sexta-feira, 30 de maio de 2014

A posição do Blog sobre realização da Copa e movimentos sociais data de 06/08/2013. Confira.

Não obstante um artigo/desabafo de um jornalista tenha sido recentemente replicado pela Joana Havelange, Diretora do COL (Comitê Organizador Local da Copa do Mundo), filha de Ricardo Teixeira e neta de João Havelange, e assim tenha ganhado as manchetes de jornais, como no Jornal O Globo, por ser uma manifestação a favor da realização da Copa do Mundo de 2014 e contra excessos e abusos de manifestações sociais que estão sendo anunciadas em redes sociais, inclusive com participação talvez violenta (cada participação é uma nova participação.. violência anterior não garante nova manifestação violenta), esse tema e essa postura já havia sido adotada e anunciada pelo BLOG em 2013.

Assim, com a publicação do artigo de 06/08/2013 sobre este tema e a movimentação social contra a exploração do pré-sal por empresas estrangeiras, o Blog Perspectiva Crítica informava melhor, mais profundamente, quase com um ano de antecedência, o que agora toma repercussão em redes sociais e na grande mídia, a qual, aliás, por seu empenho em denegrir o governo em ano eleitoral, acabou prejudicando o espírito da Copa. Somente agora, junto com as campanhas publicitárias contratadas em rede nacional de televisão, e para não prejudicá-las, quiçá (rsrsrs), a grande mídia está embalando o espírito da Copa. Um atraso prejudicial e desnecessário, ao nosso ver.

Republicamos abaixo o teor sobre a Copa que publicamos em 06/08/2013, a favor da Copa e contra manifestações que prejudicassem o andamento das obras, os benefícios em infra-estrutura, a realização da Copa, o benefício com aumento potencial do turismo e a imagem do Brasil.

Blog Perspectiva Crítica, mais uma vez à frente da grande Mídia.. aliás, bem à frente, informando bem a população e garantindo a vanguarda informativa de seus leitores em relação à sociedade que se informa exclusivamente pela grande mídia.

Abaixo a transcrição da parte do artigo sobre a Copa, cuja íntegra pode ser acessada em http://www.perspectivacritica.com.br/2013/08/resistencia-de-entidades-producao-no.html

Transcrição parcial do artigo "Resistência de entidades à produção no Campo de Libra e realização de Copa do Mundo de 2014 - Non Sense":

"E a Copa?!?! Falarei rapidíssimo. Gente, é claro que há outras prioridades. Mas a Copa é compormisso do Brasil. Não podemos ser vistos como descumpridores de contratos e promessas. Deixem isso para a Argentina e Venezuela, Bolívia e Equador. Quem quebra promessa e contrato não atrai investimento, como esses países estão podendo ver.

Parar um evento desta magnanimidade pode dar a ilusão de poder e de estar fazendo algo simbólico, mas não é isso o que ocorre. É destrutivo e não construtivo. Construtivo seria continuar com o excelente mote de que "queremos hospitais e escolas padrão Fifa"!!! Quem inventou isso é gênio!!!

Isso não destrói o evento. Isso mostra que querendo e com vontade política estádios de primeiro mundo são construídos. Dessa forma, como temos o dinheiro, não há motivo para que escolas e hospitais de primeiro mundo não sejam feitos!!! Isso é fantástico e cria um xeque-mate retórico contra o governo e parlamentares!!

A Copa do Mundo atrairá turistas, investimentos, gerará benefícios de estrutura de transporte e logística!! Ora, se os palermas dos políticos não fazem porque queremos, deixem que façam porque a Fifa mandou. É ridículo, mas eles são ridículos. Vai se fazer o quê?!?!

Agora, as manifestações podem ocorrer! Tendo ocorrido durante a Copa das Confederações foi ótimo!!! Sem ter assustado os estrangeiros, sem hostilizá-los, e sem parar o evento. Ótimo!!! O mundo interio viu. Excelente!!!

Agora não querer que ocorra o evento é burrice!!!

E a corrupção?!? Senhores, já dizia um amigo meu, autoridade no assunto, onde há licitação, há fraude!!! Rsrsrsrs Ladrão, senhores, é ladrão. A licitação é o único meio de criar democratização de acesso ao direito de prestar serviço ao Estado ou pelo Estado à população. Quem quiser roubar que se entenda com a Polícia Estadual e Federal.

Na área privada é pior ainda!!! Mas você nunca verá publicado porque isso não é de interesse público.. só privado. Deixem o crime para a Polícia e o Ministério Público.

O compromisso com a Copa do Mundo é um compromisso do Brasil com o Mundo. Nós não descumprimos nossas palavras dadas e nossos contratos firmados. Além disso, isso traz investimetnos, empregos, atrai turistas para os próximos anos após a Copa e ainda suscita centenas de obras de urbanização e transportes públicos!!! Além de dotar a gente de melhores estádios para eventos nacionais.

Parece que há vários erros. Sim. Mas teremos que fazer. Alguns estádios parecem que podem ficar às moscas depois? Sim. Que os responsáveis respondam. O que não pode é não cumprirmos uma promessa e um contrato com a Fifa, a qual já foi obrigada a rever várias exigências por conta de personalidade do governo e do País, como por exemplo meia-entrada pra idosos e estudantes.

Então é isso. É reclamar e manifestar, mas de forma construtiva, denunciando corrupção, apontando erros, mas não suscitando quebra de contratos que prejudicariam a imagem do País perante a Comunidade Internacional, não criaria empregos, não geraria investimentos imediatos e de efeitos perenes para milhões de brasileiros. Isso seria burrice de novo!!!

Além disso, o dinheiro dos investimentos já foi!! Ponto! Destruir o evento não enriquece o brasileiro, somente o empobrece de novo! Vamos lutar por realização dos eventos, por investimentos em escolas e hospitais como há nos estádios. Vamos lutar por tudo o que seja construtivo e enriquece o cidadão brasileiro. Não criemos movimentos empobrecedores do brasileiro e prejudiciasi à nossa boa imagem de cumpridores de contratos e promessas internacionais."


É isso aí, senhores e senhoras.

p.s. de 02/06/2014 - texto revisto. Erros corrigidos, após chamada de atenção de Vanessa. Obrigado, Vanessa!

quarta-feira, 28 de maio de 2014

Análise da inflação de maio de 2014. Copom define hoje juros básicos: deve manter em 11%, mas correto seria a baixa de juros

O COPOM define hoje, 28/05/2014, a nova taxa de juros básica da economia. Este semestre demonstrou uma resiliência da inflação, realmente... não sem razão, eis que ficou pressionada pela entressafra de grãos, custo da eletricidade que foi corrigida e ainda está pressionada pela falta de geração normal de eletricidade pelas hidrelétricas, alta de preços de passagens de avião, alta de combustível no início do ano, além das correções de contratos, passagens de transportes, mensalidades escolares.. nos EUA alimentos e combustíveis não entram na conta da inflação.. mas enfim...

E com tudo isso, os índices do IPCA este ano, mês a mês, foram: 0,55 (janeiro), 0,69 (fevereiro), 0,92% (março) e 0,67% (abril), gerando acumulado neste anos de 2,86%, devendo até o fim do ano a meta central ser de 4,5%, mas podendo no máximo chegar a 6,5%.

E quais são as pressões inflacionárias, no momento? São positivas, senhores. O elemento "Alimentos" apresentou melhora com colheita de nova safra recorde e os alimentos, que podem ter impacto entre 25% e 40% do índice da inflação,  caíram de preços. Não se espera aumento de combustíveis por agora, mas espera-se mais uma até o fim do ano. O dólar caiu com motivo sustentável e a aumentar a produção de petróleo, o dólar poderá continuar baixo até o fim do ano. Isso também puxa inflação para baixo, no Brasil.

Os índices econômicos estão fracos, seja na indústria, seja em serviços. Esfriou venda de carros e de imóveis. Tudo aponta internamente para alívio da inflação. Isto indica que poderia haver baixa do juros, para tentar não prejudicar muito o crescimento econômico.

E no exterior? EUA e Europa não crescem com vigor. Grande parte da Europa luta para não entrar em verdadeira recessão. Eua teve leve melhora, mas sem grandes crescimentos econômicos, que, aliás, foi menor do que o do Brasil no fim de 2013.. rsrsrs. E China prevê nova queda de crescimento econômico para esse ano. Então, a pressão inflacionária externa também não existe.

Isso senhores, indica que é um absurdo sacrificarmos o crewscimento da economia com mais juros básicos, eis que se não aproveita momentos em que a configuração interna e externa de baixa pressão inflacionária para equalizar juros básicos internos com os internacionais, o momneto de baixo juros básicos não volta à mesa do brasileiro.

Então, não há qualquer motivo para aumento de juros Selic para o COPOM de hoje. Há sim motivo para baixá-lo, o que não deveria ser feito nessa reunião, que deveria manter o juros de 11%, mas deveria ser feito ao menos na próxima.

É a posição do BLOG Perspectiva Crítica.

p.s.: Observe-se, ainda, que o ano passado iniciou com 0,86% em janeiro, e o índice terminou dentro da meta. E é importante ver que de março para abril, o índice inflacionário desceu em um terço, saindo de 0,92% (realmente alto e fora do padrão), para 0,67%. Se a tendência continua de queda, como aumentar juros que, inclusive, garantem os maiores juros reais do mundo? E por que, perguntamos sempre, não adotar medidas macroprudenciais?!?!?!?! A China usa mais o aumeno de depóstico compulsório do que aumento de juros básicos.. por exemplo.

p.s.2: Importante salientar também que normalmente os meses de junho, julho e agosto são meses de taxas de inflação mais amenas (nem sempre, claro) mas que a Copa pode intervir um pouco nesse processo essse ano. Mas as múltiplas informações de pressões deflacionárias, internas e externas estão presentes.. portanto, a estrutura da economia brasileira atual, com baixo crescimento econômico, com câmbio em baixa, com relação dívida/pib em declínio, com projeções baixas para crescimetno industrial, vendas em vários setores e inclusive com arrefecimento de inflação de serviços (ainda alto), indica que a tendência de inflação é de baixa, e forçá-la à meta naõ exigiria mais altas de juros básicos, mas, ao contrário, começa a voltar a abrir janela para baixa de juros. Aliás, se tivessem sido adotadas medidas macroprudenciais, não teria havido necessidade nem para se chegar a tamanho juros... mas fazer o quê? Tombini tem que ser contratado pelos bancos quando sair da presidência BC, não é mesmo?

sexta-feira, 23 de maio de 2014

O que se apresenta como real populismo no governo em em propostas dos candidatos à Presidência da República do pleito de 2014

Acho muito importante este tipo de assunto. Todo mundo diz que isso é populismo, aquilo também, desde que seja proposta/programa de melhora de vida do cidadão pobre apresentada ou executada pelo partido contra o qual se torce. Se a proposta/programa é do partido pelo qual se torce, aí , sim, é verdadeiro programa democrático com objetivo legítimo de diminuição da desigualdade e da pobreza.

Não precisa se pensar muito para se concluir que esse debate não é técnico, mas fisiológico, interessado e nada, nada imparcial. Isso não ajuda na busca efetiva da solução sustentável para se acabar ou diminuir ao máximo a pobreza no País, sem depauperar o Erário Público desnecessariamente.

Então, apresentaremos aqui nossos comentários e conceitos para análises dos programas e propostas que podem ser definidos como pupulistas e aqueles que não se demonstram populistas, para que você tenha acesso a esse método de análise e possa analisar sozinho qualquer programa e proposta apresentado pelo governo ou oposição e concluir, por si mesmo, se se trata de sugestão legítima e séria ou se é populista e descabida.

Primeiro, devemos dar esse crédito ao PSDB: não vi até agora nenhuma proposta populista do PSDB para esse pleito de 2014. Ainda está no começo. Ainda não foram apresentadas todas as propostas, mas ainda não houve uma medida anunciada que seria populista ou irresponsável. Todas as medidas e tendências partidárias do PSDB são de linha de centro-direita, mais para a direita, perseguidoras do Estado Mínimo, privatização de serviços e empresas públicos e desprestigiadoras do funcionalismos público brasileiro, o que para o BLOG é um grande equívoco programático e imediatamente exclui sua proposta como interessante para um Brasil de hoje, ainda carente de estrutura de serviço público para todos os cidadãos brasileiros e que são depauperados pela obrigação que têm , diferentemente de europeus, de pagar plano de saúde e escola para filhos para garantir atendimento básico à saúde e educação básica de qualidade para si e seus familiares.

Então, por enquanto, apesar de o PSDB não apresentar nenhuma medida populista, ao contrário, tender a implantar um regime fiscal e orçamentário mais austero, o que é desnecessário hoje e só beneficia bancos, seu programa vai de encontro com o que o Blog Perspectiva Crítica entende que possa enriquecer o cidadão brasileiro, tendo um viés quase neoliberal, senão totalmente neoliberal. E o que é isso? É um programa de respeito absoluto ao mercado, crendo que se o setor econômico, principalmente bancos, vão bem, significa que todo o resto se acertará sozinho, não sendo necessária intervenção do Estado em qualquer grau que não seja o mínimo, em qualquer e todos os setores da economia e da sociedade, podendo por exempo os serviços de saúde e educação serem terceirizados, assim como, por mais um exemplo, a previdência social ser privatizada (para evitar a corrupção, claro.. rsrsrs, mas o Chile está pedindo a reestatização da PrevidÊncia Pública que por lá privatizaram.. rsrsrs), e a Petrobrás e Banco do Brasil , assim como Caixa Econômica e BNDES poderem ser privatizados, já que assim seriam mais eficiente, claro... ( e não fariam operações menos vantajosas, como financiar casa própria e agricultura, por exemplo.. nem hidrelétricas, talvez,  quem sabe.. afinal.. tudo isso é operação de baixo retorno e alto risco.. rsrsr). Isso não interessa ao que o Blog entende que seja programa para o Brasil de hoje. Mas não apresenta o PSDB, por enquanto, programa populista. Palmas.

Segundo devemos dizer que o Eduardo Campos, de cunho socialista, mais interessante aos princípios e crenças deste Blog Econômico e Político, por ter compromisso com a redução da desigualdade social e regional, criação de empregos  e não-estatização de serviços públicos básicos e empresas estatais estratégicas ao País, controle da inflação mas desde que não prejudique o crescimento econômico e a criação de empregos e, quem sabe, a valorização do salário mínimo, apresentou por enquanto uma medida populista: extensão do Bolsa Família a pessoas que não têm filhos mas são miseráveis.

Observe, populista é a medida, como já explicamos em outro artigo, que atende uma necessidade imediata do povo ou de empresas nacionais (populismo econômico), sem objetivo em finalizar essa demanda apresentada pela empresa nacional ou por determinada camada social. Essa medida populista cria uma despesa pública, sem perspectiva de alterar a demanda a qual se destina satisfazer. Essa medida não apresenta um limite temporal definido e cria uma relação assistencialista entre o governo e quem recebe o beneficío público. Essa medida também não cria uma equação sustentável, seja em benefício sócio-econômico  gerado em razão da despesa pública efetuada, seja em retorno para o Erário em razão do investimento feito.

Assim, a proposta de expansão do Bolsa Família para pessoas miseráveis sem família, entendemos, à falta de mais detalhes, contraproducente e populista no mais baixo termo, eis que o Programa excelente Bolsa Família se destina justamente  a quebrar o ciclo da pobreza em família, pagando a pais para que seus filhos sejam vacinados e educados. O filho educado não será desempregado ou analfabeto como o pai e tende a, em grande percentual de chance, empregar-se melhor que o pai e ter vida financeira independente, não necessitando de assitência governamental do tipo dada ao pai, o que acaba, nessa família, com a existência da despesa bolsa família. Então, para famílias, em função da criança que deve ser saudável e educada, o Bolsa Família se justifica, pois não é despesa, mas investimento social no término do ciclo da pobreza. Tem início e tem um fim. Tem um a relação custo para o Erário x benefício social totalmente compreensível e plausível, E, a longo prazo, é uma despesa para o Erário que se transformará em receita, pois os filhos ajudados incrementarão no futuro o PIB do país, aumentando imposto e crescimento econômico.

Então, hoje, o Programa Bolsa Família não é assistencialista ou populista, é programa sério de combate à pobreza e de assistência social profissional e de respeito. Mas a proposta de Eduardo Campos deturpa o Programa, pois sem ter foco na salvação dos filhos, para o beneficiário cria um fim em si mesmo, sem previsão de fim do recebimento dessa Bolsa, transformando-se em remuneração do ócio, despesa interminável e sem retorno social ou econômico que legitime o pagamento. Tal proposta só seria plausível se para receber esse auxílio a pessoa miserável e sem filhos fosse obrigada a cursar algum curso ou participar de programa educativo de forma a deixar de ser analfabeto e ainda desenvolver capacidade intelectual e profissional para conseguir se inserir no mercado de trabalho.

Esperamos que a Proposta de Eduardo Campos para extensão do Bolsa Família seja nesse sentido. Se não for, é populista.

Quanto aos programas e propostas do Governo  do PT, o único que reputamos realmente de difícil defesa e de cunho populista assistencilista é o Programa "Minha casa Melhor".

Esse programa iniciou com um argumento plausível: durante o período mais agudo da crise financeira internacional, esse programa criou financiamento da compra de móveis, geladeira, fogão e eletroeletrônicos para que a pessoa que foi beneficiada pelo "Minha casa, Minha vida" pudesse estruturar sua casa para viver com dignidade. Veja, dignidade é subjetivo. Para quem não tinha nada, ter uma casa financiada pelo governo em condições superfavoráveis do "Minha casa, minha vida" já é garantia de dignidade. Mas em face da necessidade da indústria em continuar produzindo, para que empregos fossem mantidos e para que a economia continuasse girando, o programa "Minha casa melhor" era muito bom. Ousado e bom.

Só que houve um turbinamento recente desse programa.. hoje, não há essa necessidade da indústria. Então hoje, perto da eleição e após a passagem do pior período da crise financeira internacional, o turbinamento desse programa tem cunho populista, a nosso ver. Pelo menos o valor disponível é limitado a R$ 5 mil por família, o que é totalmente razoável, mas desconsiderar nomes negativados e capacidade de endividamento somente me parece dar ênfase à natureza populista, pois é estimular a irresponsabilidade consumista em pessoas pobres.. e quiçá uma perspectiva de que o governo continuará a bancar seus luxos.. pois não é financiada comida, mas televisões de 46 polegadas, som ambiente, móveis etc...

Não somos contra a melhora de vida das classes pobres. Muito pelo contrário. Queremos que a pobreza suma do mapa do Brasil assim como praticamente não existe em países nórdicos. Mas isso deve ser feito de forma responsável, sustentável, orçamentariamente falando, e de forma educativa para a população. O programa "Minha casa melhor" da forma como turbinada hoje não satisfaz quaisquer dessas condições. Então é populista.

Todos os demais programas do governo são bons, sustentáveis e não são populistas, incluindo o PROUNI, o FIES, o Bolsa Família e o "Minha casa, Minha vida"; este último devendo ser operado estrategicamente, não podendo ser feito muito  rápido, pois estimula a bolha imobiliária, o que é uma desregulamentação de mercado.

A medida de aumentar o valor do FGTS para compra de casa própria em R$500 mil reais, tangenciou o populismo, pois legitimou aumento de valores de imóveis acima do razoável, mas foi em período agudo da crise financeira internacional, dando dinheiro para a economia para girá-la, além de manter as construtoras ativas e mantendo milhares e milhares de empregos e negócios em sociedade. Mas o aumento recente para o limite de R$750 mil foi excessivo e considerado populista pelo BLOG, alimentando a Bolha imobiliária, a irresponsabilidade no endividamento familiar, de forma equivocada e arriscada, tanto para a família, quanto para a economia.

As medidas de diminuição de imposto variam. O IPI diminuído sobre venda de carros, móveis, e linha branca (fogão, geladeira, ar condicionado, ventiladores..), não foi ruim. Mas a diminuição de impostos e contribuições sobre a folha de pagamento de empresas, tirando valores que eram destinados à previdência social foi um crime contra o INSS e a capacidade de pagamento futura do INSS de todas as aposentadorias dos trabalhores da área privada. Isso foi populismo econômico, beneficiando empresas de forma irresponsável, pelo prisma orçamentário. R$58 bilhões de reais foram pro espaço dessa forma. Perda do INSS. Desoneração irresponsável. Absurdo. Para dar ajuda tributária às empresas, não se pode prejudicar a Previdência Social, essa é a postura do Blog.

Quanto às medidas de diminuição de valor de tarifas de energia elétrica, há dúvidas sobre se foi populismo ou não. O Blog se inclina a rotular a atitude como não populista. Teve efeito de benefício imediato da população (queda de tarifa de até 20%), o que parece ser populista, mas beneficiou mais ainda indústrias (queda de até 37%), e isto gera diminuição de custo Brasil, facilitando a produção de toda a cadeia nacional. Além disso as razões do corte foram legítimas e não foram ditatoriais, por serem opcionais a cada geradora, sendo que de 27 geradoras, somente quatro não quiseram aderir à proposta do governo e não aderiram. A razão alegada foi que o contrato de fornecimento de energia elétrica foi feita em época em que o risco Brasil era de 2.000 pontos. Assim, como hoje o risco não chega a 200 pontos (dois pontos percentuais acima do título público americano), essa diferença de risco, que hoje não existe mais, deveria ser passada ao contrato, diminuindo o valor, e assim a tarifa, beneficiando o consumidor brasileiro, seja individual seja pessoa jurídica. Justo. Em troca, a empresa que concordasse ganharia a renovação do contrato automaticamente, caso contrário, a concessão expiraria normalmente e seria feita nova licitação em que outra empresa poderia, ou não, assumir o serviço de geração. É o que ocorrerá com as quatro que se negaram.

O déficit que ocorre hoje, ocorre em grande parte pela falta de chuva e pela baixa de geração, mais do que pela baixa da tarifa. Como não há geração de energia por falta de água nas hidrelétricas, as geradoras, que possuem contratos de fornecimento de energia a cumprir, estão tendo que comprar energia elétrica no mercado à vista, pagando muito mais caro hoje, e a diferença entre o que recebe pela energia que vende, nesse particular, está gerando déficit que está tendo que ser bancado pelo governo. Isso são os 11 bilhões de reais a 15 bilhões para o ano de 2014 que tinham sido 8 bilhões no ano de 2013. Mas com chuva, isso não ocorreria, então seria sustentável. E mesmo com déficit, que é ruim e indesejado, pergunto: qual o benefício em manutaenção de empregos no Brasil e de crescimento econômico, com respectiva arrecadaçao de tributos? Isso ninguém responde. O IPEA poderia responder, pois se essa balança for favorável, não é populismo, entende. Os EUA e a Europa têm programa de subsídios em sua economia que custam 300 bilhões de dólares anuais, mas eles não baixam esses subsídios. Por quê? Deve ser sustentável. Deve ser interessante para a economia. Cadê a pesquisa que relacione os custos e benefícios de programas de subsídiso aqui, nos EUA e Europa e em especial no caso da energia elétrica? Veja que a Zona Franca de Manaus é subsidiada, mas ninguém pode dizer que é caso de irresponsabilidade fiscal.. por quê? Porque gera atividade empresarial, baixa custo de produção, viabiliza empresas e indústrias, criação de empregos, desenvolvimento regional e arrecadação de imposto. É despesa que se paga, entende? Cadê essa pesquisa pro caso da energia elétrica? Pois é.. a grande mídia não quer saber desse questionamento. Mas o fato é que pode  ser que o atual déficit no setor elétrico seja bom e plausível, mesmo orçamentariamente falando. Fica aqui o comentário: com as informações hoje, não se pode dizer que a diminuição de tarifa da energia elétrica é populista.

A política de combustíveis já é mais polêmica. A não aceitação de planejamento da Petrobrás para equalizar valores de gasolina com os valores internacionais, o que tem reflexos no controle da inflação, através de diminuição de lucratividade da Petrobrás, é mais grave. Mas, senhores, a Petrobrás é estatal. Não é simples empresa privada que busca lucro. É elemento de estratégia governamental para equalização do mercado de petróleo, setor estratégico para a soberania brasileira, e pode ser usado para influenciar inclusive a taxa final de inflação, sim. O que não pode é gerar risco pra a empresa.. e a Petrobrás teve queda de 30% em sua lucratividade, nos últimos anos, durante a crise financeira, mas continuou lucrando acima de 20 bilhões de reais por ano... cabe aqui outra pesquisa do IPEA para ponderar benefícios e malefícios desta política. E tudo isso tende a mudar, porque a queda de lucratividade não foi só pelo preço a gasolina.. a Petrobrás está investindo bilhões de dólares no Pré-sal, e isso diminuiu muito sua lucratividade, mas catapultará sobremaneira sua lucratividade, o que já começará esse ano, com aumento de 50% de sua produção de petróleo geral, de 1,9 bilhão de barris por dia para 2,9 bilhões!!! Então.. taxar a política para a Petrobrás de puramente populista é exagero, ao ver do Blog.

E o turbinamento do BNDES? mais de 380 bilhões de reais em cinco anos... cinco anos de crise financeira internacional, senhores... o aumento da dívida pública foi de 10%, enquanto o dos EUA e Europeus foi de 100%.. então, as razões dos empréstimos são razoáveis (fornecer financiamento às indústrias e empresas brasileiras que a área privada nacional ou internacional não fornece e manter crescimento e empregos brasileiros), a operação, como será paga, gera divisas ao Estado, e inclusive os aportes têm sido decrescentes ano a ano... não há nada de populismo aí, ao ver do Blog, mas de responsabilidade com a normalização de ambiente de negócios no Brasil, com benefício fiscal, econômico e social. Incluo aqui o financiamento de obras de empresas brasileiras a serem realizadas no exterior, como o superporto uruguaio, o porto cubano e rodovias na República Dominicana e outras obras em toda a América do Sul.

Ficam aqui as perspectivas sobre o tema. Continuaremos acompanhando as propostas e programas dos candidatos à Presidência e elencando, técnica e corretamente, o que é populista e o que não é, para a melhor informação de nossos leitores.   

p.s. de 09/09/2014 - Texto revisado.

quarta-feira, 21 de maio de 2014

Aparente início do estouro da bolha imobiliária: propaganda de desconto de 35% em imóveis da Rossi

Senhores, parece que é isso. Segunda-feria passada, dia 19/05/2014, foi a primeira vez desde sempre, e especialmente desde o ano de 2008, se vê uma propaganda em rede nacional de televisão, na Globo, inclusive, mas também na Bandeirantes, para anunciar desconto em compra de dois mil imóveis com desconto de 35%. 35%!

O que é isso? Desconto de 35% em venda de imóvel? Isso senhores é o mínimo do sobrepreço a que a construtora Rossi submeteu, pelas leis de mercado, seus antigos clientes. Agora, como avisado pelo Blog desde 2010, vizinhos que compraram tais imóveis antes da "promoção", verão seus novos vizinhos comprando por no mínimo 35% menos o mesmo imóvel. E se a promoção fala de 35%, talvez chegue a 50%, não?

Essa foi a primeira propaganda.. acho que a Rossi fez muito bem. Todas as outras construtoras estão com estoques altos, o que significa despesas com condomínio e IPTU. Mas todas estavam segurando ao máximo fazer promoções, pois não se pode saber como o comprador agirá... afinal, se é necessário baixar 35% hoje, é porque é melhor vender assim do que manter sem venda. E se é melhor assim, qual o limite?

Brooksfield, Cyrela, Gafisa, todas estão com estoques altos. E o que vai mandar nesta política de promoção será a necessidade de cada uma delas em diminuir seus estoques de imóveis e as respectivas despesas.. afinal, têm que correr atrás de lucros para apresentar no fim do ano. Difícil combinarem controle do sistema de promoção.. mas podem tentar.. para não gerarem a impressão de estouro de bolha imobiliária; o que se ficar perceptível irá criar bons prejuízos para as empresas...

Mas, por enquanto é isso.. o ciclo está fechando: primeiro houve grande valorização com alta demanda; depois houve diminuição das vendas e estabilização de preço no teto, agora há "promoção"... rsrsrs me parece o início de correção de preços..

A ver.

quarta-feira, 7 de maio de 2014

Comentário e crítica ao artigo "Longa Vida ao PT", de Alexandre Soares Silva

Um grande amigo meu, Rafael, acaba de me mandar este texto interessante intitulado "Longa Vida so PT", escrito por Afonso Soares Silva, consoante sua mensagem a mim enviada.

É um texto muito bom e irônico, no qual o articulista, após uma garrafa de vinho experimenta uma ternura por seu inimigo, "o governo" e, no momento, "o governo petista", concluindo que é saudável ter "nojo" e desconfiança do governo.. qualquer governo... e que foi mais difícil ter esse espírito contra o governo do PSDB, mas que se envergonha dos momentos que elogiou o mesmo e reconhece que os cidadãos devem sempre desconfiar do governo e isso é que é saudável.

Veja a íntegra abaixo:

"Longa vida ao PT

Por  | Alexandre Soares Silva – 10 horas atrás

Fui olhar pela janela depois do jantar e me veio uma benevolência extraordinária com o mundo todo. Talvez fosse o efeito da boa comida e do vinho, mas senti uma ternura que se estendia a toda a parte do bairro que eu podia ver, à copa das árvores, às estrelas, à vida que transcorria em cada janela iluminada, e aos motoboys berrando esganiçadamente no estacionamento da pizzaria da esquina. Que vontade de  ser justo e misericordioso! Que vontade de abençoar até mesmo os meus inimigos!

E daí senti uma vontade súbita de agradecer a Deus por estes quinze anos (parecem quinze) de PT.

Deve ser o vinho. Mas que bom, pensei, ter passado praticamente um quarto de uma vida (pelo menos um sexto, vá, se vivermos até os noventa) tendo um governo que em nenhum momento pode causar, em uma pessoa normal, a tentação de apoiá-lo. Não é essa uma das melhores qualidades de um governo? Faltam filósofos políticos que digam isso, mas digo eu. É preciso ser grato por isso. Pois sejamos gratos!

Vou resumir toda a minha crença política numa frase só. É indigno defender o próprio governo. Eis tudo. A posição normal de um homem digno é de desconfiança e nojo do próprio governo. Oposição ativa se o governo for ativamente vil; se não, pelo menos nojo e desconfiança. Isso em todas as épocas - mesmo que o governo seja feito por uma coligação entre o Ursinho Puff, Gandalf, o Sr Miyagi e o Mestre Yoda.

Confesso que às vezes, quinze anos atrás, tinha alguma dificuldade em não defender o presidente Fernando Henrique. Sentia algum nojo e desconfiança dele, verdade, mas sentia um nojo e desconfiança bem maiores em relação à oposição - um erro comum -  e por isso uma ou duas vezes defendi aquele governo. Um tanto debilmente, mas fiz!  Que absoluta vergonha.

Só posso dar graças a Deus por não ter mais essa tentação. Foram anos muito bons, meus amigos; um sexto das nossas vidas em completo desengajamento espiritual com os homens e mulheres que nos governam. Proponho que para o resto das nossas vidas nos lembremos sempre dessa atitude interior, e que a preservemos até mesmo durante os governos levemente menos repulsivos que talvez, quem sabe, nos aguardem no futuro."
 
Agora, observem, concordo que todo cidadão deva desconfiar do governo, fiscalizá-lo e cobrar-lhe. Do contrário você não é cidadão, mas partidário do governo. Entretanto, discordamos do sofrimento do articulista quando disse que se envergonhava de ter defendido o governo anterior. 

Ser cidadão diligente, fiscalizador e que cobra o governo não é sinônimo de ser inimigo do governo. Pais cobram de filhos e não para seu mal. Filhos cobram de pais (que deixem de fumar por exemplo) e não para o mal desses pais. Não há problema algum em elogiar o que está correto, desde que se reprima o que está errado.

Então veja, a mídia poderia, sim, ter esta postura mais fustigadora do governo. Essa é sua função. Mas mesmo ela poderia ter um debate honesto, admitindo as melhoras causadas por cada governo. O que não pode é dizer que um só faz bem e outro só faz mal, exclusivamente. Isso não é ser Mídia, isso é ser partidário. 

E com o cidadão ocorre o mesmo. Não há como dizer que qualquer governo no mundo só faz certo e que outro só faz errado, seja PT, seja PSDB, seja Republicano nos EUA ou Democrata.

Agora, é importante que você tenha princípios. E é importante que você tenha sua idéia de projeto político. Isso é o que vai te ajudar a se posicionar quanto ao governo. O que você quer? Estado Mínimo? Ok, legítimo. Então vote no PSDB. Mas os países nórdicos, a Alemanha e a França, que têm a melhor qualidade do mundo para seus povos, não têm Estado Mínimo. Eles têm serviço público forte. Estado Mínimo privatiza serviço público. Não é o que os nórdicos, alemães e franceses fizeram.

Esse Blog quer o padrão de vida nórdico, alemão e francês para o povo brasileiro. Assim, pelo estudo que fizemos, isso só é possível e só tem exemplo no mundo, adotando o sistema de bem-estar social europeu e nórdico, que é caracterizado por maior proporção de servidores públicos por habitante do que praticamos no Brasil, com maiores salários e melhores carreiras, além de liberdade de mercado, com câmbio "livre", autonomia do banco central, controle inflacionário e responsabilidade fiscal.

Tanto o governo do PSDB atuou nesse sentido, como o governo do PT, mas o combate à pobreza e à desigualdade social e regional é fator essencial para o fortalecimento de uma democracia, e o governo do PT fez mais nessa área. Quem está nos aproximando de parâmetros nórdicos é o governo que não aposta no Estado Mínimo. Qualquer outro governo ou candidato a governo que aproxime o País do estilo de vida nórdico e europeu terá nosso reconhecimento e nosso apoio.

Portanto, o Blog deseja LONGA VIDA A TODOS OS QUE APROXIMAREM O PAÍS DA QUALIDADE DE VIDA NÓRDICA, ALEMÃ E FRANCESA.

Sempre apoiaremos os atos corretos e desafiaremos os atos incorretos, sejam estes atos da Mídia, do Governo, de jornalistas, do PT, do PSDB ou do ursinho Puff, Gandhalf ou Mestre Yoda. 

Portugal x Brasil: a prova de que o mercado não é técnico, mas político

É muito importante essa informação.. o mercado tem sua política!!! Deixem-me enfatizar isso: O mercado tem sua política! Isso desmistifica que os juros que cobram de países tem fundo totalmente técnico. Isso desmistifica que sejam neutros, o que, portanto, desmistifica que não se esforcem para controlar as opções políticas de um país que toma dinheiro no mercado internacional, o que atenta contra a soberania do pa[ís tomador de tais capitais.

Mas não é essa a imagem que ele (O Mercado Internacional, onisciente, justo e técnico) e a grande mídia vende para mim e para você. As exigências de mercado são apresentadas como técnicas, como razoáveis, como justas, as quais ajudarão o país que o ouve a desenvolver-se, a obter valores para investimento e fechamento de contas fiscais. E assim, não exigem nada absurdo, mas tudo puramente com fundo técnico. É assim?

Então, veja, Espanha e Itália saíram da ajuda da Troika (FMI, Banco Central Europeu e Comissão Européia), e já podem captar dinheiro no mercado internacional a juros mais baixos do que o Brasil. Perderam pib, empregos e hoje quase todos seus indicadores econômicos são piores do que os do Brasil: taxa de desemprego, déficit fiscal, relação dívida/PIB, crescimento do PIB e investimento direto estrangeiro (IED). Não pesquisei balança de pagamentos (mercadorias e serviços).  A inflação é mais baixa do que a do Brasil.. claro, estão em recessão e adotando medidas de austeridade que geram taxas de desemprego de até 24% como na Espanha.

Mas nada mais claro do que a questão com Portugal. Ficamos felizes que agora também tenha saído da Torka, juntamente com Itália, Espanha e Irlanda.. mas Miriam Leitão, no seu artigo de hoje, 07/05/2014, intitulado "Virada Portuguesa" informa que antes da crise de 2008, em 2007 a relação dívida/pib de Portugal era 68%, quando o Tratado de Maastrich impunha "um teto de  60% para o endividamento dos governos". Hoje, saindo da Troika, e já podendo captar dinheiro no mercado, sua relação dívida/pib está em 128%. No Brasil, está em 33% líquida e 55% bruta.

Antes de ter de pedir ajuda à Troika, o mercado chegou a pedir 17,5% de Portugal, quando este tinha déficit fiscal de 10%. Justo. Mas agora, que o déficit fiscal é de 4,8%, enquanto o do Brasil é de 1,6% (desconsiderando que há superávit primário de 1,9%), Portugal paga 4% de juros no mercado. Mas nosso juros básico indica que devemos pagar 11%.

Tudo bem, o juros básico europeu é de 0,5% ao ano, mas cada país tem seu preço a pagar se captar dinheiro no mercado, dependendo de sua solvabilidade. O Brasil capta no mercado e a medida de juros é o juros básico brasileiro. E é exigido muitíssimo mais do Brasil. Por quê?  É mais arriscado emprestar para o Brasil, que tem reservas internacionais altíssimas, menos da metade da relação dívida/pib de Portugal, um terço do déficit fiscal português, crescimento econômico e baixa taxa de desemprego, ou a Portugal? Por que Portugal capta a 4% ao ano e o Brasil a 11% ao ano?!?

A resposta, senhores e senhoras, é uma: a questão é política e não técnica. O mercado, fica ssim provado, é político e não técnico.

p.s. de 08/05/2014 - Mesmo se compararmos a captação do governo direta em mercado (o que é diferente dos juros básicos definidos pelo Banco Central para atrair valores para títulos da dívida brasileira), veremos que o Brasil em 2011 captou 1,1 bilhão de dólares com vencimento em 30 anos, ou seja, no ano de 2041, pagando 4,56% ao ano (acesse: http://www.perspectivacritica.com.br/2011/11/mentira-de-gustavo-franco-risco-do.html). Mas o Brasil de 2011 estava já muito melhor do que Portugal de 2014 e que está captando a 4%!!!!! Com déficit de 4,8%, com desemprego de 15%, com relação dívida /pib de 128%!! Gente.. é importante ver a dimensão política do Mercado..

terça-feira, 6 de maio de 2014

Comentário ao artigo do Jabor intitulado "O Brasil está com ódio de si mesmo", publicado no Jornal O Globo On Line de 06/05/2014

Desta vez será comentário, não crítica. Arnaldo Jabor escreveu um texto mais afeito a seu sentimento pessoal e não à interpretação da realidade política ou econômica diretamente. Então será um comentário.

Eu muitas vezes discordo de Arnaldo e Miriam Leitão. Eles escrevem para uma realidade, para uma perspectiva dos fatos políticos, sociais e econômicos distinta da que eu vejo. Eu os critico porque são bons no que fazem, mesmo que eu não concorde com seu teor muitas vezes. Eles são uma voz importante, da classe média, média alta, e rica brasileira, em que se encontra minha família. E eles são em boa parte a razão da existência do Blog. Não existiria, quiçá, Keynes, sem que existisse seu ex adverso Pigot. O Blog Perspectiva Crítica não existiria sem a grande mídia, sem Arnaldo, sem Sardenberg, sem Miriam e sem Merval Pereira.

Então vejam, o artigo "O Brasil está com ódio de si mesmo", publicado na coluna do Arnaldo no Globo On Line de hoje é acessível pelo endereço http://oglobo.globo.com/cultura/o-brasil-esta-com-odio-de-si-mesmo-12390048

Ele está triste, taciturno.. é claro que algumas questões policiais e doentias como pais, mães, padrastros e madrastas matando seus filhos e enteados, como o caso Nardoni e o caso recente do casal do Sul, são chocantes. O linchamento de uma mulher inocente no Guarujá, confundida com uma talvez inexistente sequestradora de crianças, foi uma desgraça. Mas correlacionar questões políticas com alterações de comportamentos sociais.. foi longe, ao meu ver.. não que seja impossível, mas foi longe.

Veja o trecho que selecionei:

"Há uma grande neurose no ar. E isso nos alarma como a profecia de Lévi-Strauss de “que chegaríamos à barbárie sem conhecer a civilização.” Cenas como os 30 cadáveres ao sol no pátio do necrotério de Natal, onde os corpos são cortados com peixeiras, fazem nossa pele mais dura e o coração mais frio. Defeitos e doçuras do povo, que eram nossa marca, estão dando lugar a sentimentos inesperados, dores nunca antes sentidas. Quais são os sintomas mais visíveis desse trauma histórico?
Por exemplo, o conceito de solidariedade natural, quase “instintiva”, está acabando. Já há uma grande violência do povo contra si mesmo.
Garotos decapitam outros numa prisão, ônibus são queimados por nada, com os passageiros dentro, meninas em fogo, presos massacrados, crianças assassinadas por pais e mães, uma revolta sem rumo, um rancor geral contra tudo. O Brasil está com ódio de si mesmo. Cria-se um desespero de autodestruição, e o país começa a se atacar.
Outro nítido efeito na cabeça das pessoas é o fatalismo:“É assim mesmo, não tem jeito, não.” O fatalismo é a aceitação da desgraça. E vêm a desesperança e a tristeza. O Brasil está triste e envergonhado.
Outro sintoma claro é que as instituições democráticas estão sem força, desmoralizando-se, já que o próprio governo as desrespeita. Essa fragilização da democracia traz de volta um desejo de autoritarismo na base do “tem de botar para quebrar!”. Já vi muito chofer de táxi com saudades da ditadura."

Leia a íntegra em  http://oglobo.globo.com/cultura/o-brasil-esta-com-odio-de-si-mesmo-12390048#ixzz30x5xGj62

E no parágrafo seguinte Arnaldo fala do PT, para ao fim dizer que tem que se tirar "esses caras" porque este estado de coisas está mudando a cabeça dos brasileiros.

Bem, ao meu ver, senhores e senhoras, Arnaldo está triste porque não há perspectiva do PSDB ou da oposição retirar com facilidade o PT do poder.. e é verdade.. os avanços sociais e econômicos nos últimos onze anos foram brutais, positivamente falando.

Por mais que a grande mídia queira distorcer a realidade dos fatos, não será possível, pois o povo come melhor, mora melhor, ainda não tem transporte melhor e descentralização da geração de emprego e acesso a lazer e comércio, mas estuda melhor, tem mais esperança no futuro... Mas Jabor, não. Está desesperançoso. Ele e a classe média... E a classe média está desesperançosa porque está querendo alimentar melhoria de qualidade de vida sob os fundamentos de princípio e ação pregados pela Mídia de Mercado.... assim, a classe média, senhores, nunca será feliz... e deverá mesmo lamuriar junto com Arnaldo... mas Arnaldo é rico.. não é da classe média...

Então veja, o que pode alterar a vida da classe média? De uma hora para a outra? Definitivamente? Num período máximo de dez anos? Investimento em salário e contratação de professores e médicos públicos federais, estaduais e municipais, de forma a tornar o pagamento de escola privada e plano de saúde um luxo opcional. É isso o que ocorre na Europa!!!!

Isso, senhores, não será possível com Estado Mínimo, que não existe, aliás, nem na Suécia, nem na Finlândia, nem na Dinamarca, nem na Noruega, nem na Alemanha e nem na França.

E nesse saco de gatos de políticos brasileiros, o que temos que produz ação no sentido de nos aproximar da vida nórdica? Em nível nacional, para a Presidênica, só vi duas opçoes: Dilma e Eduardo Campos.

O que isso tem a ver com o artigo de Arnaldo? Tudo. O artigo de Arnaldo tenta alimentar um pessimismo, uma vergonha, com base em uma irrealidade alimentada cotidianamente pela Mídia de Mercado: "a de que a economia vai mal, a de que a corrupção está em alta e a de que este estado de coisas está mudando o Brasil pra pior, como a falta de amor e a violência que assola o País demonstra". Isso, senhores, é besteira.

Sempre haverá criminosos.. e ninguém nunca relacionou, pelo menos na mídia de mercado, o sistema político americano com o seu número de presos (o maior do mundo), com a sucessão de assassinatos de crianças por crianças nas escolas americanas, o que é praticamente um hábito americano...

A violência em todos esses casos, nos EUA e aqui, tem suas próprias causas, sociais, culturais, morais, éticas... se há uma distorção comportamental social, que há, e para pior, advém de um mundo que valoriza a pessoa pelo que ela tem e não pelo que ela é, que induz o consumo etéreo, fugaz e desmesurado, que intitula alguns seres humanos como winners e outros como losers... afastando amigos de amigos, familiares de familiares, cidadão de cidadão..

Mas o artigo de Arnaldo não diz nada disso.. nem nunca dirá.. ele está apreensivo com a reeleição do PT... tem que "tirar esses caras de lá"...  Veja bem, não tem que "fazer melhor do que está feito", não tem que "aumentar ainda mais o crescimento econômico e avanço social"... não.. tem que "tirar os caras de lá".

Para isso a carta de Jabor é pessimista, alimenta o pessimismo de uma classe méida que não vê saída, pois se alimenta das informações da Grande Mídia que não quer que se veja um projeto democrático e de avanço social. Houve muitos erros.. inclusive com ações antirrepublicanas... todas afastadas pelo STF e prontamente abandonadas... e deve-se estar atento sempre, porque os que abusam do Poder sempre estão aí, na direita e na esquerda. E a função da Mídia é ajudar a ver os abusos.

Mas Arnaldo está triste porque a oposição não vai ter muita coisa pra bater no governo que se especializou em produzir resultados para apresentar estatísticas.. o que aliás sempre foi cobrado pela Mídia e esse é seu papel.

Você que está lendo este artigo, é muito grande a chance de ser da classe média, média alta e rico... entenda que otimismo na grande mídia só ocorrerá com a oposição no poder, lógico. Cabe a você, com crítica própria, perceber se há motivo para estar pessimista ou otimista... Os dados reais são: os crimes são fatos sociais que sempre aconteceram e sempre acontecerão e não têm relação direta com o governo (rsrsrs) mas com a vontade doentia do agente criminosos, o qual, sempre tem valores deturpados e focados na satisfação de seu individualismo e egoísmo, indenpentemente das convenções sociais, do amor ao próximo e do respeito ao direito alheio.

Além disso, mais dados reais são: a Mídia quando foca em assuntos policiais, é porque não tem muito o que bater no governo. Além disso, outros dados reais são: o Brasil é um dos únicos países que diminui sua relação dívida/pib durante a crise financeira internacional; é um dos únicos que criou milhões de empregos, enquanto todo os EUA e Europa perdiam empregos e chegaram a taxas recordes históricas de desemprego. O comércio internacional brasileiro também cresceu nos onze anos da era petista, saindo de 107 bilhões de dólares do fim do governo FHC para 450 bilhões de dólares em 2012. A arrecadação cresce ( o que é tratado como ruim pela mídia.. rsrs) porque durante toda a crise financeira internacinoal, enquanto os pibs europeus e americanos caíam, o nosso subia, mesmo que pouco, se comparado com o período de Lula. O investimento direto estrangeiro (IED) no Brasil também é maior do que na Alemanha e França.. só atrás de EUA, China, Japão e Inglaterra. Hoje todo pobre pode comprar geladeira, televisão de 40 polegadas, ar condicionado ou ventilador e come carne uma vez por semana.

Estamos com problema na geração de energia, já que a Mídia foi contra a construção de Belo Monte, Santo Antônio e Jirau, além das usinas nucleares... mas somente uma dessas hidrelétricas praticamente teriam afastado todo o problema de energia atual... é uma irresponsabilidade.. tudo pra vender jornal para quem se acha defendendo o verde, mas não sabe que é à custa do crescimento econômico, da qualidade de vida do cidadão e da segurança energética do país, o que atrairia mais investimentos...

O problema de combustível é grave... a ingerência sobre a Petrobrás é real, e tem que diminuir, mas parece que ocorrerá em 2015, além de que, a partir desse ano a Petrobrás produzirá tanto petróleo.. que a ingerência, que mesmo assim deverá continuar sendo combatida, será insignificante...

O problema quanto à política com o álcool combustível também também é grave... absurdo.. desrespeito às usinas... espero que seja totalmente alterado...

Mas desânimo? Mas desgraça? Mas caos econômico??!?! Arnaldo está no mundo triste do Finantial Times, do The Economist... ler sobre o Brasil é difícil mesmo... entender números também... Nós achamos que está muita coisa indo muito bem.. com base nos fatos... mas para a classe média ficar bem, somente quando deixar de pagar escola privada e plano de saúde (economia de entre 3 ml a 9 mil reais por mês), senhores, além de ter trasporte público de qualidade.

A oposição poderia estar tratando disso, mas como quer Estado Mínimo, nunca falará isso. Nem sobre descentralização de geração de emprego, que diluiria a bolha imobiliária e os aluguéis, nem sobre a descentralização do acesso ao lazer e comércio pra as comuiniddes mais pobres,  o que facilitaria a dispersão da população pelo país, ao invés de concentrá-la nas grandes megalópoles brasileiras... ou seja.. a grande mídia e a oposição não estão se apresentando para ajudar.. só para entristecer e chorar.. que tiste... (escrevi sem "erre" propositadamente pra mostrart o ridículo da situação)

Se a Grande Mídia e a oposição falassem a verdade.. atacariam melhor o governo e produziriam mais efeito social e de atração de votos... mas a Mídia e a oposição acham que o brasileiro é acrítico e burro.. assim, continuam falando mentiras .. e quando não surte o efeito que queriam, dizem que o brasileiro está mudando para pior.. é patético..

O Brasil não está com ódio.. quem está com ódio é a Grande Midia e a oposição patética que não sabe o que fazer para atrair o brasileiro para sua forma de ver o mundo.. melhor a oposição mudar a forma de falar, assim como a Mídia.. se quiserem ficar mais alegres e tomarem o governo pelo voto.

ps.s.: texto revisto e ampliado.