terça-feira, 28 de outubro de 2014

Análise sobre o resultado da eleição para Presidente 2014: Dilma Eleita

Senhores e senhoras, primeiramente quero registrar o baixo nível das abordagens em redes sociais e jornais sobre as reais causas da derrota de Aécio. Comecemos por aí. A causa da derrota de Aécio, pergunto, teria sido, como aparentemente Jabor disse, porque pessoas  que se beneficiam do Bolsa Família Votaram em Dilma? Recebi pela internet termos mais grossieros que incluíam limpeza íinitma com jornal... espero que ele não tenha escrito isso e seja montagem.. Mas realmente teria sido por causa do voto dos pobres? É simples assim?

Bem, essa abordagem simplista é vil, divisionista da sociedade e é uma mentira tão incrivelmente ordinária que posso exterminá-la com apenas uma pergunta. Aqui vai: Se todos os pobres, em bloco e organizados (rsrsrs), votaram em Dilma para defender o Bolsa Família, com certeza o fizeram todos no primeiro turno e o restante era opositor do governo; mas se no primeiro turno a soma dos votos em Aécio e Marina eram superiores à votação em Dilma e sem beneficiários do Bolsa Família, como Aécio não atraiu tais votos na sua integralidade? Não foi o Bolsa Família, houve uma escolha por pessoas que nõa recebem Bolsa Família também. Mesmo os que estivessem em dúvida... pela lógica apresentada, se estavam em dúvida era porque não recebiam Bolsa Família, claro!! Então, mesmo o voto desses, porque não foram na totalidade para Aécio?

Então vejam, pessoal, quero que pelo menos vocês que nos acompanham tenham a clara noção de que colocar culpa da eleição da Dilma em quem é beneficiário do Bolsa Família é ignorar o fato de que a proposta de governo de Aécio não conseguiu atrair a maioria da população e a integralidade dos eleitores de Marina. É isso.

E agora falando a verdade clara e cristalina, não há esse divisionismo social. Pobres votaram em Marina, em Aécio e em Dilma. Recebi dois vídeos horríveis pelo whatsapp, os quais vocês devem ter recebido. Em um, duas adolescentes pobres discutiam sobre voto em Aécio ou Dilma. A que disse que votaria em Dilma foi agredida com um soco no rosto pela outra jovem adolescente negra e evidentemente (para quem assistia o vídeo) pobre, que defendia a votação em Aécio (a história era bem curta, mas essa dinâmica era evidente). Em outra um eleitor da oposição (com certeza) filmava uma mulher miserável e perguntava sobre o que "disseram a ela" sobre eleição e Bolsa Família. A mulher fala, com sua natural dificuldade, em tom de expectativa e grande receio, que lhe disseram que, se ela não votasse no PT, perderia o Bolsa Família. E ele acaba dizendo: "E agora? Você não votou no PT e será que vai perder o Bolsa Família?". Ela diz que não sabe (com medo) e diz que se acontecer ela vai cobrar na casa da pessoa que lhe falou que é relacionado com quem ela chama de Djalma, identificado pelo cinegrafista deste vídeo como Vereador da cidade. Nos dois casos, fica evidente que duas pessoas pobres/miseráveis votaram contra o governo.

Então, senhores, não compactuem com esse argumento ridículo e fácil de que quem elegeu a Dilma foi o Bolsa Família. Então excluído esse argumento de que os pobres votaram na Dilma e por isso ela se elegeu, pergunto, o que ocorreu para o Aécio não atrair o eleitorado de Marina? Qual foi a diferença de votos real? O que significa tal número?

Observem, Aécio perdeu por menos de 5 milhões de votos. Considerando que cada voto que fosse retirado de Dilma e fosse para Aécio conta como dois votos (um que sai de Dilma e um que soma em Aécio ao mesmo tempo), a necessidade de votos de Aécio era de que dois milhões e meio de pessoas tivessem optado por ele e não Dilma. E o que pode ser isso?

Vejam, foram 800 mil cisternas que captam água da chuva para famílias do sertão conviverem melhor com a seca. Idéia barata. Quem teve a idéia? O PT. No mínimo nessas casas deve haver duas pessoas com idade para votar. Só aí são 1.600.000 votos. Se houver três pessoas para votar em cada casa sertaneja com cisterna, seriam 2,4 milhões de votos. É ilegítimo que essas pessoas votem no PT? Não. Também o PT tem um programa de financiamento de pós-graduação no exterior que banca 80 mil brasilerios no exterior. Nesse caso estamos falando de ao menos três pessoas votantes em cada família: o financiado, seu pai e mãe. Já são 240 mil votos, no mínimo. E o Pronatec? 8 milhões de inscritos em cursos gratuitos para pobres se qualificarem, encherem nosso mercado de trabalho com pessoas qualificadas e aumentarem suas rendas, o que é bom para eles e para a economia... E o Programa Mais Médicos? Esqueça o formato e pense na ação de governo sobre a vida das pessoas que não tinham médicos. De fato, atende 56 milhões de pessoas com a contratação de 14 mil médicos para o interior... poxa... gente.. é muita coisa.. e foram coisas simples que quem fez foi o PT e não o PSDB. Isso fora o Bolsa Família!!! Nem falei do Bolsa Família!!! Então o PT tem mérito e por isso a população brasileira acabou escolhendo. Mas a oposição, mesmo assim chegou pertíssimo!

Bem isso é só pra mostrar que Aécio perdeu somente por 2,5 milhões de votos. É pouco e mostra que os programas não são cooptadores. E mais, esses números que apresentei acima são interpretados para apresentação da lógica que lhes exponho, claro.. não dá pra dizer que todos os sertanejos com cisterna e benefíciários da bolsa de  pós-graduação no exterior tenham votado em Dilma!! É até comum que quem entre em contato com a classe mais educada e conservadora acabe ficando do mesmo jeito por consciência ou por movimento natural para ser aceito em outro ambiente social.

Bom, desmistificado que não foi o Bolsa Família que ganhou a eleição (rsrsrs) é certo que pessoas de classe média, militares, funcionários públicos também votaram em Dilma. Mas grande parte eu sei que não votou porque Dilma foi dura com o funcionalismo e não contratou também.. esvaziando quadros como na CGU e IBGE, por exemplo. Conheço um Oficial de Justiça da Justiça Federal que defendeu Dilma pela política de diminuição de desigualdade social e votou nela, inclusive brigando com seus amigos que votariam em Aécio (Abraço, Leo... pazes, hein? Somos todos amigos!! rsrsrs). Tenho vários amigos na Petrobrás que votaram em Aécio, mas duvido que vários não tenham votado em Dilma.

Então, não há o que a mídia ficou plantando de que beneficiários de Bolsa Família, funcionários públicos e pobres votaram em bloco em Dilma, pelo amor de Deus. Isso é sectário, divisionista e mentiroso.

Agora avaliemos o que ocorreu. Por que Aécio não atraiu todos os votos de Marina?

Observem, o embate na entrevista na Miriam Leitão entre Armínio e Mantega foi ganho por Mantega, como analismos e depois o próprio Financial Times corroborou (vejam as datas do artigo do Blog e do Financial Times que foi posterior). Armínio Fraga disse que a crise financeira acabou em 2009. Isso era mentira. Não enunciou nada mais concreto a fazer que fosse diferente do que Mantega fazia, nem desconstituiu o que Mantega fez, nem os resultados positivos macroeconômicos da política econômica de Mantega (superávit fiscal existente, apesar de em declínio; inflação controlada, apesar de muitas vezes no teto do limite; desemprego baixo; crescimento econômico médio superior ao período do FHC..). Armínio apostava que a mudança de governo por si só deslancharia a taxa de investimento por mais confiança do investidor no governo psdbista. Bem, a expectativa de investimento não deslancha só com mudança de governo.. empresário tem que ver que vai vender pra alguém no Brasil ou no exterior.. sem esse horizonte, Armínio, a mim, não convenceu que sabia como deslanchar a economia objetivamente. Pelo contrário (ver p.s. de 29/10/2014).

A par dessa situação, havia indicações que Armínio perseguiria centro da meta ao custo de empregos e do crescimento econômico. Mesmo tendo sido acusado de dizer que achava alto o salário mínimo e que não sabia qual seria a função dos bancos públicos, não se esforçou para afastar essas acusações na entrevista. Ainda disse que atingiria inflação de 3%. Bem, aí, acabou, né? Se você é do BNDES, BB, CEF e ouve que não sabe qual será a função do seu banco no governo, e que Armínio quer os bancos privados financiando o que eles financiam, você vota no Aécio? Ter os bancos privados ajudando no financiamento da CEF, BB E BNDES seria ótimo e o PT tentou isso mas sem nunca deixar de saber a função do banco público que é estimular a concorrência nos financiamentos em sociedade e garantir financiamento à economia (intrumento de política de governo), inclusive subsidiado pelo governo. E inflação a 3%? Bom, isso indica aumento de juros e recessão e desemprego. Então, complicado..

E a Dilma? Enquanto Armínio se apresentava assim, Dilma falava que "em hipótese nenhuma" admitiria que se mexessem ou diminuíssem direitos de trabalhadores. Afirmava que controle de inflação não deve ser feito ao custo de empregos e do crescimento econômico. E, como sempre fazem, tudo aquilo que a oposição tinha mais fundamento em reclamar, gerou medidas imediatas em tal sentido (à acusação de falta de reforma tributária - tinham feito pacote de isenções de IPI e diminuição de recolhimento de IR sobre folha de pagamentos) ou medidas por vir (apontavam reforma do PIS/Cofins pro próximo governo petista). Defenderam veementemente as funções anticíclicas da atuação dos bancos públicos e de suas vantagens para turbinar a economia, o investimento e o consumo, e apresentaram como resultado a geração de emprego e manutenção de crescimetno, enquanto Europa e EUA experimentaram desemprego e recessão. E ainda apresentaram como reflexo da política de intervenção nos bancos públicos e no mercado financeiro (BB e CEF baixaram juros ao consumidor induzindo concorrência com bancos privados) o resultado da baixa dos juros ao consumidor mais significante de grande período das últimas décadas: queda de 80% ao ano para 40% ao ano. E nesse período, o BB e CEF aumentaram lucros, diminuíram índice de inadimplência e aumentaram market share.. tudo o que bancos privados almejam.. rsrsrs

Bom, assim, sem contar com os programas sociais, ficou difícil. Deu Dilma. Por uma diferença de 2,5 milhões de votos efetivos, mas foi esse o resultado.

E agora?

Bom, senhores, agora é esperar que a estreita margem de diferença obrigue a Dilma a repensar algumas coisas. Que ela acabe com o financiamento de campanha política por empresas. Isso vai quebrar o principal motivo de corrupção eleitoral e caixa dois de partidos e causa de todos os mensalões (PT, PSDB e DEM).. e já foi sinalizado que é inconstitucional por Ministros do STF. E que aprove a lei anti-corrupção que pune donos de empresas em atos de corrupção, mesmo que seus subordinados sejam os agentes diretos dos atos de corrupção. Isso vai estimular os donos a acabar com tal prática, quiçá. Que essa estreita margem de erro obrigue a Dilma a contratar servidores públicos para os cargos vagos e expandir os serviços e prestação de serviços públicos e que respeite a correção inflacionária dos salários dos servidores. Que respeite a autonomia do Judiciário e invista em mobilidade urbana, saúde e educação.

Na área econômica, já fizemos boa (melhor dizendo extensa.. rsrs) análise no artigo anterior, mas resumimos que com Aécio as Bolsas subiriam, mas a busca pelo centro da meta em pouco tempo e, quiçá, 3%, poderia aumentar bastante juros básicos e criar recessão e desemprego. Com o PT o controle da inflação virá mais difícil porque eles tentam não sacrificar geração de emprego. Será possível? Não sei. Talvez em algum momento haja uma queda maior da economia? Talvez em 2015... mas a grande produção de petróleo, os investimentos diretos estrangeiros em  torno de 55 a 60 bilhões de dólares, e os investimentos que virão e já estão em andamento com a concessão/privatização de portos, rodovias, aeroportos e ferrovias, além de construção de hidrelétricas, metrôs, arcos rodoviários e refinarias de petróleo, tudo isso tem potencial de imprimir um ritmo econômico interessante e anular parte da apatia da economia internacional e do ritmo mais fraco do mercado interno que ainda apresenta alta dívida das famílias, apesar de que declinante.

O ano de 2015 ainda terá uma pressãozinha inflacionária por conta dos ajustes de preços administrados (gasolina e energia elétrica, p.ex.) e isso pode manter juros básicos altos (poder-se-ia aumentar depósito compulsório e diminuir juros.. mas no Brasil é difícil.. só na China pode...), impedindo uma retomada mais forte do crescimento. A economia internacional fraca também não deverá ajudar muito, mas aquelas medidas acima elencadas podem alavancar investimento e equilibrar um pouco o lado ruim e a própria previsão de crescimento de 2015 já é maior do que a de 2014.

Pelo que vemos, apesar de almejar 3% a 4% de crescimento seja ótimo, a qualidade de crescimento também é interessante. Nosso crescimento está sendo em cima de anos de crescimento econômico durante toda a crise de 2008 que ainda perdura, enquanto na Europa e EUA houve recessão e desemprego. Mas a inflação lá está baixa. Parece que o Brasil ainda escolhe a programa econômico em que o controle de inflação deve se dar com manutenção de empregos.

Vamos acompanhar como essas tensões se desenvolvem durante 2015 e que o novo governo petista consiga arrumar uma fórmula para catapultar a taxa de investimento, mesmo em ambiente com juros altos praticados pelo Bacen (o que entendemos errado diante de outras opções de controle inflacionário já defendidos aqui). A diminuição do superávit primário também não deixa muita munição para crescimento à base de injeções de valores públicos no BNDES e CEF, o que funcionou bem até aqui como arma anticíclica. Vamos ver como fica a equação. Sorte a todos nós.

ps.s: Acesse, em complemento, a análise econômica de outubro de 2014, feita propositadamente três dias antes da eleição, em http://www.perspectivacritica.com.br/2014/10/analise-economica-interna-e-externa-de.html

p.s. de 29/10/2014 - Texto revisado e ampliado. No quarto parágrafo torcamos o termo "psdbista" por "eleitor da oposição" porque, para nós, era óbvio que quem fez o vídeo votou na oposição. Mas isso é uma suposição. E mesmo que tenha votado em Aécio, nõa é possível afirmar que fosse partidário do PSDB.. poderia ser de Marina, ou simplesmente um cidadão revoltado com a manipulação da expectativa da senhora miserável "entrevistada". Fica assim, a correção. Não esqueçam que Blog tem redação mais coloquial do que jornal.. e por isso a escrita é mais amigável, perdendo a frieza do tecnicismo e distância de jornais profissionais e sérios. É outra proposta de mídia. Mas o conteúdo, pelo menos no nosso caso, fazemos questão que seja até melhor, sempre que possível. E quanto à afirmação de que Armínio não ofereceu saídas para a economia.."pelo contrário", fui um pouco ácido. Mas o fato é que o que ele ofereceu já ocorre: investimentos através de concessões, licitações de exploração de blocos de petróleo. Ofereceu ainda, como diferencial, investimento em energia alternativa, segurança jurídica (que creio que já existe e a questão da energia não entendo como quebra de contrato), previsibilidade de intervenção estatal na economia e, aí sim ruim porque não explicou como, persecução de inflação de 3%. A mim, senhores, baixar inflação perdendo crescimento e emprego é mole. Até eu faço. O Santo Graal é baixar inflação sem perder emprego e crescimento, na minha humilde opinião. Feita, portanto, a justiça com Armínio. Pra mim ele sugeriu dar um passo pra trás para dar dois pra frente. Tava correto? Bem, o povo brasileiro parece ter optado em simplesmente dar um passo pra frente e ponto. Vamos ver como fica.

p.s. de 28/11/2014 - Texto revisto.

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Análise Econômica Interna e Externa de Outubro de 2014 e perspectivas econômicas pós eleição de 2014

Senhoras e senhores, já estava para escrever esse artigo há um mês, para tentar fazer contraponto, como sempre viemos fazendo, ao prenúncio midiático e de mercado sobre o caos na economia, que não nos parece grande realidade. Explicamos. E consideraremos a influência política na expectativa de mercado, além de fazermos algumas considerações sobre possíveis quadros no caso de eleição de Dilma ou de Aécio.

Primeiramente, há caos? Não. Há falta de crescimento econômico? Sim. São duas coisas distintas. A inflação continua sob controle, com previsão de fechar o ano dentro da meta superior de inflação, ou seja, abaixo de 6,5%.  E quais as causas da baixa taxa de investimento e do pequeno crescimento? Por mais que se queira dizer que é o governo, não é verdade.

A economia brasileira, que hoje cresce menos do que a de Portugal (prevista para crescer 2,8% esse ano contra 0,3% de crescimento do Brasil), cresce em cima de aumentos sucessivos do PIB em todos os anos de crise econômica (2008 até hoje). O crescimento da Europa, EUA ocorre após perdas de crescimento, em vários casos recessão e aumento grave de desemprego. Muito diferente. Portugal perdeu quase 15% do PIB antes de apresentar esse crescimetno agora.. queremos copiar? Não.

E por que a economia do Brasil cresce pouco? Esgotou a política de expansão de crédito? Sim, está limitada em função do endividamento das famílias brasielrias que estão pagando carros e casas. Então, realmente, sobra menos dinheiro para a economia e as indústrias têm de diminuir atividade. A não ser que pudessem vender para o exterior. Podem? Não. Europa, EUA, China, Índia e todo o mundo cresce menos ou está em recessão e têm altas taxas de desemprego. Esse é o fator externo ruim.

Assim, as indústrias vão produzir para quem? Difícil. Então, é melhor botar o dinheiro que criaria mais fábricas e empregos em títulos da dívida do tesouro brasileiro, que pagam os maiores juros líquidos da face da Terra. E é por isso que temos hoje baixa taxa de investimento, pois não se justifica investir se não há para quem vender e se é possível obter grande retorno financeiro com juros da dívida do Brasil, país com finanças em ordem, a despeito de publicaçãoes ao contrário.

Bem, esclarecidas as questões de baixo crescimento e baixa taxa de investimento. Como resolver? Estimulando o investimento. Como? Principalmente apresentando obras de infraestrutura para crescer a logística do Brasil, diminuir custo Brasil e atrair capital dos mercados financeiros para obras e investimentos. Isso já está sendo feito com as licitações de blocos de petróleo, concessões de aeroportos, rodovias, ferrovias, hidrovias, construção de hidrelétricas, metrôs, parques eólicos etc.. E por isso o IED (investimento estrangeiro direto) no Brasil continuará em torno de 60 bilhões de dólares esse ano, um dos maiores no mundo.

Mas e o déficit fiscal? Realmente houve diminuição de superávit fiscal. Por quê? Porque o governo está sacrificando superávit para tentar, via BNDES e Caixa Econômica Federal, financiar compras de casas e carros e manter investimentos e capital disponível para investimentos nas empresas. Isso ainda é atividade anti-cíclica contra o problema de baixo crescimento mundial. Dessa forma o governo tenta manter crescimento econômcio e geração de empregos. Essa política e seus efeitos positivos realmente estão no limite de sua eficácia por conta do endividamento da família brasileira e do fraco mercado internacional, mas o deslanchar das obras públicas e concessões e licitações pode gerar novo fluxo positivo de investimento que faça com que, vindo o dinheiro privado para a economia, o Estado possa voltar a economizar e passar a aumentar o superávit primário.

Entendido o déficit fiscal, e o déficit da balança comercial? Com a crise as multinacionais passaram a remeter lucros de forma mais acentuada e investir menos. Daí, temos um déficit. ms o pior foi a conta petróleo. É claro que o crescimento baixo no mundo também prejudicou o preço de commodities e a soja, minério de ferro e petróleo caíram de preço, prejudicando nossa balnaça. Argentina está mal e nossos manufaturados também não estão sendo exportados a contento esse ano. Por pararem nove plataformas de petróleo para manutenção no ano de 2013, o prejuízo nas contas de petróleo ficaram grandes, em torno de 20 bilhões de dólares. Bem, a questão das multinacionais continuará, pois a crise externa continua, com crescimento pífio na Europa e um pouco melhor nos EUA. Mas As nove plataformas já estão em atividade desde novembro/dezembro de 2013, além de que as quatro refinarias estão sendo construídas e a Refinaria Abreu Lima já está produzindo óleo diesel experimentalmente, a estabelecer a produção em novemrbo de 2014. A última informação foi publicada hoje no Jornal O Globo on Line, de que isso já diminuirá o déficti comercial brasileiro e gerará pequeno superávit já em 2104.

Acesse: http://oglobo.globo.com/economia/petroleo-e-energia/petroleo-pode-evitar-primeiro-deficit-da-balanca-comercial-em-14-anos-14331028

Então, Déficit Comercial está, portanto, dismistificado e aparentemente solucinado a médio prazo, pois a produção de petróleo só vai aumentar, além da produção de derivados, o que fará nossa exportação de petróleo explodir e a importação minguar. O lado ruim é que essa conta ficará tão boa, ao que tudo indica, que pode fazer com que o condutor da economia fique leniente com os outros itens da balança comercial (commodities e manufaturados). Isso é que não pode ocorrer. Ficaremos atentos.

Então está claro que não há caos. Há fatos econômicos razoáveis e que condicionam atos de governo que devem girar a economia para manter empregos e todo o gigantesco mercado consumidor que foi criado com a diminuição da pobreza no Brasil.

Quanto a imóveis. Os preços estão com pequena queda e mais estabilizados. Uma queda de preço maior pressupõe um cresciimento externo maiorpara atrair capitais para a produção interna e externa, retirando valores de investimentos defensicvos como dólar, ouro e imóveis. Até lá, é possível imaginar uma resistência de preços, mas a tendência de correção está apresentada, pois os estoques de imóveis residenciais não caem, o que pressiona o caixa das empresas de construção. A saída, será, em algum momento, baixar preços para diminuir estoques. Senão, ficará difícil lançar e vender novos empreendimentos. Mas a salvação das construtoras é também o fato de que o déficit habitacional no Brasil ainda legitima o "Programa Minha Casa, Minha Vida" e o financiamento dessas construções continua farto. Isso também impede uma correção mais forte em menor tempo.

Então senhores, agora que as questões internas e externas foram tratadas, e como fica a economia se Aécio entrar ou se Dilma entrar?

Observem, a economia do Brasil não muda se um ou outro entrar. Mudam algumas perspectivas por conta de estilo de gerenciar a economia. Quem entrar, para nós, terá aparentemente muita sorte. Por quê? POrque há previsão de grande aumento de superávit comercial por conta do petróleo, mas quem entrar poderá dizer que foi porque é um gênio. Também há previsão de que em três anos a crise financeira mundial estará praticamente zerada, então, antes do fim do próximo mandato é possível ver a retomada do crescimento mundial e o aumento de valores de commodities e o aumento de sua exportação, mais uma vez trazendo riqueza para o Brasil. Isso gerará crescimento econômico, aumento de bolsa de valores, mais emprego. E quem estiver na Presidência dirá que tudo ocorreu porque ele conduziu o País. Então, quem entrar estará muito bem obrigado. Só que terá de passar por 2015, ano de algumas correções de preços administrados, preço de petróleo, e preços de energia elétrica, com repercussões em um aumento de custo de vida, pressão inflacionária e incômodo da população.

Aí a grande diferença entre entrar Dilma e Aécio. 2015, principalmente. E depois o estilo de Estado.

Dilma tentará manter o combate à inflação sem prejuízo ao emprego e crescimento, o que leva a pressionar o roçamento, apesar de a relação dívida/pib ter se mantido decrescente em todos esses anos. Aécio já disse que focará mais no centro da meta de inflação, o que sugere aumento de juros, diminuição de investimentos em servidores públicos e diminuição de gastos públicos e assunção de um risco de recessão e desemprego. O remédio de Aécio pode ser mais penalizador, masi semelhante ao tomado pelos europeus, mas os juros básicos poderão em seguida, descer mais rápido do que desceriam com a Dilma.

Para o Blog a grande vantagem de Aécio é a parência de alinhamento com o mercado internacional, o que se parece menos soberano, pode dar uma confiança em investimento maior e, quiçá, gerar um ciclo de aperto monetário mais curto. Com baixa de juros haverá naturalmente auemnto de taxa de investimento.

Entretanto as condições da econmia mundial e do Brasil em especial demonstram que o crescimento virá, no matter what. E assim, a solução de DIlma é menos amarga para o desemprego, com grandes chances de continuarem investimentos em serviços públicos de educação e saúde, com viés mais de esquerda, podendo imaginarmos, desde que ela não compactue com a leniência contra a corrupção e pare de efetuar atos contrários a princípios democráticos e republicanos, um Brasil com aproximação de uma rede de bem-estar social que esteja no rumo de se aproximar do que europeus têm.

Economicamente, o Blog apoiaria a opção por Dilma. Politicamente, em função dos graves desmandos democráticos e perda de uma imagem de duro com a corrupção, o Blog apóia e vota em Aécio, para dar o recado de que o Brasil não compactua com ineficência burocrática, corrupçãoe atos anti-democráticos e anti-republicanos.

Fique bem informado. Fique conosco. Sua vida não será tão excitante quanto lendo os jornais da grande mídia, pois será mais previsível, mas não podemos fazer nada se esta verdade que compartilhamos é a que nos parece a mais clara e real, sob uma perspectiva do cidadão e de empresas. Somos contra a leitura da realidade através da elnte de bancos e do centro financeiro interncaional, pois a leitura deles não é a da realidade dos fatos, mas a de uma manipulação da realidade para bnenefícios somente dos mercados, ás custas da qualidade de vida das pessoas.

É isso.
  
p.s.: Texto revisado e ampliado.

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Perguntas Complexas, Respostas Publicadas 10 - Posição do Blog sobre declaração de voto em Aécio

Pessoal, o leitor e comentarista do Blog, Eduardo Cesar, ao criticar a posição do Blog informada através do artigo em que comentamos a entrevista de Armínio x Mantega, muito propriamente externou uma dúvida de outros leitores e criou uma oportunidade para que o Blog, mais uma vez, expusesse seu raciocínio para justificar o voto em Aécio no segundo turno das eleições a presidente do Brasil em 2014.

Eis a crítica de Eduardo Cesar à posição do Blog adotada no artigo "Comentários sobre a entrevista Armínio x Mantega pela Míriam Leitão", acessível em http://www.perspectivacritica.com.br/2014/10/comentarios-sobre-entrevista-arminio-x.html :

" Desta vez Mario você esta errado. Votei em Marina Silva,, mas fiquei decepcionado por sua incapacidade de demonstrar ser algo novo realmente e será um desastre se declarar apoio explicito a Aécio Neves (velha politica). É certo que não posso fechar os olhos a corrupção,, a forma truculenta que tratou os servidores públicos,, mas lembro muito bem que com FHC era mesma coisa, destarte pior. Há coisas boas a se exaltar como a politica de valorização do salario minimo,, Mais médicos,, a recuperação econômica aqui do nordeste,, a expansão do credito e do ensino técnico universitário.
Ha titulo de exemplo, no meu estado,, a universidade era sucateada a 15 anos atras, so havia vagas para os mais ricos,, hoje atende as quotas e ha 5 polos pelo interior do estado, pessoas que nunca sonharam em ter acesso a universidade podem hoje melhorar sua condição de vida.
Não sou fã do PT,,, discordo muito do que esta sendo feito,, mas não posso negar os avanços e deixar que um governo alinhado com o consenso de Washington retorne novamente ao poder,, e como você viu na entrevista de Armínio Fraga as ideias ainda são as mesmas do passado."
  

Trancrevo a carta e respondo-lhe através deste artigo para facilitar o acesso de todos ao debate.

"Eduardo Cesar, meu amigo e leitor do Blog, obrigado pelas suas palavras. É um elogio enorme o início de seu comentário expor que você entende que "desta vez" eu estou errado. Significa que você concorda comigo em muitos outros dos atuais 729 artigos. Há quem discorde da linha do Blog. Mas quero deixar claro que meu objetivo principal não é o de "estar certo". Simplesmente porque isso não é possível objetivamente falando e considerando todas as perspectivas que possam existir para as questões sociais e econômicas (* ver p.s. 2 de 14/10/2014).

O relativismo, em que acredito, pressupõe somente que opiniões diversas aproximam a perspectiva da realidade. Só pretendo contribuir nesse sentido, sendo honesto, coerente e apresentando opiniões fundamentadas para discordar e concordar, até mesmo com a grande mídia, sempre que for o caso.

A escolha feita pelo Blog foi muito bem pesada e, para nós, o que pesou mais foi a defesa da democracia. Para nós houve atos de Dilma contra a democracia, como o limite de pagamento de precatórios, a tentativa de vinculação do pagamento de precatório com o Orçamento do Judiciário, o desrespeito ao Orçamento do Judiciário apresentado pelo STF, a defesa da lei da Mordaça e o Decreto 8.243/2014, frustrando o primado do concurso público, alijando o Congresso da fiscalização do Estado através de suposta participação direta da sociedade através de representantes de movimentos sociais "escolhidos" pela presidente... há decreto que obriga a que diárias da Polícia Federal sejam autorizadas pelo Minsitro da Justiça.. assim, quando há uma grande investigação em algumn canto do país a Presidência fica sabendo por via oblíqua ao serem demandadas muitas diárias para algum lugar.. isso pode prejudicar investigações contra o governo e o PT e PMDB... o argumento é de controlde gastos..

Então veja,você está acostumado em nos ver defendendo atos de governo. Por quê? Porque criticamos a grande mídia e tentamos inovar na pauta social. Isso é novo. Nós não somos do PT nem do PSDB.

Nós reconhecemos todo o grande trabalhao feito pelo PT nos últimos 12 anos e sabemos que socialmente é difícil o PSDB fazer melhor, pois seu alinhamento é com o capital. Sabemos que economicamente o trabalho do PT foi fantástico e muitas vezes demonstramos aqui que não há caos econômico, cuja idéia é alimentada cotidianamente pela grande mídia aliada do capital financeiro internacional. Mas avanços econômicos e sociais não legitimam ataques à democracia. Mesmo toda a melhora do Nordeste não legitima ataque à democracia. Mesmo o Pronatec, o ProUni, a transposição do Rio São Francisco (ainda não concluída), as mais de 400 mil cisternas no sertão nordestino (parece que já seriam mais de 700 mil), a diminuição da desigualdade social e regional, nada disso justifica arranhões na democracia, na nossa opinião.

Acreditamos, ainda, que tudo o que foi feito socialmente não poderá ser desfeito pela atualmente pouco criativa oposição, simplesmente porque bons programas sociais se transformam em programas de Estado. Acreditamos que há risco, sim, de a política econômica de Aécio levar-nos, em um primeiro momento, à recessão, eis que, como são representantes do mercado financeiro, com certeza quererão apressar a chegada no centro da meta de inflação. Isso só será possível com aumento de juros (já os maiores do mundo) e com desemprego e recessão. A outra forma de lidar o PT já vinha fazendo (com enorme sucesso na aálise do Blog). Mas achamos que diante de risco institucional, cabe apelar para a alternância de poder. É saudável. Oxigena a máquina pública. Facilita investigações. E põe a própria oposição à prova. Ela diz que pode fazer melhor, então vamos ver, depois de 12 anos, o que pode fazer melhor. Durante os oito anos do FHC fez menos, a nosso ver. Mas agora, em que a continuidade do PT chegou a gerar arranhões na democracia brasileria, talvez seja o momento de dar a oposição, com Aécio, um quadro mais à esquerda no PSDB, uma chance, principalmente para defender as instituições da república e da democracia do País.

Agora, observe, esta foi nossa opinião. Nós sempre reconhecemos tudo que foi feito, a capacidade de realização do PT, a criatividade na economia e no desenvolvimento de instrumentos de transferência de renda e de diminuição da desigualdade. O PT entra para a história como campeão nessa área. O PT já tem sua colocação clara na história do país.

Tudo o que você falou é importante e justifica seu voto no PT. O PSDB acredita no Consenso de Washington? Sim. Estão errados? Estão. Mas são brasileiros. Não conseguirão implantar puramente o Consenso de Washington aqui pois há oposição e o Congresso atua na limitação do Poder Executivo, na seara política. Então, acredito no País. Veja que Dilma e o PT já foram muito mais radicais. Já defederam a revisão da dívida externa (até a moratória do seu pagamento), reforma agrária sem indenização de latifundiários, foram contra o plano real e isso não os impediu de terem sido ótimos na economia e no social em seus 12 anos de governo, respeitando a propriedade privada e o lucro de bancos... rsrsrrs

Isso ocorreu porque o brasileiro é, na média, capitalista moderado, mas quer avanços sociais, ou seja, tem uma característica mais afeita ao capitalismo europeu/socialismo europeu. Colocar o PT não nos transformaria em Cuba e colocar o Aécio não nos transformará nos EUA ou sua colônia. O processo político é mais complicado e com mais garantias do que eu e você possamos imaginar.

Você está correto em votar de acordo com sua crença. O PT merece. Mas não desconsidere nossa opinião somente porque neste momento não coincide com a sua. A linha do Blog Perspectiva Crítica é uma só, a busca pela defesa da verdade, a busca pela crítica de fatos publicados na grande mídia, a busca por projetos que enriqueçam o brasileiro e diminuam a desigualdade social e regional tanto quanto gerem desenvolvimento econômico e social brasileiro internamente e em relação ao mundo.

Nesse intento, para nós, a defesa dos princípios da democracia e da República Federativa do Brasil são postulados e primados básicos e essenciais e não devem ser arranhados de forma alguma. Pior do que a corrupção é ataque a instituições e arranhões na democracia.

Como o PT arranhou a democracia, não tenho pena, mas não o faço com alegria, de votar em um partido que também tem vários limites, como todos os têm, mas que no momento apresenta condições de alternar o poder político e fazer o PT ver que avanços econômicos e sociais devem ser feitos em consonância com o respeito à Democracia, às Instituições e à República. Os riscos dessa escolha, acreditamos que estejam minimizados pela existência de uma oposição ativa e bem organizada e pelo tamanho do País, que é maior do que todos os partidos políticos juntos, inclusive.

Será interessante também ver como a mídia se comportará.. rsrsrs e estaremos aqui para aplaudir bons atos de governo e denunciar maus atos de governo e para aplaudir bons artigos da imprensa e criticar maus artigos de imprensa.

Agradecemos sua atenção especial em criticar nossa posição e convidamos você a permanecer criticando  o que discorda em nossos artigos e elogiando o que lhe pareça elogiável, se for o caso.

Acreditamos que dessa dialética sai uma aproximação verdadeira da verdade, sem que ela, a verdade, nunca consiga ser alcançada na sua plenitude. Cada crítica exige nossa exposição para legitimar nossas posições e isso fazemos nesse espírito honesto e sincero de contribuir para o debate de questões e soluções sociais, econômicas e políticas para o nosso país e nossas famílias.

Um grande abraço e boa eleição! E que, independente de quem seja eleito, possamos acreditar que o eleito, não sozinho, mas com nossa crítica, acompanhamento e eventual apoio e palmas, poderá nos levar a um Brasil melhor que todos merecemos.

Eles, os políticos, não podem nada sozinhos. Nós, o povo brasielrio, desde que ativos, podemos tudo. Nisso acreditamos.

Obrigado pela participação,

Mário César Pacheco
Blogger"

É isso, gente! A decisão foi difícil, mas não deslegitima que o leitor vote diferentemente, claro. Nem todo leitor do Globo votará em Aécio e nem todo leitor da Carta Capital votou no PT, com certeza alguns votaram em Marina. Não podemos nos furtar a debater o que entendemos correto para o País com medo de não sermos compreendidos. Posições devem ser tomadas. A coerência deve ser apresentada. Qualquer opção traz benefícios e malefícios. Você deve escolher qual malefício, neste momento, é pior e deve ser afastado. Para o Blog, o risco petista contra a democracia é mais grave e deve ser afastado do que o risco do programa econômico e social mais retrógrado do PSDB. Fortalecida a democracia brasileira, como o País não foi feito em doze anos e não será desfeito em quatro anos, depois avaliaremos os prós e contras de novo para nosso projeto de Brasil avançado econômica e socialmente.

Grande abraço e boas eleições a todos. E muito obrigado ao Eduardo Cesar pela oportunidade de expor melhor a idéia do Blog para as eleições a Presidente do Brasil 2014. Acho que nossa posição ficou clara e coerente, como sempre, mesmo que não encontre consenso entre nossos leitores, o que nunca tivemos a pretensão de obter.

Sinceramente,

Blog Perspectiva Crítica

p.s.: Texto revisado e ampliado.

p.s. de 14/10/2014 - Texto revisto e ampliado.

p.s. 2 de 14/10/2014 - Quanto a não poder "estar certo", "objetivamente falando", há um debate filosófico/retórico aqui, que nos remete à ponderação entre o objetivo e o subjetivo. Simples e interessante, creio. Podemos até dizer que seria possível, sim, "estar certo objetivamente falando", se considerarmos que o que foi dito e justificado tem lógica. Nesse caso não seria propriamente o que foi dito que estaria certo, mas a congruência e a forma do que foi dito.Talvez o mais correto seja dizer que não é possível "estar certo, subjetivamente falando", porque os valores que cada um dá a determinados componentes e condicionantes do raciocínio podem ser diferentes e, portanto, ponderando os mesmos elementos da justificativa do Blog para votar em Aécio, o leitor pode dizer que o "correto" seria votar em Dilma. Ex.: Todos sabem que houve corrupção, atos anti-democráticos, criação de escolas e diminuição de desigualdade social e melhroa efetiva da vida do pobre. Ninguém é contra o que foi feito de bom e todos são contra o que ocorreu de ruim. A pergunta é: o que você valoriza mais? Combate a atos anti-democráticos ou investimentos no social? Nós do Blog preferimos o combate a atos anti-democráticos, mas a outra opção não está e nunca estará errada. Ou outra. O que você, leitor, acha que tem menos risco de ocorrer: continuidade e aprofundamento de corrupção e atos anti-democráticos com o PT no Poder ou falta de investimentos sociais com o PSDB no Poder? Se você crê na primeira opção, vota em Dilma e se você crê na segunda opção, vota no PSDB. O Blog acha que o risco de diminuição de investimentos no social com o PSDB é menor do que o risco de aprofundamento de atos anti-democráticos com o PT continuando o Poder em mais esse mandato. Isso, senhores, é um método de raciocinar sobre a questão. E é importante ver que ninguém está certo ou errado, mas que subjetivamente há ponderação diferente de valores de cada cidadão. Todas verdadeiras, todas reais, todas valorosas, e todas representantes de uma parcela da verdade real. A soma de todas as perspectivas de cada cidadão brasileiro sobre o que o PT fez ou não fez de bom e de ruim, a intensidade que atos bons tiveram na vida dessas pessoas e a intensidade que atos ruins tiveram ou têm na vida de outras pessoas, sejam esses efetios abstratos como a defesa da soberania ou da democracia, como concreto como crescimento econômico, baixa do desemprego, entrega de moradias e acesso à educação a pessoas pobres, tudo isso é que fará cada pessoa se posicionar na eleição e o resultado não é sabido ainda. Isso é democracia. É desconhecido o resultado. Aguardamos esse resultado da ponderação de todo o País, esperando que a escolha da maioria seja boa para o futuro da Nação, ciente de que, seja quem for o eleito, não terá cheque em branco da população brasileira, mas será seguido de perto pela oposição, pela imprensa, pelos Blogs Sociais como o Blog Perspectiva Crítica e por você leitor e cada brasileiro, criticando atos bons e aplaudindo atos de governo ruins, sob nossas perspectivas individuais. É um grande evento a democracia brasileira e quem faz o Brasil do futuro somos nós, e não os políticos ou partidos, que são nossos meros instrumentos. Nisso acreditamos.

p.s. 3 de 14/10/2014 - Texto do "p.s. 2" acima foi revisto.

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Comentários sobre a entrevista Armínio x Mantega pela Míriam Leitão

Excelente iniciativa de Míriam Leitão. E sua conduta durante a entrevista foi ótima. Parabéns à Míriam e parabéns à Globo News. Um embate, mesmo que superficial e em 20 minutos entre os dois bispos econômicos das principais candidaturas à presidente antes do pleito de segundo turno foi relevante trabalho em prol da democracia brasileira.

Comentários à entrevista de 09/10/2014 na Globo News

Ambos foram muito bem. São dois gênios econômicos brasileiros e seria difícil esperar o contrário. Além disso, ambos são conceituados economistas e, portanto, não podem apelar a charlatanismos e comparações leigas de apelo comum mas de baixo nível técnico. A Míriam também é boa jornalista econômica e poderia ressaltar desvios demagógicos. Então, ficam presos às discussões econômicas mesmo e nós, que vimos a entrevista e ainda podemos rever pela internet, fomos brindados com algo de qualidade na seara econômica, a qual traz um cerne importante da conduta de futuros governos petistas e psdbistas na condução do Estado e da economia.

Assista ao vídeo você mesmo acessando o link: http://globotv.globo.com/globo-news/globo-news-economia/v/guido-mantega-e-arminio-fraga-debatem-no-globonews-miriam-leitao-parte-1/3686782/

Após assistir esse filme aparece a opção de ver a segunda parte.

A verdade é que Armínio Fraga não conseguiu desconstituir a política econômica em vigor (no que tange à macroeconomia - superávit fiscal, dívida pública, emprego, crescimento do pib, aumento de renda do brasileiro etc..), a não ser dizer que a política atual não está surtindo efeito de crescimento econômico, nem de confiança do mercado, nem de aumento de taxa de investimento. Disse também que a crise econômica internacional acabou em 2009 (um disparate). Sugeriu que para deslanchar o investimento a troca de governo já surtiria em boa dose esse efeito de entusiasmar o mercado (e nisso, somente o movimento das bolsas com perspectiva de vitória do Aécio já demonstrou, aparentemente). Disse que o governo foi lerdo em licitar as concessões de petróleo, de rodovias, de portos e ferrovias e que o novo governo teria possibilidades de desenhar licitações que aumentassem o apetite da área privada a participar dessas licitações. E que com mais eficiência nessas licitações aliada à maior confiança dos empresários, geraria aumento da taxa de investimento e crescimento de até 4% ao ano.

Nas sugestões de medidas futuras para crescer a economia Armínio falou coisas irrepreensíveis. Mas foi interessante vê-lo sofrer com as comparações entre os feitos econômicos dos governos do PT, inclusive avaliando isoladamente o governo Dilma, e os feitos dos oito anos do Fernando Henrique.

Nesse particular é importante informarmos aos nossos leitores que essas comparações de épocas distintas são más e não são verdadeiras, mas foram adotadas pela grande mídia especialmente nas eleições de 2002 e 2006, sendo feitas comparações diretas, ignorando as vicissitudes de cada momento. Então, hoje, essa forma de embate superficial e que é mais compreensível pela população, além de caber em curtos espaços de tempo em programas de televisão, estão em voga e nesse particular, sob essa lógica, os feitos dos governos petistas são simplesmente imbatíveis (deu pra ver na entrevista) e daí a dificuldade de Armínio para desconstituir a política econômica na frente e na cara de Mantega e da televisão, em programa que foi gravado, mas exibido sem cortes. Sem cortes não é possível fazer o que foi feito com Lula e Collor em 1989.

Mantega afirmou que a crise internacional permanece e que recente relatório do FMI (do dia 07/10/2014), afirma que a recuperação da economia mundial é decepcionante. Que não é possível crescer muito em um ambiente internacional ruim, dessa forma, com Europa, Ásia e EUA em queda econômica. Mas disse que as medidas econômicas dos governos em que esteve possibilitou continuar a gerar empregos aos brasileiros, diminuir a dívida pública, e obter algum crescimento econômico. Mantega disse que somente no governo Dilma foram criados 5,5 milhões de empregos, mais do que os 5 milhões criados em oito anos do governo FHC. Comparou o crescimento da renda do brasileiro que cresceu muito mais durante os governos petistas (30%) do que os oito anos de FHC (6% em média). Comparou o crescimento econômico entre os governos petista e psdbista e demonstrou que a média de crescimento do pib nos últimos doze anos (acho que em torno de 3,3%) foi bem maior do que a média obtida pelo FHC (em torno de 1%). Demonstrou que os bancos públicos e as reservas internacionais estavam fracos em 2002 (15 bilhões de dólares de reservas) e que ficaram muitíssimo fortes em 2012 (380 bilhões de dólares em reservas internacionais). E tudo isso obtido durante a maior crise financeira internacional depois de 1929. Que os bancos públicos foram usados para emprestar a juros subsidiados aos produtores brasileiros (400 bilhões de reais através do BNDES) para manter crescimento econômico, geração de emprego e inflação controlada. E afirmou que os bancos privados não queriam emprestar então o governo teve de providenciar esses empréstimos. Que os bancos públicos também foram os responsáveis por baixar os juros ao consumidor de 80% em 2002 para 40% agora. A inflação momentânea, Mantega comentou que fechará mais uma vez dentro da meta no fim do ano, que é devido à queda na produção agrícola no Brasil e na Índia, EUA e Austrália, tudo por causa do clima. também informou que a alteração das tarifas de energia elétrica aumentaram a inflação imediata e que haverá correção de petróleo que também impacta.

Quase tudo o que Mantega falou você já tinha ciência através de nossas análises econômicas. Somente quem acompanha a economia exclusivamente pela grande mídia, em especial o Globo, é que imaginava que a economia estava um caos, o que é uma absoluta mentira. Espantou-nos o fato de o Armínio ter de dizer que a crise financeira internacional acabou em 2009. Isso é mentira. E para dizer isso, entendemos que não conseguiu dizer algo verdadeiro que chocasse. Foi a única declaração atécnica de toda a entrevista.

A crise continua aí, resultando em desemprego na Europa e EUA, dívidas públicas européías e americanas que não serão limpas antes de mais 15 anos para se chegar aos níveis que estavam antes de 2008. E com desemprego em alta, em especial na Europa, e com crescimentos pífios do PIB, tendo Índia e China apresentado decréscimo de 9%  e 11% para 7,5% e 6%. Nesse cenário o Brasil teve crescimento econômico todos os anos, foi o país que mais gerou empregos, dentre os que mais receberam investimentos estrangeiros, com inflação dentro da meta (apesar de muitas vezes no limite), aumentando a renda do brasileiro todos os anos. Então ficou difícil para o Armínio por aí.

Mas uma coisa que mais chamou minha atenção foi que à acusação de Mantega de que Armínio enfrentaria a situação atual com mais juros, arrocho e recessão, Armínio tergiversou. Não disse que não faria arrocho, aumento de juros e recessão. Disse sempre que a inflação deve ser combatida (isso pode ser mais juros que o mercado pede), que a inflação prejudica mais os pobres e que ao catapultar os investimentos ele conseguiria uma maior oferta na economia que controlaria inflação e aumentaria o PIB. Mas não se comprometeu em não aumentar juros, efetuar arrocho e em impedir recessão. Armínio também disse que acabará com a dicotomia em o Banco Central aumentar juros e o governo aumentar gasto, pois isso gera inflação.

Neste momento fiquei preocupado. Se o combate á inflação de Armínio for através de aumento de investimento e de oferta de bens e serviços, ótimo. Isso baixa a inflação mesmo. Mas vejam, se o governo de Aécio quiser baixar inflação mais rápido, somente diminuindo gastos do governo, inclusive remessas de valores ao BNDES, parar com correções de salários anuais pelos índices da inflação, e aumentado juros. O resultado imediato disso é aumento de superávit, mas menos investimento econômico, arrocho salarial e menos crescimento em um primeiro momento. Isso, ainda mais com o crescimento econômico baixo atual, tem potencial recessivo sim. Mas aumenta superávit primário e baixa inflação.

Então, a colocação do Mantega sobre a principal diferença entre a proposta do governo atual e do PSDB para o futuro próximo pareceu ser verdadeiro: o enfoque do PT é claro e declarado por Mantega como manutenção de empregos, aumento de renda do brasileiro e papel do Estado em incentivar a economia, inclusive com juros subsidiados. também disse que as reformas tributárias do governo são por partes e por tributos e que medidas já foram implementadas e outras ainda serão. Por outro lado, Armínio deixou claro que vê menos papel para o Estado, quer menos inflação, quer menos gastos do Estado e que não vê mais necessidade para atuação anticíclica porque a crise acabou desde 2009. Não afastou a hipótese de arrocho, mesmo já tendo sido acusado de dizer que o salário mínimo brasileiro está alto, E as medidas que falou, para nós, flerta com as máximas que estão sendo aplicadas na Europa e EUA, que geram altos índices de desemprego, perda de renda do cidadão e recessão sim.

Nós do Blog Perspectiva Crítica somos contra controle da inflação ao custo de empregos e renda do trabalhador de forma direta. A condução correta da economia, como recentemente o próprio presidente dos EUA defendeu, deve compactuar controle de inflação com crescimento econômico e geração de emprego. Nisso o PT foi bem e Mantega foi melhor na entrevista.

Há muitos outros detalhes que não cabem ser abordados aqui, em artigo de um Blog. Mas se tivéssemos de votar em uma candidatura por conta da política econômica, a entrevista nos aponta que a candidatura, como sabíamos, seria a do PT, com Dilma Roussef, apesar de Mantega vir a se afastar. Mantega se afastar, na verdade é motivo para não votar no PT, porque a economia foi levada brilhantemente por ele. Mas enfim. Manteremos o voto em Aécio, como já declarado pelo Blog, por conta de não pactuarmos com o uso eleitoral dos Correios, o excesso de presença de não técnicos em cargos de gerência nos Correios e na Petrobrás, e principalmente, pelo inchaço de Brasilia e atos anti-democráticos executados por Dilma, como desrespeito à autonomia da gestão do Orçamento do Judiciário, ter querido limitar pagamento de precatórios a empresas e cidadãos, defesa do PT da Lei da Mordaça e o famigerado Decreto 8.243/2014 que flerta com um autoritarismo/bolivarianismo, nos termos já expressos por este Blog.

Ficamos tristes em não poder apoiar a candidatura do PT, mais à esquerda, mas foi Dilma e o PT que criaram essa situação. Esperamos que, mesmo que ganhem, vejam que a forma como estão conduzindo as coisas tem que mudar porque o brasileiro não tolera desrespeito democrático, nem corrupção e nem falta de ética.

Por outro lado a alternância de poder, no caso de Aécio ganhar, colocará o mercado de novo mandando no país. Como ficou longe doze anos, cremos que esse castigo reiterado já deu mostras do que o brasileiro quer: crescimento econômico, inflação controlada, geração de emprego e aumento de renda. Nem Aécio e nem Armínio ousaram falar contra qualquer programa social ou de transferência de renda e nem dos investimentos em educação que triplicaram no governo petista em relação ao do PSDB de FHC. E cremos que se entrarem implantarão um governo mais empresarial, sem dúvida, mas esperamos que não sacrifique muito o emprego e a renda do trabalhador, porque, caso contrário, perderá a reeleição de 2018.. rsrsrs

Para nós, portanto, a entrevista foi boa. Mantega venceu. Mas Armínio foi honesto e bem em suas contidas colocações. Só mentiu quando disse que a crise financeira internacional acabou em 2009, o que foi chocante e demonstra que estava sem muitas cartas, mas cremos que ele aposta mais mesmo no fato de que com o PSDB no poder os empresários e o mercado nacional se ativará por aumento de confiança. Torcemos para que não arroche salário, salário mínimo e nem de servidores, que não coloque o centro da meta de inflação acima da geração de emprego e do crescimento econômico e tente influenciar o Banco Central a baixar juros, pois somente assim o dinheiro de empresários e empresas sairá da criranda financeira e virará taxa de investimento.

Vamos aguardar os fatos.

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Justiça Federal divulga seus números à sociedade: produtividade, distribuição de justiça e superávit orçamentário

Divulgo ao conhecimetno dos leitores do Perspectiva Crítica o que a grande mídia provavelmente não publicará: o serviço dos juízes e servidores da Justiça Federal tem aumento de produtividade, baixa do número total de processos em tramitação e ainda gasta menos do que arrecada.

Transcrevo abaixo essa divulgação ocorrida através da mídia "Antena Jus" da intranet da Justiça Federal, para orgulho do blogger, para orgulho da sociedade e contra as únicas e exclusivas más notícias publicadas pela grande mídia contra o trabalho, suor, resultados e imagem do serviço e dos servidores públicos.

Transcrição:

" Justiça Federal arrecada mais do que gasta e reduz estoque de ações.

Dados estão no Relatório Justiça em Números

Em 2013, a da Justiça Federal arrecadou R$ 15,7 bilhões, segundo o Relatório Justiça em Números, divulgado no final de setembro pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A arrecadação é proveniente, em sua maior parte, das execuções fiscais. As despesas totais somaram R$ 7,8 bilhões, representando um acréscimo de 2,7% em relação ao ano de 2012, mas o crescimento acumulado da despesa, no último quinquênio, foi de apenas 0,4%.

No período, o acervo processual continou a crescer, refletindo a litigiosidade da sociedade brasileira. No ano passado, o númerode processos em tramitação na Justiça Federal chegou a 11,4 milhões. Deste total, 3,4 milhões são novas ações, correspondendo a 3,1%. Em compensação, foram baixados 3,8 milhões de processos ou 7,4% do total. Isso significa aumento de produtividade, ou seja o número de processo baixados foi superior ao número de ações recebidas.

De acordo com o Índice de Produtividade dos Magistrados (IPM), a Justiça Federal obteve 2.435 processos baixados por cada juiz, contra 1.666 da Justiça Estadual e 1.198 da Justiça do Trabalho. O Índice de Atendimento à Demanda (IAD) - que mostra a relação entre o número de processos baixados por casos novos - foi de 112%, o que gera expectativa positiva de redução do volume de processos em tramitação nos próximos anos.

Na análise do Índice de Produtividade por Magistrado (IPM), o TRF5 se destaca por possuir a maior produtividade na primeira instância - 2.722 processos baixados por juiz - e a segunda maior, no segundo grau, 3.976 processos baixados por magistrado. Além disso, o TRF da 5ª Região registrou o maior número de processos baixados - 159 - por servidor, de acordo com o Índice de Produtividade por Servidor (IPS).

A Justiça Federal - informa o relatório - conta com 1.549 magistrados, 28 mil servidores e 18 mil trabalhadores auxiliares. Segundo o relatório, existem 2.246 cargos de magistrados federais criados por lei, mas 629, cerca de 28% dessess cargos, não estão providos.
A Justiça Federal é responsável por 12,6% de todo o valor gasto pelo Poder Judiciário e por 12% dos processos que tramitam na Justiça Brasileira. Em 2013, a Justiça Federal foi o único segmento do Poder Judiciário a arrecadar montante superior ao seu gasto total, equivalente ao dobro de suas despesas."

Fonte: Intranet da Justiça Federal (http://portalintranet/?id_info=21193)

Nós do Blog Perspectiva Crítica esperamos que todo o funcionalismo público federal, estadual e municipal faça o mesmo e publique seus resultados e realizações, porque somente assim poderemos um dia ser reconhecidos pelo trabalho hercúleo e sem qualquer reconhecimento da sociedade por puro desconhecimento ante à evidente escolha da grande mídia de somente publicar desgraças e desmandos no serviço público sem nunca efetuar qualquer elogio ou reconhecimento de resultados e dedicação dos servidores públicos em todas as áreas de todo o nosso imenso e carente País.

A bem da justiça da imagem do serviço prestado pela Justiça Federal, fica aqui a publicação de tais informações para acesso público e geral.

p.s. de 09/10/2014 - Texto revisado.

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Blog atinge a marca de 130.000 acessos globais e posição do Blog para segundo turno das eleições para Presidente 2014

Exatamente no dia após a eleição de primeiro turno de 2014, o Blog Perspectiva Crítica compartilha a alegria de atingir 130.007 (cento e trinta mil e sete) acessos neste momento!

Justamente neste momento importante da história do País, em que entram em franca oposição e embate duas vertentes semi-clássicas de nossa jovem democracia: PT x PSDB. Interessante. Mais Estado ou menos Estado? Mais serviço público ou menos serviço público? Será que podemos colocar a questão do embate presidencial por esse prisma? Ou será menos eficiência (a candidatura da situação normalmente é rotulada de que poderia fazer mais e, portanto, é ineficiente) e a esperança de mais eficiência? Ou será mais corrupção (essa tecla foi bastante batida pela grande mídia e tentou se colar praticamente a idéia de que "se é PT, é corrupto", o que está errado) e menos corrupção (será!?!?! e o metrô de São Paulo e o mensalão do PSDB de Minas?!)?

Mas a questão é um grande imbróglio. Há montanhas de legítimos argumentos para quem votar em Aécio, tanto quanto para quem votar em Dilma. Para nós, é importante o fato de que a eleição seja apertada. Coloca o eleito no chão, sem salto alto. O eleito ficará atento ao que aqueles que menos representa almejam. E isso é bom, pois não pode uma classe de representados sobrepujar ou esmagar outra classe de representados.

Para nós, o que se configura, sem Marina no páreo, de qualquer forma nos remete a um avanço do Brasil. Avanço da democracia. Se Dilma ficar, o viés social permanece. Se Aécio entrar, o viés de mercado ganha força. E muitos podem dizer que, depois de 12 anos de enfoque grande no social, é a vez de dar um espaço maior ao viés de mercado. É claro que nesses doze anos o mercado não ficou abandonado e só cresceu, mas a economia patinar hoje em dia faz crescer a idéia de que quem defende o mercado pode melhorá-lo.

O Blog Perspectiva Crítica, tristemente, sem Marina, que significava a conciliação entre o social e o capital de foma mais à esquerda, fica em grande dilema. A tendência de esquerda do site impõe o voto no programa de governo de esquerda petista, mas o desgaste da imagem do PT, muito causado mais pelas publicações diuturnas da grande mídia do que pelos fatos em si de corrupção no governo, aliado aos atos anti-democráticos do Governo Dilma, como desrespeito ao Orçamento do Judiciário e ciração do Sistema Nacional de Participação Social, nos moldes como fez através do Decreto n.º 8.243/2014, nos fazem temer pela higidez das instituições republicanas brasileiras.

Assim, crendo que todos os programas sociais terão força de se manter por si só, inclusive como prometido pelo próprio Aécio, correndo o risco de o País vir a amargar quatro anos sem muitos investimentos em serviços públicos, do que precisamos urgentemente se queremos ter qualidade de vida européia, nós teremos que votar em Aécio Neves.

Pesa nesse momento as vantagens que a candidatura do PSDB oferece com Aécio que não é totalmente avesso ao serviço público, que pretende criar o quadro de médicos públicos federais para substituir o Programa Mais Médicos, mantendo médicos onde já chegaram, e a renovação da máquina pública, o que sempre dá margem a uma investigação geral, a um momento de limpeza política e administrativa.

Foi muito dura esta posição que pesamos bastante para declarar. Mas avanços sociais e econômicos, que foram enormes no govertno petista, e que não podem correr muito risco de descontinuidade com Aécio, não sustentam uma renovação de mandato sob risco da democracia. Atos inconstitucionais e anti-democráticos são um perigo gigantesco  e muitíssimo maior do que corrupção. Mas muito, muito maior. E por ser abstrato, o ato inconstitucional, muitas vezes satisfazendo uma impressão leiga equivocada, como ocorreu com o apoio da mídia ao corte pelo Executivo do orçamento do Judiciário, é mais difícil de ser entendido como ofensa grave às instituições.. então o combate a isso deve ser absoluto.

Assim, comparilhamos a alegria dos nossos 130 mil acessos, com a alegria de ver a democracia brasileria amadurecendo. E quem for eleito, Dilma ou Aécio, que respeite a democracia brasileira e contribua para que continuemos nesse bom caminho da diminiuição da desigualdade social, diminuição da desigualdade regional, luta pelo crescimento econômico, busca do pleno emprego, aumento de serviços públicos de educação e saúde, e aumento da renda do brasileiro e do IDH em todo o país.

Bom segudno turno a todos!!

p.s. de 08/10/2014 - Texto revisto.