Servidores pedem reajuste inflacionário, isonomia remuineratória, realização de mais concursos públicos e estruturação de Planos de Cargos e Salários para várias carreiras que ainda não os possuem e reestruturaçlão de Planos de Cargos e Salários, ainda, para as carreiras que já os possuem.
Veja detalhes dessa movimentação histórica e que será provavelmente agredida pela mídia de alguma forma, com o objetivo de desprestigiar os servidores e deslegitimar o bonito ato conjunto de resistência à desestruturação do Estado nas palavras já publicadas pela FENAJUFE conforme abaixo:
"Servidores bloqueiam Planejamento por dez horas e são recebidos pelo governo
Bloqueio de dimensão inédita na história das lutas dos servidores
mostra que greve tem fôlego; governo diz que estuda contrapropostas
Servidores públicos federais em greve bloquearam a entrada do
Ministério do Planejamento por dez horas na quinta-feira (19), dia
seguinte à marcha da categoria e de estudantes que reuniu cerca de 20
mil pessoas nas avenidas de Brasília. A ação levou o
secretário-executivo da pasta, Valter Correia da Silva, a receber uma
comissão com representantes das entidades sindicais e a declarar,
embora em tom dúbio, que está em estudo contrapropostas às
reivindicações de outros setores do funcionalismo, não apenas docentes
e militares. Os grevistas disseram que o governo de Dilma Rousseff tem
que negociar com o conjunto das categorias.
O bloqueio à entrada do Bloco K do ministério, onde fica o gabinete da
ministra Miriam Belchior, foi total. A operação, de características
consideradas inéditas na história das lutas do funcionalismo, começou
por volta das 5 horas da manhã. A Polícia Militar tentou intervir, mas
acabou se limitando a fazer um novo cordão de isolamento sobre o
bloqueio, estabelecendo, assim, um duplo cerco às entradas do
ministério.
Música e ironia
Não há registro de incidentes. Tampouco reação dos servidores do
local, que ainda não aderiram à greve nacional, ao obstáculo que
encontraram ao chegar ao trabalho. Segundo relatos, eles disseram
compreender os motivos da manifestação – aumentar a pressão para que o
governo aceite dialogar e negociar de fato com o conjunto do
funcionalismo – e não forçaram a entrada. Os manifestantes cantavam
paródias de sucessos musicais para quem chegada ao trabalho: “Hoje é
seu dia folga, hoje é seu dia de folga, ninguém vai trabalhar, se o
governo não negociar”, era uma delas. A estimativa é que mil
servidores tenham se revezado no ato ao longo da manhã e início da
tarde.
Com a polícia bem menos agressiva do que na véspera, quando gás de
pimenta chegou a ser lançado contra alguns manifestantes, o ato
transcorreu tranquilo e até irônico. “Ui, que delícia, fechamos a
porta com a ajuda da polícia”, cantarolavam os servidores, numa
referência ao cordão de isolamento também estabelecido pela PM. Desde
segunda-feira (16), servidores em greve estão acampados nos gramados
da Esplanada dos Ministérios. O acampamento será encerrado nesta
sexta-feira (20), após plenária do Fórum Nacional das Entidades dos
Serviços Púbicos.
Cadê a secretária?
A comissão de negociação foi recebida à tarde, após muita insistência
dos manifestantes, pelo secretário-executivo, segundo nome da pasta, e
pelo secretário de Relações de Trabalho, Sérgio Mendonça, designado
pelo Planejamento para coordenar as negociações com servidores. Logo
no início da reunião, porém, uma situação inusitada expôs a dimensão
do bloqueio: a secretária que acompanharia a reunião não conseguira
entrar no prédio. A solução foi um policial subir até o gabinete para
que, junto com um integrante da comissão de negociação – no caso David
Lobão, do Sinasefe, das escolas técnicas federais – descesse à
portaria para permitir a entrada da secretária.
Participaram da reunião representantes das três centrais sindicais que
integram o Fórum Nacional – Paulo Barela (CSP-Conlutas), Paulo
Henrique dos Santos (CUT) e João Paulo Ribeiro (CTB) –, a estudante
Luiza Carrera, pelo Comando Nacional de Greve dos Estudantes, e
algumas entidades nacionais: Davi Lobão (Sinasefe), Josevaldo Cunha
(Andes-SN), Maurício Scotelaro (Condsef) e Janine Vieira (Fasubra). Os
trabalhadores reafirmaram a pauta unificada de reivindicações, com a
defesa da data-base e do reajuste linear dos salários, sem detrimento
das negociações específicas. “Colocamos que o governo tem que inverter
a forma de negociação, ter uma política salarial para ao funcionalismo
geral, depois descer até as [questões específicas]”, disse à
reportagem Paulo Barela.
Questionado, o secretário-executivo disse que o Planejamento avalia
possíveis contrapropostas a outros setores do funcionalismo além dos
docentes das universidades, que caminham para rejeitar o que foi
oferecido pelo governo. Não disse, porém, quais seriam estes setores e
tampouco deu certeza de nada. “Dizem que estão estudando, que podem
apresentar, mas também podem não apresentar. Não [disseram] nada de
concreto”, avaliou Barela.
O governo reafirmou o prazo de 31 de julho para entregar aos
servidores números sobre as margens orçamentárias que o Planalto
admitiria negociar. A novidade é que, agora, eles não falam mais que
isso acontecerá no dia 31, mas até o dia 31, podendo, portanto, nas
palavras do governo, ocorrer antes. Os secretários disseram que, com
isso, haveria 30 dias para que desenvolver as negociações, até o prazo
final de envio da proposta orçamentária da União ao Congresso
Nacional, em 31 de agosto.
Volta para casaA plenária desta sexta-feira (20), em Brasília, tem caráter mais
organizativo. A greve vai continuar e, provavelmente, deve ser
aprovado um novo dia nacional de protestos: 2 de agosto, com atos nos
estados que busquem reunir, além do funcionalismo, a juventude e
trabalhadores do setor privado.
O clima entre os manifestantes é de a greve sai fortalecida desta
jornada de mobilizações nacionais – marcadas por um bloqueio no
Planejamento que deverá entrar para história das lutas dos servidores
públicos federais no país.
Por Hélcio Duarte Filho
(com a Agência de Notícias Andes)
Luta Fenajufe Notícias
Jornal do Judiciário"
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