quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Baixa da energia elétrica compensa aumentos de gasolina e tarifas de ônibus, diz Flávia Oliveira

Veja um exemplo de porque elogio a jornalista Flávia Oliveira do Jornal O Globo. Ela, em sua coluna, é mais equilibrada, neutra e informativa do que a Miriam, por exemplo, que é mais parcial e indutiva.

No Jornal o Globo de hoje, 31/01/2013, à fl. 28, o artigo principal de sua coluna "Queda da energia anularia até alta de passagens", ela informa o que até agora, depois de outros analistas e jornalistas menos comprometidos com a verdade jornalística e mais com a verdade editorial, ninguém informou e que muito interessa: a queda da tarifa de energia elétrica foi tão forte que compensará o impacto inflacionário do aumento de passagens de ônibus em todo o País e ainda do aumento da gasolina.

Esse era o objetivo da medida governamental. E o objetivo será alcançado.O impacto do aumento das passagens de ônibus sobre a inflação, segundo Flávia, seria de 0,35 ponto percentual e a alta da gasolina 0,17 no IPCA, mas a queda da energia terá impacto de 0,58 negativos, aliviando a inflação de fevereiro.

Some-se a isso a queda de preço de produtos agropecuários em 1,96%, também informado por Flávia, e a queda do dólar e estou muito curioso para ver os índices de inflação de janeiro e fevereiro de 2013, e especial fevereiro. Não se esqueçam, o IPCA mensal deve ficar em 0,45% para nos oferecer inflação de fim de ano em 5%  a 5,5%. Altas mensais, no curso de 2013, devem ter índice em outro mês inferior a 0,45% para manter a média.

Restaurada a informação verdadeira à sociedade, que mais cedo ou mais tarde a grande mídia tem que publicar para não ficar desacreditada, falta ainda o debate prospectivo sobre bônus da medida de baixa de energia para possível aumento do PIB, para certo ganho de competitividade e para provável ganho de arrecadação.

Não houve publicação dessas projeções ainda. E creio que não haverá, caso não seja através do governo, pois a grande mídia não ia sair botando azeitona na empadinha do governo em ano anterior ao ano eleitoral, apesar de dever dar notícias reais à sociedade.

Mas há um jeito. Se essas projeções fossem publicadas pelo IPEA ou Ministério da Economia, a grande mídia seria obrigada a publicá-las. E assim iríamos discutindo e conferindo efeitos positivos (sobre a sociedade e inflação e emprego) ou negativos ( sobre o orçamento e inflação e emprego) da medida ousada de diminuição da tarifa de energia elétrica.

Também deveria ser declarado o nível de lucro das geradoras e distribuidoras antes e depois da queda de energia elétrica e comparar com o nível de lucro das suas correspoondentes no exterior.

Isso seria um debate sério em torno das medidas de baixa das tarifas de energia elétrica no Brasil. Porque a mídia não faz isso? Ou é falta de competência (difícil de acreditar) ou é por falta de interesse. Mas se a sociedade tem interesse nessas informações, como a mídia não teria interesse em publicá-las? Resposta única: pois seu interesse seria diferente do da sociedade.

A falta dessa abordagem como sugiro é mais um exemplo de que a mídia tem seus próprios interesses em abordar fatos de determinada maneira para enaltecer uma perspectiva sobre a realidade. No caso, a mídia aparenta, a mim, querer diminuir feitos do governo para lançar e fortalecer o lançamento de seu candidato do PSDB.

Isso não deveria ser a preocupação da mídia. A mídia deveria informar neutramente e os grupos políticos que se virassem com as informações para demonstrar à sociedade erros de governo e melhores propostas à sociedade.

É duro. Mas é a verdade.

De qualquer sorte, a publicação da Flávia Oliveira vai no sentido de informar a sociedade de asssuntos reais e importantes para sociedade. Resgata um pouco da dívida da mídia conosco e eleva o nível (ou compensa) baixo de abordagem pelo próprio Jornla O globo sobre o tema Baixa da Energia Elétrica no Brasil.

Parabéns a ela e a edição por deixar ocorrer a publicação, a qual dentro do Jornal e com abordagem técnica não tem grande potencial impactante de informação à sociedade como as manchetes desinformativas que o jornal publica, mas já é algo.

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Ranking dos Proprietários do Brasil - divulgado no Blog do Noblat

Pessoal, quero alertá-los sobre um ranking de 397 empresas com ramificações societárias em outras empresas do país que está sendo alardeado como algo fantástico, no qual não vejo nada de fantástico.

O acesso ao site, fazendo uma propaganda a contragosto (pois acho que o trabalho dos rapazes pode ser honesto, bem intencionado e árduo, mas não mostra ranking real de proprietários do Brasil coisa nenhuma), é http://www.proprietariosdobrasil.org.br/index.php/pt-br/

O Blog do Noblat publicaou e você pode ter acesso pelo seguinte endereço: http://oglobo.globo.com/pais/noblat/posts/2013/01/29/os-verdadeiros-proprietarios-do-brasil-por-carlos-tautz-484242.asp

Com certeza o cruzamento de dados societários deve ter dado o maior trabalhão, partindo do pressuposto de que fizeram tudo direito e de que verificaram grande parte das empresas brasileiras de peso. Ao ver o resultado (ranking dos proprietários do Brasil), eu não li sequer o método. Está presente a Companhia de Esgoto da Paraíba e várias empresas desconhecidas. o número um não aparece, mas o segundo maior "proprietário do Brasil" é apontado como a PREVI. O grupo Jereissati, que todos sabem que é um cacique do PSDB do Ceará, também é mencionado. Mas a Rede Globo de Televisão, por exemplo, nem consta. Não consta porque é sociedade de capital fechado e alguém vai dizer que não tem domínimo sob os acontecimentos no Brasil ou influência?

Então vejam, a pesquisa dos rapazes é interessante, mas para mim indicou quem mais investe no País e somente entre as empresas de capital aberto que podem ter seus grupos societários facilmente analisados. Foi uma lista de quem joga aberto e é fiscalizado pela CVM. Isso não é ranking de proprietário do Brasil, lamento.

O livro de Raymundo Faoro, "Os donos do Poder" é muito mais verídico para indicar donos do Brasil. Achei até interessante que os donos do site em questão tenham eleito uma maçã mordida que remete à maçã da capa do livro importantíssimo "A Trilateral", de edição única no Brasil de 1979, esgotada e nunca repetida. Mas, crendo na boa fé dos seus criadores, nada tem a ver.

Tentam remeter esse espraiamento societário a poder de influência no BNDES, mas isso também não dá para considerar, pois no BNDES recebe valores quem apresenta projetos. É só fiscalizar o procedimento de seleção de projetos, todos escritos, escolhidos através de condições objetivas, expressas em documentos e analisáveis pelo Ministério Público.

 Vejam, não há fazendeiros de latifúndios mencionados. Não há políticos/coronéis do Nordeste. Não há reprodutores do sinal da Globo por todo o País, não há integrantes da cúpula das universidades brasileiras, não há ponderação sobre capacidade de alterar a perspectiva da realidade, não há análise de empresas de capital fechado, não há análise de empresas com sede em paraísos fiscais, não é mencionada uma pessoa com capacidade de influência no governo, seja positivamente ou negativamente.

Não é mencionado o grande líder empresarial brasileiro Eike Batista, brasileiro de coração pelo que posso analisar de suas movimentações divulgadas pela mídia. Se Eike não tem influência e não pode ser um dos proprietários do País (sua empresa LLX é mencionada no meio do ranking), sendo o mais rico do país e com influência política e com espírito e capacidade realizadora de seus sonhos, quem mais seria?

O ranking criado diz muito pouco, infelizmente. Foca e atinge com uma "penumbra de desconfiança genérica" grandes empresas produtivas no Brasil e não trata de temas como relações pessoais, familiares e políticas no Brasil, vínculo entre a classe financeira e grande mídia (que é caso de poder em todos os países civilizados no mundo rico), não toca na Comissão Trilateral, não toca no FMI, nem no Banco Mundial, nem na imprensa estrangeira. Não toca no fato de que empresas de mídia estão entrando na área produtiva, comprando cursos e escolas, vendendo apostilas para o governo, prestando serviços de terceirização de saúde e educação.

Quero somente dizer a você que, ao meu ver, e compartilho com meus leitores aqui, aquele ranking diz pouquíssima coisa e não mostra quase nada sobre os " verdadeiros proprietários do Brasil". Pode dizer sobre quem possui participação em empresas, sobre quem tem dinheiro e, portanto, também tem acesso a salões dos governos de todas as esferas (por óbvio), que precisa e tem condições de usar o BNDES (único financiador de longo prazo para a classe produtiva no Brasil).. agora, donos do Brasil? Elucidar algo escamoteado e que permite analisar movimentos escusos que influenciam a Nação de forma decisiva? Infelizmente agaurdarei outra lista que eles façam.

A idéia foi curiosa. Útil talvez, mas, na minha opinião, muito longe daquilo a que se propuseram por infinita complexidade do tema e dos intrincados ramos e insterseções de interesses e relacionamentos familiares, políticos, empresariais, financeiros, de mídia, e envolvendo grandes homens de universidades e de todas as indústrias em especial a financeira.

p.s. de 30/01/2013 - revisto e ampliado.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Comentário à Coluna da Míriam Leitão de hoje: "Falta um acordo entre Mercosula e União Européia"

Pessoal, a coluna de hoje da Miriam enfoca que países da América Central e alguns da América do Sul já têm acordos comerciais com EUA e Europa e nós do Mercosul não. Ela sublinha que isso prejudca o mercado e comércio mundial e a nós mesmos e que deveria ser fechado um acordo.

Segundo minha leitura do artigo, ela enfatiza que a razão maior para isso seria eventual ineficiência negociadora nossa, em comparação com os que já fecharam, e protecionismo.  O artigo está bom, mas pecou por faltar com a outra parte da infomação: nós do mercosul temos o que perder e os países citados não tinham, daí a dificuldade de fechar acordo com o Mercosul. Além do que temos protecionismo em relação às nossas indústrias, mas eles têm em relação ás deles.

Em ambiente mais aberto nossas indústrias, que geram empresas para brasileiros e mantém tributos e rendas aqui no Brasil, concorreriam em pé de igualdade com os estrangeiros americanos e europeus, os quais, entretanto são beneficiados por bilhões de euros e dólares em subsídios dados por seus países de origem. A concorrência, portanto, é desleal, se for direta. Ao menos antes de esses países retirarem seus subsídios que alteram artificialmente a competitividade de suas indústrias e produtos.

Vejam a resposa que publiquei no Blog da Míriam:

"Importante, entretanto, salientar que não é só ineficiência e/ou incompetência que impede que fechemos acordo com a União Européia. Nosso mercado industrial próprio, no Mercosul, é muito maior, diversificado e complexo do que o mercado de México, Republiquetas da América Central e Chile. Para eles é fácil fechar, pois não têm indústria que serão prejudicadas pela comcorrência com indústrias americanas e europeías ajudadas artificialmente por bilhões de euros e dólares em subsídios por seus países de origem. Nós sim. Eles querem que abramos serviços financeiros e de engenharia e licitações públicas, tirantod empregos de brasileiros. Bem, para quem não tem esses serviços, chegarem europeus e americanos oferecendo-os é ótimo, mas para nós que temos, devemos proteger nossos mercados. Da mesma forma, no que somos fortes europeus e americanos não aceitam abrir seus mercados em contrapartida da abertura do nosso.. aí é difícil, né?" 
E vejam que quando pedimos que abram seus mercados para nossos produtos agrícolas, minerais, etanol e semi-manufaturados e manufaturados, eles não querem... então tem protecionismo lá e cá. A culpa não é só do Mercosul. Não dá pra entregarmos arrecadação, empregos, mercado brasileiro e do mercosul, além de indústrias nossas a estrangeiros e não termos a chance de obtermos o mesmo lá.

Óbvio? Também acho. Mas há que se publicar essa obviedade, pois muitos não sabem disso e só repetirão o que lêem em jornal. Nossa grande mídia apoiou o ALCA. Se concretizado, seria o maior crime contra a independência produtiva do nosso País. Indústrias de todas as áreas, mercado brasileiro, arrecadação e renda iriam em torrentes descomunáis para o exterior. Privatização de estatais seria fichinha.

E após o domínio econômico do País, viria o lobby estrangeiro diretamente na política. Lobby de nacionais é ruim, mas é de nacionais. Lobby de estrangeiros com cacife para negociar e pressionar políticos nacionais empobrece diretamente brasileiros e cidadãos do Mercosul.

A questão é, como você leitor pode ver, muito, muito grave.

Confirmação de corrupção na privatização da Saúde: caso de Duque de Caxias

O Jornal do Commercio publicou artigo na edição de fim de semana dos dias 25, 26 e 27 de janeiro de 2013, que o Ministério Público Federal ajuizou ação penal contra o político Zito, de Duqe de Caxias, por desvio de mais de R$700 milhões em convênios com Oscips, ou seja, organizações sociais, em terceirização/privatização de serviços de saúde pública.

Foi constatado pelo Ministério Público Federal que houve superfaturamento e serviços privatizados eram mais caros para os cofres públicos do que os prestados por servidores públicos e que acima de tudo não houve melhora de atendimento à população.

Este é um caso constatado de corrupção grave envolvendo privatização de serviços públicos de saúde. Juntamente com o fato de a cidade do Rio de janeiro quase ter colapso de médicos e atendimento na saúde pública nas festas de fim de ano de 2012 por vencimento de contratação de médicos temporários através de Oscips e Ongs, esse é o caso mais grave sobre o assunto já noticiado pela grande mídia.

Como o BLOG PERSPECTIVA CRÍTICA sempre publicou, o movimento de terceirização/privatização de serviços públicos de saúde e educação (além de cobrança tributária e segurança pública) é a maior brecha para que a área privada e os políticos se apropriem da coisa pública, das verbas públicas e dos cargos públicos (troca de concurso público por análise de currículo), sem contrapartida em entrega de eficiência de prestação de serviço público e à margem da integral fiscalização dos Tribunais de Contas e dos Ministérios Públicos Estaduais (mais limitados ao cumprimento do contrato licitado de prestação do serviço público do que o amplo controle sobre a prestação de serviços públicos via administração direta, como respeito a teto remuneratório constitucional e acesso a cargo público por concurso público de amplo acesso à população).

Com o tempo, a continuidade de adoção de terceirização de serviços públicos em curso gerará prejuízos financeiros ao Estado (como foi constatado no caso de Duque de Caxias) e prejuízos de atendimento à população (como também foi constatado no caso de Duque de Caxias), simplesmente porque a lógica de atendimento privado (lucro) é diferente da lógica de atendimento e cumprimento de finalidades públicas. E a lógica da terceirização de prestação de serviço público é pior ainda, com diminuição de acesso público a cargos efetivos e permanentes à toda a sociedade, crescimento da área de influência privada para nomeação de pessoas para prestar tais serviços, mesmo sendo remunerados pelo Estado, bem como crescimento de potencial desvio de verbas públicas para partidos e políticos.

Espero que continuem publicando casos desses. Parabéns ao Jornal do Commercio que deu bons detalhes sobre o caso em sua matéria.

Incongruência entre título e texto: "Brasil passa despercebido em Davos"

Eu reputo a análise do artigo publicado hoje no Jornal o Globo sob o título "Brasil passa despercebido em Davos", uma excelente oportunidade para você ver como um jornal pode publicar notícia positiva que não poderia deixar de publicar, mas apagar o conteúdo positivo com a escolha de um título que realça uma idéia negativa para a imagem do Governo.

Acesse: http://oglobo.globo.com/economia/brasil-passa-despercebido-em-davos-7412357

O conteúdo está ótimo e as notícias sobre o Brasil são igualmente muito boas. Stiglitz, nobel de economia e eminente economista, com consistente visão em prol do desenvolvimento das economias ao invés de somente o enriquecimento de banqueiros (caso da maioria dos analistas de mercado e baluartes das análises econômicas em todo o mundo), disse que o Brasil cresceu pouco, mas que está em ótimas condições estruturais econômicas para poder crescer 2013 e os próximos anos com consistência e até acima de 3% ao ano, diminuindo desigualdade e realimentando a sustentabilidade do crescimento econômco.

Angel Gurría da OCDE elogiou igualmente o Brasil, mas o título preferiu realçar o fato de que o Brasil não foi festejado e que em seu lugar na América Latina foram festejados resultados matemáticos e estatísticos de Peru, Panamá e México.

Lei você mesmo e veja se o título não deveria ser: "Brasil elogiado em Davos pelas maiores autoridades econômicas presentes ao evento".

Observe o trecho que eu selecionei do artigo criticado:

"Mas em Davos, o time dos otimistas em relação ao Brasil também tem peso. Joseph Stiglitz, prêmio Nobel, disse ao Globo que o Brasil foi um dos países mais bem-sucedidos do mundo na redução da desigualdade — que é elemento crítico para o crescimento. Para ele, não há dúvida de que o Brasil tem a faca e o queijo nas mãos para assegurar um crescimento acelerado: os fundamentos da economia estão fortes, disse.

Angel Gurría, secretário-geral da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), já apagou da memória o crescimento de 1% do Brasil em 2012.

— O ano passado já passou. Acabou, ok? Em 2013, nosso cálculo é de um crescimento em torno de 4%. É um progresso. E vai acontecer num contexto no qual o crescimento da Europa continuará anêmico e dos Estados Unidos, medíocre — disse."

E então? Ótimo artigo, mesmo com as críticas iniciais ao crescimento da economia do Brasil em 2012. Mas a escolha do título foi duvidosa a meu ver. Com certeza não foi a melhor opção para refletir o conteúdo do artigo inteiro e creio que o viés negativista foi intencional, no bojo de tentar baixar a bola do governo e apresentar o condidato do PSDB (considerando a soma de todos os artigos deste mês de janeiro de 2013).. mas claro que isso é a minha leitura e impressão... posso estar errado... rsrsrs

p.s. de 28/01/2013 - texto revisto e ampliado

p.s.2: quero deixar claro que fustigar o governo não é incorreto principiologicamente. É bom  que a mídia faça esse papel. E dar acesso e espaço para a oposição ao governo também é correto dentro do jogo democrático até para fortalecê-lo. Mas as notícias poderiam ser mais neutras como as do Jornal do Commercio. Veja a manchete econômica do Globo de hoje, 28/01/2013, "Governo raspa o tacho.." sobre a aplicação de verbas públicas e de fundos do desenvolvimento energético para obter a redução de taxa de energia elétrica. Esse título é neutro? Há abordagem de o quanto se espera de crescimento econômico com a medida? De quanto se espera de aumento de arrecadação, que mesmo com desonerações em 2012 foi recorde (o que é bom e indica vigor econômico do Brasil)? Há pesquisa e informações de consequências positivas e negativas para poder se ponderar se a medida chamada de "raspa de tacho" é boa ou ruim? Se faz sentido ou não? Não. Então isso não é informativo. Isso é indutivo e indica escolha de lado político a ser favorecido com a postura da edição, ao meu ver.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Diminuição da taxa de energia elétrica, custo/bônus social e entrevista do Presidente do Panamá

SOBRE A QUEDA DE CUSTO DE ENERGIA: FALTA DE INFORMAÇÃO E FALTA DE NEUTRALIDADE DA MÍDIA

Quero que vocês saibam que enquanto a mídia do mercado financeiro malha o corte de custo de energia, o Jornal do Commercio comemora.

É importante notar infomações que são publicadas mas não sublinhadas nesta questão: o custo de 8,4 bilhões que o governo terá com a medida de diminuição das contas de luz para pessoas e empresas, gerará, segundo notícia publicada hoje no Jornal O Globo, em torno de 32 bilhões de reais na economia! Isso pode ter impacto sobre o crescimento do PIB!

Não é correto obter baixa de preços públicos através de criação de nova despesa pública, pois isso é transferir o custo de milhões de consumidores para o Tesouro Nacional, mas todo subsídio e toda "desoneração tributária" faz isso! Então, o importante é qual a vantagem em se fazer isso; e não ficar dizendo que medidas governamentais têm custo, pois elas sempre têm.

A minha pergunta para a grande mídia é: dado o fato de que houve a medida governamental, em que medida ela prejudica a inflação, prejudica a economia e prejudica as contas públicas? Qual o impacto que pode ter sobre o aumento da eçconomia e aumento de competitividade de nossos produtos internamente e no exterior? O potencial crescimento do PIB aumentaria a arrecadação e compensaria o custo da medida?

Nada disso foi abordado. Há desespero com a medida, pois pode ter efeito positivo sobre inflação e economia, o que reforçará, juntamente com a boa administração de Câmbio, inflação e juros, a imagem de bom governo do PT de Dilma e Mantega. Isso a grande mídia não quer, pois enfraquece seu futuro candidato Aécio Neves. Mas a mídia deveria apontar os pontos ruins e os bons. Sò está apontadno os ruins dessa medida corajosa de Dilma.

Dilma baixou juros básicos. Dilma baixou juros bancários. Agora Dilma está baixando o Custo Brasil através de baixa da energia elétrica. As três empresas que não compactuaram com a queda do preçço são de partidos de oposição: COPEL (PR), CEMIG (MG) e CESP (SP). Tudo bem. Era direito deles. mas é bom que seja tudo explicitado para o público.

Todas continuarão lucrando, segundo o governo. Só não se pagará o Custo Brasil que estava embutido na operação de concessão anteterior em que o risco Brasil era de mais de mil pontos. Agora é de menos de 200. Me parece justo que ao fim do contrato de concessão o governo proteja o bolso dos consumidores e não somente dos investidores. A mídia peca em faltar com mais informação sobre a questão, como apontei acima... ao mesmo passo em que demonstra que está atacando o governo e preparando terreno para seu candidato, quando devia estar analisando prós e contras da medida e expondo fatos.

SOBRE A ENTREVISTA DO PRESIDENTE DO PANAMÁ: QUE TIPO DE CRESCIMENTO DE 12%?

Interessante que em Davos a mídia brasileira não entrevistou o Presidente da Noruega, Dinamarca, Suécia sobre a economia do Brasil. Ouviria que a carga tributária desses países é mais alta do que as do Brasil e que seus serviços públicos são para todos e impecáveis, incluindo Previdência Pública, salário mìnimo alto, boa assistência social, educação pública gratuita de qualidade e saúde pública de qualidade.

Não há entrevistas e reportagens sobre como fazermos para ficarmos com uma sociedade como as de melhor IDH do mundo, ou seja, as nórdicas. Mas se interessaram em saber sobre um país importante e de relevo no mundo (rsrs), com IDH fantástico (rsrs), e projeto grandioso seja industrial, seja de soberania, seja de Nação: entrevistaram o Presidente do Panamá (Jornal O Globo de 24/01/2013, fl. 27).

Este disse que precisamos de comerciantes em cargos políticos, baixar carga tributária e vender mais para todo o mundo. Assim ele conseguiu crescimentode 12% de seu gigantesco pib de 30 bilhões de dólares em 2011.

Segundo informação no site http://www.telemetro.com/noticias/2012/07/26/108595/presupuesto-panama-2013-proyecta-expansion-pib-8 e outras fontes, o PIB do Panamá cresceu 7,5% em 2012. O orçamento (presupuesto) cresceu 12,6% em 2012, o déficit está em 2,9% e o governo panamanho prevê crescimento de 10% em 2013 para o PIB, enquanto a área privada espera crescimento de 8%. Inflação de 2012 foi de 6% igual à de 2011 e o desemprego de 2012 ficou em 4,5%.

Agora, senhores, o que é a indústria panamenha? Parece que nada ou quase nada. Parece que é plataforma de venda de produtos estrangeiros, em especial americanos. Há previdência pública panamenha? Qual o salário mínimo no Panamá? Quantos pobres em relação à população? A renda percapita cresce nos últimos cinco anos, mas há diminuição de desigualdade social? Há investimento em forças armadas? Há educação gratuita de qualidade a toda a população e saúde pública de qualidade a toda a população?

Então acho que este Presidente, a quem respeito como líder de um povo da América Central, acho que não está em muitas condições de ser analista do que ocorre aqui, infelizmente. Devemos copiar a desburocratização para criação de empresas (em 24 horas e pela internet), mas projeto de País não é só crescimento de PIB e orçamento.

Eu queria a entrevista e análise sobre o Brasil dos líderes dos países nórdicos. Mas não teremos isso, não é mesmo? São países longe da influência americana, de serviços públicos excelentes, bem remunerados e em percentual de empregados muito superior do que no Brasil, além de salário mínimo de mais de R$4.000,00 (quatro mil reais).. e isso para famílias que não precisam pagar por educação ou saúde. É outro mundo não é mesmo? E, pior, não é o que nossa mídia de mercado quer para a população do Brasil. Triste.

p.s. de 27/01/2013 - As três empresas que não aceitaram o acordo do governo foram Copel, Cemig e CESP. Corrigida menção a "Cetesp". Além disso uma de Santa Catarina também não aceitou (Celesc).

p.s. de 30/01/2013 - Texto revisto e ampliado.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Sindfisco aponta defasagem de 66% na tabela do Imposto de Renda

Segundo informação do artigo do Jornal do Commercio On Line de hoje, 23/01/2013, os valores das faixas para base de cálculo de imposto de renda estão defasadas em 66%, considerando o fato de que desde 1996 o reajuste da tabela é abaixo do índice oficial de inflação.

Assim, a faixa de isento, por exemplo que em 2013 irá para R$1.710,78, deveria estar em R$2.784,81.

Está aí uma informação importante que indica que o governo poderia ajustar as faixas e resgatar a justiça tributária neste quesito. Apoiamos a iniciativa do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal.

Acesse o artigo e http://www.jcom.com.br/noticia/143646/Sindifisco_Nacional_aponta_defasagem_de_mais_de_66_na_tabela_do_Imposto_de_Renda

Ultrapassados 55.000 acessos ao Blog Perspectiva Crítica!!

Nesse momento contam 55.059 acessos ao Blog Perspectiva Crítica!! Foram todos os acessos históricos desde 21/06/2010!

Ontem houve 191 acessos. São 428 artigos escritos em dois anos e meio sobre política, economia, administração pública, educação, saúde e sociedade! Criticamos artigos desinformativos, mas inovamos na pauta temática do debate ppúblico e propomos sempre solução para os problemas apontados e criticados. Nós não somos um blog acusativo. Somos um blog crítico e propositivo.

O ranking dos dez países que mais acessam encontra-se encabeçado por Brasil, seguido de EUA, Alemanha, Rússia, Portugal, Holanda, Canadá, Reino Unido, França e Angola.

Seguimos nosso trabalho, com o apoio de nossos 47 seguidores e não sei quantos leitores (com toda certeza brasileiros) por mais de 40 países, incluindo países da África (Angola, Moçambique, África do Sul, Cabo Verde e Madagascar), Ásia (Vietnã, Índia China e Coréia do Sul, dentre outros) e Oceania (Nova Zelância e Austrália).

Um abraço a todos!!

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Reprodução da coluna do Antonio Machado de hoje: 21/01/2013: exemplo de artigo econômico

Vejam porque eu elogio Antônio Machado do Jornal do Commercio. Vejam porque eu acho que vale a pena a assinatura do Jornal do Commercio. A abordagem sobre cenário externo, inclusive com perspectiva histórica, e o cenário interno, ponderando o encadeamento dos fatos econômicos para explicar a situação de hoje e apontando a direção do que nos falta alcançar.. essa é a atuação do Antônio Machado. e Tudo de forma objetiva e fundamentada, ou seja, completamente passível de que o sigamos como que por uma trilha.

Reproduzo abaixo a coluna de hoje só para que você tenha isto como exemplo de artigo sobre a realidade econômica internacional e nacional, com foco na explicação da situação nacional e indicação das necessidades prospectivas de nossa economia. Esse cara é uma grande influência para mim.

"Antônio Machado:Amargo e delicioso


Com quase duas décadas da reforma monetária que domou a inflação e outra mais para minorar a miséria endêmica, começar um novo ano com o ritmo do crescimento econômico com estabilidade ainda indefinido é um tanto desanimador.

O quadro econômico complicado, visto pela ótica do baixo nível de investimento e da inflação renitente, preocupa o governo. Mas não é compreensível à maioria, se o desemprego está em níveis recordes de baixa (atingindo 4,9% da população ativa em novembro), o rendimento médio real (R$ 1.809) é o maior na pesquisa do IBGE desde 2002 e a massa de salários cresce à base de 8% acima da inflação.

Por 30 anos também foi assim nas economias avançadas, como nos EUA e na Europa, até que ruiu a chamada "era da grande moderação" – a prosperidade falseada pelo deficit público girado a juros baixos e pelo endividamento rosca sem fim da sociedade. O crescimento não era sustentado, pois era movido pelo efeito riqueza criado pelas bolhas de especulação financeira. O sonho neoliberal da bonança construída pela suposta superioridade dos mercados sem supervisão regulatória foi atropelado por três choques simultâneos.

O primeiro foi o último a ser constatado: a infiltração da máquina industrial da China nas costas da globalização, outro dos marcos do neoliberalismo. Quando se acordou, a China, impelida por salários vis, crédito subsidiado e moeda fraca, havia tomado os mercados.

O segundo choque despertou a atenção da China para a barbada das economias abertas e desreguladas: a baixa competitividade do mundo rico, puída pelas políticas de bem-estar fomentadas pela crença de que os ciclos econômicos seriam moderados pelos mercados racionais. Poderia até ser sem a China, um fenômeno que talvez não chegasse a tanto se os governos do Ocidente tivessem sido mais pragmáticos.


Falácia da bicicleta

O terceiro e último choque veio com o que alguns poucos advertiam, sem serem ouvidos: a fragilidade da banca operando como correia de transmissão da cadeia de deficits fiscais e externos bancados por dívida emitida a juros extremamente baixos, graças ao laxismo dos bancos centrais, sobretudo o Federal Reserve, acionados a cada pio do modelo "permagrowth", de crescimento permanente. Ou bicicleta.

Os juros baixos não tiraram o capital do rentismo, pois ele foi compensado pela banca com ativos exóticos. A indústria terceirizou a produção para a Ásia e, em vez de enfrentar os chineses, parou de aumentar os salários, vieram a crise e o desemprego, e o investimento colapsou.


Como mula empacada

Estamos longe desse pesadelo, mas os americanos e os europeus também pareciam estar no paraíso, quando a China era vista como a solução para a demanda não atendida pelas empresas nacionais. E hoje tem a Índia, o Vietnã, a Malásia, o México. Deveríamos estar nessa lista.

O país recebeu a crise das economias desenvolvidas com um sistema bancário sólido, com a redução sistemática do endividamento público como proporção do Produto Interno Bruto (PIB) e sem vulnerabilidade externa devido à inexistência de reservas ou a deficits em contas correntes insuperáveis sem um choque recessivo.

Além disso, a redução da desigualdade social, com inflação domada e crédito em expansão, criou um grande mercado doméstico. Éramos a mais preparada entre as economias emergentes para crescer no vácuo dos EUA e da Europa. Mas estamos como mula empacada.
O que fala mais alto

Os últimos cinco governos tiveram sucesso em restaurar a solvência nacional com maior redistribuição da renda e com menor desigualdade social. Isso veio num processo. Ao atual governo, cabe iniciar outro ciclo, marcado pela expansão da riqueza fornida por investimentos.

A falta de resultados foi a grande questão de 2012 e será a de 2013, aumentando o desconforto do empresariado e de aliados do governo. É ao que se refere o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, quando disse que "os 90 dias iniciais de 2013 serão decisivos para 2014".

Ou não. O pessimista dirá que a economia não cresce com desemprego tão baixo, reflete o economista Fernando Montero. O otimista, que a economia não consegue parar com renda tão alta. E o realista, que nada disso interessa com o desemprego tão baixo e a renda tão alta.


O mico já está pago
Com emprego e dinheiro no bolso, o eleitor não esquenta a cabeça e se sente seguro, função, hoje, da recuperação do investimento. Para alçá-lo, o governo põe ficha no que controla – a infraestrutura – e espera o grosso do investimento privado vindo do que também pilota: as concessões de transportes. Somando aos estados e às estatais, o investimento público chegou a 4,4% do PIB em 2012.

Para atingir 20% em 2013, tido como mínimo para a economia crescer entre 4% e 4,5% sem gerar desequilíbrios, o setor privado deve investir o resto, 16% do PIB, a média do que tem feito nos últimos anos. Com o Tesouro bancando boa parte do risco privado nas concessões, crédito a juro real negativo cobrindo até 85% dos gastos, com cinco anos de carência, estranho será o governo pagar mico. Já está pago.

Parada técnica

É tempo de uma pausa. Saio de férias, desejando que 2013 seja outro ano de sucesso e felicidade para todos nós. A coluna voltará a ser publicada em 20 de janeiro. Até a volta!"
Transcrição integral da coluna Brasil S/A, assinada por Antônio Machado, publicada no JOrnal do Commercio do dia 21/01/2013.

Essa transcrição tem efeito primordialmente didático (mas também informativo, claro), para todos os leitores do BLOG PERSPECTIVA CRÍTICA, sobre como se apresenta um artigo econômico perfeito sob o ponto de vista do BLOG para artigos econômicos informativos do cidadão brasileiro sobre a realidade econômica no mundo e no Brasil sob a perspectiva de um gabaritado técnico realmente brasileiro: Antônio Machado.

Temos de festejar nossos homens sérios da mídia, assim como o são Mauro Santayana, Allon Feuwerker, George Vidor, Delfim Neto, pois é lendo e ouvindo esses senhores que são profissionias e comprometidos com o desenvolvimento da economia real brasileira é que podemos avançar mais rapidademente para atingirmos o nível autônomo de desenvolvimento que nós, brasileiros, merecemos.

Acessem o original do artigo transcrito em http://www.jcom.com.br/colunas/143353/Zona_de_conforto

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

China investe US$250 bilhões por ano para formar seus cidadãos e Maílson da Nóbrega é contra valores do Pré-sal para a educação

Eu gostaria de saber como Maílson da Nóbrega, ex-diretor do BC e sócio da Consultoria Tendências, que defendeu em uma edição do programa econômico Conta Corrente desse mês de janeiro de 2013, que não deveria ser investido na educação todo o dinheiro do pré-sal, reagiu à informação também do Globo de hoje ou ontem, sobre o investimento que a China faz de US$250 bilhões de dólares anuais em educação para formar seus cidadãos.

A informação era também de que grandes corporações europeías e americanas estão contratando milhares de pessoas formadas em universidades chinesas... grande parte provavelmente chineses..

A se eu tivesse esse acesso ao Maílson... rsrsrs




Pessimismo econômico no Globo. Otimismo do setor produtivo no Jornal do Commercio

Interessante a diferença de clima entre O Jornal O Globo e o Jornal do Commercio.

Enquanto o primeiro noticia as previsões de mercado para a economia, com números razoáveis, semelhantes ao do Banco Central e não muito distantes das previsões de governo (Exemplo: crescimento do PIB em 3,2 a 3,5% para o Mercado, o mesmo para o BC e 4,5% para o governo. E mesma diferença para a previsao de inflação: todos girando em torno de 5 e 5,5% para fim de 2013), mas de conotação negativa, como se houvesse um acúmulo crasso de mentiras, artificialismos, manipulação e riscos à economia, "não obstante perspectivas melhores do que os resultados de 2012", inclusive frisando que tudo isto afugenta o investidor e pressiona para baixo investimento colocando em risoc o crescimento do PIB, o Jornal do Commercio apresenta a manchete hoje com o seguinte teor: " Indústria revê estoques e se encontra otimista em relação a 2013".

Quer dizer, quem faz investimento não é a mídia, é a indústria. Esta se apresenta otimista para 2013. Assim, alguém está errado: ou o pessimismo em relação à gerência da economia do Jornal O Globo ou o otimismo dos industriais publicado pelo Jornal do Commercio. rsrsrsrs


quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Desmorona o factóride midiático do racionamento de energia elétrica

As chuvas torrenciais em janeiro de 2013 por todo o país estão tirando o sono da oposição e da mídia de mercado. Infelizmente (para eles) o factóide de "racionamento de energia elétrica" que plantaram não será confirmado.

Dilma, antes das chuvas, no início do corrente ano, ao ser perguntada sobre risco de racionamento ela respondeu diretamente: "Falar de racionamento é ridículo." Por que é ridículo? Simplesmente, senhores, porque o apagão da era FHC foi devido à inexistência de linhas de transmissão e de reserva de usinas térmicas, ambos elementos existentes no sistema de produção e distribuição de energia elétrica no Brasil!!

É uma irresponsabilidade. É uma falta sobre o que escrever. E é mais um argumento para tentar bater no governo antes de o ano começar a mostrar índices econômicos melhores do que os de 2012, o que fortalecerá eventual tentativa de re-eleição do PT.

A esperança da oposição e da mídia estava em continuar a seca do regime de chuvas, mas parece que isso acabou. Sobrará apontarem para a menor queda de taxas de energia elétrica, anunciadas pelo governo em 20%, já que o uso de usinas térmicas até junho obrigarão a repasse de custo maior da produção desta energia, o que poderá anular a diminuição de 20% que o governo tenta implementar. Mas se não implementasse, a energia subiria de preço e prejudicaria a tentativa de retomada de crescimento, não é mesmo?

Eu vejo várias falhas nesse governo, mas muito menos do que nos anteriores de FHC. Vejo mais planejamento. Vejo mais atenção com a diminuição da desigualdade social. Vejo mais criatividade para solucionar problemas econômicos e vejo compromisso com o enriquecimento da população.

Fico triste de constatar que a aliança mídia-oposição ainda existe e cria distorções informativas para a população brasileira. Só nos resta acompanhar a desinformação, denunciá-la e demonstrar quando a realiadde dos fatos se mostra irretorquível e insofismável.

O factóide do "racionamento de energia" acabou.

p.s.: é importante também denunciar os verdes xiitas e o apoio dado pela mídia a movimentos que impedem a construção de usinas hidrelétricas pelo País, impedindo que mais energia entre no sistema, obrigando ao uso de energia mais suja e encarecendo a energia elétrica brasileira, a produção e o consumo residencial. É bonito ficar do lado dos indiozinhos, loevantar arco e tal, mas os planos de construção já foram mudados mil vezes, projetos diminuíram impacto ambiental e mesmo assim há resistência simplesmente porque os verdes não querem que se mexa na natureza. Ora, algum impacto a necessidade de energia para girar investimentos e produção econômica brasileria terá na natureza. Ou se escolhe impacto para construir hidrelétrica, ou se escolhe impacto no ar, e na saúde, com construção de térmicas a óleo, térmicas a carvão e mais usinas nucleares. O que não pode é querer energia barata, deixar intocáveis florestas, proteger a cultura indígena que quer pescar no rio que será prejudicado pela construção de usina, querer cresciemtno econômico, baixa da inflação, criação de emprego e melhora de qualidade de vida para a população, tudo ao mesmo tempo. COntamos com que a mídia possa denunciar falhas de projetos de construção de usinas hidrelétricas, mas que isso não importe em impedir a realização da exploração do potencial da energia hidrelétrica do País, porque isso sim seria um grande prejuízo à inflação, à economia, à natureza e à saúde da população brasileira.

A manipulação da inflação pelos EUA e pelo mundo

Já que está na moda os nossos jornais da grande mídia falarem sobre criatividade contábil e manipulação condicionantes de índices inflacionários brasileiros, divulgando que uma blogger britânica está escrevendo no mesmo sentido apregoado pelo Jornal O Globo, dizendo que Mantega manipula índices e coisa e tal, nós do Blog temos de fazer a seguinte pergunta: são ilegítimas as atitudes de Mantega? Isso não é feito em outros países?

Senhores, a verdade é a seguinte: todos os países fazem isso!! O abismo fiscal americano, falado recentemente por todos os jornais, foi o risco gigantesco de impacto inflacionário que ocorreira na economia americana se várias leis que garantem inúmeros subsídios à economia americana a diversos setores, não fossem renovadas mantendo as concessões de subsídios e obrigando ao aumento de valores de todos esses produtos na economia.

Segundo artigo publicado no Jornal O Globo, se não houvesse a solução do abismo fiscal um litro de leite, por exemplo, sairia de 2 dólares para quatro. Ou seja, 100% de alta deste item. Muito mais do que os índices de 58% de aumento do nosso tomate por conta de quebra de safra. E se isso ocorresse, a economia americana poderia entrar em recessão!!

Então veja, os EUA e a Europa são umas das economias que mais mantêm subsídios, distorcendo valores de seus produtos internamente e para exportação. Isso também impacta positivamente, de forma artificial, sobre a inflação desses países. Mas cadê a publicação sobre isto? Por que a blogger britânica não comenta isso? E por que o Jornal O Globo publica sobre bloggers britânicos e não bloggers brasileiros?!

Os subsídios americanos chegam a centenas de bilhões de dóalres anuais. Os europeus idem e já se foi comentado que se ao invés de gastarem esses valores em subsídios se investisse na produção na Àfrica poderia se resolver o problema de disponibilidade de comida em todo o mundo ao mesmo passo em que se recuperaria a economia desses países e se daria início a novo clco econômico mundial.

Esses mesmo subsídios exagerados geram demandas internacionais, muitos dos quais ganhos pelo Brasil, pois distorcem a economia mundial e o comércio mundial em favor de suas economias americana e européia. E claro, a manutenção desse gigantesco subsídio mantém inflação baixa na Europa e EUA também. Não é livre mercado como apregoam.

Na China como tudo é estatal há controle de preços estatais de energia e de tudo que se possa imaginar. Sem contar a manutenção artificial do câmbio chinês desvalorizado. Isso influencia índice de inflação. O Japão faz o mesmo em seu câmbio. Então porque somente Mantega, pedindo que aumentos de tarifas públicas ocorram em meses não concentrados (mas que ocorram), controlando aumento de preço de gasolina de estatal, promovendo ajustes técnico-contábeis que serão apresentados é um vilão e demoníaco distorcedor dos índices de inflação?

É importante a sociedade se debruçar sobre os números econômicos e orçamentários... é importante acusar eventuais manipulações... mas vamos com calma. O que está ocorrendo é a tentativa de queimar o governo no início de ano em que os índices para o final de 2013 parecem popder vir bons e fortes para impulsionar uma eventual re-eleição do PT.

Eu vejo a tentativa, inclusive com publicação de opinião do Aécio Neves, de tentar capitalizar alguma coisa enquanto ainda há tempo. Empresas podem fazer elisão fiscal, reorganizando contas para pagar menos imposto. E o governo não pode ajustar contas, desde que com fundamentos, para que a inflação seja a mais real dentro de um quadro favorável possível? É necessário carregar nos elementos negativos? Sim, é o que a mídia de mercado e a oposição gostariam, mas não seria exigível do governo e nem o melhor para o País.

Sou contra manipulação de índices. Mas isso não está ocorrendo no Brasil. A sugestão do governo de mudança de método de conta é errado, já que o próprio IBGE faz essas revisões de tempos em tempos, mas não houve nada demais até agora e a inflação não é escamoteada como na Argentina, sendo, a meu ver, muito mais honesta do que a informada pelos americanos, chineses e europeus.

p.s.: sou contra sangrar a Petrobrás. Deve haver o aumento de gasolina. Mas não sou contra a adoção de alteração de preços de gasolina, petróleo e derivados de forma diferente da do mercado internacional (mas tendo-o como parâmetro), em função de interesses nacionais de manutenção de ambiente econômico estável e favorável aos investimentos e à economia popular.

CREMERJ acusa o Prefeito Eduardo Paes de querer privatizar a Saúde Pública

O CREMERJ publicou no Jornal o Globo de hoje, 17/10/2013, no primeiro caderno, carta pública em praticamente um quarto de página reclamando do que entende ser um enxovalhamento público da classe dos médicos,  a partir da falta de um único médico (o cirurgião que ao faltar o plantão atrasou em horas o atendimento de uma menina ferida gravemente e que veio a falecer).

O CREMERJ, nesta nota, afirma que a postura do Prefeito de acusar toda a classe de irresponsabilidade é ilegítimo e acusa o Prefeito de não prover médicos suficientes à população e desvalorizar os médicos de carreira em relação aos médicos temporários com o objetivo de privatizar toda a Saúde Pública.

O CREMERJ informa ainda que a prova de que a má prestação de serviço público de saúde tem como causa a falta de médicos está no fato de que recentemente o Secretário de Saúde do Município do Rio de janeiro comunicou interesse em contratar 2.000 médicos de carreira!!

Por último, a nota informa que o CREMERJ realizou vistoria em todas as unidades médico-hospitalares do Município e constatou que em 74% de toda a rede há falta de médicos suficientes para atendimento adequado à população.

O BLOG PERSPECTIVA CRÍTICA tem a dizer sobre o tema que há muito tempo vem alertando a população em relação ao movimento hoje implementado pelo Prefeito Eduardo Paes e Governador Sérgio Cabral de privatizar ou garantir avanço de ONGs e Organizações Sociais sobre a prestação de saúde pública.

Em análise fria é possível se dizer o seguinte: há prós e contras. Mas a prática vem demonstrando que há mais contras. Eu conversei com o Secretário de Obras Jorge Bittar (PT) e ele me informou que o uso de contratação temporária de médicos para a rede de saúde pública, em especial as UPAs, permitiram que em curto espaço de tempo se dobrasse e quase triplicasse, na verdade, o atendimento da população. Ele admite, entretanto, que ainda não é o atendimento ideal e que muitas coisas deveriam ser melhoradas, mas frisa que houve melhora neste atendimento à população com certeza.

Para este Blog, contudo, a opção por este tipo de sistema privatizado é prejudical à população no longo prazo. O mais claro exemplo disso é o fato de que no ano novo todos os contratos de médicos temporários ou contratados por Organizações Sociais e ONGs estavam expirando e houve boa parte dos médicos que não vendo a garantia de reconttratação assinaram acordos de trabalho com outras instituições deixando o real e efetivo risco de as festas de ano novo no Rio de Janeiro, que atraem milhões de pessoas de todo o Brasil e do estrangeiro, ficarem sem o devido potencial e efetivo e adequado atendimento médico!!

É importante que soluções de curto prazo não virem soluções de longo prazo. Aumentou-se atendimento com contratações temporárias? Ok. Mas deve haver política para atendimento permanente da saúde pública e isso passa pela contratação de médicos em número suficiente par a população, implementação de gestão eficiente e valorização do servidor médico para que ele se deidique à carreira pública de atendimento à população. Se antes do ano novo já houvesse médicos de carreira suficientes, a população não teria corrido o risco de ficar sem atendimento por falt de renovação de contratação de médicos temporários.

É um absurdo. E pior (ou naõ sei se isso é pior.. tudo é péssimo), a contratação de ONGs e Organizações Sociais impede e dificulta a fiscalização dos gastos com saúde pública pelo Tribunal de Contas do Estado, Tribunal de Contas do Município e pela Promotoria de Justiça do Estado do Rio de Janeiro. Isto porque contrata-se o atendimento médico e as ONGs e OSs cobram determinado valor, não ficando a remuneração dos médicos limitados pelo teto constitucional e não havendo acesso a essas vagas por concurso público.

Assim, a prática do avanço de OSs e Ongs sobre a saúde pública leva à remuneração de médicos em até 18 mil reais, segundo fonte minha dentro do sistema público-privado, enquanto médicos de carreira ganham entre 4 e 5 mil, desestimulando os médicos de carreira. Não se sabe quanto o médico temporário recebe realmente e quanto desses valores cão para as Ongs, Oss e seus padrinhos políticos. E a própria forma de ocupar estes cargos é contrária ao acesso público a cargos públicos que só seria garantido com concurso público para cargos de médicos de carreira. O acesso é por concurso e currículo.

Observe que assim, o presidente da Ong ou OS contrata quem quiser, paga com liberdade, não garante a continuidade da prestação de serviço público, já que a renovação da contratação naõ depende da OS ou da ONG e o gasto de verba pública é aumentado imediatamente com risco maior de desvios de verbas públicas do que no caso de contratação de médicos de carreira.

A única grande vantagem do sistema privatizado é que não há pressão futura sobre a previdência pública municipal, quando se contrata temporários. Mas isso já pode ser amenizado pela instituição de previdência complementar pública, nos moldes da legislação atual pertinente ou adoção de sistema celetista para o cargo de médico.

O que não pode é a população ter risco de apagão de médicos, pagar muito mais a médicos contratados livremente por Ongs e Oss que não podem ser fiscalizadas e exigidas pelos Triubunais de Contas e pelo Ministério Público da mesma forma que o Município do Rio de Janeiro seria caso tivesse contratado médicos de carreira.

Não se pode desvalorizar o médico de carreira que é quem está todo dia e perenemente atendendo a população e não se pode colocar em suas costas a culpa por falta de atendiimento que resultado de falta de médicos suficientes para a demanda do Município.      

Não se pode ainda querer que médicos façam gestão de hospitais pois eles não fizeram curso de Adminstração (há pós-graduação em Adminsitração Hospitalar e nenhum Diretor de hospital Municipal tem o curso) mas são formados em medicina e deveriam estar exercendo seu ofício. E deveria se aproveitar e criar o cargo de gestor público no Município do Rio de Janeiro, assim como está previsto na área federal desde 1989, com a Lei 7834 e também em outros Estado como Goiás, nos termos da lei estadual 16.921/2012, e aplicar isso aqui na Administração Municipal, parando com a politicagem de nomeação de diretores por interesse partidário e dar conotação técnica, com exigência de metas e acompanhamento profissional e estatístico de atendimento médico-hospitalar da população.

p.s.: A constaçao odo CREMERJ da falta de médicos suficientes em 74% da rede de saúde do Município e a declaração da Secretaria de Saúde Municipal de que contratará 2000 (dois mil) médicos confirma o que o BLOG PERSPECTIVA CRÍTICA sempre anunciou: HÁ FALTA DE SERVIDORES PÚBLICOS EM TODAS AS ÁREAS PARA PRESTAR DEVIDO SERVIÇO PÚBLICO À POPULAÇÃO. Fica o registro.

p.s. de 18/01 - Acesse a declaração pública do CREMERJ em http://www.cremerj.org.br/skel.php
Ou leia abaixo.

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Análise e comparação de índices de inflação do Brasil, Emergentes e núcleo de países ricos

O melhor site de informações sobre inflação, índices de evolução de PIB e de taxas de juros que eu acesso e conheço é o www.global-rates.com. Você pode pesquisar por país e por período. Muito bom.

Vejam os índices anuais de 2003 a 2012 para os paradigmas EUA, Alemanha, França Inglaterra e Brasil Índia, China e Rússia. Observe que os países já ricos podem se dar ao luxo de ter índices mais baixos de inflação, mas o esforço para diminuir desigualdades (investimentos públicos em educação, saneamento, moradia, transportes etcc) e crescer a economia nos emergentes resultam em taxas de crescimentos maiores (PIB) e inflação maior.

ÍNDICES DE INFLAÇÃO (%)

Ano/País....China....Brasil...Índia...Rússia....EUA.....Grã-Bret.....França....Alemanha

2012 .......2,411 ...... 5,53... 9,54..... 6,45 ..... 1,74 ........ 2,64 ......... 1,33 ..... 1,89

2011 .......4,064 ...... 6,64 ... 9,34.... 6,77 ..... 3,39 ...... 4,84 ........ 2,46 ..... 2,39

2010 .......4,571 ......5,63 ... 8,33..... 8,06 ..... 1,14 ...... 3,21 ....... 1,76 ...... 1,49

2009 ........1,704 ...... 4,21.. 13,51.... 9,12 ..... 1,83 ..... 1,91 ....... 0,90 ...... 0,37

2008 .......1,260 ..... 6,38... 10,44.... 13,75 .... 1,06 ..... 4,07 ........ 1,00 ...... 1,42

2007 .......6,579 ...... 4,18 ... 5,51.... 11,47 .... 4,30 ..... 2,12 ........ 2,58 ...... 3,24

2006 ........2,811 ..... 3,01... 5,95..... 9,04 ...... 1,97 ..... 2,68 ........ 1,53 ...... 1,49

2005 .......1,582 ...... 6,21 ... 5,33.... 11,25 .... 3,45 ..... 2,12 ....... 1,52 ........ 1,72

2004 ......2,307 ....... 7,23.... 4,16.... 11,72 .... 3,52 ..... 1,44 ....... 2,11 ........ 1,86

2003 ......3,207 ....... 11,01... 3,06.... 12,43 ..... 1,76..... 1,35 ...... 2,15 ......... 1,25
(índices do IPC obtidos no site Global-rates.com. Os índices de China e França referem-se a dezembro de cada ano. Os dos demais países referem-se a novembro de cada ano, ou seja, com exclusão dos respectivos índices de dezembro de cada ano, por isso são um pouco menores do que o índice oficial para cada ano.)

É importante você, leitor, notar que os índices dos ricos são semelhantes e os índices dos emergentes destoam dos índices dos ricos de forma semelhante. Por quê? Porque, como já dissemos, a realidade econômico-social dos ricos é distinta da realidade econômico-social dos emergentes. Entender a causa desta diferença e não exigir índices de países ricos a nós é muito importante e esse é o objetivo deste artigo.

Os índices de inflação da China são os menores dos emergentes mas estão sempre acima dos índices dos países ricos. Os índices da Rússia e do Brasil estão mais assemelhados e medianos em relação aos emergentes nos últimos anos, mas os índices do Brasil são historicamente melhores do que os da Rússia nos últimos nove anos. E os da Índia são os piores. Não verifiquei os da Turquia e África do Sul porque esses países não têm as dimensões territoriais e populacionais de Índia, China, Brasil e Rússia. Não verifiquei México porque além de não ter a mesma dimensão territorial e populacional dos quatro grandes, também não é uma economia muito autônoma, sendo mais uma plataforma comercial de produtos americanos. Importante notar que a China tem baixa inflação e grande crescimento, mas a economia não é de mercado nem é livre. Há muito tabelamento e presença do Estado em peso na economia, o que ajuda a impulsionar a economia e manter índices baixos de inflação, assim como controle artificial do câmbio. A China é ponto fora da curva de todo jeito que se olhe.

Observe, os índices de inflação mais altos dos países emergentes se justificam por esforço e giro econômico grande para criar estrutura e infra-estrutura para a sociedade e a economia desses países. Os países maduros economicamente não precisam deste esforço. Podem se concentrar mais na defesa do valor de sua moeda e isso está de acordo com o interesse do país e de suas elites.

Neste momento, por exemplo, após a crise, naturalmente, com menos produção econômica desde 2008, os índices de inflação baixaram nos países ricos e empregos se perderam. Como a elite financeira tem muito poder nesses países e como, já há décadas, as situações econômica e social se estabilizaram e eles puderam desenvolver políticas econômicas que privilegiassem baixa inflação e defesa do valor da moeda nacional, os países europeus, os EUA e o Japão continuaram a defender controle inflacionário ao invés de admitirem  aumento de inflação por necessidade de aumento de giro da econmia para criar empregos. Por isso seus povos sofrem muito hoje. E por isso Dilma sugeriu mais gastos públicos europeus ao invés de mais austeridade.

O Japão já entendeu que sem crescimento econômico não conseguirá pagar a dívida pública de 220% o PIB japonês e ontem e anteontem o governo japonês já declarou que pretende ter meta de aumentar a inflação (a 2% ao ano)!!! Sim, aumentar a inflação!!! Não é fantástico? O Japão quer a inflação? Claro que  não!! Ele quer aumentar o giro da economia e aumentar empregos e oportunidades de negócios em sua economia há duas décadas estagnada e com índices inflacionários giramdo em zero ou negativos (ou seja deflação).

Então, senhores. É o que digo. Os analistas da grande mídia estarem pedindo inflação de 2 a 3%, como a Miriam, para o perfil do nosso país hoje não é o ideal. Quando tivermos renda percapita entre 45 mil dólares e 58 mil dólares como eurpeus, japoneses e americanos (hoje estamos em 12 mil dólares), quando tivermos educação e saúde pública de qualidade para toda a população, moradia, esgoto, saneamento, luz, transporte público a todo o País em índices de países ricos, ou seja, com IDH semelhante, aí faz sentido querer manter-se o status quo, focar em defesa mais aguda do valor da moeda... mas não com os índices sociais e a estrutura produtiva e econômica que temos hoje, pois isso é burrice.

Está claro porque o BLOG PERSPECTIVA CRÍTICA defende perseguição de meta inflacionária mesmo com atingimento de índices anuais superiores a 4,5% (desde que inferiores a 6,5%)? Porque precisamos de criar empregos, aumentar salário mínimo, melhorar índices sociais e portanto gastar mais. Quem gasta mais e gira mais a economia se arrisca a ter mais inflação. Mas o desempregado não está nem aí se há mais inflação.. ele quer o emprego.. já pensou sobre isso?

Portanto, sendo rico e já tendo o emprego e assistência social ou privada de saúde e educação de qualidade é fácil querer baixa inflação e proteger o que interessa, ou seja, o valor da moeda. Mas quando não se tem a estrutura econômica e produtiva e social ideal é necessário criá-la e isto gira a economia e aumenta a pressão inflacionária que deve ser controlada, mas entendida que não pode ter o mesmo nível de países ricos.

O correto agora, aliás, eram os países ricos aumentarem suas inflações para saírem do buraco em que se encontram. mas suas elites financeiras não deixam, pois elas já têm tudo e só se preocupam com a defesa do valor da moeda para defender seu patrimônio, mesmo que concidadãos continuem desempregados, sem dinheiro para saúde e educação e mesmo alimentação. Nos países europeus o estado de bem-estar social ainda ameniza o impacto da falta de emprego, mas nos EUA o sofrimento é bem mais grave; mas o Tea Party não está muito preocupado e nem os republicanos, naturalmente...

O Japão já entendeu. Vamos ver como ficam os europeus e americanos mantendo seu índice de inflação baixo mesmo com dívidas públicas altas e altos índices de desemprego. Pode-se socorrer a economia mantendo a inflação baixíssima? Sim, mas o sacrifício da população é maior.

Não exijam inflação de 2% a 3% para o Brasil ainda. Isso é estupidez. Façamos isso quando tivermos renda percapita e IDH de países ricos.

p.s.: texto revisto e ampliado

p.s. de 23/01/2013: texto revisto e ampliado

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Inflação cai de 2011 para 2012, de 6,5% para 5,84%, dentro da meta ampla do governo

O viés buscado pela Globo é sempre de cumprimento ou não do centro da meta. Assim, a publicação de hoje, como sempre, indica que a meta do governo de índice de inflação não foi alcançada.

Acesse: http://oglobo.globo.com/economia/inflacao-fecha-2012-em-584-acima-do-centro-da-meta-7247450

Em relação à inflação de 2012 de 5,84% e à inflação mensal de dezembro de 2012 em 0,79%, o Blog Perspectiva Crítica term a considerar para seus leitores que a realidade dos fatos é a seguinte.

O governo tem conseguido manter a inflação dentro da meta definida, ou seja, entre 2,5% e 6,5%. No ano de 2011 houve a única vez de rsico de não cumprimento de meta de inflação desde que o sistema inglês de metas inflacionárias foi adotado pelo Governo. O índice ficou exatos 6,5%.

É importante notar que nossa mídia, como historicamente adota como parâmetro a seguir a realidade e fatos ocorridos no estrangeiro (EUA e Europa em especial), assim como defende princípios monetaristas/financistas para política econômica, tem o viés de querer para o Brasil o índice inflacionário da Suíça, EUA e Europa em geral, ou seja, 2%.

Entretanto o Brasil não tem o nível econômico e social destes países e portanto tem de correr atrás do prejuízo econômico e social criando mais oportuinidades de emprego, aumento de salário-mínimo, resgate de dívidas sociais (diminuição da pobreza extrema e da pobreza, melhora de serviços públicos de educação e saúde, diminuição de déficit de moradia, garantia de extensão de serviços de saneamento, água, esgoto e luz a toda a população..). Tudo isso exige que a economia gire mais, que o governo gaste mais e isto empurra o índice de inflação para cima, em regra.

Não se pode deixar que haja inflação inercial, ou seja, que ocorra inflação sem haver crescimento econômico suficiente a avançarmos econômica e socialmente, mas nossos índices ficam mais próximos da Índia e China, porque estes países estão em mesmas condições do que a nossa de correr atrás de prejuízo econômico e social.

Pela experiência brasileira, segundo li em alguns livros, a inflação brasileira girar abaixo de 4,5% compatibiliza com uma situação de baixo crescimento econômico não desejável ao nosso país hoje em dia. É desejável para países ricos, em política defensiva do capital, já que os índices sociais já são bons. Mas não é desejável ao Brasil que precisa resgatar déficits e dívidas sociais.

Com esse pano de fundo, temos a dizer que o que foi ruim em 2012 não foi a inflação, mas a correlação entre inflação e crescimento econômico que em 2011 foi muito melhor.  Em 2011, a inflação foi de 6,5% mas o cresicmento do PIB foi de 2,7%. Em 2012 a inflação foi de 5,84%, mas o PIB aumentou em torno de 1%. Mas isto não impediu que 1,7 milhão de empregos fossem criados. Então a configuração econômica de 2012 foi muito boa, ainda mais se comparado com países como EUA, os da Europa e Japão.

Essa é a verdade. O governo vem administrando magistralmente os elementos e condicionantes econômicos por todos estes dez anos. E isso é incrível.

O que deve ser verificado é que realmente devemos dar um jeito de aumentar o crescimetno do PIB, assim, como o fato de a inflação de dezembro de 2012 ter sido de 0,79%, ou seja, acima do número mágico já dito por esse Blog de 0,45% (IPCA) deve gerar uma luz amarela na gerência da inflação. Mas dezembro, senhores é mês de festas e as pessoas gastam, sendo historicamente mês de inflação mais alta.

Então, ao contrário do artigo de alarde do Globo, já mencionado no início deste artigo, o quadro inflacionário está bom. importante registrar que ano passado, inclusive, a quebra de safra de trigo americana prejudicou muito nossa inflação e já vi escrito (no Globo) que inclusive se não houvesse problema climático estrangeiro e nacional quebrando as safras externas e internas (gerando inflação de alimentos acima de 10% em 2012) a inflação poderia ter ficado em 4,5%. Tudo normal, portanto, já que clima ainda não é controlável.

Seguimos acompanhando, alertando sempre quanto aos interesses puramente brasileiros e do cidadão comum brasileiro em relação aos fatos econômicos, sociais e políticos.

p.s.: Não obstante o título do artigo (e a sua primeira metade) do Globo dar conotação, a meu ver, de alta inflacionária, do meio para o fim do artigo a abordagem do tema inflação e juros selic tanto de 2012 quanto prospectivo em relação a 2013 está técnico e muito bom, sem margem para críticas minhas. Vale a pena a leitura.

p.s. de 11/01/2013 - texto revisto e ampliado.

p.s. de 15/01/2013 - Apesar de a China ter apresentado índice inflacionário de 2,4% em 2012, bem abaixo dos nossos 5,84%, essa queda deriva de uma grande diminuição do avanço da economia chinesa, já que a inflaçãochinesa de 2011 foi de 4,06% e a do ano de 2010 foi de 4,57%. Nos dois anos mais agudos da crise econômica, a inflação chinesa foi de 1,7% em 2009 e de 1,26% em 2008, tendo o ano anterior à crise, de 2007 sido de 6,579%.  Confira em http://pt.global-rates.com/estatisticas-economicas/inflacao/indice-de-precos-ao-consumidor/ipc/china.aspx

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

O crime perpetrado pelos Senadores e Deputados Federais e Prefeitos - prevaricação e crime de responsabilidade

Gostaria de deixar claro que notei falta de manchetes apropriadas, falta de indignação e falta de alarde suficiente em relação a dois temas e fatos que são o cúmulo do absurdo: Prefeitos abandonaram suas adminstr5ações por não serem re-eleitos e Senadores da República e Deputados Federais deliberadamente não votaram o orçamento do País em "resposta" institucional ao fato de o STF ter declarado que veto presidencial deve ser votado cronologicamente e que deputado condenado criminalmente por colegiado deve perder mandato eleitoral.

Vejam... autoridade concedida por voto popular não faz do eleito uma pessoa livre para exercer frivolidades contrárias ao interesse público para o qual foram eleitos justamente para defender!!

Felizmente li um artigo no Globo, e também houve uma nota de editorial no mesmo sentido, em que um jurista lamentava que Senadores e Deputados Federais colocassem seus interesses privados à frente do interesse público. Mas isso é pouco.

É importante que a população fique ciente que não somos reféns desse grupo de tresloucados que acham que podem exercer seus mandatos indignamente sem consequências. Chilique tem limites. Chilique é para você ter na área privada da sua casa e na roda de amigos e familiares. Não pode ser admitida a conduta pré-concebida por políticos eleitos de prejudicarem a população por mera e4scolha intencional em criar reprimentda social porque não foi re-eleito (caso dos prefeitos) ou porque ficou triste com a decisão suprema do Tribunal Constitucional brasileiro sobre tema de seu interesse (caso de Senadores e Deputados Federais).

Do jeito que a coisa está sendo levada não houve a abordagem, ao meu ver, adequada da gravidade e das consequências dessas atitudes.

O Prefeito que não paga salários de funcionários deliberadamente, que abandona a Adminsitração da cidade e prejudica a normalidade dos serviços públicos, ao meu ver comete crime de prevaricação e crimne de responsabilidade. O Ministério Público Estadual respectivo deve propor ação criminal para cada Prefeito que assim tenha agido pois a cidade não é refém do Prefeito e ser Prefeito não concede direito real (de realeza absolutista) sobre a vida dos contribuintes da cidade.

Mandato de Prefeito garante direitos e deveres. Muito mais deveres do que direito, devo dizer. É autoridade, sim, mas para exercê-la e prol da comunidade e consoante princípios de adminstração pública. Tem direitos sobre a Administração Pública sim, mas para realizar a finalidade pública da Prefeitura que é resolver problemas do Município, concretizar competências adminsitrtivas previstas na Constituição da República do Brasil e não para decidir se faz isso ou aquilo, se paga funcionário ou não ou se mantém ouy não assistência médica, educação e coleta de lixo!!

Os Prefeitos que abandonaram suas prefeituras por não terem sido re-eleitos são criminosos. Deixe repetir: os Prefeitos que dolosamente abandonaram seus cargos criando descontinuidade do serviço público a toda a população devem responder criminalmente por prevaricação e por crime de responsabilidade e são CRIMINOSOS. O Ministério Público deve instaurar inquérito crimianl para apurar os crimes e obter as respectivas condenações.

Da mesma forma, os Senadores da República e Deputados Federais que dolosamente não votaram o orçamento criando risco à continuidade da prestação de serviços públicos em todo o País são criminosos. Eles acham, claro, que têm o direito de fazer isso. Mas não têm. Não votar o orçam,ento por causa de problemas quanto à discussão de termos orçamentários, dotação de verbas para este ou aquele Ministério, adequação de contas entre receitas e despesas, ou discussão da legitimidad de previsão de receitras e despesas não é problema nenhum. Não é desejável, mas não é criminoso. O Congresso americano acabou de passar pela segunda vez por esse problema. Mas não pode o parlamentar ou o Congresso deliberadamente não realizar a sua obrigação parlamentar por birra, sem que os responsáveis respondam criminalmente pelos crimes de prevaricação e crime de responsabilidade.

É claro que no caso dos Senadores e Deputados a configuração do crime é mais difícil do que no caso dos Prefeitos, até porque há previsão constitucional de uso de 1/12 do orçamento anterior para manter o Estado brasialeiro funcionando, mas mesmo assim há que se conscientizar esses brincalhões com o interesse do povo que sua omissão injustificada e deliberada e dolosa tem consequências.

Estão tristes com o STF, resolvam-se com ele e não usem o povo brasileiro de refém para atingir seus objetivos inconstitucionais de se rebelarem contra um dos Poderes da República, o Judiciário.

O correto nos dois casos seria o Ministério Público Estadual e Federal, respeitadas suas respectivas competências/atribuições, instaurarem inquéritos criminais para responsabilizarem criminalmente Prefeitos, Senadores e Deputaos Federais que descumprem dolosamente seus deveres constantes do mandato eleitoral concedido pela população a eles.

Nossa democracia é jovem, sim. Mas não é não entendendo corretamente a dimensão de poderes, deveres e direitos dos mandatários da população e não exigindo o cumprimento desses deveres que melhoraremos nossa democracia e garantiremos o direito do cidadão.

O direito de ser servido do cidadão eleitor é maior do que o direito do eleito de deliberar, de agir ou de se omitir. Eleição não é carta branca para exercício de frivolidades. Exercício de mandato que frustre a finalidade pública do mandato de representar o interesse da população deve ser punido na forma da lei e em respeito às determinações constitucionais que foram criadas pelo Legislador Constituinte.