Pessoal, hoje, 09/07/2012, no Jornal o Globo (papel e on line) foi publicado o valor que cresce ano a ano para previsão contábil empresarial em relação a dívidas trabalhistas.
O artigo intitula-se "Companhias têm um peso de R$ 25 bilhões em processos trabalhistas", e é acessível em http://oglobo.globo.com/economia/companhias-tem-um-peso-de-25-bilhoes-em-processos-trabalhistas-5424835
Quem o ler tem a impressão de que a questão é grave e de que os valores que se acumulam derivados de processos trabalhiostas é alto e que deve-se fazer algo em relação a isso para que não tome proporções mais graves e prejudique as empresas, ainda mais agora em que a crise internacional impõe ritmo e perspectiva de ritmo mais fraco para as empresas no presente e no futuro próximo.
Mas vejam, senhores, essas previsões de valores não existem para todo processo que tem início no Judiciário. Essas previsões de valores para pagamento existem somente a partir de condenações judiciais, as quais, por sua vez reconheceram que o empregador prejudicou o empregado de alguma maneira.
Mas mesmo face à esta constatação e declaraçao de direito, ao invés de as empresas procurarem efetuar acordos, muitas vezes preferem protelar o processo, apostando na morosidade do Judiciário (que deriva de falta de estrutura para a demanda atual), do que desembolsar uma soma logo e acabar com esse passivo. De quem, portanto, me digam, é a culpa se os valores chegaram a R$25 bilhões de reais?! Das próprias empresas.
Então queria colocar essa crítica ao artigo. O viés da publicação chama atenção para o montante como um problema para empresas, mas em momento algum ponderou que esses valores são devidos aos empregados que durante anos foram prejudicados, durante outros anos ficaram sem esses valores enquanto se resolvia a questão no Judiciário e durante outros anos permaneceram sem seus valores devidos porque as empresas além de não respeitarem seus direitos, mesmo condenadas pelo Judiciário não realizam acordo ou pagam suas dívidas com trabalhadores.
Esperem o recrudescimento da crise financeira, que pode aumentar o número de fechamento de empresas, e em breve vocês verão publicada a fantástica idéia de que seria interessante ao Brasil a anistia de dívidas trabalhistas. Acham impossível? Aguardem, pois a mídia empresarial não brinca em serviço nem publica à toa.
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