Muito importante a notícia do Globo, em 18/01/2014, pg. 25, sobre o retrato mais fiel sobre o desemprego no Brasil, a partir do novo método e respectiva pesquisa a ser publicada pelo IBGE sobre o emprego no Brasil, a "PNAD contínua". Esta inclui todos os trabalhadores e desempregados de todo o País e não somente das seis principais metrópoles brasileiras (Rio, São Paulo, Belo Horizonte, Recife, Salvador, Porto Alegre e Brasília), o que era captado pela PME (pesquisa mensal de emprego), que deixará de existir a partir do fim do ano, segundo a notícia. Existia uma PNAD anterior que dava informação defasada em um ano. Esta agora será contínua como a PME e dará informações trimestrais.
Mas o que queremos frisar não são essas informações, que qualquer jornal publicaria. Alterou-se o número do desemprego para o País, que era apresentado pelo PME como, por exemplo, 5,9% para o segundo trimestre de 2013 e que a PNAD contínua apresenta como 7,4% para o mesmo período. O importante aqui é, para nós o seguinte: o governo não falou nada e nem impediu ou influenciou a composição do índice ou resultado do índice, que dá margens para retóricas em prejuízo ao Governo. Assim, pela robustez da sociedade, mais uma vez vemos liberdade nas análises sobre fatos sociais e econômicos. Isso é ótimo. O mesmo não ocorre na Argentina, por exemplo, em que as estatísticas são escamoteadas para a população.
Então isso é algo a se celebrar.
Outra coisa, para o Blog em especial, foi importante a notícia de que há 90,6 milhões de trabalhadores ocupados no Brasil, no segundo semestre de 2013 e 7,3 milhões de desocupados. Isso porque o Blog só pode publicar as notícias publicadas em jornal e ponderá-las e pesá-las sobre se estão em consonância com outras notícias e informações em outros jornais, revistas e de acordo com os fatos notórios em sociedade e com a lógica.
Reproduzimos, assim, por vezes a má qualidade de informação vinda de nossas fontes. Mas ao contrário de artigos de jornal que são descartáveis, os artigos do Blog ficam em nosso acervo, para acesso perene de nossos leitores. E portanto não podemos, nem nunca iríamos, nos dar ao luxo (ou desplante) de admitir que informações percebidas como equivocadas ou incompletas permanecessem assim, mesmo após publicação que as atualizassem. Fazemos isso sempre que possível, sem alterar o conteúdo das informações antigas, para que o leitor acompanhe a própria correção e/ou atualização da informação produzida neste Blog.
Assim, como já tivermos de corrigir informação sobre contratação de diplomatas e número total de diplomatas em atividade durante o governo Lula e do FHC, e o fizemos, diante de informação posterior e melhor explicitada que a anterior publicada em jornal e objeto de crítica do Blog, da mesma forma agora temos de fazer uma correção.
Em um artigo importante deste Blog, é informado que, segundo o artigo criticado, o Brasil teria, grosso modo, 33 milhões de trabalhadores e 3,3 milhões de servidores públicos, o que daria percentual de 10,47% de servidores públicos considerado todo o contingente de trabalhadores do Brasil. Esse mesmo artigo terminava comparando índices de servidor público x todos os trabalhadores de outros países, chegando ao às relações comparativas de 14,7% para os EUA e 39% para a Dinamarca.
Nós conseguimos ainda várias outras informações dessa natureza em outros artigos, de forma salpícada, como por exemplo que a Itália tem 5,5% de sua população como servidores públicos; que a França tem 1 servidor para cada 12,5 habitantes e que a Alemanha tem 1 servidor para cada 18 habitante e a Inglaterra tem 1 servidor para cada 1/29 habitantes, enquanto o Brasil teria 1 servidor para cada 32 habitantes, no ano de 2010.
A cada vez que notícias dessa natureza são publicadas, nós explicitamos a relação direta com o Brasil, seja sob a mesma metodologia, seja comparando com outros dados relacionados ao tema, sempre com o objetivo de chegar o mais próximo da verdade sobre os fatos e entender porque a vida é mais fácil e melhor em alguns países do que no Brasil e o que é necessário fazer para alcançarmos mesmo nível de vida de países mais eficientes em cuidar da qualidade de vida de seus cidadãos.
Então, neste momento, temos de corrigir e tecer algumas ponderações sobre a notícia de que temos 90 milhões de empregados. Como fica a questão da relação servidor x trabalhadores no Brasil, já que na informação anteriormente disponibilizada pela mídia havia 33 milhões de empregados e 3,3 milhões de servidores?
Eu vejo da seguinte forma: temos de aproveitar ao máximo as informações como se nos são apresentadas. Existem várias formas de se apresentar planilhas, informações e dados e de se contá-los. à época dessas informações, nós mesmos havíamos dito que o valor parecia baixo, mas que tal contagem foi apresentada para o Brasil e outros países e um jornal não tem espaço para discutir métodos, mas simplesmente informar a conclusão de pesquisas e alguns dados essenciais que legitime a conclusão.
Toda a informação anterior foi válida para seu efeito informativo à época e, principalmente, as apresentadas em forma de percentual e correlação se apresentam como historicamente mais bem fundamentadas e válidas, pois seus parâmetros podem vir a ser pesquisados por quem tiver interesse. Este Blog e a mídia em geral não têm setores de estatísticas e nem poderiam, pois estranho à sua função de publicar notíticas.
Então, essa notícia atual de que temos 90 milhões de empregados me traz grande alívio, pois é uma notícia melhor e aparentemente mais real do que a anterior que publicamos de 33 milhões de empregados. Esse número de 33 milhões pode ter sido, com certeza, um corte de trabalhadores, mas o número de 3,3 milhões de servidores públicos teria sido também? A notícia não dizia á época e nunca foi nem será corrigida. Mas foi publicada à época e mesmo que não esteja claro para nós, ela era idônea, somente não foi explicitada corretamente para nós.
Mas aí eu pergunto, se são 90 milhões de trabalhadores e à época o percentual de servidor por trabalhador apresentou número de 10,5%, temos 9 milhões de servidores públicos ou 3,3 milhões?
Talvez o corte de 33 milhões de empregados fosse uma conta somente de carteira assinada nas seis metrópoles, dados da época (2010). Talvez 3,3 milhões fossem os servidores federais (sabemos que são 1,2 milhão para todo o país aproximadamente) e mais os servidores estaduais e municipais das metrópoles... quem sabe? Isso faz diferença para termos análises e números melhores para apresentarmos à sociedade e sobre os quais nos debruçarmos para apresentarmos números absolutos, por exemplo de servidores que deveriam ser contratados para garantir atendimento eficiente na saúde, educação, fiscalização por todo o País.
Mas o leitor não precisa se preocupar tanto. Cada notícia é uma notícia que acrescenta a teia de informações que com o tempo demonstra seu equilíbrio e traz a luz ou mais luz sobre fatos econômicos e sociais que nos rodeiam e influenciam nossas vidas.
O importante é que as correlações feitas entre países tenham mesmo me´todo declarado para todos. O importante é que as notícias de correlações que sejam feitas respeitem as melhores informações que existiam à época, e que se apresentem sempre as fontes, como fazemos, para que o próprio leitor as acesse.
Quanto à correlação entre o novo número de empregados e o de servidores públicos, cabe-nos exigir que a mídia convencional prossiga com seu trabalho. E já que informou novos números de total de trabalhadores brasileiros, que informe o de servidores públicos em relação a este número de trabalhadores para vermos se temos de corrigir, além da afirmação de que o País está longe do pleno emprego (Região Sul continuam próximos do pleno emprego, mesmo segundo a PND contínua (4,3%), mas o país como um todo se afastou do conceito de pleno emprego (7,4%), também a afirmação diuturna de que a máquina pública está inchada.
São 90 milhões de empregados e 3,3 milhões de servidores ou 9 milhões de servidores, para que o percentual divulgado oficialmente de que 10,47% dos trabalhadores do Brasil são servidores públicos seja verdadeiro?
Como as relações apresentadas à época o eram com base em mesmo método para os países em comparação e o Brasil, todas as informações relativas apresentam-se a este Blog válidas. Mas fica aqui nosso pedido de mais números para ponderarmos a deficiência de recursos humanos no setor público, cientes de que o melhor método não é se exigir meramente números percentuais iguais aos da Dinamarca (com 39% de sua força de trabalho na área pública), mas verificar a gestão e o número suficiente para atendimento ideal ao Brasil e aos brasileiros. Mas poder comparar com outros países é ótimo para ter noção de o que ocorre lá, com quantos servidores públicos por habitante, e ver se de repente o fator número de servidores pode ser um elemento importante de dissonância e que explique a diferença da qualidade de vida lá e a falta e qualidade de vida aqui.
O Blog Perspectiva Crítica sempre estará atento à correlação de informações no tempo, apontando incongruências, falhas, incompletudes e sugerindo soluções e exigindo mais informações que possam municiar a sociedade a se criticar e a alcançar crescimento em sua eficiência como prestadora e recebedora de serviços públicos e privados de todo gênero e espécie, a bem da defesa da qualidade de vida do brasileiro, cidadão, pessoa física.
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