quarta-feira, 19 de junho de 2013

Diferença do custo do transporte no Brasil e na Europa!!

O movimento dos 240 mil já teve um ótimo resultado!!!

O Prefeito Fernando Haddad informou ontem que na Europa o custo do tranporte público é rateado em sociedade da seguinte forma: 1/3 para o Estado; 1/3 para a empresa e 1/3 para o cidadão. Esse terço que é a participação do cidadão pareceu a mim que é o preço da passagem pago pelo cidadão, mas pode estar incluído algum tributo pago pelo cidadão e direcionado especificamente para os transportes. Como imposto direcionado aos transportes me parece a participação do Estado, o terço de peso para o cidadão me pareceu que seja realmente a passagem.

No Brasil, segundo o Prefeito de São Paulo, o custo do transporte público é rateado em sociedade da seguinte forma: 10% para empresa, 20% para o Estado e 70% para o cidadão!!!!

Fantástico!! Aparentemente seria possível diminuir o peso ao cidadão brasileiro à razão de 50%, distribuindo 10 pontos percentuais para o Estado e vinte pontos percentuais para a empresa.

Observem, nunca se discute o nível de lucratividade das empresas que explorarm os serviços de transportes. Até mesmo ontem, quando Sardenberg falou sobre a possibilidade de se diminuir o preço de passagens, ele disse que era possível desde que: (a) diminuíssem custos do Estado (sim, claro.. rsrsrs); (b)tranferissem investimento ou gastos em um setor ou programa para o subsídio de passagens; (c) diminuíssem tributos incidentes sobre diesel e o serviço de transporte coletivo de pessoas; ou (d) se se aumentassem tributos para bancar esse subsídio às passagens. Em nenhum momento se falou em dimiunuir o lucro do empresário!!! Em nenhum momento se falou em aumentar a participação do peso dos custos da passagem para a empresa concessionária e exploradora da atividade pública de transporte coletivo de pessoas. Por quê?

Não sou contra o lucro. Eu sou a favor do lucro. Não existe atividade econômica, empresas, empregos, sem a possibilidade de auferir-se lucro. Isso mostra a sustentabilidade em sociedade da permanência de tal atividade ou prestação de serviço. Até serviço público deve ser sustentável e o orçamento do Estado deve demonstrar-se sustentável.

Mas por que na Europa o custo do transporte público é custeado na base de 1/3 para empresa, 1/3 para o Estado e 1/3 para o cidadão e aqui essa razão é de 1/10 para empresa, 2/10 para o Estado e 7/10 para o cidadão? Por falta de questionamento sobre isso pela população!!!! Esperamos que isso mude!!

Excelente resultado da passeata. Só saber que somos explorados pela prestação de serviço público de transporte público pelas concessionárias que têm direito de custear três vezes menos (ou seja lucrar três vezes mais) do que as empresas equivalentes na Europa, já é uma baita informação que merece atenção e um baita fato que merece correção!!

E se essa correlação de dados apresentados pelo Prefeito de São Paulo e analisado superficialmente pelo Blog estiver correta, a queda dos custos de 7/10 para 33% sobre os ombros do cidadão poderia gerar um corte de 50% no valor das passagens!!! Será?!?!?!?!

5 comentários:

  1. Mário,

    Tem mais um ponto importante que devemos comentar. Por isso, digo que NÃO sou a favor da proposta do Movimento Passe Livre - MPL.

    Por quê?

    Porque caso isso ocorra onerará exclusivamente o Estado e desonerará o empresariado.

    O MPL em todas as entrevistas que vejo-os se pronunciando se definem como socialistas, porém, acho que estão sendo um pouco ingênuos na proposta, se realmente tiverem essa inclinação. O passe livre é tudo que o empresariado quer para desonerar a folha de pagamento trabalhista e certamente não repassarão essa vantagem para o trabalhador.

    Explicando melhor:

    No Brasil, a Lei n° 7.418, de 16 de dezembro de 1985, lá da época do Sarney, institui o "Vale Transporte" que justamente obrigou o empresariado, assim como os governos, a financiar o transporte público dos trabalhadores e funcionários públicos, inclusive, desta forma aumenta-se a movimentação da economia e até a arrecadação de impostos no setor.

    O Bilhete Único foi criado para desonerar a folha daqueles que só encontravam mão de obra para as suas atividades de trabalhadores que residiam mais distantes da sede, e, também, para facilitar a empregabilidade desse trabalhador, pois é sabido que muitos empresários tem a preferência de contratar aqueles que residem mais próximo justamente para não aumentar esse gasto.

    O Estado já financia esse abono. Essa diferença.

    Portanto, é tudo que o empresariado deseja é o "passe livre", basta saber se esse movimento MPL vai também exigir a valorização dos salários nesta compensação. Acredito que não!

    Outro ponto: O Estado ficando a cargo exclusivamente do transporte não terá a estrutura nem a capacidade administrativa na atividade (embora já tenha feito isso no passado) visto que hoje teria que atender uma demanda absurda, portanto, certamente, contrataria as empresas que aí estão para a prestação do serviço e consequentemente o aumento do famigerado "gasto público" na observação dos capitalistas, os mesmos que pedem a redução dos impostos e a diminuição do Estado.

    Por fim, te pergunto:

    O MPL tem uma proposta socialista (para a população) ou capitalista (para o empresariado)?

    Para refletir!

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  2. Fábio, finalmente consigo divergir de você em algo!! Pensei que esse dia não chegaria nunca. Rsrsrs

    Eu acho que o MPL é um movimento bonito e simples. Nôa vejo nada aprofundado filosoficamente. Não é um partido. É um movimento social que prega passe livre para trabalhadores e estudantes e pediu que não houvesse aumento da passagem em junho deste ano, o que conseguiram.

    Primeiro desejo enaltecer qualquer movimento social que queria discutir questões sociais e propor soluções concretas, por mais simples que sejam. Eles assim fizeram e conseguiram essa primeira vitória.

    Acho que não convém batermos em quem defendo algo ou algum investimento em prol do trabalhador.

    Questionando agora todas as suas reivindicações, aí eu concordo contigo em grande parte. Não adianta pedir que trabalhador e estudante não pague passagem, pois isso seria socializar o custo. Não é possível, como você bem disse, pois não é sustentável.

    No entanto, a bandeira deles, e aí acho interessante e por isso digo que discordo em parte de você, é ótima para levantar o debate do custo público de trasnporte de pessoas. Eles não precisam atingir sua finalidade na integralidade. Eles levantaram a bola do problema e propuseram uma solução.

    A sociedade poderia discutir e implementar algo sustentável com a informação que o MPL arrancou do Prefeito de São Paulo de que o custo do transporte público na Europa é repartido igualmente entre cidadão, estado e empresa (1/3 para cada), enquanto no Brasil o peso é dobrado para o cidadão, sendo 7/10 pro cidadaõ, 2/10 para o estado e 1/10 para empresa.

    Isso significa que se alterar essas relações, a passagem desce à metade, o custo do estado dobra (o que pode ser feito via desoneração) e o do empresário triplica ou o lucro desce à metade.

    Isso não seria ótimo? Por isso apoio com ressalvas, as mesmas das suas sobre estatização do trasnporte público, o MPL.

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  3. Bom, Mário no final da década de 80 fui presidente do Grêmio Estudantil do colégio secundarista que estudava e por muitas vezes organizei eventos, representei os alunos postulando junto a associação de pais e mestres, participamos dos "caras pintadas", assinei a ATA da UNE e da UBES.

    Sempre quando iríamos nos reunir com aqueles que tinham o poder de resolução sobre aquilo que pedíamos já apresentávamos os trabalhos para facilitar a reunião, os estudos e os respeitávamos-os em busca de nova audiências. Se eles não tinham propostas ou conhecimento dos fatos, apresentávamos nossas propostas e nossos estudos, assim eles poderiam se basear, contestar ou acatar. É prático assim, mesmo.

    No caos em tela, vi aquela menina responsável pelo movimento sair de uma primeira reunião apenas criticando e não apresentar nada para contornar o que criticava. Era gratuito. Chamo-a de menina, pois percebi um certo comportamento infantil, pois ao invés dela ter sugerido que o governo estava desinformado, ela poderia se demonstrasse mais segura com a discussão e dominado a situação. Infrutífero! A oportunidade foi perdida!

    O momento agora não é brincadeira! É uma oportunidade que nunca mais pode acontecer.

    Portanto me pareceu que nitidamente nada vai acontecer e certamente muitos dirão que foi intransigência dos políticos, pois é mais confortante.

    Sobre os percentuais do Haddad, lembramos que a parte financiada pelo trabalhador, é o desconto de 6% em folha ou resto é do empresariado.

    Contudo, sou a favor do transporte público gratuito nos finais de semana justamente para o enriquecimento cultural, lazer e das relações familiares da população. Como fizeram nos jogos do Brasil na Copa das Confederações.

    Certamente, os atuais governos pecam por não tratar os concessionários com pé no peito e continua fazendo isso quando assumiram para si a diferença da conta.

    Lembramos alguns fatos recentes para dois lados da questão:

    1 - Somente em 2005 o governo passou a acionar os concessionários que vendiam os bens reversíveis;

    2 - Somente em 2008 o governo exigiu a apresentação de plano de investimentos e atribuiu metas para a telefonia;

    3 - Uma boa parte da RFFSA já foi vendida e derretida como sucata, algo que os concessionários deixaram que se tornasse, visto que somente os ramais muito lucrativos estão ativos.

    4 - O Mercado de Capitais diz que o governo destruiu a Petrobrás pois subsidiou o preço dos combustíveis. Hoje, vemos no Facebook alguns pseudo nacionalistas reclamando que a gasolina brasileira é a mais cara do mundo.

    5 - O Tesouro Nacional paga pelo desconto da energia, pois alguns Estados disseram que se o fizesse prejudicaria os 10.000 investidores. Então, o povo que se ferre.

    (...) E muito mais...

    Gente, devemos nos orientar melhor sobre as coisas... as pessoas estão desconectadas... Sei que a proposta do blog contribui para esse esclarecimento.

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  4. Mario, se você me permite, voltei apenas para enfatizar minha posição, pois lendo todo os comentários acho que não deixei clara minha posição.

    Sou a favor das mobilizações e, inclusive, em relação ao protesto da sociedade pelo sofrimento impingido pelas concessionárias de serviço público e a omissão do Estado na fiscalização do cumprimento dos contratos em benefício da sociedade, como a qualidade, a presteza, a pontualidade, o custo e a segurança dos serviços.

    O que eu contesto sobre o MPL é o objetivo final adotado como causa, o passe livre, justamente pelo ônus exclusivo que recairia sobre o Estado, mas, não pela representatividade e pelas conquistas que já foram alcançadas.

    Só lamento um pouco, pois percebo inexperiência.
    Ok, Abraços!

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  5. Também pude perceber a inexperiência.. mas são jovens pelo que deu para ver. Com certeza o que eles pedem de desonerar trabalhadores e estudantes da forma como fazem é inviável, mas que exijam tudo que puderem e arranquem algo para a sociedade.
    E nós vamos fazendo nossas ponderações e participando como podemos dessa movimentação social toda, né? É isso aí.
    Tudo entendido. A exposição de idéias escritas tem um limite grande mesmo. Mas acho que você deixou bem clara a sua idéia.
    Já teve vezes de eu ter de fazer de três a quatro apartes para ficar seguro de que me fiz entender bem. É duro. Rsrsrs
    Fique sempre à vontade.
    Abs.

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