A edição do Jornal O Globo de 1º de fevereiro de 2013 é o tipo de edição que eu gostaria de ler todos os dias. Bom dia de informação. Não deixou de ser crítica ao governo. Ótimo. Espero que mantenha esta linha em governo do PSDB também. Mas não omitiu, não desinformou, publicou verdades.
Gostei particularmente de três artigos: "Ladeira Abaixo" de fl. 23, de Luiz Garcia; "Comédia de erros", da Miriam Leitão, fl. 26 e "México ameaça desbancar o Brasil" (o que criticarei), Opinião, fl. 22.
Serei sucinto, pois concordo com os artigos, exceto o sobre o México, e quero apontar que o Globo pode criticar, sem induzir e ser parcial ao noticiar.
O "Ladeira Abaixo" conta a intenção do governo em "denunciar" um conluio entre Mídia e o Ministério Público com fins de prejudicar o governo de esquerda e com base nisso lançar ofensivas que controlem a publicação da mídia e a atuaçãodo Ministério Público.
Total apoio ao Luiz Garcia. Não é possível, em Estado Democrático de Direito, limitar a imprensa. Ponto e não se discute. É claro que a imprensa no Brasil muitas vezes defende perspectiva do partido de oposição oa governo hoje e seria melhor que durante as eleições ela declarasse explicitamente apoio a um candidato e não defendesse sua candidatura atrás do véu de mídia isenta e neutra, como faz.
Mas o que se pode fazer contra isso é garantir mais liberdade de expressão, como ocorre hoje com a profusão de Blogs Sociais (a mídia social), denunciar o apoio implícito à oposição e educar a população com melhores colégios e escolas, professores mais bem pagos e em quantidade suficiente, pois aí sim o leitor terá senso crítico e poderá filtrar o que a imprensa publica.
Impedir liberdade de imprensa é querer manipular a opinião pública. A grande mídia tenta manipular a opinião pública, mas no Brasil há muitos veículos de comunicação de todas as matizes que equilibra a opinião publicada pela grande mídia e relativiza a tentativa de manipulação. O Estado não pode querer manipular a opinião pública pois isso é movimento autoritário e proto-ditatorial.
O mesmo se diga sobre tentar limitar o Ministério Público. Isso é atentado à democracia. Se houver abuso do Promotor de Justiça ele poderá ser responsabilizado pelo Conselho Nacional do Ministério Público. É só juntar fatos expondo como houve abuso ou outra ilegalidade e apresentar ao Conselho. Isso já aconteceu. Mas mordaça ao Ministério Público ou impedimento de investigar e coisas do gênero é medida de quem tem medo de que o MP descubra algo contra si. É medo da Justiça.
O Brasil de hoje tem instituições fortes e Judiciário forte e não deixará ocorrer cerceamento à liberdade de imprensa e nem limitação ao Ministério Público. Mas há que se ficar de olho a este tipo de intenção por parte de algumas alas do Governo, mas não só do Governo como de alguns partidos. E no fim, quem deixaria isso passar seria o Congresso, o qual não é composto somente por PT, não é mesmo?
A coluna da Míriam e toda a parte econômica centraram fogo na política de combustíveis e no prejuízo à Petrobrás que a contenção de reajuste de gasolina está causando.
Certíssimo. A política de combustíveis do Governo não está nada boa. A PEtrobrás, bom que se diga, continua com 66% do seu lucro normal. Já teve o pico de R$35 bilhões há poucos anos e em 2012 chegou a 20 bilhões. Mas deve haver ajuste mais adequado ao combustível e garantir mais lucratividade à nossa galinha dos ovos de outro, assim como normalidade ao mercado de combustíveis. Também deveria o governo encontrar solução para o problema de comercialização de etanol brasileiro. Está péssimo nisso também. Deveria ainda a Petrobrás terminar ao menos uma refinaria de petróleo que produzisse gasolina para diminuir a necessidade de importação do produto.
Mas não sou contra o parcelamento de aumentos de petróleo e gasolina para impactar menos a inflação. Nós podemos fazer isso porque a Petrobrás é estatal. O petróleo lá fora varia por guerras na África e no Oriente Médio e nós aqui e a Petrobrás não é impactada por esse custo. Nós produzimos petróelo cru suficiente, mas não gasolina, diesel e derivados suficientes.
Temos de retomar leilões (assim que a novela dos royalties e essa palhaçada terminar, mas até antes), temos de terminar uma refinaria para produção de derivados, ao menos, e temos de ajudar a indústria do etanol!! O Governo não está fazendo isso bem. Isso é verdade e o Globo está certo, mais uma vez, em bater nisso.
E a compração com o México? Gente, a comparação somente sobre destinos de investimentos é interessante, mas não indica o que queremos para o País. Houve até lista publicada ontem pelo JOrnal das dez, da Globonews elencando lista de emergentes mais interessantes para investir e a China ficou em primeiro, seguido de Coréia do Sul, Tailândia, Cingapura, passando por México, Chile e por útlimo, em 17º lugar, o Brasil.
Vejam, também poderia ser o ranking de países com menos direitos trabalhistas, inexistência de sistema previdenciário, menor salário mínimo e inexistente assistência social!! Vejam se não é verdade. Assim, se o capital quer isso, o que fazer? Acabar com nossa previdência, baixar salário mínimo, acabar com assistência social, acabar com indústria nacional e deixar estrangeiros dominarem a economia? Só pra ficar em primeiro nesta lista? Está maluco?!?!?!
Quero que venham para cá, como estão vindo, para ajudar e não explorar. Quero que venham para compartilhar dos benefícios de crescimento econômico e da melhora de IDH. O BRasil foi o terceiro destino de investimentos estrangeiros no ano de 2012, atrás de China e EUA, somente.
Eu espero muito que o México cresça, mas que desenvolva autonomia, que diminua a desigualdade de seu povo e que consiga suplantar o tráfico, garantindo segurança a seus cidadãos. Se empresas querem mandar seus executivos para o México para correrem risco de vida, o que podemos fazer? Desejo boa sorte.
Nesse sentido, a comparação do México com Brasil não foi das melhores. Mas o Globo acertou na produção de boa informação em 1º de fevereiro de 2013.
Parabéns Globo!
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