quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Investimento social e retorno em renda familiar e crescimento do PIB

Uma coisa que sempre me chamou a atenção é que os investimentos sociais (educação, saúde, aumento de salário mínimo, aumento de remuneração de servidores) sempre são encarados pelo lado da despesa pública. Nunca se fala do retorno social. Por exemplo, se você emprega mais na área privada e paga melhor, o INSS recebe mais valores e pode garantir todos os benefícios previdenciários imediatos e futuros. Se vocÊ contrata mais funcionário público ou aumenta sua remuneração, de forma responsável e sustentadamente, vocÊ aumenta recolhimento de imposto de renda e ainda garante mais e melhor atendimento na área pública.

Isso é até mais fácil de ver, apesar de nunca os jornais publicarem isso, mas e a educação? Quanto há de retorno para a economia com investimento em educação pública?

Pessoal, fico extremamente satisfeito com o artigo publicado pelo Globo intitulado "Cada R$ 1 gasto em educação pública gera R$ 1,85 para o PIB, diz Ipea‏". Resumidamente, informa que o retorno para renda familiar e cresimento do PIB do investimento em educação é muito maior, por exemplo do que o mesmo retorno proporcionado pelo investimeno em atividade exportadora!!!!

Enquanto um real investido na atividade exportadora repercute em aumento de 1,04 reais de renda familiar, 1 real em educação gera 1,85 para o PIB e 1,45 em renda familiar!!

É isso. É esse tipo de informação que nos interessa. Se não podemos convencer a sociedade e o Estado em investir em educação por princípio, porque proporciona o desenvolvimento da capacidade plena intelectual e humana de nossos cidadãos, então que se veja que também é um excelente negócio!!! Agora, se o IPEA fosse privado, vocÊs acham que este tipo de pesquisa apareceria para nós? Até hoje nenhum instituto de pesquisa privado tinha se interessado sobre este tipo de pesquisa, não é?

Acessem o artigo do globo: http://oglobo.globo.com/economia/mat/2011/02/03/cada-1-gasto-em-educacao-publica-gera-1-85-para-pib-diz-ipea-923728279.asp

E fiquem com esse trecho do artigo: "Nenhum gasto público social contribui tanto para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) quanto o que é feito em educação e saúde. Cada R$ 1 gasto com educação pública gera R$ 1,85 para o PIB. O mesmo valor gasto na saúde gera R$ 1,70. Os valores levam em conta gastos de União, estados e municípios." (artigo em comento, publicado em 04/02/2011, no Jornal O Globo)

Investimento em Saúde e Educação já!!!

2 comentários:

  1. Muito interessante o artigo em mesmo sentido do brasileiro doutorando em Saúde Internacional e Sistemas de Saúde e Mestre em Desenvolvimento Econômico, Político e Social da América Latina e Caribe, pela Johns Hopkins University, Washington/EUA e Diretor da John Snow Brasil Consultoria, especializada em gestão social, Miguel Fontes. Acesse seu artigo datado de 2005 em: http://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:GX2ajvayaEYJ:www.responsabilidadesocial.com/article/article_view.php%3Fid%3D393+retorno+de+investimento+social&cd=4&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br&source=www.google.com.br

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  2. Mário, a informação destacada neste "post" foi perfeita. Brilhante! Como já comentei em alguns textos deste excepcional blog em várias discussões: "É PRECISO SABER DIFERENCIAR O QUE É GASTO PÚBLICO E O QUE É INVESTIMENTO!"

    Muitos economistas teóricos seguidores da doutrina "Smithiana" desprezam "Keynes" e sua economia "Keynesiana", porém, nas maiores crises mundiais sua doutrina é invocada para uma nova estabilização.

    Como disse Jim O'Neil, os países "BRIC" dominam o mercado internacional de divisas em relação ao valor do PIB já que pelo fundamento de Keynes o Estado tem o dever de enfocar a política social como investimento.

    Na visão geral, os economistas costumam desprezar os aspectos contábeis do resultado, pois mantém sempre sua observação ampla e motivadas pelos interesses do patrão.

    A imprensa deveria (mas não o faz) desmistificar o que releva sobre gasto público e investimento, o que prova no seu "post" que o público deveria entender melhor estas questões.

    Nos últimos dias, vemos a imprensa (classificada como de extrema direita) enfatizar o aspecto da subida da inflação nos primeiros meses do ano, causada pelos alimentos e transportes, mas não comparam todos os meses de cada ano para ver que a incidência sempre é maior neste período devido aos deveres fiscais dos empresários, a correção anual dos serviços público, e também nosso período de fortes chuvas que causam prejuízos e atrasa a logística aumentando os custos.

    Ah! Esse ano foi a maior do período desde 2005. É pontual, pior se tivesse sido maior que 2002 ou anos anteriores. Lá era muito mais alta!

    Sobre essa manipulação das informações pela mídia em relação às finanças brasileiras do investimento e do gasto público, apresento a seguinte comparação:

    No primeiro, Carlos Sardenberg em 29/06/2009 (pós crise AMERICANA, o Brasil concentrando investimento e sem reduzir gastos) diz que "O BRASIL É INVIÁVEL".

    http://www.youtube.com/watch?v=KB3-iYH0Qvg

    No segundo, (detalhe) menos de seis meses depois, em 02/12/2009, o mesmo jornalista volta a falar sobre os "BONS NÚMEROS DA ECONOMIA" e diz que: "a recuperação da economia brasileira é forte graças ao consumo e os investimentos".

    http://www.youtube.com/watch?v=xubCDiVqzEM

    Hoje, um ano e meio depois mesmo com os números das estatísticas, observando que o governo na medida do possível investe em infra estrutura, as federações industriais "não" orientaram o "crescimento" da produção? Lógico que há, os números dizem isso. O PIB fechou com 7,9% positivo!!! Então, a demanda do consumidor é maior ainda? Cada vez maior???

    Na contramão do que prova o “post”, os economistas orientam o corte dos gastos (diminuição do Estado) para a obtenção de lastro, a subida dos juros (lucro na Ciranda) para conter a inflação. Mais uma vez esquecem (talvez propositalmente) do aspecto contábil:

    Os JUROS ALTOS tiram o dinheiro da produção para jogar na ciranda financeira. Se o empresário tem a expectativa de crescimento menor do que o "spread" ele vai preferir comprar títulos no SELIC.

    A diminuição do volume de produção (como já afirmou a maioria dos economistas que neste ano o Brasil irá crescer menos, ou seja, são profetas ou especuladores?) prejudica o aspecto defendido no texto em relação ao povo e a subida dos juros garante o lucro sem precisar produzir.

    Nesse aspecto, acho que o governo caiu na lábia dos economistas.

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