segunda-feira, 31 de dezembro de 2018

Feliz Ano Novo!!!

Pessoal, com grande satisfação encerramos o oitavo ano do Blog Perspectiva. 2018 foi um ano duro para todos e muito mais para o nosso Brasil. Esses dois anos de Temer consolidaram o combate à inflação a partir da disposição do governo de manter quadro de recessão. Isto é muito mais fácil do que combater inflação considerando e trabalhando pelo crescimento econômico e de empregos.

Em nenhum momento a grande mídia tratou da influência da bolha imobiliária sobre a crise econômica brasileira, mesmo sabendo-se que que todo o excesso de valorização imobiliária é sucedido de estagnação econômica como ocorreu com a Europa e EUA na crise do subprime de 2008/2013 e como já ficou provado com o Japão quando teve grande valorização de seus imóveis em 1980 seguido de trinta anos de baixo crescimento enquanto os preços dos imóveis se corrigiam no tempo.

Houve pouquíssimos artigos explicando que o fechamentos de vários negócios também se deveu ao aumento do custo das empresas e lojas de comércio com os aluguéis comerciais pagos, eis que a bolha imobiliária fez com que os proprietários aumentassem exorbitantemente os aluguéis para tentar justificar a manutenção de tais imóveis em carteira ao invés de vendê-los a altos valores de mercado e aplicar no mercado financeiro brasileiro, tendo a Selic ficado por pouco tempo abaixo de 10% durante quase 10 anos, tendo variado de 11,18% em abril d 2008 a 14,5% nesse período e somente muito tardiamente tendo descido do patamar de 10% em julho de 2017.  Acima de 14% a Selic ficou de julho de 2015 a agosto de 2016. Criminoso.

Teve de haver, após nossa veemente crítica durante a maior parte desse tempo todo, desde que estivemos ativos em 2010, uma crítica da grande mídia e do próprio mercado para pedir que fossem baixados os juros porque nem o mercado mais via sentido no "conservadorismo excessivo do Banco Central".

A letargia do Governo Temer em debelar a crise pelo lado da receita cobrou caro ao país em falta de empregos. Não foram efetuados grandes leilões de petróleo, não foram efetuadas grandes concessões de aeroportos, ferrovias, hidrovias e muito mais. Tudo isso poderia ter ajudado a debelar a crise que vinha de uma complexa rede de erros econômicos do governo Dilma, em especial a partir do segundo semestre de 2013 e diante, bem como em virtude de baixo crescimento econômico mundial, como reflexo da crise de 2008/2013, esgotamento da poupança e capacidade de endividamento das famílias brasileiras dentre outras questões graves como mal gerenciamento do preço do petróleo, da gasolina, do gás e a questão do prejuízo da alteração de política de energia elétrica, muito por causa de o Brasil ter enfrentado no período a maior seca em mais de 89 anos.

Com ambiente ruim econômico e sem adotar medidas que incentivassem a economia, a reforma trabalhista e a da previdência foram apresentadas à população como a solução para a crise. Uma mentira escancarada. Entendemos que parte da letargia do governo Temer foi proposital para manter ambiente ruim econômico e chantagear a socieade para que aceitasse reformas draconianas que somente atingiam pessoas físicas: trabalhadores, servidores públicos, aposentados e pensionistas.

Em nenhum momento, ou em poucos, a grande mídia e o mercado deram espaço para que a informação do excesso de isenções fiscais e subsídios pusessem ser compreendidos pela população como causa do déficit fiscal brasileiro e mesmo da previdência. A verdade não foi propalada pela grande mídia.

Só no Estado do Rio de Janeiro a corrupção do governo Cabral e Pezão criou um rombo fiscal, via isenções fiscais para empresas, no valor de 180 bilhões de reais, hoje discutidos judicialmente em ação civil pública, sendo que o déficit fiscal do Estado não passa de 30 bilhões de reais!! Isso era para ser manchete. Mas a mídia calou-se.

Na União, o déficit fiscal é de de 159 bilhões de reais, mas as concessões e subsídios passam de 280 bilhões de reais anualmente. Quem está com déficit pode abdicar de receita? Claro que não. Mas a mídia e o mercado não criticam esse absurdo. A culpa é do gasto com a previdência. A culpa é do salário e do reajuste inflacionário do servidor público e de seus pensionistas. A culpa é da existência de direitos trabalhistas. Tsc, tsc.

A reforma trabalhista foi feita. Tiraram vários direitos de trabalhadores prometendo 2,5 milhões de empregos. Cadê esses empregos? Não vieram...como avisamos à época.. emprego só vem com crescimento econômico e não com menos direitos a trabalhadores.

Bom, na linha econômica, continuaremos criticando e denunciando a mentira propalada pela grande mídia de mercado.

Na área política, tivemos uma reviravolta: o brasileiro votou por opções antissistema. Ótimo. Mostra que o brasileiro é crítico e não quer mais político de maracutaias e "toma lá dá cá" clássico de nossas oligarquias históricas e das oligarquias empresariais e financeiras.

Mas temos aí o Bolsonaro. Sua entrada já está sendo com turbulências informativas. Mas a grande mídia está contra o Bolsonaro porque uma das coisas comentadas por ele é que as propagandas estatais, incluindo as do governo e das estatais, diminuirá. Só a Globo fatura 5 bilhões por ano com essa propaganda!

Estaremos atentos para denunciar erros do governo Bolsonaro assim como para elogiar medidas corretas adotadas pelo mesmo seja no tocante ao social, economia ou política interna ou externa.

Vemos como auspicioso mencionar-se que toda a tributação sobre a renda de pessoas físicas deve ser alinhada em torno de 20%. Só a taxação de lucros e dividendos pode gerar mais de 24 bilhões de reais anuais. A grande mídia, que é constituída por grandes empresas que distribuem lucros e dividendos, nunca apontou esse caminho como uma saída para diminuir o déficit fiscal brasileiro! auhauahuahuahauhah.

Reclama muitas vezes do impacto anula de 4 bilhões de reais que o reajuste ao funcionalismo federal causará, mas não acha interessante explicar para o seu leitor que somente a taxação de lucros e dividendos traria 25 bilhões de reais por ano!! Não é interessante? Só o Brasil e a Estônia não taxam lucros e dividendos, mas essa nunca foi uma "jabuticaba" criticada pelos colunistas econômicos ou pela opinião/editorial do Jornal O Globo! Não é demais? Rsrs.

Também nunca é publicado que o Brasil é considerado paraíso fiscal com sua taxa de 4% sobre a herança. Na França chega a 40% e nos EUA a 70%, dependendo do montante da herança, lógico.

E sobre a sanha para aprovar uma reforma draconiana da Previdência? Ninguém expõe direito o prejuízo que o INSS tem em receita que não existe porque não se cobram agricultores e seus empregadores para que contribuam com a Previdência. Dentre muitas outras receitas que não são respeitadas e nõa chegam ao INSS e criam o tal "déficit" que deve ser combatido. 

Enfim, há muita coisa para acompanharmos, criticarmos e denunciarmos em 2019! Estaremos atentos.

Fiquem atentos também ao lançamento do primeiro livro do Blog Perspectiva Crítica!!! Já está quase saindo! Avisaremos em tempo.

DE resto, senhores e senhoras leitores e seguidores, obrigado pela confiança!

Nós do Blog Perspectiva Crítica desejamos um Feliz e Próspero Ano Novo a todos os cidadãos brasileiros e desejamos que cada vez mais a verdade surja de letras responsáveis dos colunistas da Grande Mídia... a vida seria melhor e mais fácil para os brasileiros. Enquanto isso não ocorre, fazemos a nossa parte.

Felicidades a todos e um excelente 2019!!! Afinal, nós merecemos! Rsrsrsrs.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2018

Agora, há privilegiados até na Previdência destinada oas trabalhadores privados: 3% da Previdência vai para pobres e 41% para os mais ricos, segundo O Globo.

Vejam como quando se aceitam determinados pressupostos retóricos, a desgraça vai se disseminando  até que a injustiça do argumento atinja a todos!! No artigo intitulado "Apenas 3% dos benefícios pagos pela Previdência Social vão para os mais pobres" o que é falado? Qual é o objetivo? Quais os pressupostos da informação? Recrimina-se o sistema previdenciário de ser desigual para em breve dizer que é melhor que seja privatizado.


Veja o trecho que selecionamos:

"O documento mostra, por exemplo, que 41% dos benefícios pagos pela Previdência Social beneficiam os 20% mais ricos da sociedade. Ao mesmo tempo, apenas 3% dos recursos vão para os mais pobres. Os dados foram antecipados pela colunista Míriam Leitão, em seu blog .
“Por isso, reformar a Previdência, com foco na redução de privilégios, é uma medida de redução da desigualdade”, diz o texto.
Os técnicos da Fazenda apontam que um programa como o Bolsa Família, por outro lado, tem o efeito inverso. “Os grupos mais pobres recebem parcela maior do benefício. Este sim é um programa público distributivo. Infelizmente é a exceção, pois a ampla maioria das políticas públicas do governo federal não chega nos mais pobres e acaba acentuando a desigualdade de renda”." 

Primeiramente, o grupo da Fazenda que realizou o estudo respondia ao Eduardo Guardia. Eduardo Guardia é homem do mercado financeiro, Ministro da Fazenda do Governo Temer, o mesmo que apresentou a Reforma draconiana da Previdência Social que foi barrada pelo Congresso. Seria natural que viesse um viés crítico da Previdência.

Agora veja, é normal que uma massa percentual menor de benefícios seja paga a uma parcela de pessoas mais pobres que é a maioria da população? Sim, é. Por quê? Porque a maioria da população desconta sobre o salário mínimo enquanto só as pessoas que têm mais educação e salários melhores recolhem sobre valores maiores até o teto da Previdência que são cinco salários mínimos.

Se 100 pessoas recebem 1.000,00, o gasto do pagamento de benefícios para estas 100 pessoas é de 100mil reais para a previdência. Mas se 20 pessoas recolheram sobre o teto, por exemplo, essas 20 pessoas exigirão um pagamento de R$5 mil, arredondando, para cada um do INSS, o que gerará uma despesa de 100 mil reais. Nessa conta, o mesmo valor pago a 100 pessoas foi destinado "desigualmente" para meros 20 outros "igualmente" contribuintes. E foi injusto?

Senhores e senhoras, a continuar esse raciocínio, e é assim que fazem, condenam-se todos os que contribuem acima do valor mais baixo do INSS, ou seja, se você contribui acima do salário mínimo, você é um PRIVILEGIADO!!! AHUAHUAHUAHUAHAA


Veja que nessas contas, os servidores que contribuem sobre o total de seus salários atuais, que variam, de R$3mil a R$33.900, naturalmente são pessoas privilegiadíssimas!!! Mas todos esses que contribuem acima da base do salário mínimo passarão a ser elemento que "desvia a política de maior igualdade para os benefícios pagos pelo INSS e pelo sistema previdenciário brasileiro".


Hoje, o estudo não diz, mas foram criados três fundos de previdência complementar fechada para os servidores do Executivo, Legislativo e Judiciário, que tenta implantar o sistema de capitalização na previdência dos servidores públicos. A grande mídia quase não fala deles. No Judiciário chama-se Funpresp-Jud (acesse em http://www.funprespjud.com.br/) e comemorou recentemente 5 anos.


Esse sistema é adequado à alteração constitucional que determinou que no serviço público o máximo do salário pago pelo Fisco a título de benefício previdenciário seja o teto pago pelo INSS, complementado por Fundo próprio composto pela contribuição dos servidores novos que foram contratados a partir de quando o Fundo ficou ativo, no caso em exemplo, em 2013.


Agora veja, o importante é você perceber como é feita a "conta da desigualdade no destino dos valores pagos pela previdência social (pública e privada)" pela Grande Mídia: pagou acima do teto, você não tem direito de receber pelo que contribuiu, porque vira elite do sistema previdenciário.


Aí só tem um jeito de "barrar" essa discriminação": baixar ao máximo o limite pago a título de teto a ser pago pela previdência social privada ou pública e empurrar a todos para a previdência complementar. Onde está a previdência complementar? Na área privada!!!! À medida em que se recrimina quem contribui mais sobre um salário maior para a Previdência pública ou privada, empurra-se esse cidadão para contribuir o mínimo para a Previdência Social e recolher valores na Previdência privada, a qual aufere lucros extravagantes dos valores que você investe.


O Funpresp-Jud, se você verificar suas tabelas de rendimento, são maiores do que os mais conhecidos investimentos da área privada e muito maiores do que os de Fundos de Previdência Privada, provavelmente, porque revertem o lucro em investimento para os próprios servidores.


Veja:


 
 As informações que estão nessa tabela do Funpresp-Jud estão acessíveis em http://www.funprespjud.com.br/participante/rentabilidade/


Então, veja bem, o que se quer é acabar com o sistema previdenciário público porque ele retira todo esse investimento e lucro dos bancos e instituições financeiras. Ao invés do lucro ser revertido em benefício dos seus contribuintes, irá para bancos.


Assim que acabarem como o INSS e com o Servidor Público e sua previdência, em seguida ocorrerá o mesmo para a PREVI, para a PETROS, para a FUNCEF e todos os programas de complementação de aposentadorias de estatais, com a nivelação cada vez mais por baixo do pagamento de todos os benefícios previdenciários para que tudo vá para bancos.


O canal para isso ocorrer é desprestigiar o sistema previdenciário. Deve ser dito que ele é meramente deficitário, que há privilégios, que ele discrimina os mais pobres. Não se pode dizer que quem recolhe por valores maiores deve receber benefícios maiores. Não se deve contextualizar historicamente a receita do regime dos servidores e estatais  para que a população entenda como há fundos bilionários estatais que são o acúmulo de décadas de parte do salário desses servidores e funcionários de estatais e nem como se chegou a um déficit grande no Regime de Previdência dos Servidores Públicos (RPPS).


O importante é, por todo meio, descredenciar os sistema público de previdência social que gera riqueza para todo o brasileiro, renda, que tem lucros do sistema revertidos para o benefício do próprio contribuinte, para que todos paguem o mínimo para o sistema público e todo o capital gerado com essa economia e investimento do cidadão, trabalhador privado (RGPS), trabalhador de estatais (fundos complementares próprios de previdência - PREVI e similares), bem como o servidor público (RPPS) seja revertido para bancos e instituições financeiras para que os lucros que revertem em seu benefício, trabalhador contribuinte de RGPS, RPPS ou Fundos de Previdência Complementar de Estatais, seja lucro a ser auferido por eles, as instituições financeiras.


Fica aqui nossa denúncia.


Como estamos em momento de sanha do mercado para aprovar a Reforma da Previdência esse ano, antes de o Bolsonaro entrar, veremos mais artigos escabrosos e infames desta natureza. Estaremos atentos para denunciar.

A seguir sem obstáculos essa retórica de que "há privilégios de todos os que contribuem acima de salário mínimo para o INSS", o mercado conseguirá legar para o Brasil o que o Chile sofre no momento com a privatização de seu sistema previdenciário ocorrido há trinta anos atrás: 93% dos beneficiários recebem um salário mínimo e estão pressionando o orçamento público agora porque não conseguem comer e se medicar normalmente. Mas os lucros dos bancos alcançados com a medida foi ótimo no Chile e o "déficit público" baixou muito à época da privatização. Por quê? Porque não havia mais sistema público de previdência, nem benefícios a serem pagos e os lucros que revertiam para os beneficiários foram para os bancos.


É para se pensar.

p.s. de 10/12/2018 - Texto revisto.

domingo, 2 de dezembro de 2018

Solução definitiva do Déficit Fiscal do Brasil e do Estado do RJ. A mentira da Míriam Leitão em seu artigo "Rio de Janeiro e da Dúvida" e o futuro da grande mídia.

Olhem aí, pessoal. É muuito triste. Ontem, a Miriam Leitão publicou em sua coluna uma GRANDE MENTIRA em seu artigo intitulado "Rio de Janeiro e da Dúvida".

Ela estava melhorando e indo muito bem. Bateu nos últimos doze meses (vá lá) no ponto certo sobre o absurdo de juros que os bancos cobram de nós no Brasil. Parou de culpar a inflação e a Selic (tadinha de nossa Selic.. mesmo quando estava em 14,5%, como justificaria juros cobrados ao consumidor de 350% ao ano? rsrsrs) pelo absurdo de juros cobrados do brasileiro por bancos brasileiros (diga-se de passagem!!! bancos brasileiros explorando brasileiros e impedindo o crescimento em nível melhor no nosso país). Entretanto, ontem, fez a seguinte pergunta em sua coluna, publicada no Jornal O Globo, 30/11/2018, fl. 20: "A grande dúvida em relação ao Rio de Janeiro é como foi que ele chegou nessa situação?" Responderemos essa pergunta e solucionaremos o déficit fiscal do Brasil e do Estado do Rio de Janeiro de uma só vez.

Gente, pelo amor de Deus. Será mesmo que ela não sabe como o Estado do Rio de Janeiro chegou nessa situação? Ela sabe. Todo mundo que acompanha economia sabe: o Estado do Rio de Janeiro tem uma conta de renúncia fiscal questionada em Varas Judiciais pelo Ministério Público de 150 bilhões de reais (150 bilhões questionados em Juízo no ano de 2016 - fonte: http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2016/10/isencoes-concedidas-pelo-estado-do-rio-beneficiaram-ate-mesmo-termas.html)!!!!!!!!! O Déficit do Estado é de 21,6 bilhões de reais ao ano (última informação dada pela Miriam em seu artigo suso mencionado e intitulado "Rio de Janeiro e da Dúvida"). No máximo é de 30 bilhões de reais ao ano. Faça as contas. A suspensão ou o cancelamento de meros 30 bilhões de isenções fiscais concedidas sob a administração de Sérgio Cabral e Pezão, e questionadas pelo Ministério Público Estadual, retorna aos cofres 30 bilhões de reais e acaba de uma só vez com o déficit fiscal do Rio de Janeiro. E ainda mantém a atual renúncia de 6 bilhões de reais anuais de renúncia fiscal anual (em 2014 a renúncia fiscal do RJ somente em ICMS foi de R$4,97 bilhões de reais - acesse página 28 do Relatório do BID em http://www.gefin.net.br/upload/arquivos/cc16dc55ee89adcd858fff1f6b03e818.pdf), que deveria ser revista e minorada, lógico!!!

E como não se fala nisso? Porque a grande mídia não pode falar a verdade quando disso resulta retirar dinheiro de empresas e bancos. Não é preocupação com "contas públicas equilibradas e sustentáveis", não é comprometimento com o "interesse público e combate ao Déficit Fiscal", é divulgar mentiras, omissões, para que você não exija a solução fácil do Déficit e o mercado e a grande mídia possam culpar o "tamanho do Estado" e "a conta astronômica com os servidores, aposentados e pensionistas".

 Por isso dissemos várias vezes que não existe realmente déficit fiscal no Brasil e no Estado do Rio de Janeiro. O Déficit existe porque construíram esses déficits Fiscais e porque não o resolvem porque contrariaria interesses das empresa e bancos. Então tiram arrecadação do Estado e do País, via concessão de isenções fiscais, dão esse dinheiro para empresas e bancos, e aí olham as contas públicas e dizem que a culpa é do salário, aposentadoria e das pensões. Só quem paga a conta são vocês e seus familiares, somos nós e nossos familiares, meus amigos.

E no país? O Déficit é de 159 bilhões de reais? Esse ano diminuiu e fechará o ano em 130 bilhões de reais? É astronômico? Pagar todos os servidors públicos que prestam serviço público para você custa quase 300 bilhões de reais? A conta de previdência é de 700 bilhões de reais (INSS e Previdência de Servidores Públicos civis e militares - é erro juntar essas duas contas, mas a mídia faz isso), com déficit de 250 bilhões de reais?

É, mas a conta de juros é de mais de entre 350 a 500 bilhões de reais ao ano e a conta de renúncia fiscal, ou seja, de isenção tributária concedida a empresas e bancos é de 280 bilhões de reais!!! Some as duas contas sobre as quais a grande mídia pouco publica e temos entre 630 bilhões e 880 bilhões de reais anuais que poderiam entrar rapidamente nas contas públicas e acabar com o déficit fiscal brasileiro e ainda quitar dívida pública sem vender patrimõnio do Estado brasileiro (Paulo Guedes propõe vender quase todo o patrimônio do Estado para arrecadar 800 bilhões de reais, segundo cálculos da Receita Federal).

Mas não. A conta tem que permanecer alta (Déficit construído e mantido) e tem que ser paga por algum bode expiatório: pelo aposentado, trabalhador, pensionista e servidor público. A conta, na perspectiva da grande mídia, nunca irá para empresas e bancos, mesmo que para isso ela tenha de mentir e omitir do povo fluminense e brasileiro as duas "contas secretas" que nunca podem ser ditas ou sobre as quais deve ser publicado o mínimo possível!!!!! Essas são a conta do juros da dívida e a conta da isenção fiscal ou renúncia fiscal no Estado do Rio de Janeiro e no Brasil.

Vejam bem o alarde que teve a correção inflacionária do salário dos Ministros do Supremo Tribunal Federal que aumentará uma classe bem remunerada do serviço público. O salário deles é alto para os termos médios do país? Sim. O reajuste será de 16%? Gerará, descontando o auxílio-moradia que está retirado dos juízes pela suspensão da liminar do Ministro FUX que o garantia, custo de 1,6 bilhões de reais ao ano?!?! Sim. Mas o Michel Temer acabou de conceder isenção às montadoras de automóveis no valor de R$2 bilhões anuais!!! O que você, cidadão acha disso?!!?!

Veja bem, juiz é servidor público. Juiz é cidadão e pessoa física. Concessão de isenção de 2 bilhões de reais a empresas que vendem um produto caro e que apresentam três vezes mais lucro do que as suas matrizes no exterior pode!!! Mas reajuste inflacionário ao juiz não pode. Reajuste inflacionário ao servidor público, não pode. Benefícios previdenciários, cujos valores passarão a observar incremento quando se estabelecer o crescimento econômico no Brasil (há sete trimestres há crescimento econômico no Brasil e vai aumentar), devem ser diminuídos ou cortados. O patrimônio público deve ser vendido e empresas estatais, mesmo lucrativas, devem ser privatizadas.

Não estamos defendendo o "aumento dos juízes". Estamos mostrando para você que a Grande mídia não traz a você a verdade sobre o orçamento público. Ela não fala da conta de juros e nem da conta da isenção fiscal como forma de combater o Déficit Fiscal. E ela não fala por quê? Mas nós falamos. É porque manter o déficit fiscal facilita a defesa de alterações legislativas que retirem salário de servidor público, aposentadoria de aposentados, pensões de pensionistas e direitos trabalhistas de trabalhadores.

Depois que a reforma da Previdência passar, só haverá notícia favorável ao crescimento econômico que já existe, para legitimar perante a sociedade, você e seu familiar, que a perda de benefícios e valores em salário e aposentadoria para todos os brasileiros valeu a pena. Até lá, você deve conviver com a notícia dos Déficits dos quais "não se sabe a origem"!!! Quanta mentira e desfaçatez!!! Que infâmia!A lesão ao cidadão é clara! A lesão aos cofres públicos é clara! Mas nada se publica! A culpa e o bode expiatório são aposentados, trabalhadores, a existência de viúvas, a existência de filhos e dependentes dessa classe que prejudica o país: pessoas físicas, gente, cidadãos, nós e vocês.

Claro que as isenções nacionais em 280 bilhões de reais (muitas delas objeto de investigação em operações da polícia federal) estão num nível mais razoável do que do que as estaduais do Rio de Janeiro de 157 a 180 bilhões de reais. É claro que nem toda a isenção é infame. Mas no RJ ficou provado que parte das isenções concedidas a título de desenvolver o Estado foi destinada a joalherias, bares, restaurantes e prostíbulos, e uma parte ia para o bolso de Cabral e seu séquito de políticos criminosos, investigados e presos, inclusindo o Pezão, gora preso.

Não parece mais razoável que a Miriam e a grande mídia insistissem num meio de cancelar e suspender essas isenções ficais que abalam a receita do Rio de Janeiro?! Isenções essas que são objeto de ação civil pública apresentada pelo Ministério público Estadual do Rio de Janeiro e em tramitação?!? Sim. Retirar 30 bilhões de um conjunto de 180 bilhões e zerar o déficit fiscal do Rio de Janeiro não seria fácil e razoável?

Se um Estado está com déficit fiscal, como ele mantém renúncia de receita no valor de seis vezes o seu déficit fiscal?!?! E se o Brasil não pode conceder reajuste a servidor que gera despesa no valor de 1,6 bilhão de reais ao ano, como concede isenção fiscal a montadoras de veículos no valor de R$2 bilhões?!?! Não tem algo estranho aí??!?!

E se bancos podem dar desconto em dívidas de pessoas físicas, por que não podem o fazer com a conta de juros da dívida do país e dos Estados e Municípios!?! Se você fosse um banco, se um grande cliente teu pedisse desconto na dívida, você não daria?!?! Pois é! Mas isso não pode ser aventado e em hipótese nenhuma mencionado pela grande mídia porque isso tira dinheiro de banco e quem tem que pagar a conta é pessoa física.

É bom que se perceba de que lado a Grande Mídia está. Isso já impacta seu futuro, mas quanto maior for a consciência do cidadão sobre a manipulação de fatos econômicos e orçamentários para a realização de uma ideia de Estado Mínimo sem qualquer compromisso com a melhora da qualidade de vida da sua família, mais o futuro da grande mídia enfrentará um abismo: ou ela passa a publicar a verdade ou ela verá, como vê hoje, minguar cada vez mais sua audiência.

Cada vez mais a mídia social, as redes da internet fazem a diferença na informação de qualidade que deveria ser passada para a sociedade. Blogs Sociais, como este, são cada vez mais o alento de quem quer saber da verdade que existe através das notícias falsas publicadas pela grande mídia.

Resta saber o que ocorrerá à frente, mas parece que se a grande mídia continuar mentindo, talvez as redes sociais virem a grande mídia em um futuro próximo, principalmente à medida em que o nível educacional da população aumentar. 

A grande mídia ainda é essencial pois sua estrutura econômico-financeira e de trabalho permite que ela faça levantamento de dados e forneça notícia em massa e necessária à população, mas a continuidade no caminho da mentira pode criar oportunidade para que Blogs recebam investimentos e desenvolvam essa estrutura.

Com a mentira e a omissão informativa, vemos dias negros para a grande mídia à frente. Espero que ela se corrija e se alie ao cidadão brasileiro e ao interesse público do país para que o ocaso da grande mídia nõa se concretize, mas quem escolherá esse final será ela mesma.

p.s. de 04/12/2018: Texto revisto.
p.s. de 12/12/2019: Errata: corrigida a informação de que o déficit público estadual do RJ seria de 180 bilhões de reais ao ano. Esse valor é o total de renúncia fiscal em isenções questionadas pelo Ministério Público no Judiciário. O valor de isenções anuais concedidas e em vigor em 2018/2019 era em torno de R$6 bilhões de reais. Desculpem o equívoco. Corrigimos o terceiro parágrafo. 

terça-feira, 20 de novembro de 2018

Como a questão do déficit da Previdência chega distorcida pela Grande Mídia a você?

Na sua edição do dia 19 de novembro de 2018, o Jornal O Globo publicou dois artigos sobre a Reforma da Previdência, os quais se intitulam "A conta do Adiamento - Governo perderá quase R$2 bi por mês" e "Falta de idade mínima é um dos principais gargalos do sistema".

O primeiro, a grosso modo, o editorial do jornal (já que não há assinatura do jornalista responsável) explana que o atraso na realização da reforma da previdência mantém um gasto de 680 bilhões de reais por ano (para a previdência pública e privada), a valores de 2017 e que será de 768 bilhões em 2019 e gera um custo de 2 bilhões por mês ao orçamento de hoje em diante.

No segundo artigo, é sublinhado o déficit  do sistema público e privado na ordem de R$260 bilhões de reais, informando que o déficit anula correspondente a cada aposentado do INSS é de R$5.130,00 enquanto o de cada servidor público é de R$56.893,00 e o de cada militar é de 89.925,00. Chama a atenção para essa "desigualdade" e informa que a questão de instituir idade mínima para aposentadoria é um dos principais gargalos, como indica o título.

Vejam bem. É claro que a Previdência precisa de reforma. Mas todo o artigo que a grande mídia apresenta sobre o tema primeiramente coloca o "Déficit da Previdência" como único. Isso é mentiroso e cria induções de raciocínio, as quais sempre tentam colocar o servidor público e o militar como algozes da Previdência.

A Previdência não é una. Isso é a maior mentira propalada pela mídia. A Previdência Social dos trabalhadores da área privada é o INSS, chamada Regime Geral da Previdência Social (RGPS). Esta Previdência é bancada com os valores provenientes de contribuições de empregados celetistas e seus empregadores, além de tributos que são pagos por toda a sociedade, inclusive pelos servidores públicos e militares.

A Previdência Pública para servidores públicos civis e militares é o RPPS, Regime Próprio de Previdência Social. Este regime é custeado por contribuições dos servidores e militares e com recursos do Tesouro Público com origem na massa de tributos pagos por todos os brasileiros, inclusive servidores civis e militares.

Tratar tudo como uma conta só é a maior mentira artificiosa que a grande mídia e o mercado querem impor. Por quê? Porque é fácil de entender, é apelativo, cria-se a ideia de uma única conta e que é um déficit único com um único culpado. Essa é a parte mais importante da mentira: quer-se arrumar o culpado único. Esse culpado é o servidor público e militar. E, portanto, a ideia é massificar essa realidade para que esse pequeno grupo de brasileiros pague o "custo que eles mesmos criaram ao povo brasileiros e ao sistema previdenciário". Eles que são os "beneficiários do sistema", devem pagar por seus "benefícios e privilégios" e, de preferência, serem extintos, se possível e assim que possível.

A abordagem, portanto, é no sentido de criar um roteiro argumentativo que te afasta, leitor, do debate crucial da verdade sobre a Previdência Social, tanto na Privada (RGPS) como na Pública (RPPS). E sem abordar corretamente a questão injustiças são perpetradas e as soluções que virão pelo lado matemático direcionado não procurarão desfazer injustiças que enriquecem os mais ricos, em especial empresários do agronegócio, nesta questão específica da previdência e mais para a longo prazo, os grandes empresários de forma geral, a partir da tunga de direitos previdenciários a todos os brasileiros e diminuição de encargos para empregadores.

Primeiramente, quanto ao RGPS, ou seja, a Previdência Social dos trabalhadores da área privada, quando há déficit, ele é custeado pelos mesmos impostos que custeiam o déficit da Previdência dos servidores públicos civis e militares, o RPPS. Não há privilégio algum.Todas as aposentadorias devem ser pagas e quando o sistema, seja RGPS ou RPPS não consegue arcar, o Tesouro Nacional o faz. Isso, claro, demonstra que o problema é de todos, claro. Mas não quer dizer que um é privilegiado e outro é coitadinho. Importante essa primeira colocação.

Na verdade se o INSS for superavitário, ele não terá que ajudar a pagar a diferença do RPPS, como já vimos até escrito uma vez. Ou seja, os valores do Orçamento do INSS são para o custeio do INSS. Os valores para o RPPS também devem ficar adstritos a custear o RPPS. Em caso de déficit de um ou outro sistema, o Tesouro Nacional põe dinheiro. Isso é a verdade. Então, em primeiro lugar, ninguém está levando ninguém nas costas. Os sistemas previdenciários existem e devem pagar os aposentados e pensionistas.

Visto que os sistemas são distintos e autônomos, vamos tratar da razão para seus "déficits".

O INSS, senhores e senhoras, engloba, é bom que saiba, PREVIDÊNCIA SOCIAL E ASSISTÊNCIA SOCIAL. Isso já foi denunciado aqui inúmeras vezes e ficamos satisfeitos que o próprio Paulo Guedes, atual futuro Ministro da Economia do Bolsonaro, já tenha dito que fará essa separação. Esperamos que a faça, mas os governos nunca fazem por má-fé, pois assim aumentam gastos assistenciais e põem na conta do INSS sem ninguém, inclusive a grande mídia, dizer nada.

Então, como sempre dissemos, o sistema previdenciário do INSS é e sempre foi superavitário, como os auditores Fiscais da ANFIP já publicaram inúmeras vezes (acesse https://www.anfip.org.br/noticia.php?id_noticia=22852) e inclusive foi concluído em estudo no Congresso, durante o debate da Reforma da Previdência que não foi aprovada e que agora se quer retomar.

O principal problema do INSS é o aumento de 20% para 30% da DRU que retirou valores do INSS, os atuais 68 bilhões de valores que não chegam ao INSS por manutenção de subsídios que nõa mais se sustentam, bem como a inexistência de contribuição de agricultores e do agronegócio para a Previdência Social. Sem contar que há pagamento de assistência social pelo INSS, ou seja, pagamento de contribuição como o BPC/LOAS, que não tem contrapartida nenhuma dos beneficiários.

Então, senhores, os culpados, se assim se pode dizer, por déficit do INSS/RGPS são cinco:

a) Não chegarem todos os valores devidos ao INSS, como os que estão dentro dos 10% da DRU e outras contribuições, ou seja, o desvio de recursos que deveriam ir para o sistema e estão pagando déficit fiscal do Governo;
b) Não estarem os agricultores e o agronegócio pagando para as aposentadorias de dezenas de milhares de agricultores em todo o Brasil. E isso prejudica os agricultores também que acabam sempre recebendo o mínimo.
c) Manterem-se subsídios de 68 bilhões de reais com base em isenções sobre folha de pagamentos que não mais geram empregos na País.
d) Existir uma conta de assistência social que é paga pelo INSS e que não deveria ser paga pelo INSS com valores arrecadados para pagarem aposentadorias e pensões.
e) fiscalização e gestão para desfazer e coibir fraudes no sistema.

Só daí você já pode ver que as medidas para se combater um "déficit da previdência" não é meramente tirar benefícios previdenciários do cidadão e nem tungar servidores públicos civis e militares. O problema da Previdência Social Privada (INSS/RGPS) é bem outro!!!

Mas a grande mídia não quer falar isso para você porque perde a oportunidade de atacar os servidores, defender o Estado Mínimo e defender a diminuição de benefícios previdenciários e direitos previdenciários para você ao mesmo passo em que obteria diminuição de encargos previdenciários para pagar ao INSS. Assim ela mente para prejudicar o cidadão e enriquecer as grandes empresas com essa economia dupla: diminuição do Estado e diminuição de tributos. É só dinheiro, gente. Nada tem a ver com princípios e o bem público.

Deveriam corrigir primeiro aqueles cinco problemas e em seguida partir para retirar direitos dos beneficiários, aposentados e cidadãos.


E quanto ao RPPS? E quanto à Previdência Própria dos Servidores Públicos e Militares? Ela nada tem a ver com o RGPS/INSS. Incriminar o RPPS pelo Déficit que haveria no INSS é torpe e agora você, querido leitor, pose saber disso com propriedade. Incriminar o servidor público e o militar pelo que ocorre no INSS é ridículo. É o colapso absoluto da boa informação!!!!!

Agora, aqui você verá o tratamento do RPPS. É deficitário? É. Provavelmente sempre o foi. Isso não tem a ver com culpa de servidor civil ou de militar, mas com a origem do RPPS. O RPPS, o Regime Próprio de Previdência Social ele é a roupa nova para o que sempre existiu mesmo na época do Império: previdência dos servidores públicos e militares.

Sempre foi o Tesouro que arcou com esse ônus. Ele existe desde que o Estado existe. Ele existe porque nenhum país podia deixar de ter militares e servidores públicos civis para que o Estado existisse. E ele nunca foi organizado como agora se diz sob a perspectiva de investimento e capitalização individual. O RPPS era organizado como o próprio RGPS, na forma retributiva/contributiva, contando que os que contribuem na ativa do serviço contribuem para o pagamento daqueles que se aposentam, com o Estado pagando a diferença, caso houvesse e que provavelmente sempre houve.

A existência do RPPS remonta a existência de serviço público. Para ter serviço público é necessário ter servidor púbico. Entretanto, ninguém será servidor público se ao fim do serviço não puder contar com a tranquilidade de ter aposentadoria. Óbvio. E isso tem um custo. Até hoje, por exemplo, os ingleses garantem renda para a família real britânica. Antes de serem a monarquia constitucional parlamentarista de hoje, houve militares e servidores públicos que tiveram salários pagos e depois seus benefícios ou pensões pagas pelo Estado ao se retirarem do serviço ativo.

Assim o foi nos outros países ocidentais e inclusive no Brasil. Então, é importante entender que o salário e penões e aposentadorias do serviço público existem porque existe o serviço público. A sua liberdade, a propriedade que você tem, as liberdades que você exerce todos os dias é possível porque existe Estado e servidores.

Mas, pois bem, entendendo que o RPPS nada tem a ver com o RGPS/INSS e que sua constituição é remota e nunca foi na forma de contribuição individual e capitalizada, você percebe que o RPPS tem sua sistemática própria e não é culpa do servidor ou do militar o RPPS existir e nem seu déficit.

Visto isso, os problemas do RPPS devem ser encarados segundo a lógica do RPPS. Não adianta dizer a grande mídia que o déficit da previdência é de 260 bilhões de reais. Deve ser dividido o que é do INSS/RGPS e o que do RPPS e encarado cada um.

NO caso do RPPS, muita coisa pode ser feita. Discutir prazos para aposentadoria, idade mínima e diminuição de benefícios, como no caso de pensão por morte são medidas corretas. Fazer o fundo previdenciário como foram feitos os FUNPRESps, em que se trabalha o novo sistema de capitalização para os novos servidores é correto. Ok.

Mas é impossível sumir com o déficit existente para o grupo de servidores antigos. Isso é um custo para o país por ter existido país e serviço público. A forma desonrosa e infame que a grande mídia aborda o assunto é desprezível. Como se o policial, médico, professor, diplomata, promotor de justiça, defensor público, juiz, servidor do Legislativo, Executivo e Judiciário, tivessem culpa por existir o déficit da previdência do servidor público e militar. Isso é o cúmulo!!

E as comparações sobre média de valores pagos ao aposentado do RGPS/INSS e RPPS? A comparação direta desconsidera a diferença média da educação entre os dois trabalhadores, da área privada e da área pública. Coloca como equiparados o vendedor da sapataria com o promotor de justiça. Isso é justo?

Não é justo, mas é a forma como a grande mídia quer enfrentar o problema porque assim pode atacar o servidor público e os direitos à aposentadoria dos trabalhadores ao mesmo tempo. Simplificando e colocando todos no mesmo saco, é possível manipular a questão e impor somente o império dos números sem contexto. Sem contexto é possível defender o que a grande mídia e o mercado quer, sem se importar com a justiça das medidas. O que importa é cortar números, principalmente as contribuições de empresários ao sistema da previdência.

Importante notar que a abordagem midiática para o tema previdência pública é desinformativo, com o o objetivo em diminuir custos ao empresariado unificando o debate da previdência, sem se ater aos direitos envolvidos na questão de quem quer que seja e sem se ater às realidades e das diferenças entre os dois sistemas de previdência pública: a privada do RGPS/INSS e a púbica do RPPS.

sábado, 10 de novembro de 2018

Novo recorde de acessos diários ao Blog: 2.203 acessos em 09/11/2018 e mais de 10.000 acessos em trinta dias!!



Compartilhamos a alegria de termos alcançado novo recorde de acessos diários do Blog Perspectiva Crítica!! Apenas quatro dias após as duas últimas publicações sobre o fenômeno eleitoral brasileiro Bolsonaro e nossas análises, obtivemos a marca de 2.203 acessos no dia de 09/11/2018, ao mesmo passo em que atingimos a marca de mais de 10.000 acessos em trinta dias!!

Agradecemos o carinho e a atenção de todos! É um orgulho enorme poder contar com a confiança e o interesse dos leitores nesses novos níveis e confirmamos e redobramos esforços para trazer boa informação e análise sobre fatos políticos, econômicos e sociais do nosso país e do mundo sob perspectiva exclusiva do cidadão brasileiro.

Este trabalho que fazemos não é, infelizmente, possível de ser obtido na grande mídia, eis que é cada vez mais evidente e muitos brasileiros já notam com mais facilidade, que ela, esse grande pool de grandes empresas de comunicação, publica sob a perspectiva de grandes empresas e bancos e mentirosamente tenta vender suas notícias como se fossem feitas sob a ótica e para benefício do cidadão.

Verdadeiramente é uma lástima e um crime informativo o que fazem, criando desinformação em massa e que, no fim, objetiva, em termos crassos, o empobrecimento do cidadão brasileiro, convertendo esse prejuízo em benefício financeiro para grandes empresas e bancos, através do avanço no percentual do PIB, cada vez mais, para este grupo da sociedade: grandes empresas, bancos e seu grupo de sócios e participantes de elite da sociedade.

Não é ilegítimo a nenhum grupo social perseguir uma maior participação no PIB brasileiro. Mas é imoral a grande mídia brasileira se apresentar como publicadora neutra e isenta de notícias em nossa sociedade, quando clara e evidentemente publica com grande viés no sentido da concretização do Estado Mínimo, sempre contra direitos dos trabalhadores, incriminando servidores públicos como únicos culpados pelos déficits orçamentários e outras coisas do gênero, sempre, sempre publicando notícias que levam ao avanço da participação de empresas e bancos no pib brasileiro em detrimento da participação da renda do trabalhador, servidor público, chefes de famílias, ou seja, sempre em detrimento das pessoas físicas.

A grande mídia tem o total de direito de agir como o faz, mas a dissimulação é imoral, gera, como está gerando, o descrédito de seu trabalho e a diminuição de venda de jornais e de audiência, como vem ocorrendo, e isso é um prejuízo a toda a sociedade e ao país, pois a grande mídia deveria ser reconhecida, a bem do país, como uma fonte honesta de informação sobre fatos e análise dos fatos.

Nosso maior objetivo é repreender os meios de comunicação por disseminação de notícias falsas ou dissimuladas e que têm o poder de criar desinformação em massa em prejuízo da realidade dos fatos e da compreensão do cidadão sobre fatos políticos, econômicos e sociais que influenciam sua vida e de suas famílias para concluir, autonomamente, o que entende melhor para que sua renda e sua qualidade de vida aumentem no Brasil.

A grande mídia quer publicar sobre déficit fiscal? Por que não publica sobre a política de concessão de subsídios da União e dos Estados e Municípios? O déficit fiscal do Estado do Rio de Janeiro é de 30 bilhões de reais? Mas as concessões ilícitas de subsídios nesse Estado atingiu a marca de 180 bilhões de reais e estão em discussão judicial. Cortando imediatamente 30 bilhões de subsídios seria zerado o déficit, mas a mídia apoia corte de cargos públicos, aumento de cortes de benefícios previdenciários de trabalhadores e a negativa de reajustes inflacionários aos servidores.

O país está em crise? Mas não se vai explicar a proporção da importância da queda do preço internacional do petróleo e do minério de ferro, além da bolha imobiliária neste processo? Se as publicações partirem da grande mídia, não.

A grande mídia apoiou as reformas trabalhistas para gerar 2,5 milhões de empregos automaticamente? Bem, conseguiram acabar com vários direitos do trabalhador, mas cadê os 2,5 milhões de empregos em contrapartida? Após mais de um ano da reforma estamos no pior momento de desemprego na história dos índices do IBGE. Nós dissemos a vocês que o crescimento econômico é que cria emprego. A sociedade foi enganada e agora entregou vários e cruciais direitos trabalhistas em troca de NADA.

O prejuízo da má informação ao cidadão brasileiro é enorme e é no bolso do cidadão. E agora haverá a tunga dos direitos previdenciários, sem antes se exigir a eficiência da gestão do governo, a revisão de política de subsídios e muitas outras medidas errôneas como o aumento da DRU de 20% para 30% e que retiraram arrecadação da União e da Previdência... e no final a culpa é sempre da existência de direitos trabalhistas, direitos previdenciários dos trabalhadores e da existência de cargos públicos e da necessidade de reajustes inflacionários anuais da remuneração dos servidores, aposentados e pensionistas, ou seja, a culpa é sempre do cidadão que deve ser diuturnamente empobrecido em benefício das empresas e do mercado.

Nós seremos sempre a resistência contra essa perspectiva empobrecedora do cidadão. Acreditamos que o enriquecimento do cidadão gera o enriquecimento do país. Isso sim é defender o capitalismo. E a quantidade de publicações literárias neste sentido também cresce pelo mundo, como ocorre com as publicações de Thomas Piketty, Mariana Mazzucato, Domenico De Masi, Joseph Stiglitz e Paul Krugman, dentre outros.

Una-se a nós. Não deixem a perspectiva exclusivamente e exclusivista das empresas e do mercado financeiro preponderar em nossa sociedade. Sua omissão gerará o seu empobrecimento e perda de qualidade de vida da sua família por gerações.

Faça os artigos deste Blog e de outros meios da mídia social chegarem a cada vez mais pessoas sempre que você entender que leu algo verdadeiro e importante. Seja um supersoldado na criação e defesa de uma melhor sociedade que privilegie a pessoa física e não só grandes empresas e instituições financeiras.

Obrigado pela audiência.

Mário César Pacheco
Blogger       

P.s de 16/11/2018 - Texto revisto. Corrigida a menção de que "no dia seguinte às duas últimas publicações sobre a onda Bolsonarista" o Blog atingiu seu novo recorde de acessos diários. Na verdade isso ocorreu quatro dias após as últimas publicações. 

segunda-feira, 5 de novembro de 2018

O que se esperar do governo Bolsonaro: comentário e críticas sobre anúncio de medidas recentes

Bolsonaro está eleito. Não adianta alimentarem problemas para o exercício do mandato presidencial. Não adianta fazerem ameaças a quem quer que o Presidente eleito indique. Também não adianta achar que algumas besteiras que o Bolsonaro falou como Deputado autorizam a qualquer um efetuar outras besteiras ou atos de violência. Todos os exageros de ambos os lados podem e serão investigados como crimes. Há que se respeitar a eleição.

Mesmo se o Presidente fosse eleito com 50,1% contra 49,9%, estaria eleito. É do jogo. Não pode, como um conhecido comentou, dizer que o Bolsonaro está presidindo um país dilacerado porque mais de 40% dos brasileiros  (votos válidos) votou no Haddad. Ora, então teremos sempre dois brasis? Um do vitorioso e outro do perdedor das urnas? Isso é ridículo. Toda a eleição se resolve em percentuais de votos. Mas a representação do vitorioso é de todo o país. Fora isso não há democracia.

Bem, isso dito, o que se avizinha? Para o que devemos estar preparados? Segundo as últimas manifestações, inclusive com a nomeação de Sérgio Moro, o que se esperar de Bolsonaro?

A linha é de direita mesmo. Há sempre uma amenização das promessas feitas de forma mais agressiva em início de campanha, mas todos os atos posteriores à eleição indicam que as buscas por "austeridade fiscal" e "busca pelo emprego" se farão ao custo do trabalhador e aposentado, de forma geral, mas ele ensaia uma inclusão de ricos na contribuição financeira de custeio do país, o que, neste tocante, é bom.

Direitos Trabalhistas

Manifestar-se, Bolsonaro, a favor da defesa do décimo-terceiro, contra o que se insurgiu o Vice-Presidente eleito General Mourão foi bom. Significa que ele tem alguma noção da Constituição e de direitos sedimentados. Ele tem um olho na massa de trabalhadores/eleitores.

Mas ele já disse mais de uma vez que retirar direitos trabalhistas é necessário para se conseguir empregos. Isso já se mostrou falso, como vimos no artigo anterior. E ele já mencionou sobre a tal "Carteira Trabalhista Verde e Amarela", que seria concedida a jovens entre 21 e 25 anos para que obtivessem o primeiro emprego, ao custo de seus direitos trabalhistas além daqueles que a última Reforma Trabalhista já solapou. Isso é ruim, claro.

Aproveitando ainda a crise pela qual o país passa e mesmo com a prova de que reforma trabalhista não cria emprego, como a última não criou, Bolsonaro não alterou sua visão sobre esse "adágio de mercado" e procura ceifar mais direitos trabalhistas sob a promessa de mais empregos, os quais só ocorrerão com  crescimento econômico mundial e mais investimentos no país, que já poderiam ter iniciado há dois anos, se as concessões de serviços públicos e de blocos de petróleo para exploração já tivessem sido sido iniciados.

Então, os trabalhadores devem esperar ataques a seus direitos. Será um período difícil para os direitos trabalhistas.


Déficit Fiscal

No que concerne ao déficit fiscal, nos agradou que Bolsonaro tenha subscrito uma proposta de alinhar o imposto de renda a 20% para todos os cidadãos que recebam acima de R$5.000,00, a qual passaria a ser a faixa de isenção.

A nosso ver, essa proposta não é inconstitucional só por parecer carecer de progressividade em relação ao sistema atual, o qual tem mais faixas. Mas ter duas faixas (isento e 20%) é progressivo, não?

A grande mídia, como sempre, apresenta esta proposta de maneira enviesada e mentirosa. Ela diz que essa medida gera déficit fiscal de 64 bilhões de reais. É mentira, porque ela não faz a conta do aumento de arrecadação que adviria de o índice de 20% ser aplicável sobre pejotizados, como Bonner e milhões de outros na nossa economia, bem como por incidir sobre lucros e dividendos (tema inserido no debate por obra de Ciro Gomes e copiado pelos demais).

Por exemplo, o Itaú lucra mais de 24 bilhões de reais por ano. Se distribuir 12 bilhões, terá de pagar ao governo 2,4 bilhões com a medida. Só o Itaú. Com o Bradesco e o Banco do Brasil será o mesmo. Só aí há mais de 6 bilhões pro governo anualmente. Agora acrescente todas as empresas em Bolsa de Valores e fora (como a própria Globo).

Esta medida tem equilíbrio fiscal e de justiça social. Apoiamos.

O corte de 20 mil cargos em comissão do Executivo Federal é fantástico. Apesar de acharmos que não é possível empreendê-lo tão rápido como Onix Lorenzoni prometeu (primeiro dia de governo), e entendendo que talvez cinco mil tivessem de se transformar em cargos efetivos a serem preenchidos aos poucos por concurso público, esta medida sozinha tem o poder de acabar com mais de 60% do toma-lá dá-cá entre o Congresso Nacional e o Executivo, fragilizando o presidencialismo de cooptação e fortalecendo o presidencialismo honesto com um Congresso soberano e não subserviente. A economia seria de 600 milhões de reais ao ano. Com o corte efetuado no governo anterior (Temer) de 4 mil cargos, a economia total seria de 800 milhões de reais ao ano.

As revisões de pensões da previdência, que foi dito que seria feita, podem salvar mais de 5,5 bilhões de reais ao ano.

Deveria ocorrer a cobrança de encargos previdenciários dos agricultores. Será que ele conseguirá retirar isso da bancada ruralista, que é contra porque senão o agronegócio tem que contribuir mais para a previdência social? Não sabemos, mas ele já tangenciou o tema neste sentido de cobrar algo. Isso seria bom.

Acreditamos que dívidas com a Previdência seriam cobrada. Só os 500 maiores devedores devem mais de 50 bilhões de reais. Toda a dívida parece que chega a 500 bilhões de reais. Desidrate isso em acordos e recálculos deferidos pela Justiça ou pelo INSS, e podem ter R$250 bilhões aí.

Retirar subsídios que não mais se sustentam devolveria imediatamente 68 bilhões à Previdência Social e poderia gerar mais de 80 bilhões de economia dos cofres com o retorno dessa arrecadação. Parece que está em pauta. Apoiamos.

Uma reforma da Previdência leve foi prometida. Aumento de um ano de tempo de serviço e contribuição. Bem, não cremos que seja só isso que viria por aí, mas uma reforma deve ser feita realmente. Desconto em pensão por morte é efetuado em muitos países civilizados, inclusive na França. Mas um boato de aumentar desconto de servidores de 11% para 22% é surreal e beira o confisco. Ficamos apreensivos com esse tema complexo. Esperamos que nenhum voluntarismo seja adotado; e que se for, seja barrado no Congresso. Afinal, Bolsonaro não é Imperador.. rsrsrs.

A nós, foi feliz um momento em que Bolsonaro falou que mais impostos não estariam em cogitação, mas deveria atuar o equilíbrio do Orçamento com base na reanálise de despesas e resgate de arrecadações. Falar em arrecadação para regularizar o orçamento é um grande avanço porque ninguém falava sobre isso.

Não virá IGF (imposto sobre grandes fortunas) e nem aumento de imposto sobre a herança, este último prometido por Ciro e aplicado nos EUA (até 70% de imposto sobre herança) e França (40% de imposto sobre herança), mas aquele imposto de renda de 20% para TODOS que ganhem acima de cinco mil reais é muito interessante.

A privatização de estatais deficitárias pode ser boa, desde que se discutam quais. A Telebrás é deficitária, mas ela leva internet com banda larga para índios no Amazonas. Isso é uma operação deficitária, mas valoriza a cidadania brasileira.

Diminuir o valor do BPC/LOAS a menos do salário mínimo pode ser uma forma de estimular a contribuição para a previdência. Éramos contra, em princípio, mas vemos que os números fiscais e previdenciários, mesmo que em parte sejam inverdades (explicados no artigo anterior), instigam cuidado e medidas concretas de atenção.

Somos contra a independência total do Banco Central. Vários países civilizados não executam esta estratégia. O poder do Bacen é muito grande sobre o andar da economia e deveria ficar na mão do governo a nosso ver.

Entendemos que ele reverá licitações, empréstimos mal realizados, inclusive no BNDES. Isso é bom. Investigação é sempre bom. O combate ao desperdício e contra a corrupção parece que será real porque Bolsonaro não se aproximou dos representantes do antigo sistema. Haddad, por exemplo, se aproximou de Renan Calheiros e de Jáder Barbalho, remanescentes do antigo poder. Geraldo Alckmin fez aliados no Centrão, mais do que pútrido. Bolsonaro ficou sozinho, assim como Marina e Ciro. Isso é bom.

No geral, pode ser que ajude a economia, mas que já está melhorando com a melhora do mercado internacional, como sempre ocorre.

Política Internacional

Aqui é duro. Ainda é cedo para falar. Falar contra a China, Mercosul e em mudar a Embaixada do Brasil para Jerusalém demonstra voluntarismo na área internacional; uma preocupação maior com criar marca de sua gestão do que em adotar medidas benéficas ao Brasil.

A China é nosso principal parceiro internacional e em investimentos em infraestrutura. Nosso superávit com ela é de 25 bilhões de dólares anualmente. Com os EUA nosso superávit é ZERO.

Para que mudar a Embaixada Brasileira em Israel para Jerusalém? Só os EUA fez isso. Vamos ser papagaio de pirata para quê? E a que custo? A palestina é árabe. Nosso comercio com os países árabes é muito maior do que com Israel e os países árabes têm muito mais votos na ONU e em outras organizações multilaterais do que Israel. Não dá para entender. Não é racional.

Para mostrar boa vontade com Israel existem mil outras maneiras.

O Mercosul é o primeiro destino de produtos industrializados brasileiros. Como ignorá-lo?!?!? Loucura. Está com furos? Ok. Argentina deu prioridade à China em algumas áreas contra regras do Mercosul? Sim. Outros países descumpriram algumas regras? Ok. Então tenta os acordos bilaterais... pode ser um jeito de acertar e equilibrar o Mercosul, mas tem que se atentar em mantê-lo, sim! Até porque ele cria e fortalece laços com vizinhos que, abandonados, podem se aproximar dos EUA por exemplo em prejuízo à nossa soberania lá no longo prazo.

Esses movimentos são xadrez de longo prazo. Não dá para ser amador aí. Tem que desenvolver política com nossos diplomatas. Eles são profissionais e respeitados em todo o mundo.


Nomeação de Sérgio Moro

Ao nosso ver, a nomeação é excelente para o País. Moro sabe como fazer investigações de forma que subsidiem sentenças condenatórias. Não adianta culpar só o Judiciário por poucas condenações. Sem inquéritos bem feitos, a absolvição ou a prescrição por lentidão do curso do processo é grande.

Com a máquina na mão de Moro, muitos processos andarão bem, inquéritos.. Muitos políticos devem estar chorando com essa nomeação e magistrados, inclusive das altas Cortes também. Ministério Público, Governadores.. alguém tem dúvida de que as investigações serão ilimitadas?

Esta impressão, essa incerteza do que pode ser investigado tem o condão de suspender muita maracutaia Brasil afora.

Nesta seara temos esperança de ter muitas surpresas boas.


Conclusão

Vemos, no geral, que alguns impropérios ditos por Bolsonaro e seu Vice, além do Paulo Guedes, foram suavizados. Muitos anúncios vão no sentido de austeridade e combate à corrupção. Não há, ainda, apoio de políticos do antigo regime corrupto e há resistência do Bolsonaro em cair no toma-lá dá-cá.

Vemos que haverá combate a déficits e várias medidas neste sentido anunciadas não são ruins, exceto o potencial prejuízo a direitos trabalhistas e previdenciários, que devem ser acompanhados de perto.

Na área internacional, não acreditamos nas palhaçadas até agora ditas. Isso não é possível. Não é possível virarmos papagaio estadunidense e nem criar conflitos com investidores maiores que os EUA e Israel. O corte de relações internacionais com Cuba também seria absurdo e contra nossa posição internacional histórica. Sair da Comissão de Direitos Humanos da OEA idem.

Nesta seara está muito esquisito. É melhor aguardar.

Até lá, estaremos dizendo, à medida em que o Brasil sai da crise, o que se deve às políticas de Bolsonaro/Paulo Guedes e o que se deve à consecução natural dos fatos econômicos.

Vemos respeito à Constituição. Vemos combate à corrupção. Vemos intenção de corrigir e de não serem presos, como Eduardo Bolsonaro disse recentemente. Isso é bom.

Não vimos ditos que levem ao corte de direitos de homossexuais ou de caça aos "vermelhos". Vimos que, a Lei Ruanet, o Bolsonaro quer para artistas desconhecidos e não para altas estrelas nacionais. Apoiamos isso.

Mas o dito é o dito. Queremos ver o feito. Acompanharemos e compartilharemos nossas impressões contigo, leitor, dentro de ambiente democrático, prontos a denunciar qualquer eventual e não esperado ato autoritário.

A ver.

P.s. de 06/11/2018 - Texto revisto.

Mais do que confirmada a posição do Blog: Reforma Trabalhista não cria emprego e há 13 milhões de desempregados e mais 37 milhões de subempregados. Déficits foram em parte construídos.

Desde 26/04/2017, quando o Blog Perspectiva Crítica apoiou o Movimento de Greve Geral, que se realizaria no dia 28/04/2017, contra as reformas trabalhista e da previdência draconianas apresentadas pelo Governo Temer, nossa posição foi clara: havia um movimento de desinformação em massa e paralisação da economia que visava a legitimar as reformas, apresentando-as como solução para o desemprego e o Déficit Fiscal da Previdência.

A sociedade foi chantageada. Do alto de uma situação de crise, com números de desemprego altos e de déficit fiscal e da previdência altos, foram desenhadas reformas draconianas e desnecessárias naqueles termos com o objetivo de retirar direitos trabalhistas e previdenciários do cidadão brasileiro o quanto antes, antes que a inercial melhora do crescimento e comércio internacional melhorasse os números da economia e demonstrasse que as reformas não eram necessárias naqueles termos draconianos.

E o que vemos hoje? Depois de aprovada uma Reforma Trabalhista que retirou muitos direitos do trabalhador, que tem 14 disposições cruciais reconhecidas como inconstitucionais pelo Ministério Público do Trabalho, tendo o STF (mais um problema que a reforma trouxe) já reconhecido a constitucionalidade da terceirização ampla de serviços, inclusive de atividades-fim, o que pode ser aplicado ao serviço público, enfim, após tudo isso, qual foi a melhora da criação de empregos? Nenhuma, senhores, a não ser desistências de procura de emprego que geram pequena melhora recente nesses números. Hoje há 13 milhões de desempregados e 37 milhões de pessoas na informalidade ( veja em https://economia.estadao.com.br/noticias/geral,taxa-de-desemprego-recua-para-12-4-no-2-trimestre-aponta-ibge,70002423459)



Observe o que já dissemos em 26 de abril de 2017:

"Agora, vejam. O Blog Perspectiva Crítica, como diversas vezes já teve a oportunidade de manifestar, é a favor de reformas trabalhista e previdenciária. Mas não as que o governo propôs. O Blog Perspectiva Crítica não é favor de aprovação dessas reformas a toque de caixa. O Blog Perspectiva Crítica é a favor do debate sério com a sociedade sobre estes temas. 
Há que se comparar sistemas alemão, francês, americano, inglês e nórdicos com o nosso. Temos de ver o que queremos e comparar como outros países chegaram lá. O argumento para aprovar reformas não pode ser aprovar tudo o que der para sair da crise, porque isso é uma mentira. A crise econômica tem razões outras para ter acontecido e está sendo desfeita e se dissipando pela desconstituição dessas razões outras, tais como a volta do crescimento econômico mundial, o aumento do preço do petróleo, do minério de ferro e a reativação dessas cadeias de produção no nosso país.
Então, não podemos compactuar com a mentira propalada pela grande mídia e pelo governo de que essas reformas é que resolverão tudo. Pior ainda quando o governo, o mercado financeiro e a grande mídia estão se aproveitando de um momento de fragilidade da população, assolada pela maior taxa de desemprego desde o início da crise em 2015, agora em 13%, para fazer o congresso e a sociedade engolirem os termos criminosos das duas reformas apresentadas, atacando e retirando direitos históricos dos cidadãos que podem prejudicar a vida de gerações por vir.
Várias gerações lutaram para termos os direitos que temos hoje. Nós temos que lutar para mantê-los para nós e nossos descendentes. Não em prejuízo do Estado, mas em benefício da sociedade e de um projeto de nação brasileira que pretenda garantir e aumentar a qualidade de vida do cidadão brasileiro. 
Quais as medidas tomadas para que as empresas, políticos e ricos participem com sua cota de sacrifício? Nenhuma. Enuncie uma medida que os atinge para que participem da solução para o atual déficit orçamentário. Então não é justo tudo recair nas costas somente do cidadão que paga imposto de renda de pessoa física, que recebe salário, que tem carteira assinada e que é servidor público, pensionista e aposentado!!!! Já tratamos em artigos anteriores de várias medidas que poderiam ser adotadas antes de se acabar com direitos trabalhistas e previdenciários. Mas o ataque é só sobre o cidadão, pessoa física."

Veja a íntegra em http://www.perspectivacritica.com.br/2017/04/apoio-do-blog-perspectiva-critica-ao.html .

Não é lei trabalhista que cria emprego, senhores e senhoras. Sempre foi o crescimento econômico o gerador de empregos em um país. Agora a economia tardiamente vai melhorar, em virtude grandemente de um crescimento da economia internacional que gerou o aumento do petróleo desde sua maiores baixas entre 2014 e 2015, assim como o aumento do minério de ferro, vindo igualmente de suas maiores baixas históricas entre 2014 e 2015.

O déficit fiscal de 139 bilhões de reais tem uma boa parte de artificial, eis que desde que assumiu o governo, Temer pouco desfez as medidas anticíclicas que continuaram erroneamente no governo Dilma desde o segundo semestre de 2013. Há mais de 280 bilhões de reais em susbidios na economia, que prejudicam a Previdência sem dar mais empregos. Ninguém mexe nisso por conta de lobby e de que vai contrariar interesses de grandes empresas.

Mais de 50 bilhões de reais poderiam ser imediatamente cortados somente com a revisão de medidas anticíclicas que já deveriam ter sido canceladas, pois não refletem ou produzem mais o crescimento econômico e empregos que geravam no início de suas aplicações, ainda em 2008 e 2009.

Não há ainda a conta do reflexo positivo da alteração dos juros públicos de 14,5% para 6,5% ao ano. Podem adicionar aí mais de 100 bilhões de reais de economia para os cofres públicos. Aliás, depois de muito pedirmos e denunciarmos esse absurdo de juros extorsivos na economia pelo nosso Blog. Só a concessão para exploração dos blocos de petróleo podem gerar 180 bilhões de reais, conforme recente divulgação da grande mídia.

Também foram atrasados os leilões de concessões de aeroportos, ferrovias, hidrovias, hidrelétricas e blocos para exploração de petróleo. Denunciamos que tudo poderia ter sido efetuado a partir do primeiro dia em que Temer sentou na cadeira presidencial e tudo isso já teria debelado o déficit público. Entretanto, isso não foi feito para recrudescer a crise e garantir a simpatia popular para medidas amargas que tirariam direitos dos trabalhadores e aposentados.  

O déficit da previdência é de 289 bilhões de reais? Esse cálculo inclui a previdência dos servidores civis e militares e ainda a Assistência Social! Em torno de 50 bilhões de reais é o déficit dos servidores. Dos 239 bilhões do INSS, quanto é assistência social? Pode colocar aí mais de 50 bilhões. Pagamento de BPC (benefício de prestação continuada), com base no LOAS (Lei Orgânica da Assistência Social) sai da conta do INSS, mas não tem contraprestação do beneficiário. Isso não é Previdência Social, mas Assistência Social. Da mesma forma o pagamento de benefício ao agricultor que nunca contribuiu; um absurdo que beneficia o agronegócio às custas da sociedade que paga pelo déficit respectivo na Previdência.

E os grandes devedores da Previdência? Os 500 maiores devedores devem mais de 50 bilhões de reais. Dentre eles estão Bradesco, Itaú, Vale, é ridículo. Existem mais de dez milhões de empresas no brasil. Só as 500 maiores devem 50 bilhões de reais à previdência.

Sem contar que nem toda a arrecadação destinada à Previdência chega a ela e o aumento da DRU para 30% também é responsável por isso. Mas não só. A continuidade de subsídios criados na política anticíclica e que não deveriam continuar somam ainda hoje mais de 68 bilhões de reais negados à Previdência. Eram 98 bilhões no ápice desta aplicação de medidas anticíclicas. 

Então senhores e senhoras, não é à toa que a Associação dos Auditores Fiscais da Previdência Social dizem que a Previdência Social brasileira não é deficitária. Hoje até pode estar, mas não é de 289 bilhões de reais como propagandeiam. Não se fala honestamente sobre o tema. O objetivo é chantagear o cidadão para que ele entregue seus direitos previdenciários. Bolsonaro e Paulo Guedes é que não desmetirão "isso daí". Rsrsrs.

Para terminar, o pente fino na regularidade do pagamento de benefícios previdenciários pode gerar economia de 5,5 bilhões de reais ao ano. Só um dos benefícios que foram revisados gerou a cassação e cancelamento de milhares gerando uma economia de 128 milhões de reais. Em outro caso o acúmulo ilegal de benefícios gerava prejuízo de 330 milhões ao ano ao INSS (veja em https://oglobo.globo.com/economia/beneficios-irregulares-do-inss-custam-336-milhoes-ao-ano-22252457). Há vários casos disponíveis na rede de estudos de impactos financeiros dessas correções e de números de benefícios cancelados ou constatados como irregulares. São centenas de milhares.

Então, leitores, a verdade é que não se tomam as medidas corretas, mantêm-se os déficits fiscais e da Previdência para manterem-se os resultados sociais e econômicos de prejuízo público e desemprego, pois assim, apresentando cortes magistrais em direitos trabalhistas e previdenciários, o cidadão, vendo-se sem saída, os aceita.

A prova mais imediata e básica é a da inexistência de empregos após a reforma trabalhista. Depois de um ano de aprovação da Reforma Trabalhista, cadê os empregos? E qual a solução que apontam? Bolsonaro quer apresentar uma "carteira verde e amarela" em que o cidadão de 21 a 25 anos de idade admitiria menos direitos ainda em troca de emprego. Tsc, tsc, tsc. E esse emprego, com ou sem direito trabalhista, como todos sabem, só virá com o crescimento econômico, o qual está chegando na forma de crescimento econômico mundial (represado depois da Presidência de Trump), e dos investimentos  e concessões que somente no ano de 2018 o governo Temer começou a desamarrar para melhorar seus números a apresentar no fim do ano de 2018.

As cordas das marionetes estão aí, visíveis... mas ninguém fala delas. Assim ninguém as vê, e a historinha passa a ser aquela que vemos da movimentação dos fantoches, sem perceber que há a manipulação das marionetes. Os déficits fiscal e previdenciário não precisavam ser aqueles que estão mostrando em números à sociedade. Esses déficits são em parte mantidos para a aplicação de medidas governamentais populistas (ex. aumento de assistência social sem apresentar conta) e medidas governamentais impopulares e pró-mercado (cortes de direitos trabalhistas e previdenciários).

Por fim, observe, com todas as medidas contra os direitos trabalhistas e contra a Justiça do Trabalho, as ações trabalhistas diminuíram, mas o emprego não aumentou. Interessante não? Veja em https://economia.estadao.com.br/noticias/geral,acoes-trabalhistas-caem-mais-de-50-apos-reforma,70002176586 . 

Veja por fim, a conclusão de um artigo do Jornal O Globo sobre o tema que correlaciona reforma trabalhista e emprego:

" — Quando a reforma foi proposta, o Ministério do Trabalho falava em gerar dois milhões de postos em dois anos. Estamos muito longe disso. Tem a questão do tempo necessário de adaptação às novas regras e da insegurança jurídica em relação aos novos contratos — diz Bruno Ottoni, autor do levantamento." (Veja a íntegra em https://oglobo.globo.com/economia/um-ano-apos-reforma-trabalhista-acoes-na-justica-caem-365-23209754)

Isso não é coincidência. Isso não é acaso. Sem crescimento econômico não há emprego. A reforma trabalhista não tem o poder de gerar emprego. É fato. No máximo, seria coadjuvante. Fica o aprendizado.

P.s de 06/11/2018 - texto revisto e ampliado.

sábado, 27 de outubro de 2018

Razões da onda Bolsonarista: Mentiras da grande mídia, Mentiras do PT e o cansaço com Antiga Politica e com a Corrupção

É, senhores e senhoras, mesmo com a informação a tempo pelas pesquisas de intenção de voto de que Ciro no segundo turno seria eleito enfrentando Haddad ou Bolsonaro, com o menor índice de votos brancos ou nulos, a maioria dos brasileiros não quis abdicar de seus votos em ambos, apesar de que outros eleitores como os de Marina mudaram e desidrataram sua votação no primeiro turno. Mas o resultado é esse: Haddad e Bolsonaro no segundo turno para que seja concluído o pleito presidencial de 2018, em 28/10/2018.

E aí temos de enfrentar um fato: como um Deputado Federal do baixo clero, sem expressão política em mais de 20 anos de legislatura pode chegar onde chegou, com expressiva vantagem eleitoral sobre o representante de Lula, Haddad? A diferença já esteve maior, mas ainda era de 12 pontos percentuais há dois ou três dias atrás.

Na nossa análise, e aí concordamos com Ascânio Seleme, as pessoas se decepcionaram profundamente com a política e a decepção foi especial com o PT, pois foi eleito inúmeras vezes para que fizesse o certo e deu no que deu com vários políticos do PT presos, inclusive o Lula.

Apesar de se reclamar do impeachment da Dilma, que é um julgamento político, o processo todo durou mais de 8 meses. Collor foi defenestrado em dias. As delações são fartas em acusações e processos bem organizados condenaram vários políticos de vários partidos e empresários de alto escalão em nível nacional, tendo sido respeitado o direito ao contraditório de todos em todas as instâncias do Judiciário a´te o STF.

Então, a decepção foi muito grande. Bolsonaro, além de não ter sido mencionado em delação nenhuma, não tem máculas em sua vida pessoal, no serviço como militar ou em sua vida particular que tenham tomado qualquer dimensão pública.

Mas não foi só isso. Mentiras fizeram boa parte do problemas. As mentiras do PT e da grande mídia, ao menos desde o segundo semestre de 2013, quando houve a movimentação da "Primavera Brasileira", termo que adotamos como menção aos movimentos de liberdade que haviam estourado à época entre os árabes.

As Mentiras da Grande Mídia

À época, as corretas políticas anticíclicas para girar a economia que o PT implantou desde 2008, com Lula, em resposta à crise financeira internacional, com ótimos resultados em crescimento econômico e geração de emprego, foram tratadas pela mídia como políticas irresponsáveis que estavam criando déficit fiscal e pondo em risco o controle da inflação.

O Blog analisou muitas vezes essas acusações e pode ser verificado que as medidas anticílicas adotadas pelo Brasil aumentaram em determinado momento 10% da Dívida Pública, enquanto no mesmo período os países ricos para debelarem seus problemas tiveram aumento de quase 100% de suas dívidas públicas. Antes da crise de 2008, inclusive como exigência fiscal da Zona do Euro/União Européia, a relação dívida/pib não poderia ser superior a 45% e na Alemanha chegou a 85%, na França a mais de 90%. Nos EUA a dívida que estava abaixo de 70% antes da crise chegou a ultrapassar 100% do PIB... de um pib de 16 trilhões de dólares.

Veja que o aumento de 10% da dívida brasileira foi pouca. E claro, pressionava a inflação e manteve os juros altos, mas sempre dentro da meta de inflação de ate 6,5%. E os negócios que foram mantidos com esse acréscimo de dívida? E os empregos? Enquanto os países ricos estavam chegando a níveis de 25% de desemprego, como na Espanha, o Brasil estava, em 2010, ótimo em crescimento econômico e em taxa de desemprego.

Mas nossa grande mídia não reconheceu nada disso e a Miriam Leitão chegou a, no meio do furação europeu e morte-americano, sugerir medidas de austeridade a serem adotadas no Brasil iguais às adotadas naqueles países, sendo que nossas situações eram totalmente diferentes. Lá O Estado já tinha aumentado a dívida em quase 100% para resgatar bancos da falência em massa. Aqui, não. As medidas de liberação de crédito para pessoas e empresas não chegavam a 10% de aumento de dívida e mantinham a compra de bens que agora não eram mais comprados pelo exterior em crise. Lá, os imóveis perdiam valor e fundos trilionários de investimentos tiravam dinheiro da economia, refugiando-se na China, Rússia, Índia e Brasil, gerando dinheiro na economia e a maior bolha imobiliária da história do Brasil, o que também foi negado pela mídia e só reconhecido cinco anos após. Nós informamos desde o início sobre a bolha imobiliária. A mídia mentia. Situações distintas lá e cá, e a grande mídia queria que as medidas fossem iguais.. tsc, tsc, tsc.

Em sua implacável e insaciável vontade de desconstituir qualquer feito do governo petista, detratou todos os benefícios, somente reconhecendo-os parcialmente quando o PT de Dilma, mais tarde, após não admitir que a política anticíclica terminou seus efeitos positivos (porque uma hora terminariam mesmo), em resposta às mentiras da mídia que impediam a sociedade de ver os benefícios, resolveu igualmente mentir a partir do segundo semestre de 2013 para garantir sua reeleição em 2014.

O erro começou com as mentiras da grande mídia. Observe-se que em um campo de mentiras é difícil colher racionalidade e a irracionalidade chegou ao ambiente fértil ao Bolsonarismo. Mas chegaremos lá.

As mentiras do PT   

Sem que os benefícios da política anticíclica fossem aproveitados eleitoralmente de forma tranquila por causa das mentiras da grande mídia sobre as consequências fiscais da adoção de tais medidas, o PT de Dilma não se sentiu à vontade e com capital política para fazer a reversão das medidas anticíclicas como era necessário a partir do segundo semestre de 2013, quando eclodiram as movimentações históricas brasileiras de junho a agosto de 2013.

Aí, no momento em que deveria estar se discutindo as formas de se desfazer as medidas anticílicas, que naturalmente iriam piorar os números econômicos que já estavam em queda pelo natural esgotamento da política anticíclica adotada, o PT mentiu. Manteve as medidas anticíclicas para que a economia se mantivesse até a eleição em outubro de 2014.

Ao não desfazer as medidas anticílicas, dizendo que elas eram boas e deveriam ser mantidas, o PT mentiu e errou feio. Deveria ter se utilizado de seus meios de comunicação para explicar que os benefícios da política anticíclica colhidos até 2013 não poderiam se manter e que não garantiam mais os benefícios que garantiram até então e que o aumento de dívida pública já não mais se justificava em face de pouca geração de emprego e baixo crescimento econômico.

Mas o que em um ambiente de informações verdadeiras sobre economia, política anticíclica e crise econômica internacional e seu reflexo na economia brasileira poderia ser tranquilamente (talvez não tão tranquilamente assim.. rsrsrs) abordado com a população, tornou-se impossível político-eleitoralmente porque por anos a grande mídia havia dito que tais medidas eram uma irresponsabilidade e que levariam ao aumento de dívida pública, ao baixo crescimento econômico e ao desemprego e inflação.

Veja, toda a política anticíclica necessária para enfrentar a crise de 2008, como nos EUA e Europa adotaram, geraria aumento de dívida pública. Os crescimentos econômicos brasileiros na época, assim como a geração de emprego, justificaram o nosso pequeno aumento de dívida, mas se não houvesse crescimento mundial, em algum momento se esgotariam os efeitos benéficos desta política e a falta de demanda para os produtos e serviços brasileiros tanto internamente, por esgotamento de capacidade de endividamento das famílias, como externamente por falta de viço das empresas no exterior e pelos próprios países e sua população desempregada. 

Isso não foi tratado como algo natural e consequência da política anticíclica diante da alterações de alguns fatores (capacidade de endividamento de famílias e empresas) e da manutenção de outras (baixo crescimento mundial e desemprego em massa nesses países e crise fiscal na Europa e EUA que exigiu medidas de austeridade, tudo gerando pouca demanda internacional para produtos e serviços brasileiros).

Sendo assim, erroneamente o PT decidiu mentir em resposta às mentiras da grande mídia. O PT não explicou a política anticíclica e não explicou porque deveriam revertê-la. Manteve as medidas para insistir, assumindo que a visão disseminada pela grande mídia estava se concretizando na sociedade, que estava certo desde o início da adoção de tais medidas e insistiu que se elas deram certo no passado recente, com grande benefício evidente em 2010, em especial face aos EUA e Europa, iriam dar certo agora também.

Além de erros econômicos pontuais que existiram (preço da gasolina, falta de adoção de uma forma de compensar a Petrobrás, por exemplo) e de falta de sorte (ao tentarem mexer com as concessões de hidrelétricas, houve a mais seca no país em mais de 89 anos e inviabilizou a nova política de preços de energia elétrica criando uma dívida de mais de 8 bilhões de reais), desde o segundo semestre de 2013 o PT resolveu mentir e continuar com as medidas anticíclicas, quando, AÍ SIM, A PARTIR DE ENTÃO, AS MEDIDAS ANTICÍCLICAS PASSARAM A CRIAR TODO O PROBLEMA DE QUE A MÍDIA FALOU ERRÔNEA E ANTECIPADAMENTE.

O Judiciário e a Operação Lava-Jato e o cansaço do brasileiro com a política

As mentiras do PT iniciadas em julho de 2013, geraram a reeleição da Dilma em 2014, mas o povo que acreditou no PT viu o que a mídia dizia que ocorreria acontecer: aumento de déficit público, pressão inflacionária, baixo crescimento econômico e desemprego. Nesse momento, houve a perda completa, juntando-se às notícias da Operação Lava-Jato prendendo 300 políticos e altos empresários, de confiança na política.

O cidadão se viu enganado, se viu, a partir do fim de 2014 e início de 2015, perdendo o emprego. enquanto seus políticos iam presos por estarem roubando os cofres públicos, a Petrobrás, ricos, com suas esposas fazendo compras milionárias na Europa. É preciso dizer mais?

O Judiciário, neste momento, entrou como um toque final para o fim da imagem da classe política e também para um nível de esperança do cidadão com o Estado brasileiro. Neste tocante, o Judiciário e a grande mídia fizeram uma parceria quase perfeita a bem do país. Claro que a prioridade ficou sobre os processos de crimes de corrupção daqueles que estavam no governo, portanto petistas e seus aliados, e o PSDB e até o PMDB (hoje MDB) foram poupados do escárnio social em um primeiro momento.

Mas não se pode dizer que os processos judiciais, segundo nosso acompanhamento, tiveram preferências ou foram julgados fora do rigor técnico ou com conotação política. E, por fim, até o Geraldo Alckmin, Aécio Neves, Sérgio Guerra, todos ícones do PSDB também acabaram investigados e/ou processados e condenados.

Isso lavou a alma do brasileiro, mas acabou com o fim da consideração do brasileiro pelos políticos e em especial em relação ao PT, mas não só. O brasileiro perdeu a paciência e se cansou dos políticos e da política na forma como se apresentou até então. E os partidos trocaram de nomes e siglas para apartarem-se das más notícias de seus maus feitos: PMDB virou MDB, PFL virou DEM, PL virou PR. A política se tornou visivelmente ridícula.

Consequências e o Bolsonarismo

Neste contexto, surge Bolsonaro, como pré-candidato à eleição pelo PSL, tendo saído do PP justamente por ficar evidente que vários partidários foram incriminados e condenados pela Operação Lava-Jato.

No meio de tanta decepção, com Lula podendo ser preso e Aécio também, dois ícones dos clássicos partidos até então divisores da confiança e orgulho do brasileiro, surge um que qualquer um podia dizer que era um político que não roubava, inclusive não tendo sequer uma menção nas delações de todas as operações policiais que, e juízo, mancharam mais da metade do Congresso Nacional, chegando a envolver, inclusive, o Presidente da República Michel Temer.

Um sujeito que fala simples. Um sujeito com personalidade e que fala assim ou assado doa a quem doer. Que chama os políticos de ladrões e que diz que não se mistura.

E aí a sociedade olha para ele e se questiona:

Ele não teve projeção politica? Mas como ter se só os ladrões tinham. Todos os que tinham projeção estão processados ou presos. Não ter tido projeção pode ser prova de sua idoneidade.

Ele quase não teve projetos aprovados? Mas se ele é excluído e combativo com os outros políticos, como teria facilidade nesta seara?

Sabemos que as perguntas e respostas não são assim tão diretas e simples, mas veja, é uma lógica. E é o que sentimos que permeia a sociedade.

E as atrocidades que ele fala? Gente, no meio do fim da imagem dos políticos, as atrocidades que ele fala perdem dimensão.

O Bolsonarismo e a guinada para a direita vêm neste ambiente. Ambiente criado por uma sucessão de mentiras econômicas, o ativismo da grande mídia contra o PT, as mentiras do PT em resposta às mentiras da mídia, as condenações de políticos, inclusive do PT, pelo Judiciário, a crise e o desemprego e a decepção com a política e os políticos.

Bolsonaro é visto como um outsider da política, mesmo sendo político há mais de 20anos. O sentimento pode ser colocado também assim: se os EUA podem votar no Trump, qual o problema de eu votar no Bolsonaro?

Ninguém está votando na volta da ditadura (talvez alguns poucos.. rsrs). Ninguém está votando na discriminação de homossexuais ou transssexuais. Ninguém quer nada que não seja o bem do Brasil. Mas em meio a uma sociedade carente de valores e da esperança de que alguém os tenha e que possa ser eleito, Bolsonaro se apresenta como um revoltado com a política e os políticos, pai de família, preocupado com os valores que passaremos a nossos filhos, sem processos, sem inquéritos e sem menções em delações, além de sem sinais exteriores de riqueza incompatível com seu salário de Deputado Federal.

Bolsonaro promete combate à corrupção, corte de 20 mil cargos em comissão no Executivo (só isto já exterminaria com grande parte da política de toma lá-dá cá imediato), imposto de renda a 20% para todos (incluindo sobre a distribuição de lucros e dividendos e sobre os PJs - Bonner e Renata terão de pagar 20%.. rsrsrs), escola sem aulas de orientação sexual, segurança pública e perseguição ao crime. E ele tem legitimidade para propor isso.

Os erros e besteiras que seu filho (fechar o STF com um soldado e um cabo), Paulo Guedes (fim do décimo terceiro) e seu Vice Mourão (fazer nova Constituição com "seus" esclarecidos - você imagine isso.. ahuahuahuahuhaa) e até que ele mesmo fala, mas logo se retrata, perdem importância quando o brasileiro não tem mais fé em ninguém na política.

O Bolsonarismo nasceu aí desse caldeirão: movimentos apartidários de junho de 2013, mentiras da grande mídia sobre a política anticílica e a situação internacional e a bolha imobiliária, mentira do PT em nõa desfazer as medidas anticíclicas para vencer eleições em 2014, descoberta do povo de que foi enganado pelo PT, operações lava-jato e outras, condenações de políticos de diversaos partidos e principalmente do PT, perda da esperança na política e nos políticos, surgimento de um político com força de personalidade, com histórico parlamentar e político sem máculas contra o interesse público e os cofres públicos, apesar de algumas máculas contra os movimentos sociais e bandeiras LGBT e outras, e com disposição de ser presidente.

Boa parte dos brasileiros comprou a ideia de um "outsider" que acabará com o lixo político e os conluios de Brasília. Assim surgiu o Bolsonarismo.

Mesmo que não ganhasse amanhã, o movimento foi forte e tomou corpo no Brasil. O Bolsonarismo será analisado assim como o Lulismo o foi. A nós do Perspectiva Crítica, na falta de identificação com partidos, é ruim a necessidade de identificação com personalidades políticas, mas é melhor que isso ocorra dentro das regras eleitorais vigentes e da normalidade democrática e constitucional.

Não vemos risco de Haddad ou Bolsonaro, caso eleitos, fazerem os exageros que previram em seus programas porque as instituições republicanas, o Judiciário, o Ministério Público, a Imprensa, a OAB e outras entidades da sociedade não deixarão.

Nessa crença, desejamos boa eleição e bom voto a todos.