terça-feira, 10 de novembro de 2015

Até o mercado pede que o Banco Central pare da aumentar juros, publica o Jornal O Globo

Com grande atraso em relação ao Blog Perspectiva Crítica, o mercado financeiro se junta ao coro de especialistas que pedem parada de aumento de juros Selic, por falta de potencialidade em diminuir inflação em proporção maior do que o risco de aumentar o problema do déficit fiscal. Esta notícia foi publicada hoje, 10/11/2015, no Jornal O Globo On Line, sob o título "Analistas pedem que BC pare de aumentar juro" e está acessível no sítio http://oglobo.globo.com/economia/analistas-pedem-que-bc-pare-de-elevar-juro-18006862

Esta notícia está diametralmente oposta ao que a Miriam Leitão publicou há menos de uma semana em sua coluna, quando disse que o Banco Central deveria aumentar juros para chegar o quanto antes na meta de inflação, mas que estava sem rumo porque não aumentou antes e, neste momento, enfrentava o problema de ter inflação sob momento de crise eco0nômica, o que o impediria de tomar a atitude que deveria (aumentar juros, lógico.. pois ela só vê isso..) por receio de prejudicar ainda mais a crise econômica por que passa o Brasil.

A notícia do jornal publicada hoje também está na mesma linha do Blog Perspectiva Crítica, quando afirma que o grande problema para a economia brasileira também é o fraco crescimento da economia chinesa.

Observem bem isso.. como pode o próprio mercado financeiro chegar ao ponto de dizer que os juros não devem mais ser aumentados pois não vale o custo/benefício?! É porque o juros chegou em ponto mais do que exorbitante. E por que o Banco Central não poderia ter chegado a essa conclusão antes? Por que o Banco Central, nossa "desautoridade econômica" é refém do mercado financeiro. O que o mercado falar o Banquinho Central vai lá e faz. Isso não é autoridade monetária; isso é fantoche monetário.

Há quantos anos afirmamos que somente aumento de juros não regulariza inflação de forma eficiente? Nossas posições não mudam, vejam.. ou são mais difíceis de sofrerem temperança porque são bem fundamentadas.. o discurso da mídia e do mercado é mais volátil..

Quem acompanha o Blog Perspectiva Crítica já sabia que a bolha imobiliária estouraria ou esvaziaria a partir de 2013... o que só foi manchete do Jornal O Globo há menos de dois meses. Quem acompanha este Blog já sabe que não é possível obter queda da inflação para o centro da meta esse ano ou no próximo sob pena de sacrificar demais o mercado produtivo e de trabalho brasileiro. Isso porque o tempo também é fator para que se arrefeça o impacto inflacionário da concentração de aumentos de energia elétrica, combustível, alimentos e tarifas administradas pelo governo desse ano de 2015.

Crescimento econômico também não virá sem as famílias diminuírem seus estoques de dívida recém contraída para pagamento de bens duráveis (imóveis e carros), pois até lá elas não terão muito dinheiro para comprar e consumir. Esse crescimento econômico mais forte também é difícil sem a Europa, EUA e China voltarem a crescer. Sem consumidores internos e externos, como a indústria vai produzir? Para quem?

Então, aumentar juros da dívida pública em um ambiente desses é uma imbecilidade monumental porque a inflação continua e só se piora o déficit fiscal, porque aumento de juros gera a aumento de despesas governamentais com o pagamento de mais juros a quem tem título da dívida pública.. mas se não baixa inflação, qual o benefício? Nenhum. Só o de enriquecer bancos.. mas os bancos não querem que o governo chegue a um ponto pré-falimentar.. já estão satisfeitos em receber 500 bilhões de reais anuais com a dívida pública e os juros em 14,25% ao ano... muito mais do que Turquia, Rússia, Ucrânia, Líbano e vários países em estado de guerra pagam.. ridículo..

Chegou-se a esse ponto.. os maiores beneficiários dessa imbecilidade do Banco Central de pagar o maior juros reais do mundo, na frente de países comunistas como a China e países em guerra ou com relação divida/pib maior do que todo o seu próprio PIB (EUA, Itália, Japão..), ou seja os bancos, chegaram ao ponto de pedirem para não receber mais aumentos de juros, porque seu cliente, o Brasil, a continuar assim, pode acabar ficando incapaz de pagar.. os bancos finalmente perceberam que não querem matar a galinha dos ovos de ouro.. agora, talvez, .. rsrs.. o banco central pare de aumentar juros.. e a Miriam Leitão, claro, exímia conhecedora de economia, dirá que o banco Central "não deve aumentar mais os juros".. é um verdadeiro circo.

Enquanto isso, a China, que controla inflação com depósito compulsório, tem inflação de 2,5% ao ano, juros de nem 5% ao ano e crescimento de 6% ao ano. Sem gerar mais despesas ao Tesouro chinês, a inflação é controlada na base no depósito compulsório, o qual é diminuído para as instituições que pegarem o valor liberado somente se aplicarem em atividades que o banco Chinês diz que merecem investimento, pois são atividades de maior risco e menor retorno, como construção de hidrelétricas, por exemplo. Se o banco não quiser investir nisso, não obtém a liberação do valor extra de depósito compulsório.. assim, para não deixar de ganhar um pouco mais, os bancos que atuam na China aceitam investir em atividades de longo prazo, de menor retorno e maior risco, como agricultura inclusive.

Mas aqui no Brasil, não.. os bancos sofrem depósito compulsório de 5,5% (1/4 do chinês), podem aplicar no que quiserem, recebem juros de 14,25% ao ano aplicando em título da dívida pública, gerando dívida de R$500 bilhões anuais ao nosso Tesouro e ainda não têm qualquer motivo ou estímulo para aplicar em obras ou atividades de longo prazo de retorno mais baixo.. essas atividades são 100% financiadas pelo Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal ou BNDES... sempre o Tesouro ou estatais.. É ou não é imbecil a política monetária no Brasil?

A inflação mais baixa já está contratada para o ano que vem, gente.. a energia elétrica não aumentará 50% e nem o combustível.. também os alimentos podem não sofrer o impacto de 68% de aumento por causa de estiagem.. mas mexer com o clima já é mais difícil... então, o ano de 2015 foi o pior. Por isso, como sempre dissemos, não há menor motivo para aumento de juros. Se a inflação acumulada ficou alta ( aquela do retrovisor), a pra frente, que é a que interessa, está em arrefecimento grande, pois pode chegar à quase a metade a inflação de 2016 em relação à de 2015.

E nesse contexto, os próprios analistas do mercado finalmente pediram que o Banco Central pare de aumentar juros!!! Surreal!! Mas é verdade. Está publicado no Jornal O Globo e, agora, cremos, a ignorância, a subserviência e o exagero do Banco Central deverão diminuir... pelo menos isso. Ficamos intrigados de termos chegado ao ponto de o mercado financeiro se aliar à posição histórica do Blog Perspectiva Crítica contra o aumento abusivos de juros.. mas isso.. até isso aconteceu. Esperemos que os fantoches do Banco Central os ouçam, a bem das contas públicas e de uma retomada mais rápida do crescimento econômico e da criação de empregos no nosso país.

domingo, 8 de novembro de 2015

Energia Nuclear: Globo confirma posição deste Blog após quatro anos

Desde 18/04/2011, reforçando o tema novamente em 1º/06/2011, o Blog Perspectiva Crítica criticou artigos publicados na grande mídia e em especial no Jornal O Globo que eram contrários à produção de energia nuclear no Brasil. Os artigos que escrevemos podem ser acessados pelos endereços eletrônicos http://www.perspectivacritica.com.br/2011/04/politica-de-energia-nuclear-por.html e http://www.perspectivacritica.com.br/2011/06/diferenca-da-politica-nuclear-alema-e.html

Observem um trecho que eu selecionei de um dos nossos artigos e veja a diferença da abordagem da questão pela edição do Globo no editorial intitulado "Desafios Energéticos reforçam opção nuclear" (publicado em 08/11/2015, pg. 14):

"Hoje, 1º de junho de 2011, no Globo on line há o artigo intitulado "Usina nuclear: 'Não é bom para a Alemanha, não é bom para o Brasil', diz parlamentar alemã".

O artigo traz uma interessante entrevista com a Deputada Alemã do Partido Verde Sylvia Kotting-Uhl que vale a pena conferir no endereço:http://oglobo.globo.com/economia/mat/2011/06/01/usina-nuclear-nao-bom-para-alemanha-nao-bom-para-brasil-diz-parlamentar-alema-924582507.asp?nstrack=sid:1946803|met:100|cat:3226255|order:3#ixzz1O1ceAsos

Selcionei o seguinte trecho "a deputada alemã do Partido Verde Sylvia Kotting-Uhl diz que a decisão do governo de Berlim de fechar as usinas atômicas pode ter efeito também na exportação de tecnologia e de equipamento nuclear para o Brasil". Em seguida ela afirma que o seguro-crédito da operação para construção de Angra 3 não ocorrerá mais e que se energia nuclear não é boa para a Alemanha, não é boa para o Brasil. Também diz que a Alemanha substituirá a energia nuclear pela eólica e solar.

Gente, antes de enaltecer a ousada decisão do Governo Alemão e adotar essa decisão para o Brasil, de forma automática e impensada, como nossa mídia e nossos cientistas e políticos (que gostam de aplausos no exterior) tanto se esforçam por fazer, quero tecer algumas considerações." (trechos do artigo deste Blog intitulado "A diferença entre a política nuclear alemã e brasileira".)

Bem, como soe ocorrer, nossos leitores têm noção do problema nuclear sob a perspectiva brasileira de forma organizada e coesa desde o ano de 2011. Mas quem lê o Globo, rsrsrs, estará verificando essa mesma postura de forma clara somente em 2015, em vista de um problema empírico que é o atual problema de secas sucessivas, exigências ambientais que limitam a produção de energia hidrelétrica; e com um minus em relação aos nossos artigos: o artigo do Globo não fala que a opção nuclear ainda dá vantagem de criarmos uma demanda mínima por produção de urânio enriquecido no Brasil.

Ter oito usinas nucleares, a despeito do que os mais xiitas verdes possam dizer, vai muito além do simples equilíbrio entre demanda e oferta de energia elétrica. Teremos submarino nuclear em 4 anos. Não podemos ficar dependentes da importação de urânio enriquecido do Canadá para mantê-lo funcionando. A criação de oito usinas nucleares cria uma demanda mínima para termos um ciclo produtivo mínimo sustentável de combustível para o submarino e nos independermos do fornecimento estrangeiro desse combustível nuclear. Mas você acha que o benefício para aí? Não.

Criando uma mínima estrutura produtiva de urânio enriquecido podemos entrar em um mercado internacional de bilhões de dólares anuais vendendo este produto de alta tecnologia. Além disso, independeríamos todo o sistema privado e público de saúde da importação de material radioativo para que os exames de tomografia computadorizada nõa sejam suspensos como já o foram, quando o Canadá suspendeu a exportação desse material para o Brasil. Milhares de brasileiros ficaram sem poder fazer exames pára dar início ou continuidade de tratamento. E, como se isso fosse pouco, ainda criamos a possibilidade e estrutura mínima para avanços no desenvolvimento de tecnologia nuclear a bem do interesse nacional em qualquer área em que ela seja aplicável, inclusive na agricultura, área em que já é utilizada em alguns países no mundo de forma insipiente.

Então, ficamos lisonjeados em perceber que nossos leitores desde 2011 sabem de tudo isso e que esta postura firme em prol da criação de um mínimo de estrutura produtiva de energia elétrica nuclear, mesmo sem mencionar as diversas outras vantagens que acompanham essa produção elétrica, seja agora defendida de forma clara pela edição do Jornal O Globo, em 2015.

Não é o primeiro tema e nem será o último que tomamos posturas sobre temas sensíveis e informamos com segurança, coesão informativa e com antecedência em relação à grande mídia. É claro que a mídia deve publicar de tudo. Mas as boas posturas a serem apresentadas pelo Editorial da grande mídia não deveria ficar ao sabor do empirismo ou da moda e calor de um determinado momento vivido em sociedade. Da mídia espera-se a publicação de fatos de forma isenta e do editorial, posturas claras e que se sustentem no tempo.

Nós do Blog Perspectiva Crítica fazemos nossa parte.

p.s. de 09/11/2015 - Título corrigido: termo "após dois anos" foi corrigido para "após quatro anos".

segunda-feira, 2 de novembro de 2015

O grande risco do atual momento de crise: a janela histórica para o avanço da Reforma Liberal

Senhores e senhoras, vivemos nesse momento uma situação que eu vejo de risco, quando o centro financeiro nacional e internacional vê oportunidade. O risco é para pessoas, governo e empresas; a oportunidade é para o centro financeiro nacional e internacional.

Talvez poucos tenham visto o recente artigo no Jornal O Globo que comparou a situação das siderúrgicas com a situação dos bancos: siderúrgicas em prejuízo de R$1 bilhão a R$8 bilhões este ano... bancos como Bradesco e Itaú com lucros de R$13 bilhões a R$14 bilhões. E o artigo deixava claro qual a principal fonte desse lucro: títulos do tesouro brasileiro. Isso é um fato aleatório? São fatos desconexos? Não.

É bom que se diga: a crise vai passar senhores, com ou sem PT. Por quê? Por que a economia tem vida própria independente de Dilma e da Operação Lava Jato. O prejuízo à economia que o governo do PT poderia causar, bem como a Operação Lava Jato.. já ocorreu. Tenho amigos do mercado financeiro, inclusive no exterior, que disseram que ainda piora antes de melhorar.. mas eu pergunto.. piora quanto?

Qualquer um que acompanha a economia sabe que os movimentos positivos e negativos têm um ciclo.. um início e um fim.. e todos ficam analisando para ver quando se aproxima a tendência de inflexão desses movimentos.. parece que os números desse ano serão piores do que os do ano que vem, portanto, podemos já estar no ponto de inflexão em que a economia em baixa pode começar a apresentar alguns sinais de reversão.

O Jornal do Commercio publica bastante que as previsões dos empresários começa a melhorar. Por quê? Porque a crise já ceifou bastante e os estoques diminuíram.. portanto, somente a atividade para refazer estoques em 2016 já gerará uma melhora de quadro. Perderam-se 2 milhões de empregos? O Ipea disse que cada pessoa demitida pode gerar a procura por quatro empregos, pois as pessoas que não trabalhavam na casa têm de procurar emprego. Portanto, a demissão pode ser menor do que o número total de desempregados, o qual é feito com base no número dos que procuram emprego. As pessoas continuam pagando suas dívidas e o nível de endividamento está diminuindo. Isso pode liberar poupança à frente... mais de R$180 bilhões de reais em investimentos em infraestrutura já estão sendo contratados pelo governo com as concessões de rodovias, portos, ferrovias e aeroportos. Mas é claro que tudo melhoraria mais rápido se o crescimento dos EUA, Europa e China fossem mais vigorosos e o preço do petróleo e minério de ferro subissem.

Então, vejam, estamos muito longe do fim do mundo. Estamos mais perto de uma reorganização econômica. Mas nesse momento, aproveitando a crise econômica e política, as forças conservadoras no Brasil estão fazendo uma intensa propaganda de que é preciso dar forte impulso às "mudanças necessárias" e que isso salvaria o Brasil! Salvaria de quê? do Colapso econômico que propagandeiam, mas que não é de tal dimensão. Eles precisam conseguir implantar algo dessa mudança agora porque se as coisas melhorarem por si só no ano que vem, será a demonstração de que nossa economia é mais forte do que todos nós imaginamos e do que é publicado nos jornais.

Assim, com a evidente falta de credibilidade do governo e o elameamento da imagem do PT, por exclusiva culpa do próprio PT, vende-se a ideia de que tudo deve ser mudado. E o que é isso? É o que está publicado por Armínio Fraga no artigo "Resposta à altura da crise", a página 36 do Jornal O Globo de 13/09/2015 e em grande parte copiado pelo PMDB na sua proposta "Uma ponte para o futuro".

O Blog Perspectiva Crítica depois os analisará com calma para apresentar a análise para você, mas imediatamente podemos perceber que 25% de tais propostas interessam ao País e 75% da proposta interessam a bancos em prejuízo ao País, na nossa perspectiva e na perspectiva do cidadão e de empresas.

Observe que todo economista com quem converso admite que o controle da inflação não precisa ser feito exclusivamente por aumento de juros, mas nenhum programa sequer mencionou que a perda de R$500 bilhões de reais, no ano de 2015, com títulos de da dívida do tesouro nacional é um absurdo totalmente reversível. Nenhum programa falou em desenvolver a prestação de serviço público, mas somente em diminuir o Estado. As propostas de Armínio e do PMDB poderiam até ter sido escritas direto pelo FMI, observe, ou qualquer organismo financeiro internacional.

Levado a cabo, qualquer das propostas, seja a de Armínio Fraga, seja o do PMDB, nos levam mais próximo dos EUA do que dos europeus, e isso que estou falando é muito grave para a qualidade de vida do cidadão.. as consequências são como vinho e água, para quem analisa a qualidade real de vida nos EUA e a nórdica ou alemã ou francesa, por exemplo.

Não há mágica. Mas estão vendendo a ideia de que virar completamente a política em relação a direitos trabalhistas, previdenciários, servidores públicos, privatizar tudo, diminuir mais ainda o Estado brasileiro (sem nunca mencionar os 118 mil cargos em comissão, 26 mil dos quais só no Executivo Federal, perceba).. que isso solucionará tudo.. Não é verdade. Atrairá dinheiro, mas não solucionará magicamente nada.

A verdade é que a economia por si só está se corrigindo, corrigindo estoques, acertando preços.. muito menos do que deveria, mas está corrigindo preços.. se aqui fossem os EUA, os preços já teriam caído muito mais.. pois a concorrência lá é maior. Aqui ainda mantemos nossa economia mais fechada querendo defender nossos empresários.. o que não é ruim, mas o problema é se eles pretendem compartilhar conosco o bem que este impedimento de acesso aos nossos mercados pelos estrangeiros lhes traz de riqueza.

Também em nenhum dos programas, e inclusive há silêncio por parte do próprio PT e partidos de esquerda, está contemplado uma taxação de grandes fortunas, o que pode catapultar a economia enormemente. Nos EUA pode chegar a 77%? Na Alemanha e França, 40%? Porque não fazemos por 20% aqui? Seriam outros 100 bilhões anuais ou ao menos 20 bilhões? Mas não. Importante dizer que a catapultagem da economia via imposto sobre grandes fortunas ou aumento de imposto sobre herança para patrimônios superiores a 50 milhões de reais não se dá pela arrecadação, mas pela contratação de seguros de vida e criação de instituições e fundações privadas sem fins lucrativos, para os super ricos diminuírem o impacto de tais impostos sobre suas fortunas. Isso já foi tratado em artigo próprio neste Blog.

E por que não organizar as prestação de serviços públicos de forma mais eficiente? Criando cargos públicos de médicos federais, por exemplo, criando carreiras e organizando salários? Como o PT não defende a data-base para servidores públicos, se existe data-base para trabalhadores da área privada? Isso acabaria com 80% de todas as greves em todo o funcionalismo em todo o Brasil!! Mas não.

E a abertura de nossa economia? Alguém diz como seria? E os interesses estratégicos geo-políticos que temos com o Mercosul, Unasul, Brics, G-20... ninguém comenta? É só o quanto pode vir imediatamente de dinheiro o que interessa? E o projeto de nação independente e autônoma? Não.. nenhuma linha.

O Blog Perspectiva Crítica quer aqui denunciar que as propostas apresentadas por Armínio Fraga e pelo PMDB estão com a perspectiva muito economicista, imediatista e estão tentando criar um debate que nos alinha, somente, com os principados dos centros financeiros internacionais. Não temos nada contra a economia e bancos, muito pelo contrário. Mas não podem os centros financeiros internacionais implantarem a política do Brasil porque o resultado será exclusão, desigualdade e desassistência social.

Fazemos aqui nossa denúncia. Avanços econômicos sim, mas os juros que o Brasil pagam são incompatíveis com nossa economia, as agências de rating nos rebaixam mais rápido que o fazem com a Turquia, Rússia ou qualquer outro, sendo que esses países estão em locais deflagrados por guerras.. há um viés político nesses ratings e isso já foi denunciado por Joseph Stiglitz e Paul Krugman e nós aqui fazemos o mesmo.

O grande risco que corremos é que essa crise econômica aliada à crise política seja uma janela histórica para que os conservadores no Brasil, que seguem os centros financeiros internacionais, apropriem-se das naturais melhoras econômicas que já estão a caminho; que chantageiem o país, apresentando suas "saídas" para a crise, que nada mais são do que a implantação de toda a agenda liberal, e que se apoderem, com a sobrevinda da natural melhora de nossa economia, da imagem de que sabem o que fazem e que devem ser cegamente seguidos, apropriando-se da máquina política e econômica de nosso país.

Importante dizer ainda que se os juros básicos não fazem mais efeito no controle da inflação é porque, além do fato de que aumentar juros não fará a economia mundial deslanchar (rsrrs), o mercado financeiro já está bêbado com juros tão altos.. e só faz exigir mais.. o correto seria o aumento de depósito compulsório e menos juros Selic... mas isso diminuiria os lucros de bancos.. então, no Brasil não pode.

Devemos estar atentos e ter cuidado.

p.s.: Texto revisto e ampliado.

terça-feira, 27 de outubro de 2015

Revista Exame constata melhora "evidente' de Telma após uso de fosfoetalonamina

Pessoal, a sociedade já se mexe grandemente para dar sequência a mais uma conquista social somente possível a partir da revolução informativa causada pelo evento e ampliação do acesso à internet: obtenção de efetuação de pesquisas clínicas a medicamento que não o conseguia e que tem real potencial para a cura ou forte amenização dos efeitos da doença do século, o câncer.

Ficamos altamente decepcionados com a matéria do Fantástico sobre a fosfoetalonamia, apresentada por Drauzio Varela. Ninguém tratado pela substância foi entrevistado. As pesquisas com resultados positivos efetuados no Instituto Butantan, não somente em três tipos de câncer em ratos, mas com êxito também em combate de células cancerosas humanas de mama in vitro, tudo objeto de artigos no Jornal O Globo ou reportagens e vídeos diversos, foram ignorados pela matéria superficial e praticamente chanceladora da nota oficial da USP, ignorando a subsequente nota oficial da Fiocruz, a qual também revelava que reuniões sobre a substância haviam ocorrido.

Em conversas com médicos conceituados, Marcelo Andrei Sampaio Lacativa, cirurgião e autor de livro e artigos na área, idealizador e professor do ENDOCURSO (http://suprimedical.com.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=79:endocurso-2010), bem como o médico cardiologista Fabio Tuche, ‎Sócio Diretor / Fundador da empresa SMART MDS - suporte de decisão médica baseada em evidências (http://www.smartmds.com.br/quem-somos), ambos foram claros em rechaçar o uso da substância fosfoetalonamina antes das pesquisas clínicas.

Dr. Marcelo Andrei ponderou que não ter obtido instituição que se dispusesse a financiar a pesquisa pode ser clara evidência de pouca viabilidade final e efetiva da mesma, bem como que o êxito em testes em ratos ou mesmo células cancerosas humanas in vitro não substitui o périplo necessário de fases de testes clínicos em seres humanos antes da liberação da droga. O Dr. Fabio Tuche teve o mesmo posicionamento alertando que inclusive a receita desta substância antes de aprovação regular para uso como medicamento infringe a legislação brasileira e pode gerar processo no Conselho de Ética. Ambos, inclusive, alertaram para o risco de que ministrar medicamentos antes de sua liberação regular pode causar risco ao paciente, o qual se sofre de câncer, poderia talvez ficar ainda pior, como podendo ter como efeito colateral não comprovado ficar paralítico ou sofrer indeterminadas dores, ou seja, o quadro poderia complicar ao invés de melhorar.

Entretanto, o Blog Perspectiva Crítica é obrigado a ponderar: para quem tem declarado por médicos nenhuma chance de melhora por via de tratamento convencional de câncer, ciente, portanto que a morte é questão de tempo, qual é o real malefício em tentar o uso de substância que não tem informação de efeitos negativos e somente acumula informações efetivas de resultados positivos no tratamento do câncer, inclusive em pacientes terminais? Perguntamos, ainda, exigir-se o cumprimento de etapas legais para o uso da substância, ou seja, o respeito ao princípio da legalidade, deve se sobrepor à última tentativa de proteção do direito à vida, ambos princípios albergados na Constituição do Brasil? O fato de os resultados positivos em tratamento de algumas pessoas com câncer ter sido efetivado de forma irregular, autoriza-nos ignorar os efeitos positivos reportados até o momento e ignorar tal substância e sua pote3ncial condição de medicamento experimental e, quiçá, definitivo, no tratamento e/ou cura de tal doença? E, por último, que interesse teria a indústria farmacêutica em financiar a pesquisa clínica de um medicamento que pode transformar um tratamento longo e caro de câncer em um quatro meses de tratamento com comprimidos ao custo de R$0,10 cada? E a sociedade deve se limitar às escolhas destas instituições privadas com interesse de lucro mais do que de defesa da saúde para garantir pesquisas clínicas e liberação de medicamentos para uso experimental ou definitivo?

Bem, a nossa posição é clara. Entendemos que diante das evidências que se apresentam até o momento, a sociedade e o Estado devem se mexer para garantir que a substância tenha iniciado seu procedimento regular de pesquisa clínica e ser disponibilizada o quanto antes na condição de medicamento experimental a pacientes que não possam obter mais resultados em tratamentos convencionais contra o câncer. Fizemos pedidos a parlamentares estaduais e federais neste sentido e a pessoas conhecidas na Defensoria Pública do Estado e Procuradoria da República pra que iniciem procedimentos de inquérito civil público para deflagrarem ações civis públicas sobre o tema.

E agora, une-se a essa sorte de acontecimentos, além de ampla mobilização nas redes sociais, a notícia de que a senhora Telma, tratada com o medicamento ainda irregular, teve "evidente" melhora em seu quadro clínico de câncer em apenas quatro meses. Essa confirmação se deu pela própria Revista Exame, conforme publica no artigo denominado "Por que a Anvisa não libera a pílula que promete curar câncer?".

Observe o trecho selecionado:

"Os relatos de resultados milagrosos após o uso da substância pipocam nas redes sociais. Só no Facebook, EXAME.com mapeou ao menos 8 grupos que defendem a liberação da cápsula.

No caso de Telma, descrito no início dessa reportagem, a evolução do quadro clínico da paciente exposto nos laudos é evidente. Os exames foram enviados por ela à reportagem."

Leia a íntegra do artigo em http://exame.abril.com.br/brasil/noticias/por-que-a-anvisa-nao-libera-pilula-que-promete-curar-cancer

Pedimos pois que a sociedade continue ávida por informações, que ajude no processo de liberação da droga para pessoas sem esperança, assim declarado por médicos, no tratamento convencional e para que a sociedade não fique refém das escolhas por instituições privadas e de fins lucrativos sobre que medicamentos devem ou não ser pesquisados a bem da saúde pública. Se a pílula der certo, o Estado pode economizar bilhões de reais anuais com tratamento de milhões de brasileiros. Não vale a pena o investimento público nesta pesquisa clínica, ao custo de talvez 8 milhões de reais (dados livremente ponderados em relação à informação no artigo de que uma fase de testes custaria 2 milhões de reais), mesmo que ao fim se verifique impossibilidade de comercialização? Nós achamos que sim. E você?

sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Perguntas complexas, Respostas Publicadas - Tratado de Livre Comércio Transpacífico - Análise, considerando a ferrovia transoceânica sino-brasileira

Hoje, a coluna "Perguntas Complexas, Respostas Publicadas" traz a lúcida e oportuna pergunta e ponderação do leitor e amigo da EMERJ, Anderson de Oliveira sobre a relação entre o Tratado de Livre Comércio Transpacífico assinado entre EUA, Japão e mais dez países, além de uma consideração sobre a análise desse tratado. Como a resposta ficaria impossível em comentário na Fan Page do Blog Perspectiva Crítica, trouxemos a questão para cá.

Obrigado, Anderson, pelo excelente tema proposto a debate.

Aí vamos.

Proposta de Anderson de Oliveira:

"Olá, Mário! Gostaria que você fizesse uma análise sobre o acordo de livre comércio do Pacífico, que está sendo negociado entre os EUA e várias outras nações, inclusive o Chile. O Brasil ficou de fora dessa, mas será que a tal ferrovia que a China quer construir, em parceria com o Brasil, ligando nosso país ao Pacífico para escoamento de produção, pode ser um indício de algum interesse de entrar nesse acordo também? Abs"

Nossa Resposta:

Observe a dimensão do acordo, nas palavras do artigo publicado no G1, no trecho que selecionamos: "Bloco pode gerar US$ 223 bilhões por ano O bloco de países reúne 40% do PIB mundial e tem 793 milhões de consumidores. A expectativa é que, se o acordo realmente sair, o pacto movimente, a partir de 2025, US$ 223 bilhões por ano."

Acesse a íntegra do artigo em http://g1.globo.com/economia/noticia/2015/10/negociacoes-sobre-livre-comercio-no-pacifico-alcancam-acordo-historico-20151005105508656188.html

Agora, observemos a relação dos países que fecharam o acordo Transpacífico: Estados Unidos, Austrália, Brunei, Canadá, Chile, Japão, Malásia, México, Nova Zelândia, Peru, Cingapura, Vietnã. Quantos desses países são grandes produtores mundiais industriais? Só dois: EUA e Japão. A economia dos demais é satélite de Japão, EUA e China.

Últimos detalhes: este tratado ainda tem que ser ratificado pelos Parlamentos dos países, inclusive nos EUA, sendo que o tratado prevê período menor de perda do direito de patente farmacêutica do que a legislação americana. Não li o acordo, comento, neste momento, as notícias que são veiculadas em jornais escritos ou on line. Muitas pessoas nos EUA são contra o acordo porque pode haver perda de emprego para os países que participam do bloco. Vamos ver como o lobby das empresas que produzem nos EUA, e querem continuar a produzir lá, reage.

Convém, para se informar um pouco mais sobre questões sobre esse grande acordo comercial, acessar o artigo do Jornal Folha de São paulo no sítio http://www1.folha.uol.com.br/asmais/2015/10/1690329-7-pontos-para-entender-a-parceria-transpacifico-acordo-entre-eua-japao-e-mais-dez-paises.shtml

Esse é um resumo dos fatos. Agora vamos à analise.

A grande mídia brasileira aproveitou esse fato para mostrar como o Brasil está isolado e se isolando e, naturalmente, num ambiente de crise econômica, há grande apelo de colar a ideia de "exclusão brasileira do comércio mundial" à "incompetência generalizada do governo e da orientação do Brasil em manter o Mercosul e insistir em tratados mais gerais, através da OMC, como a Rodada de Doha", a qual não consegue ser concluída e parece só estar nos fazendo perder tempo e oportunidade de fechar negócios pelo mundo como os EUA fazem. Esta abordagem está correta? Em grande parte não, mas em pequena parte sim.

Importante salientar que a grande mídia brasileira apoiou a ALCA e segue a linha de repetir, grandemente, o que for publicado nos EUA, principalmente, e na Europa, mesmo que sob uma perspectiva eminentemente brasileira isso não faça sentido. A ideia propalada por trás dos artigos da grande mídia é sempre o slogan clássico "liberdade de mercado", "crescimento econômico", "inclusão do Brasil no mercado globalizado", "defesa de lucros", "defesa do sistema financeiro", "controle da inflação"... essas coisas. Mas nunca é ou será explicado a você que há elementos graves condicionantes para que o Brasil se insira autonomamente no mercado globalizado. Nós vamos, a partir da sugestão do Anderson de Oliveira, fazer essa análise para você com elementos que o farão dominar mais as condicionantes por trás das decisões de fazer parte ou não de um acordo internacional de livre comércio. Será abordagem objetiva e não profunda, pois isso demandaria espaço muito maior do que o um artigo de Blog pode fornecer.

O Brasil não é os EUA. Os que apoiam que façamos parte de qualquer acordo de liberalização comercial, como a grande mídia, acreditam piamente (ou são mau intencionados) que o mundo é globalizado, que quem vence deve continuar vencendo, e que a relação entre países e empresas derrotadas e vencedoras no comércio mundial é algo inevitável e ininfluenciável pelos governos, os quais, ao tentarem se opor ao avanço da economia globalizada somente perdem tempo de se incluir no jogo o quanto antes e "avançar" dentro desse jogo. Isto é uma crença.

As pessoas que defendem isso ignoram que os próprios EUA, Europa, Japão e China não fazem isso. Há poucos anos o então governador da Califórnia Arnold Schwazeneger declarou que o vencedor em combustível automotivo limpo no mundo era o Brasil com o etanol. Naquele momento, em torno de 2009, chegou a se imaginar que seríamos o Oriente Médio do álcool mundial. E isso deveria ter ocorrido. Mas os EUA não deixaram.. rsrsrs. Eles, por causa do lobby da sua indústria de petróleo e por causa de seus produtores de álcool combustível, não sucumbiram à realidade de que nosso álcool era mais competitivo. Não ampliaram as cotas de importação ou facilitaram que expandíssemos para lá nossos equipamentos, nosso know how e ganhássemos mercado e pagamento de royalties dos americanos a nós. Condenaram os compradores e negociadores de álcool combustível, que queriam aumentar importações do Brasil, a lucrarem menos, vender produto mais caro e pior aos milhões de americanos, prejudicando o "livre-mercado" e investiram mais pesado no chamado álcool combustível de terceira geração (porque até o de segunda geração nós tínhamos - o do bagaço de cana) e no motor à energia elétrica ou a hidrogênio.. qualquer coisa que fosse feita made EUA, que fosse comercializável mundialmente e que garantisse pagamento de royalties aos EUA e não o contrário. Eles ainda não acharam álcool mais eficiente ou combustível ecológico melhor que o nosso etanol, mas eles não compram, gastam bilhões em pesquisa para achar substituto e nós não crescemos o que poderíamos estar crescendo. Esse setor, aliás, vai mal e também por incompetência do governo, mas muito também por causa dos EUA e seu não-liberalismo.. rsrsrs.

Os EUA nunca põem azeitona na empadinha de ninguém... "livre-comércio" é expressão risível que não precisa ser abolida.. como mito é incentivador, mas deve ser entendido como tal.. um mito. A questão é: como você quer se inserir no comércio global?

Por que o Acordo de Parceria Transatlântica de Comércio e Investimento (TTIP), tratado de livre comércio entre Europa e EUA ainda não foi implementado (sobre notícia atual acerca do TTIP, acesse: http://br.sputniknews.com/mundo/20150629/1423840.html#ixzz3pPT1xvSp)? E por que não saiu um tratado semelhante entre EUA e China? E entre EUA e Brasil? Porque aí você está falando com grandes produtores industriais e agricultores mundiais com grandes mercados produtores e consumidores que são jóias para seus respectivos países e ou regiões e que não podem perder isso para o outro competidor.

O ideal seria que todos os acordos fossem possíveis e que respeitassem os direitos naturais de todos os países envolvidos, inclusive criando salvaguardas para que não houvesse predação do mercado nacional de cada um dos países. Isso não existe hoje. Todos querem que suas economias aumentem, suas empresas cresçam, seus empregos aumentem e suas arrecadações também cresçam. Mas além disso, as forças produtivas e políticas de cada país querem se defender da perda de mercado e lucro para o outro país com que estão negociando. O Mercosul e o Brasil não tiveram acordo com os EUA e Europa por enquanto porque eles não querem abrir seus mercados para nossa indústria agrícola, no que somos fortes, mas querem que abramos o mercado industrial e de serviços e licitação, em que perderemos para eles. Eles querem entrar no Brasil e que nós não entremos na Europa e EUA. Ao se compor esse problema, os tratados andarão mais facilmente. Mas quando isso ocorrerá? Para os EUA é mais fácil porque ele é tão rico e tão grande que não perde quase em nada para ninguém e tem capacidade de expandir para onde quer que seja sua economia, aproveitando qualquer oportunidade para crescer em um ambiente livre.

Nessas condições, EUA age sozinho, também se defende praticamente sozinho (comercial e militarmente), e pode oferecer seu gigantesco mercado consumidor e seu potencial de investimento trilionário para outros países que não tenham indústrias, não possam concorrer com ele e vejam nos EUA a solução econômica de seus problemas. Um outro problema é que quem detém a economia, uma hora deterá a política.. mas aí é outro problema.

Importante salientar que o tratado Europa-EUA saiu em 2007, já em função de uma baixa e contínua baixa do crescimento mundial e rentabilidade de investimentos nos EUA e Europa, inclusive em virtude da grande concorrência por mercados ocorrida a partir da expansão da China. Então, a geo-política mundial é muito importante no tema Acordos de Livre Comércio.. isso tem pouquíssimas linhas publicadas na grande mídia de forma adequada.

Acesse sobre esse tema, em os artigos http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2015/10/1692781-manifestantes-protestam-em-berlim-contra-acordo-entre-europa-e-eua.shtml , bem como outro em http://www.omilitante.pcp.pt/pt/334/Economia/936/Algumas-notas-sobre-o-TTIP-(Acordo-de-Parceria-Transatl%C3%A2ntica-de-Com%C3%A9rcio-e-Investimento-UE-EUA).htm

Tendo ficado claro o problema que envolve a realização de tratados por todo o mundo, vamos observar o exemplo proposto do TTP (Tratado de Livre Comércio Transpacífico).

Só há de grandes produtores industriais os EUA e Japão. O resto é satélite, sem indústria própria. Alguns são plataformas de indústrias japonesas e americanas e outros todos são exportadores de matérias-primas, com leis trabalhistas e previdenciárias piores do que os EUA e Japão, assim como salários. Os asiáticos também estão dentro da esfera de influência da China. Então, já é possível perceber.. o TTP é mais fácil de fazer do que fazer este tipo de acordo com o Brasil. Canadá, Austrália, Chile e Nova Zelândia já têm uma simbiose com os EUA muito grande. Todos são fornecedores de matéria prima para os EUA e o livre trânsito de empresas americanas já existe na prática. México é um estado americano.. rsrsrs. Eles não têm indústria própria como aqui.. cresceram com o Nafta, com investimento americano.. não houve o extermínio da indústria mexicana, pois esta nunca existiu como existe a brasileira. Então, para esses países, acordos de livre comércio trazem indústria e empregos e investimentos. Cingapura, Vietnã e Malásia são plataformas de exportação de produtos americanos e japoneses. Suas indústrias surgiram como? Com esses investimentos. Não têm indústria própria. Não têm o que perder. Seus salários baixos e falta de direitos previdenciários e trabalhistas são ótimos para as indústrias americanas e japonesas, e eventualmente para o parque muito menor das indústrias australianas, neo-zelandesas e canadenses. Brunei não tem nada. Brunei tem petróleo.

Então, veja, o acordo real foi entre EUA e Japão. Estes já têm grande simbiose. O Japão não cresce há 30 anos e os EUA percebeu que está com problemas no seu futuro econômico pois perde poder econômico com a ascenção da China e com a estagnação de sua economia, principalmente após a crise de 2007/2008 que se estende até hoje e com epicentro nos EUA. Para piorar para os EUA, foram criados o BRICS e o Banco dos BRICS que darão ainda mais força ao crescimento e expansão da China sobre a Ásia, o mundo e sobre os mercados que possam ser explorados pelos EUA e Japão e Europa. Então, a resposta dos EUA a estes fatos foi boa.. para ele.

Então, o Brasil não perdeu esta oportunidade porque ele não faz parte deste grupo de interesse e não foi convidado e nem seria, pois o Brasil faz parte de outra realidade. O Brasil tem mercado consumidor extenso, parque produtivo próprio, capacidade de financiamento próprio (BB, CEF, BNDES e outros), é o sétimo pib mundial, faz parte dos BRICS e poderá usar o Banco dos BRICS para expandir sua economia e ganhar mercado internacional, inclusive. Então, é diferente. Podemos pensar em inserção de forma mais autônoma do que Vietnã e Brunei.. rsrsrs... e de preferência, mantendo nossa legislação trabalhista e previdenciária.

Mas a questão não é fácil, mesmo.. às vezes, parece que defendemos os industriais brasileiros para que eles simplesmente nos explorem... por que um carro no Brasil fornece lucro três vezes maior do que o mesmo carro vendido na Europa? Então, veja, o Blog Perspectiva Crítica está atento a esse problema.. os industriais brasileiros devem tentar manter uma correlação de lucratividade com o mundo, de forma a impedir que um dia se conclua que o melhor é abrir toda a economia mesmo.. porque, temos que admitir.. haveria uma diminuição potencial muito grande de inflação e um ganho de produtividade enorme.. e isso tem grande potencial de melhorar a qualidade de vida do brasileiro médio, principalmente enquanto nossa educação média for boa, e ainda melhorar, e nós tivermos uma média salarial menor do que a dos europeus e americanos que investiriam aqui.. mão de obra qualificada e salários baixos é um diferencial atrativo do Brasil, mercado consumidor grande e parque produtivo dinâmico também...

E essa análise serve para todos os tratados.. o TTIP (Europa e EUA).. também foi declarado perda de oportunidade do Brasil.. risível.. o Brasil não foi convidado, nunca seria, não faz parte do grupo de interesse em questão..

Em relação ao ALCA.. assinar aquilo nos transformaria no México.. que agora está com medo do Tratado de Livre Comércio Transpacífico, mas que nada pode fazer.. porque sua economia depende dos EUA.

Em relação ao Tratado Aliança do Pacífico, já escrevemos sobre o mesmo.. países com características diferentes da nossa economia, sem parque industrial próprio.. eles podem admitir abrir mão de coisas que nós, brasileiros, não podemos.. procure nosso artigo sobre o tema em http://www.perspectivacritica.com.br/2013/07/mercosul-x-alianca-do-pacifico-verdade.html

Agora, sim... com todas essas informações, leitor e meu amigo Anderson de Oliveira, você, segundo o prisma do Blog Perspectiva Crítica, está apto a analisar esses e outros acordos de livre comércio, se interessam ou não ao Brasil. Você pode ver agora como a geo-política está mais presente nesses tratados de livre comércio do que a defesa da liberdade econômica (rsrsrs.. se é que isso existe nestes singelos termos). Você tem que ver se você quer ter parque industrial próprio, se pode vir a ter.. se quer expandir o parque próprio que você tem, internamente e externamente. Você tem que escolher se vai ser plataforma de exportação de outros países, e se acha bom ou infelizmente necessário que outros países ricos explorem sua mão-de-obra mais barata.. e talvez, quem sabe, seguindo esse raciocínio, você tem que decidir se seria até melhor incrementar esse diferencial que atrai países ricos ao seu país, diminuindo garantias trabalhistas e direitos previdenciários.

A outra forma é resolver se inserir autonomamente, defendendo seu mercado consumidor e parque produtivo próprio. Desenvolver acordos internacionais que criem oportunidades para a expansão da sua economia internamente e externamente, procurando simbiose, trocas em que um país fornece o que você não tem e admite receber o que você tem, de forma complementar. E que se houver conflito e concorrência, que esta seja honesta em situação de igualdade entre as empresas de seus países, para que prevaleça o melhor e não o mais forte. E que esse tratado não signifique que você perca a economia para estrangeiros e, aos poucos, a sua política também.. pois só assim você poderá manter autonomia para melhorar a qualidade de vida de sua população ao máximo, definido assim por brasileiros e não estrangeiros. Importante ver que, neste sentido, criar parcerias com grandes países de economias complementares (o BRICS) e instrumentos que financiem nossa produção e inserção de nossos produtos no comércio internacional (Banco do Brics), é muito correto, assim como defender tratados regionais que não somente unem comércio, mas povos, para implementarem políticas de complementariedade de infraestrutura e de defesa (Mercosul e Unasul). E tudo isso sem excluir novas hipóteses de negociações que não suplantem esses princípios de forma total, para não abdicarmos de um projeto nacional de inserção internacional. importante salientar que descumprimento de cláusulas essenciais por parceiros estratégicos deve gerar reavaliação do custo/benefício dos tratados.. Argentina furou o Mercosul, facilitando contra normas comuns do Mercosul, negócios e taxas com a China de forma a dever ser avaliada a liberdade de realização de tratados bilaterais dentro do Mercosul.. Venezuela viola a cláusula democrática... mas isto é outro papo.

Parodiando Cristovam Buarque em seminário em que palestrou nos EUA, "quando o mundo me tratar como cidadão do mundo, eu defenderei que a economia brasileira seja economia do mundo; mas enquanto o mundo me tratar como cidadão exclusivamente brasileiro, eu defenderei que o mercado de trabalho e o parque produtivo do Brasil seja só do Brasil".

E sobre a ferrovia transpacífica sino-brasileira? Nós tratamos do tema em http://www.perspectivacritica.com.br/2015/05/ferrovia-transoceanica-x-canal-do.html

Observem, o projeto é fantástico e autônomo.. assim como a criação dos BRICS, do Banco dos Brics.. o Tratado de Livre Comércio Transpacífico não está querendo obter vantagem com a ferrovia sino-brasileira, a nosso ver. Existe lógica própria na estratégia dos EUA em criar o TTP que é simplesmente: garantir uma base produtiva de baixo custo para suas empresas na Ásia, tentando diminuir a ascendência que a China está tendo na região e no mundo, em defesa da economia americana. Assim como tenta fortalecer seus laços econômicos e políticos com o Japão na Ásia, para que defendam juntos mercado consumidor e parque industrial contra os chineses, o mesmo foi feito com a Europa através do TTIP. Trata-se, portanto, de um reforço ao sempre presente tratado de Bretton Woods e ao Consenso de Washington em unir e proteger o grupo do Norte (cinturão de riqueza chamada de Trilateral) de atuais desafios e ameaças, mais especialmente o avanço da China, a qual também se organiza para disputar o mercado global com seus sócios, os BRICS. Eles têm o FMI e Banco Mundial? Os Brics têm o Banco dos Brics. Eles financiam pelo FMI e Banco Mundial a exportação de seus produtos para o mundo? Os Brics farão isso agora com o Banco dos Brics. Os EUA têm o Canal do Panamá? O Brasil e a China terão a Ferrovia Transoceânica.

A grande mídia não fala sobre isso, mas nas próximas décadas, veremos cada vez mais movimentos e embates entre esses dois grupos econômicos: Trilateral e Brics. Não duvido que haja um reflexo no TTP da ferrovia transoceânica, mas se os EUA pudessem até evitar que seus associados usem tal ferrovia e só exportem para a Europa via Canal do Panamá, eu não duvidaria que fariam essa imposição. E na medida em que possam sabotar economicamente essa obra, inclusive publicando opinião de especialistas no Brasil sobre a inviabilidade desta mega-obra, assim como já publicou que aqui não havia "uma gota de petróleo", assim o farão. Esperemos e constatemos.. rsrsrs.

É isso. Ser autônomo neste mundo é para poucos.. já que podemos, devemos exercer essa nossa autonomia e ser responsáveis e criativos para passar a estar na cúpula que rege, ao invés de admitirmos uma subserviência tão cultuada pela grande mídia e por alguns pensadores que acreditam que não tenhamos condições de almejarmos nada além de sermos satélites dos trilaterais e vivermos de suas "migalhas", aliás, literalmente tratado nestes termos em relatórios públicos que a Comissão Trilateral publicou nos EUA. Acesse, se encontrar no sebo, essa e mais informações deste tipo no livro "Trilateral" (Hugo Assman, Theotonio dos Santos e Noam Chonski são os autores) que teve uma edição no Brasil em 1979 e nenhuma mais. Depois da publicação de tal livro, as reuniões e relatórios da Comissão trilateral não foram mais publicadas.

p.s. de 26/10/2015 - texto revisado e ampliado.

sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Médico e Pesquisador da USP Renato Meneguelo afirma: Fosfoetanolamina funciona contra o câncer

Atenção!! Urgente a matéria!! O médico e pesquisador da USP, Renato Meneguelo declarou ao Jornal O Globo que a substância e seus efeitos positivos contra o câncer foram objeto de tese defendida em bancas universitárias, com efeitos comprovados de reverter melanomas, dando origem a vários artigos publicados em revistas internacionais sobre o tema. Ele está indignado com a postura da USP em desprestigiar os efeitos da substância.

É BOM, PORTANTO, DESTACAR QUE O PESQUISADOR RENATO MENEGUELO PUBLICOU SUA TESE SOBRE A FOSFOETALONAMINA E SEUS EFEITOS PARA TRATAMERNTO DE CÂNCER EM 2007 E FOI PUBLICADO EM REVISTAS INTERNACIONAIS SOBRE MEDICINA, CONFORME PUBLICADO NO ARTIGO DO JORNAL O GLOBO ON LINE DE 16/10/2015, ÀS 09:55, ATUALIZADO ÀS 13:05H, SOB O TÍTULO "Advogado obteve droga não testada para mãe com câncer". Olhe o trecho destacado:

" (...)Coordenador de estudos com a substância, o pesquisador aposentado Gilberto Chierice não foi encontrado pela equipe do GLOBO. O médico e pesquisador Renato Meneguelo, que estudou a fosfoetanolamina sintética na USP, revoltou-se com a posição da unidade:

— A gente fez um trabalho, defendeu em bancadas, e agora não tem comprovação? Publiquei a primeira tese que fala do composto em tumores e melanoma em 2007. Há trabalhos indexados em revistas internacionais dizendo que a fosfoetanolamina funciona em tumores." ".

Isso é grave!!!! Há o medicamento. A tese foi publicada pelo médico pesquisador, mas a USP renega, a Fiocruz não inicia o procedimento de pesquisa clínica e a Anvisa não libera o medicamento par uso na condição de medicamento experimental, que pode ser usado por conta e risco do paciente, após indicação médica e apresentação do doente em voluntariado para participar da experiência.

Enquanto isso, crianças e adultos morrem de câncer sem ter acesso a esta substância que já teve efeitos positivos provados em bancas universitárias e artigos publicados em revistas internacionais. Um absurdo e descalabro com a saúde pública!

A partir daqui, leitor, tire suas próprias conclusões sobre se deva a fosfoetalonamina ser liberada para uso como medicamento experimental ou não para pessoas (adultos e crianças, repito, crianças!!!!!!) em fase terminal de câncer.

p.s.: Obrigado Marcelo Alves por seu artigo mandado a mim para a ciência e análise sobre a questão, em especial sobre o artigo acima comentado sobre o advogado que obteve a fosfoetalonamina à sua mãe em fase terminal de câncer. A publicação da indignação do médico e pesquisador da USP é fantástico para provar que a decisão do STF foi correta. Você ajuda na deflagração da campanha do Blog Perspectiva Crítica pela liberação da substância fosfoetalonamina como medicamento experimental para todos os pacientes terminais de câncer. Todos os méritos também serão seus, no êxito desta empreitada. Todos os deméritos, no tanto, reservo exclusivamente ao Blog Perspectiva Crítica e a mim, pessoalmente, por tutelar esta demanda social. Muito obrigado a vocês. O Brasil, bem informado, é uma Suécia... só que melhor, porque, além de tudo, ainda será o Brasil!

Perguntas Complexas, Respostas Publcadas - A cura do câncer com fosfoetalonamina, lobby farmacêutico contra são mentiras?

Pessoal, estou aproveitando os ótimos comentários do leitor e recorrente comentarista do Blog Perspectiva Crítica, JotaEle, para publicar mais um "Perguntas Complexas, Respostas Publicadas".

Apesar de não ter efetuado uma pergunta, JotaEle deixou evidente que discordou da informação divulgada de que existiria "lobby das indústrias farmacêuticas contra a liberação do novo medicamento da USP contra o câncer", bem como entendeu melhor que houvesse mais testes antes de sua liberação, juntando a sua fala o endereço de dois artigos que discutem a eficácia da substância fosfoetanolamina no combate ao câncer.

Respondemos a seu comentário publicado hoje mesmo, 16/10/2015, na mesma data em que publicou sua crítica construtiva. Mas ficou tão bom o debate, o qual aumenta de importância diante da nota publicada pela USP negando efeitos do "medicamento", dizendo que não é medicamento, mas mera substância química encontrada pronta para venda em indústrias, e que não pode satisfazer todas as liminares de fornecimento de tais medicamentos, que achamos melhor trazer o debate a todos de forma mais direta através de publicação de artigo.

Assim, transcrevemos seu comentário ao nosso artigo publicado intitulado "USP descobre substância que pode revolucionar combate contra o câncer: FOSFOETANOLAMINA. STF e TJSP garantem liminares para o uso. Pedido aos leitores do Blog Perspectiva Crítica. Ajude você também. " e acessível na íntegra pelo endereço http://www.perspectivacritica.com.br/2015/10/usp-descobre-substancia-que-pode.html

Transcrição de JotaEle:

"Um argumento que é contrário à teoria da conspiração de que o lobby da indústria farmacêutica estaria impedindo a liberação desse novo remédio contra o câncer, é o de que no mundo anualmente surgem 14 milhões de novos casos de câncer, dos quais muitos pacientes morrerão e deixarão de ser "clientes" de outros medicamentos dessas empresas, logo seria do interesse delas que esse pacientes diagnosticados tivessem uma sobrevida maior. Além disso a indústria de medicamentos poderia licenciar (pagar royalties) a fosfoetanolamina e obter lucro também com a cura. Outro argumento é que geralmente essa indústria gosta de acelerar o processo de liberação de novos medicamentos mesmo que os testes não tenham tido resultados muito bons, às vezes escondendo ou minimizando efeitos colaterais graves. Portanto, apesar dessa substância ser promissora, mais estudos clínicos devem ser realizados para investigar a eficácia e a segurança dessa substância. Deve-se notar também que existe a remissão espontânea do câncer que muitas pessoas atribuem a milagres, mas é um fenômeno já bastante conhecido.

http://www.badscience.net/category/badpharma/ http://www.e-farsas.com/pesquisador-descobre-que-a-fosfoamina-cura-cancer-sera.html "

Nossa resposta:

"Grande JotaEle, recorrente comentarista do Blog Perspectiva Crítica. Observe, a não ser que o Ministério Público e a Polícia investigassem prova desse lobby, ou políticos e médicos abertamente dissessem que ele existe, ninguém vai comprovar a existência desse lobby. Mas em contatos com alguns médicos de renome em suas áreas e muito bem relacionados, que por motivos óbvios não serão relacionados, perguntados se esse lobby existiria, suas respostas são: "não duvido".

A indústria é uma indústria. Administradores querem lucros. O grande problema do seu raciocínio é que você não está considerando que a patente do novo remédio não será de nenhuma das indústrias atuais, a princípio. Portanto, se este medicamento novo realmente substituir o tratamento antigo, pode ser que muitas indústrias que ganham dinheiro com o tratamento atual vejam seus medicamentos e seus lucros substituídos pelo medicamento da USP e lucro para as empresas e instituições públicas e oficiais que o produzam e comercializem.

As indústrias querem sobrevida, mas com o uso de seus medicamentos e não com o de outras empresas. E isso não é teoria conspiratória, mas é a realidade dos fatos que já foi contada, por exemplo, em dois filmes americanos: "Clube de Compra Dallas", em que o lobby das indústrias farmacêuticas americanas que vendiam remédios para tratamento da AIDS, em 1980, barraram a produção e comercialização do AZT, obrigando a um senhor doente, o protagonista da estória, a contrabandeá-lo de forma a poder continuar tomando seu próprio medicamento e não morrer. Sua luta acabou sendo conhecida pela imprensa, o lobby foi vencido e o AZT, hoje, é comercializado em todo o mundo como um dos principais medicamentos do coquetel de tratamento da AIDS.

O outro filme é o "SOS SAUDE SICKO" do Michael Moore, que desvenda o lobby dos planos de saúde para acabar, em 1970, com o sistema de saúde público americano e transformar todos em pagantes de planos que têm departamentos inteiros que atuam para impedir que seus clientes possam usar os benefícios desses planos e, assim, aumentar seus lucros. Mas a linha mais próxima do nosso caso aqui é a do primeiro filme comentado.

"A indústria", como você diz, que "gostaria de acelerar o processo de liberação de novos medicamentos", não existe de forma única. São indústrias. Cada indústria, sim, gostaria de acelerar o processo de liberação de SEUS novos medicamentos. E se puder atrasar o do outro para que o seu prevaleça no mercado, tanto melhor. Enquanto o tratamento atual de câncer custa milhares e milhares de reais mensais, por pessoa, o medicamento novo da USP custa R$0.10 por comprimido e que substituiria todo essa aparato de agulhas, quatro a cinco frascos de medicamentos por sessão de quimioterapia, custo de altos instrumentos para radioterapia,... tudo que é custo aqui, colocado nessa perspectiva para o tratamento, chama-se lucro para as indústrias que os vendem. Esse lucro está em risco com o medicamento novo.

Mais estudos clínicos são benvindos... mas te pergunto: para uma pessoa em fase terminal, vamos dizer, da sua família, por exemplo (que Deus, a todos os seus e nossos, proteja), e a quem os médicos disseram não haver mais o que fazer e que poderá morrer em três meses ou seis meses... se essa pessoa quiser se submeter ao tratamento com o novo medicamento por própria conta e risco de sofrer os efeitos colaterais? Você negaria a ela essa última opção? Você diria a ela: "não, meu querido/minha querida.. enquanto não terminarem os "estudos clínicos (..) para investigar a eficácia e segurança dessa substância", é melhor que você aguarde, mesmo que talvez morra durante este período de espera.

Bem, JotaEle, eu não consigo ver a lógica nessa postura de querer se resguardar a saúde de quem está prestes a morrer... portanto, creio que o artigo está equilibrado, informativo, consoante com as informações que chegaram a mim e extremamente verdadeiro e realista.

A informação de que o lobby existe também foi passado explicitamente por uma ONG, a ONG ABC, em vídeo acessível no YouTube através da pesquisa do título: "Descoberta da cura do câncer - Ong ABC - Youtube". Apesar do título, o qual não podemos subscrever 100% , pois não é certo que esteja descoberta a cura do câncer, mas sim mais um medicamento que pode, sim, levar à cura e ao tratamento muito mais barato, rápido e com menos dor e problemas ao doente, esta Ong está na luta pelo conhecimento do medicamento e pelo acesso dos doentes de câncer a tal medicamento através de ações judiciais. Se eles mentem.. rsrsrs.. todos podem responder pelo crime de falsidade ideológica.. quero crer que não sejam tão inconsequentes assim.. mas quem sabe?

Mantenho, pois, todos os termos do artigo e agradeço a participação, pois suas dúvidas pode ser a de milhares de outros cidadãos.

Grande abraço!

E não deixe de considerar que para ocorrer a liberação do medicamento para uso de 800 pessoas, o STF e o Tribunal de Justiça de São Paulo verificaram provas nos autos do benefício do mesmo para as pessoas que pediram o seu uso. Leia a matéria da Exame.com, mencionada no artigo e a nota oficial da Fiocruz. O medicamento existe, teve efeito positivo em várias pessoas, teve acesso garantido por liminares judiciais.. vamos acelerar sua pesquisa e aprovação na Anvisa, nem que seja a título de medicamento experimental, por enquanto, para uso por conta e risco do paciente que não tiver mais chance com o tratamento convencional.

Venha para essa luta você também."

CONSIDERAÇÕES FINAIS DO BLOG PERSPECTIVA CRÍTICA SOBRE O TEMA

Pessoal, como já dissemos antes, o dever de um jornal, revista ou Blog é repassar a informação ao público o quanto antes tenha chegado a estes instrumentos e canais de mídia, após uma pesquisa mínima sobre a segurança das fontes de onde provieram as informações. A mídia não é a Polícia e nem o Judiciário. Os fatos em sociedade ocorrem e devem ser repassados e publicados com o exclusivo objetivo de criar o debate sobre o fato. As reais nuances sobre este fato divulgado vão tendo seus contornos delineados à medida em que mais informações surgem de várias outras fontes, inclusive, e muitas vezes principalmente, em reação às primeiras informações divulgadas pelos canais de mídia. Leiam o Código de Ética Jornalista publicada pelo Jornal O Globo em seu site. Aquilo é o procedimento com o qual concordamos que deva ser seguido em publicações jornalísticas.

Então, o objetivo das publicações é criar o debate para que, ao final de ampla discussão social, se chegue á verdade dos fatos sobre fatos políticos, econômicos e sociais de relevo para nossa sociedade. Isto ocorreu nesta hipótese e sobre vários aspectos da notícia que vinculamos. Se criamos a discussão para que se amplie o conhecimento sobre o fato, chegamos à nosso objetivo.

Grande abraço.

P.S.: É BOM DESTACAR QUE O PESQUISADOR RENATO MENEGUELO PUBLICOU SUA TESE SOBRE A FOSFOETALONAMINA E SEUS EFEITOS PARA TRATAMERNTO DE CÂNCER EM 2007 E FOI PUBLICADO EM REVISTAS INTERNACIONAIS SOBRE MEDICINA, CONFORME PUBLICADO NO ARTIGO DO JORNAL O GLOBO ON LINE DE 16/10/2015, ÀS 09:55, ATUALIZADO ÀS 13:05H, SOB O TÍTULO "Advogado obteve droga não testada para mãe com câncer". Olhe o trecho destacado:

" (...)Coordenador de estudos com a substância, o pesquisador aposentado Gilberto Chierice não foi encontrado pela equipe do GLOBO. O médico e pesquisador Renato Meneguelo, que estudou a fosfoetanolamina sintética na USP, revoltou-se com a posição da unidade:

— A gente fez um trabalho, defendeu em bancadas, e agora não tem comprovação? Publiquei a primeira tese que fala do composto em tumores e melanoma em 2007. Há trabalhos indexados em revistas internacionais dizendo que a fosfoetanolamina funciona em tumores."

quinta-feira, 15 de outubro de 2015

USP descobre substância que pode revolucionar combate contra o câncer: FOSFOETANOLAMINA. STF e TJSP garantem liminares para o uso. Pedido aos leitores do Blog Perspectiva Crítica. Ajude você também.

Prezado leitor,

A Faculdade de Química da USP descobriu que o produto FOSFOETALONAMINA tem efeito terapêutico extremamente eficiente sobre diversos tipos de câncer. Em artigo publicado na Revista on line EXAME.com, no dia 10/10/2015, às 11:30h, foi publicado o artigo intitulado "TJ libera entrega de cápsulas usadas contra o câncer", de autoria do jornalista José Maria Tomazela (Do Estadão Conteúdo), restou publicado que

"O Presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, José Renato Nalini, reconsiderou decisão anterior e liberou a distribuição de cápsulas da fosfoetalonamina sintética a cerca de 800 pacientes com câncer que possuem liminares para o uso da substância."

O mesmo artigo informa ainda que

"A decisão, publicada no site do TJ-SP nesta sexta-feira (09/10), foi tomada um dia depois de o Supremo Tribunal Federal (STF) ter liberado a substância para uma portadora de câncer do Rio de Janeiro"

Para ver o artigo na íntegra, acesse: http://exame2.com.br/mobile/brasil/noticias/tj-libera-entrega-de-capsulas-usadas-contra-o-cancer

Diante desse fato, e de que, em relatos em vídeos, em alguns casos pessoas em fase terminal recuperaram a rotina normal de vida em 18 dias, o Blog Perspectiva Crítica solicita que você, leitor do nosso Blog, encaminhe pedido expresso às autoridades competentes, em especial à Anvisa, USP, Conselho Nacional de Medicina (CNM), Conselho Regional de Medicina/RJ (CRM/RJ) e à Fiocruz, além de Vereadores, Deputados Estaduais, Deputados Federais e Senadores para que os procedimentos de testes para liberação do medicamento na Anvisa sejam reduzidos ao mínimo, ao menos para que seja o quanto antes liberado na condição de medicamento experimental, a ser usado por própria conta e risco do paciente com câncer.

A USP lançou nota em seu site dizendo que não pode atender a todos os pedidos de fornecimento da substância e que ainda não pode ser chamado de medicamento e nem garantir ter todos os efeitos positivos comprovados, naturalmente porque a pressão sobre ela é demais, financeira e, talvez, do lobby de indústria farmacêutica para impedir que um tratamento caro como o que ocorre com o câncer, hoje, venha a se tornar barato com a ingestão de alguns comprimidos. A indústria farmacêutica também investe em pesquisa na USP. Mas a Fiocruz também apresentou informação oficial dizendo que para liberar o "medicamento à base de fosfoetalonamina" precisa implementar testes clínicos e respeitar tramitações procedimentais regulares e comuns nesses casos.

Entretanto, milhares e milhares de crianças e adultos em todo o Brasil não podem simplesmente sofrer e morrer enquanto essas instituições decidem que procedimentos respeitar para liberar o medicamento. Como sempre o Judiciário toma a frente e garante direito à saúde e à vida aos cidadãos. Mas o você, caro leitor, assim como Deputados e Senadores que você acionar, pode participar dessa luta e entrar para a história como o uma pessoa que conseguiu, consoante provas de melhora da saúde de mais de 800 pessoas, as quais obtiveram decisão no STF e no TJ-SP para usar tal substância, a liberação do uso deste medicamento na CONDIÇÃO DE MEDICAMENTO EXPERIMENTAL A SER USADO POR PRÓPRIA CONTA E RISCO DO PACIENTE.

Esse medicamento, ainda não tratado como tal, pois não passou toda a tramitação de liberação de uso como medicamento, pode salvar a vida de milhares e milhares de adultos e crianças que sofrem e morrem hoje desta doença que é o verdadeiro mal do século.

Solicito, portanto, que você, leitor, defenda essa causa por todos os doentes de câncer do Brasil, incluído aí meu pai, Domingos Dias Gonçalves, para que todos tenham acesso, por sua própria conta e risco, a este medicamento e que todas as entidades envolvidas engendrem esforços para adaptar suas rotinas a entenderem e prescreverem tal medicamento, inicialmente sob condição de medicamento experimental, e, com o fim da tramitação regular de liberação de produção e comercialização do medicamento (hoje avaliado em R$0,10 por comprimido.. isso mesmo dez centavos de real por comprimido contra milhares de reais mensais do tratamento convencional), posteriormente como medicamento definitivo, que deverá fazer parte do arsenal farmacológico na luta contra o câncer em todo o País e, quiçá, enriquecer também a USP e a Fiocruz com o registro de patente e comercialização do medicamento por todo o mundo.

A liberação desse medicamento pode, ainda, se tiver o efeito que parece ter, revolucionar o tratamento de câncer, melhorar a vida das pessoas rapidamente e, ainda, tor5nar muito mais baratos os planos de saúde que hoje devem contar com a eventual despesa com o tratamento convencional, mas que poderá ser cobrada a rever planilha de custos caso o medicamento mais barato surta o efeito que parece que surte e possa realmente substituir muitos tratamentos convencionais e milionários de câncer hoje em uso e aplicados aos doentes com efeitos positivos já comprovados pelo tempo.

Peço sua luta já!

Eu e todos os amigos e familiares de pessoas doentes de câncer agradecemos.

Mário César Pacheco

Blogger do Blog Perspectiva Crítica

p.s.: Você também pode adaptar este artigo-carta e endereça-lo a seu político de confiança para que ele ajude nesta luta. Copie e cole à vontade. Grande Abraço.

p.s.2: Sobre a nota de esclarecimento da Fiocruz, acesse: http://portal.fiocruz.br/pt-br/content/fiocruz-esclarece-duvidas-sobre-suposto-medicamento-contra-o-cancer

p.s.3: Obrigado Amanda Barreiro, Ana Paula Paes Leme e Rafael Ruiz por seus artigos e vídeos mandados a mim para a ciência e análise sobre a questão. Vocês deflagraram a campanha do Blog Perspectiva Crítica pela liberação da substância fosfoetalonamina como medicamento experimental para todos os pacientes terminais de câncer. Todos os méritos também serão de vocês, no êxito desta empreitada. Todos os deméritos, no tanto, reservo exclusivamente ao Blog Perspectiva Crítica e a mim, pessoalmente, por tutelar esta demanda social. Muito obrigado a vocês três. O Brasil, bem informado, é uma Suécia... só que melhor, porque, além de tudo, ainda será o Brasil!

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Reais contornos da crise econômica no Brasil e no mundo - Outubro de 2015

Pessoal, convém, neste momento, fazer umas ponderações sobre os reais contornos da nossa atual crise econômica que chegou em 2015. Qual sua origem? É descolado do mercado mundial? Vai até quando? Em que grau de intensidade? Afetará o mercado de trabalho e imobiliário de que forma? Quais as medidas ideais para contorno do problema? Vamos tentar expor concisamente estas questões para que você tenha uma ideia melhor do que ocorre, sem o alarde da grande mídia que está induzindo em erro de percepção sobre estes fatores e temas.

Por que o dólar chegou a R$4,24 há duas semanas e agora está a R$3,82? Queda de 10% em duas semanas? Houve melhora de nossa economia em duas semanas? Não. O mercado exagerou na análise negativa do Brasil e recentemente ajustou.

Nosso risco passou de 400 pontos, tendo estado a 200 pontos em dezembro de 2014. Isso é razoável? Há maior risco de o Brasil não pagar sua dívida do que a Rússia que está em guerra (Ucrânia e Síria) e sofre embargo econômico? Ou do que o Líbano, que vive ao lado da guerra da Síria com o Estado Islâmico? Pois é, mas estes dois países estão com riscos classificados como menores do que o Brasil para pagamento de suas dívidas... Pô.. é difícil.

Então é importante ter frieza quando se está em momentos especulativos e sem razoabilidade, com o caos sendo vendendo por jornais da grande mídia, tanto para alimentar/explorar crise política quanto para vender jornal.

Como está o mundo? Não está bem, senhores e senhoras. Apesar de os jornais publicarem que só o Brasil é o patinho feio mundial e que deve ir à bancarrota (rsrs), a Inglaterra admite "leve desaceleração", as ações da empresa Glencore (grande negociadora de commodities) caíram 29% em um único pregão na bolsa de Londres (o que está sendo comparado com a quebra do Banco Lehman Brothers), os EUA não subirão seus juros e a China confirma tendência de queda do PIB com crescimento que talvez não ultrapasse 6%, menos do que o mercado previa. Europa continua com índices de desemprego em alta e com crescimento econômico pífio.

Observe estes artigos que pincei no Jornal do Commercio:

"BoE: economia passa por 'leve desaceleração' - (...) Os dados mais recentes mostram que a economia britânica perdeu força no terceiro trimestre, após se expandir em ritmo saudável no primeiro semestre do ano. (...) De acordo com a ata (do BoE, Banco Central da Inglaterra), a ligeira perda de força da economia britânica é um sinal normal de que o país está se aproximando do ponto de equilíbrio após a crise." (JCom, dias 9,10 e 11 de outubro, página A-4) - Comentário: Economia inglesa fraca, ainda não equilibrada depois de 7 anos de crise e juros mantidos em 0,5% ao ano.

"Federal Reserve - Ata decide por prudência sobre aumento de juros - Comitê Federal de Mercado Aberto dos Estados Unidos divide esperar por mais evidências de que a desaceleração global não está tirando economia local dos trilhos". (Jcom, dias 9, 10 e 11 de outubro, página A-4) - Comentário: Economia americana sem vigor suficiente que justifique aumento de juros e com receio de que os avanços obtidos até aqui na melhora de sua economia após crise que sofreu por 7 anos possam estar em risco diante da evidência da "desaceleração mundial". Mantido juros de 0,25% para inflação anual em torno de 2% ao ano.

"China adota padrão especial de dados do FMI - (...) A economia chinesa cresce no ritmo mais fraco em seis anos. Economistas e investidores mostram mais dúvidas sobre a confiabilidade dos dados econômicos do país." (JCom, dias 9, 10 e 11 de outubro, página A-4) - Comentário: China está apresentando queda econômica pior do que esperada e não deve crescer além de 6% este ano, quando já chegou a 11% há em torno de 5 anos atrás. O reflexo para o preço de commodities e para o Brasil é evidentemente negativo.

"A natureza especulativa e o colapso da Glencore - O tombo intradiário das ações da Glencore foi um dos maiores revezes já verificados na bolsa de Londres, em se tratando de uma companhia listada entre as cem que compõem o índice FTSE 100. Para efeito de comparação, na esteira do colapso do banco de investimentos norte-americano Lehman Brothers, em 2008, , evento que desencadeou o agravamento da crise financeira internacional, as ações do banco escocês (e seguradora) HBOS perderam 17% de valor em uma única sessão da bolsa londrina. (...) De acordo com o padrão recente, portanto, desvalorizações intradiárias de magnitude excepcionais, em companhias de grande envergadura, nas principais bolsas de valores do mundo - especialmente Nova York e Londres - têm servido para escancarar crises de maiores proporções, cujos epicentros estão invariavelmente nos setores representados pelas empresas em questão. Cabe ressaltar que a Glencore não é apenas um ícone do setor de commodities, estando ranqueada na revista Fortune Global 500 como a décima maior empresa do planeta em 2015. (...) O fato é que as perdas no valor de mercado da gigante das commodities exacerbaram o pior trimestre para ações no mundo desde 2011. Por sua vez, o fator que mais vem contribuindo para este estresse é a elevação dos temores ante o desaquecimento da economia chinesa, com suas prováveis consequências globais. O forte golpe nas ações da Glencore na segunda-feira (30/09/2015) levou o índice mundial de mineradoras da Bloomberg World Mining Index, por exemplo, ao menor patamar em setee anos e arrastou consigo, em menores proporções, praticamente todos os mercados acionários do planeta. Em contrapartida, desencadeou um aumento da procura de ativos considerados tradicionalmente mais seguros, como treasuries (títulos do Tesouro norte-americano)." (Jcom, 05 de outubro, página B-1, Coluna 'De olho no Mercado', do Paulo Guimarães) - Comentário: Grave fato na Bolsa de Londres, baseado em perspectiva negativa de crescimento mundial e em vista da fraca economia chinesa, criando presságio, conforme recentes padrões, de mais prejuízos e problemas econômicos globais e afetando o principal mercado do qual nos beneficiamos no Brasil: o de commodities. A queda de Glencore , segundo o jornalista, arrastou, "em menores proporções, praticamente todos os mercados acionários do planeta".

Diante disso tudo, amigos, pergunto: os problemas da economia brasileira são somente devido à "má administração petista"? Claro que não. É importante entendermos as causas da crise atual para podermos saber como debelá-la. Se cremos que o problema exclusivo é o governo, o foco de esforços será em tirá-lo do poder, achando que assim se resolve o problema econômico. Mas não é assim que a banda toca. Os jornais da grande mídia não estão te passando a real dimensão do que ocorre no mundo e por isso você fica lendo que toda a culpa de nossos problemas econômicos estão no governo. Isso prejudica sua visão sobre quais soluções adequadas devem ser adotadas.

Não é defender o governo (até porque esse governo está indefensável.. rsrsrs), é ser frio. A economia não é do governo, é nossa e assim devemos dar os reais contornos de nossa economia e ver o que pode ser feito. Nós já fizemos noas considerações sobre a evolução da economia durante o ano e as análises estão publicadas em artigos anteriores normalmente denominados "Análise Econômica - mês tal". Em resumo vamos colocar aqui o que ocorreu: o programa econômico do governo, durante a crise financeira mundial desde 2008, focou em medidas anticíclicas, para manter o mercado de trabalho e a economia girando. Obteve estrondoso êxito. Enquanto Europa e EUA sofreram horrores e tiveram recessão e grande índice de desemprego, o Brasil crescia acima da média deles e mantinha empregos em altos índices (ou desemprego nos mais baixos índices). Essas medidas eram calcadas em subsídios fiscais (que geram diminuição de arrecadação para o Estado), estímulo ao consumo (que geram gastos orçamentários com injeção de valores em bancos públicos), estímulo à produção (que geram gastos orçamentários com injeção de valores e bancos públicos, em especial no BNDES), estímulo à exportação de serviços (que geram gastos orçamentários e injeção de valores no BNDES, em especial para financiar a compra de serviços de engenharia de empresas brasileiras por países estrangeiros - Cuba, República Dominicana, outros países latinos e africanos) e estímulo à compra de moradias próprias e populares (gerando gastos orçamentários com injeção de valores através de bancos públicos, em especial a CEF). Este modelo, no entanto, terminou seus efeitos com o grande aumento do endividamento das famílias. E seu fim crasso ficou evidenciado em fins de 2014.

Na área de concessões de portos, rodovias, aeroportos e ferrovias? O governo não foi eficiente em efetuá-las. Mas qual o motivo? Porque estava defendendo uma política de baixa tarifa para os usuários, sem saber, por certo, qual o limite que o mercado aceitaria em sacrificar seus lucros. Lucro também é componente inflacionário, senhores, apesar de os jornais da grande mídia não o dizerem. Se o governo obtém êxito, além de enriquecer o cidadão, que pagaria menos tarifas, também contribuiria para queda do custo Brasil e para a diminuição da inflação. Bem, não houve tanto êxito assim. E a queda de valores da energia elétrica, com base em renegociação de continuidade de concessões que se expiravam, em bases defensáveis, terminou inviável por falta de chuva (a maior seca em 89 anos). Essa seca também prejudicou a agricultura e elevou preços em supermercados, aumentando inflação.

O atraso da oferta de leilões de petróleo também tem uma razão, aliás duas. Depois do embate fratricida sobre royalties de petróleo, em que de 3 a 11 produtores de petróleo perderiam arrecadação (compensação financeira com base no artigo 20 da CF/88) para 24 a 16 Estados não produtores e/ou baixos produtores (dos 11 produtores somente 3 eram grandes produtores - RJ, ES e SP - e a alteração na regra de royalties beneficiava os 8 pequenos produtores além dos Estados não produtores), Lula tinha de arrumar uma saída. Arrumou: achar petróleo nos outros Estados não produtores. Obrigou a Petrobrás a acelerar as pesquisas em bacias no Sul, Norte e Nordeste. Isso tomou tempo. Antes de leiloar as gigantescas reservas do pré-sal, leiloou 311 blocos no Norte, Nordeste e Sul. Tudo foi adquirido. O Brasil, de três grandes produtores, passou a contar com 14 produtores, maioria no país de 27 Estados. Fim do fratricídio de royalties. Aí então iniciou o leilão de pré-sal. Com o erro de exigir que a Petrobrás ficasse com 30% de tudo, o que pressionava demais suas contas. A Petrobrás pôs muitas de suas fichas no pré-sal, então. Petróleo farto, com baixo risco exploratório e de qualidade (petróleo leve). Então, o atraso dos leilões de blocos de petróleo teve razão equilibrada.

Mas naquele momento não havia uma manipulação do preço mundial de petróleo pelos árabes e o preço girava em torno de 100 dólares. E também não tinha Operação Lava Jato, e a credibilidade da Petrobrás era total em todo o mundo. Hoje, o preço do petróleo é de 53 dólares o barril Brent e já foi de 42 dólares, o que inviabilizaria a exploração do pré-sal. A descoberta de esquemas de corrupção graves dentro da empresa, beneficiando a base parlamentar e partidária do governo e que o apoiava gerou crise sem tamanho. Os dois fatos ao mesmo tempo. Hoje a Petrobrás está em situação difícil, mas que mudará da água para o vinho se o valor do petróleo voltar a 100 dólares, e até se ficar em 60 dólares. Mas isso depende de aumento do crescimento mundial e aumento da demanda por petróleo.

Então, vejam. O crescimento mundial, como vimos, não está ocorrendo. Nossa economia esteve protegida até aqui por medidas anticíclicas, mas que se esgotaram. Aliado a isso, temos um pagamento de juros à taxa de 14,25%. São R$338 bilhões pagos de janeiro a agosto de 2015, segundo o artigo de Paulo Guimarães publicado no Jornal do Commercio sobre a Glencore que disse que "este montante corresponde a 6% do PIB" e que "neste ritmo, o País caminha para chegar ao fim do ano com quase 10% do PIB gastos com serviço da dívida pública, ou seja, R$500 bilhões". Ele ainda continua: "Há ainda um agravante para este panorama soturno: a disparada do dólar, que alimenta ainda a inflação, bem como eleva a parte da dívida denominada em moeda estrangeira (tanto do País como de empresas) e, consequentemente, empurra as taxas de juros para as alturas".

Bem, o dólar subiu, portanto, somente por causa da Dilma? Isso é que eu quero que você veja. Houve um fator especulativo, sim. E ele teve motivação também na crise política. Mas é isso? Não. Quais os dois itens que mais subiram esse ano e elevaram a inflação? Petróleo (50%) e energia elétrica (50%). O governo teve culpa neste aumento? Em parte sim, mas não teve culpa da manipulação de preço do petróleo, da maior seca do Brasil em 89 anos e nem da queda do crescimento econômico mundial. Então, o mundo não está para peixe. Esquecendo as questões de corrupção, que a Justiça está corrigindo com a ajuda da Polícia Federal e do Ministério Público, vejam, ninguém da área privada está ajudando nisso, exceto os jornais que publicam o que a Polícia, o Ministério Público e o Judiciário fazem, houve ainda erros do governo na insistência em manter grandes investimentos no Programa Minha Casa, Minha Vida, o que junto com os sucessivos aumentos de limites de uso de FGTS para compra de casa própria, continuaram a bolha imobiliária iniciada no Brasil no ano de 2008/2009, quando os fundos estrangeiros que perdiam dinheiro nas economias maduras em crise vieram aplicar seus recursos em imóveis nos países emergentes, inclusive nós. Já havíamos dito que a volta do crescimento mundial aniquilaria esta pressão de compra de imóveis e é o que está ocorrendo... á medida em que a economia mundial melhora, os preços dos imóveis no Brasil se corrigem.

E agora? Agora, senhores há coisas a fazer e coisas a esperar. A fazer: o Brasil pode liberar de uma vez mais de 300 bilhões de reais para seu orçamento deficitário em virtude da crise política, orçamentária e econômica de 2014/2015. Como? Suspendendo os benefícios fiscais de mais de 150 bilhões de reais que já não ajudam a economia, pois não há que compre os produtos vendidos pelas indústrias internamente; e ajustando a política monetária burra que paga 5% de juros reais enquanto nos EUA e Europa os juros reais são negativos, diminuindo o juros para 10%, com economia de outros R$150 bilhões de reais, compensando essa medida com aumento do depósito compulsório de 5,5% para 20%. Aumento de depósito compulsório controla inflação, como é feito na China, mas não gera aumento de dívida pública ou de despesa orçamentária. Todas as outras medidas de correção de condições de liberação de valores da seguridade social, ajustar juros e taxas de operações financeiras e de investimentos na produção e com uso de fundos públicos, impedir a imediata correção de correção de aposentadorias em face do salário mínimo, tudo isso é importante. Mas somente aquelas duas medidas já resolveriam o problema. E eu adicionaria outra: regulamentar o imposto sobre grandes fortunas (a partir de 50 milhões de reais). Já escrevemos sobre isso.. o potencial alavancador da economia através de contratação de seguros de vida privados é enorme e ajuda muito a economia americana, e disponibiliza valores altíssimos na economia americana. A esperar: há que se esperar voltar o crescimento mundial e natural aumento da demanda por commodities, além do pagamento pelas famílias brasileiras de suas dívidas recém contraídas para aquisição de carros e imóveis para que resgatem a capacidade de comprar e aumentar a demanda do mercado interno, hoje parada.

A aceleração de deflagração de concessões de portos, aeroportos, rodovias, ferrovias e hidrovias, construção de pontes, arcos rodoviários, investimento em infraestrutura também alavancará o investimento. Isto já está em curso. Demorou? Muito. Mas também por conta de análises do TCU e de institutos de meio ambiente para a liberação das áreas e dos editais de concessão que tiveram de ser adaptados para aumentar o retorno dos investidores, já que a política anterior de modicidade tarifária demonstrou que é mais limitadora da participação de investidores e no momento não podemos perder tempo. O trabalho do TCU e dos institutos de proteção ambiental e do Ministério Público, além da criação de projetos de infraestrutura seriam mais rápidos se houvesse mais servidores nessas áreas... ninguém fala do prejuízo à economia da falta de servidores para criação e análise de projetos de infraestrutura e sua regularidade consoante exigências legais, contábeis e ambientais.

Há, ainda, o fato de que o Banco dos Brics iniciará atividades em 2016. E outros Bancos multilaterais de fomento ao comércio e desenvolvimento também estão se oferecendo para financiar atividades empresariais e investimentos aqui, em especial em infraestrutura. A China também demonstra interesse em investir aqui. Emprestou recentemente 2 bilhões de dólares à Petrobrás e pretende criar a ferrovia que ligará o Atlântico ao Pacífico.

Então, senhores e senhoras. O mundo está mal. Nós estamos em período de ajustes. Enquanto os EUA e Europa sofreram desde 2008 recessão e desemprego, estamos começando a ver isso aqui hoje, desde janeiro de 2015. Ao que tudo indica, 2016 será fraco, mas não será pior do que 2015, será melhor. O índice de inflação de 2015 ficará entre 8,5% e 10%, mas 2016 ficará em torno de 5,5%. Isso é descontrole? Isso é tangenciar ou flertar com a hiperinflação, como já vi colunistas econômicos escreverem? Que hiperinflação é esta que cai 40% de um ano pro outro? Rsrsrs.

Mas tudo seria melhor e mais rápido se se cortassem os subsídios, adequassem o controle inflacionário (menos juros e mais depósito compulsório) e regulamentassem o imposto sobre grandes fortunas. Essa é a saída mais rápida, além de todas as demais medidas que já estão sendo tomadas. Talvez com a decisão do STF em tornar proibida a doação de empresas a campanhas políticas o interesse público comece a prevalecer sobre o interesse exclusivo das empresas e bancos. Aí as medidas acima serão possíveis. Há que se respeitar a liberdade econômica e de mercado, mas não precisa se entregar o governo ao mercado.

Em relação aos imóveis, mais uma vez. Está ocorrendo a correção. Muitos dizem que em 2016 a queda será muito maior. Como já há queda de 30 a 40% no valor de imóveis (não no Leblon e Ipanema, claro.. ainda), se o ano que vem ficar pior, teremos então a correção final chegando a 50% do valor dos imóveis. Isso foi apontado como o ideal em 2012 por uma consultoria norte-americana. Ela apontava sobrepreço de 50% nos imóveis aqui em tal ano. Chamamos atenção que o mercado brasileiro normalmente tem períodos curtos de correção em ativos. E, portanto, para quem não acredita numa queda abrupta do mercado de forma avassaladora, pode ser que de agora ao terceiro trimestre de 2016 seja um dos melhores momentos para negociar e adquirir imóveis. Há que se acompanhar. O fato é que a bolha imobiliária está se esvaziando e ninguém pode prever quando será o fundo e quando se reverterá. Os dados são: abaixo de 50% o valor dos imóveis em 2013/2014 estará bom para compra, estará corrigida a bolha. Daí para baixo é perda de valores pra o proprietário e ótimo negócio para quem comprar. Mas quem manda é o mercado. Estamos acompanhando.

Grande abraço..

p.s.: Texto revisado e ampliado.

sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Operação Zelotes, MP 471, 36 milhões, Lula e seu filho - o Fim do PT?

Senhores e senhoras, gravíssima a informação que vou publicar: a Polícia Federal, durante investigações da Operação Zelotes, que desbarata a corrupção no Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais), esbarrou com um email que terminou por se transformar no indício de que a expedição da MP 471, durante o governo Lula, no ano de 2009, se deu mediante pagamento de 36 milhões de reais por montadoras de carro a um consórcio de advogados, tendo sido mencionado que parte de tais valores teriam chegado ao filho de Lula. Isto foi publicado ontem, 1º/10/2015, no Jornal da Band, entre 19:30h e 20:00h.

Antes de publicar isto neste Blog, aguardamos a publicação em outros jornais televisivos e escritos, mas nada foi publicado até agora, ao menos no que pudemos ver no Jornal Nacional de 1º/10/2015, às 20:30h, no jornal televisivo Bom Dia Brasil, às 07:00h, na Globo News, às 07:00h, e nem no jornal escrito O Globo, edição de 02/10/2015. Nada foi publicado sobre este mesmo fato em nenhum desses jornais. Entretanto a notícia foi tão grave que estamos publicando aqui, sob a condição de matéria ainda não totalmente publicada em sociedade e portanto não confirmadade suficientemente por este Blog. Vamos analisar rapidamente este fato ainda nõa devidamente publicado à sociedade e ainda não confirmado suficientemente para adquirir a condição de fato incontroverso. Estamos deixando clara esta condição porque a notícia é muito grave e convém responsabilidade e respeito ao princípio de presunção de inocência dos envolvidos.

A MP 471 estendia isenção fiscal a montadoras de carros, em 2009, com o objetivo de manter uma das medidas anticíclicas do governo Lula para combater o risco de crise no Brasil que era criado pela crise financeira internacional eclodida em 2008. Segundo o Jornal da Band de 1º/10/2015, durante a investigação da Operação Zelotes, em computadores apreendidos na casa de um investigado, a Polícia Federal esbarrou com uma mensagem de email em que eram cobrados U$1,5 milhão referente à negociação do pagamento de 36 milhões de reais pela expedição de tal Medida Provisória.

Segundo a reportagem, duas montadoras de automóveis, cujo nome não publicaremos ainda, pagaram R$36 milhões pela expedição de tal medida provisória que garantia isenção às montadoras no valor de R$1 bilhão. O valor teria chegado, segundo a reportagem, ao filho de Lula e a um consórcio de advogados ligados aos negociadores que obteriam a expedição da MP 471. Esta declaração era a única que não era acompanhada de demonstração de documentos, o que pode ser indício de mera informação sem base fática.

O que reforça a idéia de que tudo isso pode ser verdade é o recente pedido da Polícia Federal ao Supremo Tribunal Federal para poder intimar o ex-Presidente Lula a depor em investigações, fato já muito publicado no próprio Jornal O Globo. Ninguém sabe ainda o que está sendo investigado que precisa de depoimento do ex-presidente Lula. Pode ter conexão com esta informação publicada ontem pelo Jornal da Band. Não podemos ainda confirmar.

Se isso for real, se houve esta compra de expedição da MP 471, durante o governo Lula e se tais valores chegaram em conta de seu filho, a situação do PT fica muito grave pois seria uma prova de uma Norma Primária, uma Medida Provisória diretamente comprada por empresas do governo Lula. E eventual comprovação de que tais valores chegaram ao filho do Lula, declaração que não foi acompanhada de prova escrita na matéria da reportagem, como ocorreu com o email mencionado, começa a aparentar o envolvimento direto de Lula e talvez por isso e para esclarecer esses fatos é que a Polícia Federal tenha pedido autorização ao STF para pedir depoimento de Lula; pedido, aliás, que foi aceito e autorizado pelo STF. Estamos somente pasmos de que nada mais foi publicado até o momento. Se a imagem ainda positiva de Lula para o povo brasileiro for desconstituída, o PT pode estar ferido de morte nacionalmente.

Tudo o que foi publicado até agora, inclusive sobre tráfico de influência internacional para Odebrecht e tal, não foi acompanhado de fatos publicados que, segundo nossa leitura, incriminassem Lula. O Presidente da República tem sim que fazer propaganda de empresa brasileira no exterior, como Bush fez pela venda de F-16 ao Brasil, como Clinton fez pela Raytheon para o Sivam no Brasil, como o presidente francês fez pelo Rafale na licitação do Programa FX2 de renovação de caças da Aeronáutica. O que não pode é, por conta disso, as empresas beneficiadas pelo "lobby" da Presidência da República gerar algum benefício em obras de imóveis do Presidente da República ou depósitos em dinheiro para o mesmo, políticos envolvidos e, inclusive, o filho do Presidente.

Nada está provado ainda. Mas começam a aparecer elementos com indícios aparentes de coesão sobre malfeitos no Governo Lula. Este Blog mesmo já defendeu várias vezes os ataques sem provas a Lula e ao PT pela mídia conservadora, mas a notícia publicada ontem no Jornal da Band, aliado ao fato de vários políticos do PT terem sido beneficiados com uma obra em imóvel que estava com problemas de término de construção, em que vários políticos do PT tinham propriedade, aliado ao pedido de autorização de depoimento de Lula, pagamento de 36 milhões de reais para expedição de MP 471... ficamos preocupados com estes fatos e reconhecemos que se a Polícia Federal conseguir alinhar todos estes fatos a imagem do PT, já no fim do poço, pode afundar de vez, no caso de a imagem de Lula, como não envolvido em todo o elameamento do seu partido, for realmente atingida.

Esperamos que a Polícia Federal, que já tanto fez pelo País e contra a corrupção, termine logo essas investigações e que tais conclusões sejam logo publicadas à sociedade para que estes fatos sejam elucidados a bem ou mal de Lula, mas a bem da Justiça. Sinceramente esperamos que Lula seja inocente, porque a população brasileira não merece mais essa decepção, mas se não for, que seja punido como qualquer um em nossa sociedade, pois assim é a democracia. Se for inocente, entretanto, desejamos que haja tanta publicação sobre o fato como há para o denegrir, porque isto também seria justo.

Mas uma coisa é certa: acabada a imagem de Lula, acabará o PT em nível nacional.

p.s. de 02/10/2015 - Notícia confirmada em publicação ontem do Estadão. Acesse: http://politica.estadao.com.br/noticias/geral,documentos-apontam-que-mp-editada-na-gestao-lula-foi-comprada-por-lobby,1772249

p.s. de 05/10/2015 - Notícia confirmada também no Jornal O Globo de 02/10/2015, na página 08. Este artigo do Blog foi escrito antes da leitura completa do Jornal, tendo sido somente verificado a Manchete e uma passada geral pelas páginas, não tendo sido notado o artigo no fim da página 08, intitulado "Oposição pede investigação sobre MP", em função da pressa em publicar logo a notícia.

terça-feira, 29 de setembro de 2015

Crítica ao artigo "Socialismo de porta de cadeia", de Guilherme Fiúza

Senhores e senhoras, no dia 26/09/2015, na página 18 do Jornal O Globo, foi publicado o artigo intitulado "Socialismo de Porta de cadeia", em que o seu autor, Guilherme Fiúza, vocifera como demagógico o PT ter adotado a postura de ficar contra a doação de empresas a campanhas políticas. Ele deixa evidente que acha uma contradição o PT "todo melecado de pixulecos de variados calibres, no centro de uma orgia bilionária onde inventou a propina oficial com doações eleitorais de empresas, propondo o fim das ... doações eleitorais de empresas". Eu pergunto: sim, e daí?

Se um partido que desviou verbas para campanha política, e que também recebeu verbas de forma legal, como todos os demais, resolveu acabar com a causa do turbilhão de desvios de interesse público e de verba pública e privada que é a consequência da liberdade de empresas, que não têm consciência política, poderem doar para campanhas políticas, qual o problema?

Mas fiquei preocupado com os demais termos do artigo. Em todo o artigo o jornalista não diz se é contra ou a favor da doação de empresas para campanhas políticas, mas o tom odioso contra o ato do PT (Parlamentares e o veto prometido de Dilma) que impede doações de empresas para campanhas políticas, na mesma linha do que defendeu o STF, me dá margens para afirmar que o artigo pareceu uma defesa de tais doações.

Veja este trecho: "Boa parte das democracias no mundo permite a doação eleitoral de empresas. E também há várias que não permitem. Evidentemente o problema não é esse." Eu pergunto a você, leitor. A doação de empresas a campanhas políticas não é um problema para a democracia brasileira? Ele só pode estar de brincadeira... Sem essas doações não teriam Mensalão e nem Petrolão. Os partidos políticos viraram catadores de dinheiro para pagamento de suas dívidas de campanha.

É claro que as doações de campanhas são um mercado de bilhões de reais para o marketing político.. mas antes fosse só isso. As doações de campanha são uma excrecência em nossa democracia. Se o objetivo de um apoio declarado a um partido é ajudar uma tese de governo a chegar ao Poder, como contribui para esse processo político a doação de uma empresa? Que consciência política ela tem? E por que doam aos partidos de oposição e situação ao mesmo tempo? Todos sabem. Porque querem ficar próximos ao Poder para exercerem influências com base em seus interesses comerciais e econômicos. Mas isso contribui para a democracia? Democracia significa "governo do, para e pelo povo". Como a doação de empresas e sua influência diretamente no governo e nos partidos, financiando-os, tornando-os seus devedores, e exigindo o pagamento, ou seja, assenhoreando-se de partidos e políticos, ajuda a democracia, o governo do povo, pelo povo e para o povo?

Não somos contra o lobby exercido licitamente, através de advogados, lobbistas e representantes de empresas indo ao governo, a parlamentares e a partidos querendo chamar a atenção para seus interesses econômicos, que deverão ser ponderados com outros interesses públicos para que esses parlamentares, partidos e o governo adequem suas ações para englobar também os interesses das empresas em plataformas políticas e de governo.. mas deixar que o capital simplesmente se faça livre no processo eleitoral é apequenar o debate de idéias (o dinheiro compra campanhas de marketing milionário e o debate direto de idéias se perde - quem ganhou a eleição última: Dilma ou João Santana?), é escravizar os partidos e políticos às empresas, em especial multibilionárias, que os financiam e é submeter o interesse público ao interesse desse capital, pois muito poucos deixam de mudar seus votos em plenário se houver pedido em sentido oposto de seus financiadores.

E parece que todos esqueceram que recentemente os valores públicos destinados ao Fundo Partidário triplicaram: de 350 milhões para quase 900 (novecentos) milhões de reais. Quer dizer, além de obterem os partidos o triplo de valores públicos pra se manterem, ainda querem dinheiro de empresas para quê?

E ainda pergunto: se parte das democracias do mundo permite a doação eleitoral e muitos não permitem, por que temos de ficar do lado dos que permitem, se estão errados, como o Supremo Tribunal Federal deixou claro em seus votos e acórdão?

Os políticos, uma boa parte mas não todos, graças a Deus, estão desesperados. Apresentaram uma PEC para que retornem as doações, assim que o STF as declarou inconstitucionais. Dilma disse que vetará, se aprovada. Parlamentares do PT, PC do B, PSB e PDT, conforme artigo "Doação de empresa: oposição contra PEC", publicado em 29/09/2015, na página 6 do Jornal O Globo, são contra a aprovação da PEC das doações de empresas. Bom. O PSDB e DEM tentam manobra para impedir que a PEC seja votada antes desta sexta-feira, inviabilizando discussões sobre se prevalece ou não a decisão do STF para as campanhas de 2016. Muito bom.

Senhores e senhoras, aqui temos um dos poucos temas em que não cabem meias palavras: quem defende a PEC de doações de empresas para campanha é a favor do crime e da corrupção na política brasileira e, muito provavelmente, não é capaz de manter-se com votos sem participar desta relação torpe entre política e acesso a verbas de empresas a campanhas. Você acha que os melhores políticos estão preocupados com a perda de financiamento de empresas a suas campanhas? Claro que não. Eles se garantem em suas posturas, seus ideais e suas ideias que professam a seus eleitores. Você imagina Heloísa Helena, Marina da Silva, Rondolfo Rodrigues, Alessandro Molon, Eliomar Coelho, Nílton Salomão, Jandhira Feghali, Cristovam Buarque, Requião, Paulo Paim, Aécio Neves, Marcelo Freixo, Francisco Dornelles, qualquer político que preste chorando porque não terá dinheiro de empresas na próxima eleição? Eles querem é igualdade de condições porque confiam que persuadirão o eleitor com suas idéias. Agora, e os vagabundos? Você acha que eles chorarão? Sim, com certeza, porque é esse dinheiro que os mantém na política. Por seu utilitarismo ao capital que serve e porque com dinheiro em campanha ele, o político medíocre, não precisa se expor, competir, falar e nem convencer ninguém. Ele só aparece em filmes, musiquinhas, panfletos e shows bancados pelo capital e assim ganha notoriedade.

O fim das doações de empresas a campanhas políticas limpa nosso processo eleitoral, acaba com grande parte da causa de corrupção eleitoral, dos roubos e desvios de verbas públicas para pagamento de dívidas de campanhas, coloca os candidatos em pé de igualdade num coliseu de debate de ideias, ao invés de continuarmos com a guerra entre marqueteiros políticos e a imagem que criam para suas criaturas e livramos os partidos e parlamentares das garras do capital e das empresas que os financiam para que pensem somente, ou majoritariamente, no interesse público ao fazerem plataformas políticas, ao fazerem leis e ao fazerem plataformas de governo.

Anote: quem falar contra a decisão do STF, quem falar a favor da PEC de Doação de Empresas a campanhas políticas, quem defender que empresas que não têm consciência política participem do processo eleitoral, ou tem grande deturpação de visão do processo democrático ou recebe valores para exercer essa defesa e tem interesse na perpetuação de uma prática nefasta que, a continuar, pode chegar ao ponto de nos transformar nos EUA, uma oligarquia empresarial que há muito consumiu aquilo que era uma antiga democracia. Continuar com doações de empresas a campanhas políticas é continuar com a corrupção em muitos níveis que tais doações obviamente criam; é submeter o processo eleitoral e a liberdade dos partidos e dos parlamentares. Com o perdão à posição dos únicos três ministros do STF que defenderam a continuidade das doações de empresas a campanhas políticas, dentre os quais, incrivelmente o Ministro Celso de Mello, uma pena.. os demais oito Ministros é que estão corretos. E com esta decisão do STF proclamada, quem luta contra é naturalmente um corrupto e corruptor do nosso processo eleitoral.