segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Apagão de servidores públicos. Falta de servidores faz mais duas vítimas: CGU e IBGE param atividades

Recentemente foi publicado no Jornal O Globo mais uma prova de que o governo brasileiro não investe em recursos humanos conforme a necessidade da população brasielria e sua demanda.

Além de recentemente o Defensor Público da União Daniel Macedo ter descoberto e denunciado que faltam 1.226 méeicos públicos federais nos hospitais federais do Rio de Janeiro, agora foi a vez do IBGE e da Controladoria Geral da União (CGU) apresentarem suas falhas apontando como causa FALTA DE SERVIDORES, em mais uma demonstração de que o BRASIL VIVE APAGÃO DE SERVIDORES PÚBLICOS.

O IBGE acabou de passar por falha grave na divulgação de dados que poderiam ter efeito grave, mensurável ou não, no resultado das eleições que se desenvolvem no momento. Por erro na checagem da compilação dos dados, esta terminou equivocada gerando resultado de piora no índice de Gini que é internacionalmente aceito para medir o IDH de um país. Com o erro, o índice de Gini, que mede desigualdade que era de 0,496 havia ido para 0,498, quando deveria ter ido para 0,495, o que ocorreu após a correção. É óbvio que isso impacta até a corrida eleitoral e por isso há investigação do governo para saber o que ocorreu.

Observe este trecho que selecionamos de matéria específica sobre a questão:

"O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) reconheceu nesta sexta-feira que a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2013 contém "erros extremamente graves". O equívoco do órgão foi na projeção de população em sete estados, entre eles o Rio Grande do Sul, o que afeta os resultados do país. Revisado, o índice de desigualdade caiu de 0,496 para 0,495."

Acesse a íntegra em: http://zh.clicrbs.com.br/rs/noticias/noticia/2014/09/pnad-contem-erros-graves-e-indice-de-desigualdade-cai-4602584.html

Qual o problema alegado? Falta de servidores. Inclusive com a informação de que os mais de 800 servidores contratados não repuseram sequer os aposentados do Instituto. E o IBGE ainda informou que deixou de fazer outras duas pesquisas por falta de servidores.

Quem perde com isso, senhores, é o Brasil. Sou eu e você. É a economia e a formulação e execução de políticas públicas! Será que não se vai atentar para isso?!? Há falta de servidores públicos crônica no Brasil e isso prejudica  a população e a economia.

E a CGU? Arquivou casos por insuficiência de servidores para continuarem investigações. Segundo artigo recente da CBN, a CGU trabalha com 47% de sua capacidade, prejudicando a investigação e fiscalização da corrupção em todo o País!!!

Acesse a íntegra em http://cbn.globoradio.globo.com/editorias/pais/2014/06/28/CGU-TRABALHA-COM-47-DA-CAPACIDADE-POR-FALTA-DE-SERVIDORES-E-ACOES-DE-COMBATE-A-CORRUPC.htm

E Policiais Rodoviários Federais!? Por falta de policiais rodoviários federais, postos são fechados no Mato Grosso e no Pará e os postos de fronteiras por todo o país que deveriam ter 8 poliiciais cada têm apenas dois, tornando inviável a correta fiscaçlizção de cargas e pessoas em todo o país.

Veja a íntegra em http://g1.globo.com/mato-grosso/noticia/2014/03/prf-fecha-postos-em-mt-e-alega-falta-de-estrutura-e-de-efetivo-policial.html

Resultado? Deficiência na fiscalização e apreensão de drogas e armas que entram pelas fronteiras e são distribuídos Brasil a dentro. Violência para as famílias de bem brasilerias.

E posso citar um monte de necessidades na área pública!!

Falta de analistas para fazerem projetos de infraestrutura. Veja o trecho que selecionamos:

"BRASÍLIA — No momento em que incentivar investimento virou consenso dentro e fora do governo, a presidente Dilma Rousseff tem sido pressionada por técnicos para autorizar mais concursos porque — segundo eles — falta gente para elaborar e aprovar projetos importantes, principalmente, de infraestrutura. Somente nos três primeiros meses do ano, o Executivo perdeu, ao todo, quase 9 mil funcionários públicos. A maioria se aposentou."


Acesse a íntegra em http://oglobo.globo.com/economia/governo-enfrenta-falta-de-mao-de-obra-para-elaborar-projetos-5463736

E professores?!?! Nas universidades preferem manter professores temporários pois assim mantêm-se feudos dos poucos professores que mandam nas instituições, em rpejuízo ao esino e aos alunos das universidades.

Gente, por que continuam publicando que há excesso de servidores??! Isso é uma mentira e prejudica o país, as empresas e o cidadão brasileiro. É um desserviço à nação essa propalação de tamanha mentira contra o serviço público. E o prejuízo é meu, seu e nosso.

E há dinheiro para se contratar? Há. O orçamento está com superávit primário baixo. Ok. Mas FHC gastou 5,4% do PIB com servidores e Dilma gasta 4,2%. E o orçamento da União pode gastar 50%  (no mínimo 40% - veja p.s. abaixo, além do artigo 19, I da LC 101/2000) com custeio, incluindo salários de servidores, e esse valor está em 30%!!

Enquanto continuar essa mentira de que há inchaço da máquina pública (pode haver, sim, em Brasília que consome 25%  da folha de todos os servidores federais de todo o país que custa 200 bilhões de reais), não haverá o investimento no serviço público de forma a diminuir a diferença que temos em relação à disponibilidade de servidores públicos executada em países ricos como Alemanha, França, Noruega e EUA. Por isso têm melhores serviços públicos e por isso têm melhor ambiente de negócios também. No Brasil temos 10,7% de nossos trabalhadores como servidores públicos, enquanto na Noruega é de 35 a 39%; na Alemanha é de 18%, na França é de 26%, nos EUA é de entre 15% a 22% e no Chile é de 15%).

Sem serviço público eficiente não há projetos de infraestrutura na velocidade em que o Brasil precisa, não há médicos e tratamento médico-hospitalar eficiente, não há alfândega eficiente e rápida para facilitar a exportação e importação, não há contenção da violência por falta de apreensão de drogas e armas que entram no País, não há escolas públicas de qualidade, não há pesquisas estatísticas, não há Embrapa, não há BNDES, não há Petrobrás e não há combate eficiente à corrupção.. talvez seja o que muitos querem, não? Rsrsrs

Senhores, o serviço público enriquece o País, é muito maltratado pela grande mídia e isso conduz à falta de atenção do governo a esse setor estratégico do nosso país e de qualquer país. É um setor que deve ter gente suficiente de acordo com a demanda do país e bem remunerados para selecionarmos e mantermos os melhores nestes postos. O retorno é nosso, é é pelo imposto pago.

O Blog Perspectiva Crítica há mais de quatro anos denuncia e combate o APAGÃO DE SERVIDORES PÚBLICOS por todo o Brasil.

p.s.: O limite de gasto co pessoal da União, segundo a Emenda 101/2000 (LRF), é de 47,5%. Acesse  a página 9 do estudo acessível em http://www.observarh.org.br/observarh/repertorio/Repertorio_ObservaRH/NESP-UnB/Despesa_pessoal_LRF.pdf

p.s. 2: Importante salientar que o Programa Mais Médicos, implantado depois das exigências das mnaifestações de junho de 2013, contratou 14 mil médicos em sete meses, tentando aumentar nosso índice de 1,8 médico por mil habitantes ao índice mínimo de 2 médicos por mil habitantes, segundo sugestão da ONU, sendo que a Inglaterra tem 2,8 médicos por habitantes, enquanto que Portugal e Argentina têm 4 médicos por mil habitantes. Isso demonstra o quê? Sim, sim.. falta de médicos no Brasil.  É criminosa a informação de que há excesso de gastos com servidores, de que servidor é gasto e de que há "inchaço na máquina pública". Se o dinheiro vai pelo ralo, não é com servidores, senhores... Importante salientar que há poucos fiscais de ônibus no RJ, e cidadãos cilistas morrem; há poucos servidores da Defesa Civil na Região Serrana, e morreram 900 pessoas na enxurrada de 2011, e há poucos controladores de vôo, o que criou grande risco para as operações de vôo em todo o País durante o governo Lula/Dilma. Não há milagre.. para ter serviços públicos, só com servidores públicos.. é difícil entender? Então, economizem em outra coisa. Incentivem  a área privada a tirar dinheiro do bolso para fazer investimentos de infraestrutura, mas não penalizem o cidadão e o ambiente de negócios, impedindo contratação e remuneração de serviços e servidores públicos.

p.s. 3: Outro exemplo de crime contra a sociedade é a tabela do SUS não ser corrigida adequadamente, obrigando a várias Santa Casas fecharem portas à população (São 116 Santas Casas por todo o País). Isso é diminuição de investimento social em serviço básico de saúde que deveria existir pelo imposto pago,  mas não acontece porque o governo não prioriza o atendimento básico, nem o investimento nesse atendimento básico e, por fim, a mídia está sempre disposta a criticar esses investimentos, alegando que são aumentos de gastos. Isso tem que acabar!

p.s. de 22/10/2014 - texto revisto, inclusive dos "p.s." acima.

terça-feira, 23 de setembro de 2014

Lista de candidatos do Blog Perspectiva Crítica para Eleições 2014

Senhores, compartilho a lista de bons candidatos que o Blog entende ótimos para merecerem seu voto. São políticos cuja história o Blog acompanha, com cujas idéias programáticas de Estado e de governo o Blog concorda. Algumas são pessoas com quem o blogger Mário César teve contato pessoal e em quem confia e pode ver um comprometimento com ideais maiores que criam um norte ético e responsável, justo o que precisamos no nosso ainda malsinado quadro político atual.

Presidente da República: Marina da Silva.

Senador: Difícil. Na dúvida, Votar no PSOL 500 é bom, pois tive contato com Marcelo Freixo, Eliomar Coelho, Chico Alencar e Paulo Pinheiro. Todos excelentes pessoas, éticas e honestas. Em especial para o legislativo, votar PSOL é muito bom. Entre César Maia e Romário, enfrentando esse dilema, indico voto em quem não responde a processo. Romário, então seria a melhor opção. Suas declarações, que pude ler, foram todas boas, ao meu ver. Neste momento, talvez o preconceito contra um jogador de futebol, à falta de outro candidato, deva ficar de lado. Mas Romário, pra quem nõa sabe, iniciou faculdade. Parou para jogar futebol.

Deputado Federal: Jorge Bittar (PT - 1331), Marlos Costa (PT - 1301), Chico Alencar (PSOL - 5050), Miro Teixeira (PROS - 9000), Jandira Feghali (PC do B - 6565), Alexandre Molon (PT - 1313) são todos ótimas opções.

Deputado Estadual: Marcelo Freixo (PSOL - 50123), Marcelo Siciliano (PSDC - 27888), Eliomar Coelho (PSOL - 50050), Nilton Salomão (PT - 13104) são as opções do Blog.

Governador: Difícil. Votarei no Tarcísio 50 do PSOL, no primeiro turno.  Dentre os candidatos, somente o Crivella não responde a processos e foi o único que falou em descentralizar a geração de empregos no Estado, o que poderia acabar com bolhas imobiliárias, trânsito e facilitar a qualidade de vida para as famílias do interior, principalmente e, por reflexo, as da metrópole. Mas entre Garotinho e Pezão, senhores, infelizmente tendo que votar em um deles, eu votaria no Pezão, porque, apesar de deixar o status quo do poder econômico no RJ como está, é melhor o domínio de poder econômico, que está sempre sendo questionado, do que um rompante de populismo que pode criar movimentos de massa sem controle. Falo isso com toda a tristeza. Garotinho é muito inteligente e faz várias coisas boas, inclusive para o empresariado. É bom para o serviço público, também, o que reflete em possibilidade de melhora de saúde, Educação, Polícia, etc.. mas ainda temos receio de como ele lidaria com programas assistenciais, os quais, quando analisamos, muitos pareceram ter uma tendência populista e assistencialista. Entregando dinheiro sem exigir nada em troca, o que não desfaz a dependência e aí, sim, diferentemente do Bolsa Família, por exemplo, você cria curral eleitoral. Além disso, Garotinho já foi condenado e respondeu e responde a processos. Pezão também respondeu sobre superfaturamento de ambulâncias em Piraí.. mas o que pesa sobre garotinho é maior do que sobre o Pezão. Infelizmente, quando o Pezão entrar, cremos que ao invés de haver mais concursos públicos e investimento no serviço público, que garantiria retorno pelo imposto pago ao cidadão fluminense, ficará mais contido e pode haver expansão de cooperativas, organizações sociais, ong's, privatizando o serviço público, em desprestígio às carreiras públicas e facilitando o desvio de verbas públicas para campanhas de políticos.. porque dinheiro pago a empresas terceirizadas podem ser desviados.. mas pagos a servidores públicos, não.

Então, é isso. Até o fim da eleição, Ainda pode crescer a lista.

P.s.: Sobre uma análise a respeito dos candidatos à Presidência da República, acesse: http://www.perspectivacritica.com.br/2014/09/analise-dos-candidatos-presidencia-e.html

p.s.2: Mais comentários serão postados em breve, em vídeo,sobre os candidatos à Presidência e ao Governo do Estado do Rio de Janeiro no nosso canal do YouTube. Ainda temos somente dois vídeos. Se tem interesse em ver o perfil dos vídeos que serão postados, acesse: https://www.youtube.com/watch?v=mvolk9pAvTA

p.s. de 26/09/2014 - Acrescentados os números eleitorais dos candidatos à Deputado Federal e Deputado Estadual.

p.s. de 27/09/2014 - Acrescentei Jandira Feghali, naturalmente. E já tinha acrescentado em 26/09/2014 nosso ilustre Marcelo Freixo. Desculpem essas duas faltas graves do Blog, mas já estão no panteão dos bons candidatos para o Rio de Janeiro e para o Brasil do Blog Perspectiva Crítica. Infelizmente não podemos votar em outros Estados, mas se pudéssemos, teríamos que adicionar Cristovam Buarque, Pedro Simon (apesar de ter sido a favor do roubo do pré-sal contra o RJ) , Paulo Paim, Randolfo Rodrigues, Eduardo Suplicy e Gustavo Fruet como ícones do Blog Perspectiva Crítica. Enaltecemos também Francisco Dornelles no RJ, na chapa como Vice- Governador de Pezão e Fernando Gabeira, não mais candidato e com bom programa na Globo, como bons políticos. Sirkis e Otávio Leite, também, Depois faremos o panteão dos bons políticos da atualidade. É necessário. Afinal, somente vagabundos saem na mídia, normalmente em questões policiais, manchando a imagem do Congresso, sem haver o enaltecimento de bons políticos, que há em boa quantidade no Brasil, graças a Deus. Como é possível ver, o Blog tem tendência de centro-esquerda, mas se importa e reconhece mais a honestidade, comprometimento com o interesse público e conduta ética do que com cor partidária, afinal, a democracia precisa de todas as matizes ideológicas.

p.s. de 29/09/2014 - Acrescentamos o Alexandre Molon, claro! Excelente quadro!

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Gestão Pública mais eficiente que gestão privada: Lâmpadas de LED e a iluminação pública - Velho sistema se repete com iluminação pública com lâmpadas LED: Concessionária explora, Estado investe

No artigo intitulado "Prefeituras aderem às lâmpadas de LED e vão investir R$2 bilhões", publicado hoje, em 22/09/2014, no Jornal O Globo, pg. 16, está publicada uma prova do sistema de predação que vige há décadas desde que se efetuam concessões de serviços públicos no Brasil (e na Argentina também): faz-se a concessão ou privatização de serviço público, a concessionária somente explora o serviço e nenhum investimento faz, e quando é necessário o investimento, ou retoma-se a concessão para que o Estado faça o investimento ou o Estado faz o investimento pura e simplesmente. E, quem sabe, depois disso, mais uma vez será a "(des)iniciativa" privada a voltar a operar para maximizar seus lucros e exploração sem qualquer comprometimento com a melhora da prestação do serviço público ao cidadão.

Sobre a grande novidade em iluminação pública mundial, ou seja, o uso de lâmpadas LED, observe que neste trecho que selecionei do artigo fica claro que as concessionárias de iluminação pública brasileiras emperraram o processo de inovação da iluminação pública e somente depois que a ANEEL retirou a concessão delas e repassou às Prefeituras é que esse investimento importante para a economia de energia elétrica em todo o País, aliado ao aumento de segurança aos cidadãos é que foi implementado com mais rapidez. Veja:

"A Philips é uma das empresas que quer participar das PPPs (parcerias público-privadas para a troca das iluminações públicas por lâmpadas LED). Segundo Renato Garcia Carvalho, diretor geral de Iluminação da empresa, recente Resolução da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que devolveu a gestão da iluminação das ruas às Prefeituras, retirando das concessionárias, é o que está fazendo os projetos de troca das lâmpadas andarem mais rapidamente:
- A economia obtida depois da troca é muito mais vantajosa."

Observem: por que, enquanto as ruas estavam sobre administração privada ( o que era um absurdo ao nosso entender), as concessionárias não fizeram tal investimento? Ou apontaram a necessidade disto? Talvez porque as lâmpadas que não fossem de LED aumentassem a despesa das pessoas e assim a conta a ser recebida pela empresa? Não sei. Talvez porque não tenha dado tempo, pois a Aneel determinou o retorno das concessões às Prefeituras.. quem sabe?

Maquiavélico demais? Então por que o Metrô só se desenvolve com investimento público, tanto construção de estações como compra de trens? E o mesmo se diga dos trens da Supervia? E sobre os trilhos da RFFSA? Depois de privatizada, a malha ferroviária diminuiu. E você me dirá que foram desativadas linhas sem lucro. Ok. Mas e o que foi ampliado? Nada. Só foi explorado.

Nós somos a favor do uso de concessões como forma de se tornar o Estado e prestações de serviços públicos eficientes. Isso significa que eles sejam mais econômicos, que se ampliem e se aperfeiçoem. Mas, vejam, os ônibus no RJ, apesar do calor infernal no RJ, só apresentaram composições com ar condicionado quando se viram competindo por passageiros com Vans ilegais com ar condicionado.

Chamamos a atenção para que se exija mais das concessionárias. Chamamos a atenção para o fato de que sob gestão pública muitas vezes coisas melhores acontecem do que sob gestão privada, como ficou claro nessa hipótese de investimentos para a modernização da iluminação pública de ruas.

O Blog Perspectiva Crítica, diante desse fato grave, pergunta: o que queremos das concessões/privatizações? Buscar eficiência e modernização do serviço público passado para a gestão privada é um objetivo das privatizações? Ou somente deixar as empresas privadas exclusivamente explorar o que já foi criado pelo Estado é bom?

Quem não exige das concessionárias faz sempre mal negócio, privatizando os lucros e socializando os investimentos e os prejuízos. Vejam o que ocorreu em Buenos Aires.. dez anos após a privatização do sistema de distribuição de águas e esgoto, a empresa francesa embolsou o que pôde, não investiu no sistema e ele faliu estruturalmente, quando, ao necessitar de investimentos, a empresa abandonou a concessão e o serviço teve de voltar às pressas ao Estado, sucateada e exigindo montanhas de valores de investimento.

Privatizar e fazer concessões é bom, quando se faz direito e se exige contrapartidas que beneficiem a sociedade.



sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Máquina pública vazia: Defensor Público Daniel Macedo informa que faltam 1.226 médicos na rede médica federal no Rio de Janeiro, publica o Globo

Em mais uma prova de que a máxima "Máquina Pública está inchada" é mentira, o Jornal O Globo publicou o artigo "Sem médico no fim da fila - Estudo da Defensoria Pública diz que faltam 1.226 profissionais nos hospitais federais", demonstrando que há desestrutura e falta de recursos humanos na administração pública, ou seja, faltam servidores nos hospitais federais do RJ. O artigo foi publicado na página 14 do Jornal O Globo da edição de 18/09/2014.

Mas essa notícia, que foi publicada pelo Jornal O Globo, não teve sua informação criada por encomenda de pesquisas feitas por bancos, ou pela CNI, ou pela Febraban, ou pelo próprio Jornal O Globo sobre a deficiência de recursos humanos no serviço público federal, como se poderia desejar. Não. Infelizmente essas instituições só fazem pesquisas sobre economia e só focam o interesse em dinheiro e balanços, o que não melhora a vida dos cidadãos brasileiros como diretamente a prestação eficiente de serviços públicos pode fazê-lo.

As informações que foram objeto desta ótima publicação do Globo foram condensadas por pesquisa do Defensor Público da União e, para o Blog Perspectiva, herói nacional, Daniel Macedo que move ação civil pública para garantir e organizar a realização de 13 mil cirurgias atrasadas há dez anos em hospitais federais.

Foi, mais uma vez, como sempre ocorre, do trabalho de um servidor público, integrante de uma instituição pública, que saíram as melhores informações para a defesa da qualidade de vida da população brasileira. E o que disse o estudo da Defensoria Pública, coordenada pelo Defensor Público da União Daniel Macedo? Que, a despeito de os jornais de mercado publicarem que há inchaço na máquina pública, faltam, só no Rio de Janeiro 1.226 médicos para garantir atendimento digno à demanda dos 15 milhões de cidadãos fluminenses.

E qual o motivo para esse esvaziamento? Salários de R$2.200,00, segundo o Sindicato dos Médicos. Gente, vocês acham que um médico vai trabalhar no sistema público para ganhar R$2.200,00? Você quer comprometimento do trabalho desse médico contratado para ganhar esse valor? É óbvio que ele não se dedicará a este trabalho ou não integrará a carreira ou a abandonará!

No filme "SOS SAÚDE - SICKO" de Michael Moore, há a informação de que o médico público inglês ganha até 180 mil libras anuais!!! Ou seja, em torno de 500 mil reais!! E o médico brasileiro vai ter que ganhar 25 mil reais?!?!?! 1/20 do salário do colega inglês?!?!  Piada!

A notícia diz que mesmo com essa carência, o último concurso para médicos nos hospitais federais data de 2010. Esse é o nível do descalabro na saúde!! Faltam médicos, mas não se faz concurso. Faz-se concurso? Mas é para que médicos ganhem R$2.200,00 reais.. ridículo. Média de mercado, gente, não é justificativa para média de salário de servidores públicos, pis estes fazem concurso e estão entre os melhores de sua área. Por isso devem ganhar como os melhores de sua área, dentro dos limites do orçamento público, naturalmente.

Enquanto não houver comprometimento evidente da mídia e dos governos com a melhora da prestação de serviço público, será difícil obrigar o governo a remunerar adequadamente os cargos de médicos públicos federais e fazer respectivas contratações para acabar com essa falta de servidores médicos para tratar da população.

Como governos e mídia não têm esse compromisso, ainda, o jeito é nós procurarmos fazer movimentos de rua, como o de junho de 2013, pedindo aumento de contratação de servidores e aumento de remuneração de médicos. Pois somente com mais investimento em salários e contratações é que se resolve o DESINCHAÇO DA MÁQUINA PÚBLICA que vivemos.

Parabéns ao Defensor Público Daniel Macedo! Parabéns à Defensoria Pública da União! E parabéns ao Globo, ao menos por ter publicado a matéria. Esse tipo de publicação, na perspectiva do Blog Perspectiva Crítica, tem o condão de criar debate sobre serviços públicos que podem enriquecer o cidadão brasileiro e melhorar realmente sua qualidade de vida.

Torcemos que um dia a mídia consiga parar de publicar artigos preconceituosos sobre o serviço público e servidores públicos e passe a focar mais em ambos como um instrumento de realização do bem social, de enriquecimento do cidadão brasileiro, que poderá um dia deixar de pagar plano de saúde se quiser, e como um instrumento de realização das funções do Estado, que afinal é pago com dinheiro público para realizar funções públicas. Investir corretamente no serviço público é o único meio de garantir retorno justo pelo imposto pago ao cidadão. Assim o é na Noruega, na Alemanha e na França. Assim deverá, algum dia, ser no Brasil. Contamos com você, Daniel Macedo. Contamos com você leitor, informando-se corretamente sobre o que realmente é seu interesse em matéria de serviço público, carga tributária e servidores públicos, inclusive sua política de remuneração. E contamos com você também, grande mídia.

Queremos que a grande mídia um dia opte definitivamente pelo lado do cidadão e não somente o lado de empresas, ong's, organizações sociais prestadoras de serviços médicos e governos interessados em terceirizar o serviço público médico para se aquinhoar de parte dos valores pagos às cooperativas médicas contratadas pra prestar serviço que o médico público deveria prestar ganhando salário digno.

Elogio ao Editorial "Reincidência", do Jornal O Globo: democracia na informação exige alguma imparcialidade

O Editorial intitulado "Reincidência", publicado pelo Jornal O Globo em 19/09/2014, na página 06, é motivo de elogio do Blog Perspectiva Crítica àquele veículo de mídia.

Mesmo com sabida linha editorial em apoio à candidatura da oposição ao governo, em especial a de Aécio Neves, na opinião deste Blog, publicou e criticou o fato de que o PSDB mineiro teria convocado servidores públicos para ato de campanha de Pimenta da Veiga, copiando o que, segundo o jornal, já teria sido feito igualmente erradamente pelo PT.

Achamos que este tipo de postura, publicando erros de todos os lados é elogiável e compatível com a construção de uma imagem do Jornal O Globo de apreço pela democracia e de compromisso com o dever da mídia em informar, acima de tudo, o cidadão com fidedignidade.

Esperamos que o elogio a bons atos de governo e de campanha, sejam de quem for, sejam publicados e elogiados, assim como esperamos que maus atos de governo e de campanha, sejam de quem for e de que partido for, sejam publicados e criticados por todo o qualquer veículo de mídia de mercado ou mídia social, a bem da garantia da boa informação publicada à sociedade brasileira. Isso é que é bom para a democracia.

Para nós, no Perspectiva Crítica, o compromisso da mídia deve ser com o cidadão e a sociedade, não com partidos e projetos políticos econômicos, a não ser, deixamos isso bem claro, que esse compromisso com projetos políticos e econômicos seja declarado. Essa conduta é mais ética e concretiza um relacionamento mais transparente com o leitor. Fora isso, a mídia que se apresenta como imparcial, deve publicar de forma mais imparcial, exercendo a boa-fé informativa e não abusando da boa-fé de quem o lê na expectativa de que esteja lendo publicações ditas imparciais.

Bom editorial o intitulado "Reincidência". Palmas ao Globo.

Transporte e trânsito no RJ de ponta à cabeça: ônibus transportam quase 4 vezes mais do que trens

Senhores, observem, se trens são transporte de massa e ônibus são transportes coletivos, qual modal deveria transportar mais fluminenses em seus trajetos casa-trabalho-casa? Os trens, lógico. Mas quem transporta muito mais no RJ são os ônibus!! Aí a maluquice do transporte e do trânsito do RJ. É muito simples.

Foi publicado hoje, 19/09/2014, no Jornal O Globo, pg. 14, no artigo "Gargalos - Os entraves diários à mobilidade", que, segundo a Supervia, são transportados diariamente 620 mil pessoas, em média, nos trens, incluindo os da Baixada, enquanto são transportados, segundo a Fetranspor, diariamente 4 milhões de passageiros. São quase 4 vezes mais passageiros transportados em dezenas de milhares de ônibus, causando trânsito e horas e horas de atraso nos trajetos de ida ao trabalho e volta à casa do trabalhador. Isso é um absurdo. Mesmo considerando que o metrô leva 800 mil pessoas por dia, segundo a mesma reportagem, e que com a linha 4 levará 1,2 milhão, mesmo assim, todo o sistema de trens não chegará a levar metade do que levam os ônibus.

Uma composição de trem pode levar até mil pessoas ou até mais de uma vez só, não causa trânsito, não passa por sinais. Um ônibus leva 80 pessoas, no máximo, ocupando rodovias e ruas, passando por sinais, competindo com carros privados por espaço. qual a escolha sensata de transporte para a maioria de sua população de 6 milhões de pessoas?! Trens, logicamente.

É importante salientar que para países pobres a saída de investir no modal de ônibus é compreensível em um primeiro momento, pois é mais barato. Tudo bem. Mas havendo dinheiro, que é o nosso caso, os trens, metrôs, Veículos Leves em trilho (VLT's) deveriam cortar todo o espaço metropolitano e levar a maioria da população em seus trajetos de idas e vindas entre o trabalho, casa e lazer.

Os ônibus devem ser complementar ao modal de trilhos e ir em todas as regiões onde não haveria acesso próximo aos trens, para garantir conforto e mobilidade, mas não podem continuar sendo responsáveis por transportar a ampla maioria da população, pois é mais caro para o cidadão, é mais desconfortável, menos eficiente e causa mais trânsito e perda de qualidade de vida a todos os cidadãos do Rio de Janeiro.

O Blog Perspectiva Crítica apóia investimento maciço em modal de trilhos para o Rio de Janeiro, assim como já muito bem defendeu o Deputado Estadual Marcelo Freixo, como modo principal de transporte na Metrópole do Rio de Janeiro, resolvendo  potencialmente vários problemas ao mesmo tempo: trânsito, custo de transporte, perda de tempo e qualidade de vida do cidadão que se desloca pela cidade.

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

EUA perseguem inflação de 2% ao ano, por ser bom para sua economia mais inflação

Como mais uma prova de que o termo "inflação" não é sinônimo de desgraça e sim de aquecimento econômico muito bem quisto, em especial hodiernamente, pelas economias ricas, depois de o Japão declarar perseguir índices maiores de inflação apra aq2uecer a economia e depois da Europa declarar o mesmo, ambos preocupados com a recessão que a crise financeira internacional lhes impingiu, os EUA declara que pretende aumentar sua inflação.  

É muito importante que acabemos com as máximas mentirosas da mídia brasielria, reprodutora de crenças e dogmas dos centros financeiros internacionais, que empobrecem a discussão sobre econbomia no Brasil, assim como empobrecem, no final das contas, o próprio brasilerio e sua família.

Inflação não é sinônimo de fim do mundo. Inflação não é sinônimo de descontrole econômico. Inflação não é sinônimo de de holocausto. Inflação não é para ser temida, mas compreendida. A inflação é reflexo de uma economia aquecida. A natureza desse aquecimento é que deve ser avaliada para ver se é "febre", originada em doença ecoinômica, ou se é meramente aumento de temperatura corporal por uma saudável "malhação".

No momento, os EUA estão tentando fugir da deflação que os acomete desde o início do ano, com crescimento negativo, apesar da previsão econômica de que o ano de 2014 termine com crescimento econômico.

E assim, com a deflação batendo as portas dos EUA, eles declaram que têm como meta, pasmem, AUMENTAR A INFLAÇÃO PARA SUA META DE 2%.

Veja o trecho que selecionei do artigo publicado hoje no Jornal O Globo On line e constate que mais inflação está sendo considerado bom para a economia americana:

"Ao contrário de países como o Brasil, os EUA têm lutado contra a queda de preços, um sintoma de fraca atividade econômica. O Federal Reserve (Fed, banco central americano) estabeleceu meta de inflação de 2% ao ano, ainda não alcançada. Para evitar a deflação, a autoridade monetária tem mantido a taxa referencial de juros em patamar próximo a zero."

Acesse a íntegra em: http://oglobo.globo.com/economia/eua-registram-primeira-deflacao-desde-abril-do-ano-passado-13961245#ixzz3DbBPtZt5

É importante que eu apresente isso a vocÊ, leitor, para desmistificar essas manchetes sensacionalistas que dizem que a projeção da inflação aumentou em 0,01%, como se fosse o fim do mundo e o descontrole da inflação no Brasil. E tratando da inflação como se fosse somente algo mal e ruim.

Lembre-se que enquanto estamos com inflação um pouco mais alta, estamos com economia aquecida, para as possibilidades do momento, e que temos taxas de desemprego menores do que Europa, Japão e EUA. Inflação não é principiologicamente boa... nem ruim. É dado econômico, que dá uma dimensão de aquecimento econômico, cujas causas devem ser monitoradas e medidas adfotadas para não entrar em espiral inflacionária ascentende ou em espiral deflacionária.

Essa é a forma equilibrada de se abordar o tema inflação, o que não é feito pela nossa grande mídia. A forma como a grande mídia informa a inflação do Brasil é tão ruim, que diante das notícias de que Europa, Japão e EUA perseguem taxas maiores de inflação, você é obrigado a perguntar: Por que mais inflação é bom para países ricos e não é bom para o Brasil?

Para não te deixar sem resposta, e sendo honestos e claros contigo, como a grande mídia não o é, dizemos para você que inflação não é bom ou ruim para a economia. Inflação é medida do aquecimento da economia, cujas causas devem ser monitoradas para que se adotem medidas no sentido de evitar que a inflação fuja do controle seja para se transformar em hiperinflação, seja para se transformar em deflação.

E para quê? Para que este controle? Como balizá-lo? Cada país deve definir seu nível inflacionário ideal, segundo seus interesses e caracteríticas de seu mercado interno e sua imagem no exterior, para o mercado interncaional de título e mercado de capitais em geral. Uma economia está com nível inflacionário controlado quando mantém a inflação em um nível que pouco corrói os salários dos trabalhadores; pouco exige juros básicos pagos pelo governo para seus títulos de dívida, para que esse mercado não concorra com os investimentos produtivos na economia; e seja o índice de inflação suficiente para manter bom nível de emprego, bom nível de crescimento econômcio e boa taxa de investimento.

Nõa atingido esses objetivos, o índice de inflação e de juros básicos da economia devem ser ponderados para que sejam modulados de forma a se chegar a tais objetivos.

Essa é uma grande verdade sobre o processo inflacionário, omitida pela grande mídia de você. 

Pib da China cai e tem como uma das causas a crise imobiliária

Não é coincidência. Em todo o mundo a construção civil ativa a economia. Mas no mundo emergente de hoje, em especial nos BRICS, houve movimentos econômicos semelhantes desde o estouro da crise financeira (dos subprime) norteamericana e européia, que iniciou o crise financeira mundial de 2008 com reflexos até hoje.

Logo após a quebra dasquelas economias, assim como em dezenas de artigos avaliamos desde o ano de 2010 neste Blog Perspectiva Crítica, os fundos trilionários e bilionários de investimentos americanos, europeus e japoneses, sem opção de rentabilidade em seus países de origem, voltaram-se para os mercados dos Brics, em especial. Com especial investiumento em imóveis nesses países, geraram bolhas imobiliárias de valores que foram rotuladas e declaradas como tais pelo prórpio FMI, alertando sobre o risco dessas bolhas.

Naquele momento houve um pique de crescimento econômico, aliado às medidas anticíclicas adotadas por estes países emergentes, mas recentemente, com o alívio de suas economias natais, e com o limite e esgotamento do movimento de valorização de imóveis, estas economias estão experimentando esvaziamento de valores de seus imóveis e esfriamento econômico geral.

Isso ocorre no Brasil. E isso também ocorre na China, como faz prova a recente informação publicada hoje no Globo On Line sobre as medidas adotadas pelo BC Chinês de injeção de 81 bilhões de dólares em seus bancos para aquecer a economia. É claramente dito que uma das causas do esfriamento da economia é a "crise imobiliária".

Veajm o trecho que selecionei:

"O movimento mostra a determinação do governo para apoiar a economia, mesmo com estímulo de base ampla que pode agravar o endividamento crescente do país. A meta de 7,5% de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) este ano está ameaçada por crise imobiliária, fraca expansão industrial, investimento em ritmo moderado, apesar de um certo crescimento de vendas no varejo, revelados no último dia 13, o que sublinha os riscos de uma desaceleração econômica."

Acesse a íntegra em: http://oglobo.globo.com/economia/bc-da-china-injeta-us-81-bi-em-grandes-bancos-para-sustentar-economia-13959924#ixzz3DakT8d2T

Assim, é importante verificar a correção das informações publicadas por este Blog sobre o assunto desde 2010, a noção do movimento conexo das economias mundial e dos BRICS para se ter real dimensão do que ocorre com nossa economia neste momento.

terça-feira, 16 de setembro de 2014

O preconceito da Globo contra servidores públicos: crítica ao editorial "Ameaça no Horizonte", publicado no Globo em 13/09/2014

Na página 04 da edição do Jornal O Globo de 13/09/2014 foi publicado o seguinte editorial "Ameaça no Horizonte", dando notícia de que o fato de um "servidor de carreira" ter efetuado a alteração de perfis de Miriam Leitão e de Sardenberg do Planalto seria um indício de tomada da máquina pública e afirma que "a infiltração partidária na máquina pública é mais grave do que se fosse realizada por meio apenas de ocupantes de "cargos de confiança", preenchidos sem concurso." Conclui, ainda, que "a contaminação é mais séria e representa um perigo para o futuro governo não petista." Como assim??!!?!

Senhores, não pensei realmente que em algum momento o Editorial de um grande jornal, o maior representante da grande mídia do país, pudesse deixar tão evidente seu preconceito contra servidores públicos.  Facilita muito nossa postura de expor que a grande mídia tem como um de seus objetivos o aniquilamento do serviço público e de servidores públicos e isso, sim, muito mais do que o crime perpetrado pelo tal "servidor de carreira" é muito mais grave para o interesse do País.

Primeiro, o preconceito fica evidente do contraste da leitura do artigo a que se refere o editorial, intitulado "Pai e colegas dizem que servidor que mudou o perfil de jornalistas é do PT", e da afirmação do editorial de que o criminoso não era de cargo em comissão. Observe que no quarto parágrafo do artigo que deu origem ao editorial questionado está assim escrito "Responsável pelas alterações, Vieira Filho é funcionário de carreira do Ministério da Fazenda, mas estava lotadona Secretaria de Relações Institucionais (SRI) na época das alterações. (...) ocupava a função de chefe da Assessoria Parlamentar do Ministério do Planejamento. (...) acumulava o benefício de DAS 4 (Direção de Assessoramento Superior)". E pouco antes estava escrito que seu pai admitia que "pelo fato de o filho ocupar um cargo de confiança, ele disse considerar natural que ele tenha deixado o cargo."

Então, senhores e senhoras, vejam, o funcionário estava em CARGO DE CONFIANÇA. Como quase sempre, para não dizer sempre, não estava no exercício das atribuições de seu cargo público efetivo. Porque talvez, como a absoluta maioria dos casos, no cargo efetivo ele não teria coragem de fazer algo dessa natureza porque correria o risco de perder o emprego/cargo efetivo.

Então por que o editorial falou que não era alguém em cargo em confiança? E qual o problema de um servidor de carreira ocupar cargo de confiança? Quer dizer que se o cargo fosse ocupado por um empresário e ele tivesse feito as alterações de perfis de jornalistas o risco seria menor para a sociedade? Por quê? Um servidor público petista agir mal torna evidente o quê? Que todos os servidores são petistas? Que o serviço público é uma estrutura partidária? Que o PT está colocando pessoas nos cargos públicos e depois as chama para cargos em comissão e estão se espalhando na estrutura do serviço público para tomar o país, contra qualquer outro partido ou político que entre na Presidência da República?!

Gente... antes de ser servidor público, o alterador de perfis, Luiz Alberto de Vieira Filho, é uma pessoa, um brasileiro, que por suas convicções políticas se filiou ao PT. Por conta disso e por fanatismo personalíssimo, ao que tudo indica, achou que fazendo a imbecilidade que fez ajudaria o PT e, na cabeça dele, o país. Ele errou não como servidor público, mas como pessoa. Assim como o médico geneticista estuprador de clientes errou como pessoa, sem criar uma pecha a todos os médicos geneticistas e auxiliares no processo de fertilização. Ou Sérgio Naya errou ao construir prédio com areia de praia e parte do prédio desabou matando 8 pessoas. E esses outros exemplos são até piores, pois o médico estava no exercício de sua medicina, o engenheiro estava no exercício de sua engenharia, mas o servidor Luiz Alberto não estava no exercício de seu cargo público; ele estava no exercício de cargo de confiança, algo principiologicamente estratégico e que no Brasil está tomando ares e se transformando de instrumento de cooptação político-partidária e de "troca-troca" por favores políticos, sendo mais de 25 mil cargos em confiança no governo federal.

Inclusive propagandear que o Luiz Alberto pode perder o cargo efetivo, não tendo feito nada no exercício das atribuições de seu cargo efetivo, é rancoroso e esquisito. Ele pode responder criminalmente pelo que fez, pode perder o cargo em comissão, que entregou ao assumir a culpa, mas vemos como difícil a perda de cargo efetivo,  cujas atribuições pertinentes ao Ministério da Fazenda não traiu.

E mais, as investigações deveriam continuar, eis que, como tive experiência na área criminal, muitas vezes alguns assumem as culpas dos outros em troca de bens materiais ou imateriais que lhes interessam, escondendo o real criminoso e mandante ou executor das garras da justiça. A investigação não se encerra na confissão de uma pessoa, simplesmente.

Então, senhores e senhoras, deixo aqui meu desgosto e minha consternação com a mais pura demonstração de preconceito contra o serviço público e servidores públicos que o Jornal O Globo sustentou com o infeliz editorial intitulado "Ameaça no Horizonte".

Quando houve o caso em que, consoante notícias publicadas pela Carta Capital sobre inquérito da polícia federal sobre quebra de sigilo fiscal de Serra, um servidor da Receita Federal de Minas Gerais teria ajudado supostos ajudantes da campanha de Aécio à indicação partidária para o pleito da Presidência da República em 2010 a verificar a declaração do imposto de renda de Serra, no que foi chamado de "fogo amigo", o Globo não disse que isso era risco à República... começou a falar que era enquanto achou que a quebra de sigilo era ordem do PT, mas, quando viu que era fogo amigo do PSDB, parou com as indicações de fascismo partidário-estatal. Para o PSDB pode?

E o que foi aquilo? O servidor da Receita que colaborou com aquilo foi até muito mais longe do que o Luiz Alberto, pois perpetrou crime de quebra de sigilo fiscal e ainda o fez no estrito exercício do cargo público! Era um psdbista! Então, o problema não é ser funcionário público, mas ser partidário do PT ou PSDB e resolver fazer besteira, pelo que deverá, nesta condição de agente de crime ou contravenção ou ilícito administrativo responder nestas medidas e com a agravante de ser servidor público. Vejam, bem, por ser servidor público suas sanções podem ser multiplicadas e suas penas serem maiores. Então ser servidor até prejudica ainda mais os indicados a cargo em comissão que queiram agir em desacordo com a lei. Ao contrário de pessoas da área privada ou empresários.

Ah, sim, por ser servidor público ele largou o cargo de confiança e voltou à sua atividade anterior habitual? Sim. Mas se fosse da área privada também faria o mesmo. Então que tipo de comentário é esse? Preconceituoso. O Globo não deveria ficar insinuando que há um espraiamento de "petistas" fanáticos na máquina pública, em cargos efetivos, mas exigir que o servidor seja punido, como agente de eventual crime (falsidade ideológica, por exemplo), e que seja apurada sua responsabilidade administrativa. E só. E não é pouco. E é o correto e devido. Não deve ficar alimentando suspeitas infundadas e cinematográficas sobre toda a estrutura da cargos efetivos e sobre todos os servidores, porque se tudo fosse executado por funcionários particulares, empregados com risco de demissão, haveria, aí sim, uma aproximação muito maior dos interesses privados, políticos e partidários, sem possibilidades de o Estado controlar a imensa corrupção da função pública que ocorreria em todas as esferas de governo, simplesmente porque quem se negasse a executar tarefas corruptas seria demitido imediata e sumariamente.

Pedimos e exigimos respeito aos servidores públicos de carreira e exigimos que o Jornal O Globo não difame a estrutura federal de serviço público e de servidores públicos com cargo efetivo, com base na ação isolada, incauta, temerária, de uma pessoa filiada ao PT, em exercício de cargo em comissão no Planalto e que, por um acaso, também era servidor público efetivo, e não do órgão em que estava lotado no momento em que resolveu alterar os perfis de Miriam e do Sardenberg. Servidores públicos são honestos, dignos, comprometidos com o cumprimento de suas funções públicas e da lei, respondem severamente por seus erros e nada têm a ver com atos isolados de quem quer que seja, mesmo que possa ser um outro servidor público da carreira que seja.

Exigimos o fim do preconceito do Jornal O Globo contra os servidores públicos.

p.s.: Para deixar claro sobre o absurdo da abordagem do editorial que se critica, pergunto, se o Luiz Alberto fosse empresário, seria ponderado no editorial sobre o risco para o País do espraiamento de petista no empresariado? E se fosse policial civil, seria comentado que os crimes no Brasil agora estariam em risco de serem resolvidos contra o PT? E se fosse um diplomata, seria ponderado que o PT se infiltrou no Itamaraty e que esse corpo nunca mais defenderia a ALCA, independente do Presidente eleito e que seria um bunker petista a favor do bolivarianismo? E se fosse um militar, diria que agora ficaria evidente que há risco institucional para a democracia porque toda a estrutura militar brasileira estaria em risco com o espraiamento do PT pelas Forças Armadas e que isso seria um indicativo de próximo golpe e tomada PTista do Poder? Claro que não!!!! Então, senhores, fica claro que o editorial foi infeliz e preconceituoso!! Tratou-se de ato desvairado de uma pessoa que estava em cargo de confiança, que é filiado ao PT e que, por acaso era servidor público, generalizando e incutindo suspeitas contra o serviço público de forma geral. Não quer dizer que todo petista, nem todo integrante de cargo comissionado (apesar de que estes ficam mais vulneráveis, realmente) e muito menos todo servidor público seja um clone de petista fanático (tipo os "agents" no filme  Matrix) prestes a aparecer e sabotar o serviço público, a lei e a ordem para defender, com faca nos dentes, e a qualquer preço o PT e seu governo!! Pelo amor de Deus!!! Isso é ridículo!! Isso é o cúmulo do ridículo!!!

p.s. de 17/09/2014 -texto revisado e ampliado.

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Entrevista Póstuma de Adam Smith: Aquilo que os liberais não leram ou não dizem das idéias de Adam Smith

Este artigo foi estimulado a partir da acusação de Rodrigo Constantino, presidente do Instituto Liberal, de que "esquerdistas" não leram Marx (publicado no Jornal O Globo no primeiro semestre de 2014), porque, se lessem, veriam suas incongruências e suas posturas politicamente incorretas (de 1850, diga-se) nos dias de hoje.

Ao contrário das críticas a idéias completamente temporais de Marx, como suas afirmações a favor de imperialismo sobre a África e a inferioridade de africanos em relação a europeus (visão curta e de poucas luzes com certeza), mas isso nada tinha a ver com a construção da sua teoria socialista, os liberais se lessem Adam Smith naquilo que contradiz suas teses atuais de expansão ilimitada do liberalismo, seriam forçados a admitir que Adam Smith os repreenderia hoje na própria condução de políticas econômicas e de reformulação de Estado.

Smith era realmente genial e quem o lê sem preconceito é obrigado a admitir isso. E sua genialidade é maior ainda no equilíbrio de suas posições, na crítica da exploração do homem pelo homem, sendo a favor de que o trabalhador pudesse ter melhores salários, na crítica da vinculação de economia e política, na crítica do excesso de privatização e na crítica sobre protestantes votarem em seus próprios pastores (se bem que se isso gerou a Suíça de hoje.. é um caso a se pensar.. rsrsrs). Ele era um filósofo de alto grau. Era crítico até mesmo do imperialismo britânico, em especial em se manter os EUA, à época ainda treze colônias, como colônias, por razões mais econômicas até do que políticas. Muito interessante.

Então, vou enunciar os trechos que pincei da obra "A riqueza das Nações de Adam Smith - Uma biografia" escrito por P.J. O'Rourke, escritor, jornalista e comentarista político do periódico Atlantic Monthly, da coleção "Livros que mudaram o Mundo" da Editora Zahar/Jorge Zahar Editor. E por que não ler o original? Por pressa. Mas muitos outros motivos existem para você não ler o original de Adam Smith e ler essa aula sobre a obra "A riqueza das nações". Não vou enunciar aqui essas razões, mas se você ler o livro que indico acima, talvez tenha muito mais proveito em ler 250 páginas objetivas com excelentes comentários ricos de O'Rourke, do que ao ler 900 páginas da obra original, das quais grande parte são devido à inexistência da econometria e necessidade de Smith legitimar suas análises econômicas, além de estilo mais floreado de escrever em uma época sem televisões e novelas, além de mais de 200 páginas sobre a oscilação de valor do trigo e da prata... rsrrsrsrs. O'Rourke me convenceu em parar a leitura por aqui, em seu livro, apesar de não sugerir isso.

Bem, além de esse nobre homem ter criado a sagrada lei da oferta e da demanda, ter dado fundamento e criado a teoria liberal econômica de cujas fontes o liberalismo bebe até hoje (e continuará bebendo), ter criado a idéia de divisão do trabalho (a especialização) como forma de aumento de eficiência no trabalho e ter defendido a diminuição do Estado, ele também defendeu limites entre economia e política, na forma como acima apregoamos. E vamos apresentar trechos nesse sentido.

Importante notar, ainda, que sua defesa de uma diminuição do Estado sobre a economia deriva da experiência vivida em 1750 de que a onipresença do Estado inglês prejudicava a evolução e crescimento de empresas e da economia. E é incrível como suas constatações temporais são repetidas por pessoas cultas liberais sem qualquer modulação para os dias atuais, assim como cristãos ortodoxos o fazem com qualquer coisa que esteja escrita na Bíblia, por exemplo. É uma espécie de fanatismo econômico que em alguns casos são de boa fé, mas em muitos sou obrigado a ver má-fé em deturpar o que Smith disse para justificar um avanço da economia sobre a política e de empresas sobre a Administração Pública muito além do que Smith mesmo admitia. É uma bandeira política e não mais um interesse pela saúde da economia o que move esses senhores ortodoxos, a meu ver.

Senão vejamos. Vamos à entrevista do Blog Perspectiva Crítica a Adam Smith.

Blog Perspectiva Crítica - O que Smith teria a dizer sobre o interesse de empresários e comerciantes em relação ao interesse público? A lógica empresarial é a salvação do mundo? Colocar megaempresários em altos postos políticos é bom para a política e para o interesse público? Se há sucesso no mundo empresarial, esse sucesso não pode ser reproduzido no Estado? Seria bom que Antônio Ermírio de Morais (falecido e nobre e nacionalista empresário) ou Eike Batista fossem Presidentes da República?

Smith - "O interesse dos comerciantes... em qualquer ramo do comércio ou das manufaturas e em alguns aspectos é sempre diferente e até oposto ao do público." (ob. cit., citação de Smith, pg. 64)

Blog Perspectiva Crítica - O lobby exercido por empresas no Congresso é atividade que ajuda em realização de programas e políticas públicas com interesse público e propalação do bem em nossa comunidade? Afinal, o que for bom para empresas deve ser bom para toda a sociedade, não é mesmo, Adam?

Smith - "A proposta de qualquer nova lei ou regulamento do comércio (vindo dos comerciantes ou manufatureiros) deve ser ouvida sempre com toda precaução e jamais ser adotada antes de longo e cuidadoso exame.. com a mais desconfiada atenção." (ob. cit, citação, pg. 64)

Blog Perspectiva Crítica - Hum.. Adam, talvez se os EUA tivessem prestado atenção nesse seu comentário, não teriam desregulamentado tanto o mercado de títulos e não existiriam o subprime e a crise financeira internacional de 2008.. interessante. Mas você não acha que a privatização de funções do governo tornaria o governo mais eficiente? A lógica empresarial usada no governo seria algo fantástico, não? Veja em sua época  a administração em Bengala, território colonial inglês, exclusivamente pela Companhia das Índias Orientais.

Smith - " O governo  de uma companhia exclusiva de mercadores é, talvez, o pior de todos para qualquer país." (ob. cit. , citação, pg. 64 - O'Rourke  aqui cita literalmente, sobre Smith, que "ele não era entusiasta da privatização das funções governamentais")

Blog Perspectiva Crítica - Mas e a relação entre patrões e trabalhadores, entre o lucro e o salário, entre a riqueza e a pobreza? O que você pode nos dizer em relação a estes temas?

Smith - "a opressão dos pobres deve estabelecer o monopólio dos ricos" e " (o lucro) é sempre mais elevado nos países que caminham para a ruína" (ob. cit. , citação, p.62). "Os patrões estão, sempre e em qualquer lugar, numa espécie de combinação tácita, constante e uniforme para não aumentar a remuneração do trabalho". "Nossos mercadores e mestres manufatureiros se queixam muito dos altos salários sobre o aumento dos preços... das suas mercadorias, tanto aqui quanto no exterior. nada dizem a respeito dos efeitos ruins dos altos lucros. Ficam calados quanto aos perniciosos efeitos dos próprios ganhos. Só se queixam dos ganhos dos outros." (ob. cit., citação, pg. 63)

Blog Perspectiva Crítica - Hum.. deve ser por isso que sempre estão contra criação de cargos públicos (concorrência por mão de obra qualificada entre o público e a área privada que aumenta salários na área privada), aumento de salário minimo, a favor de terceirização na área privada e na pública e nunca comentam que a inflação no Brasil também é resultado do fato de que o lucro aqui é três vezes maior do que nos EUA e Europa... interessante, Adam. também são contra o pleno emprego. pois assim não haveria sobra de mão-de-obra que pressionasse para baixo o salário do trabalhador. O que você acha do pleno emprego, Adam?

Smith - "Se a sociedade empregasse anualmente todo o trabalho que pode anualmente comprar,... o produto de cada ano bem-sucedido teria valor muito maior que o do ano precedente," "(Como Thorsten Veblen resmungava) Não existe , porém, nenhum país cuja produção anual integral seja empregada para manter a indústria. Os ociosos aqui e ali consomem grande parte dela".(ob. cit. citação, pgs. 62/63)

Blog Perspectiva Crítica - Entendo.. quanto mais pessoas trabalhando, mais a produção anual seria maior e mais valorizada, gerando crescimento econômico.. talvez o pleno emprego não deva só ser enfocado como custo de produção.. interessante.. mas então, para finalizar, você acha que empresários deveriam ser governantes? Você não deixou isso muito claro na pergunta anterior. Você acha que o ideal político mundial seria o de dever criar um grande mercado econômico mundial, um mundo reinado pela lógica de mercado?

Smith - "A indigna voracidade, o espírito monopolizador dos mercadores e dos fabricantes, que não são e nem deveriam ser os governantes da humanidade, talvez não possa ser corrigida: pode muito facilmente, entretanto, ser impedida de perturbar a tranquilidade de qualquer pessoa , além das deles." " A violência e a injustiça dos governantes da humanidade é mal antigo, contra o qual, temo, a natureza dos negócios humanos dificilmente admitirá algum remédio." (ob. cit., citação, pg. 179)

Blog Perspectiva Crítica - Rsrsrs.. muito boa Adam.. realmente, é melhor a política ficar com a política e a economia e seus senhores, banqueiros e empresários, ficarem no seu quadrado a bem de todos. Muito boa essa conclusão. Obrigado por sua participação.

Encerrada a entrevista, rsrsrrs, tecemos a última consideração.

Por fim, Smith também segue incompreendido em algumas conclusões que fez à época de 1750, a partir de observações e informações disponíveis à época, e gerou idéias liberais aberrantes que são verdadeiras mentiras propaladas pelos liberais e que prejudicam a economia e os cidadãos.

Uma dessas mentiras que hoje acabaram sendo cristalizadas é a de que servidor público é gasto. Veja. Adam Smith ponderou isso. Como? Ele avaliou que uma lojinha produz, gera arrecadação ao Estado e lucro ao indivíduo. Isso é exemplo de produtivo. Mas um policial, por exemplo? Ele não produz nada. Ele não gera arrecadação ao Estado, pelo contrário, gera a despesa de seu salário. E não gera lucro para ninguém pois não produz. Ele, assim como servidores públicos, seriam pesos mortos necessários devido às necessidades da vida e deveriam existir em número mínimo possível ao contrário de empresas. Entendeu?

Mas em 1750 não existiam pesquisas sociais avançadas e nem era possível se avaliar o impacto da segurança para a a atratividade do investimento, de uma eficiente máquina fiscal para a agilidade da burocracia e melhora do ambiente de negócios. Não se avaliava qual o retorno em dinheiro para a economia do investimento em saúde e educação, que o IPEA afirma ser maior do que o investimentos em exportação, por exemplo. Então, algumas conclusões de Smith também devem ser relativizadas e atualizadas. Investimento em serviço público gera riqueza para a nação, para a economia e para o cidadão, como mostra a comparação da lista dos países de maior IDH no mundo se comparadas à lista de países em que o índice de participação de servidores públicos na força total laboral desses países é muito maior, em regra, do que no caso dos países de baixo IDH (veja detalhes sobre este fato no artigo de link do p.s. de 16/09/2014, abaixo).

Por tudo isso, sugerimos que todos leiam Adam Smith, mas que os liberais também o leiam, para atualizá-lo e respeitar sua genialidade mais do que justificar suas idéias de política econômica sem comprometimento com o bem da economia, do ambiente de negócios e da qualidade de vida do cidadão.

p.s.: todas as citações de Adam Smith tem a menção ao texto original por P.J. O'Rourke, no livro citado.

p.s. 2: Quando Adam menciona comerciantes e manufatureiros, hoje deve ser entendido como grandes empresários e banqueiros. Na época, os centros financeiros mundiais não eram os donos da economia e do mundo como hoje.

p.s. de 16/09/2014 - Para verificar que países de maior IDH no mundo têm maior proporção de servidores públicos em todo conjunto de trabalhadores de seu país, acesse http://www.perspectivacritica.com.br/2014/08/ocde-comprova-paises-de-maior-idh-e.html

p.s. de 19/12/2014 - Texto revisto e ampliado.

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Unctad afirma: Arquitetura financeira global prejudica crescimento, a culpa é dos países ricos e países emergentes devem focar em mercado interno e menos em exportações a países ricos

Gente, esta informação publicada no Jornal do Commercio de 11/09/2014, sob o título "Entre 8% e 15% da riqueza financeira mundial estão em paraísos fiscais" é essencial para a boa compreensão do que ocorre hoje no mundo: a arquitetura financeira e econômica global atual prejudica o crescimento econômico de países emergentes, a culpa é de países ricos e o foco de emergentes deve ser em mercado interno ao invés de exportações a países ricos, aumentando a renda média per capita do país para aumentar crescimento e desenvolvimento econômico.

Senhores e senhoras, essa informação é de relevantíssima importância. observe os trechos que selecionamos deste artigo do Jornal do Commercio On Line publicado em 11/09/2014:

" Em relação às empresas, o principal veículo de evasão fiscal ou de evasão e fuga de capitais dos países em desenvolvimento é ouso indevido de "preços de transferência” – quando as empresas internacionais definem preços para bens e serviços fornecidos a diferentes partes de sua rede de forma a gerar lucros ou perdas que minimizem o pagamento de impostos. A estimativa da Unctad é que os países em desenvolvimento estejam perdendo mais de R$ 160 bilhões de dólares por ano, valor bem superior ao dasoma dos orçamentos de ajuda dos países desenvolvidos.

A Unctad observa ainda que a arquitetura fiscal internacional não se adaptou adequadamente a essa realidade. “Os centros financeiros offshore e as jurisdições sigilosas que os hospedam estão totalmente integrados ao sistema financeiro global e a quantidade significativa de fluxos comerciais e de capital é canalizada por meio deles. O uso dessas jurisdições hoje faz parte da prática empresarial 'normal' na maior parte das grandes empresas e bancos.”

Mobilizar a receita fiscal nacional é fundamental,de acordo com o relatório, que reconhece os esforços recentes destinados a melhorar a transparência e o intercâmbio de informações sobre questões fiscais.O alerta, entretanto, é sobre o fato de que tais iniciativas são, na maioria,lideradas pelas economias desenvolvidas – algumas das quais abrigam jurisdições sigilosas e poderosas corporações transnacionais.

Com isso, o texto constata que governos de países ricos e pobres precisam ampliar os gastos públicos em infraestrutura, serviços básicos e transferências sociais, além de financiar investimentos, para reverter o atual quadro econômico de lento crescimento. “Com níveis mais elevados de renda média, surgem uma base tributária mais ampla e fontes mais confiáveis de arrecadação por parte do Estado”, informa o relatório. “A atual estrutura da economia global está dificultando a expansão das receitas”,acrescenta.

Para evitar o risco de uma queda acentuada do crescimento, o documento orienta que os países em desenvolvimento deem menos ênfase às exportações aos países desenvolvidos e mais destaque às demandas doméstica e regional. (Agência Brasil)"

Acesse o original em http://www.jcom.com.br/noticia/149978/Entre_8_e_15_da_riqueza_financeira_mundial_estao_em_paraisos_fiscais
 
Há enorme fuga de capitais e de arrecadação de países por conta de engenhos financieros globais que prejudicam a arrecadação e investimentos governamentais em diminuição da desigiualdad social e impedindo maior transferência de renda e crecimento econômico em países emergentes. 
 
Importante salientar que a pesquisa da Unctad também revela que o aumento de renda média per capita proporciona base mais estável de arrecadação apra os governos, indicando que países emergentes deveriam focar mais em políticas que gerem aumento de renda média do que em políticas que aumentem exportações a países ricos. Muitíssimo importante.
 
Isso significa que a pesqusia do IPEA há muitos anos que sugeriu qyue o investiumento em educação e saúde gera mais riqueza do que o investimento em exportação estava correto. Segundo o IPEA, em artigo inclusive publicado por esta Blog, enquanto 1 dólar investido em exportação gera 1,04 dólar para nossa economia, um dólar investido em saúde gera 1,4 dólar  para a economia e cada dólar investido em educação gera 1,85 dólar par a economia brasileira. 
 
Portanto, a abertura do Brasil ao ALCA, por exemplo, fica diminuído em importânmcia à políticas de crescimento do mercado interno, por exemplo. Isso porque a Uncatad percebeu que aumento de renda per capita média gera base de arrecadação maior e mais estável do que crescimento de negócios entre transnacionais gigantes internacionais que blindam seus lucros e receitas em offshores (paraísos fiscais), longe da arrecadaçao de países ricos ou emergentes, impedindo o aumento de arrecadação e a disponibilidade de valores para investimentos na economia nacional e na transferência de renda dos mais ricos para os mais pobres em cada país.
 
Cada vez mais o sistema multipolar internacioanl, representado pela ONU, Unctad, OCDE e outros organismos multilaterais, declaram sua autonomia em relação aos grandes centros financeiros interncionais, produzindo informação que cria perspectiva real para o enriquecimento dos cidadãos no mundo, ao invés de reforçar sistemas que blindam interesses de empreas transnacionais contra o orçamento de países, crescimentos de economias e diminuição de desigualdade social em todo o planeta.
 
O Blog Perspectiva Crítica se regozija com este tipo de informação  e aplaude o Jornal do Commercio por divulgar este tipo de informação que não se vê na grande mídia nacional, por seu evidente vetor em prol do sistema financeiro interncanional que privilegia, acima de tudo bancos, em prejuízo a empresas nacnioansi de todos os países, em prejuízo do emprego e da busca pela qualidade de vida do cidadão em todo o mundo. 
 
Parabéns Jornal do Commercio.

terça-feira, 9 de setembro de 2014

O Espetáculo da Corrupção e o Engôdo Social

É muito interessante o gigantesco alarde em torno da nova questão de corrupção em torno da Petrobrás, a partir da declaração de um envolvido que pretende diminuir sua pena, o ex-diretor Paulo Roberto Costa.

A coluna hoje da Miriam Leitão, intitulada "Águas Profundas" noticia o fato, a questão de ter sido declarado o envolvimento de, segundo artigo da Veja sobre o caso, "três governadores, seis senadores, um ministro de Estado e 25 deputados". E, claro, tanto ela como Merval e todos das mídias de direita estão vociferando contra o furacão de milhões de corrupções e tal, que somente a existência do PT no poder ocasiona algo dessa natureza e mostra o descalabro do governo... Enfim, e qual artigo aponta a solução para este problema? Nenhum.

Enquanto a mídia fatura com a publicação do "caos" na Administração Pública, do "caos" endêmico da corrupção no Brasil (rsrsrs), ninguém faz a conexão desses casos com os diversos outros casos em outros governos brasileiros, estrangeiros e muito menos com a corrupção existente na área privada e a partir da área privada. Não se trabalha a idéia global da causa da corrupção e muitíssimo menos a solução, a qual passa pelo investimento nos serviços públicos que combatem a corrupção, como Promotoria de Justiça, Procuradoria da República, Tribunais de Contas, Polícia Técnica, Judiciário, Auditorias Fiscais.

Pior ainda. Enquanto se alarda que a corrupção está aí, solta, livre, gigante e, claro, "petista" (rsrsrs), a mídia, na outra ponta, recrimina investimentos nos setores públicos que ajudariam a combater a corrupção. E nesse sentido, apóia cortes de gastos públicos na polícia, cortes em valores para contratação de servidores para polícias e para fiscais, cortes inconstitucionais que o governo faça nos orçamentos do Judiciário e do Ministério Público para remuneração e contratação de mais servidores, juízes e promotores... Quer dizer, enquanto lucra publicando como caos um fato social que é espraiado pelas sociedade em todo o mundo, por todos os governos brasileiros, inclusive por todos os povos da história, e explorando uma petetização da corrupção na administração pública para apoiar seu candidato a governo, a grande mídia também mina as possibilidades de a sociedade resolver tal problema, o qual só pode ser resolvido com fiscalização, provas criminais, investigação e trabalho da Promotoria Pública e do Judiciário. Isso é ou não é enganar a sociedade?

Enquanto explora um fato que envolve a Petrobrás que deveria ser considerado um caso de polícia, como todo caso de corrupção, em momento nenhum é discutido o que deve ser feito para solucionar a questão da corrupção. Aí está o engôdo social. Posso imaginar que não haja o efetivo compromisso, portanto, da mídia com essa idéia, qual seja, do fim da corrupção.

O que eu gostaria que a mídia, então, fizesse? Veja. Se não sabe o que fazer, nós do Blog Perspectiva Crítica podemos dizer, para ajudar a mídia em sua função de publicar fatos verdadeiros e impulsionar a sociedade a resolver seus problemas na vida real.

Primeiramente, deveria ser dito que uma pesquisa da KPMG, publicada, creio, no Anselmo Gois, há alguns anos, informou que a a corrupção na área privada leva em torno de 5% de toda sua produção. Era algo nesse sentido. Já publicamos sobre isso em alguns dos vários artigos sobre corrupção. Assim, como a arrecadação do Estado é de 38% do PIB (carga tributária), pode-se observar que a corrupção na área privada é dimensionada em 5% de 62% do PIB do Brasil. Para que a corrupção na área pública fosse do mesmo tamanho nominal da corrupção na área privada o percentual de perda na área pública deveria ser em torno de 10%.

Numa arrecadação federal de 1 trilhão de reais por ano, a corrupção federal deveria ser de 100 bilhões de reais anuais para se comparar com a corrupção da área privada, a qual pode ser quantificada, a grosso modo, em 125 bilhões de reais ao ano (5% de 62% de 4,5 trilhões de reais, o total do PIB do Brasil em 2013, mais ou menos).

De posse desses números, temos que o mensalão do PT foi de 130 milhões de reais, o do DEM foi de 730 milhões de reais, o do PSDB não foi dimensionado em valores, o prejuízo da Petrobrás com Pasadena chegou a uns 900 milhões de reais (há que se discutir aqui o que foi risco de investimento, o que foi erro de avaliação e o que foi prejuízo), enfim... seria interessante entender que qualquer ato de corrupção é grave e deve ser denunciado, mas deve ser dimensionado adequadamente sobre o que se está falando, principalmente vendo que na área privada o quantitativo de valores envolvido aparenta ser maior do que na área pública.

E quanto sobre quem pratica corrupção? Bem, sobre governos, temos fatos no PT, nos trens de São Paulo sob governo do PSDB, por doze anos, mensalões no PT, no DEM e no PSDB, investimentos em pista de pouso/aeroportos de tio-avô de Aécio Neves. Importante informar que é sempre envolvido por empresas privadas, pois o Poder Público sozinho não corrompe e nem é corrompido. E então temos uma grande parcela de culpa da área privada, que não é só vítima, mas partícipe. E temos que considerar então que é praticada nos EUA, por empresas de plano de saúde quando enganam seus clientes (ver filme SOS SAUDE SICKO - Michael Moore), por empresas farmacêuticas quando fazem lobby em baixo nível pra que a autoridade de Farmácia (FDA) lá não deixe aprovar o uso de um medicamento melhor para combate a Aids para não prejudicar vendas de outro remédio (ver filme Clube de Compras Dallas), por empresas como a IBM que ajudou a organizar o III Reich Alemão de Hitler, inclusive a organizar os escravos judeus, pela Siemens, envolvida na questão dos trens de São Paulo, e inclusive a corrupção é praticada por integrantes de famílias reais, como o príncipe espanhol, por exemplo, em caso recente. Fora a tremenda corrupção que envolve prestações de serviços ao Estado através de empresas privatizadas, Organizações Sociais e Ongs, em que parte do dinheiro ganho vão para campanhas políticas dos políticos que ajudaram na contratação dessas mesmas entidades.

Então, de posse dessas informações, nós do Blog teríamos ainda a dizer que toda a Corrupção exige a participação de uma empresa privada como partícipe ativa. Enquanto somente nos casos de concussão é que a empresa privada é vítima. Na concussão o servidor público exige algo da empresa para fazer o que deve ou se omitir. A empresa é coagida, vítima e se submete. Esse número de casos é infinitamente inferior aos casos de corrupção, em que, por definição na lei, há a conduta ativa, da empresa pedindo para que o servidor faça ou deixe de fazer algo ilicitamente,  a que, em seguida, há a conduta de corrupção passiva, em que o servidor aquiesce ao pedido do particular e participa do crime de corrupção. Aqui o Estado é vítima do particular, e é o maior número de casos.

Colocado então por esse prisma, nós do Perspectiva Crítica, já tendo exorcizado o demônio da "corrupção" sempre na "área pública" e que cria risco á Nação (u-hu-hu-ha-ha-ha..), trataríamos, se a grande mídia fôssemos, como fato grave e que merece denúncia, mais uma vez, como sempre ocorreu, como sempre ocorre e como sempre ocorrerá. E assim compreendido, passaríamos da fase de "estupefação" ridiculamente explorada comercialmente e até eleitoralmente, para a fase da proposta e ação. O que fazer?

E aí nós diríamos que a grande mídia poderia apoiar a valorização de Policiais Civis e Federais, que investigam os casos de corrupção. Apoiaria a aprovação da PEC 300, por exemplo. Também poderíamos dizer que a mídia apoiasse o investimento em cursos na polícia técnica e fizesse entrevistas com policiais considerados ótimos em seus serviços de investigação. Transformasse-os em celebridades, como fazem com empresários. Enaltecer seus brios e transformá-los em modelos a serem seguidos por seus colegas de profissão seria ótimo para a moralização dos policiais e para a impressão de que servidores públicos honestos também podem ser admirados em sociedade. Não somente mulheres bonitas e de corpo esbeltos e rapazes jovens esbeltos que pretendem ser atores e atrizes em novelas deveriam ganhar esse enaltecimento, segundo nosso ver.

Se o Blog Perspectiva pudesse ainda indicar outras coisas à grande mídia sobre o tema "corrupção e sua solução", apontaria que o desrespeito à autonomia do Judiciário e do Ministério Público em gerir seus orçamentos é responsável pelo fato de haver milhões de processos sem solução. Porque os promotores e juízes, assistidos por seus servidores, não existem em quantidade suficiente para a demanda social e o impedimento por parte do Executivo, aplaudido pela mídia como austero, de que Judiciário e Ministério Público possam gerir seus orçamentos impede execução de política de remuneração, reajustes salariais e contratação de servidores, juízes e promotores, esvaziando os quadros da Magistratura e do Ministério Público, condenando Promotores e Juízes a pilha e pilhas de processos que não poderão resolver e os crimes de corrupção à inevitáveis prescrições, safando os bandidos.

Então, esperamos que a mídia, que vem melhorando com nossa crítica, possa ver o que faz de errado, muito errado no tema "corrupção e sua solução". Esperamos que mude suas abordagens superficiais, descomprometidas com a solução do problema corrupção. Queremos que mude com a abordagem mentirosa e preconceituosa de que corrupção só existe por causa do Estado e que mostre que o Estado também é vítima e que a corrupção privada é muito maior. E queremos que mostre que sem investimento em Polícia, Ministério Público, Tribunais de Contas e Judiciário, não é possível combater eficientemente a corrupção.

Do jeito que a mídia aborda o tema, está instituída a desinformação em massa sobre o que é, qual o tamanho e quem pratica a corrupção, tanto quanto está instituída a ocultação da real solução contra a corrupção: o aumento de investimento público em Polícia, Ministério Público, Tribunais de Contas e no Judiciário. Ou seja, está instituído o engôdo social, a partir do espetáculo da corrupção.

P.s. de 10/09/2014 - Texto revisado.

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Preço de imóveis desacelera há nove meses consecutivos, segundo notícia do Globo e FIPEZAP

Hoje foi publicado na versão on linbe do Jornal O Globo a seguinte matéria: " FipeZap: preços de imóveis desaceleram pelo nono mês consecutivo no País".

Observe o trecho que selecionamos.

"— Há, sem dúvida, uma tendência de acomodação dos preços depois do crescimento dos últimos anos — avalia Bruno Oliva, economista da Fipe, acrescentando que a inclusão de quatro novas cidades não influenciou nos números do mês. — Essa inclusão é feita com rigor estatístico para impedir que haja distorções. O índice ficaria abaixo dos 10% de qualquer forma."


Acesse a íntegra em: http://oglobo.globo.com/economia/imoveis/fipezap-precos-de-imoveis-desaceleram-pelo-nono-mes-consecutivo-no-pais-13812639#ixzz3CNsmEYc2

Há a informação que ainda há valorização anual de imóveis, mas que essa valorização está caindo mês a mês, ano a ano. E o que já foi valorizção de 50% no ano, hoje não passa de 6% no RJ no acumulado do ano, com alta em agosto, por exemplo de 0,47%, o que anualizado para frente dará 5,64%. E esta valorização foi menor do que outras cidades como Goiânia (9,81% acumulado no ano) e Campinas (7% acumulado no ano), já havendo queda real em cidades como Brasília (-1,07% no ano) e Porto Alegre (-2,22% acumulado no ano).

Não sabemos como são calculadas as promoções de 35% a 55% de imóveis pelo método FipeZap, mas até mesmo o índice mais conservador verifica a queda de aceleração de valorização, o que significa que os imóveis rumam para valorizações anuais até abaixo da inflação do ano. Isso caracterizaria esvaziamento de bolha, a não ser que este movimento se intensificasse muito, gerando a perdade de valor real de imóvel a partir de 30%, a nosso ver. Por enquanto, Somente algumas cidades já apresentam perda real de valor de seus imóveis e ainda em percentuais não superiores a 2,2%, neste ano. Não há notícia se este cálculo já está deflacionado, caso contrário, some a inflação de 6% no ano sobre esta perda e Porto Alegre já teria queda média de valor de seus imóveis pode chegar a até 8% a 10% no fim desse ano.

Continuamos acompanhando.

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Análise dos candidatos à Presidência e suas propostas/projetos de governo, segundo o Blog Perspectiva Crítica

Importante o Blog Perspectiva Crítica se posicionar sobre os principais candidatos à Presidência da República para este pleito de 05 de outubro de 2014. Nós gostamos de deixar claro que somos propositivos e declaramos voto para nossos leitores, como alguns jornais britânicos e americanos fazem, pois isso é mais honesto do que posar de neutro e na verdade estar catapultando alguma candidatura a seus leitores, como a grande mídia costuma fazer.

Antes de nos posicionarmos queremos tecer um elogio ao William Bonner. As entrevistas aos candidatos à Presidência da República foi vigoroso e contundente com todos. Isso é bom. Houve uma imparcialidade e profissionalismo na abordagem a que este Blog não estava acostumado, vindo da grande mídia. Parabéns, William. Esta atuação acrescenta ao debate e ajuda a democracia. Repercute bem, também, para a imagem do veículo de mídia, neste particular.

Em seguida, para analisarmos os governos temos de fazer uma pequena consideração sobre o governo atual para partirmos de um ponto comum, já que as propostas que são feitas muitas vezes se referem a continuar isso ou mudar aquilo que está sendo feito pelo governo atual. Para verificar se isso é bom ou ruim, temos de ter nossa própria posição sobre o que fez e não fez o governo atual.

Então, agora daremos início à nossa análise, que não poderá ser profunda, porque é um artigo de Blog que se propõe a ser sucinto.

Do Governo Atual

O atual Governo Petista, continuidade do governo de 2002 e do subsequente governo de 2006, iniciou-se em 2010 e manteve um estilo muito importante para o Brasil, segundo as perspectivas do cidadão e do Blog Perspectiva Crítica. Com bons balanços finais arrancados até de editais da Folha de São Paulo (ver p.s. de 10/09/2014), em especial quanto à candidatura à reeleição de 2010, obtida com êxito, a verdade é que os três governos do PT mudaram o País e deram continuidade de melhoria econômica e social ao domínio da inflação obtido por dois governos anteriores do PSDB.

Projetos de décadas nunca retirados do papel saíram, como a transposição do Rio São Francisco, que pode debelar ou amenizar muitíssimo a seca do Nordeste. Ainda não está pronto, mas o Exército, após terminar metade do empreendimento em tempo e devolvendo 150 milhões de reais aos cofres públicos, agora se incumbe de terminar a outra parte que a iniciativa privada não terminou, mas cujo dinheiro gastou.. rsrsrs. Isso não saiu no Globo, né? Rsrsrs. A iniciativa privada é demais.

Mas o governo desenvolveu o comércio exterior que saiu de 100 bilhões de dólares em fins de 2002 para mais de 500 bilhões de dólares em 2013. Grandes bancos deram recordes seguidos de lucros. Empresas obtiveram grandes lucros e acréscimos patrimoniais. O PIB cresceu a mais de 4,5 trilhões de reais. A taxa de desemprego é das menores da história e se mantém constante assim. O dólar não dispara. A inflação não sai da meta, mesmo que fique no teto, há mais de dez anos. O salário mínimo aumentou muito, saindo de 60 dólares na época de FHC para em torno de 300 dólares agora. E a Petrobrás multiplicou quase dez vezes seu valor de mercado em 2002, mesmo estando hoje metade do valor de cinco anos atrás (Segundo o Blog Preto no Branco, a Petrobrás valia 15,3 bilhões de dólares em dezembro de 2002 e em 27 de agosto de 2014 valia 127 bilhões de dólares. Confira em http://oglobo.globo.com/blogs/preto-no-branco/posts/2014/08/29/dilma-valor-de-mercado-da-petrobras-547693.asp)

O aumento do salário mínimo e o aumento do Bolsa Família, assistência social direta, diminuiu a extrema pobreza e quase extinguiu a miséria no País. De 40 milhões, agora são 6 milhões de miseráveis. A educação evoluiu muito e pessoas de baixa qualificação estão difíceis de serem encontradas no mercado; vagas estas que estão sendo ocupadas por estrangeiros, como na Alemanha, p.ex., o são por turcos e portugueses.

Pela primeira vez se ouviu falar em punição de operadoras de telefonia celular e de planos de saúde. Houve uma explosão de consumo de planos de saúde. Não houve apagão elétrico de 65% do país como ocorreu na época de FHC.

E os erros? Também tiveram alguns, mas menos do que acertos, ao nosso ver. A tentativa de ajustar contratos elétricos ainda não está sustentável. Não se sabe se as chuvas fossem mais abundantes essa situação estaria assim (já foi publicado que não), mas o sistema tem que ser sustentável, contando com eventual falta de chuva também. Isso precisa de ajuste. A falta de previsibilidade de preços de gasolina para a Petrobrás é um problema e um erro. Compreensível para quem quer gerenciar (alguns diriam manipular.. mas essa manipulação é feita em todo o mundo rico com enormes subsídios) a inflação. Mas tem que se ajustar isso, pois o peso está caindo muito sobre a Petrobrás. E a política para o álcool? Praticamente acabou. Um erro e um prejuízo para muitos empresários que foram estimulados a investir na Arábia Verde Brasileira. Isso também precisa de ajuste.

E o investimento no serviço público? Durante o Lula aumentou bastante. Mas Dilma freou o investimento no serviço público. Um erro, já que a Noruega e a Dinamarca têm entre 35 a 39% de todos seus trabalhadores da sociedade como sendo servidores públicos e o Brasil, muito mais carente do que Noruega e Dinamarca, tem apenas 10,7%, segundo dados da OCDE. Alemanha (+/-18%) e França (+/- 24%), Inglaterra (+/- 16%), EUA (14,7%) e Chile (+/- 15%) também são países com mais servidores públicos em sua base de trabalhadores do que o Brasil. No mínimo eles têm mais 50% de servidores do que nós. Então, para nos aproximarmos do nível de vida europeu, o melhor do mundo, com assistência social, previdência pública, saúde e educação públicas e gratuitas de qualidade e bom ambiente de negócios, precisamos investir nos quadros públicos. Errou Dilma nesse quesito, pois hoje investe 4,2% do PIB em servidores, enquanto FHC já investiu 5,4% do PIB.

Demorou a Dilma a investir  e conceder portos, rodovias etc.. apesar de ter tentado ao máximo entregar energia elétrica suficiente para a produção, entregando em média 6 gigawatts/ano (* ver p.s. de 05/09/2014 e p.s. de 08/09/2014 abaixo) . Importante dizer.

Há um desgaste do governo, no entanto, em virtude de grande dimensão da publicidade da corrupção, adoção de alguns atos anti-republicanos e anti-democráticos, tais como não respeitar a gestão do Orçamento do Judiciário pelo Judiciário, ter o PT apoiado a Lei da Mordaça para os Promotores Públicos, a proposta do Sistema Nacional da Participação Social, dentre outros casos de menor dimensão. Isso acaba incutindo um sentimento de mudança, mesmo tendo sido um governo que não acobertou investigações, um governo que mais que triplicou o contingente de policiais federais em todo o País, desde 2002, que não engavetou ações penais federais e teve elogios pela ONU para o funcionamento da Controladoria Geral da União (CGU), idealizada pelo FHC e instituída pelo PT.

Em termos gerais, é isso.

Como se apresenta Marina?

Ela se apresenta com um programa de esquerda reciclada, admitindo a manutenção dos principais instrumentos econômicos e de política econômica defendidos por bancos e consagrada pelo mercado financeiro mundial. Mas ela declara intenção no investimento em serviço público. Isso nos aproximaria da vida européia. Não se declarou contra a energia nuclear, da qual precisamos para gerar um pouco de energia elétrica, mas, mais importante, para podermos ter um mínimo de sistema econômico sustentável para produzir urânio enriquecido que tem aplicação em nosso submarino nuclear, bem como em medicina (exames de tomografia computadorizada demandam urânio enriquecido, p.ex) e agricultura.

Ela também disse ser contra a aula religiosa obrigatória e disse que esta questão já está equacionada pela Lei de Diretrizes e Bases do Ensino que a deterrmina como facultativa. Disse que acredita e defende o Estado laico. Que manterá o tripé econômico e declarou a autonomia do Banco Central. Disse que não é contra a Reforma Tributária, mas que a Reforma Política (Concordamos. Somente a proibição de financiamento privado de campanhas por empresas pode extirpar 50% de toda a corrupção na política, cremos) é mais importante. Disse que aliará desenvolvimento com sustentabilidae ambiental.

A visão do Blog é a de que o programa do PSB é de esquerda moderna. O PPS, principal partido da base da candidatutra do PSB, teve, cremos, importância nessa configuração, pois se apresenta como um partido socialista moderno e sem medo e sem preconceito do mercado. Eles estão sendo equilibrados e conservadores na economia, e pretendem um incremento no serviço público, em especial no que tange à saúde e educação.

Discordamos de que Marina seja radical de qualquer espécie. Não nos parece isso de seus discursos. Não parece que não teria sustentação política para governar, pois se aproximaria do PSDB, DEM e manteria o PPS e PSB. Tem trânsito junto ao PT, de onde se originou. Tem apoio dos verdes. Vemos possibilidade de governabilidade. E os partidos pequenos debandam para quem está no governo. A eleição exigirá da Marina que seja flexível. Que converse com raposas. Ela parece aberta a passar por essa provação.

No Mercosul, ela deseja a flexibilidade de realizar acordos bilaterais. Em princípio o Blog não apoiaria isso, mas a situação da Argentina está muito complicada e complicando nosso potencial de realizar negócios. Somos contra o ALCA e prioridade a acordos bilateriais que não tenham proposta equilibrada de acesso mútuo a mercados, pois senão somos prejudicados, como o Chile está sendo prejudicado pelos EUA, por mais que a mídia diga o contrário. Mas uma flexibilidade hoje não é estapafúrdio.

Achamos, hoje, que Marina é talvez a melhor opção para quem quer continuidade de assitência social,  segurança jurídica para investimentos, controle inflacionário com parâmetros clássicos (tripé), e investimento no setor público com enfoque na melhora da qualidade de vida do cidadão. Pelo que vimos até agora, ela nos aproxima do nível de vida europeu. Ela também renova os quadros públicos, retirando todo o grupo anterior, o que é bom para CPIs, e demonstração de seriedade e combate à corrupção, ampliando a esperança na política, o que é bom para todos; inclusive para o PT, caso nada seja descoberto a não ser as maracutaias comuns de empresários com a política em alguns cantos da máquina pública, o que sempre existirá.

Como se apresenta Aécio?

Aécio é um bom quadro do PSDB. Ele representa, na visão do Blog, uma volta mais economicista da política. Aécio representa o grupo de direita atual, com apoio da mídia e trânsito no centro financeiro internacional. Representa o Estado Mínimo, o que significa menos servidores públicos, o que vai na contramão do que fizeram França, Inglaterra, Noruega, Dinamarca e até, em parte, EUA.

Não vi exposições sobre política externa, mas creio que Aécio significa uma abertura maior do Brasil ao exterior. Não sei se garantindo vantagens à nossa indústria também, pois a direita defende o internacionalismo, apesar de não citar que os países ricos, que propagandeiam o livre comércio, não deixam que nós entremos com produtos em que somos competitivos, mas querem entrar no Brasil com produtos e serviços com os quais não podemos competir. A direita também não informa que os países ricos são os que mais "investem" em subsídios econômicos em suas economias, sem o que, por exemplo, o leite nos EUA custaria o dobro do que custa hoje. A inflação assim fica menor artificialmente, mas a grande mídia não sublinha isso e compara direto com nossa inflação não subsidiada (ao menos não como a deles).

Apesar de FHC não ter conseguido a Reforma Tributária e nem a desburocratização da máquina pública e das exigências para criação e extinção de empresas, Aécio representa essa idéia de que isso seria efetivado. No tocante à política econômica, Aécio nada mudaria, pois o PT faz o que o PSDB fazia, mas o PT participou da criação dos BRICS, do G-20, e da quadruplicação do comércio exterior com aumento de diplomatas.

Aécio também promete esquecer o trem de alta velocidade e usar o dinheiro para expadir terns e metrô por todo o País.

Bem, nós entendemos que posição mais conservadora seria interessante quando o país tiver uma qualidade de vida mais semelhante à européia, o que, hoje, demanda aumento de investimento em serviços e servidores públicos. Como Aécio é contra isso, e a favor de privatização de ensino e educação e saúde, com cooperativas e Ongs, a princípio nós somos contra. Gostamos de ele querer substituir o Programa Mais Médicos por quadro de servidores públicos federais médicos, como sugerido pelo Blog, mas não disse como isso seria feito, pois médicos brasileiros não querem ir pro interior do Amazonas, Acre, Mato Grosso, Nordeste.

Entendemos que não é o momento para voltarmos ao economicismo. Algo que nos aproxime da social democracia européia é melhor do que algo que nos aproxime da vida nos EUA. O pagamento de tributo pelo cidadão deve ao menos garantir-lhe saúde básica de qualidade e gratuita e ensino básico de qualidade e gratuito. Isso só é possível com contratação de médicos e professores pagos com muito bons salários pelo Estado. A Justiça célere também precisa de mais servidores e Juízes com política de valorização remuneratória. A arrecadação precisa de fiscais. E mais fiscais tornam mais céleres as tramitações burocráticas, melhorando o ambiente de negócios. Então, precisamos de investimentos no serviço e em servidores públicos, pois se entendemos que na área privada bons salários atraem melhores empregados, não podemos entender o contrário para a área pública, pois isso não teria sentido lógico, não é mesmo? Rsrsrsr.

Duvidamos da Reforma Tributária, pois todos os Governadores terão de concordar para pedir para suas bancadas apoiarem a alteração, mas ninguém sabe ao certo quanto ganhará ou perderá imediatamente. A Reforma Tributária é um dilema.

Como se apresenta Dilma?

Na nossa opinião, o governo de Dilma, assim como os de Lula, foram excelentes. Diminuíram a desigualdade social. Diminuíram a desigualdade regional. Aumentaram o PIB. Diminuíram a taxa de desemprego. Aumentaram salário mínimo. Tudo isso com controle inflacionário e responsabilidade fiscal. Tiveram coragem de diminuir superávit fiscal para que a economia privada e os empregados não sofressem. Desenvolveram tudo com autonomia e soberania.

A parte da corrupção foi grave mais porque envolvia uma ideiá de financiamento de projeto de poder, pois o dinheiro envolvido foi de 130 milhões de reais enquanto que o mensalão do DEM foi de 730 milhões de reais. E o mensalãio do DEM e do PSDB nem foram votados pelo STF.. e pelo jeito nem serão.. rsrsrs. A mídia não anda reclamando.. rsrsrsrs.

Na opinião do Blog, o grande problema do PT não é seu programa. Mas seus isolados, mas que estão se somando, atos anti-republicanos e anti-democráticos. Nada de bolivarianismo, ainda. Nossas instituições não deixam. Mas o desrespeito à gerência do orçamento do Judiciário pelo próprio Judiciário, a defesa da Lei da Mordaça aos Promotores Públicos, e a criação do Sistema Nacional de Participação Social, para nós, são atos gravíssimos. Pior do que não deixar a gasolina aumentar, alterar o contrato do sistema elétrico (de aceitação voluntária das geradoras de energia, é bom que se diga.. quatro não aceitaram e não tiveram alteração em contratos.. isso não é rasgar contratos). O questionamento federativo que criou com o pré-sal teve legitimidade, mas foi muito arriscado para a federação.. quase teve um fratricídio federativo.

Então, por mais que o Blog apoie muitas das coisas efetuadas pelo governo, inclusive o Programa Mais Médicos, sabendo que não é a solução perfeita, mas que salva vidas todos os dias e diminui idas a hospitais das regiões pobres, o protagonismo de candidatura perde para a Marina que passa uma imagem de respeito à democracia, respeito à República, com respeito ao cidadão e ao mercado. Isso, esse espírito de renovação, a Dilma não pode oferecer. E por isso, apesar de seu programa nos aproximar da Europa e nos afastar do estilo americano de vida, o Blog entende melhor, ao que se pronunciou até agora, o voto em Marina.

Fica aí nossa opinião e contribuição para a consideração dos leitores.

p.s. de 02/09/2014 - Texto revisto e ampliado.

p.s. de 05/09/2014 - A afirmação de entrega de 6 mil Megawatts/ano, foi de Dilma, pelo que me lembro, em 2013. Entretanto, recentemente foi informado em um artigo do Jornal O Globo que a previsão de consumo energético para o ano de 2014 caiu de 67 mil megawatts, ou 67 Gigawatts, para 65 Gigawatts, tendo em vista a queda de produção e do crescimento do PIB. Então, senhores, é possível que o governo Dilma tenha entregue no total 6 Gigawatts. Ou mesmo que todo o governo petista tenha entregue isso, pois três anos de governo Dilma entregando 6 Gigawatts por ano geraria 18 Gigawatts entregues em 2013, ou aumento de mais de 30% da capacidade disponível de energia elétrica em 2010. Pode ter ocorrido? Bom, só uma das hidrelétricas gigantes de Jirau, Santo Antônio e Belo Monte tem a capacidade de entregar 11 Gigawatts. mas não está pronta. Não sei se foram contadas várias hidrelétricas pequenas, mais termelétricas, mais parques eólicos e solares e geração própria de indústrias disponibilizadas no mercado livre para que se fizesse tal conta de entrega de 6 Gigawatts por ano no governo Dilma (ou até a disponibilidade disso em mercado por conta de mera conclusão de obras de instalação de linhas de transmissão), mas cremos que é mais crível que tenha sido entregue isso em todo o governo Dilma ou em todo o Governo petista. Enquanto não faço a pesquisa no site da EPE ou da Aneel, fica aqui essa ponderação sobre a informação dada.

p.s. de 08/09/2014 - Texto revisado. E é importante mostrar como as informações passadas pela mídia muitas vezes são incompletas e até equivocadas. Publica-se uma coisa e mais à frente se publica outra. Como ninguém, a não ser os especialistas da área, acompanha ninguém vê que a informação acabou sendo passada equivocada. Foi assim com a informação de número de diplomatas contratados e efetivos no Brasil no início do Governo Lula, quando chegaram a afirmar que havia um número menor de diplomatas do que realmente havia. E depois um artigo melhor corrigiu para 1.500 o número de diplomatas no Brasil. A informação vem sobre um fato, e incompleta e depois acaba sendo completa, por quem segue a informação. Temos de nos acostumar a isso, pois jornais não são centros de pesquisa. Eles publicam um fato e não têm o compromisso ou missão de explicar tudo direito ou corretamente ou dar parâmetros completos e perfeitos. Mas nós do Blog que queremos passar isso aos leitores sofremos um pouco com isso. Rsrsrsrs E agora sobre a energia disponível na economia. Observe. Foi publicado, em 05/09/2014, como descrito no post acima, que a EPE previa demanda de 65 Gigawatts. Admitimos que isso era algo próximo do total que o parque brasileiro produzia, até porque a mídia comentava há meses que estávamos próximos de apagão, certo? Por isso fomos obrigados a admitir que talvez a informação de Dilma de que entregou 6 Gigawatts por ano pudesse estar errada. Bem, foi publicado hoje, 08/09/2014, na página 15 do Jornal O Globo, um mapa da produção de energia elétrica no Brasil, esclarecendo tudo direitinho. O parque total brasileiro tem 136,777 Gigawatts (Mil megawatts), sendo 86,625 Giga de hidrelétricas, 36,269 Giga de usinas térmicas, 4,725 de pequenas hidrelétricas, 3,862 Giga de usinas eólicas, 1,99 Giga de usinas nucleares, 0,016 Giga (16 Megawatts) de usinas fotovoltaicas e 0,288 Giga (288 Megawatts) de outras fontes. Estão sendo construídas usinas que gerarão 36,684 Gigawatts, de todos os tipos acima mencionados, e a previsão de acréscimo ao sistema no tempo para os próximos três anos é de 3,430 Gigawatts em 2014, 10,185 Giga em 2015 e 6,16 Giga em 2016. Não há informação dos acréscimos ocorridos durante o período de governo do PSDB e do PT. Portanto, senhores, não seria absurdo nenhum que Dilma tenha entregue até 6 Gigawatts por ano, conferindo esses anos. Mas não podemos afirmar que tenha ocorrido, pois não houve publicação desses dados. Chama a atenção que o jorna não tenha querido publicar a entrega de Gigawatts por ano antes de 2014, claro.. rsrsrsrs. Se a entrega tivesse sido pífia, creio que teria sido publicado.

p.s. de 10/09/2014 - No início do artigo corriginmos que houve publicação favorável na "Folha Dirigida" para "Folha de São Paulo".. rsrsrsrs... imagina se a Folha Dirigida iria fazer balanço político de governos.. rsrsrs. O editorial do Jornal a Folha de São Paulo que elogiou o governo petista em campanha de re-eleição, inclusive foi objeto de publicação e comentário em nosso Blog. Desculpem a falha. Também revisamos todo o texto e efetuamos correção de digitação.