Estou impressionado com a mudez da grande mídia sobre um fato importantíssimo. Está pronta a usina que nos possibilita construir os submarinos de tecnologia francesa da classe Scorpène, a partir do que será construído o primeiro submarino nuclear brasileiro!!!
Gente, isto, que foi manchete do Jornal do Commercio de ontem, 04 de março de 2013 (veja a responsabilidade deste Jornal com o Brasil..), é nossa mais nova independência e/ou ato de garantia de soberania!!
A tecnologia francesa está sendo toda transferida para nós e a construção do casco do submarino nuclear e tudo o mais, exceto o motor/reator nuclear, que possui tecnologia 100% brasileira, poderão ser construídos por nós, mesmo se um dia lutássemos contra a própria França!!! É independência total em uma arma estratégica de defesa e que nos põe na ponta tecnológica mundial em defesa, em um quesito altamente importante! Como isso não é enaltecido pela grande mídia?!??!
Para você ter uma idéia, há uns 15 anos atrás, li uma reportagem em que um Almirante tecia considerações sobre estratégia de defesa para o Brasil, comentando sobre a necessidade de o Brasil possuir ou não Porta-Aviões.
Ele considerou que Porta-Aviões é vetor de guerra para ataque, o que não é de nosso interesse principal, já que nosso interesse estratégico é exclusivamente de defesa. Mas que era bom investir em um Porta-Aviões para exercitar uma forma de atuação que pode ser prestada a Organismos Internacionais, em prol da projeção brasileira no mundo, assim como se exercitaria operações e técnicas que eventuais forças inimigas poderiam utilizar contra nós. Ter o Porta-Aviões, portanto, nos habilitaria a entender as operações e procurar brechas para minar a eficiência deste tipo de operação, em sede de postura defensiva.
E ele colocou que o que precisamos investir mesmo, em termos de defesa efetiva, falando como Almirante, seria em mísseis e submarinos, pois isso seria de real e potente efeito dissuasório. Ele disse que precisávamos de 12 submarinos para defender com eficiência nosso litoral. Tínhamos cinco ou seis à época, à diesel (convencional), de boa tecnologia alemã, mas que podíamos construir.
Mas agora, senhores, teremos 11 convencionais até 2019 e um submarino nuclear até 2025 (já viram esse ano em outro artigo? rsrsrs Leia o nosso artigo “Ano 2025: a única real ameaça à soberania do Brasil”)!!
Seremos um dos únicos seis países no mundo que possuem essa tecnologia... os outros cinco são integrantes do Conselho de Segurança da ONU!! E seremos um dos únicos três que usarão este equipamento pelo Atlântico Sul, junto de EUA e Inglaterra!! Poderemos garantir a segurança do litoral e do Pré-sal de forma independente e autônoma!
Temos alguns fatos que considero declarações de independência. A defesa por Tiradentes da independência e sua morte, gerando conscientização em torno da exploração do País e do direito de ter liberdade e ordem tributária própria. A declaração da independência, rompendo laços com Portugal a partir dos maus tratos em Lisboa a representantes legislativos brasileiros enviados na condição de dita “Nação Amiga”. A determinação por Dom Pedro II de ensinar obrigatoriamente a língua portuguesa em todo o País, unificando o Brasil linguisticamente, quando o Norte do País falava preponderantemente tupi-guarani e outros dialetos indígenas relacionados. A realização de acordos com todos os vizinhos da América Latina, através da atuação de Barão de Rio Branco, garantindo paz nas fronteiras. A atuação de Duque de Caxias, pacificando toda a Nação em que várias revoltas surgiam nas épocas das revoluções liberais, na primeira metade do século XIX, atuando inclusive na Guerra do Paraguai (1868), depois de já reformado, a pedido pessoal do Imperador. A abolição da escravatura deu impulso ao amalgamento mais forte de uma sociedade mais igualitária e unida (construindo isso até mesmo hoje, claro). O rompimento da República Velha, retirando o Brasil de uma dobradinha política que não admitia a participação dos demais Estados da Federação. A instalação da CSN, por Getúlio Vargas, retirando nossa economia da preponderância exclusivamente agrária e lançando-a na fase industrial. A criação das estatais, Eletrobrás, Petrobrás, RFFSA, Furnas, construção de Itaipu, BNDES (BB e CEF já existiam desde o início do século XIX), independendo-nos em transportes, financiamentos, eletricidade, telecomunicações, energia, petróleo. A Embrapa, que hoje garante nossa competitividade agrícola. Desenvolvimento de tecnologia de mísseis, lançamento de foguetes e satélites e a construção de satélites (ainda em curso). Desenvolvimento de biotecnologia e vacinas pela FIOCRUZ!! Construção de tanques (já fomos bons nisso), aviões de guerra (ainda não supersônicos, os quais aguardamos com o projeto FX e a licitação inconclusa), navios de guerra, submarinos, e AGORA... SUBMARINOS NUCLEARES!!!
Gente, a independência não existe por si só. Só quem estuda o tema tem noção clara dessa realidade que vos digo. Hoje não haverá avanços grossos e crassos sobre país civilizado (sobre o Sudão ocorre, sobre o Iraque ocorreu, sobre o Afeganistão e Líbia ocorreu...). A independência do Brasil depende de nós... sempre.
É um trabalho de gerações. É trabalho permanente e eterno, lamento dizer. Construindo toda a estrutura social, econômica, diplomática e de defesa necessária para mantermo-nos unidos, ativos, aptos a defender a Nação Brasileira, o Brazilian Way of Life.
Hoje, a soberania é ameaçada de forma singela, a partir de uma frase que seria dita por um representante de governo estrangeiro, na ONU, ou em outro organismo multilateral internacional, ou mesmo de seu país, de maneira aparentemente legítima, com o fim explícito/explicitado de defesa de direitos internacionais (paz internacional, paz interna, defesa de “povos” oprimidos em um país, defesa da dignidade humana, defesa do meio ambiente, necessidade de ajudar governos pobres e/ou ineficientes a administrar seus patrimônios a bem deles mesmos e da humanidade – “criação de territórios internacionais sob administração internacional”). Mas o fim implícito/omitido seria o avanço sobre a soberania e patrimônios do País alvo. É assim que se apresentam os lobos da atualidade.
Avançarmos tecnicamente garantindo nossa independência militar em todos os níveis é o que garante que nós, a longo prazo, permaneçamos administrando nossos patrimônios (aqüífero, petrolífero, mineral, ambiental, bio-genético etc.. até mesmo o patrimônio humano brasileiro!!) da forma que nos seja mais proveitosa e ideal, consoante parâmetros autônomos e independentes brasileiros.
Regozigem-se com este (mal publicado) ato de soberania e a mais nova declaração de independência do Brasil!! Comprar armas é diferente de fabricá-las. Nós temos de fabricar toda a nossa defesa!!! Isso é ser independente. E ainda traz vantagens comerciais para nos enriquecer!!
Abraços a todos os irmãos brasileiros nesta data feliz e bem comunicada pelo Jornal do Commercio!!! Esse trabalho não foi da Dilma (que tem todo o mérito de realizá-lo após a contratação feita por Lula)! O voto foi nosso, então a realização é nossa como povo!! Nossos militares e nossas famílias!! Parabéns a todos nós!
P.s. de 06/03/2013 - texto revisto e ampliado.
P.s. de 08/03/2013 - texto corrigido com ajuda de Paulo Otávio Gravina.
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