quinta-feira, 28 de março de 2013

Mercado pressiona Governo e BC por aumento de juros

Pessoal, todo o apoio ao que Dilma declarou no encontro dos Brics, a jornalistas: "não concordo com políticas de combate à inflação que olhem a questão da redução do crescimento, até porque temos uma contraprova dada pela realidade. Nós tivemos baixo crescimento no ano passado e houve aumento da inflação."

Senhores, Dilma tem que se chatear mesmo. Apesar de ser a presidente e ter de aturar pressões legítimas e ilegítimas, todo ser humano tem seus limites. O mercado declarou que quer aumento de juros e corte de empregos!! Ora, isso não é administrar a economia. Baixar inflação demitindo é fácil. Com menos gente empregada e sem salário as compras cedem e a pressão inflacionária baixaria. Isso funcionaria se a inflação for de demanda, mas se a inflação for de oferta, não funciona. Isso foi o que ocorreu ano passado e o que a Dilma falou: queda de crescimento não garante queda de inflação!!

Agora, vocês acham que o mercado não sabe disso?! É lógico que sabe. Mas nada interessa ao mercado que não seja aumento de juros, pois isso aumenta lucros do mercado com títulos do governo!!! É simples. É isso e somente isso.

O mercado quer sangue. O mercado quer os empregos dos brasileiros. O mercado declarou isso!! A Dilma somente disse que controle de inflação deve ocorrer sem queda de PIB e sem perda de emprego.

O que você acha? Você apóia a Presidente? O BLOG PERSPECTIVA CRÍTICA apóia 100% esta declaração da Presidente objeto de publicação na manchete do caderno econômico do Jornal O Globo.

E lembrem-se, até hoje, tendo ido contra as determinações do mercado, sem violar regras econômicas, os três governos petistas aumentaram nosso comércio exterior, baixaram juros Selic, baixaram juros bancários, baixaram e controlaram a inflação, aumentaram as reservas cambiais, diminuíram relação dívida/pib, fizeram superávits fiscais todos os anos e aumentaram emprego aos milhões anualmente!!!

O mercado somente quer a armadilha infinita Aumento de juros (independentemente se a inflação é de oferta ou demanda) - queda de PIB - queda de investimento - queda de oferta - inflação de oferta - aumento de juros.

Isso enriquece bancos pois aumento de juros aumenta lucro imediato de bancos e ainda atrai mais dinheiro da área produtiva para o mercado financeiro, aumentado a base de receita dos bancos. Isso prejudica crescimento e prejudica criação de emprego... mas aumenta lucro de banco, aumenta dívida pública e não garante queda de inflação se for inflação de choque de oferta!!

É bom que vocês entendam isso gente. O mercado sempre estará disposto a pressionar por aumento de juros do governo brasileiro ao menor índice inflacionário, independentemente de se uma ligeira pressão inflacionária aumenta PIB e emprego. O problema do mercado não é social e nem é a sociedade. O problema do mercado é monopolizar e emburrecer o discurso sobre controle inflacionário para que tenha liberdade em sugerir sempre aumento de juros básicos em seu favor!!

Essa é a verdade. Dilma luta contra isso em prol dos brasileiros. E o BLOG PERSPECTIVA CRÍTICA também!

p.s. de 03/04/2013 - texto revisto

quarta-feira, 27 de março de 2013

Àrea privada prejudica projetos e economia brasileira! Grave!

Senhores, peço que pesquisem por si próprios, pois esse tipo de o informação chega a mim mas não tenho como pesquisar cada fato comentado. Mas a questão é gravíssima e é omitida pela mídia convencional que vende a idéia de ineficiência do Estado e do Governo, quando na verdade temos grandes prejuízos à economia brasileira e à realização de projetos de logística e sociais por conta da ineficiência da área privada!

Já sabemos que a AES, empresa americana que deu cano no BNDES por abandonar a empresa de emergia elétrica privatizada com financiamento do BNDES, prejudicou investimentos no sistema de energia elétrica e gerou prejuízos ao BNDES, em um bom exemplo da ética adotada na área privada em relação à consecução de projetos públicos e de interesse público, mesmo com dinheiro público!!

Já sabemos que na Argentina, houve abandono pelas empresas privadas que ganharam a licitação de administração de águas e esgoto e também de administração de linhas de trem, deixando os argentinos a ver navios, tendo o Estado que retomar os serviços para garantir continuidade de prestação de serviço público e impedir o caos.

Esses três casos forma muito mal divulgados pela imprensa. Temos também os casos aqui da Light, com bueiros explodindo e matando cidadãos e estrangeiros, o que não ocorria quando a Light era pública, e temos o exemplo da "excelente" gestão do metro e trens pela Supervia, que deixam volta e meia usuários à pé e algumas vezes tendo de andar pelos trilhos.

Nada disso gera reprimendas dos jornais contra esses crimes contra o interesse público, claro.

Recentemente, e aí a informação que publicamos agora, Fábio Megale, nosso mais atuante comentarista e seguidor, nos brindou com a informação de que o contrato  desfeito pela China por problemas logísticos de carregamento de soja no porto, apesar de ter sido noticiado como um problema de ineficiência do Governo (com o que em parte concordo por falta de deslanchar investimentos adequados), NA VERDADE SERIA CULPA DA ÁREA PRIVADA POR DOIS MOTIVOS: 1) O PORTO CULPADO É O DE SANTOS, QUE SERIA PRIVADO!! E 2) O ESCOAMENTO ATÉ SANTOS SERIA CULPA PRIVADA MAIS UMA VEZ, PORQUE A RFFSA FOI PRIVATIZADA E OS INVESTIMENTOS PRIVADOS PARA A EXTENSÃO DA MALHA NÃO OCORREU, MESMO EM CORREDORES DE USO CERTO COMO O DESTINADO A ESCOAMENTO DE PRODUÇÃO PARA O PORTO DE SANTOS!!

Isso é muito grave. Não pude verificar, mas são informações vindas de Fábio Megale, que é um meticuloso investigador nato deste tipo de assunto que interessa ao Blog. Peço aos leitores que investiguem e rebatam estas informações ou a confirmem, pois não dará para mim.

Mais uma vez, no entanto, e agora com fontes, Fábio Megale nos informa que as obras de transposição do São Francisco não terminaram por abandono das empresas privadas em realizar a sua parte, tendo o Exército já realizado a dele e agora sendo obrigado a construir a parte abandonada pela área privada!!

E também nos traz a informação que o Exército, ao contrário das construtoras privadas que sempre precisam de mais dinheiro para realizar suas obras licitadas, ampliou o aeroporto de Guarulhos e após terminar a obras devolveu 150 milhões de reais para o governo!!!!!

Veja estas duas matérias nas palavras de Fábio Megale:
"A parte Norte e Oeste da transposição do Rio São Francisco que ficou a cargo do Exército Brasileiro foi concluída, enquanto, que a parte Leste dos consórcios das empreiteiras foram abandonadas. Perda do investimento Estatal e agora a conclusão ficará também a cargo do Exército Brasileiro:

http://g1.globo.com/pernambuco/noticia/2012/02/exercito-anda-mais-rapido-que-empreiteiras-na-obra-da-transposicao.html

Então, senti-me à vontade para chamar atenção de outro ponto que as agências de rating certamente não avaliaram em relação ao aproveitamento do investimento, com uma notícia que não lemos na grande mídia, como a seguinte:

"Exército termina reforma de aeroporto e ainda devolve R$ 150 milhões que foi economizado na obra"

http://cofemac.com.br/index.php?option=com_content&task=view&id=5407&Itemid=9999

Refere-se a reforma do aeroporto de Guarulhos, em São Paulo.

Parece até notícia mentirosa visto que você não consegue encontrar em nenhum jornal de grande circulação: nem O Globo, nem Folha, nem Estação, nem Correio Brasiliense, nem Zero Hora, mas é verdade, veja seguir no site da Resenha do EXERCITO BRASILEIRO e também no site da Associação dos Militares da Reserva no DF:

http://www.exercito.gov.br/web/midia-impressa/noticiario-do-exercito?p_p_id=noticias_WAR_noticiasportlet_INSTANCE_cZy7&p_p_lifecycle=0&p_p_state=maximized&p_p_mode=view&p_p_col_id=column-3&p_p_col_count=3&_noticias_WAR_noticiasportlet_INSTANCE_cZy7_journalArticleId=1529553&_noticias_WAR_noticiasportlet_INSTANCE_cZy7_struts.portlet.action=/view/arquivo!viewJournalArticle&_noticias_WAR_noticiasportlet_INSTANCE_cZy7_struts.portlet.mode=view#.UVD_mhdzF8F

http://www.amarpfa.com/exercito-reforma-aeroporto-guarulhos.php

O que é lucro? O que é prejuízo? O que é política de Estado? O que objetiva a visão externa do investimento?

Conclusão, a questão está na acreditação do contexto do investimento público ou privado, assim, deve-se macular uma para enaltecer a outra. Essa é a VISÃO EXTERNA sobre o Brasil que interessa ao investidor de mercado.

Vimos isso na Petrobrás, vimos nas Companhias Elétricas e, da mesma forma, veremos no segmento bancário estatal, pois para Banco Privado competir com aqueles juros oferecidos por eles e do pesado investimento na produção brasileiro, tá difícil hein? Mas, as agências não projetam o retorno disso!

Abraços!"


Eu somente quero a verdade. Mas a verdade não é publicada, não é amigos? Fiquem com esta noção de que nem tudo que não funciona, nem tudo que não se resolve não é por culpa do Estado, de servidores ou do Governo.. mas por culpa da área privada que não faz a sua parte!!

Nós estamos aqui para publicar o contraponto. Não somos a favor do Governo. Somos a favor da verdade. Se a mídia mentisse a favor do governo, publicaríamos o contraponto. Como a mídia mente a favor de empresas, publicamos o contraponto.

Fico feliz de estar, junto com meus amigos, leitores e seguidores, realizando isso, realizando esse sonho. Em busca da verdade!!

Abs a todos e um abraço especial ao Sherlock Megale!! Cara, você é fantástico!!

p.s.: quero deixar claro que ao contrário da mídia convencional, que escolhe demonizar o Governo e não ressaltar a responsabilidade de empresas privadas nas mazelas dos serviços públicos prestados à população, na medida em que existem, o BLOG PERSPECTIVA CRÍTICA tem como objetivo ser honesto com o Governo e com a área privada. Não demonizamos em um, nem outro. Criticamos erros de ambos e enaltecemos eficiência e acertos de ambos. Para nós, ambos constroem o Brasil e ambos são importantes. Na medida em que criticamos artigos desinformativos publicados pela grande mídia, e na medida que a escolha desta é demonizar o Governo e proteger a área privada, assassinando a verdade, naturalmente nos parece que, por enquanto, nossos leitores se depararão com publicações do Blog mais no sentido de contrapor a mídia e, portanto, sublinhar aspectos positivos do Governo que são renegados pela mídia e acusar os erros e ineficiência do setor privado que igualmente são renegados pela mídia. Assim, cumprimos nosso papel de realizar o contraponto da desinformação midiática, garantindo a nossos leitores acesso a mais e melhor informação do que a que encontra exclusivamente publicada na grande mídia convencional de mercado. 

p.s.2: importante salientar que as falhas da área privada não excluem as falhas da área pública. Por exemplo: o fato de não ter ocorrido investimentos em malha viária da privatizada RFFSA e também falha de gestão, investimento e organização do privatizado Porto de Santos, não exclui o fato de o governo demorar para fazer o marco regulatório dos portos e investimentos que lhe cabem em transportes, como não ter terminado ainda e com excesso de perda de tempo arcos rodoviários em São Paulo e Rio de Janeiro. O correto é publicar o conjunto de fatores reais que criam gargalo logístico, imputando à área privada e à área pública a correspondente e verdadeira parcela de culpa no fato de a China ter cancelado o contrato de compra de 5% da produção de soja brasileira.

p.s.3: Referente a este tema, conheça um caso publicado e específico de abandono de serviços públicos pela área privada na Argentina no artigo do Blog acessível em http://www.perspectivacritica.com.br/2012/02/caso-escabroso-resultado-da.html

Fundo de US$100 bi dos Brics:a independência do sistema financeiro mundial e o inverso do FMI.

Senhores e senhoras, este é um dos poucos fatos históricos de dimensões tão gigantescas para a economia mundial, e mais ainda para os Brics, desde a criação do FMI. Mas de sentido invertido.

O FMI, o Banco Mundial e o BIS (Banco Internacional de Compensações), ou seja o sistema financeiro internacional, foi criado pelos países vitoriosos da primeira e segunda guerras, com o objetivo de manter a economia mundial, proporcionar seu desenvolvimento, proporcionar a manutenção do sistema capitalista nos países centrais e suas áreas de influência, além de, e isto se tornou sua principal função, proporcionar o espraiamento do capitalismo pelos países periféricos, incentivando seu endividamento internacional para entrar em sua economia e ditar condições de administração de política econômica, política fiscal e política comercial que facilitasse o domínio estrangeiro dos países centrais sobre a economia dos países periféricos.

Assim foi feito e assim se mantém essa função básica e principal do sistema financeiro internacional. O Brasil foi praticamente o único que manteve uma indústria forte nacional e conseguiu quitar seus compromissos com o Fundo, após organizar-se com a adoção de um plano tupiniquim de controle inflacionário, independentemente do FMI (O plano real), sendo por exemplo a Argentina um outro particular exemplo de bancarrota nacional guiada pelo FMI e seguido à risca, estando hoje a Argentina fora dos mercados internacionais de crédito. A grande maioria dos demais países "ajudados" pelo FMI e o Banco Mundial estão endividados, sem previsão de quitação de suas dívidas e tendo de admitir ingerências em suas políticas econômicas, monetária, fiscal e comercial (o que inclui abertura de mercados) para que continuem a receber aportes e rolem suas dívidas, facilitando a invasão e domínio de suas economias pelos países que dominam essas três instituições do sistema financeiro internacional, ou seja, os países centrais do capitalismo, os trilaterais, EUA-Europa-Japão.

Como o Brasil foi o único a se salvar das garras do FMI e do sistema financeiro internacional, possuindo hoje 400 bilhões de dólares de reservas internacionais, inflação controlada, moeda estável, 2,7 trilhões de dólares de PIB e superávit fiscal, quis avançar sobre a estrutura diretora do FMI, BIS e Banco Mundial, através de mais aporte de capital e aumento de participação nas cotas dessas instituições.

O momento era propício, pois com a crise financeira no centro do capitalismo (crise mundial desde 2008), o FMI, o BIS e o Banco Mundial retomaram sua função inicial de apoiar a economia dos países centrais e precisavam de mais dinheiro. China, Rússia, Índia e Brasil aportariam esses valores, mas desde que, naturalmente, suas cotas fossem aumentadas proporcionalmente. Qual foi a resposta democrática dos países centrais e dominadores do sistema financeiro internacional? Eles aceitam o aporte, mas não aceitam a alteração de participação nas cotas que no fim dão direito a voto e a poder político e de direção das instituições financeiras internacionais multilaterais. Não é bonitinho?

Bem, vislumbrado categoricamente que os países centrais dificultam o avanço de países emergentes, e que podem aportar valores, sobre o poder do FMI, BIS e Banco Mundial; verificando que aparentemente nunca poderão influenciar sobre a política de atuação do FMI como fazem os países centrais que o dominam, e não podendo dar dinheiro para um sistema que os exclui do centro de decisão sobre o que fazer com tal dinheiro, os BRICS (o responsável pelo acrônimo na Goldman Sachs não imaginaria que incentivaria um racha de poder econômico-político internacional) resolveram criar seu próprio FMI.

Senhores, esta notícia publicada ontem no Jornal o Globo (26/03/2013), em manchete, é um fato histórico sem precedentes. É a declaração de independência dos BRICS em relação ao sistema financeiro mundial; não do sistema capitalista e não do sistema monetário ou mesmo financeiro a grosso modo, mas strictu sensu, independência do FMI, BIS e Banco Mundial. Eles disseram, não nos darão mais poder no FMI, BIS e Banco Mundial? Então criaremos nossas instituições financeiras internacionais em que nós teremos poder para decidir sua política de empréstimos e apoio financeiro entre os participantes e para os países que queiramos emprestar, sob nossas próprias condições. O dinheiro que é nosso não tem sentido ser entregue a outros sem aumento de participação adequada no poder político que o gere.

Tudo isso foi declarado no ato de criação do Fundo dos Emergentes. Naturalmente continuamos participando do FMI, BIS e Banco Mundial, dentro dos limites de exercício de poder que temos hoje e assegurados os direitos societários e participativos que temos hoje, como saques de valores, empréstimos, etc.. são fontes de financiamento mais baratos ao País do que captações no mercado internacional financeiro. Mas agora, senhores, os quatro países que em 2050 terão metade do PIB mundial criaram suas instituições de apoio financeiro e avançam para criar mais órgãos, instituições que possibilitem até mesmo manter negócios sem a intervenção do uso do dólar.. fantástico!!! É uma espécie de racha com o sistema monetário, de trocas interncainais e financeiro que existe hoje! É vendido como uma opção a mais, como um reforço a esse sistema, e é assim que deve ser vendido e propagandeado e de certa forma é mesmo isso, mas todos os países sabem que é um ato de independência dos BRICS!

Lindo. Nós temos de ficar orgulhosos de nós mesmos, brasileiros. Tudo de que nos excluem nós criamos outra que acaba viável e às vezes se sobrepondo ao que existia antes... os EUA não quiseram vender mísseis a nós? Fabricamos hoje os nossos próprios e eles que podiam ter um cliente, agora têm um concorrente (palavras de um especialista americano). Não querem deixar a gente participar do Fórum Econômico Mundial, onde somente as antigas sete maiores economias se reuniam mais a Rússia chamada depois (G8)? Criamos o G-20 que simplesmente apagou o G-8 do mapa, ainda mais depois da crise de 2008 (depois de criarmos o G-20, idéia brasileira, o G-8 convidou o Brasil a participar de Davos). Não querem deixar a gente entrar no cinturão de riqueza e comércio internacional trilateral EUA-Europa e Japão, criando fictícias barreiras humanitárias, ecológicas e econômicas, além de abusarem de subsídios gigantescos que não alteram mesmo com as condenações em painéis comerciais internacionais? Fazemos política comercial internacional Sul-Sul. Querem dominar nossos mercados através de acordos de livre comércio, sem dar chance de nós dominarmos os deles naquilo em que somos melhores? Fazemos nossos acordos e o Mercosul. Qurem vender armamentos e transformarem-nos em clientes de armas, como fazem com a Índia, México, e países latino-americanos, africanos e asiáticos, fechamos acordos de transferência de tecnologia militar com a França!! E agora.. para fechar com chave de outro..rsrsrsr.. querem nosso dinheiro para financiarem seus erros econômicos e não querem nos dar poder de voto no FMI, BIS e Banco Mundial compatível com o aporte? E assim a todos os países que pudessem dar novos aportes, democratizando o sistema financeiro internacional? Então criamos nosso sistema financeiro próprio e usamos nosso dinheiro só pra nós mesmos!!

AHUAHUAHUHAUHAUHAUHAH

Lindo. Como é bom ter noção do que acontece, né pessoal? Os EUA, Europa e Japão devem estar tensos!!! Isso a longo prazo pode influenciar em diminuição do poder do dólar como meo circulante mundial, dar munição política para os BRICS enfrentarem os trilaterais e avançarem sobre mercados cativos seus hoje, pois poderiam ofertar empréstimos e concorrer com o FMI, Banco Mundial e BIS, por exemplo!! Muita coisa pode mudar com a criação do Fundo dos Emergentes. O que realmente acontecerá dependerá da reação dos trilaterais e, muito mais ainda, da ambição dos BRICS e da sua capacidade de pôr em prática os acordos assinados e ratificados. Se com o tempo esse fundo se expandir para financiar países além dos Brics, estará criada concorrência com o FMI. Mas por enquanto, a autonomia em investirmos em nós mesmos (BRICS) e avançarmos em meios de troca já é por demais revolucionário.

Estou na torcida! Bom ver que o fim da história realmente não existe. Porque se existisse, estaríamos muito mal. Assim, só vejo confirmações positivas sobre um Brasil que pode sonhar com estilo de vida europeu e, se Deus quiser, nórdico!!

Essa é a torcida do Blog Perspectiva Crítica!!!

Isso nunca aconteceria com o PSDB no poder, ao menos o de FHC, porque ele queria que entrássemos nos trilaterais, mesmo que de segunda classe. Felizmente não é isso que está ocorrendo e o mapa geoeconômico mundial está em alteração... a nosso favor!!

p.s.: revisto e atualizado.
  

terça-feira, 26 de março de 2013

Chipre. Por que não transformam correntistas em acionistas? Exemplo de solução Conformacional.

Vejam como são as coisas. O segundo maior banco do Chipre terá de ser liquidado. Aparentemente, correntistas com até 100 mil euros depositados terão seus valores transferidos do banco a ser liquidado Laiki, para o maior banco do País, o Banco do Chipre, com limites de saques diários de 100 euros por correntista. Correntistas que tenham acima de 100 mil euros no Laiki, perderão 30% de seus valores para resgatar dívidas do banco. Talvez depois isso seja pago. A situação é quase a mesma, em efeitos práticos, com o que ocorreu aqui com o Collor e o confisco de poupança.

Agora veja. Os credores do Laiki e do País, querem seu dinheiro. Os bancos alemães querem seu dinheiro. O mercado financeiro querem seu dinheiro. Justo. Mas ninguém pensou em como amenizar o problema para o correntista. E se, já que vão tomar os valores dos correntistas, que nada têm a ver com o risco do negócio (isso é transferir o prejuízo de banqueiros para correntista), porque não oferecem algo diferente, como recapitalização do banco, através de assembleia de acionistas, aumentando o capital com os valores dos correntistas e transformando-os em acionistas? Ou ao menos dar-lhes a opção de ficarem como acionistas ou como credores dos valores confiscados? Seria menos desprestigioso, não? Demonstraria alguma consideração pela poupança dos correntistas não é mesmo?

É claro que para incentivar isso, deveria haver uma engenharia que desse previsibilidade de que o banco se salvaria. Compromisso estatal neste sentido, apesar do abalo econômico.. enfim... após, com a recuperação, as ações poderiam ser vendidas pelo antigo correntista e talvez até lucrar com isso.

Este tipo de medida é o que a teoria do Estado Conformacional, defendida por mim em monografia de pós-graduação, indicaria como solução mediana. Mas veja, o mercado e suas instituições em sociedade só ponderam como impedir o prejuízo dos bancos. Querem o confisco dos valores dos correntistas para pagar a dívida do banco e pronto.

É o mundo feito para os bancos, para os banqueiros, para o mercado. mundo em que o investimento do capital deve ser protegido, mesmo que sejam bilionários, mas a pessoa física e sua economia não tem lá, que paga contas no fim do mês com seu dinheiro obtido mês a mês para sobreviver, não tem lá grandes considerações sobre manobras possíveis que diminuam seus prejuízos.

É o mundo do capital, não das pessoas. A teoria do Estado Conformacional proposta por mim tenta inverter isso, na medida em que sugere ponderação de princípios constitucionais aplicados a cada grave problema sócio-econômico, para realizar a vontade constitucional, o que, no fim, é a vontade soberana da população, criando parâmetros objetivos para esta aferição.

Por que somente pegar o dinheiro do correntista e pagar a dívida do banco? Por que não sugerir que o correntista empreste ao banco e vire acionista? Isso seria (roubo do correntista igualmente, mas..) respeitar muito mais o princípio da liberdade econômica, da propriedade privada e da livre iniciativa do que simplesmente apropriarem-se dos valores do pobre do correntista (ou rico correntista) que não quis ser banqueiro e agora é chamado a pagar sua dívida!! Isso é a realização da prática conformacional para solução de problemas sócio-econômicos com mais objetividade e justiça!

Mas vocês não verão isso sugerido pelos bancos... nem por governantes empenhados e comprometidos com as razões puras do capital.

p.s.: O artigo acima foi realizado com base no artigo denominado "Chipre prorroga feriado bancário após acordo fechado com UE e FMI", publicado no Jornal O Globo de hoje, 26/03/2013, pg. 36. Não há a informação neste artigo do Jornal O Globo de que os valores confiscados dos depositantes que tenham mais de 100 mil euros (à razão de 30%), seria convertida em ações do Banco do Chipre. A informação publicada pelo Globo, sem mencionar conversão de confisco em ações, era totalmente crível, eis que já havia sido comentado que o primeiro plano gerava prejuízo até para os depósitos abaixo de 100 mil euros, portanto, a notícia de prejudicar somente 30% dos depósitos superiores a 100 mil euros já era um avanço em relação à primeira opção que foi rechaçada pelo Parlamento Cipriota. Sendo assim, a solução conformacional proposta seria novidade, pois sugere justamente a conversão de depósitos confiscados em ações!! A teoria conformacional formulada pelo autor do BLOG PERSPECTIVA CRÍTICA, Mário César Pacheco, data de 2008 e foi aprovada em 2009 em monografia de pós-graduação de Direito Privado pela Universidade Gama Filho.

Acabei de ler agora, o artigo "Sai, enfim, acordo no Chipre", publicado hoje, dia 26/03/2013, no Jornal do Commercio, na página A-6. Nesta publicação, mais específica sobre economia, resta claro que o plano B (portanto a solução capitalista não conformacional era realmente o plano A, ou seja, roubar os depositantes para pagar bancos não cipriotas) aprovado no Chipre e levado a cabo pelo Governo, sem necessidade de passar pelo parlamento, seria o seguinte: o Laiki será liquidado; os depósitos abaixo de cem mil euros (garantidos segundo regras européias) irão para o Banco do Chipre, para salvá-lo, sem prejudicar os depositantes; os depósitos acima de cem mil euros serão congelados, transferidos para o Banco do Chipre, sendo que 30% desses valores serão confiscados e convertidos em ações do Banco do Chipre, para recapitalizá-lo; salva-se o Banco do Chipre com essas injeções de capitais de depósitos e aumento de capital e extingue-se o Laiki.

Essa solução é uma forma de se realizar a perspectiva conformacional que sugerimos! Estamos muito satisfeitos com a notícia dada pelo Jornal do Commercio e deixamos calro que o artigo escrito não perde sua importância e congruência com os fatos até mesmo após sabermos dessa solução infinitamente melhor para a economia e para os correntistas, pois que o Plano A para solucionar a questão cipriota foi aquela malévola, egoísta, de apropriação a fundo perdido  dos depósitos à vista de ambos os bancos Laiki (Banco Popular do Chipre) e Banco do Chipre, objeto de crítica áspera nossa. O Plano B, melhor sob a perspectiva conformacional, só ocorreu por causa da reação da sociedade cipriota e do rechaçamento do Plano A pelo Parlamento do Chipre. Ponto para a Justiça Financeira contra a visão puramente capitalista e de mercado, que tem potencial até mesmo de prejudicar o próprio mercado a médio prazo por abalar a confiança dos depositantes e investidores.

Isso é o que se verifica dos seguintes trechos do artigo do JC: " Endossado pelo Eurogrupo, o plano B cipriota irá poupar a ilha mediterrânea de um colapso financeiro ao fechar o estatal Banco Popular do Chipre, também conhecido como Laiki, e passar os depósitos abaixo de 100 ml euros parao Banco do Chipre para criar um "banco bom". Depósitos acima de 100 mil euros em ambos os bancos, que não são garantidos pela lei da UE, serão congelados e usados par solucionar as dívidas do Laiki e recapitalizar o Banco do Chipre por meio de uma conversão de depósitos/ações."

A sugestão desta conversão deriva, como mencionado e tratado especificamente na monografia do autor do Blog, de análise da defesa de acionistas minoritários contra a estatização de bancos alemães (gerando alijamento da propriedade dos acionistas minoritários), datada de 2009, pela Associação para a Proteção dos Direitos dos Acionistas (DSW, na sigla em alemão), como mencionado na monografia (artigo  jornalístico intitulado "Alemanha aprova nacionalização de bancos", publicado no Jornal O Globo On Line, em 18/02/2009). À época, a sugestão da Associação Alemã era voz isolada, estando em total preponderância nos EUA e Europa as idéias de irresponsabilização de banqueiros e principais executivos responsáveis de instituição financeiras (mantido até hoje ao contrário do que foi feito no Brasil), assim como todas as medidas possíveis de apropriação de depósitos bancários, nacionalização (eufemismo para estatização), enfim qualquer medida que garantisse o pagamento de credores bilionários ás custas dos pequenos detentores de depósitos e valores bancários e mesmo detentores de ações.

A monografia "Estado Conformacional - limites possíveis aos atos privados" demonstrou que a melhor solução para a crise financeira mundial partiria da idéia genérica de proteção de propriedade privada também dos pequenos e dos cidadãos, na forma como proposta pela Associação Alemã mencionada, em adaptação mais completa sugerida pela monografia, base da análise apresentada aqui para uma saída para o Chipre. Ficamos muito felizes de estar sendo efetuada uma forma semelhante de solução que respeita os parâmetros conformacionais adotados pelo BLOG, na forma do intitulado Plano B, como publicado pelo Jornal do Commercio. É o melhor para o Chipre e para qualquer economia capitalista.

Agora, observem, como não li o original do Plano B, há a chance de que o termo "por meio de uma conversão de depósitos/ações", publicado pelo Jornal do Commercio, não signifique que os depósitos sejam convertidos em ações, mas que depósitos e ações sejam convertidos em forma de pagamento de dívidas do Laiki e do Banco do Chipre. Aí, nesse péssimo caso, não terá sido realizada a solução conformacional sugerida e somente o prejuízo dos depositantes/correntistas terá sido menor, mas uma mera apropriação do capital de pessoas para salvar dívidas de bancos, voltando a sugestão conformacional a tomar sua postura de absoluta novidade e vanguarda na defesa do patrimônio das pessoas e de uma dinâmica financeira mais justa e equitativa dentro do sistema capitalista.

Para vocês compararem, o texto do Jornal O Globo sobre o tema define resumidamente o plano B de salvação do Chipre assim: "Fechado após uma longa e tensa reunião em Bruxelas, na qual Anastasiades ameaçou renunciar, o acerto entre Chipre e a troika prevê a liquidação do Laiki com congelamento de depósitos acima de 100 mil euros no banco. As contas abaixo desse teto serão transferidas para o banco de Chipre, que será reestruturado, o que pode representar um confisco de cerca de 30% para os correntistas com depósitos acima de 100 mil euros."

Empregadas Domésticas Formalizadas. Cientistas Brasileiros, não.

Em entrevista ontem no excelente Programa Roda Viva da da EBC (Empresa Brasileira de Comunicações - TV Pública), a Neuro-cientista Suzana Herculano-Huzel, além de explicar as fantásticas dimensões, características, capacidades e tudo o mais sobre nosso cérebro, deu duas chocantes informações: cientista não é emprego formal e o acesso a financiamentos de pesquisa depende de panelinhas políticas no meio acadêmico.

Ela mesma somente pode desenvolver pesquisa, apesar de sua excelência, em função de um financiamento da FAPERJ que previa como condição para recebê-lo não ter recebido nunca financiamento de pesquisa, ser cientista novato, não ter participado em nenhum grupo de pesquisa e coisas do gênero, ou seja, que fosse um abandonado científico!!

Essa mulher publicou em diversas revistas especializadas, inclusive estrangeiras, vem levando a vida de cientista dela, que escolheu para si, que a realiza e que gera desenvolvimento para o Brasil, para os brasileiros e para o mundo, e não existem financiamentos disponíveis a ela, retiraram o último que ela tinha e pior, NÃO HÁ FORMALIDADE DO EMPREGO DE CIENTISTA!!

Isso significa que ela não tem garantias de jornada de trabalho de oito horas, FGTS, INSS, auxílio-creche, NADA, NADA, NADA. Um cientista precisa ser pós-graduando, mestrando, doutorando, pós-doutorando, para continuar a receber bolsas miseráveis brasileiras de R$3 mil reais (depois de aumento de 100% concedido pelo Lula!!), e não têm carreira, não têm direitos trabalhistas e, no máximo, podem se empregar como professores, sem nunca terem dado aula!!

Pessoal, há algum problema em um País que já chegou ao ponto de formalizar o emprego de empregadas domésticas (em momento errado e precipitado, na visão do Blog), que formalizou o emprego de repentista e de jogador de futebol, mas não o faz com o cientista!!

O fato de o mesmo ocorrer em outros países no exterior não diminui o absurdo de isso acontecer no Brasil!!! E no exterior este fato é contrabalanceado pelo fato de que bolsas de estudo na Itália de mestrado e doutorada pagam entre 11 e 15 mil euros e na Alemanha pagam 17 a 21 mil euros!! Fora os financiamentos disponíveis para pesquisa científica!!

segunda-feira, 25 de março de 2013

Vidor e Delfim Neto: aumento de juros não é a melhor solução - BLOG em boa companhia

Pessoal, o Jornal O Globo de hoje, 25/03/2013, traz na página 16 dois artigos econômicos importantes e que ratificam a análise econômica apresentada pelo Blog a vocês em março.

Delfim Neto, no artigo "Economistas divergem se mais desemprego baixará inflação", deixa claro que os economistas que optam controlar a inflação brasileira através de aumento de juros no momento não estão preocupados com o nível de vida dos mais pobres, recém-resgatados da pobreza e da pobreza absoluta. E o próprio economista Schwartsman, confirma que é isso mesmo quando diz "é demitir mesmo".

Veja, naturalmente Schwartsman não perderá o emprego nessa onde de demissão que defende. Então o que ele quer? Somente o juros altos porque isto dá mais lucro ao banquinho que ele administra. Aumento de juros baixará a inflação, mas a que preço? Sacrificar empregos. É o que ele admite. Nõa há compromisso em suas palavras com o emprego, com a qualidade de vida do cidadão. Há com a dele. Veja se ele admitiria aumento de imposto, por exemplo? Não imposto que pesasse sobre a produção (porque seria inflacionário), mas aumento de imposto de renda, que retira valores disponíveis para consumo e arrefece a demanda, tendo pressão deflacionária. E pergunte a Schwartsman se ele apoiaria um aumento maior para os que ganham acima de R$500.000,00 ao ano? Rsrsrsrsrs

Em um instante, você veria que o que interessa a Schwartsman não é controle de inflação, mas dinheiro no bolso.. no bolso dele e de seus sócios e clientes. Justo. Legítimo. Mas se essa opinião não tem compromisso com o emprego, com o controle de dívida pública (que aumenta com aumento de juros), nem com a economia (pois a esfria, sem tentar opções com menos efeitos colaterais para a parte saudável da economia), que compromisso deveríamos demonstrar com essa sugestão de aumento de juros de Schwartsman? Nenhuma, claro.

Assim, senhores, fica bem patente, com a publicação elucidativa de hoje no Jornal O Globo, quem se preocupa com a economia brasileira (empregos, eficiência do controle inflacionário, estabilidade fiscal e inflacionária - Delfim Neto e George Vidor e Blog Perspectiva Crítica) e quem se preocupa com seu próprio bolso (indicadores sem remorso de aumento de juros o quanto antes, por qualquer motivo ou sem avaliar outras opções e os reflexos negativos e positivos em sociedade - Schwartsman e a corja de mercado).

Veja que o próprio Vidor em sua coluna "Á espera da mão invisível", na mesma página 16 do Jornal O Globo de hoje, informou, como nós, que não descarta um aumento de juros comedido para controle da resiliente inflação atual, mas ele ponderou o dilema. Ele ponderou os riscos à economia e ao desemprego e à tomada de investimentos (de que tanto precisamos, como, neste particular, bem apontado pelo Jornal O Globo há meses).

Schwartsman poderia ter dito que na falta de mão-de-obra desqualificada deveríamos aumentar a importação de mão-de-obra da Bolívia, por exemplo. Assim fez a Alemanha com turcos. Assim faz a França com argelinos e nigerianos. Mas não. Ele quer aumento de juros e, declaradamente, "demissões". Ele quer pais de família na rua. É essa a solução que ele sugere. É no mínimo uma falta de humanidade. Mas o mercado não é humano e não tem consciência social, como sempre apregoamos. Não tem o mercado compromisso com o desenvolvimento do País e aumento de qualidade de vida do cidadão. É bom que se veja.

Assim, ponderemos por fim o argumento de Vidor, que se preocupa com a economia brasileira e a vida de cidadãos. O salário mínimo é inflacionário? Não posso negar. Neste momento é uma pressão, porque aumentou bastante nos últimos anos, resgatando uma dívida social e criando todo um mercado consumidor que não existia. Mas não é só isso. Não é só isso mesmo.

O novo salário mínimo criou um novo mercado consumidor e criou pressão por serviços, mas o descompasso existe pois não houve criação de serviços e investimentos que compatibilizassem a oferta a esta nova demanda. Então temos de trabalhar a oferta, o incentivo ao investimento. É isso que temos de fazer, e não prejudicar o povo que nunca teve nada e que agora tem algo!! Isso é atacar a inflação, mantendo ganhos de qualidade de vida da população, mantendo empregos e mantendo a dívida pública em tendência de baixa (aumento de juros aumenta dívida pública)!!

Além disso, este ano não haverá quase aumento de salário mínimo, pois o PIB de dois anos atrás cresceu pouco. E o valor do salário mínimo, uma vez posto, perde com o tempo seu potencial inflacionário por acomodação deste elemento na economia.

Assim, é o que Vidor e Delfim comentam: não aumentem juros agora. Deixem estar para ver a acomodação dos preços de forma natural. Deixem agir os elementos de mercado par ver como fica a tendência inflacionária. Para o Blog, há provável tendência de arrefecimento de pressão inflacionária daqui pra frente, apesar de alguns preços deverem ser ajustados até junho de 2013. Vamos torcer.

Pelo menos, o Blog Perspectiva Crítica está bem acompanhado. Como sempre.

sexta-feira, 22 de março de 2013

Queda de rating de CEF, BB e BNDES - a necessidade de agência de rating brasileira

Pessoal, grande parte das verbas que aumentaram no BNDES foi via governo. Sim, aumenta endividamento do Banco com o governo, mas os valores geram negócios. Pergunto, como andam os lucros do BNDES? Alguns não dão certo? Sim, como um empréstimo feito à empresa americana AES, parece, que deu calote no BNDES na época da privatização do sistema elétrico no período FHC, mas o BNDES ficou com a participação societária na concessionária elétrica abandonada.

Então, as operações do BNDES sempre são garantidas. Há risco nos negócios. Mas os lucros do banco sempre ocorrem e aumentam, ano a ano, sendo seu capital próprio muito mairo do que o do Banco Mundial, inclusive.

Seu rating cair para agências internacionais é um espanto, mas pior ainda é a queda do BNDES, CEF e BB ao mesmo tempo!! CEF e BB cresceram participação em Credit Market Share, desde 2008, seus lucros saltaram ano a ano, o índice de calote e suas operações de crédito são menores do que o do mercado bancário nacional.. como pode queda de rating?!?

Não vi as projeções. Não sou economista formado. Mas não preciso ver nada para com essas informações achar muito estranho a queda de rating desses magníficos bancos e, pior, ao mesmíssimo tempo!!!

Ficam os privados, que extorquem seus clientes, que não ousaram emprestar aos brasileiros na época de crise e assim perderam mercado, que não tiveram o mesmo lucro e que têm índices maiores, em média, de calote em suas operações, com seus índices intocados, par poderem, no fim desse ano se justificar aos acionistas que perderam mercado e lucratividade, mas não perderam nível de crédito ou rating, segundo as agências estrangeiras de rating.

Muito estranho, mas seria mais estranho se essas agências gozassem de credibilidade que deveriam.

Por favor, criem agências brasileiras de rating!!

p.s.: Importante salientar que o BNDES, o BB e a CEF não tem um centavo em títulos da dívida grega, portuguesa, irlandesa ou espanhola. Mas o Santander, o Deutsch Bank, o Paribas e o Bankia têm. Em que medida houve queda do rating de bancos europeus e americanos (como o Citibank que foi estatizado pelo governo dos EUA para não falir e somente agora foi reprivatizado) em comparação aos muito mais seguros bancos brasileiros, em especial BB, CEF e BNDES? Qual o rating desses bancos europeus semi-falidos e em risco real de calote altíssimo, em relação ao BNDES, CEF e BB? Gente, essa classificações estrangeiras têm total viés político. É uma absoluta palhaçada e exercício de poder informativo e econômico, com reflexos reais sobre o custo de tomada de empréstimo pelos nossos bancos!!! É um crime contra o Brasil!  

Apagão Logístico, chineses rompem compra de soja, parabéns ao Globo

A manchete do Jornal O Globo de hoje, 22/03/2013, não podia ser mais feliz!!

"Apagão Logístico faz China cancelar compra de soja".

Senhores e senhoras, está aí uma crítica à incompetência gerencial do governo que não se poderá contrastar. É claro que esta incompetência não é privilégio do Governo Petista, pois durante oito anos do Governo FHC, nada ou quase nada foi feito nesta seara também. Aliás, menos do que o Governo petista fez.

Mas isso não retira a parcial culpa do governo pelo fato. Há onze anos no Poder, o Executivo, que tem mérito absoluto em crescer a pauta de exportação e importação brasileira, muito mais do que FHC, em expandir tratados internacionais de comércio pelo Globo ao invés de insistir em ser satélite da Europa, EUA e Japão, enfim, com todo o sucesso em crescer o comércio exterior, deveria ter o Governo já realizado todo um conjunto de obras, e especial portos, para escoar produção brasileira que também só aumenta!!!

É claro que não dá para exigir que toda a logística se refaça ou cresça em pouco tempo, mas por que, eu pergunto, o Arco Rodoviário do Rio de Janeiro não está pronto?!?! Por incompetência absoluta do atual governo petista!!! Por descomprometimento com as obras de logística!! E isso por todo o País!!!

O governo se esforçou para entregar o superávit que a mídia queria? Sim, e entregou 1/5 de todo o superávit de 2013 em janeiro!! Difícil exigir que o governo fizesse diferente, porque a mídia cobrou isso!! Mas precisaria ser feito toda essa economia? Não seria melhor ter acabado com o Arco Rodoviário do Rio de janeiro, portos pelo País, estradas?!?! Afinal o superávit foram de 33 bilhões!!!!!!!

Veja que a própria mídia tem culpa também!! É ela, essa miserável, vendedora de manchetes e atacante do governo de carteirinha, que fica exigindo cumprimento de superávit.. aí o governo entrega o superávit, economizando o dinheiro que poderia ter ido para a logística, e quando há o "apagão logístico" passa a acusar a incompetência do governo!!!

É claro que o governo não poderia sair gastando, pois além da questão do superávit, há o de que aumento de investimento/gasto público pressiona inflação e no fim de 2012 a inflação fechou em 5,84%.

Mas entendemos que como o horizonte inflacionário está melhor, se pode esse ano gastar mais e realizar mais. E é o que acontecerá, pois é ano anterior à eleição.

Enfim, o apagão logístico existe. Dessa vez não é factoide da imprensa. Ressaltar isso é bom para o País e o Globo, nesse caso, está de parabéns, apesar de a grande mídia ter contribuído para esse apagão ao exigir superávit (exigência de bancos par garantir pagamento de dívida pública) e não exigir o cumprimento de obras de forma mais veemente, inclusive apontando que não é necessário exagero de superávit e que ao invés disso deveria se priorizar o investimento público!!

Mas a imprensa não está aqui para ajudar não é? Quem sabe um dia? Ela está aqui para garantir a eleição do PSDB. Então ao invés de apontar corretamente erros de governo, como o faz agora com o apagão logístico, e que são vários e podem ser legitimamente explorados, ela exige várias coisas puxando cobertor curto pra cá, pra lá, pra acolá, no sentido de desbaratinar o governo e depois apontar as não realizações. Essa é a minha impressão.

Mas se apontasse cordatamente os erros e descumprimentos, o que muitas vezes faz, estaria colaborando para o desenvolvimento do País ao mesmo passo em que poderia cobrar os resultados almejados de forma completamente legítima.

A China, com esse rompimento de contrato, deixando de comprar 5% da produção de soja do País, fez mais pelo investimento na logística daqui para frente do que qualquer oposição ou a mídia poderia fazer!!!  Agora os empresários e a mídia pararão para pensar sobre exigências de cumprimento de excessivos e desnecessários superávits fiscais. Agora se dará a devida atenção à logística por medo efetivo de perda de negócios.

Para a economia interna... um pequeno alívio para o consumidor.. a soja volta ao mercado interno e pode baixar alguns preços por aqui!! Assim esperamos.. ao menos isso!! rsrsrsr

p.s.: Senhores, antes de escrever um artigo sobre o tema, Fábio Megale, colaborador constante do Blog, informa que o problema de excesso de prazo ocorreu no Porto de Santos, privatizado!!! E que um dos problemas de incapacidade de escoamento da produção é que a RFFSA, privatizada, não teve sua malha viária aumentada pela empresa privada que hoje à administra!!! Verifiquem por favor esses dados que demonstram que a culpa pela desistência de contratação da China da soja brasileira é da área privada e não do Governo, no caso!!!! Gravíssima a informação omitida pela mídia convencional.

p.s. de 05/04/2013 - senhores, Fábio Megale me informou por email que Porto de Santos está sob administração mista, através de empresa federal com participação majoritária do governo. Ou seja, a despeito da adminstração do Porto de Santos ser por empresa de natureza privada, hoje é uma estatal, segundo, parece, determinação de uma Medida Provisória. Assim, em relação à administração do Porto de Santos, apesar de a empresa não se confundir com o Governo, como a Petrobrás, Banco do Brasil e CEF, o governo tem sua parcela de culpa em no mínimo se omitir em cobrar soluções. Mas a privatização da RFFSA e a falta de expansão de sua malha é culpa privada. E o governo tem culpa geral na falta de estruturação logística dos portos, pois se quer aumentar escoamento de produção, se licenciamento ambiental demora, o governo tinha que agir com antecedência para viabilizar os investimentos e a melhora da logística, inclusive acusando ou chamando a responsabilidade da área privada no que fosse de sua responsabilidade. Ficamos assim.

Benedita da Silva extingue o emprego de empregada doméstica!!

Bom, está feito. Benedita da Silva, ao dar andamento à PEC das empregadas domésticas, garantindo os mesmo direitos ao trabalhador formal, extingue este modo de emprego.

É simplesmente impossível ao contratante manter empregada doméstica com os mesmo direitos do trabalhador formal. Imagina você ter de pagar auxílio-creche para sua empregada. Imagina o recolhimento do FGTS e INSS. Qual o custo da empregada agora?

E a empregada que dorme em casa? Será hora extra? Ou será entrega em natura de parte do salário, já que é uma "hospedagem"?

Gente, o grande problema é a Benedita ter explorado a ignorância das domésticas quanto à sua real condição, quanto à condição de seus contratantes, que não são empresas, mas trabalhadores endividados, normais brasileiros. E também houve a prevalência da exploração da bandeira da igualdade laboral em dissonância com a realidade sócio-econômica-educacional das empregadas domésticas. Te pergunto: se você demitir sua empregada de 40 anos, semianalfabeta, ela irá trabalhar onde?

Então, isso foi a maior imbecilidade no Brasil dos tempos de hoje! Só quem ganhou foram os políticos, como Benedita, que imediatamente posam de benfeitores das coitadinhas empregadas domésticas. Mas a verdade é que os empregadores ficaram sem poder pagar por esse serviço e, principalmente, não querendo arcar com riscos trabalhistas de futuras e certas ações trabalhistas, enquanto que as empregadas domésticas ficarão sem este tipo de emprego, em que tinham uma relação quase familiar, na grande maioria dos casos, em um mercado com grande concorrência e em que seus salários aumentaram muito.

Agora sobrará ao simples integrante de classe média, contratar via empresas a terceirização dos serviços domésticos, porque, gente, não demorará muito e as ações trabalhistas chegarão a todos vocês que contratam serviço de empregada doméstica.

Infelizmente, apesar de esta classe ser conhecida pelas boas domésticas, há as más. Há as aproveitadoras. Todos sabem. Estas entrarão como ovelhas, e sairão com ações trabalhistas contra seus empregadores rápidas feito lanças e flechas.

O que pode você, contratante comum fazer? Pague uma consulta com um bom advogado trabalhista. Contrate por escrito toda a relação, inclusive regule o direito de a empregada dormir na casa. lembre-se que direito trabalhista existe com a finalidade precípua de proteger o trabalhador e que a jurisprudência e a interpretação das leis trabalhistas são naturalmente, e assim devem ser, a favor do trabalhador.

Não alimente a esperança de que a justiça Trabalhista entenderá o seu caso ou que a ´"verdade prevalecerá". No Judiciário não existe verdade, só provas. Nesse momento a frase de Warren Buffet é primordial: "Não existe bom negócio realizado com uma má pessoa e não existe um mau negócio realizado com uma boa pessoa." Contrate e mantenha contratado somente pessoa em que você possa confiar, pois esta terá valores morais que a inibirão em te espoliar com ações trabalhistas de razoabilidade técnica, apesar de contraste com a justiça dos fatos.

Essa lei só faria sentido quando as empregadas domésticas tivessem a possibilidade de estudar e ter outras opções de emprego, pois hoje somente a disponibilidade de sua mão-de-obra era o suficiente para valorizar seu ofício. Agora, o risco de contratação e seu custo está altíssimo para o contratante comum. Tentador contratar através de empresa, desobrigando-se de questões trabalhistas e previdenciárias. Isso precarizará a relação de emprego das empregadas domésticas, baixará seus salários (trabalhando para empresas e não mais para a casa diretamente), e pode forçar o desemprego de milhões de empregadas domésticas, ao mesmo passo em que criará a desassistência das famílias brasileiras deste tipo de serviço, o qual, com o aumento de nível de escolaridade de nossas crianças pobres, naturalmente estava fadado a uma extinção em etapas mais gradativas.

Em suma, foi uma bobagem, e uma imbecilidade, que, ao ver do BLOG PERSPECTIVA CRÍTICA prejudica as empregas domésticas de todo o Brasil e as famílias que delas se assistiam, ao argumento falacioso de, considerando as características especiais que rondam este trabalho, garantir igualdade de tratamento às empregadas domésticas.

Benedita da Silva exterminou este tipo de emprego no País precocemente.

Aguardamos para verificar a correção de nosso vaticínio.

p.s.: Esse artigo é em homenagem á minha amiga Adriana do Instituto Guanabara! Ela sugeriu o tema enquanto nos encontramos por acaso no Quartier de Ipanema!! Obrigado Adriana!

p.s.2 de 22/03/2013: também quero dedicar este artigo à Fátima, babá de minha irmã, secretária de nossa casa há décadas, desde tenra idade e integrante de nossa família como ela sabe. Assim como sua predecessora, Angelina, que hoje descansa no jazigo perpétuo de nossa família, ela sabe que não é uma simples doméstica. Nós cuidamos de sua saúde, porque o Estado é ridículo e incapaz, sempre que ela necessita e necessitar. Seu salário, acima da média, garante sua possibilidade de pagar plano de saúde e garantiu a possibilidade de comprar uma residência no Méier. Nós a informamos sobre o INSS e recolhemos as obrigações trabalhistas, e inclusive demos informações financeiras e tudo o mais que estava ao nosso alcance para a melhoria de sua vida e de seus sobrinhos e família, que ascendem hoje através de educação. Continuaremos fazendo isso, naturalmente. Mas duvido que se ela não existisse, meus pais contratassem agora alguém nos mesmos moldes. Isso acabou. Benedita acabou com isso. Agora é patrão e empregada. Regras trabalhistas formais idênticas a de um trabalhador de empresa. Minha experiência como advogado e analista judiciário, quem possui muitos amigos advogados, pode te garantir que ações trabalhistas pipocarão contra empregadores de empregadas domésticas que não sejam antigas e de confiança da família. Nós continuaremos com a Fátima até o fim de sua vida, se assim ela quiser. E seu espaço no jazigo da família está lá. Mas a não ser alguma exceção que não consigo vislumbrar (posso estar errado), fico profundamente tentado, pelo meu conhecimento empírico e técnico, a procurar empregadas domésticas terceirizadas a partir desta nova legislação. A condenações em ações trabalhistas, caso você não registre adequadamente suas obrigações, e caso a empregada e seu advogado se aproveitem disso, senhores e senhoras, são de falir qualquer família (qualquer caso de prestação de serviço por 5 anos mal registrado pode chegar à divida de 200 mil reais). Fiz minha parte para aqueles que me seguem.

p.s.3 de 02.04.2013 - artigo no Jornal O Globo de hoje, pg. 19, parece confirmar nossa previsão: demissão de domésticas, aumento de currículos e demanda em empresas de locação de mão-de-obra de doméstica. Leia os comentários.

p.s. de 03/04/2013 - artigo de hoje do Globo na página 25, indica que o autor da PEC das Empregadas Domésticas é o Deputado Federal Carlos Bezerra (PMDB/MT). Mas houve grande divulgação da imagem de Benedita da Silva em várias oportunidades de entrevistas no Globo sobre o assunto e divulgações de discussões no Congresso. A legitimidade de Benedita em relação a essa discussão é clara, devido à sua origem humilde e que ela a faz questão de frisar em público. Ela é representante, como ela mesma diz, da "mulher, negra e pobre". Justamente nesta condição deveria, ao meu ver, ter realizado as ponderações que diminuiriam risco ao emprego das empregadas domésticas. Inclusive em todos os momentos que participou da tramitação da PEC. Mas o apelo popular da matéria é imenso. Fica aqui, portanto o adendo proporcionado por matéria recente do Jornal O Globo. Agora, é ver no que vai dar. Pra mim, já deu e nos termos do artigo.

Perguntas Complexas, Respostas Publicadas 8 - Sìndromes de Brasileiros - Resposta ao Daniel

Pessoal, Daniel fez excelente pergunta que gerou boa resposta que complementa o artigo sobre Paradigmas Sócio-culturais -comportamentais", acessível em http://www.perspectivacritica.com.br/2012/02/paradigmas-socio-culturais.html?showComment=1363694099042#c3889032877498871122.

Sendo assim, como ficou uma resposta gigante enviada via emial e o assunto ficou ótimo, compartilho com vocês.


Pergunta do Daniel Positivo:
"Bom dia, Mário Cesar.

Parabéns pelo seu artigo, muito esclarecedor e informativo, além de ser leitura necessária para nossa população.

Poderia elencar as síndormes da cultura brasileira que tem conhecimento?

Ministro workshops para o desenvolvimento de líderes e abordamos muito a questão cultural do brasileiro em relação ao tema, em especial as características do paternalismo, do "amigão", que não consegue ser assertivo nem dizer "não" e do coletivismo, no qual pessoas evitam se destacar para não sair do grupo.

Caso queira podemos conversar mais à respeito, meus contatos daniel@dimensaohumana.com facebook: danielpositivo

Abs!"



Resposta do BLOG:

Amigao, vou compartilhar a resposta que dei a você por email, pois acho que ficou bem legal e todos os leitores deveriam ter acesso.

"Daniel, para falar sobre todas as síndromes de brasileiros seria difícil. Se você for procurar muitas, encontrará muita síndrome completamente natural em todo ser humano, em especial todo ser humano oriundo de sociedade ocidental, cristã e capitalista. Vale a pena ler "Como fazer amigos e Influenciar pessoas" de Dale Carnedgie para os temas que você ministra (tenho certeza que você já conhece). "Auto-Engano" de Eduardo Gianneti (não tenho certeza do autor, não estou com o livro aqui) e "Tornar-se pessoa" de Carl Rogers.

Mas sobre síndromes de brasileiros, posso te dar as seguintes dicas: somos latino-americanos. Somos descendentes de ibéricos, negros e índios. Negros e índios foram aculturados e seus mitos e lendas praticamente apagados do arcabouço imediato brasileiro. Quem conhece cultura africana? E cultura indígena? Quais são seus valores que são irradiados na sociedade brasileira?

De pronto digo que dos indígenas parece que o asseio (banho em desproporção a outros povos) e o culto ao coletivo e à amizade parecem ter impregnado nossa cultura. O tema é difícil pois você não acha muitos livros sobre isso. Posso te indicar "Brasil na América" de Manoel Bonfim. Ele conta uma história brasileira que considera a psicologia dos povos que formaram a sociedade brasileira e compara com a psicologia dos povos que integraram a américa espanhola, por exemplo. A escrita sobre a história considerando aspecto psicológico é difícil de ver. Um exemplo excelente deste exemplo de abordagem da história pode ser encontrado em Tito Lívio, no livro "A Monarquia", publicado pela Editora Crisálida.

Tento fugir de te dar conceitos fechados, como você percebe. Mas te darei algo concreto. Fujo, pois não posso dar os conceitos fechados, pois são sempre uma leitura minha, assim como você pode ter a sua. Assim, as leituras para exercício da visão do espírito social é importante, como naturalmente você sabe.

Mas considerando nosso arcabouço cultural, posso dizer que as síndromes mais claras são a do "fidalgo", já explicada; a da inversão da postura da vítima (você é culpado porque te assaltaram, pois você deveria ter fechado o vidro do carro no sinal - isso é um absurdo pois o bandido é que não deveria te assaltar); o culto ao coitadinho (deriva de nossa educação cristã, é um grande mal junto com as máximas "dê a outra face", por exemplo), e a síndrome de vira-lata (não se crê que o brasileiro possa ir além, fazer mais, inovar, ser líder, apontar o caminho e dominar).

Os casos que você deu, sobre o amigão e o do coletivismo, como você denomina, na verdade, como todas as síndromes humanas podem se manifestar de certa forma aqui, mas não vejo como síndromes próprias do brasileiro. São reflexos naturais do ser humano que quer ser aceito. Isso é semelhante em muitas sociedades. É o mesmo caso pelo qual em nossa sociedade que cultua o magro, o gordinho ser obrigado a vestir a roupagem de simpático, alegre e amigo para ser aceito. E o avesso pode ser o caso da menina bela que não sorri. Não sorri porque não precisa ser amável para atrair simpatia e às vezes sendo amável até atrai problemas!! É muito interessante isso. Tanto a simpatia do gordinho quanto a sisudez da bela podem ser atitudes defensivas. Mas sobre isto estamos numa seara mais psicológica humana normal e comum do que síndrome eminentemente brasileira, a meu ver.

Para você falar de síndrome brasileira, você deverá buscar um traço cultural brasileiro que justifique a síndrome e conseguir mais ou menos de forma tranquila demonstrar que isso ocorre no Brasil diferentemente do que ocorre em outros países. Mas toda síndrome humana é válida para seu tipo de palestra sob a perspectiva de atuação no trabalho, conhecimento pessoal sobre limites, e são todas importantes. Mas você me pediu as síndromes brasileiras e tento ver as somente de brasileiros e não as normais que você já com certeza viu e ponderou. Foi o que você me pediu.

Assim, a questão do fidalgo, como expus, creio ser síndrome brasileira. Como você pode abordar isso em sua palestra, é contigo pois você é quem faz o roteiro da abordagem, define finalidades e objetivos didáticos. Toda a síndrome dá margem a muitos reflexos na seara pessoal, familiar, cívica e no trabalho. Abordar tudo isso aqui seria extenuante e você pode fazê-lo. Se quiser um encontro sobre o assunto também estou à disposição.

Um caso grave é a influência da educação cristã que acaba influenciando muito fortemente nosso comportamento e tornando inaceitável você poder por exemplo discutir sobre aumento de salário e aumento de salário de servidores, pois "dinheiro é sujo", como a bíblia diz. A bíblia diz que você deve viver com o suor do seu trabalho e não cobrar juros, por exemplo. Isso acaba limitando nossa sociedade de querer mais como as sociedades protestantes não experimentam, já que o lucro é justificado pela religião cristã protestante.

"Dar a outra face" também é outro conceito cristão de boa conduta que é generalizado e tornado valor absoluto,  e impede reação e cria toda uma sociedade de vacas de presépio, que somos nós, aturando abusos, absurdos de políticos e não exigindo nada, não fazendo passeatas como europeus fazem não participando de sindicatos...

O culto cristão à "figura do humilde" é outra lástima que paralisa e dá substância à síndrome do culto ao coitadinho, incentivando que todos sejam menores e que sejam admirados por essa falta de ambição. Como são admirados, não há incentivo a crescer, pois no fundo, todo homem busca admiração. Se a tem, nada mais fará para que possa tê-la. Lógico que não se quer transformar nossa sociedade na americana que é o oposto a tudo isso que escrevo e que é nosso e que nos faz mais felizes.. mas nem tanto ao mar e nem tanto à terra!!

O culto à lenda de Golias e David também acabou deturpada na compreensão popular, através de pregações e se admira tanto o pequeno ter quebrado o grande que não se admira mais quem é grande!! O grande é corrupto, como Golias. O grande é inimigo. O grande não pode ser admirado. E Eike é odiado por muitos. Mas isto esconde o fato de que os que o odeiam muito mais o invejam e o fato é que sua grandeza ofusca o invejoso e traz à tona para ele mesmo, o invejoso, o quão pequeno ele é. E a maioria dos que gostam dos humildes, gostam porque o humilde é menor do que ele e assim ele se sente superior e podendo exercer sua magnanimidade reconhecendo que o outro "é humilde" , "que bonitinho". O humilde, que talvez não tenha muita chance de ser outra coisa, é identificado socialmente como "o humilde" e admirado por essa característica, então forma-se a simbiose e os dois vivem felizes em sociedade.

Enquanto isso os de grande espírito, mesmo que nunca tenham realizado grandes coisas, admiram os grandes realizadores, não os invejam. É preciso ter grande espírito para admirar alguém maior do que você. É preciso ter coração puro e não ser invejoso. Veja que a Bíblia também cultua os de coração puros e condena a inveja, mas não é essa a leitura que prepondera em nossa sociedade. Prepondera a condenação ao lucro, ao aumento de salário, a desejar algo maior. Prepondera o culto a ser cordeiro de Deus, vítima, conduzido, coitadinho.

É muito uma distorção social da visão dos exemplos de conduta bíblicos sob uma ótica paralisante cristã. A ótica não é paralisante porque é cristã, mas é uma ótica cristã paralisante que influencia nossa sociedade. Agora, vai falar sobre a influência da religião sobre o comportamento social!! É muito delicado.

Quer fazer algo novo? Quer indicar síndromes eminentemente brasileiras? Procure na Bíblia e pense no reflexo paralisante de vários modelos de lendas e parábolas. Retire o conteúdo religioso, pois é tabu na nossa sociedade e ninguém te entenderá se você falar como eu falo, monte as síndromes de forma laica e você estará tratando as síndromes eminentemente brasileiras, além do que já disse, ao meu ver.
Espero ter ajudado.
Abs
Mário César Pacheco"

Daniel, foi fantástica a oportunidade de troca de idéias!! Obrigado por acrescentar ao Blog amigão!

Fique sempre à vontade.

p.s.: naturalmente os negros contribuíram para formar arcabouço cultural brasileiro. Samba seria inimaginável sem a contribuição negra, ou a umbanda.. mas o tema é sobre síndromes comportamentais, desvios de condutas negativos.. nota-se que os valores sociais que levam a estas "condutas e psiquês prejudiciais ao brasileiro" nada têm a ver com contribuições culturais indígenas ou africanas. Neste sentido, a abordagem minimalista da influência indígena e africana sobre a formação de Síndromes e Paradigmas Sócio-Culturais-Comportamentais brasileiros, sob perspectiva negativa destas mesmas síndromes e paradigmas. A influência positiva no comportamento do brasileiro, que há, seja da cultura indígena, africana ou da própria religião cristã, não é objeto do artigo e do estudo apresentado.

quinta-feira, 21 de março de 2013

Ministro Paulo Bernardo - duro com servidores, generoso com as teles

Artigo publicado no Jornal O Globo de hj, pag. 08, intitulado  "PT e Paulo Bernardo estão em pé de guerra", dá notícia de que Paulo Bernardo vem sendo chamado de traidor por integrantes do PT.

Sua noção de contenção do gasto público é bastante seletivo. Enquanto esteve à frente de "negociações" com os servidores sobre concessão de reajustes inflacionários previstos na Constituição, assim como discutindo aumentos e adequações remuneratórias que implantassem uma maior isonomia entre servidores de cargos análogos em todos os Poderes, o Sr. Paulo Bernardo foi o intransigente "defensor do Fisco", dificultando tudo o que pôde para ao final não dar aumento nem reajuste a ninguém, mesmo com carreiras desestimuladas, sofrendo achatamento salarial via inflação não reposta na a ano pelo governo. Hoje Miriam Belchior, parece que sua esposa (se não me engano), continua seu papel de impedir o estímulo ao exercício das carreiras públicas, e uma das consequências é não haver quem queira ser professor!!!

Entretanto, como Ministro das Comunicações sua noção de economia de recursos públicos é bastante diferente: está concedendo subvenções, subsídios, desonerações fiscais a todas as teles, empresas bilionárias que entregam cada vez pior serviço telefônico ao cidadão brasileiro.

Ou seja, economia contra o salário do servidor, trabalhador brasileiro, inclusive contra determinação constitucional de garantia de reajuste inflacionário anual, pode!! Mas já quando se fala de empresas bilionárias e mal prestadoras de serviço público à população, ao invés de punição e exigir suas obrigações pelos lucros que auferem, concede subsídios com o dinheiro público!!

Fantástico! Está sendo chamado de privatista pelas fileiras do PT. e de traidor. É o que realmente parece. Traidor da causa trabalhista, sem dúvida! E entreguista de dinheiro público às bilionárias teles que não merecem, já que não há hoje em dia uma ligação que se possa realizar do início ao fim sem que "picote", oscile o sinal ou simplesmente caia a ligação.

O Blog está atento à conduta das autoridades, impedindo a falta de memória pública. Fez? Então que a se publique e não nos esqueçamos!

quarta-feira, 20 de março de 2013

STF defende a Federação Brasileira ao impedir butim e espólio dos royalties do RJ, ES e SP

O roubo contra Estados produtores de petróleo encontra-se impedido, por ora. A relatora da Ação Declaratória de Inconstitucionalidade proposta pelo Rio de Janeiro contra a PEC dos Royalties concedeu liminar suspendendo os efeitos da PEC aprovada pelo Congresso, derrubando vetos presidenciais que protegiam as finanças dos Estados Produtores e a harmonia federativa.

Importante notar que somente por medo de perder de imediato receita proveniente do butim sobre os Estados Produtores é que os principais Governadores - instigadores e colaboradores desse movimento anti-federativo, anti-federalista, corrupto, inconstitucional, imoral e anti-ético de desconsideração de direitos compensatórios constitucionais dos Estados Produtores - sugeriram considerar a hipótese defendida há quatro anos e meio pelo RJ, ES e SP de excluir as novas regras de distribuição dos contratos já existentes, das áreas já licitadas.

É bom deixar claro o que significa isso: não é adoção de postura por amor federativo, por racionalização do que é justo, por atenção ao fato de que os valores são essenciais ao RJ, ES e SP e 308 municípios. Também não foi a consideração de que sem esses valores municípios e Estados produtores se transformariam em colônias de exploração com queda de qualidade de vida para os moradores locais e até para os migrantes em busca de trabalho na atividade petrolífera.

A mudança de postura foi até declarada que seria porque melhor garantir 80% dos royalties já do que nada, em caso de o STF conceder a liminar.

É o cúmulo! Realmente, como não poderia deixar de ser, a liminar foi concedida e o direito de minoritários da Federação estão assegurados, por enquanto. Mas o episódio deixa claro que Tarso Genro, Governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Campos, Governador de Pernambuco e Aécio Neves, ex-governador de Minas Gerais, agiram como ladrões, incentivadores do espólio federativo, egoisticamente e a mal da Federação Brasileira.

Nenhum desses senhores merece voto de Fluminenses e Capixabas ou Paulistas ou de qualquer cidadão que vive em Município Produtor. Ninguém foi à ajuda dos Produtores. Somente o PT e Dilma fizeram isso em momento grave e necessário. Lula que criou o problema também chegou a ajudar em determinado momento, mas inutilmente, pois o caldo já estava derramado. Foi ele que criou o problema, mas todos os outros entraram com lobos sobre cordeiros feridos e abandonados à própria sorte.

Você que lê este artigo talvez não saiba, mas se passasse ou se passar essa PEC espoliadora, o futuro dos filhos dos cidadãos de Municípios e Estados produtores será muito pior, pois as economias destes Municípios e Estados serão gravemente afetadas.

Como sabíamos, o STF não poderia deixar a atrocidade à Constituição ir em frente.. lógico. Mas foi interessante para ver com quem, no tema, o RJ, ES e SP e todos os 308 Municípios Produtores podem contar: nenhum político de projeção nacional, a não ser Lula e Dilma.. os únicos que fizeram algo para abrandar a loucura anti-federativa de estupro das finanças públicas e direitos compensatórios constitucionais dos Estados e Municípios produtores.

p.s. de 27/03/2013 - quero fazer um justo adendo aqui. O Jornal O Globo vem dando especial atenção ao caso royalties. Suas várias publicações, com espaço adequado, destaque adequado e congruência informativa colocam esta mídia do lado honesto e de lato nível no debate deste caso escabroso que ameaça a Federação Brasileira. Neste caso em particular, o Jornal O Globo tem os parabéns do BLOG PERSPECTIVA CRÍTICA por defender a Justiça Constitucional, a minoria federativa, a Federação Brasileira, contribuindo para realizar determinação constitucional e a defesa do projeto perene da Nação Brasileira. Parabéns Jornal O Globo. Os agradecimentos do Blog Perspectiva Crítica.

segunda-feira, 18 de março de 2013

Raciocínio Econômico e a Correlação prática de elementos econômicos - Perguntas Complexas, Respostas Publicadas 7

Gente, esse artigo era pra ter sido escrito há muito tempo. Mas é difícil, nunca vai estar perfeito e sempre dará margem a discussões. O impulso a escrevê-lo agora veio do pedido de ajuda da leitora Elaine Madeira e da minha insatisfação em relação à resposta que lhe dei  no artigo "Análise Econômica Março de 2013".

Como acontece em todos os casos que levam à lista "Perguntas inteligentes, Respostas Publicadas", esse foi um caso que não daria para responder simplesmente através de novo comentário, como sempre faço, e eu deveria, obrigatoriamente, tratá-lo em artigo próprio. Na verdade a lista "Perguntas inteleigentes, Resposta Pubicadas" deveria se chamar "Perguntas Complexas, Respostas Publicadas", pois muitas outras perguntas feitas são igualmente inteligentes mas são específicas e bem sintonizadas com o artigo que gerou a pergunta, mas não geram a necessidade de grandes espaços de resposta.

Então a questão não é ter sido inteligente a pergunta, já que todas são. A publicação deriva do fato de que a pergunta não consegue ser respondida ou abordada adequadamente em comentário. POr isso também nomeiei o artigo com esse novo título, mantendo a numeração da série "perguntas Inteligentes, Respostas Publicadas". E a numeração não está perfeita, pois outros artigos dizem claramente que são respostas a perguntas de leitores e seguidores e não foram elencados na série, pis o tema era tão relevante que exigia título mais objetivo quanto ao seu conteúdo.

Em suma, dar título a artigos é difícil e tentar estabelecer um bom link e uma boa comunicação com os leitores não é fácil, gente. Vamos em frente.

Elaine Madeira pediu para que ajudássemos a fazer uma resenha sobre "juros salgados disparam juros e dólar despenca a R$1,95". Era mais ou menos isso em seu comentário ao artigo "Análise Econômica de Março de 2013". Como estou com tempo, pois estou de licença médica, posso dar o tempo ideal ao problema e não deixá-la só com as respostas limitadas dos comentários que lhe escrevi no mesmo artigo.

Vejam, o pedido dela nos remete à análise sobre a correlação entre juros, inflação e câmbio. O que dizer para quem quer entender essa correlação? Em um artigo, infelizmente terei de dizer pouco e tentar passar informação importante que ajude a qualquer um entender essa correlação. Isso, me limita muito. Mas vou tentar. Tenho que falar coisas que sejam pouco discutíveis. Então lá vai.

Toda a atividade econômica do País, influenciada por condições produtivas internas (clima, tributação, logística, infra-estrutura, mercado interno, juros bancários, custo de produção, endividamente familiar..) e externas (clima, atividade econômica de países importadores do e exportadores para o Brasil, política monetária e fiscal desses países..), oscila e evolui gerando crescimento do PIB ou decréscimo do PIB. O PIB é normalmente basicamente dividido em três grandes partes: oscilação do setor primário (indústria primária extrativa - minerais, petróelo, água, agrícolas, pecuária, pesca..), setor secundário (industrial), setor terciário (setor de serviços).

Em um ano um setor pode ter decréscimo e os outros dois acréscimos, o que pode resultar em PIB positivo. Para isso é importante notar como em determinado país é distribuída a importância de determinado setor ou setores no PIB. O ideal é que o PIB aumente todo ano, pois significa que a economia está crescendo, gerando empregos e riqueza e tributos para a sociedade.

Esses três setores funcionam por meio da Oferta e da Demanda. A produção gera a oferta de produtos e a sociedade (através de pessoas físicas ou jurídicas) gera a demanda. Quando a produção/oferta é maior do que a demanda, há excesso de produtos e seu preço cai, gerando deflação para aquele setor ou para o mercado daquele produto, dentro de um setor econômico. Quando a produção/oferta é menor do que a demanda, os bens rareiam em sociedade e seus preços aumentam. Quando os preços descem, há pressão deflacionária (deflação), quando sobem, inflacionária (inflação).

Daí você já percebeu: inflação zero é utopia!! Pois todos os produtos e mercados dos três setores deveriam dar somatório zero para seus conjuntos de oscilações individualizadas.

Bem, visto isso. O que é PIB e o que é oferta e demanda, produção e consumo, oscilação de PIB e inflação e deflação? Avancemos.

O ideal é que o PIB cresça, mas com demanda e produção(oferta) equilibrados, não gerando inflação. Quando o consumo está alto, pode pressionar os preços, caso a oferta não seja adaptada a esse aumento de demanda, e pode ocorrer inflação. Assim, há dua formas de se atuar para combater a inflação: diminuindo a demanda ou aumentando a oferta!! Se você entendeu até aqui, você já sabe mais que a maioria dos economistas!! e Principalmente dos jornalistas econômicos!! UAHUAHAUHAUH

Como diminuir a demanda? Ninguém pode impedir ninguém de comprar com o dinheiro que tem, mas pode dificultar este gasto através de medidas macroprudenciais ou por aumento de juros selic, o que aumenta o custo do dinheiro. Cabe ao governo, gerenciando a política monetária, através do Banco Central (autarquia federal que executa a  gerência da política monetária - subordinada ao Governo oficialmente, mas autônoma na prática de mais de 15 anos) adotar medidas que aumentem o custo do dinheiro, desestimulando a demanda para compatibilizá-la com uma oferta baixa.

As medidas macroprudenciais são medidas indiretas de controle da demanda, sendo as mais conhecidas o aumento de depósito compulsório (congelamento/indisponibilidade de parte de estoque de valores depositados em conta corrente em todos os bancos brasileiros e depósito desses valores no Banco Central), aumento de obrigação de colocação de valores próprios dos bancos em cada operação de crédito (o que aumenta o risco de cada operção para o banco e o faz cobrar mais juros ou emprestar menos) e diminuição de prazo para empréstimos bancários (de 96 meses, para 48 mesmes, por exemplo ou de 24 meses para doze para aquisição de determinado bem, ou pra determinada linha de financiamento). Tudo isso encarece a operação de empréstimo e desestimula compras, arrefecendo a demanda, dando tempo de a oferta se ajustar para que não haja inflação. A grande vantagem dessas medidas é que não criam dívida pública e nem atraem dólares, como aumento de juros selic.

A outra medida é aumento de juros. Que significa afetar todo o mercado financeiro de uma vez, indiscriminadamente, independentemente de se o setor primário não apresenta inflação, ou se o secundário naõ apresenta ou de se o terciário não apresenta. É jogar balde de água fria na brasa e ponto. Esfria a economia. É um antibiótico que ataca a economia na parte ruim e na parte boa. Afeta e diminui a atividade de ambas as partes econômicas, independentemente de se é necessário ou não para determinado setor ou mercado de setor.

Isso ocorre porque o custo do dinheiro aumenta pra todas as operação ao mesmo tempo, já que se o governo paga aquele valor para o mercado dar-lhe dinheiro, o que significa o investimento mais seguro da economia inteira, os bancos e agentes financeiros não aceitarão realizar outras operações por valor inferior!! Entendeu?

Aumento de juros, portanto, direciona valores internos não para a produção, mas para os títulos do governo, pois é o investimento mais seguro pra quem tem valores a aplicar. Aumento de juros ainda atrai capital estrangeiro, e faz baixar o dólar pelo aumento de oferta de dólares no mercado brasileiro. Isso tem mais uma vez um impacto deflacionário, pois muitos bens negociados em sociedade estão cotados em dólar (ex. trigo - pão), e se baixa o dólar baixa o valor do produto cotado em dólar e a inflação para o produto gera efetio matemático negativo ou deflacionário, sem ter propriamente a ver com oscilação de demanda e oferta, nesse caso.

Se você abaixa o juros selic, você barateia todas essas operações e os reflexos são contrários aos que mencionei acima, inclusive na atração de dólares para o país, influenciando, mais uma vez a economia e a inflação.

Daí, aproveitando esse gancho, já se pode dizer que o câmbio, apesar de não ter um link tão direto com a inflação como há entre o juros e a inflação, pela configuração de nossa economia e das economias modernas, tem efeito importante sobre a inflação, na medida em que produtos e serviços na sua sociedade estejam cotados em dólar ou sofram a influência desta cotação.

Mas é importante você perceber que juros, inflação e câmbio devem ser administrados e essa administração é meio autônoma entre juros e inflação, já que a inflação pode ser controlada por medidas macroprudenciais e o juros não se destina apenas a controlar inflação, mas também a incentivar ou desestimular o crescimento do PIB. E o câmbio é mais independente ainda em relação a juros e inflação, sendo sua adminstração mais autônoma, mas sem deixar de refletir na perspectiva sobre a evolução de juros e inflação, eis que, hoje, por exemplo, se o câmbio estiver baixo (dólar barato e real valorizado), puxa inflação para baixo e torna menos necessário aumentar juros para controlar inflação.

Por fim, o controle de inflação pode ser feito via aumento de oferta. Todos os instrumentos de controle inflacionário disponíveis ao Banco Central só funcionam para inflação de demanda. Quando há inflação por queda de oferta, só há duas saídas: incentivar mais oferta via aumento de importação ou incentivar produção interna, elevar taxa de investimento (público e/ou privado), para que haja mais produtos no mercado e não haja a inflação, equalizando a oferta e a demanda.

Por isso muitos países retiram petróleo (de oferta de produto oscilante, dependo de guerras nos países fornecedores) ou agrícolas (quando há problema climático e quebra safras nacionais ou internacionais) de cálculo de inflação, pois eventos erráticos e inadministráveis não indicam que houve descompasso entre oferta e demanda de forma normal, previamente aferível, e portanto não indica descontrole inflacionário, mesmo que haja reflexo real de aumento de inflação.

Bem senhores, fico feliz de ter apresentado isso a vocês. O domínio destas regras básicas e práticas, eminentemente práticas, já desvendam vários problemas de avaliação sobre se o mercado está exigindo erroneamente aumento de juros para inflações de oferta, de avaliação sobre se é melhor adotar medidas macroprudenciais do que aumento de juros selic, de avaliação se o momento é de combater inflação com incentivo à produção para aumentar oferta ou se o caso é de constranger a demanda. Também fica um pouco melhor visível a questão sobre a relação entre juros - inflação - câmbio, como queria saber a Elaine Madeira.

Naturalmente isso que eu expliquei não é tudo.. ou melhor dizendo, não é nada. Mas se isso que está escrito já for entendido, você estará em outro nível para ler artigos de economia e para perceber que a maioria apresenta informações estanques, com lógicas relacionais entre juros - câmbio - inflação tão automáticas e superficiais que evidenciam que defendem exclusivamente alguma idéia, muito antes de procurar incentivar o debate econômico para se achar a melhor saída para o desenvolvimento econômico brasileiro com alto crescimento econômico, baixa inflação, câmbio livre e estável, relação dívida/PIB estável e baixa e déficit público baixo e estável.      

p.s.: Não tratei da inflação que ocorre por descontrole fiscal. Fica a dívida. É um pouco diferente e trata de investimento/gasto público, relação dívida/pib, visões de curto e longo prazo. Fugia um pouco do debate demanda x oferta dentro de uma perspectiva mais óbvia e fácil. Foi para facilitar a apreensão do básico. Fico devendo essa. abs

p.s. de 21/03/2013: Também não falei da balança de pagamentos porque não era oportuno. abs

p.s. de 25/07/2013 - Texto revisto, corrigido (termo "oferta" alterado para "demanda" no início do texto) e efetuados alguns negritos para destaque de temas e informações-chave.

sexta-feira, 15 de março de 2013

Perguntas inteligentes, Respostas Publicadas - Parte 6

Pessoal, um comentário de Henry sobre o artigo da Yoani, acabou criando a oportunidade para falar sobre o foco informativo do BLOG PERSPECTIVA CRÍTICA e também sobre o interesse do BLOG em questões internacionais relacionadas a regimes de governo (ditatorial ou democrático), sistemas de governo (parlamentarismo ou presidencialismo) ou formas de governo (república ou monarquia). O mesmo raciocinio adotado para justificar o nível interesse do BLOG no tema regime ditatorial cubano, é o que usamos para os temas sistemas de governo, formas de governol e mesmo forma de Estado (federativo ou unitário).

Sobre o tema sistemas, formas e regimes de governo, para conhecimento superficial, acesse: http://www.educacional.com.br/reportagens/eleicoes_mundo/parte-04.asp

Como ficou muito boa e provocativa a pergunta, suscitando tema importante e oportunidade de exposição de posição política do BLOG bem como exposição de forma de abordagem deste tipo de tema pelo BLOG, consoante seu foco e finalidade informativa, publico abaixo, para mais fácil acesso, a pergunta do Henry e a resposta do BLOG.

Pergunta de Henry em comentário ao artigo "Yoani, Ditadura Política, Escravidão e Embargo Econômico":
"Teriam que fazer as mesma 40 perguntas para o "isento" Salim Lamrani --- Vcs nesse blog são de fato independentes e essa é a opinião pessoal de vocês em um mundo que deve ser essencialmente livre? Concordam em algumas coisas com FIdel? quais? 50 anos no poder deixariam vcs calados? estranhos pontos que vcs não comentam..."


Resposta do Blog Perspectiva Crítica:

"Henry, ótimas perguntas. Como respondi ao Fábio, você pode notar que o objetivo principal do Blog não é discutir opções de regimes de governo em outros países. Simplesmente porque isso não ajuda o Blog em seu objetivo de criticar fatos sociais, econômicos e políticos internos e externos e publicações sobre esses fatos, sob a perspectiva do cidadão brasileiro. Isso não ajuda a melhorar a qualidade de vida do cidadão brasileiro mais imediatamente ou de forma alguma, aliás, em condições normais de temperatura e pressão.


Revoluções internas de países, alteração do regime de governo em Cuba, Líbia, Afeganistão, Síria, Egito, qualquer lugar que você imagine, não alterará diretamente a qualidade de vida do brasileiro. Por isso ficamos distantes nestes temas, a não ser quando há reflexo de risco à soberania do Brasil ou à economia do Brasil.

Exemplo: o apoio americano ao golpe de Estado em Honduras foi errado, assim como também o incentivo ao golpe de Estado na Venezuela contra Chavez. Por quÊ? Porque esta postura atenta contra o princípio de autodeterminação dos povos. Se o povo venezuelano votou em massa em Chavez e em 90% do parlamento venezuelano, criaram uma proto-ditadura sozinhos. Ninguém tem nada a ver com isso.

Argumentos de que em determinado país existe ditadura e temos de ajudar o país a se libertar, assim como o argumento de que devemos libertar alguns povos ou etnias "oprimidos" dentro de um país estrangeiro (curdos no iraque, por exemplo, criando o Curdistão) é tudo desrespeito ao princípio de auto-determinação dos povos e encoberta sempre (digo sempre, sempre mesmo) interesse dos países intervencionistas "bonzinhos" para avançarem sobre a estrutura social, econômica e política daquele país, com reflexos de influência na respectiva região.

Então, amigo, quem tem que resolver sobre Cuba são os cubanos. Eles fizeram uma revolução uma vez e se quiserem mesmo farão outra. Os árabes sofreram décadas com ditaduras bancadas pelos EUA e agora resolveram se libertar.

par você não ficar sem respota direta, que é o que normalmente todos querem e facilita mesmo a compreensão, a postura do Blog é a seguinte em relação ao regime comunista cubano: o BLOG PERSPECTIVA CRÍTICA não apóia regime comunista em Cuba tanto quanto não apóia regime capitalista em Cuba. o BLOG PERSPECTIVA CRÍTICA apóia o direito de o povo cubano adotar o regime de governo, a forma de Estado, a forma de governo que ele, e somente ele, entenda que é o melhor para si, se que possa ser recriminado, prejudicado ou influenciado por nenhum outro País. Por isso, como o Embargo Econômico americano violenta isso que acabamos de dizer, somos, como a política externa brasileira é, contra o embargo econômico americano. Também somos contra Chavez, falecido ontem, financiar campanhas políticas de Rafael Correa, Cristina Kirchner e Evo Morales, pois isto gera intromissão em assuntos internos de outros países e prejudica justamente o respeito ao princípio de auto-determinações dos povos.

Nós do BLOG defendemos o respeito a regras e a princípios internacionais constantes de tratados internacionais, pois isso é o certo e isto fortalece Organismos Internacionais, o que reflete na maior proteção de todos os povos do planeta, independente de sua força militar, econômica e política.

Espero que tenha ficado claro. Muito obrigado pela sua pergunta. Foi excelente.

Abs e pergunte sempre que quiser! Sua dúvida pode ser a de dezenas de outros leitores."


Fui obrigado, após essa resposta a complementar um pouquinho, conforme não demandava tanto o tema quanto minha prolixidade. E foi oq ue se seguiu.

"Ah, importante.. o BLOG defende o sistema dito capitalista (modo de produção) para o Brasil, com as nuances de políticas que garantam assistência social, saúde pública de qualiadde, educação pública de qualidade e previdência social na forma como existe na Europa e em especial nos países nórdicos, pois isto enriquece os cidadãos e garnte a melhor qualidade de vida conhecida hoje no planeta para a média de cidadãos de um mesmo país com grande isonomia e equanimidade.

Como achamos isso bom para o Brasil, inclusive dentro de regime democrático e com liberdade política, econômica, de expressão e de imprensa, desejamos isso a todos os países do globo, inclusive Cuba, mas respeitamos o direito de cada povo atingir seus próprios objetivos institucionais, consoante sua única e própria dinâmica histórica e social, sem intromissão de ninguém mais.

Quem admite intromissão nos assuntos internos de um país hoje, amanhã não terá argumento para rechaçar intromissão em seus próprios assuntos internos amanhã.

Saiba que há quem defenda nos EUA e outros países ricos "bonzinhos" que nossos índios são "povos oprimidos" pelos brasileiros... o que você, Henry acha disso? Interessante, não?

Abs"

Por fim, o tema ainda suscitou algumas questões e tive de complementar mais uma e definitivavez a resposta ao Henry. Segue.
"Henry, veja só, são 01:01h e sua pergunta suscitou outra abordagem que se eu não fizer não poderei dormir. Então, para que eu durma e possa acordar cedo pra trabalhar amanha, escrevo mais isso.

A ditadura em Cuba é ruim? Ok. Mas alguns principados africanos também eram. O problema não é se é ditadura ou se vige regime monárquico. O problema não é o regime. Sua preocupação é que o povo de tal país está sendo oprimido.

Veja. Na Inglaterra há Rainha. No Brasil e nos EUA não. POrque você não liga? Porque os ingleses não sofrem. Ok. Mas a ditadura não é o problema, assim como presidencialismo ou monarquia também não é. O problema é o que a autoridade e os políticos fazem com seu povo. Certo.

Veja que na Roma Antiga o cargo de ditador tinha prazo de dez anos e era um cargo a que o proeminente romano era eleito pela nobreza romana e um cargo de alta dignidade.

Então quero que você se liberte da idéia de que "a ditadura em Cuba é ruim" primeiramente.

Em seguida, foque no que realmente te interessa: o poder político está sendo exercido em Cuba legitimamente? Está sendo bom para aquele povo? O que posso fazer?

Infelizmente as respostas são: O poder atual se instalou a partir de um movimento revolucionário legítimo para a história daquele povo. E hoje ninguém consegue unir forças contra o regime cubano. Isto é impossível? Não, pois no Orente Médio era igual e o povo resolveu alterar e alterou. Está sendo bom para os cubanos? Eles é que devem responder com sua passividade ou sua luta e não você através da idéia que você tem do que acontece num lugar que você nunca foi e com fotos e filmagens preparads por governos e mídias destes países que são contra o regime cubano (75% das imagens no mundo são produzidos por veículos de mídia ingleses e americanos). O que você pode fazer? Respeitar o princípio de autodeterminação dos povos, torcer para que tudo de melhor ocorra para os cubanos e que, se estiverem insatisfeitos, que tomem as medidas que acharem necessárias para realizarem a sua felicidade de acordo exclusivamente com seus próprios parÂmetros e não com os parÂmetros nossos ou das sociedades capitalistas ocidentais.

Temos de respeitar isso para os cubanos, assim como respeitamos a realeza para os ingleses e o direito muçulmano de que o homem pode casra com mais de uma mulher ao mesmo tempo.

Respeitemos a cultura, as instituições e as vontades, crenças e regimes políticos alheios.

Agora vou dormir graças a Deus!! rsrsrsrs Muito importante o tema."

  É isso. Acho que ficou claro, né pessoal?

Importante salientar que o termo "você" utilizado na última parte da resposta foi usado no sentido neutro. Não me referia ao Henry, mas a língua protuguesa não tem o pronome reto neutro como o alemão e como no espanhol se usa o "uno". Usei o "você" no sentido genérico, que em português equivale ao uso do "uno" em espanhol.

Até porque, convenhamos, quem sou eu para dizer o que alguém tem que fazer, esperar ou desejar?.. Eu somente emito minha opinião. O leitor é que livremente pondera a infomração que passo com a que já tem e chega à sua própria conclusão.

Agradeço ao Henry a oportunidade de abordar o tema sugerido por ele. Acrescentou muito ao Blog. Abs Henry!

Abs a todos





Recorde de acesso diário! 232 acessos em 15 de março de 2013!!

Registrando! Nunca houve acesso diário superior a 200 nos quase três anos de vida do BLOG Bom, não que eu tenha visto. Como é raro o dia em que não abro o Blog (na verdade não me lembro que isso tenha ocorrido, mas pode acontecer), é muito prov´vael que nunca tenha o número de acessos diários suplantado o limite de 200 mesmo.

Mas ontem houve 232 acessos, contados, como sempre de 22h do dia 13/03/2013 até às 22h do dia 14/03/2013, segundo parâmetros do hoster BLOGSPOT, da GOOGLE.

Mais um recorde nosso!!! Falta pouco para alcançarmos a tiragem diária do Globo!! UAHAUHAUHAUAHUHUAHUAH

Seguimos!

Valeu!

p.s.: Se, num mundo utópico, conseguíssemos obter acesso comparável ao do Globo, a informação de massa que chegaria à população não seria manca como é hoje, pois teria o contraponto, para que oleitor lesse, tivesse acesso e ponderasse sobre o que realmente seria a verdade sobre os fatos publicados do dia. Isso seria o mundo perfeito. Mas quem disse que não podemos correr atrás de utopias?! E quem disse que se resignar com as realidades duras e estéreis da vida é bom para nossa realização pessoal como cidadão, como indivíduo e como ser humano?!

Nós do BLOG PERSPECTIVA CRÍTICA, vamos, com você, leitor/seguidor, atrás da porcaria da utopia!!! Não interessa se se realizará ou não!! Faremos a nossa parte! Não nos omitiremos! Faremos nós mesmos,.. nós pouquinhos aqui mesmo, o nosso trabalho e cumpriremos com o nosso dever de proteger os interesses do cidadão, contribuinte individual, trabalhador, servidor ppúblico, autônomo, pais e mães de família!

E ponto.

Crítica à capa do caderno de economia do Globo de 15/03/2013 - a incongruência clássica entre título e conteúdo

Leiam hoje, na capa do Caderno de Economia do Jornal O Globo, à fl. 25 o destaque no canto superior à direita intitulado "Depois da queixa". Compare o destaque dado à colocação pior brasileira no ranking de desenvolvimento humano das Nações Unidas, ou seja 85º, e o teor do texto indicando que após reclamação brasileira a posição foi revista para 69º, exatamente no final do texto, onde quase ninguém na rua, apressadamente chega a ler.

A frase que começou o destaque, que é o que a maioria lê, foi a seguinte "85º É o lugar que o Brasil ocupa no ranking de desenvolvimento humano das Nações Unidas." Isso senhores é o que a maioria apressada nas ruas lerá. O termo "85º", pior e errado pois desconsiderou informações atuais da realidade do Brasil em comparação com outros quase 15 países melhor avaliados a partir desse rro das Nações Unidas, pois bem esse indicativo pior da colocação brasileira está em absoluto destaque, em formatação muito grande em comparação ao texto e na cor laranja. A informação positiva, correta e que enaltece uma melhor situação do País, a colocação corrigida 69º, está no fim, do texto, sem destaque, em mesmo formato de letra e cor do texto.

Isso não é coincidência senhores. É o destaque ao negativo e um recurso que julgamos contrário ao objetivo de mais fácil e correta informação do leitor que lê o jornal, mesmo o leitor furtivo. Do meio para o fim do texto o conteúdo é "No entanto, diante da reclamação do governo brasileiro, o órgão recalculou informalmente e o país ficaria em 69º."

Isso, eu quero que vocÊ aprenda, é o método clássico de diminuir algo positivo e enaltecer o negativo. O título, que é lido mais facilmente, assim como as primeiras frases, que mais facilmente são colhidas pela maioria imensa dos leitores, vem com a informação ruim. Mas o conteúdo, para que não fique evidente a má-fé na produção e disseminação de informação, vem com a informação verdadeira, mas alcançável àqueles que lêem com cuidado, com tempo, com atenção. Esses são poucos. E assim o resultado é espraiar-se a informação distorcida à maioria, continuando o trabalho desinformativo que tem suas finalidades próprias, em especial de crítica ao governo e desconstrução de sua imagem positiva social atual, enquanto não arranha sua credibilidade ao apresentar informação correta de acesso mais difícil, em letras de formas e tamanhos e cores iguais a todo o texto e posicionada essa informação mais ao fim do artigo ou destaque.

Veja, as Nações Unidas fizeram um recálculo. Isso não é relevante? Consideraram as reclamações brasileiras relevantes para fazerem isso. A colocação de 69º seria mais justa, a princípio, e nos enaltece como brasileiros. Então por que o jornal preferiu colocar em destaque a colocação em discussão e que é a pior, "85º", em laranja, em letra de formato diferente do texto, em tamanho equivalente ao de todo o texto que o segue junto? Interesse indutivo informativo, amigo.

O mesmo ocorreu com o título do artigo principal: "Ficou só na promessa", na mesma página 25 do Globo de hoje, 15/03/2013. O título se refere ao fato de que mesmo baixando os impostos da cesta básica, houve aumento imediato da cesta básica ao consumidor.

Agora, veja. Quem fez a promessa? A impressão é de que a promessa foi do governo e ela não foi cumprida. No texto também se passa essa impressão quando é dito que " A desoneração dos tributos federais foii anunciada pela Presidente Dilma Roussef na última sexta feira. O objetivo era reduzir o preço da cesta básica em 12%"(artigo citado, quatro parágrafo, primeira e segunda frases).

Mas quem tem o dever de cortar imposto? O governo. E quem tem de repassar o corte? Os empresários. Então o título dá impressão de que o governo falou e não fez, ou fez algo e não cumpriu promessa. Essa, me desculpem , é a minha impressão. Eu li assim. mas se você pensar, quem não repassou foram os empresários e o governo fez sua parte. Mas fez mais. Cobrou dos empresários o repasse.

Isso, essa informação que enaltece o governo, não está representado no título do artigo, mas está no meio do artigo, sem destaque, para garantir a veracidade do texto e a credibilidade do jornal, mesmo que tenham passado a informação distorcida pela escolha mal intencionada do título que criticamos.

Vejam  o conteúdo do quarto parágrafo: " (...) Já na segunda-feira, o ministro da Fazenda Guido Mantega, convocou para reunião em Brasília os principais empresários e representantes do setor de supermercados e comércio e cobrou "repasse imediato" ao consumior dos menores impostos."

Eu pergunto: quem lê o título e subtítulo do artigo em manchete que ora critico, tem idéia de que o governo age e o empresariado não repassou o cortre de impostos? Não. A escolha do título foi informativa ou indutiva? Indutiva de uma realidade diferente da ocorrida. Para nós foi indutiva. É nisso, é nessa técnica, que consiste a forma pela qual o veículo de mídia manipula a realidade e induz uma imagem ou outra de governo, sem deixar de publicar coisas verdadeiras.

Eu quero que você saiba e entenda essa técnica, para que vocÊ possa avaliar quando a produção jornalística está no sentido indutivo ou informativo. Eu quero que você não seja mais um manipulado. Eu quero compartilhar contigo a forma de dissecar as publicações de jornal para vocÊ avaliar quando o jornal tem intenção em informar em determinado sentido, para você ver como a sua relação de confiança será com esse jornal. Você lerá mais atento ou pode ler mais desatento e à vontade?

E por fim digo que o Jornal O Globo tem todo o direito de publicar da forma que atenda a seus interesses editoriais, empresariais, de classe e consoante sua matiz política, óbvio. Eles tem uma visão de mundo, da qual eu mesmo não posso escapar por ser da classe média, mas que pode ter corrigido o viés! É a isso que se propõe o BLOG PERSPECTIVA CRÍTICA!

Queremos que a grnde mídia veja que a vemos. Queremos que parem de se iludir de que podem manipular a perspectiva sobre a informação que publicam. Queremos que a grande mídia cada vez mais tenha compromisso com a verdade, que busque a neutralidade utópica, que incentive o sentimento positivo de cidadania brasileira, que ajude na fiscalizção do governo e do mercado (repetimos, e do mercado), no sentido de obtermos o máximo de nossas potencialidades como economia e como sociedade: mais pib, menos inflação, controle fiscal, mais prestação de serviço públi e de qualidade, mais qualidade de vida para os brasileiros.

Queremos crer que os jornais sempre estiveram acompanhaods de empresas porque não havia como serem acompnahados dos inívíduos, mas através da internert essa conexação pode ser feita.

É no que cremos, é o que fazemos.

Enquanto esse mundo de comprometimento mais próximo entre grande mídia e cidadão, contribuinte individual não vem, estamos aqui apontando a indução informativa e aplaudindo a boa produção informativa, quando, onde e por quem ela ocorra.