vamos ver.  

p.s. de 11/10/2016 - Texto revisto e ampliado.

quinta-feira, 6 de outubro de 2016

Perguntas Complexas, Respostas Publicadas - O que é ser progressista?


Um grande amigo de infância e que não gosta do Freixo ou da esquerda, em um debate no Facebook me fez a seguinte pergunta: " O que é ser progressista para você, Mário César?".

Eu, como eleitor do Freixo (não sem alguma resistência), em primeiro turno para o pleito de Prefeito do RJ 2016, tive de passar pelo devido "corredor polonês" dos amigos contrários a Freixo e á esquerda, e após responder meus amigos, compartilhei a experiência com uma amiga que tinha ficado um pouco sentida com seus amigos e colegas de Facebook que a recriminaram por sua escolha, arvorando-se em pessoas que "votaram melhor".. como se isso existisse.. rsrsrs.

Então, esse meu grande amigo me questionou quanto ao conceito que eu utilizo para dizer que progressistas da classe média , média alta e rica sofrem este bullying porque nossa classe social é mais conservadora.

Gostei da provocação e teci minha compreensão sobre o que é ser progressista. Compartilho a resposta a meu amigo, no afã de contribuir para esse debate, ainda mais em momento necessário para a revisão de conceitos políticos como é o que vivemos desde o Mensalão petista, psdbista (Eduardo Azeredo), Trensalão paulista, Petrolão petista, psdbista, pmdbista, comunista (Jandira Feghali foi citada) e pepista (PP), Operações Lava Jato, Zelotes e outras mais.

Aí vai a resposta.

"Amigo, progressista é querer diminuição da desigualdade social e regional, serviço público de saúde e educação gratuitos e de qualidade para todos os brasileiros, independente de classe social, é proteger as minorias (sem cair para a ditadura do politicamente correto), é proteger o meio ambiente ( o que não significa ser contra hidrelétricas e usinas nucleares, principiologicamente), e querer que haja transporte de massa e que ele seja usado por ricos e pobres, e, mais importante de tudo, é fazer as perguntas corretas e criar os índices econômico-sociais corretos para desenvolver política neste sentido, vertendo o orçamento público para realizar tudo isso, protegendo os direitos trabalhistas, previdenciários e sociais, e exigindo parcela proporcional de sacrifício entre ricos e pobres, para não somente punir trabalhadores quando é necessário fazer esforço fiscal, mas também exigir contrapartida de grandes empresas, bancos e ricos e super ricos, como preconiza Thomas Piketty.

Para mim, isso é ser progressista. É não culpar só servidores pelo orçamento enxuto (quando a culpa foi da queda de arrecadação por conta de baixo crescimento mundial, baixa de petróleo, minério de ferro e soja), mas os juros nababescos pagos pelo Brasil, intitulados pelo Antonio de La Torre, do Banco Mundial, " incompreensíveis". É ver que servidor público é igual a trabalhador da área privada: se nõa se paga bem, ele não trabalha e isso gera mal serviço prestado. Política remuneratória de servidores, portanto é tema de gestão de serviços públicos e que gera retorno em serviço e oportunidades de negócios e empregos para a sociedade e não mero gasto, como a mídia insiste em dizer...

Mas não só isso. Enfim, em suma, isso, para mim, é ser progressista, o que, como você pode ver, nõa é levantar bandeirinhas ridículas e simples de ideologia do politicamente correto e exige um pouco mais de inteligência e disposição a pensar do que meramente repetir vinhetas da TV Globo e do Jornal O Globo, O Estado de São Paulo e Folha de São Paulo (este último é o melhor dos três). Progressista também não é votar no PSOL ou PT, mas buscar realizar, dentro das possibilidades políticas que se apresentem, aqueles objetivos. Não sei se era isso o que você tinha em mente sobre ser progressista.. rsrsrs. Espero que o tenha ajudado."

Ótimo o tema e acho que foi possível contribuir para a questão. Mas manuais de ciência política talvez tenham conceitos mais herméticos e doutrinários.


Quanto ao absurdo de nosso juros pagos, hoje, 06/10/2016, convém mencionar que foi publicado na Folha de São Paulo e no Jornal O Globo artigo sobre o tema em que é dito como Antonio de La Torre, do Banco Mundial não compreende a manutenção desses juros tão elevados por tanto tempo. Veja o trecho que selecionamos:

"Para o economista (De La Torre), as altas taxas de juros no Brasil são 'um dos grandes mistérios da América Latina', ao lado da incapacidade do México de crescer. Uma das prioridades do governo brasileiro deve ser uma reforma do sistema financeiro, recomendou.


'O problema da elevada taxa de juros no Brasil vai além das questões fiscais e está relacionado de maneira particular com uma história que está aprisionada ao sistema financeiro', disse. 'O sistema financeiro no Brasil é baseado em contratos de prazos muito curtos. Isso cria um equilíbrio que mantém as taxas de juros altas.'


Segundo De La Torre, 'uma agenda importante para o Brasil é a reforma do sistema financeiro para prazos mais longos. Esse tipo de reformas deveriam complementar as fiscais, para ajudar a reduzir as taxas de juros'."


Veja a íntegra em http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2016/10/1820140-banco-mundial-considera-ajuste-fiscal-complicado-mas-ve-recuperacao.shtml

Então, ver o mundo pela ótica conservadora (que mantém status quo) não é uma posição vantajosa para quem não está do lado que se beneficia desta visão. Mas ver diferentemente do que a grande mídia publica massivamente todos os dias é mais difícil do que ver e repetir as manchetes de jornal, que dão aos replicadores do conservadorismo, uma aura falsa de legitimidade a seus argumentos só porque são publicados em Jornais ditos sérios que conseguem repetir conceitos e inseri-los na consciência e aceitação social.

Entretanto, ser progressista não é ser anarquista ou comunista. E os valores e atos defendidos pela esquerda ou pelos progressistas (que não se confundem simplesmente) podem chegar um dia a ficar ultrapassados. Quando? Quando grande parte de seus objetivos forem atingidos e a insistência na teoria e em atos naquele sentido já não apresentarem os benefícios sociais que em épocas anteriores apresentaram (a política econômica anticíclica aplicada de 2009/10 até o segundo semestre de 2015 e que deveria ter sido alterada no segundo semestre de 2013 é um exemplo).

Aí, neste momento, um conservadorismo faz sentido. E é esse o jogo que mesmo os nossos amigos cultos não sabem jogar, preferindo participar de um Fla x Flu entre direita e esquerda que é simples, ridículo e não faz mais sentido nos dias de hoje.. mas é o debate que ainda vemos na prática.

O que é o correto? Como um cidadão deve se comportar sobre direita ou esquerda. No meu ver, deve usar essas duas vertentes para colher o melhor das duas para a sociedade (Teoria do Estado Conformacional). E se hoje precisamos de progressismo, que está na esquerda, não podemos descurar do respeito à teoria econômica (defendida a ferro e fogo por conservadores e "de direita"). Quando atingirmos índices sociais da Dinamarca, aí, quem sabe, caberá mais conservadorismo do que um progressismo. Mas no tempo as bandeiras de um e de outro, progressistas e conservadores, mudam para que eles, políticos e partidos, subsistam como tais identificáveis e diferenciáveis pela sociedade que os elege.. isso dificulta o entendimento.

Importante comentar que não quer dizer que você que é "de esquerda" tenha de mudar seus conceitos e virar "de direita", mas que deverá avaliar a situação política, econômica e social no tempo e no espaço e avaliar se cabe uma defesa mais pura da prática de valores de esquerda ou se cabe uma amenização em prol do bem coletivo. O saudável seria esse vai e vém, ao meu ver.. essa fluidez. Mas como isso é incompreensível para os adoradores do Fla x Flu político ou doutrinário de "esquerda x direita", o que faz mais sentido em uma visão de curto prazo das aplicações de programas e atos políticos, com fins à próxima eleição, ficamos tendo de debater lados e não atos e políticas de longo prazo. Triste.

segunda-feira, 3 de outubro de 2016

Existe uma saída para a economia do Brasil sem que seja uma guinada brutal à direita?

Sim, leitores, há uma saída para a economia do Brasil que não seja uma brutal guinada à direita como o atual governo está fazendo. É muito importante entender o que ocorre para poder analisar se atacar e retirar todos os direitos trabalhistas e previdenciários possíveis é o único jeito de "modernizar" a economia e "estimular" os investimentos.

Legalizar 12 horas de trabalho diário, manter 14,25% de juros com expectativa de inflação de 7% no ano, pagando 7,25% de juros reais, tornar acordos trabalhistas acima da CLT, transformar trabalhadores em PJ e todos os possíveis em terceirizados, poder terceirizar atividade-fim, nada disso é necessário para que a economia volte para os eixos, mas confesso que isso altera a economia e facilita investimentos e poderia ganhar o rótulo de medidas de modernização do mercado de trabalho e de estímulo a investimentos. Privatizar a Previdência Social, retirar o ganho real anual do salário mínimo, cortar assistência social, diminuir à metade o Bolsa Família, demitir metade dos servidores públicos de carreira, não dar reajuste inflacionário anual para servidores públicos, tudo isso também economiza dinheiro do orçamento e pode ser chamado de política de "responsabilidade fiscal".

Agora, eu pergunto, mas isso é necessário? Não. E isso tudo atinge quem? Trabalhadores e pobres. Nem sequer, em todos os artigos que leio sobre "incentivos à economia" e "medidas de responsabilidade fiscal e contenção de gastos públicos" e medidas de "modernização da economia", nem sequer há uma avaliação dos problemas econômicos pelos quais passamos de forma séria pelo lado da arrecadação. Não há boas idéias abordadas também sobre como melhor arrecadar, só como diminuir impostos; mesmo que o Estado do Rio de  janeiro tenha 95 bilhões de reais em créditos tributários e um problema fiscal da ordem de 30 bilhões de reias, por exemplo. Só há abordagem pelo lado dos gastos. E a abordagem pelo lado dos gastos públicos nunca é sobre como diminuir gastos com juros pagos nababescamente a bancos, com o que gastamos quase 10% do PIB, por exemplo, mas como diminuir gastos com servidores, que são, veja, nem 5% do gasto do PIB. A conta maior não é mais importante?

A previdência, lugar comum num ponto de partida para discussão, deve ser reajustada. Isso é certo. O brasileiro vive até 80 anos (grandes centros), com média já computada de uns 74 anos de idade, e fica difícil manter pagamentos de benefícios com a média de idade de aposentadoria da área privada em 54 anos e de 60 anos no serviço público. Homens e mulheres deveriam realmente se aposentar mais tarde. Isso, para um país que quer ter previdência pública, é essencial.

E mais uma vez os limites dessas alterações são bem amparados quando comparamos com o que ocorre na Europa. Este é o parâmetro adequado e saudável para o Brasil de hoje, em vista daquele que queremos no futuro próximo. E lá, em grande parte dos países a idade de aposentadoria é de entre 65 e 67 anos, até o limite de 70 anos, considerando que a longevidade de lá é maior, chegando a exceder 80 anos em média, em alguns casos. Também lá a diferença entre a idade de aposentadoria entre mulheres e homens é menor do que aqui e, em muitos países, nem há diferença.

Tudo bem. Mas é claro que é mais fácil aceitar se sacrificar um pouco mais em pagamentos de impostos e trabalho quando você não é obrigado a pagar escola para filhos e nem plano de saúde para filhos e pais e seu salário mínimo é digno e equivalente a R$4.000,00  (quatro mil reais) mensais. Mas não importa, há que se adequar a arrecadação e pagamento da Previdência Social.

Agora, senhores e senhoras, o resto que estão fazendo, que o governo Temer está fazendo, não é necessário da forma como está sendo feito. Há muita saída antes de aniquilar direitos trabalhistas e dar uma super guinada para a direita, como estamos em vias de proceder. O que ocorre hoje é que o mal momento econômico está sendo exageradamente e massivamente publicado como o fim do mundo e carente de tais medidas hostis aos trabalhadores, aos direitos dos trabalhadores tanto quanto as respostas economicistas estão sendo violentamente divulgadas diariamente para convencer a opinião pública de que todas elas são imprescindíveis e únicas e exclusivamente necessárias para reverter a situação atual de baixa economia em que vivemos.

É um momento de propaganda e marketing dos financistas, dos economicistas, dos banqueiros, do grande capital, da Veja, Do Globo, da grande mídia; um momento de ouro para vender como remédio sagrado tudo o que quiseram implantar e que ficou represado por todos esses anos, diante de resultados econômicos e sociais brasileiros muito acima de todo o resto do mundo.

Dizem para você que foi feita a festa e agora vem a conta. Em parte está correto. Mas somente em parte. Porque, veja, se tudo foi feito de forma errada e irresponsável, e o mercado não é bobo (e não é mesmo), é claro que o capital internacional se protegeria e não se arriscaria por aqui, certo? Pior ainda realizar investimentos de longo prazo em uma economia pífia e em frangalhos, com direitos trabalhistas vetustos e que implicam com o capital e, ainda, com uma inflação descontrolada e um pib em queda, sem perspectivas de futuro. não, ninguém investiria em um país desses. É claro que o capital só poderia se incentivar a fazer investimentos em um país coitado desses depois de uma revolução à direita, seja na economia, seja no mercado de trabalho, não é? Cortando direitos trabalhistas e investimentos sociais e em servidores públicos e em serviços públicos seria o único caminho para que o mercado pudesse ver que investir no Brasil seria bom, certo?

ENTÃO POR QUE, ME DIGAM, LEITORES, PRATICAMENTE DURANTE OS ÚLTIMOS DEZ ANOS O INVESTIMENTO DIRETO ESTRANGEIRO (IED) FICOU EM ALTOS NÍVEIS, EM 60 BILHÕES DE DÓLARES ANUAIS E JUSTAMENTE NA NOSSA CRISE ELE SUBIU PARA 70 BILHÕES DE DÓLARES ANUAIS EM MÉDIA NOS ÚLTIMOS DOIS ANOS? Houve contagem nos últimos 12 meses, nesse período que o valor chegou a 80 bilhões de dólares, como em novembro de 2015, pasmem.

O IED é o investimento que todos os países querem. É o investimento de longo prazo, que só é feito em países em que o mercado acredita que tem futuro. O Brasil já foi o quinto maior destinatário desses valores, hoje é o sétimo, mas o valor aumetou de 60 bi para 70 bi. Por que investir assim no Brasil? Antes das reformas, antes de sequer a Presidente Dilma ter sido afastada por Impeachment?

Porque, senhores e senhoras, bobos aqui só temos nós: eu e você. Quem acompanha economia mesmo, como nós do Perspectiva Crítica, sabe: o país passou por um deslize de gestão econômica em um período facilmente determinável, a partir do segundo semestre de 2013. Estruturalmente a economia não está em frangalhos e nunca esteve. Poderia ficar, se a Dilma não fosse afastada e houvesse uma recondução econômica, sim. Isso é verdade. Mas somente a anulação das medidas anticíclicas, que já foram revertidas já eram suficientes, a príncípio, para manter o transatlântico da economia do Brasil em direção correta, pois nossa economia é intrinsecamente dinâmica.

E tanto não esteve pura e simplesmente flertando com a desgraça que pouco que se fez em já está em curso a retomada de crescimento econômico para o ano de 2017. A inflação que o mercado bradou que chegaria a 9,3% em junho de 2016 e que nós desde janeiro de 2016 dissemos que seria muito inferior a 9%, já tem previsão de chegar a 7% no fim desse ano e de 5,17% no ano que vem.

O mercado sabe que aqui é um bom lugar para investir, com estabilidade política e com parâmetros de mercado livre. E viu a queda econômica como oportunidade, colocando mais investimento aqui nos anos de crise (2014/2015) do que havia colocado nos anos gordos anteriores. E isso sem reforma trabalhista e previdenciária!!! Observe.

Então, senhores, primeiro paradigma que trazemos: não é necessária toda a parafernália que prejudica direitos sociais e trabalhistas e a sangria econômica e fiscal como manter o juros a 14,25% ao ano. Mas é preciso tomar medidas. Quais?

Primeiramente, aumentar a idade para aposentadoria de todos está correto. Em seguida, a adequação de número de servidores e gastos em relação ao orçamento é medida prevista constitucionalmente, e no Brasil há mais de 25 mil cargos em comissão somente na Administração Federal e já foi publicado que há mais 100 mil em todos os Municípios e Estados. Isso é muito mais do que há na Alemanha e Inglaterra em que constam 600 cargos e 500 cargos em comissão, respectivamente. Este é um bom debate. Um corte aí é possível. Mas negar reajuste inflacionário a servidores públicos ou chamar reajustes inflacionários de aumentos é criminoso e prejudica a qualidade de prestação de serviço público porque se em uma empresa não é possível ter bons funcionários pagando mal, o mesmo ocorre com serviços públicos e servidores.

Mas não é isso que modificaria mesmo alguma coisa. O que modificaria mesmo não é mexer em uma conta de 5% do PIB, mas em uma conta de 10% do PIB, os juros. A inflação não precisa ser controlada por 14,25% de juros, ao custo de entre 450 bilhões de reais a 600 bilhões de reais ao ano. Sim, mais do que os orçamentos da educação e da saúde e mais de duas vezes a conta de servidores públicos. Como a média de juros reais pagos por países emergentes é de 2,5% ao ano, com previsão de inflação em 7% poderíamos pagar 9,5% agora, economizando um terço da conta de, em média 500 bilhões de reais ao ano, ou seja 150 bilhões de reais. E qual é nosso déficit fiscal? previsão de 139 bilhões para esse ano. O déficit se transformaria em superávit!!!!!

Mas e a inflação? Como conter a quantidade de dinheiro que poderia circular com essa medida? Simples e todos os economistas da direita e da Veja e do Globo sabem.. mas não te falam.. rsrs. O depósito compulsório (valores que ficam depositados pelos bancos no Banco Central referentes à parte de todos os depósitos em conta pelos clientes/poupadores e depositários) hoje está em 5,5%, mas ele pode subir a 20%. Na China é 22% e eles liberam dois por cento para os bancos usarem, desde que seja investido em áreas de risco como agricultura e geração de energia elétrica, por exemplo. Isso é ser sério em macroeconomia.

Com esse dinheiro fora da disposição dos bancos, não haveria muito dinheiro circulando e a inflação seria controlada sem o custo de um real do orçamento público. Não é fantástico? E por que não fazem? Porque diminuiria lucro de banco, meu amigo. Hoje, 30% dos lucros de bancos está em investimentos em títulos da dívida pública. Se você faz esse depósito, tira dinheiro de banco para ganhar com dívida pública. Ou tira dinheiro que ele emprestaria a você ao custo de 360% ao ano no cheque especial. A máfia italiana parece que cobra 40% ao ano. rsrs.

E não só isso. Para controlar a inflação o governo poderia reduzir o prazo de empréstimos e obrigar os bancos a colocarem mais dinheiro próprio em operações de empréstimo. Tudo isso baixa circulação de valores e inflação, mas como baixa lucro de bancos, não pode no Brasil.

E então dizem que para controlar a inflação a solução é só juros altos. Sangram os cofres públicos. Sangram o seu e o meu dinheiro, mas dizem que é o único jeito. E, como vimos, não é.

Da mesma forma, oportunisticamente, dizem que é necessário acabar com a CLT para que a economia volte e para que os investimentos voltem. Mentira. Esse é o momento de ouro para que eles, na crise, digam isso. Se você entregar os pontos e esse ouro (seus direitos trabalhistas, todos os seus cargos públicos) difícil será obtê-los de volta. Mas o IED continua bombando, mesmo sem você os perder, observe bem.

A melhora fiscal virá com a volta dos preços do petróleo (que já está em 48 dólares o barril e se prevê de 62 dólares em fins de 2017). Ninguém disse que a queda do petróleo de 100 dólares o barril para 28 dólares o barril arrastou/arrasou empresas e orçamentos fiscais em todo o mundo. A Arábia Saudita, que era o único país superavitário fiscal junto com o Brasil em 2008, teve déficit de 98 bilhões de dólares ano passado (2015). Pior que o nosso. Rsrs. Só o Estado do Rio de Janeiro perdeu 30% de sua arrecadação. Então não foi a folha de funcionários que pura e simplesmente cresceu, mas a arrecadação caiu e aí o gasto com servidores também aumentou muito em proporção à arrecadação e ao PIB de Estados e Municípios. O mesmo ocorreu com o minério de ferro.

O mundo cresce pouco e isso prejudica o valor das commodities e prejudica mais o Brasil. E toda a cadeia produtiva que depende do valor dessas commodities perde tamanho, demite... e aí o jornal chama isso de crise exclusiva por conta do "desgoverno". E, como o governo do desgoverno adotava medidas sociais ou socialescas, isso estaria errado e deve tudo ser desfeito. Entendeu a vertente retórica?

Mas outra coisa poderia ser feita, além de enfrentar a conta de juros, como falamos, o que já nos deixaria com orçamento superavitário, veja bem. Por que as medidas devem afetar somente o trabalhador? E por que não regulamentar o imposto sobre grandes fortunas? O Globo fez uma previsão de que somente concederia 1 bilhão de reais ao ano ao orçamento, talvez um pouco menos. Mas um bilhão de reais ao ano para o orçamento é pouco? Não. E mais uma vez para se balizar isso o parâmetro deveria ser a Europa. Essa medida existe na França e em outros países. Nos EUA a herança pode ser taxada a mais de 40% (eu li que pode ser até 77%) a partir de fortunas acima de 50 milhões de dólares. Mas isso mexe com rico.. então não pode. Existe na Europa. Existe nos EUA. Mas não pode no Brasil.

Então veja, é difícil ser igual a países com alto índice de desenvolvimento e com alta qualidade de vida se não nos comparamos muito com eles e nem fazemos o que eles fazem. Se países de alto nível de IDH têm mais servidores públicos em relação a todos os seus trabalhadores do que o Brasil, se o salário mínimo lá é melhor do que o nosso, se há imposto maior sobre herança ou imposto sobre grandes fortunas e não há aqui, como queremos melhorar como sociedade? Fazendo diferente? Isso não é incongruente?

E mais. Capital vai onde tem oportunidade. Lancem-se, como já falamos antes e a Dilma foi tosca e incompetente em conseguir (o parâmetro exclusivo da modicidade tarifária não vingou, realmente), mais editais públicos para concessões de aeroportos, portos, rodovias, ferrovias e hidrovias. Isso traz investimento e isso cria emprego. Diminuir os juros de 14,25% ao ano e compensar com medidas macroeconômicas diminuiria o desemprego sem aumentar a inflação. Os lucros nababescos dos bancos diminuiriam, mas esse dinheiro iria para empresas e trabalhadores, ou seja, para a economia real.

Essa guinada para a direita, da forma bruta e tosca como está sendo efetivada não é necessária, te empobrece desnecessariamente e só enriquece os mais ricos, sem dar resposta mais eficiente em diminuição da inflação, incentivo ao crescimento econômico e geração de emprego e arrecadação ao governo.

Opções de saída menos à direita há. Mas não é e nem será o que você verá publicado na grande mídia. E nós ainda temos de ver tudo isso com os economicistas e direitistas posando como autoridades para tirar o Brasil do buraco e desconsiderando todo o crescimento que o Brasil obteve em anos e anos e que hoje dá a condição de o país responder a uma crise com muita base, mesmo diante da falta de crescimento mundial e queda de minério de ferro e petróleo.

Nós assistimos a isso, claro. Mas não sem desvelar essa palhaçada e falta de compromisso com a verdade. Vendem várias medidas contra trabalhadores, mantendo juros nababescos que prejudicam a atividade produtiva e empresas. A FIESP não cansa de reclamar contra esse juros altos. Mas a solução é só contra trabalhadores e mais juros... nada se fala das opções a juros altos, das medidas macroprudenciais, da economia que o orçamento teria em não pagar esses juros e muito menos sobre aumento de arrecadação com Imposto sobre Grandes Fortunas ou aumento de imposto de herança e o grande reflexo que essa medida poderia resultar em boom da contratação de seguros de vida, planejamento financeiro de ricos e super ricos, da explosão em criação de fundações particulares com fisn sociais e de como tudo isso faria verter dinheiro  a a sociedade e a atividade produtiva no mundo real.

E sempre, sempre se fala contra servidores.. rsrsrs. Até porque, seus cargos concorrem com os privados pela melhor mão de obra brasileira e os servidores fiscalizam, multam, investigam empresas e empresários, os pune e prende e, de quebra, prestam alguns serviços públicos, como saúde e educação, que os empresários gostariam de ver completamente em suas mãos, não é mesmo?.. ao custo do suor de quem?.. adivinhem? Do seu suor, ralando dramaticamente para pagar tudo que fosse privado, sem uma opção razoável no setor público.

Enquanto você não acordar para como a grande mídia e o centro financeiro trabalham para te deixar pobre, enquanto tudo é feito para eles cada vez mais se enriquecerem, será difícil construir um Brasil que se assemelhe aos países europeus e nórdicos.

Acorde!!!

p.s.: Texto revisto.

p.s. de 14/10/2016 - Texto revisto.