sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Diminuição da taxa de energia elétrica, custo/bônus social e entrevista do Presidente do Panamá

SOBRE A QUEDA DE CUSTO DE ENERGIA: FALTA DE INFORMAÇÃO E FALTA DE NEUTRALIDADE DA MÍDIA

Quero que vocês saibam que enquanto a mídia do mercado financeiro malha o corte de custo de energia, o Jornal do Commercio comemora.

É importante notar infomações que são publicadas mas não sublinhadas nesta questão: o custo de 8,4 bilhões que o governo terá com a medida de diminuição das contas de luz para pessoas e empresas, gerará, segundo notícia publicada hoje no Jornal O Globo, em torno de 32 bilhões de reais na economia! Isso pode ter impacto sobre o crescimento do PIB!

Não é correto obter baixa de preços públicos através de criação de nova despesa pública, pois isso é transferir o custo de milhões de consumidores para o Tesouro Nacional, mas todo subsídio e toda "desoneração tributária" faz isso! Então, o importante é qual a vantagem em se fazer isso; e não ficar dizendo que medidas governamentais têm custo, pois elas sempre têm.

A minha pergunta para a grande mídia é: dado o fato de que houve a medida governamental, em que medida ela prejudica a inflação, prejudica a economia e prejudica as contas públicas? Qual o impacto que pode ter sobre o aumento da eçconomia e aumento de competitividade de nossos produtos internamente e no exterior? O potencial crescimento do PIB aumentaria a arrecadação e compensaria o custo da medida?

Nada disso foi abordado. Há desespero com a medida, pois pode ter efeito positivo sobre inflação e economia, o que reforçará, juntamente com a boa administração de Câmbio, inflação e juros, a imagem de bom governo do PT de Dilma e Mantega. Isso a grande mídia não quer, pois enfraquece seu futuro candidato Aécio Neves. Mas a mídia deveria apontar os pontos ruins e os bons. Sò está apontadno os ruins dessa medida corajosa de Dilma.

Dilma baixou juros básicos. Dilma baixou juros bancários. Agora Dilma está baixando o Custo Brasil através de baixa da energia elétrica. As três empresas que não compactuaram com a queda do preçço são de partidos de oposição: COPEL (PR), CEMIG (MG) e CESP (SP). Tudo bem. Era direito deles. mas é bom que seja tudo explicitado para o público.

Todas continuarão lucrando, segundo o governo. Só não se pagará o Custo Brasil que estava embutido na operação de concessão anteterior em que o risco Brasil era de mais de mil pontos. Agora é de menos de 200. Me parece justo que ao fim do contrato de concessão o governo proteja o bolso dos consumidores e não somente dos investidores. A mídia peca em faltar com mais informação sobre a questão, como apontei acima... ao mesmo passo em que demonstra que está atacando o governo e preparando terreno para seu candidato, quando devia estar analisando prós e contras da medida e expondo fatos.

SOBRE A ENTREVISTA DO PRESIDENTE DO PANAMÁ: QUE TIPO DE CRESCIMENTO DE 12%?

Interessante que em Davos a mídia brasileira não entrevistou o Presidente da Noruega, Dinamarca, Suécia sobre a economia do Brasil. Ouviria que a carga tributária desses países é mais alta do que as do Brasil e que seus serviços públicos são para todos e impecáveis, incluindo Previdência Pública, salário mìnimo alto, boa assistência social, educação pública gratuita de qualidade e saúde pública de qualidade.

Não há entrevistas e reportagens sobre como fazermos para ficarmos com uma sociedade como as de melhor IDH do mundo, ou seja, as nórdicas. Mas se interessaram em saber sobre um país importante e de relevo no mundo (rsrs), com IDH fantástico (rsrs), e projeto grandioso seja industrial, seja de soberania, seja de Nação: entrevistaram o Presidente do Panamá (Jornal O Globo de 24/01/2013, fl. 27).

Este disse que precisamos de comerciantes em cargos políticos, baixar carga tributária e vender mais para todo o mundo. Assim ele conseguiu crescimentode 12% de seu gigantesco pib de 30 bilhões de dólares em 2011.

Segundo informação no site http://www.telemetro.com/noticias/2012/07/26/108595/presupuesto-panama-2013-proyecta-expansion-pib-8 e outras fontes, o PIB do Panamá cresceu 7,5% em 2012. O orçamento (presupuesto) cresceu 12,6% em 2012, o déficit está em 2,9% e o governo panamanho prevê crescimento de 10% em 2013 para o PIB, enquanto a área privada espera crescimento de 8%. Inflação de 2012 foi de 6% igual à de 2011 e o desemprego de 2012 ficou em 4,5%.

Agora, senhores, o que é a indústria panamenha? Parece que nada ou quase nada. Parece que é plataforma de venda de produtos estrangeiros, em especial americanos. Há previdência pública panamenha? Qual o salário mínimo no Panamá? Quantos pobres em relação à população? A renda percapita cresce nos últimos cinco anos, mas há diminuição de desigualdade social? Há investimento em forças armadas? Há educação gratuita de qualidade a toda a população e saúde pública de qualidade a toda a população?

Então acho que este Presidente, a quem respeito como líder de um povo da América Central, acho que não está em muitas condições de ser analista do que ocorre aqui, infelizmente. Devemos copiar a desburocratização para criação de empresas (em 24 horas e pela internet), mas projeto de País não é só crescimento de PIB e orçamento.

Eu queria a entrevista e análise sobre o Brasil dos líderes dos países nórdicos. Mas não teremos isso, não é mesmo? São países longe da influência americana, de serviços públicos excelentes, bem remunerados e em percentual de empregados muito superior do que no Brasil, além de salário mínimo de mais de R$4.000,00 (quatro mil reais).. e isso para famílias que não precisam pagar por educação ou saúde. É outro mundo não é mesmo? E, pior, não é o que nossa mídia de mercado quer para a população do Brasil. Triste.

p.s. de 27/01/2013 - As três empresas que não aceitaram o acordo do governo foram Copel, Cemig e CESP. Corrigida menção a "Cetesp". Além disso uma de Santa Catarina também não aceitou (Celesc).

p.s. de 30/01/2013 - Texto revisto e ampliado.

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