Leiam hoje, na capa do Caderno de Economia do Jornal O Globo, à fl. 25 o destaque no canto superior à direita intitulado "Depois da queixa". Compare o destaque dado à colocação pior brasileira no ranking de desenvolvimento humano das Nações Unidas, ou seja 85º, e o teor do texto indicando que após reclamação brasileira a posição foi revista para 69º, exatamente no final do texto, onde quase ninguém na rua, apressadamente chega a ler.
A frase que começou o destaque, que é o que a maioria lê, foi a seguinte "85º É o lugar que o Brasil ocupa no ranking de desenvolvimento humano das Nações Unidas." Isso senhores é o que a maioria apressada nas ruas lerá. O termo "85º", pior e errado pois desconsiderou informações atuais da realidade do Brasil em comparação com outros quase 15 países melhor avaliados a partir desse rro das Nações Unidas, pois bem esse indicativo pior da colocação brasileira está em absoluto destaque, em formatação muito grande em comparação ao texto e na cor laranja. A informação positiva, correta e que enaltece uma melhor situação do País, a colocação corrigida 69º, está no fim, do texto, sem destaque, em mesmo formato de letra e cor do texto.
Isso não é coincidência senhores. É o destaque ao negativo e um recurso que julgamos contrário ao objetivo de mais fácil e correta informação do leitor que lê o jornal, mesmo o leitor furtivo. Do meio para o fim do texto o conteúdo é "No entanto, diante da reclamação do governo brasileiro, o órgão recalculou informalmente e o país ficaria em 69º."
Isso, eu quero que vocÊ aprenda, é o método clássico de diminuir algo positivo e enaltecer o negativo. O título, que é lido mais facilmente, assim como as primeiras frases, que mais facilmente são colhidas pela maioria imensa dos leitores, vem com a informação ruim. Mas o conteúdo, para que não fique evidente a má-fé na produção e disseminação de informação, vem com a informação verdadeira, mas alcançável àqueles que lêem com cuidado, com tempo, com atenção. Esses são poucos. E assim o resultado é espraiar-se a informação distorcida à maioria, continuando o trabalho desinformativo que tem suas finalidades próprias, em especial de crítica ao governo e desconstrução de sua imagem positiva social atual, enquanto não arranha sua credibilidade ao apresentar informação correta de acesso mais difícil, em letras de formas e tamanhos e cores iguais a todo o texto e posicionada essa informação mais ao fim do artigo ou destaque.
Veja, as Nações Unidas fizeram um recálculo. Isso não é relevante? Consideraram as reclamações brasileiras relevantes para fazerem isso. A colocação de 69º seria mais justa, a princípio, e nos enaltece como brasileiros. Então por que o jornal preferiu colocar em destaque a colocação em discussão e que é a pior, "85º", em laranja, em letra de formato diferente do texto, em tamanho equivalente ao de todo o texto que o segue junto? Interesse indutivo informativo, amigo.
O mesmo ocorreu com o título do artigo principal: "Ficou só na promessa", na mesma página 25 do Globo de hoje, 15/03/2013. O título se refere ao fato de que mesmo baixando os impostos da cesta básica, houve aumento imediato da cesta básica ao consumidor.
Agora, veja. Quem fez a promessa? A impressão é de que a promessa foi do governo e ela não foi cumprida. No texto também se passa essa impressão quando é dito que " A desoneração dos tributos federais foii anunciada pela Presidente Dilma Roussef na última sexta feira. O objetivo era reduzir o preço da cesta básica em 12%"(artigo citado, quatro parágrafo, primeira e segunda frases).
Mas quem tem o dever de cortar imposto? O governo. E quem tem de repassar o corte? Os empresários. Então o título dá impressão de que o governo falou e não fez, ou fez algo e não cumpriu promessa. Essa, me desculpem , é a minha impressão. Eu li assim. mas se você pensar, quem não repassou foram os empresários e o governo fez sua parte. Mas fez mais. Cobrou dos empresários o repasse.
Isso, essa informação que enaltece o governo, não está representado no título do artigo, mas está no meio do artigo, sem destaque, para garantir a veracidade do texto e a credibilidade do jornal, mesmo que tenham passado a informação distorcida pela escolha mal intencionada do título que criticamos.
Vejam o conteúdo do quarto parágrafo: " (...) Já na segunda-feira, o ministro da Fazenda Guido Mantega, convocou para reunião em Brasília os principais empresários e representantes do setor de supermercados e comércio e cobrou "repasse imediato" ao consumior dos menores impostos."
Eu pergunto: quem lê o título e subtítulo do artigo em manchete que ora critico, tem idéia de que o governo age e o empresariado não repassou o cortre de impostos? Não. A escolha do título foi informativa ou indutiva? Indutiva de uma realidade diferente da ocorrida. Para nós foi indutiva. É nisso, é nessa técnica, que consiste a forma pela qual o veículo de mídia manipula a realidade e induz uma imagem ou outra de governo, sem deixar de publicar coisas verdadeiras.
Eu quero que você saiba e entenda essa técnica, para que vocÊ possa avaliar quando a produção jornalística está no sentido indutivo ou informativo. Eu quero que você não seja mais um manipulado. Eu quero compartilhar contigo a forma de dissecar as publicações de jornal para vocÊ avaliar quando o jornal tem intenção em informar em determinado sentido, para você ver como a sua relação de confiança será com esse jornal. Você lerá mais atento ou pode ler mais desatento e à vontade?
E por fim digo que o Jornal O Globo tem todo o direito de publicar da forma que atenda a seus interesses editoriais, empresariais, de classe e consoante sua matiz política, óbvio. Eles tem uma visão de mundo, da qual eu mesmo não posso escapar por ser da classe média, mas que pode ter corrigido o viés! É a isso que se propõe o BLOG PERSPECTIVA CRÍTICA!
Queremos que a grnde mídia veja que a vemos. Queremos que parem de se iludir de que podem manipular a perspectiva sobre a informação que publicam. Queremos que a grande mídia cada vez mais tenha compromisso com a verdade, que busque a neutralidade utópica, que incentive o sentimento positivo de cidadania brasileira, que ajude na fiscalizção do governo e do mercado (repetimos, e do mercado), no sentido de obtermos o máximo de nossas potencialidades como economia e como sociedade: mais pib, menos inflação, controle fiscal, mais prestação de serviço públi e de qualidade, mais qualidade de vida para os brasileiros.
Queremos crer que os jornais sempre estiveram acompanhaods de empresas porque não havia como serem acompnahados dos inívíduos, mas através da internert essa conexação pode ser feita.
É no que cremos, é o que fazemos.
Enquanto esse mundo de comprometimento mais próximo entre grande mídia e cidadão, contribuinte individual não vem, estamos aqui apontando a indução informativa e aplaudindo a boa produção informativa, quando, onde e por quem ela ocorra.
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