À medida em que a realidade bate às portas, a previsão do caos começa a se adaptar para as "surpresas dos analistas com a recuperação da economia".. rsrsrsr.
Esse é o teor da publicação de hoje, 10/06/2016, do artigo do Jornal O Globo On Line intitulado
"Analistas começam a prever reação mais rápida da economia
Confiança maior, estoque baixo na indústria e setor externo explicam revisões "
Veja o trecho que selecionamos:
"Os bancos começam a ver uma recuperação mais rápida da economia brasileira, com recessão em 2016 menor que aquela até então estimada. Ontem, Itaú Unibanco e BNP Paribas divulgaram previsões melhores para o Produto Interno Bruto (PIB). A do Itaú Unibanco passou de queda de 4% para recuo de 3,5%, enquanto o BNP Paribas mudou de perda de 4% para 3%. Na semana passada, o Bradesco já tinha alterado a estimativa de recessão de 3,5% para 3%."
Acesse a íntegra em em http://oglobo.globo.com/economia/analistas-comecam-prever-reacao-mais-rapida-da-economia-19477823#ixzz4BC38OQtL
Que interessante, não é? Há uma semana a publicação era do caos, com queda do PIB em 4,8%!!! Agora, uma semana depois é a previsão de melhora desta previsão em quase 40%, ou seja, para 3% de queda do PIB do Brasil em 2016. É uma palhaçada.
Nós alertamos isso em nosso artigo intitulado "A exploração da teoria do caos econômico, o quanto antes. A destruição do Estado. O maior roubo do orçamento da história do país.", acessível em http://www.perspectivacritica.com.br/2016/06/a-exploracao-da-teoria-do-caos.html, bem como em vários outros artigos econômicos anteriores.
A previsão do início do ano também era de inflação em torno de 7,8% e previsões até superiores, mas já admitem 6,8%. Nós já dissemos que aparentemente a inflação ficaria entre 7% e 6,5%, provavelmente em 6,5%, porque com juros em 14,5% ao ano e desemprego em quase 10%, realmente grandes inflações ficam difíceis de se vislumbrar em um mundo normal.
E o dólar tem que arrefecer mesmo, o que arrefece a inflação mais uma vez, porque, apesar de pouco publicado pela mídia, o investimento direto estrangeiro (IED) bate recorde e em 12 meses está além de 80 bilhões de dólares, sendo que a média dos últimos 5 anos tem sido 60 bilhões de dólares anuais para o Brasil, mantendo-nos entre os cinco a nove países de maior destino desses investimentos saudáveis na economia em todo o mundo, o qual tem pouco mais de 200 países e 33 países mais industrializados e ricos, integrantes da OCDE.
E por que investem assim, desde os últimos dados de novembro de 2015 que flagraram investimentos de 72 bilhões de dólares em IED, mesmo durante o governo Dilma? Porque o Brasil tem bons fundamentos (de longo prazo). Porque nosso mercado consumidor é gigante. Porque há trabalhadores de bom nível e a preços baixos (baixos salários). Porque, apesar do problema orçamentário e econômico, temos reservas de 380 bilhões de dólares. E porque o dólar estava e está caro e isso aumenta o poder de compra e de retorno por dólar investido no Brasil, além, claro, das taxas de juros sem igual em lugar nenhum no mundo.
A exportação brasileira baterá recordes. Esse ano não teve problema de energia elétrica porque choveu e chove. Então, tudo o que botaram na conta do governo, se desfaz naturalmente com o desenrolar da vida do mercado. Nós já havíamos dito isso nos artigos econômicos anteriores. Mas por que a grande mídia não o fez e não o faz?
Primeiramente, há um interesse político-mercadológico em desconstituir um governo de esquerda, mas que realmente cometeu gafes econômicas e até republicanas e federativas. Até agora não acredito no Decreto 8.243/2014, praticamente bolchevique. Triste. Foi quando o Blog Perspectiva Crítica se viu obrigado a romper com apoios maiores e adotar postura mais crítica, porque não há avanço econômico e social que justifique retrocesso na democracia. E em seguida houve a lama de desvios de verbas públicas, Operação Lava Jato e toda a lama que pega PT, PMDB, PP, PSDB... Enfim.
Mas muito pegou o PT. Então o governo e o PT deram margem para serem atacados. Isso era bom para o mercado e a oposição e a grande mídia, que estão juntos em defesa de mesmos valores liberais de mercado, Estado Mínimo, contra servidores públicos, contra estabilidade de servidores públicos, a favor da regulamentação da terceirização, a favor do fim do emprego e direitos trabalhistas e previdenciários. Não à toa, houve publicação recente do Edmar Bacha nesta linha, inclusive falando de diminuição de gastos (reajustes inflacionários de servidores) e da estabilidade do servidor. Esse o grande interesse: desconstrução do Estado de forma a termos Estado Mínimo que não existe na Suécia, na França, Alemanha e nem nos EUA.
Então, a grande mídia viu a oportunidade de ouro: explorar o fim do mundo, o caos econômico, não dimensionar a queda do petróleo e minério de ferro no mercado internacional e o impacto para as contas dos Estados e da União. Não dimensionar o retorno do capital estrangeiro para os EUA e Europa depois do fim dos piores momentos da crise financeira internacional. Não publicar a manipulação do preço do petróleo internacional pela Arábia Saudita como forma de diminuir a concorrência pelo petróleo de xisto americana, afetando o nosso pré-sal e as contas da Petrobrás em cheio. Não. Nada disso foi falado. E houve publicação sobre o fato de que parte do problema da alta da energia elétrica se deu por causa da maior seca que acometeu o Brasil nos últimos 89 anos? Também não.
A culpa tinha que ser toda do governo. E assim foi publicado. A Dilma, infelizmente, foi açodada e nomeou o Lula ilicitamente (obstrução da justiça denunciada pelo Blog Perspectiva Crítica antes de o PGR formar convicção neste sentido) e ainda pegou avião da Presidência para ver o Lula (improbidade administrativa), quando ele foi conduzido coercitivamente meramente para testemunhar em inquérito criminal, ainda como testemunha. E, enfim, a situação e ambiente criado pelas burrices do governo e pela roubalheira de grandes figuras do PT criaram o clima para a aprovação do pedido de impeachment, por um presidente da Câmara acuado por inquérito tramitante no STF. Ele também quis pressionar a presidente a salvá-lo.
Agora vejam, tudo isso criou excelente oportunidade para retirar um governo de esquerda e não importa como os fatos se deram, o que até aqui, institucionalmente é completamente legítimo (impeachment legítimo, segundo o STF e nossa análise), o fato para o nosso artigo é que a grande mídia mentiu sobre a economia e agora está mostrando para você um link para dizer que a economia no fim do ano não será tão ruim como prevista no início do ano. Como sempre faz, inclusive, porque todo período de dezembro a março é de pressão inflacionária por causa das festas de fim de ano, ano novo e carnaval, além de aumento de custos escolares e de muitos contratos na sociedade.
Esses argumentos que antes eram só de cunho econômico, sempre para legitimar a manutenção dos extorsivos juros básicos da economia brasileira, em grande parte responsáveis pela queda da economia (o que também não é publicado), agora, entre 2015 e 2016 tomam ares de grande importância e interesse político na retirada de um governo de esquerda, não sem muita razão e mediante procedimento constitucional legítimo. Então, a grande mídia não pode falar a verdade para você.
Mas nós temos interesse somente na verdade passível de ser alcançada com os dados reais da economia e por isso publicamos como publicamos. O que dissemos em janeiro de 2016 é igual ao que é dito agora, ou, se não é idêntico porque alguns dados de mercado alteram no tempo, é na mesma linha: inexistência de caos econômico.
Essa nossa linha informativa, como sempre dissemos, cria menos surpresas ao leitor e vende menos jornal, se fosse adotada pela grande mídia. Então aí temos outro motivo para a grande mídia explorar sobes e desces constantes e tão impressionantes como uma montanha russa: o interesse comercial. Uma pena. O compromisso com a boa informação deve perder espaço para a exploração comercial da produção e venda de notícia. Lamentável.
Mas nós estamos aqui para mostrar a você porque e como isso ocorre. E fazemos isso. Nosso maior objetivo é que você se conscientize deste método de produzir informação da grande mídia, torne-se mais crítico e, quiçá, num mundo futuro, a grande mídia veja que não engana mais ninguém, que suas publicações enviesadas são lidas e desveladas pelo leitor e que sua credibilidade acabará abalada caso não passe a publicar de forma mais comprometida com a realidade mais fria dos fatos.
Será um sonho? Pode ser. Mas continuaremos nessa missão. E em seu curso realizamos nossa mais grata e valorosa missão cívica: informar o cidadão com o que há de melhor, garantindo um porto seguro, ou pelo menos muito mais seguro do que proporciona a grande mídia, para o conhecimento, debate e dissecação dos fatos políticos, econômicos e sociais do Brasil e do mundo, sob uma perspectiva do cidadão e não só de empresas e bancos; uma Perspectiva Crítica.
É sempre um grande prazer quando podemos mostrar para você a prova de que informamos com mais qualidade e menos sobressaltos e que a grande maioria de nossas previsões se confirmam ao longo do ano e dos anos, enquanto a grande mídia publica "surpresas e sobressaltos", de três em três meses, e, às vezes, mensalmente, quando não diariamente.
Grande abraço.
p.s. de 15/06/2016 - Texto revisado e com alteração de redação em alguns trechos para garantir maior clareza do texto.
p.s. 2 - Observe que publicar determinadas coisas sob determinada perspectiva e não publicar outras é uma opção da grande mídia que é legítimo para ela exercer a atividade dela segundo o que ela entende melhor para ela, mas não é o melhor para você e para sua ciência sobre a realidade que te cerca. Neste sentido, publicamos, por exemplo, sobre a falta de abordagem e embate da mídia acerca do nível de juros da dívida pública que pagamos e como isso prejudica valores que poderiam ir para a saúde, educação e outros serviços públicos que restam, assim, negados ao cidadão. Acesse: http://www.perspectivacritica.
p.s. 3 - Há uma depressão econômica? Há. Isso é agudo? É. É um problema? Sim, com certeza. Mas nos insurgimos contra a falta de informação sobre as reais causas desse problema, já abordado por nós em artigos econômicos anteriores, em especial na última "Análise Econômica Interna e Externa". Sem entender que este momento é reflexo de uma situação maior econômica mundial também, somos manipulados pela grande mídia a achar que o problema é meramente político ou de governo e isso não ajuda a defender as melhores soluções para nossa crise. Não há caos. as causas são conhecidas e devem ser dimensionadas e ainda não afetaram irreversivelmente a estrutura econômica brasileira. Aliás, os problemas externos se dissipam (petróleo, minério de ferro aumentam e a economia europeia e americana não estão tão ruins) e, assim, a luz no fim do túnel fica cada vez mais clara, o que justifica o aumento alto de IED aplicado no Brasil entre 2015 e 2016. Eles, os estrangeiros, sempre à frente... para nossa mídia publicar que "tudo mudou", de repente, quando você não puder mais se posicionar para melhorar aproveitar a mudança de maré. É contra isso que nos insurgimos.
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