Segundo afirmação da Presidente da República Dilma Roussef, por ocasião da Cúpula dos Brics, os emergentes passaram os ricos em investimento estrangeiro direto (IED) em 2012.
Em suas palavras, publicadas pelo Jornal do Commercio de 28/03/2013, pg. A-2, no artigo intitulado "Tolerância zero com inflação", ela afirma: "Pela primeira vez, no ano passado, os países em desenvolvimento atraíram mais investimento estrangeiro direto do que os países desenvolvidos". O Jornal ainda afirmou que a presidente lembrou que 20% desses valores de IED foram destinados aos BRICS.
Senhores, é importante ressaltar o futuro, para ajustes de visões nas políticas do presente. Até 2050 está previsto que os BRICS terão participação do PIB mundial maior do que os países desenvolvidos. Hoje, os países desenvolvidos movem apenas 1/3 do comércio internacional. Pelos próximos dez anos, no mínimo, alguns dizem trinta (o que acho exagero e aceito até 20 anos no máximo), os países ricos deverão trabalhar a diminuição de suas relações dívida/pib, tentando chegar novamente a 40% e saindo dos atuais 90% a 120%, sendo a do Japão de 220%. As reservas do FMI e Banco Mundial estão sendo direcionados para ajudar os países centrais ou desenvolvidos a saírem da crise em que estão mergulhados desde 2008. Os países emergentes e dentre eles os BRICS são os que menos sofreram e que mantém perspectivas de crescimentos melhores do que os centrais.
Aliado a tudo isso, os BRICS criam mecanismos de financiamento internacional mútuo e com vistas a financiar negócios entre si e com terceiros, em especial África, criando sistema paralelo de financiamento internacional que antes era monopolizado pelo FMI e Banco Mundial, sob a batuta exclusiva dos ricos. Agora haverá Banco de Financiamento e Desenvolvimento Internacional sob exclusiva direção dos BRICS. Além de concorrência com o FMI e Banco Mundial e permitir realização de política internacional sob direção dos BRICS e para defesa de seus próprios interesses, esse novo banco internacional poderá competir ainda com o Eximbank americano, no sentido de poder prestar aos BRICS o apoio em vendas ao exterior de produtos e serviços dos países integrantes dos BRICS, facilitando o fechamento de negócios.
Hoje, muitos negócios fecham em favor de americanos porque eles além do produto oferecem o financiamento par a aquisição através do Eximbank. Assim, os Brics podem imaginar a anulação dessa vantagem dos produtos americanos contra os seus produtos. Isso há pouquíssimo tempo estava sendo feito pelo BNDES em pequena escala para o Brasil, mas com um organismos internacional em que somos protagonistas essa instrumentalização de nossas vendas as exterior podem ganhar bom torque e aliviar o BNDES.
Em suma, muita coisas está mudando na economia internacional e a continuidade dessa onda parece ser certa e a favor dos BRICS. Cabe a nós não perdermos a chance que dez a vinte anos de estagnação dos trilaterais EUA-EUROPA-JAPÃO nos garantirão em podermos avançar sobre o PIB mundial. O mapa econômico mundial está em mudança e o indicativo de investimento sempre foi o prelúdio da situação econômica futura: o investimento direto estrangeiro foi maior nas economias emergentes em 2012. É trabalharmos para mantermos assim por uma década e o mundo definitivamente terá mudado.
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