terça-feira, 26 de abril de 2011

Sobre o mapa americano que retira a Amazônia dos territórios dos países latino-americanos, inclusive do Brasil

Pessoal, hoje pude trocar correspondÊncia com um grande amigo que me enviou e-mail perguntando se eu já tinha visto um mapa absurdo com o qual os americanos estariam educando suas crianças informando que a Região Amazônica seria território internacional, desconsiderando a divisão política existente em que tal região integra os territórios soberanos de uns nove países latino-americanos, inclusive o nosso Brasil.

Há um bom tempo eu queria tratar desse tema, mas não via oportunidade, já que outras informações se tornavam mais oportunas, à medida em que a grande mídia apresentava artigos desinformativos que impunham sua abordagem imediata para aproveitar o momento (des)informativo social. Eu gostaria de falar de vários temas, mas, às vezes, como a mídia publica algo errado e de apelo, aproveito o momento para dar o tanto quanto possível imediato contraponto e aproveitar ao máximo uma sinergia comunicativa criada pela publicação do artigo que critico.

Mas há tempo para algumas abordagens autônomas e conseguimos inovar na pauta de discussão social várias vezes. Hoje, é um desses dias.

O tema sobre esse mapa de livros didáticos americanos é conhecidíssimo e a política americana de tentativa de criar uma legitimidade para intervenção em territórios ricos em água, biodiversidade genética e em minérios, como é o caso da Região Amazônica que até petróleo tem, é uma constante especialmente para os EUA.

Veja a carta que escrevi para o meu amigo e cujo teor compartilho com você.

"Jà vi (o mapa). É o que eu tinha visto. Alguns disseram que este mapa foi criado pelo Exército brasileiro e que essa informação foi disseminada pela inteligência do Exército para mobilizar o povo brasileiro para esta hipótese. Esse mapa começou a circular antes da eleição de Bush contra Al Gore.

(Seja)Através de invenção do Exército ou sendo impressões verdadeiras de livros americanos, a verdade é que na época o próprio Al Gore, democrata, defendia a "proteção" de áreas sensíveis e de importância para a normalidade do clima mundial: amazônia à frente. Tive medo naquela época, porque eu não queria o Bush, mas o argumento dos democratas era mais inteligente do que as óbvias movimentações do vaqueiro do Texas.

Graças a Deus Bush ganhou e a política fina que poderia possibilitar movimentos mais inteligentes no sentido de "proteção" de áreas internacionais michou. Com a crise de 2008 então... ficamos salvos pois eles agora não têm como olhar pra fora antes de arrumarem a bagunça econômica e política interna.

O Governo americano sempre está de olho na Amazônia. No livro Relações Perigosas (de Moniz Bandeira), a informação é de que queriam fazer uma anexação da Amazônia brasileira como fizeram no México. A estratégia era obter a livre navegação do Amazonas, instalação de portos e centros comerciais no Amazonas, propiciar o desenvolvimento de assentamentos americanos e depois, quando os assentamentos crescessem e a população local fosse favorável aos americanos em boa quantidade percentual em relação aos brasileiros locais, incentivar e apoiar autonomia regional e depois o reconhecimento de tratamento especial. Ou viraria novo território americano, como Texas, ou viraria Estado Satélite, como Costa Rica. A ocupação seria com os negros americanos (a menção à forma de ocupação, inclusive com negros americanos é descrito no livro mencionado).

Por isso é importante investirmos agora em armamento militar. O projeto do submarino nuclear, a compra de 3.000 blindados anfíbios para o exército, o programa FX2 e o projeto de utilizar avião não tripulado para vigiar a fronteira contra o narcotráfico é importantíssimo para que nos atualizemos em tecnologia de defesa até 2025, quando a água doce norteamericana não será suficiente para a sua população e o apetite dos falcões americanos traga de volta toda a mobilização em "defesa de territórios com ecossistemas sensíveis", através da instalação de protetorados internacionais, sob a batuta dos norte-americanos (claro!) e todos estes ambientes ficariam fora dos EUA, Europa e Japão, claro, assim como de países que possam se defender como Rússia, China e Índia, os quais, por acaso, detêm a tecnologia e bombas nucleares."


Pessoal, é isso. Não adianta ver o mundo como querem que nós vejamos (ou como gostaríamos que fosse). Se os europeus e americanos possuem "brasilianistas", senhores especializados em Brasil, nós temos alguns cientistas brasileiros "americanistas" a quem devemos prestar atenção porque estudam os movimentos americanos não sob a ótica, muitas vezes a soldo, mercadológica, mas sob o prisma de movimentação estratégico-política que se desenvolve por anos e décadas. Temos entre nós o venerável Luiz Alberto Moniz Bandeira que durante mais de 30 anos estudou, pesquisou e observou documentos e manobras americanas no Brasil.

Este mundo que está aí só respeita quem tem poder econômico e militar. Não se enganem. Não é preciso nem pedir para integrar o Conselho de Segurança. Se o Brasil fosse economicamente forte (estamos chegando lá) e militarmente forte, o lugar estaria muito mais ao nosso alcance, sem força, por mera questão de fato. O que não nos faria prescindir de profissional representação diplomática, óbvio.

Os EUA seguem princípio instituído por eles mesmos, na época de Theodore Roosevelt, não o bonzinho Franklin de 1929, mas o Roosevelt anterior, de que o país que não tiver capacidade de autogoverno transfere essa legitimidade para quem a tenha e a queira e possa exercer mesmo alhures. Isso também era a política do Big Stick. Alijaram os espanhóis de suas colônias na América Central e também intervieram na República Dominicana, Nicarágua e Panamá.

Os Republicanos, reduto dos "falcões", cresceram os EUA na base da força. A formação do País EUA foi forjada na Guerra de Secessão. Seu hino enaltece "canhões". A política do Big Stick foi desenvolvida pelos EUA. A política do ataque preventivo foi apresentado por Bush para atacar o Iraque e está sendo usado contra a Líbia, em ambos os casos ilegalmente pois sem autorização da ONU.

O que nós podemos fazer é nos informar e combater essas investidas, as quais são fundadas em argumentos falsamente legítimos de intervenção armada para defender direitos humanos, para defender a ecologia, para defender um pequeno grupo sofrido que "deveria" ser autônomo em um determinado País. Temos de fortalecer a ONU. Os organismos multilaterais são o único obstáculo ao uso da força contra a soberania dos povos, o que ocorre sempre com base em argumentos de legitimidade internacional.

Vi há pouco, no Jornal O Globo, que um americano de ascendência asiática defendia o enfraquecimento de organismos multilaterais e defendia que Kadafi fosse morto, pois apesar de não ser legal seria legítimo. Gente, este é o argumento que amanhã pode ser usado contra qualquer País.

A ordem internacional não existe para proteger Kadafis, mas protegendo a não violação de regras internacionais, em casos extremos como o de Kadafi, você garante a segurança de países que por não ter estrutura para criar e publicar fatos para o mundo, não consegue se defender da propaganda maciça dos EUA e EUropa sobre isso ou aquilo que o País tenha de errado, e com isso os EUA e Europa legitimam ações que gerarão a ofensa à soberania daquele país, com base em argumentos de ecologia, direitos humanos, destilados às vezes por anos e décadas, com interesse real econômico. Estão reconhecendo algum caso possível em futuro próximo? Eu estou.

p.s.: Sobre Theodore Roosevelt e a política do Big Stick ver http://pt.wikipedia.org/wiki/Theodore_Roosevelt

p.s. de 09/06/2011: O autor do livro "A Trilateral" é Theotonio dos Santos e não Teotônio Vilela, como informado no corpo do artigo. Os autores são Hugo Assmann, Noam Chomsky e Theotonio dos Santos.

A Standardização da Análise Econômica a partir da ilusória justificativa da movimentação das Bolsas de Valores no Brasil e no Mundo

Acompanho o mercado econômico e bursátil há pelo menos 20 anos. Sou formado em Ciências Sociais e Jurídicas pela UFRJ, currículo dentre cujas matérias está a de Economia (Macro e Micro), e cursei cinco cursos na antiga BVRJ (Bolsa de Valores do Rio de Janeiro: Introdução ao Mercado de Capitais – O que é Mercado de Ações; Introdução à Análise de Investimentos; Análise Fundamentalista e Seleção de Carteira, Introdução à Análise Gráfica e Matemática Financeira Aplicada ao Mercado de Capitais); além de seminários e palestras sobre o tema que muito me interessa e que me obrigou a ler alguns livros sobre o tema.

Vocês sabem qual é o maior engôdo da grande mídia na área de Economia, na minha opinião? É explicar a macroeconomia a partir da movimentação da Bolsa de Valores no Brasil e/ou no exterior. É brincadeira quando há queda substancial da Bolsa de Valores e os jornais elencam um grande evento econômico que justifica isso. O mesmo acontece para uma grande alta. É óbvio que eventos importantes econômicos podem ter efeito sobre a Bolsa de Valores e têm, mas o argumento fácil, a fácil percepção do leitor leigo sobre o assunto através de uma análise superficial dessa tem apelo. Tem apelo porque dá a falsa sensação ao leitor de que está entendendo algo que de outra forma não entenderia. Passa a sensação de credibilidade do jornalista que escreve, pois está apresentando algo lógico e de fácil compreensão. E assim segue a situação comunicativa: os jornalistas fingem que informam e os leitores acham que estão informados.

Mas isso gera uma situação muito diferenciada: o leitor acha que está informado e compra o jornal no objetivo de se informar, de boa-fé. E o jornal vende notícia simples e pouco informativa, naturalmente sabendo dessa falha informativa e ainda cria a expectativa de passar boa informação a qual pode ficar sendo manipulada cotidianamente para vender o próximo jornal.

Veja um exemplo: A queda da nota da dívida soberana norte-americana de “AAA” para “AAA-“, pela Standard & Poors (S&P). Naturalmente isso tem impacto na perspectiva de mercados e do mercado bursátil em todo o mundo. Naturalmente houve uma queda daas Bolsas em todo o mundo, até por uma imediata paralisação de negócios no sentido de rever estratégias de investimento. Mas a mídia passou a vender que toda a economia mundial estava pessimista e tendente ao quase colapso a partir desta informação.

Passou-se, nesse dia, a considerar todos os problemas negativos que afetam a economia criando uma imagem totalmente distorcida da realidade, somente para apresentar um mundo compreensível e com informações que se justificam até mesmo pela simples constatação de que as Bolsas de Valores caíram.

Esse movimento de se padronizar avaliações macroeconômicas a partir das oscilações das Bolsas de Valores é um absurdo, gera desinformação, é mentiroso, mas gera pânico e necessidade de informação que pretensamente será vendida pelos jornais naquele dia e nos dias seguintes. Esse é um clássico padrão desinformativo utilizado pela Mídia para enganar os leitores e induzi-los à compra de notícia tanto quanto para enaltecer informações que sejam interessantes para a edição do jornal e para seus maiores clientes, o que no caso de nossa grande mídia no Brasil significa instituições financeiras e o PSDB.

Quem lê o Jornal O Globo e lê o Jornal do Commercio, como eu, nesta semana tem a impressão de estar lendo sobre dois países diferentes, com administração pública diferente e com situação fiscal e macroeconômica diferentes.

Não é possível explicar a economia por movimentação em Bolsas de Valores porque as movimentações em Bolsas de Valores oscilam diante de milhões de decisões de negócios que consideram interesses pessoais dos investidores, situações específicas de cada setor econômico em que cada empresa com ações em Bolsas se encontra, situações específicas de cada empresa, seja a partir de análise fundamentalista ou gráfica (métodos totalmente distintos), além de, aí sim, também em função da macroeconomia nacional, estrangeira e global.

Portanto, o fato de os EUA terem perdido perspectiva positiva de sua dívida não lança por si só trevas sobre a economia mundial. Nada mudou. A alteração, inclusive, veio com atraso de uns dez anos, período em que a dívida interna americana só subiu e o déficit gêmeo (fiscal e de balanço de pagamentos) só piorou.

A situação econômica mundial está melhor do que no ano passado. Ponto. E está melhorando. A inflação mundial se dá porque os bancos Centrais dos Países Ricos estão praticando juros negativos e injetaram trilhões de dólares em suas economias. Houve problemas climáticos que prejudicaram a safra mundial no ano de 2010 e houve prejuízo na expectativa de fornecimento do petróleo com os problemas no Oriente Médio.

Só que hoje as piores previsões estão sendo afastadas, pois os EUA e a Europa debelaram o grosso da crise econômica de 2008/2010, os motores dessas economias estão com crescimento do PIB, inflação dentro de controle, voltaram a gerar empregos e, inclusive, todos já se preparam para subir juros básicos da economia. A Arábia Saudita aumentou fornecimento de petróleo e agora já sugere que baixará produção pois a demanda e fornecimento estão regularizados.

No Brasil, a previsão de safra de soja é recorde, outros plantios também estão bem, as famílias estão endividadas (61% das famílias brasileiras) e petróleo não nos falta (apesar de pelo aumento do álcool combustível estarmos importando gasolina). O Banco Central está tomando medidas para conter inflação e o governo cortou previsão de gastos no valor de 50 bilhões de reais. É claro que os banco brasileiros captaram 25 bilhões de dólares a juros baixos no exterior para emprestar a juros altos aqui, o que anula o esforço do governo, mas isso não é publicado suficientemente.

Chamo a atenção para como a mídia brinca com a informação e com a sua expectativa. Mas tudo isso tem um motivo: além de vender jornal, cultivando o pânico e o pessimismo em você, também serve para atacar os “gastos excessivos do governo” e para “aumentar juros”, mesmo que aumente a dívida interna brasileira, desempregue brasileiros, faça cair mais ainda o dólar, gerando desindustrialização brasileira, porque isso interessa aos bancos e à visão de Estado Mínimo, independente de se isso é correto, justo ou informativo.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

ALERJ promove a defesa da verdadeira Educação Inclusiva no Estado e Municípios do Rio de Janeiro em Audiência Pública em 20/04/2011

Informo a vocês este importante momento. Autoridades políticas do nosso Estado do Rio de Janeiro acordaram para o crime que está sendo perpetrado pelos Governos Federal, Estadual e Municipal contra a Educação Especial, através de extinção de classes especiais e institutos de educação especial, de forma irresponsável e despreparada, através de inclusão automática, sem avaliação prévia dos alunos especiais por grupos de psicólogos e pedagogos, e sem o acompanhamento da adaptação desses alunos "incluídos".

Ficou evidente que foram fechadas classes especiais à revelia da sociedade, dos pais e dos alunos. Ficou evidente que há verbas federais que suportam essa política de fechamento célere de classes e institutos de educação especial, a partir de dupla remuneração dada aos Municípios que "incluírem" seus alunos especiais em turmas regulares. Ficou evidente também que o Estado tem priorizado a climatação das escolas (instalação de ar-condicionado) e computadores em detrimento da estruturação física das Escolas para que fossem adaptadas ao fácil acesso físico de alunos portadores de deficiência, numa clara falta de prioridades com foco no que é uma verdadeira inclusão social e pedagógica dos alunos portadores de deficiÊncia, os quais são em torno de 4,5 mil nas instituições estaduais e 10 mil na rede municipal.

A Secretária Estadual informou que 4000 professores estaduais foram preparados para receber e educar os alunos portadores de deficiência em turmas regulares, mas não informou, após questionada pelo Deputado Estadual Luiz Martins do PDT, como foram preparados, segundo qual currículo e quanto durou os tais cursos de preparação. O Deputado Márcio Pacheco exigiu audiências com exclusiva participação de pais, alunos e amigos da crianças com deficiência, dizendo que uma criança surda questionada por ele afirmou que gostou de estudar em classe regular mas que somente se sentiu incluído realmente no INES (Instituo Ncional de Educação de Surdos).

Segue um pequeno Briefing da Audiência que já publiquei em forma de p.s. no artigo anterior de 18/04/2011.

"20/04, Alerj - Estive pessoalmente, na condição de representante do MIL, juntamente com Maria Clara, na Audiência Pública sobre Educação Especial da Alerj, que durou das 10h às 13h, em 20/04/11, hoje. Os Deputados Estaduais Marcelo Freixo, Márcio Pacheco, Luiz Martins, Comte Bitencourt (Presidente da Comissão) e seu substituto, cujo nome infelizmente não lembro, questionaram veementemente a Secretária de Educação Estadual e a Subsecretária Municipal de Educação sobre o fechamento das classes especiais no Município e o Estado. Houve a confirmação de fechamento de 120 classes especiais no Município do Rio de Janeiro entre 2008 e 2010, com parada de fechamento em 2010 e reabertura de algumas após as reclamações de mães e constituição de Grupo de Trabalho com pais. Perguntas ficaram sem respostas: como estão sendo preparados os professores regulares para receber crianças especiais em turmas regulares? Quem preparou esse curriculo? Quanto dura o curso de pretensa formação? Quem integra grupos de psico-pedagogos que avaliam a conveniência psicopedagógica da inclusão de aluno especial em turma regular? E há acompanhamento da evolução dessa adaptação? o Deputado Marcelo Freixo ainda foi enfático em afirmar que há duplo recebimento dos Municípios, pelo Governo Federal, de verbas por cada criança "incluída" em classe regular, como nós adiantamos aqui!! O Vereador Eliomar Coelho do PSOL apresentou Projeto de Lei Municipal de n.º 912/2011 regulamentando a Educação Especial no Município do Rio de Janeiro e o procedimento de "inclusão". O Deputado Marcelo Freixo sugeriu adaptação do projeto para a apresentação na ALERJ na forma de Projeto de Lei Estadual. Publicarei isso em artigo para facilitar o acesso. Continuamos acompanhando."

A Secretária de Educação de Niterói afirmou que é necessário que as universidades atualizem seus currículos para que os professores saiam capacitados a lecionarem para alunos especiais e não especiais ao mesmo tempo. Que são necessários novos métodos para tornar possível essa nova escola em que se educariam todas as crianças ao mesmo tempo.

Ficou patente que todos pretendem perseguir a inclusão social das crianças portadoras de deficiÊncia em sociedade, mas que extinguir sumariamente classes especiais e institutos especiais, que historicamente já garantiram a inserção social de milhares de brasileiros não é a saída. Ninguém pode se apropriar do termo "inclusão", muito mais uma nova idéia educacional carente de formação para professores, carente de novas grades curriculares que comportem a educação convencional e a especial juntas em mesmo ambiente, carente até, no nosso caso, de estruturas físicas para que os alunos com deficiÊncia circulem com facilidade no espaço físico escolar, e carente, ainda, de remuneração adequada aos professores.

Parabéns aos Deputados Marcelo Freixo (PSOL), Luiz Martins(PDT), Comte Bitencourt, Márcio Pacheco (PSC) e ao Vereador Eliomar Coelho (PSOL). Parabéns a todas as autoriddes presentes. Parabéns à Diretora do Instituto Benjamin Constant que deixou patente que não aceita que esta instituição secular, desde 1854 educando portadores de cegueira, a primeira instituição do gênero na América Latina, seja considerada instituição segregacionista. Esta instituição, em suas palavras, garantiu acesso ao desenvolvimento pleno a milhares de brasileiros por mais de 150 anos e tem sua posição firmada em sociedade na ajuda da educação de portadores de cegueira, dentro de qualquer sistema de educação especial e convencional.

Continuamos acompanhando.

p.s. 09/05 - Pessoal, corrigi o texto. o Deputado Estadual do PSOL é
Marcelo Freixo. Aliás, devo dar meu testemunho do apoio pessoal, do domínio de Marcelo Freixo e Eliomar Coelho sobre o tema e do comprometimento deles com a realização de uma verdadeira inclusão educacioanl das crianças com deficiência, em oposição com o crime que está sendo perpetrado pela Administração Municial nesta seara. Agora estão esvaziando as classes especiais (já que não podem desfazê-las por pressão social) e desestruturando as Salas de Recurso. Tudo está sendo objeto de registro pelo MIL (Movimento pela Inclusão Legal e Responsável) e será apresentado para o Ministério Público Estadual que já tem inquérito civil sobre o tema.

p.s. 07/07/2011 - corrigido o texto transcrito no corpo do artigo. Havia o erro em definir como Deputado presente à Audiência "Carlos Freixo", quando o correto é "Marcelo Freixo". Erro indesculpável ante sua total dedicação à causa. Fica a correção e as desculpas.

terça-feira, 19 de abril de 2011

Secretária Municipal de Educação determina atendimento psicológico diuturno na Escola de Realengo

Quero parabenizar a Secretária Cláudia Costin por ter determinado o atendimento psicológico sem prazo determinado, constante e diuturno na Escola Municipal de Realengo aos alunos, aos professores e servidores.

Este Blog encontra-se em contato e muitas vezes em embate direto com a Secretaria Municipal de Educação prioritariamente em função da política municipal de educação especial. Não obstante, tanto a educação da Secretária, como sua pré-disposição natural e obstinada ao diálogo e inclusive, e muito mais importante, em função do atendimento de algumas demandas das mães de crianças especiais e do Movimento Pela Inclusão Responsável, do qual faço parte, o MIL (tais como criação do Grupo de Trabalho com mães e pais de alunos portadores de deficiência e diminuição do ritmo de desmonte de classes especiais), tudo isso nos obriga ao tratamento cordial e ao reconhecimento de passos dados em direção à defesa do bem-estar dos alunos da rede de educação municipal, sempre que isso ocorrer.

No caso em questão, não sabemos como está sendo efetivado esse atendimento psicológico permanente, mas vi a reportagem na televisão, ouvi em rádio e deixo meu sincero elogio à adoção desta medida para a Escola de Realengo.

Aguardamos a satisfação das demais exigências da sociedade sobre a política de educação especial e estaremos sempre à disposição para apontar os rumos aos nossos políticos no sentido de realizarem o que há de melhor para o bem-estar e a melhor educação de nossas crianças.

Continuamos atentos.

10.000 acessos neste exato momento!!

Chequei os acessos agora, pessoal... 10.000 acessos! É um marco, mas agora temos de sair dos cinco dígitos!! Rsrsrsrsrs Começou tem que seguir! Entrou na brincadeira, então tem que continuar!! Rsrsrs

É muito gratificante. Tenho certeza de que para vocês também. Não vamos admitir que a mídia ache que somos vaquinhas de presépio. A nova sociedade é esta: a sociedade da informação. Uma sociedade em que a mídia fiscaliza o Governo e a sociedade fiscaliza o Governo e a mídia. A mídia deveria também fiscalizar o Mercado. Mas se não fizer, nós fiscalizamos também.

Discutimos os fatos. Elencamos nossa pauta de assuntos importantes. Nem todos os brasileiros vivem só de tiete para tudo o que a grande mídia publica. Nem todo brasileiro transferiu a responsabilidade pessoal pela compreensão dos fatos sociais, econômicos e políticos para quem faz as manchetes dos grandes jornais.

Nós estamos aqui e viemos para ficar. Nós somos a imprensa paralela.

Abraços e obrigado pela confiança.

Mário César Pacheco

p.s.: Para um blog que teve apenas 45 acessos no segundo/terceiro mês de vida, em agosto de 2010 (na prática o segundo mês, já que iniciamos em 24 de junho de 2010), chegar a 1500 acessos em média por mês atualmente e um total de 10.000 acessos em menos de 10 meses de vida é um grande avanço. Compartilho minha alegria com vocês leitores e amigos.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Ataque Federal à Educação Especial: o desmonte do IBC e do INES

Pessoal, já publiquei aqui dois artigos sobre o crime que está sendo perpetrado pelo Governo Municipal contra a Educação Especial. Depois de muita luta das mães, alunos e professores, através do MIL (Movimento pela Inclusão Legal e Responsável), do SEPES (Sindicato Estadual dos Professores e Servidores), do Guerreiros da Inclusão e outros grupos sociais,como a ONG Semente do Amanhã, além de políticos e autoridades, inclusive com apoio do Ministério Público Estadual do Rio de Janeiro, o ritmo do desmonte municipal diminuiu (apesar de o Município não responder ao MP Estadual há mais de 6 meses sobre quantas classes especiais já foram fechadas desde 2008).

Mas acabaram de ser colocadas em risco duas instituições para educação especial, marcos na vida dos portadores de deficiência e garantidoras de uma esperança de tratamento digno e acesso à educação como real meio de inserção social: o Governo Federal tenta desmontar o secular Instituto Benjamin Constant (Escola especial para portadores de cegueira)e o Instituto Nacional de Educação de Surdos.

Depois de uma intensa mobilização das mães, funcionários, alunos e amigos, o Governo Federal retrocedeu e prometeu não fechar as portas. Entretanto, todos os alunos passarão a ser do Colégio Pedro II e o Govenro Federal tentará partir para a "inclusão", que para eles é simplesmente colocar as crianças com qualquer deficiência em turmas regulares.

Cobrados pelas mães dos alunos com surdez sobre quem substituiria os professores especializados em LIBRAS (liguagem dos sinais), o Governo, pelo que soubemos, pretende que todo professor de turma regular dê aula em Libras também ou que tenha um outro professor habilitado em Libras para traduzir a aula para quem for surdo e estiver na turma regular. Vocês já imaginaram??!?

Gente, quero denunciar aqui o despreparo que está ocorrendo nesta área. Foi promulgada há pouco tempo o Estatuto dos Direitos de Crianças Portadoras de Deficiências, no seio das Nações Unidas. O Brasil é signatário e está interpretando uma norma que prevê que a "educação das crianças portadoras de deficiência será preferencialmente em turmas regulares" como se houvesse determinação de que a educação deles seria obrigatoriamente em turmas regulares.

Com base nisso, o MEC expediu uma Portaria determinando essa "inclusão" e há Decreto 6571/2008 que prevê, aparentemente, um duplo pagamento de valores para os Municípios que "incluírem" as crianças. A criança incluída em turma regular geraria o valor de apoio federal por uma vaga comum na rede convencional e ainda geraria outro valor pela mesma criança, se ela fosse especial. Se a criança for especial mas não estiver na rede convencional somente gera ao Município o valor de apoio federal por sua educação especial em classe especial.

Resultado: Todos os Municípios no Brasil, inclusive o nosso no RJ, estão tentando acabar com as classes especiais e "incluir" as crianças portadoras de deficiência salpicando-os nas turmas convencionais, haja estrutura ou não, seja o melhor para a criança ou não, esteja o professor dessa turma regular preparado para receber as crianças que precisam de atenção especial ou não!! As mães estão tendo probelmas com surpresas de rotina, sumiço de classes de seus filhos. As crianças estão sendo mandadas para Escolas diferentes à revelia de sua vontade. O grupo de amiguinhos dessas crianças está se desfazendo. Os professores que acompanhavam cada crinaça por às vezes dez anos, estão sendo remanejados. Professores da turma regular que nunca aprenderam como lidar com crianças especiais, se já tinham problema com as crianças sem deficiência e com a grade curricular a ser dada, agora está desesperado e sem a quem recorrer pois a ordem é de cima para baixo.

Quero que vocês saibam que este Blog, e este blogueiro que vos escreve, estão à disposição para ajudar essas mães e verdadeiros amigos e políticos interessados na causa. Ninguém cometerá abuso contra essas crianças impunemente. Nós não deixaremos. Estou apoiando as mães prejudicadas desde 29/10/2009, quando houve a primeira audiência pública na Câmara dos Vereadores do RJ. O Ministério Público Estadual do RJ está ciente e já tomou medidas investigativas em Inquérito Civil Público. Estamos entrando em contato com a Pastoral e faremos denúncia à ONU.

Não faz 15 dias e já foi apresentado projeto para a educação especial a ser aplicado no RJ, com nosso apoio, através do Vereador Eliomar Coelho do PSOL. Mas o grupo de apoio é multipartidário e além da Câmara Municipal. Agimos na Assembléia Estadual do RJ e também na Câmara dos Deputados. Boechat já fez mais de uma entrevista sobre o assunto na CBN e já houve entrevista televisiva do problema dessas mães. Estamos acumulando os registros de casos concretos.

Também soubemos que há interesse em substituir a educação especial pública por voluntários e/ou cooperativas ou instituições particulares especializadas que seriam pagas pelo Estado para prestar esse serviço. Há políticos empresários que patrocinam a causa da "inclusão" automática para mais à frente poder entrar nesse filão. Há interesses de grupos privados na prestação desse serviço educacional e o caminho é acabando com o apoio e estruturas públicas.

Pessoas de boa-fé estão sendo enganadas sobre as vantagens do convívio de crianças portadoras deficientes com crianças não portadoras em salas de aula comuns. A verdade é que algumas crianças portadoras de deficiência conseguem se desenvolver para chegar ao ponto de conviver em igualdade de condições com crianças não portadoras de deficiência e isto é altamente desejável. Mas muitas crianças não conseguem e outras que em determinado período conseguem, às vezes sofrem recaídas e retrocessos, e precisam do apoio de classes especiais para voltar ao estado avançado a que tinham chegado, para somenete então voltar à classe regular.

Algumas crianças especiais só aprendem o ABC com 10 a 12 anos de idade! E querem colocar as crianças especiais, por idade, na mesma sala que as crianças sem deficiência. É um crime. Algumas estão tendo surtos de estresse pela mudança de rotina e por perceberem que perderam os amigos, os professores em quem confiavam e por perceberm que não conseguem acompanhar as aulas. Perdem o intresse, se distraem e acabam distraindo as outras crianças que ou brincam ou, eventualmente, acabam praticando bullying.

Nestes próximos 40 dias haverá diversas reuniões. A sociedade não está parada. Procurem informação sobre o que estão fazendo com o IBC e o INES!!
A luta só termina com a garantia de que todos os que precisam de educação especial terão educação especial. E de que haverá um grupo de pedagogos e psicólogos tanto para avaliar as crianças que podem ingressar em turmas regulares quanto para acompanhá-las em sua adapatação, sempre com o foco no que é melhor para as crianças e não para que fique bonitinho para o exterior, não para causar falsa impressão de que, por conta desta formal inclusão automática no Brasil, "não há discriminação" e que "incluímos nossas crianças com deficiência" para estrangeiro bater palma.

Política de Educação Especial não é brincadeira. Também não é negócio. Trata-se de dar a essas crianças as melhores possibilidades para que elas, onde seja melhor para elas, possam se desenvolver plenamente em sua capacidade intelectual e cívica, para serem educados, cidadãos felizes e com capacidade de interagir socialmente de forma plena. E o melhor é que tenham sempre as classes especiais e as instituições especiais, com professores especializados em suas características especiais e acompanhamento individualizado.

Vocês querem ver acabar com isso? Determinem que a "inclusão" deve ser feita obrigatoriamente em colégios particulares também. Fazer isso com mães carentes é mole. Mexe com a classe média.

p.s.: A Representante do MIL, Maria Clara, pede o acesso de todos ao endereço que segue:
http://oglobo.globo.com/rio/mat/2011/03/29/deficientes-visuais-auditivos-temem-possibilidade-de-perder-escolas-especiais-924121636.asp

p.s.: 20/04 - Estive pessoalmente, na condição de representante do MIL, juntamente com Maria Clara, na Audiência Pública sobre Educação Especial da Alerj, que durou das 10h às 13h, em 20/04/11, hoje. Os Deputados Estaduais Marcelo Freixo, Márcio Pacheco, Luiz Martins, Conti Bittencourt (Presidente da Comissão) e seu substituto, cujo nome infelizmente não lembro, questionaram veementemente a Secretária de Educação Estadual e a SubSecretária Municipal de Educação sobre o fecahmento das classes especiais no Município e o Estado. Houve a confirmação de fechamento de 120 classes especiais no Município do Rio de Janeiro entre 2008 e 2010, com parada de fechamento em 2010 e reabertura de algumas após as recamações de mães e constituição de Grupo de Trabalho com pais. Perguntas ficaram sem respostas: como estão sendo preparados os professores regulares para receber crianças especiais em turmas regulares? Quem preparou esse curriculo? Quanto dura o curso de pretensa formação? Quem integra grupos de psico-pedagogos que avaliam a conveniência psicopedagógica da inclusão de aluno especial em turma regular? E há acompanhamento da evolução dessa adaptação? o Deputado Marcelo Freixo ainda foi enfático em afirmar que há duplo recebimento dos Municípios, pelo Governo Federal, de verbas por cada criança "incluída" em calsse regular, como nós adiantamos aqui!! O Vereador Eliomar Coelho do PSOL apresentou Projeto de Lei Municipal de n.º 912/2011 regulamentando a Educação Especial no Município do Rio de Janeiro e o procedimento de "inclusão". O Deputado Marcelo Freixo sugeriu adaptação do projeto para a apresentação na ALERJ na forma de Projeto de Lei Estadual. Publicarei isso em artigo para facilitar o acesso. Continuamos acompanhando.

p.s. 07/07/2011 - corrigido o erro do p.s. acima em nomear o Deputado Marcelo Freixo do PSOL como "Carlos Freixo". Erro indesculpável com o Deputado altamente atuante em prol da causa dos portadores de deficiência, em especial neste caso do desmonte da Educação Especial. Fica aqui registrada a correção e nossas desculpas.

Política de Energia Nuclear: por autonomia brasileira em saúde, tecnologia e também em energia

Você sabia que há milhares de brasileiros que precisam de atendimento médico e muitos exames e atendimentos médicos precisam de substâncias nucleares? Você sabia que quando o Canadá, em 2009 ou 2010, teve um problema na produção e comercialização desses produtos nucleares com fins medicinais, deixou de vender a nós e milhares de brasileiros ficaram sem, por exemplo, poder dar continuidade a seu tratamento de câncer?

Você sabia que a tecnologia nuclear também é utilizada na agricultura? VocÊ sabia que os EUA não tem menos de 104 usinas nucleares e que a França tem outras 58, o Japão tem 54 e a Alemanha 20, mais ou menos? Você sabia que a energia nuclear é a que menos emite poluentes? O grande problema são os dejetos, sem dúvida, mas que ocupa-se pequeno espaço para a quantidade de energia criada? Não é necessário alagar nenhum terreno, floresta ou mudar curso de água e não tem emissão de carbono como as usinas térmicas? Sabia que a energia nuclear termina sendo mais barata que a eólica e a solar, por Megawatt produzido?

Gente, olhe bem, não estou fazendo apologia do uso da energia nuclear. Quero apresentar um contraponto que não vejo e mostrar uma única coisa: nós temos de dominar a energia nuclear para o bem e autonomia medicinal, energética e tecnológica brasileira.

Nós não precisamos de centenas de usinas nucleares, como os americanos, nem de dezenas delas como os alemães e franceses, mas precisamos de um número mínimo para gerar mercado autônomo brasileiro, sustentável, de produção de urânio enriquecido para não ficarmos excluídos de um setor da tecnologia mundial, para termos autonomia no tratamento de brasileiros através de medicina nuclear, para termos acesso à tecnologia da agricultura nuclear, para termos opção energética e para podermos manter funcionando nossos futuros submarinos nucleares.

Temos de criar um mini sistema econômico-produtivo nuclear que exija formação de técnicos e engenheiros, para que tenhamos esse núcleo produtivo no Brasil. A preocupação verde é linda e importante. Concordo. Mas não podemos sacrificar a saúde de brasileiros dependendo de urânio do Canadá. Isso é brincadeira. E os brasiliros que precisarem de tratamento hiperavançado não podem tomar chá de boldo!!

É muito simplista a oposição à construção de usinas nucleares brasileiras. A aplicação da tecnologia nuclear vai muito além de militar e energética, por si só, e nós não podemos abdicar desses conhecimentos e desses bens e tecnologias para a vida do brasileiro, para nosso desenvolvimento tecnológico autônomo, para opções de energia elétrica e para opções de tratamentos médicos, agricultura e ainda para manutenção autônoma de nossos futuros submarinos nucleares.

Verde sim!! Mas tapado, piegas e irresponsável não, por favor.

p.s.: Convém a leitura do livro "A Segunda Chance do Brasil - a caminho do primeiro mundo", de Lincoln Gordon, Editora Senac. Nele você obtém alguns gráficos evidenciando os consumos de energia elétrica do Brasil e países desenvolvidos, em correlação com a evolução dos respectivos PIBs. Não há crescimento econômico sem crescimento de produção e consumo de energia elétrica, gente. Precisamos de hidrelétricas até onde seja possível, precisamos de algumas usinas nucleares e precisamos de algumas usinas térmicas para emergência, até o dia em que a energia eólica, de biomassa e a solar (ou novas fontes de energia) possam substituir as outras fontes em preços razoáveis para o mercado produtivo e para o consumidor individual. Quem fala messianicamente contra a enrgia nuclear e a hidrelétrica e não apresenta saída para a necessidade de geração de energia barata e limpa para o País está ingênuo demais ou está brincando de casinha. Eu sei que muita gente gostaria de morar em casas de sapê, mas outros que já moram gostariam de ter emprego para viver bem, com acesso a produtos de higiene, alimentos e bens de consumo da nossa atual sociedade. Isto só é possível com geração de emprego, que só é possível com crescimento econômico, que só é possível com aumento de geração de energia elétrica. Sejamos responsáveis com todos os brasileiros. Minhas palmas para o James Cameron (assim como aos verdes que sejam marketeiros e descomprometidos com a realidade) ficam só para a área do cinema, e feito em Hollywood, bem longe da Floresta Amazônica Brasileira, por favor. Fico do lado dos verdes responsáveis e conscientes.

p.s. 07/06/2011: sobre agricultura nuclear acesse: http://noticias.universia.com.br/destaque/noticia/2003/12/22/525948/energia-nuclear-na-agricultura.html

Mercado aterroriza o BACEN e o Governo: inflação e juros

Vejam o conteúdo dessa informação publicada no Jornal do Commercio on line hoje, 18/04/2011, sobre a recém elaborada "Carta Conjuntural" preparada pelo IPEA, sob a Chefia de Roberto Messenberg.

"Messemberg, no entanto, descartou qualquer possibilidade de hiperinflação. “Não existe nenhuma possibilidade da taxa de inflação sair fora de controle. Essas especulações fazem parte de uma estratégia terrorista de instituições financeiras para abortar a agenda do governo que visa a atender aos anseios da sociedade como um todo e não de uma minoria”.

A inflação deve desacelerar no último trimestre do ano, segundo as projeções do Ipea, como resultado do desaquecimento da economia interna, motivada por políticas mais austeras, tanto monetárias quanto fiscais, além de reajustes menores dos salários e do nível da taxa de câmbio."
(http://www.jcom.com.br/noticia/132003/PIB_deve_manter_ritmo_de_crescimento_de_2010_este_ano_e_inflacao_pode_passar_do_centro_da_meta)


Pois é gente, o mercado e a Globo estão insistindo. Enquanto em artigo de hoje do Jornal O Globo on line há a notícia de que a China combate a inflação com aumento ainda maior de depósito compulsório dos bancos, sem grandes informações ou novidades em relação ao juros básicos daquela economia, aqui o mercado só quer saber de aumento de juros Selic.

Não há ponderação sobre os efeitos das medidas macroprudenciais. Não há consideração maior sobre o fato de que os efeitos de qualquer medida, seja macroprudencial seja aumento de juros, não pode alterar em curto prazo o estrago que aumento de commodities, petróleo e a pressão inflacionário internacional, por causa do alto endividamento dos ricos, estão efetivando em nossa economia. Querem o aumento de juros e é isso aí.

Considera-se simplesmente que o Boletim Focus piorou esse mês suas previsões. E o Boletim Focus é publicado pelo Banco Central. Mas ninguém diz que o Boletim Focus não é a previsão do Banco Central. A previsão do Banco Central é publicada nas atas que justificam a fixação de juros de 45 em 45 dias. O Boletim Focus, para quem não sabe, é o resumo das expectativas de mais ou menos 100 instituições do mercado financeiro. É a expectativa privada sobre os principais números da economia. Mas a expectativa é privada. Só que os privados ganham dinheiro com quadro econômico em que é necessário aumento de juros Selic.

Então, senhores, Boletim Focus é importante, mas é a perspectiva viciada do mercado financeiro. É importante, mas não é a verdade absoluta das expectativas. Tem que ser considerada, mas deve ter um contraponto referencial. As atas do Bacen fazem o contraponto. As leituras do Ministério da Fazenda fazem contraponto e o IPEA também. Mas se a grande mídia não faz a mesura e não dá mesmo nível de publicidade para os pontos em debate, fica difícil. Pelo menos há o Jornal do Commercio.

Pode ser que o Banco Central vá aumentar a taxa de juros nesta quarta-feira. Mas isso não vai diminuir o preço do petróleo, o qual, aliás, foi informado que está prestes a ceder por excesso de oferta. A Arábia Saudita informou hoje, também publicado no Globo On line, que diminuiu a procura por petróleo e que diminuiriam a oferta.

Como falei acima, a China aumentou o compulsório dos seus bancos. O que gera presunção de diminuição de crédito e diminuição de ritmo de consumo de petróleo, além de queda de inflação. Os EUA está sobre grande pressão para diminuir custos, já que sua dívida é de 14 trilhoes de dólares, mais de 100% o seu PIB, e está anunciando cortes trilhonários em gastos do governo, o que diminuirá consumo de petróleo e inflação. Nos EUA também cresceram empregos. E as economias européias, apesar de melhores não decolam e ainda deverão aumentar juros básicos, pois há pressão inflacionária e fuga de capitais com seus juros reais negativos.

Isso tudo gera perspectivas macroeconômicas melhores e a previsão de queda efetiva dos índices inflacionários brasileiros são esperados para o último trimestre. Mas o mercado continua revendo para cima suas expectativas inflacionárias.

É onde estamos senhores. Vocês estão acompanhando. O IPEA, não eu, diz que o mercado está aterrorizando as expectativas de inflação. Mantega já acertou algumas vezes contra o mercado. Se a área privada tem o Boletim Focus e a grande mídia, Globo a frente, pelo menos o País tem o BACEN autônomo, um Ministro da Fazenda atuante, o IPEA, o Jornal do Commercio e nós, brasileiros interessados e questionadores, como contraponto.

Podem roubar a Nação, com aumento de dívida interna para pagar mais juros que a área privada tanto quer, mas ficará registrado o contraponto do blog. Apoiamos o Bacen em sua tentativa de apresentar medidas alternativas e aplicadas com muito afinco pela China, para conter a inflação, sem prejudicar a economia ou prejudicar ainda mais a taxa de câmbio, atraindo uma avalanche de dólares para cá. Apoiamos mais medidas macroprudenciais e não a continuidade de aumento de Selic, aumentando a diferença dos juros brasileiros pagos, à razão de 5% positivo, dos juros estrangeiros, estando hoje, nos países ricos, negativos em no mínimo 1,4%.

Banco Central, resista. Com ou sem esse aumento de juros a inflação terá de ceder. Ninguém fala que o governo cortou 50 bilhões de reais, mas que os bancos privados trouxeram 25 bilhões de dólares para oferecer de empréstimo para os brasileiros. Estão pegando valores mais baixo lá fora para emprestar a juros de cheque especial aqui dentro. O problema não é só do governo "gastador". Isso, nem mesmo o IOF de 6% aplicado pela Fazenda tem como impedir. Mas a situação externa está em fase de melhora e as famílias brasileiras estão endividadas. Já é previsto o arrefecimento da inflação. Aumentar agora o juro Selic só servirá para enriquecer os bancos, aumentar dívida e distanciar o Brasil de juros normais internacionais.

Como solução, sem aumento da SELIC, o Blog apóia adoção de medidas dracúleas de depósito compulsório, aumento da exigência de capital próprio dos bancos em todas as operações de crédito (isso pode aliviar o apetite por captação no exterior e oferta de crédito interno), e encurtamento do prazo de empréstimos a no máximo 48 meses. Essas medidas podem ser alteradas mais rápido do que aumento de juros Selic. Cada ponto aumentado de juros Selic é um ponto refém do mercado privado e seus apoiadores de mídia.

p.s.: Veja http://oglobo.globo.com/economia/mat/2011/04/18/mantega-defende-gradualismo-no-cambio-contra-inflacao-924272370.asp

p.s.: http://oglobo.globo.com/economia/mat/2011/04/18/china-aumenta-compulsorio-afeta-negocios-nas-bolsas-da-asia-924264240.asp

p.s.: http://oglobo.globo.com/economia/mat/2011/04/17/henrique-meirelles-escreve-sobre-independencia-do-banco-central-924264040.asp

p.s.: alteração da perspectiva do rating americano pela S&P de "AAA" para "AAA -". Apesar de parecer ser má notícia, é boa para nós. Induz em aumento de juros americanos, obriga à tomada de decisões de cortes fiscais americanos, diminuindo a atividade econômica e diminuindo perspectiva de consumo de petróelo americano e da inflação americana. Comentarei melhor em outro artigo.

domingo, 10 de abril de 2011

Crítica ao artigo "O custo de morar no Rio" , da Veja Rio de 30 de março de 2011. Sobre a bolha imobiliária no RJ.

Como não havia visto qualquer novidade no artigo em questão, nas fls. 22 a 30 da Veja Rio de 30/03/2011, passei a ver outras coisas mais importantes, como a situação dos juros brasileiros, câmbio, opções do Banco Central e da Fazenda, ambiente externo e interno para investimentos, o que afeta também os investimentos imobiliários, claro.

Mas como é um artigo de uma revista de peso, e comenta a inexistência de bolha imobiliária, eu ia ter de tecer alguma consideração. Então, estamos aí.

Não houve novidade na informação sobre valorização imobiliária no RJ. Mas foi interessante constatar algumas coisas. Primeiramente, a reportagem informa aumento de até 380% no RJ (em cinco anos), percentual que está mais de acordo com o que dissemos (por volta de até 400% em três anos), quando criticamos os índices publicados pela Revista A Época (de 120 a 220% nos últimos dez anos), lembram?

Interessante notar também que embora os "30 analistas" que a Revista Veja Rio entrevistou não verem bolha imobiliária no RJ, mencionando que a alta não é artificial, que é feita em maioria por brasileiros e não uma especulação de estrangeiros, que não é semelhante ao que ocorreu nos EUA, afirmaram mais à frente, nas palavras da revista:

"Existe entretanto um outro dado surgido na enquete: o ritmo de majoração deve desacelerar e mesmo cessar em alguns bairros nobres. Principalmente em enclaves como Leblon, Ipanema, Lagoa e Gávea, onde se verificaram as maiores valorizações. Nesses lugares, as cifras não vão cair de repente, mas dificilmente crescerão nas mesmas proporções. 'Pequenas acomodações vão ocorrer, com estabilização em algumas vizinhanças, mas a tendência é que o aumento continue em espaços que estavam defasados', acredita Rogério Chor, diretor executivo da construtura CHL/PDG e presidente da Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi)."
(fonte: Veja Rio, 30/03/2011, pgs.24/25)


Pessoal, não houve informação sobre a fonte do dado sobre quanto dinheiro estrangeiro entrou no nosso mercado imobiliário. Mas li há pouco tempo que um fundo imobiliário obteve 30 milhões de dólares de investimento em 2010 e remeteu de volta 350 ou 380 milhões de dólares no fim do mesmo ano. Isso foi publicado em jornal ou revista nos últimos 40 dias. Se eu vir o artigo no acervo que arquivo, divulgo (achei o artigo. Correção de informação e endereço/fonte no p.s. abaixo).

Os valores investidos no Brasil, China e Índia, no mercado imobiliário, foram absurdos, e isso deu margem ao FMI admitir o controle de fluxo de capitais internacionais nesses mercados pela primeira vez em sua história, inclusive constatando inícios de bolha nos mercados imobiliários desses países. O endereço da matéria está no primeiro artigo sobre Bolha Imobiliária neste blog ("Bolha Imobiliária no RJ em 2010")(Acesse: http://ultimosegundo.ig.com.br/economia/2010/02/25/fmi+sugere+controle+de+fluxos+de+capital+para+evitar+surgimento+de+bolhas+financeiras+9409073.html).

Então, há especulação mobiliária estrangeira sim, ao contrário do que dizem no artigo. O problema é que eles entram com "30 milhões" especulam e o brasileiro paga "350 milhões" e eles embolsam o lucro. Não é simples assim, como quem lê sobre investimento sabe.. o processo de valorização é um processo, mas a idéia é esta em linhas gerais. Então, para esse brasileiro que pagou caro e vai morar, realmente, não vendendo o seu imóvel, lhe restará esperar o tempo, alimentando a expectativa de ser válido o preço que pagou e isso somente se confirmará daqui a dez anos, quando ele quiser vender e vir que a valorização do seu imóvel em relação ao que pagou será pouco ou nada.

Além da especulação, os motivos de aumento, pela perspectiva interna (aumento de emprego e renda), também não foram novidades e foram tratados por nós, mas o artigo que ora criticamos não mencionou que 60% das famílias brasileiras estão endividadas e não pretendem ou não podem comprar mais nada. Portanto, o risco de bolha, claro, fica para quem comprou para especular, pois dificilmente passará o imóvel por valor superior ao que comprou. E o mercado é feito de quem quer vender e comprar e não de quem comprou e não quer vender.

Terceiro, acho interessante que a opinião de trinta especialistas, não nominados, gerou a publicação de apenas uma opinião de um presidente de empresa construtora que tem interesse na venda de imóvel. Assim, como a opinião é balizada e neutra? Ele diria se o mercado tivesse tendência de queda? Ele diria que os útlimos a comprarem fizeram besteira? Que ele lucrou o máximo em cima dos clientes e que agora seus investimentos terão correção do mercado? E mais, em altos valores?

Bem, eu acho que não. Mas mesmo assim ele admite que haverá correções. Se haverá correções, não houve exagero?

E outra coisa, nós já dissemos que a bolha não foi como nos EUA, mas não vamos repetir isso. A bolha lá foi de crédito e aqui é de preço.

Quando e quanto? A queda senhores, começará esse ano. Onde e a velocidade em que chegará, depende de como os compradores se expuseram. Mas a velocidade de queda, ao meu ver, aumentará, assim como valores, na medida em que as economias americana e européia estabilizarem, crescerem, gerarem empregos, e as bolsas começarem a subir.

Como parou o movimento de alta, na proporção em que não mais cresceu, menos cairá, claro. Mas isto porque paramos com o movimento maluco que tinha se instalado. Agora é só continuar a negar e esperar bons preços e os valores, os quais, como disse o nobre especialista, se corrigirão.

abraços

Mário César

p.s. em 11/04: o artigo sobre investimetno estrangeiro em imóveis no Brasil informa que o investimento de um fundo em 2010 no valor de 30 milhões de dólares prevê vendas de 316 milhões de dólares em dois anos. Corrijo a informação de que o lucro realizou-se no mesmo ano. Mas fica a prova do investimento e especulação imobiliária em mercado imobiliário nacional, prova de que não é só compra de nacionais. Os estrangeiros estão aí, em peso. Acesse http://www.aecweb.com.br/aec-news/materia/3847/investimentos.html

p.s. em 11/04: sobre discussão pelo Conselho do FMI acerca de adoção de medidas para conter ingressos de estrangeiros em mercados emergentes, inclusive controle de fluxo de capitais, informando que até novembro de 2010 o Brasil atraiu 141 bilhões de dólares estrangeiros, mais de 50% a mais do que no mesmo período em 2009, acesse: http://clipimobiliario.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=10351:fmi-nao-ve-impacto-duradouro-de-iof-sobre-cambio-e-aponta-real-sobrevalorizado&catid=64:internacional&Itemid=110

p.s. em 11/04: veja que não é possível saber exatamente para onde vai todo o fluxo de capitais estrangeiros quando entram no Brasil, acessando http://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:o2rCNgvbZKgJ:www.folhavitoria.com.br/economia/noticia/2011/04/mantega-diz-que-governo-nao-cogita-taxacao-de-ied.html+fmi+sugere+controle+de+fluxo+de+capitais+mercado+imobili%C3%A1rio&cd=8&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br&source=www.google.com.br

Crítica ao Editorial "Saldo Positivo em início de governo", Jornal O Globo de 10/04/2011

Pessoal, o editorial em questão comenta que o governo Dilma começou bem e focou este elogio no fato de este governo não alimentar anti-americanismo e estar menos transigente com a defesa de direitos humanos. E segue, comparando positivamente em relação ao governo Lula, recriminando o antigo presidente por ter tido tratamento próximo com Mugabe, Kadafi e Castro e mesmo Ahmadinejad.

Vejam, é claro que esses quatro mencionados acima não vão ganhar o troféu mundial de respeito aos direitos humanos e são líderes transgressores desses direitos em alto grau. Agora, da maneira que coloca essa aproximação brasileira, através de Lula, e estou aqui para fazer somente este contraponto, não ponderou que a visita de Lula a Kadafi foi precedida ou imediatamente sucedida da visita do Premier britânico, que, aliás, apertou-lhe a mão, mesmo sendo Kadafi acusado de ter apoiado um ato terrorista por um líbio que matou escoceses em um avião em 1986, se não me engano.

Também não foi apontado que os EUA, "salvador mundial e defensor de direitos humanos", sempre apoiou as ditatudras no Oriente Médio para garantir seu fornecimento de petróleo, mesmo que isso tenha significado a morte e a supressão de direitos humanos de milhares de civis em todos esses países.

Então, se o baluarte e modelo da conduta mundial, segundo O Globo, os EUA, e seus primos-siameses, os ingleses, podem ser práticos em sua política internacional, porque nós não podemos agir conforme nossos interesses, enquanto a comunidade mundial não resolve ou os próprios países, em sua atual condição histórica, não resolvem sua situação de má liderança política?

Nós temos de defender os direitos humanos, concordo. Mas não nos relacionarmos com os líderes de nações estrangeiras porque são isso ou aquilo, enquanto outras nações fazem o mesmo, é deixar de cultivar relacionamento internacional com os respectivos povos, os quais viverão muito além de seus líderes. Se só conversarmos com os países com os quais os EUA e Europeus já conversaram e mantêm ótimos laços, chegaremos sempre atrasados para a defesa dos interesses brasileiros, não é mesmo?

O governo federal não pode doar dinheiro, financiar estados terroristas, financiar ditaduras (mas os EUA fazem isso), agora, manter relações internacionais e promover o interesse do Brasil? Isso pode.

p.s.: Como já acessaram esse artigo, terei de escrever a parte faltante em forma de p.s. Aqui vai.

Quanto ao anti-americanismo, senhores, sem querer alimentar este sentimento, mas a culpa em grande parte é dos EUA, por sua conduta histórica. Quem financiou ou apoiou ditaduras na América Latina, ajudando a derrubar governos socialistas como na República Dominicana e no Chile? Lógico que havia um contexto histórico e a guerra fria, mas isto não interessa para as famílias daqueles que sofreram as ditaduras apoiadas pelos EUA.

Quem apoia as ditaduras no Oriente Médio? Quem invadiu o Iraque sem apoio da ONU e mesmo com resolução contra a invasão? Quem fez o mesmo no Afeganistão? Eu sei que foi resposta ao 11/09, mas a questão é que os EUA não se preocuparam sobre se a ONU apoiaria ou autorizaria. Isso gerou danos e mortes de civis e gera insegurança mundial para alguns.

Qual é o único país ocidental, o maior poluidor mundial, que não assinou o protocolo de Kioto, pelo bem do meio ambiente mundial? EUA. Mas exigem bem a proteção das nossas florestas, né? Vejam, todos os países que assinaram o protocolo exigem mais investimentos de suas indústrias em adoção de procedimentos ecológicos de produção, mas topam o sacrifício em função de um bem mundial maior. Quem não assinou? EUA.

Qual é o País cujo Presidente (George Bush) falou sobre "cruzada" contra o Eixo do Mal? O termo cruzada lembra aos árabes, que já têm seus problemas com os EUA, sobre momento histórico bárbaro de ataque aos seus antepassados e sua religião predominantemente muçulmana. Este tipo de imbecilidade não contribuiu para uma boa imagem do ataque ao Iraque, país muçulmano no meio de vários países árabes muçulmanos.

Qual País não deixou o Brasil vender aviões militares de patrulha para a Venezuela, só porque fornecia meia dúzia de componentes desses aviões? EUA. E qual país já foi condenado entre duas e três vezes em painel internacional em que nossa diplomacia defendia nosso algodão e nosso suco de laranja, faltando agora um painel a ser feito contra o nosso etanol? Os EUA. E quem prega direitos humanos mas torturou no Iraque, Afeganistão e tortura em Guantánamo? Vejam só.. EUA.

Então vejam, meus amiguinhos semi-americanos ou cidadãos americanos da Globo, o anti-americanismo não existe sozinho. Quando os EUA agirem respeitando os demais países, respeitando o que pregam, respeitando o livre-comércio, respeitando a soberania dos povos, respeitando a auto-determinação dos povos e respeitando tratados internacionais, decisões de organismos multilaterais internacionais, e não atacando outro País sem autorização da ONU, creio que o anti-americanismo diminuirá. Enquanto isso, acho que eles têm alguma culpa no cartório, não?

Tragédia em Realengo e a necessidade de políticas públicas de saúde mental

Gostaria de iniciar este artigo congratulando o Prefeito Eduardo Paes por adotar de forma rápida medida de saúde pública que até então sempre foi encarada pela sociedade como luxo e não como essencial que é: a Prefeitura do Rio determinou acompanhamento psicológico de pais e crianças envolvidos na tragédia da escola municipal em Realengo, inclusive com acompanhamento domiciliar.

Isso é o que se espera de um governo, ou seja, adoção rápida de medidas efetivas para sanar necessidades que se demonstram imperiosas à população em um dado momento. E isso termina por evidenciar uma coisa importantíssima e sempre negligenciada: a política de saúde pública mental.

Não é só ter manicômios espalhados pela cidade para internar quem transbordou as raias da realidade, mas sim desenvolver uma real política de atendimento psicológico e psiquiátrico preventivo para a população, de acesso público e gratuito. Naturalmente isto passa por reestruturação de orçamento e não sou insensível ao fato de que hoje lutamos para conceder assitência médica mínima de cunho curativo e de manutenção de integridade física.

É sabido que pessoas sem condições de pagar por tratamentos médicos, às vezes mesmo de classe média, quando os medicamentos são caros (veja o coquetel para tratamento de HIV, por exemplo), são obrigadas a pedir ao Judiciário a condenação do Estado para que obtenham os medicamentos e possam viver com dignidade, mas convém pensar agora, momento em que aconteceu esta tragédia, sobre meios de atender uma real necessidade de saúde pública que não pode mais ser negligenciada como tem sido.

E não é somente para o popular, o cidadão, mas de uma forma geral. Será que há acompanhamento psicológico adequado dos nossos policiais militares, civis e federais? E bombeiros? E militares? Será que essas pessoas, que até passam por testes psicológicos para ingressar nessas instituições, depois de ingressarem nessas carreiras, sendo submetidos a níveis de estresse completamente fora do comum, com risco às suas vidas e a pressão de defender outras, enfrentando fogo, alturas, tiros, têm acompanhamento psicológico adequado no seu dia-a-dia?

Todo colégio particular tem o S.O.E., serviço de orientação pedagógica, e muitas vezes faz o serviço de acompanhamento do comportamento dos alunos. Se houver um desnível incomum os pais são avisados e podem procurar serviços psicológicos especializados, mas esta estrutura em escolas públicas é adequada?

A informação no Jornal O Globo de hoje, 10/04/2011,fl. 19, em entrevista de um irmão do assassino de Realengo, é a de que ainda na escola a mãe do rapaz foi avisada para o comportamento incomum do rapaz e a necessidade de busca de ajuda profissional. E a mãe proporcionou isso até os 18 anos de idade do rapaz, quando ele não mais quis comparecer ao tratamento/acompanhamento.

O sistema escolar público conseguiu cumprir sua parte, neste caso. A conduta do rapaz foi noticiada à sua mãe. Mas qual foi o apoio do Estado com que esta família poderia contar para que não se chegasse ao ponto em que o rapaz, hediondo assassino, chegou?

Ninguém espera impedir alguém que seja psicopata ou tenha distúrbio grave ao ponto de resolver fazer isso, mas a questão é se é possível se prestar um atendimento psicológico estruturado para todas as famílias que sentem ou sabem que é preciso fazê-lo a um familiar.

É certo ainda que boa parte dos mendigos e meninos de rua tem distúrbios psicológicos, e o que se faz para tratá-los? E sem tratamento, até onde podem seguir sem causar mal a ninguém? Instintos furiosos como esse que se apresentou na Escola Municipal em Realengo são raros, ainda mais no Brasil, mas acho que o fato chama a atenção para todo um mundo de desatenção que existe em nossa sociedade, que cria potencial para desgraças, e o qual nós negligenciamos.

É normal policiais em Pernanbuco obrigarem meninos pobres, suspeitos de furto, a se beijarem? É normal outros policiais militares exigirem sexo oral de suspeitos de furto ou roubo (ambos os casos foram noticiados no Jornal O Globo de hoje, 10/04/2011, fl. 04)? E isso ocorre por todo o Brasil. Thommas Hobbes é conhecido pela cunhada frase "o homem é o lobo do homem", mas em que medida podemos tratar ou tornar acessível o tratamento psicológico dos cidadãos brasileiros e melhorar suas vidas, ao mesmo passo em que garantimos uma segurança maior à sociedade?

Convém ouvirmos os reclames sociais por determinados e especiais procedimentos de tratamento. Acho que o que ocorreu, se foi uma tremenda desgraça para todos nós e para os familiares e amigos dessas crianças atacadas e brutal e friamente mortas em Realengo, exige de nós, em respeito a todos os envolvidos, atentarmos para o que pode ser feito para que coisas assim, se não possam ser de todo impedidas, que sejam diminuídas a probabilidade mínima de ocorrência... e isso passa por questionamento sobre política pública de saúde mental no Brasil.

Descontração: Dicas de viagem a Paris

Pessoal, para descontrair, resolvi copiar para vocês as dicas de viagem a Paris que fiz a pedido de um amigo meu, Marcelo, para passar sua lua de mel. Como me deu trabalho e foi organizado para o deleite de um amigo, acho medida de justiça, até, divulgar para os demais... e neste grupo estão os leitores desse blog.

Assim, como foi útil para um casal de amigos e acabei de repassar igualmente para outro casal amigo, Dudu e Paty, espero que possam ser muito úteis para vocês também. Para mim, posso adiantar que reunir essas informações, pessoalmente e in loco, foi muito prazeiroso... rsrsrsrs


"Atenção. Sete dias é um ótimo período, mas você não conseguirá ver tudo. Portanto, vou dar a dica dos lugares que eu achei mais impressionantes e idéia de tempo. Assim, você poderá adaptar seu roteiro, caso fique um pouco mais em um ou outro, de acordo com sua vontade, no momento. POis é certo... às vezes, simplesmente não dá pra você correr, pois você sente que precisa ficar em um desses lugares por mais tempo... é irado. E muitas vezes você vai sair contrariado, porque você sabe que não deve ficar mais e que está perdendo a oportunidade de ver outras coisas, mas mesmo assim você quer ficar mais.

AS previsões de tempo, tirando Loire e Versailles, não contam tempo trajeto de deslocamento.

Então:

Dicas:

1 - informe-se antes sobre os dias e horas de abertura e fechamento dos lugares, na recepção do hotel ou pela internet. Do contrário, você pode se preparar para um programa e ele não estar aberto aquele dia ou hora e te quebrar o roteiro do dia.
2 - compre titres touristique para todos os dias da sua viagem. Você andará de metro todos os dias, confie em mim, e o titre touristique (título de turista) além de ser mais barato, dá desconto em alguns museus e atrações.



Locais de visita:

Palácio de Versalles - Distante uma hora de Paris, você deve destinar um dia para isto. No máximo você vai chegar às 16h em Paris, e isto te dará opções de restaurante e/ou boite, mas dificilmente de outro evento. O Pal´´acio é fenomenal, gigante e te dão controles remotos com gravações que você ativa em cada salão, dando detalhes da história do salão, eventos principais ocorridos no local e motivos artísticos das pinturs e esculturas que adornam o interior de cada sallão. É foda mas vale pagar pelo walk-man/controle remoto. Só opera em espanhol, inglês e francês. Não deixe de chegar às 11h no máximo. Pois além de o palácio ser bonito por dentro e por fora, os jardins são enormes e somem no horizonte e você vai querer (e deve) andar por eles. Aconselho tomar café cedo e partir pra lá. DEpois, tomar lanche no centro gastronômico pequeno e perto do Palácio e voltar.

Vale du Loire - Distante uma hora de Paris. É um dia inteiro. Há roteiros prontos com auxiliar/assistente da empresa nas agências de Paris. O hotel pode prover indicaçaõ. Mas as agências também fazem roteiro por táxi, caso você perca a hora (como ocorreu comigo). Aí você faz rotteiro que quiser com um táxi, sem assistente que conte as histórias e tal. è mais barato e você escolhe os castelos que quiser. Fui no Chenounceau (construído para a amnate coroa de um pr´[icipe, por sobre do leito do Rio Loire), no Le clos de Luce (onde Leonardo D'Avinci ficou a pedido do Rei francês da época para ajudar em umas construções e engenho de armas) e outro que esqueci. è irado e só dá pra ver legal Três castelos em um dia, saindo cedo, respeitanto o horário de abertura dos castelos.

Em Paris:

- Galerie Lafayete – Shopping rico pra caralho. AS lojas são caras e suntuosas. Parece que tem um bar na cobertura, mas não fui. Tem que ir. Demorar no máximo duas horas de visita, incluindo o lanche.
- Museu Louvre – Imperdível. Não dará pra vocÊ ver tudo. Foque na Mona Lisa e esculturas greco-romanas. Você acabará em um salão/hall aberto co esculturas de quase 3 metros, iradas, de cor verde (cobre ou bronze oxidado) e inclusive as estátuas que representam as estações do ano (L’eté (verão), L’ hiver (inverno), Le printemps (primavera), L’automn (acho que é isso – outono). Pode-se perder dois dias a quatro dias aqui.
- Museu D’Orsay – Imperdível. Um pouco à frente do Louvre, tem dois andares. Bonito. O de cima tem salas para cada gênio da pintura com quadros múltiplos de cada um. Dá pra perceber e comparar o estilo de cada um. São duas horas pra conhecer.
- Pantheon - Onde jazem os corpos dos heróis franceses (Victor Hugo, Voltaire, Rousseau e outros). Perto da faculdade de direito de paris (faculte de droit). Irado. Não imperdível.
- Museu de Victor Hugo – pequeno. Uma hora. Maneiro. Não imperdível. Procurar o “v” e “h” nas suas pinturas é legal.
- Museu de Auguste Rodin (escultor) – Foda. Uma hora de visita. Não imperdível.
- Torre Eiffel – se for para perder horas na fila pra entrar, não perca. Olhe por fora, tire foto de manhã ou à noite, quando iluminado, mas a vista lá de cima não é imperdível. É só uma experiência. Se não tiver muita fila vale à pena. Uma hora é muito. Você verá. É meia hora lá em cima, contando com o deslocamento de elevador. Legal ver as distâncias das cidades do mundo e a direção, indicados na sala principal da torre.
- Catedral Notre Damme (Nossa Senhora)de Paris – Foda. Imperdível. Igreja secular. Dê a volta por todo o interior da Igreja. DO lado de fora tem a estátua do primeiro imperador francês Carlos Magno, que defendeu a cristandade dos mouros e manteve uma unidade européia em 800/900 depois de cristo. Na verdade seu pai Pepino é quem impediu o avanço dos mouros da Espanha para a França. Imperdível. Duas horas. Impossível não pegar fila. Fique na fila!! No chão em frente à Igreja porcure o kilomêtro 0!! Todas as estradas de França Antiga partiam ou davam ali. Por isso quilômetro zero. Assim o é em Roma (não sei em que lugar), parece e em frente da “porta do sol” em Madrid.
- Catedral de Sacre Coeur (Sagrado Coração) de Montmartre. Imperdível. Antiqüíssima. Bonita por fora e por dentro. Irada!! No caminho tem cafeteria e chocolaterias e lojas de coisas. Vale muito a pena. Imperdível. Você tem de subir o morro de Montmartre (Monte Martre). São três horas o evento, incluindo ir com calma aproveitando a paisagem e o local.
- La concierge – Saia na estação “Île de Paris”, se não me engano. É o local onde as famílias nobres eram presas e aguardavam condenação para serem decapitadas. Há vídeos e acessos às celas no local! Irado. Uma hora.
- Arco do triunfo – imperdível. Na rua Champs Elysées. Suba às 16:00 e veja o pôr-do-sol e acender a iluminação da cidade. Imperdível. No solo tem a chama que não se apaga em homenagem aos franceses mortos combatentes da 2ª guerra. Depois, tome um lanche na Champs Elysée, à noite.
- Bateau Mouche pelo Rio Sena – Em baixo da torre Eiffel, você verá a concentração de Bateau Mouche. Existem mais simples e mais sofisticados, em que você pode contratar jantar, sendo obrigado a usar blazer e calça comprida e sapato, ao preço de 40 euros por pessoa. Os mais simples não são caros, mas você deve se certificar de fazer a viagem no máximo às 15:00h, pois é uma hora de passeio e mais tarde que isso escurece no meio do passeio. Você pode saltar no meio do passeio na catedral de paris ou na Île de Paris e ir à La Concierge, eu acho. Não é obrigado fazer a volta toda. Alguns são todo de vidro e outros você pode ficar no topo do Bateau. Escolha. Se tiver frio, aconselho os todos de vidro, que são bonitos e você não sofre.


Tenha boa viagem!!

Depois mando a conta da consultoria. AUHAUHAUHUA

:o)"


Repetindo: tenham todos uma boa viagem!!!

abraços

Mário César
 

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Índices de inflação no mundo em 2010 e constatação sobre juros básicos brasileiros

Pessoal, encontrei um site interessantíssimo sobre informações de índices de inflação. Acesse www.global-rates.com

Abaixo transcrevo a tabela que eles publicaram para as principais economias no mundo para o ano de 2010, mas há muitas outras informações. Fiz a classificação por ordem crescente de inflação, ou seja, do melhor índice para o pior. Após, diante desta foto inflacionária, faremos curta constatação e comentário sobre os juros praticados no nosso País.

"Resumo dos números de inflação em 2010
Número de inflação país / região tipo inflação 2010 (anual)
IHPC Irlanda............................ihpc -0,189 %
IPC Japão...............................ipc 0,000 %
IPC Suíça...............................ipc 0,522 %
IHPC Eslováquia.........................ihpc 1,265 %
IPC Irlanda.............................ipc 1,292 %
IPC Eslováquia..........................ipc 1,341 %
IPC Estados Unidos..................... ipc 1,495 %
IPC Alemanha............................ipc 1,670 %
IPC Chile...............................ipc 1,721 %
IPC França..............................ipc 1,767 %
IHPC Holanda Holanda....................ihpc 1,843 %
IHPC Alemanha...........................ihpc 1,852 %
IPC Itália..............................ipc 1,880 %
IPC Eslovénia...........................ipc 1,900 %
IPC Holanda.............................ipc 1,922 %
IHPC França.............................ihpc 1,998 %
IHPC Itália.............................ihpc 2,093 %
IHPC Suécia.............................ihpc 2,101 %
IHPC Austria............................ihpc 2,174 %
IHPC Eslovénia..........................ihpc 2,204 %
IHPC Eurozona...........................ihpc 2,232 %
IPC Chéquia.............................ipc 2,303 %
IPC Austria.............................ipc 2,311 %
IHPC Chéquia............................ihpc 2,327 %
IPC Suécia..............................ipc 2,334 %
IPC Canadá..............................ipc 2,352 %
IHPC Portugal...........................ihpc 2,446 %
IPC Islândia............................ipc 2,481 %
IPC Portugal............................ipc 2,517 %
IPC Israel..............................ipc 2,662 %
IPC Noruega.............................ipc 2,758 %
IHPC Dinamarca..........................ihpc 2,762 %
IHPC Finlândia..........................ihpc 2,770 %
IPC Luxemburgo..........................ipc 2,775 %
IPC Dinamarca...........................ipc 2,835 %
IHPC Polónia............................ihpc 2,905 %
IHPC Espanha............................ihpc 2,906 %
IPC Finlândia...........................ipc 2,927 %
IPC Espanha.............................ipc 2,989 %
IPC Bélgica.............................ipc 3,102 %
IHPC Luxemburgo.........................ihpc 3,111 %
IPC Polónia.............................ipc 3,136 %
IHPC Bélgica............................ihpc 3,380 %
IPC África do Sul.......................ipc 3,391 %
IHPC Islândia...........................ihpc 3,484 %
IPC Coreia do Sul.......................ipc 3,515 %
IPC Grã-Bretanha........................ipc 3,694 %
IHPC Grã-Bretanha.......................ihpc 3,730 %
IPC México..............................ipc 4,401 %
IHPC Hungria............................ihpc 4,609 %
IPC Hungria.............................ipc 4,689 %
IHPC Grécia.............................ihpc 5,154 %
IPC Grécia..............................ipc 5,179 %
IHPC Estónia............................ihpc 5,419 %
IPC Estónia.............................ipc 5,716 %
IPC Brasil..............................ipc 5,909 %
IPC Turquia.............................ipc 6,401 %
IHPC Turquia............................ihpc 6,404 %
IPC Indonésia...........................ipc 6,955 %
IPC Rússia..............................ipc 8,774 %
IPC India...............................ipc 9,468 %
(fonte: http://pt.global-rates.com/estatisticas-economicas/inflacao/2010.aspx) "


Seria natural, após a crise gigantesca de 2008/2010, que índices inflacionários baixos ocorressem, haja vista a baixa atividade econômica geral. Mas é importante notar que os países centrais, remunerando os juros básicos entre 0,25% e 0,5%, estão gerando prejuízo financeiro para detentores de títulos europeus, janponeses e americanos. Os juros reais praticados por eles é negativo.

Daí sustentarmos que juros brasileiros de 11,75% nominais e 5% reais criam um desnível muito grande com o mundo e nossa inflaçlão não é nem tão grande para compensar isso. O resultado estamos vendo: atração de dólares do mundo todo para nossos títulos, pressão de baixa no câmbio, necessidade de enxugar estes dólares por emissão de títulos públicos e aumento de dívida.

Temos de desfazer o sistema de combate à inflação exclusivamente por aumento de juros, pois isto não está solucionando a inflação e está prejudicando nossa exportação, criando risco de desindustrialização a médio prazo. Por isso o BACEN está perfeitamente correto em insistir em medidas macroprudenciais.

Por que seria interessante ao Brasil investir em títulos da dívida de Portugal?

Aplico aqui, primeiramente, a regra que Warren Buffet aplicou aos Estados Unidos em meio ao furacão da crise financeira de 2008/2010. Enquanto todo o mercado, à medida em que a crise recrudescia, vendia ações e comprava títulos da dívida americanos, Warren Buffet informava que retirava suas posições que ainda estavam em renda fixa e estava "100% em ações americanas" (claro que das companhias que ele analisou por anos e que, agora, apresentavam-se baratas).

Por conta desta afirmação no mínimo ousada, e até inacreditável para o momento, um entrevistador pediu explicações e o investidor multibilionário respondeu: "o movimento é de baixa forte, mas já baixou bastante e este é o único mundo que existe. Se houvesse outro mundo, com certeza eu transferiria os valores daqui para lá durante esta turbulênia, mas como não há, é neste em que devemos investir. O mundo não vai acabar. Em algum momento o mercado vai voltar a subir e eu quero ser o primeiro da fila." (citação livre)

Gente, Portugal é, dos piores mercados da Europa, o melhor. Sua dívida é alta, mas muitíssimo atrás de várias outras. A Europa já separou 440 bilhões de euros para ajudar os países em dificuldade, fora os valores que já foram aplicados na Grécia e Irlanda. Na verdade há previsão de que estes valores europeus disponíveis cheguem a 750 bilhões de euros. Já se admite como normal uma ajuda de 85 bilhões de euros, segundo presidente do BCE. E ainda há disponibilidade do FMI. Portugal não acabará e nem a Europa.

Portanto, de centenas de bilhões de dólares que temos em títulos da dívida americana que pagam 0,25% ao ano, podemos deslocar algo para Portugal e aumentar nosso retorno ao mesmo tempo em que ajudamos um país amigo.

País amigo, pois, por mais que tenhamos conflitos, é o único país do mundo com quem temos várias leis, tratados e acordos de tratamento diferenciado entre nossos cidadãos. Você pode ser servidor público em Portugal e os portugueses podem sê-lo aqui.

É muito importante não se diminuir o impacto de renovação e fortalecimento dos laços entre Brasil e Portugal que adviriam dessa posição de adoção de postura de investir em Portugal hoje, quando eles precisam. E não são poucas as vantagens.

Primeiramente, temos 300 bilhões de dólares em reservas internacionais. Somos o quarto maior credor dos EUA, somente atrás de China, Japão e Inglaterra, nesta ordem. Investir 10 bilhões de dólares em títulos portugueses representa, em caso improvável de calote, 0,33% de nosso patrimônio. Mas seria evidente resposta diplomática aos investimentos que os portugueses fizeram aqui (via investimentos privados) na época em que nossa economia estava debilitada entre 1994 e 1998, como por exemplo investimentos de redes hoteleiras e do Banco Espírito Santo (também investiram via Portugal Telecom). Foi bom quando precisamos e uma oportunidade de investimento para eles. Convém sermos recíprocos.

Além disso, temos de perceber que o mundo é um clube e encontrar amigos não é fácil. Nosso amigos naturais são somente três no mundo: vizinhos latino-americanos, especialmente da América do Sul, Portugal e países africanos lusófanos. Não há comparação para a aproximação possível entre países que possuem laços históricos, culturais, institucionais, econômicos e linguísticos. E para o Brasil, estas carcterísticas somente estão presentes nestas hipóteses. São onze vizinhos sul-americanos e oito países lusófanos. 19 países mais próximos em mais de 200 no mundo.

Os EUA e a Inglaterra possuem laços estreitíssimos com os países anglófanos, em especial integrantes da Comunidade Britânica de Nações e isto dá enorme vantagem geopolítico-estratégico e geoeconômico-estratégico em nível mundial.

É claro que antes, endividados, não podíamos fazer muito por nossos poucos amigos, mas Portugal investiu milhares de escudos e depois euros em nossas bibliotecas e universidades, assim como em instituições similares africanas. Eu fui no I Seminário Luso-Brasileiro de Estudantes de Direito em Lisboa e Coimbra, em 1996, e além de atendimento e atenção primorosa, chegamos a ser recebidos pelo próprio Presidente português Jorge Sampaio. Ao saberem que a UFRJ tinha necessidade de recursos, pelo menos a faculdade de direito (recebíamos 20% do orçamento previsto no período do Governo FHC), ofereceram livros a serem transferidos, mesmo que com uma perplexidade momentânea, porque estavam se dedicando aos africanos e não imaginavam essa necessidade no Brasil.

Agora, senhores, é a nossa vez. Cuidemos dos que nos são mais próximos, porque boa vontade não tem preço, e amigos ou nações com identidade histórico-cultural não sobram no mundo em que nós estamos. Além disso, ao meu ver, é excelente negócio, desde que em valores consideráveis para eles e baixos para nossa disponibilidade, pois o retorno é muito maior do que os dos títulos da dívida americana.

Dilma está fazendo corretissimamente: invistamos em Portugal agora, pois, após a turbulência, teremos perdido tanto a oportunidade de reciprocidade e demonstração de boa-vontade como a oportunidade de obter juros maiores pelo mesmo dinheiro que hoje está em grande parte em títulos americanos de remuneraçao menor, com segurança não tão maior assim.

p.s.: é claro que os títulos americanos são mais seguros, mas pelo tamanho da economia americana e pela influência americana no mundo e por ser o dólar moeda de troca de grande parte de todas as transações mundiais. Mas tecnicamente, a dívida americana é maior do que a portuguesa e não tem previsão de diminuir a necessidade de financiamento externo do déficit gêmeo. Isto tem uma configuração menor em Portugal, cuja economia também é muito menor. A inflação americana foi de 1,45% em 2010, isso significa que quem investiu em títulos da dívida americana remunerada a 0,25%, amargou prejuízo de 1,20%. Neste sentido a alegação de risco americano em relação ao português.

p.s. 2: confira os índices de inflação mundiais de 2010 no endereço http://pt.global-rates.com/estatisticas-economicas/inflacao/2010.aspx

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Belo Monte, OEA e Soberania Brasileira

Preocupante a atitude da OEA. Quem impediu os EUA de construir 250 usinas nucleares? Quem impediu a França ou a Alemanha de fazerem o mesmo? Quem impediu a China de inundar milhares de quilômetros quadrados para fazer a maior hidrelétrica do mundo, soterrando e inundando florestas e vilas de milhares de anos, inclusive com valor histórico?

Pessoal, vou dizer uma coisa.. as bandeiras ecológicas e humanitárias são lindas. Quem seria contra a defesa da natureza? Quem seria contra a defesa de direitos humanos? Mas o dia em que um organismo internacional tiver o poder de exigir isso, haverá um limite à soberania do país. Esse tema é muito sensível porque não vemos que quando é com os outros não fazemos qualquer ponderação de limite nesta interferÊncia.

Veja o caso da Líbia. É lógico que este caso, assim como o da Sérvia e Kosovo, é um caso extremo. O líder político começou a matar os seus concidadãos que faziam oposição pacífica à sua permanência no poder. Em Kosovo, nem houve uma mobilização organizada e política dos descendentes de albaneses tão forte como na Líbia, apesar de quererem autonomia de parte do território Sérvio (Kosovo) e o líder Sérvio passou a caçar e matar indiscriminadamente descendentes de albaneses na região, o que é genocídio. Mas em ambos os casos, a bandeira legítima da defesa de direitos humanos está patente e o mundo autorizou (não a ONU) o ataque militar a esses países, destituindo a liderança política local.

É óbvio que não matamos nossos concidadãos de origem indígena. Mas se não reagirmos à altura contra essa intromissão e impáfia da OEA, se não reagirmos contra "determinações" de uma organização sem muita projeção internacional, e que não tem histórico de sequer apoiar ou criar apoio efetivo a seus membros em momentos graves, como no caso da Guerra das Malvinas, isso será um convite para que organismos internacionais de peso o façam também.

Nós temos controles internos para a defesa da floresta e dos direitos indígenas. Nós temos instituições que fazem esse papel. Não podemos deixar ou admitir em qualquer grau que organizações internacionais se arvorem tutores dos concidadãos brasileiros de origem indígena ou de nossas florestas. Enquanto os americanos e europeus acabaram com as suas, nós mantemos uma grande parte das nossas. Nós somos exemplos de conduta e não os estrangeiros.

Os argumentos de legitimidade de intervenção estrangeira, senhores, são contruídos com o tempo. Leiam, por favor, o livro esgotado "Trilateral" (com uma mação mordida na capa representando o mundo dividido pelas grande potências), edição de 1979. Os argumentos são sempre adoráveis, mas eles não existem somente para garantir o bem do mundo. Apesar de poderem se transformar em um balizador da conduta mundial com finalidade benigna, como foi criada e é aplicada por homens, sofre grandes distorções na prática e na verdade foram imaginadas e institucionalizadas, originariamente, de forma a beneficiar as potências, a criar argumentos de banimento de importação de bens de países emergentes, com o fim de impedir crescimento industrial e competição por mercado internacional. Ou vocês acham que o Greenpeace institucionalizou no mundo a bandeira ecológica? Ele criou um movimento social, mas daí a implementar regras internacionais, senhores, vai muita distância.

O que me estarrece é que parece que Miriam Leitão e o Globo compram o argumento de defesa da mata e de direito indígena em Belo Monte, sem fazer o contraponto sobre como arrumaríamos energia elétrica para continuar crescendo e gerando empregos a brasileiros. Não há também nos artigos sobre este tema no Jornal O Globo de 06/04/2011 (manchete: "Construção de Belo Monte provoca crise internacional"), preocupação com esse foco de ataque à soberania brasileira.

Belo Monte é um projeto desenhado há décadas. O Brasil está próximo do estágio em que esgotará sua capacidade de produção de energia hidrelétrica e precisamos dela para crescer com menos impacto ambiental. O projeto de Belo Monte, justamente pelas resistências sociais e indígenas foi modificado para produzir energia a partir de fio d'água e não a partir das quedas d'água que exigiriam o alagamento de área maior. Mas não podemos deixar de nos desenvolver pelo fato de que haverá impacto ambiental. Algum impacto haverá, gente.

É muito grave nós, brasileiros, ficarmos correndo atrás de bandeirinhas internacionais sem fazer a crítica que comporte nossos interesses genuinamente brasileiros. Eu sei que é bonitinho, mas os brasileiros devem ficar coesos quando um organismo internacional de pouca expressão extrapola sua competênicia, desrespeita a soberania brasileira e pretende arvorar-se tutor e protetor de nossas florestas e de nossos concidadãos indígenas.

Aceitar isso é um convite a que outros defensores venham alimentar a idéia de nações indígenas que precisam de defesa internacional assim como as nossas florestas e quando nos opusermos, por entendermos ofender nossa soberania, as armas que atacaram a Sérvia e a Líbia, chegarão a nós. É muito mais fácil do que vocês pensam manipular a perspectiva mundial sobre os fatos. 75% das imagens produzidas no mundo e mais da metade da informação é produzida por europeus e americanos. Atenção. Rechacem o abuso da OEA!

p.s. 03/05/2011 - Os EUA têm em torno de 104 a 108 usinas nucleares. Não confirmei a informação de que seriam 250 como informei antes, erroneamente, neste artigo do blog.

terça-feira, 5 de abril de 2011

Sistema de Cotas: o abuso e a ineficiência no combate à discriminação

Pessoal, esse é um tema muito importante. Vocês sabem que está sendo discutido no Congresso a possibilidade de se criar cotas para gays em faculdades públicas e serviço público?

Assim, não dá, gente. As minorias precisam de respeito, de atenção e de políticas especiais para garantia de inserção social, mas criar milhares de cotas para milhares de minorias de forma totalmente atécnica, sem fundamento e de forma errática por todos os cantos da área pública ou privada não terá o efeito de salvaguardar direitos destas minorias e nem de incentivar o respeito social por mérito.

Políticos e ONGS com líderes irresponsáveis vêm se aproveitando do sentimento de rejeição legítimo destas minorias e defendendo bandeiras de forma irresponsável que, ao meu ver, pode ter o efeito de aprofundar sectarismos e aprofundar uma discriminação na área profissional e educacional que hoje não existe ou é mais amena.

Cota para gays, para deficientes, para negros ou pardos.. tudo isso bem utilizado é sensacional para resgates de dívidas históricas e sociais, mas o mais importante não é isso, é o desfazimento do preconceito!! Está havendo uma movimentação sem finalidade na desconstituição da discriminação e partindo para a garantia de ocupação de áreas sociais sem se importar com a eficiência destes atos para o fim de desconstituir a discriminação e o pensamento discriminatório.

As discussões no desenvolvimento de integração de minorias sociais através de cotas tem tido perspectiva fixada no passado e não no futuro. Isso é um erro absoluto. Divulgo uma carta que mandei a amigos em abril de 2009 quando queriam criar vagas para deficientes físicos em universidades públicas. Vejam os argumentos. Apresento para debate. O objeto era acesso por cotas à universidade pública, mas serve para o acesso por cota à qualquer vaga educacional ou profissional na área pública ou privada.

"Queria somente desabafar com os colegas que isto está virando mais do que palhaçada. Agora foi aprovada cota de 10% para deficientes físicos. Com mais as cotas raciais, sobram de 80% a 40% de vagas para o resto da sociedade.
A universidade Pública não é entidade filantrópica. A sociedade não se beneficia de estudantes de baixo nível intelectual que sejam beneficiados com o estudo público gratuito em nível superior.

A solução para o acesso de incapazes intelectualmente (por falta de acesso a ensino de qualidade) não é cotas, mas melhoria de ensino público. Agora, mesmo um deficiente físico que tenha estudado em colégio particular vai ter acesso especial? Por quê? É óbvio que o acesso a grupos humanos que merecem atenção especial virou moeda fácil eleitoral, distorcendo o objetivo da faculdade pública que é formar aqueles que ingressarem por mérito.

SOu egrégio da UFRJ e estudei com vários colegas de famílias humildes. Se tivessem ingressado por cotas talvez não gozassem do prestígio que gozam por terem ingressado na faculdade por méritos próprios. Os políticos, por não terem ética e competência para oferecer, descobriram a saída estratégica das cotas, sem pensar que criam tratamento anti-isonômico e injusto que distorce a imagem do mérito daquele que ingressa em faculdade pública, ao mesmo tempo em que diminui a eficiência da faculdade em oferecer ao mercado as pessoas melhor formadas, eis que burlando o sistema meritório de ingresso, naturalmente cai a qualidade do aluno e da eficiência dos profissionais de que a sociedade terá disponibilidade no futuro.

Além disso, cairão os próximos resultados em pesquisas da universidade pública em relação à particular. Talvez isso também ajude a macular a imagem do sistema público de ensino superior e finalmente a população concorde em privatizar o sistema, como intentou Fernando Henrique Cardoso.

Cotas para pobres, brancos, índios, pardos ou negros, à razão de 10%, como sugeriu Luis Roberto Barroso (constitucionalista excelso brasileiro), é compreensível, pela história de nosso País, para resgatar uma dívida social brasileira, mas cota pra deficiente físico? À razão de 10%, provavelmente muito maior do que o percentual de deficientes na sociedade brasileira? É puro populismo barato, incongruente e ineficiente.

Jà está na hora de parar essa palhaçada."


Naturalmente, tenho a certeza de que conto com o apoio inclusive de gays, deficientes e negros e pardos, grupos dentre os quais tenho amigos e parentes, em relação ao conteúdo deste artigo. É muito bom que desmascaremos os exageros desse movimento de cotização de espaços na sociedade brasileira. Um espaço cotizado é um espaço a menos a ser preenchido por um integrante dessa minoria por mérito, e de assim ser reconhecido.

Todos queremos diminuir as desigualdades, mas não podemos apoiar abusos que tendem a descaracterizar a liberdade de contratar, o amplo acesso à toda a sociedade a vagas no ensino público e nas vagas na área pública e/ou privada.

Não podemos esquecer que o abuso descaraterizará a legitimidade deste importante movimento de resgate da dignidde de grupos minoritários e de sua inserção em sociedade.

Se todos os demais sub-grupos sociais (para mim, tudo isso é sub-grupo do grupo maior e coeso chamado "brasileiros") passarem a fazer o mesmo por conta de acharem que seus direitos começam a ser prejudicados, teremos grupos religiosos pedindo cotas, cota para heterossexuais, cotas para sino-descendentes, asiático-descendentes, até chegarmos a cotas para emmos e grunges.. gente, por favor, isso é sério.

Negros, gays e deficientes, não se deixem levar por políticos e líderes sociais mais comprometidos com seus próprios interesses de ascensão política ou em sua organização social do que com a verdadeira realização de políticas que desfigurem o preconceito em sociedade e transformem para melhor e em fato comum e normal a ampla aceitação social das diferenças individuais e sociais.

Mais de 9.250 acessos! E os dez mais de março de 2011!

Galera, além de compartilhar a continuidade de ascenção dos acessos ao nosso blog, apresento a lista dos dez mais acessados de Março de 2011!! Está em ordem decrescente em um universo de 1560 acessos!! Não deixe de ver os últimos artigos econômicos: "Moodys.com...", "George Vidor..." e "Novas medidas do BC apoiadas pelo Blog".


Os dez artigos mais acessados de Março de 2011



1 - Relação Dívida/PIB Brasil x Mundo - Comparação - capacidade e planejamento de Investimentos/Gastos Públicos


http://perspectivakritica.blogspot.com/2010/12/relacao-dividapib-brasil-x-mundo.html



2 - Tropa de Elite 2 e o tema Corrupção x Ética
http://perspectivakritica.blogspot.com/2010/10/tropa-de-elite-2-e-o-tema-corrupcao-x.html



3 - Reconhecimento da bolha imobiliária - demorou, mas chegou.
http://perspectivakritica.blogspot.com/2010/10/reconhecimento-da-bolha-imobiliaria.html



4 - Exemplo de artigo informativo: "O poder da mídia" do Le Monde Diplomatique
http://perspectivakritica.blogspot.com/2010/07/exemplo-de-artigo-informativo-o-poder.html



5 - Corte no Programa Minha Casa, Minha Vida é salutar! Arrefeceria Bolha imobiliária.
http://perspectivakritica.blogspot.com/2011/03/corte-no-programa-minha-casa-minha-vida.html



6 - Bolha imobiliária no RJ em 2010
http://perspectivakritica.blogspot.com/2010/07/bolha-imobiliaria-no-rj-em-2010.html



7- Crítica ao artigo “O Guia Essencial dos Imóveis”, da revista A Época
http://perspectivakritica.blogspot.com/2011/02/critica-ao-artigo-o-guia-essencial-dos.html



8- O potencial social do crescimento econômico descentralizado - Itaboraí e COMPERJ


http://perspectivakritica.blogspot.com/2011/01/o-potencial-social-do-crescimento.html



9 - Como se comportar em uma bolha imobiliária?

http://perspectivakritica.blogspot.com/2011/02/como-se-comportar-em-uma-bolha.html



10 - Perguntas inteligentes, Resposta publicada 4 - Bolha imobiliária RJ
http://perspectivakritica.blogspot.com/2011/02/perguntas-inteligentes-resposta.html