quarta-feira, 20 de maio de 2015

Crítica ao artigo "Lewandowski e a conta do supermercado", de Ricardo Noblat

Raramente esse Blog tem o Ricardo Noblat como sujeito de críticas e comentários. Por quê? Dificilmente apresenta argumentos profundos ou que denotam algum conhecimento maior sobre o que escreve. Suas intervenções são no máximo aquelas que se legitimam dentro de limites de argumentação que encontrarão boa acolhida no senso comum. Nada mais. Mas desta vez, como o tema sobre o qual resolveu discorrer é grave, e mais uma vez cometeu atrocidade informativa contra cidadãos e o Judiciário, temos que, por dever informativo, criticar o artigo e expor ao nosso leitor as razões do aumento que o Judiciário pretende para seus servidores em torno de 50% com o Projeto de Lei 7290.

Noblat criticou que Lewandowski esteja defendendo o aumento dos analistas e técnicos do Judiciário da União, porque segundo Noblat em seu "profundo" artigo: "O Poder Judiciário não é famoso por pagar mal. Pelo contrário. Paga bem, oferece benefícios diretos e indiretos e segurança no emprego." Noblat também disse que que o aumento querido pelo Lewandowski vai contra o ajuste fiscal pretendido pela Dilma. E que tem impacto de 25 bilhões, que sabemos ser de acordo com cálculos do Ministério do Planejamento, leia-se Nelson Barbosa. Acesse a íntegra do artigo em http://noblat.oglobo.globo.com/meus-textos/noticia/2015/05/lewandowski-e-conta-do-supermercado.html

Primeiramente, o impacto seria de 10 bilhões de reais, ao final da implantação do aumento, sendo que no ano de 2015, seria de 1,5 bilhão, já que o aumento seria parcelado, segundo os cálculos do Sindicato dos Servidores das Justiças Federais do Rio de Janeiro, do qual integro a mesa diretora. Este estudo foi o que embasou a proposta apresentada pelo Supremo Trinual Federal, após as análises do próprio STF sobre o tema.

Em segundo lugar, observe, o Noblat não perguntou o porquê de Juízes estarem preocupados em conceder aumentos aos servidores com o mesmo dinheiro do Orçamento do Judiciário (é sabido queo pior da ignorância é nem mesmo ter dúvidas), mesmo sabendo que, ao aumentar valores para servidores, diminui dinheiro disponível para Juízes. Sim, porque Noblat, o iluminado, nem sequer deve saber que o Orçamento do Judiciário nada tem a ver com o Orçamento do Executivo. A independência dos Poderes depende da independência orçamentária que na prática ainda não existe, mas já foi objeto de reclamação de vários Presidentes do STF e também o é do atual Presidente Lewandowski. Voltaremos a questão.

Mas então, por que o altruísmo dos Juízes? Senhores, pelo simples fato de que o nível dos servidores do Judiciário é alto. No Rio de Janeiro, a classe de analistas no Judiciário da União conta com 75% a 90% de seus quadros com pós-graduação, dependendo da Justiça de que falamos (Militar, Eleitoral, Federal ou Trabalhista). O quadro dos técnicos, que deveriam ter somente segundo grau e desenvolver atribuições simples de apoio, conta com quase 100% de pessoas formadas e em torno de 50% de pessoas pós-graduadas. E suas atribuições atuais estão totalmente incompatíveis com a realidade e cada vez mais desenvolvem atividades mais complexas e intelectuais, principalmente quando se fala de processos eletrônicos, em que as atividades mecânicas de juntada de petição, numeração de páginas processuais e arquivamento de processo são feitas automaticamente pelo sistema de informática do Judiciário.

Isso foi possível por causa da valorização do salário dos últimos doze anos garantindo devolução de perdas inflacionárias históricas e atratividade de novos pretendentes aos cargos públicos e manutenção daqueles servidores que estavam nos cargos. A aprovação do Plano de Cargos e Salários que previa pagamento de adicional por especialização também contribuiu para o incentivo à especialização dos funcionários e para a manutenção dos mesmos em seus cargos até o momento. Então, observem, a política de recursos humanos implementada até agora pelo STF e Tribunais Superiores, que inclui política remuneratória e gestão de carreira, foi importante para a manutenção e aperfeiçoamento dos serviços prestados à população até o momento, inclusive com aumento de produção e solução de processos por todo o Brasil. Noblat não comentou isso.

Entretanto, hoje esses bons servidores têm em 14 carreiras públicas, em relação a cargos que desenvolvem atribuições análogas às suas, oportunidades de carreiras que pagam até 50% a mais do que lhes é pago... veja a coincidência dos números.. o que também não chamou a atenção (e o que, afinal, chama?.. rsrs) do conhecedor de causas públicas, Noblat. E por esse motivo o Supremo Tribunal Federal e Tribunais Superiores pedem aumento de 50% para seus funcionários: para que haja isonomia salarial entre diversas carreiras públicas e o Judiciário pare de perder funcionários para carreiras do Executivo e do Legislativo. Noblat não lhe informou, mas há casos de pessoas que passam para o concurso de analista e técnico do STF, Tribunais Superiores e para todo o Judiciário da União e se negam a tomar posse porque já estão passando para outro concurso que paga mais. E nesse processo - entre ser chamado, não tomar posse e chamar outro candidato -, por vezes o prazo do concurso expira e é necessário fazer outro concurso, tendo o Judiciário que ficar sem a vaga preenchida por todo esse tempo, o que repercute em morosidade de prestação de serviço de distribuição de Justiça. Não é só muito recurso que atrasa processo. Pouco servidor também atrasa solução de processos, sabia, Noblat?

É por isso que mesmo cortando na carne do Orçamento do Judiciário, criando risco para reajustes dos Juízes, é que estes apresentaram proposta de aumento aos seus servidores. E aqui entramos em outro tema pincelado lá em cima neste artigo. Noblat comentou que o aumento proposto e defendido pelo Lewandowski vai contra o Ajuste Orçamentário pretendido por Dilma. Eu sei que Noblat não fez Faculdade de Direito. Nem sei sua formação. Mas Direito não fez. Mas, como jornalista, deveria saber que, a despeito de a história do País não chancelar a independência financeira do Poder Judiciártio perante os demais Poderes da República na prática, ao menos deveria ser defendido pelos jornalistas e por nós cidadãos que essa autonomia ocorresse, para que a institucionalidade democrática e republicana evolua em nosso País.

Noblat, o ajuste orçamentário que a Dilma, Chefe do Poder Executivo, pretende não pode ser feito em cima de verbas do Orçamento do Judiciário! Não sei se é grego para você o que escrevo. O que é exigível do Judiciário é que de seu orçamento de 6% o Orçamento da União faça o próprio Judiciário o superávit de 1,2%, compreende? Assim, se o Judiciário gastar 98,8% dos 6% que lhe são destinados por determinação da Constituição da República (e não pela Dilma, veja bem..), significa que o Judiciário fez sua parte. O Judiciário não pode parar ou deixar de gerir seu corpo de funcionários para que o Executivo gaste o dinheiro do Judiciário em outra coisa, mesmo que seja em Bolsa Família, porque essa não é a finalidade dos valores disponíveis ao Judiciário pela Constituição de 1988. Enquanto o Executivo tem seus gastos e investimentos a fazer, o Judiciário tem os deles, muito diferentes e igualmente importantes para a população que são criar Varas, Tribunais, informatizar processos, contratar servidores e Juízes e mantê-los interessados em suas carreiras e estimulados a alcançar metas.

Então, são importantes essas informações públicas a que você, leitor, deveria ter tido acesso para entender o porquê de os Magistrados estarem defendendo aumento de salário para seus servidores. Mas Noblat não fez isso para você. É mais fácil fazer a comparação falaciosa de que a necessidade de mais salário é para todos e para o cidadão simples que ganha menos do que o servidor do Judiciário também seria necessário tais aumentos. Mas, Noblat, primeiro, o cidadão simples não tem a média de educação do servidor do Judiciário, por isso ganha menos... e o Judicário não pode contar com esse cidadão simples para resolver e dar andamento a processos judiciais muitas vezes de alta complexidade. A comparação é rastereira, ignóbil, pueril e para mim, desprestigiosa do servidor do Judiciário, além de apartada das causas nobres e da necessidade do Judiciário para prestar seus serviços ao País, além de minimizar princípios democráticos e republicanos da independência e separação (incluindo a orçamentária) do Judiciário perante o Executivo.

Como sempre, triste manifestação superficial de Noblat, que seria ignorável se não chegasse ao cúmulo de criar desinformação em massa sobre tema crucial para a gestão do Judicário e para a defesa de sua independência em face do Executivo. Que ele seja mais feliz nos próximos artigos... mas isso é algo do que duvidamos muito, infelizmente.
P.s. de 20/05/2015 - Texto revisado.

terça-feira, 19 de maio de 2015

Ferrovia Transoceânica x Canal do Panamá: Brasil, Peru e China se independem mais um pouco dos EUA

Senhores, impressionantemente a grande mídia mal fala no assunto. Houve uma publicação na Folha de São Paulo há uns cinco dias a uma semana e ponto. Entretanto, o tema é gigantescamente importante.

O Brasil fechou com a China e Peru termo para financiamento de uma ferrovia que ligará um Porto no Rio de Janeiro, passando por Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso e desembocando no Peru.Isso ligará o Atlântico ao Pacífico e será direto concorrente do Canal do Panamá, mudando a geo-política mundial em dimensões semelhantes ao que o Banco dos Brics fez com o FMI e Banco Mundial e também com o que a linha de transmissão de dados e voz que foi acordada para ligar diretamente o Brasil e a Europa fez com a exclusividade norteamericana na cessão de seu único cabo de transmissão de dados que ligava a América do Sul à Europa e ao mundo e vice-versa.

Os jornais não contam as alterações que o mundo está sofrendo mas nós fazemos isso para você. O Banco dos Brics foi criado porque na crise mundial de 2008 EUA e Europa, sem dinheiro, pediram para que os Brics, que estavam muito bem, colocassem dinheiro no FMI para que pudessem ser emprestados para suas economia, e assim ajudar a economia mundial. Brasil, Índia e Rússia aceitaram em botar 10 bilhões de dólares cada. China aceitou em botar 30 bilhões de dólares e a África do Sul colocaria entre 5 e 7 bilhões de dólares. Entretanto, em reunião entre si, os Brics decidiram exigir que em troca de mais valores investidos suas cotas fossem aumentadas e que seu direito a voto fosse respeitado na proporção dos valores que investiram além dos que já tinham investido. Adivinhem.. EUA e Europa negaram o direito a aumento de poder de voto. Rsrsrsrsrs. Assim, tendo se mobilizado a dispor de tais valores, os Brics reuniram-se e resolveram criar um banco para si próprios, em que respeitariam entre si a proportção de voto em relação ao valor aplicado. Assim se criou o Banco dos Brics e o FMI e Banco Mundial, EUA e Europa agora têm um concorrente mundial para financiamentos de desenvolvimento de economias mais fracas. O Banco dos Brics financiará e ajudará a expansão de exportação de produtos e serviços dos Brics em contraposição com o que o FMI e o Banco Mundial fazem com indústrias, empresas e bancos europeus, japoneses e norte-americanos.

A Ferrovia Transoceânica vem nesse contexto de mais independência, desenvoltura e poder de realização dos Brics. Como ação que há muito é interesse do Brasil, cortar o país de leste a oeste para escoar produção agrícola do interior do Centro-Oeste brasileiro, o Brasil conseguiu a promessa de financiamento dessa ferrovia pela China e finalmente o projeto fica viável. Além de ajudar na concretização do objetivo do Unasul e do Mercosul de expandir e integrar a logística da América do Sul e dar competitividadde à produção agrícola nacional, esta ferrovia enconotrou o interesse chinês de se ver independente dos EUA para alimentar 1,3 bilhão de chineses, além de obter uma opção de escoar seus produtos para a América do Sul ou para a Europa sem depender da autorização dos EUA em dar passagem pelo Canal do Panamá. Brasil, Peru, China e ao final, toda a América do Sul no entorno da ferrovia, em especial, se beneficiará desse acesso de um oceano ao outro, enriquecendo os locais por onde a ferrovia passar, criando novo corredor de riqueza e escoamento de produtos, ampliando a conectividade logística do Brasil com o mundo e de forma totalmente independente e provavelmente mais barata em va´rias hipóteses do que em relação ao uso do Canal do Panamá, tirando essa exclusividade que os EUA tinha na ligação entre os dois oceanos.

Agora te pergunto. Isso não é gigantescamente importante? Isso não é relevante ao País? Então por que o silêncio da grande mídia sobre o tema?!?! A Ferrovia custará em torno de R$30 bilhões. Vários trechos serão licitados e todos continuado o traçado que já está sendo finalizado da ferrovia brasileira Leste-Oeste. O problema será passar pelos Andes.

quinta-feira, 14 de maio de 2015

A Nova Política Econômica Internacional Chinesa, publicada por Blog Theotonio dos Santos

Pessoal, importante termos acesso a novas idéias e que, segundo o nosso Blog Perspectiva Crítica, correspondem a uma realidade que a nossa grande mídia não pode publicar, sob pnea de enfraquecer ums perspectiva de uma realidade eurocentrista e americanocentrista que nõa mais corresponde à relidade em qualqeur dimensão.

Estamos devendo a vocês uma pauta de temas que será apresentada nesses próximos dias.

Por enquanto, fiquem com essa ótima transcrição de um artigo moderno, que toca em tema totalmente real e atual e cujo conteúdo, assim como o dos artigos deste Blog, não é foco da pauta da grande mídia brasileira, para nosso infortúnio e nossa perda de qualidade informativa e noção da dimensão real do espaço e ambiente econômico, sociais e políticos mundiais.

A China está avançando sobre o mundo e está criando uma concorrência com os EUA e Europa que cria ambiente de maior liberdade fiannceira, econômica e, pasmem, política para os países que antes estavam mais ou menos subjulgados pela trilateral EUA-Europa-Japão. Nós, o Brasil, fazemos parte deste protagonismo, participando da criação do G-20, dos BRICS e do Banco dos Brics, bem como não admitindo que acordos de abertura e liberade comercial se dêem conosco com exclusivas benesses aos países até hoje hegemônicos (EUA-Europa-Japão).

Incrível como até agora a grande mídia brasileira pouco falou do Projeto da Ferrovia Transoceânica que será financiada em grande parte pela China e atravessará o Brasil e o Peru, ligando o Oceano Atlântico ao Pacífico, criando um canal de escoamento para produtos agrícolas e manufaturados brasileiros e da América Latina em um corredor que concorrerá com o Canal do Panamá que é administrado pelos EUA.

Também não dá, nossa grande mídia, a devida dimensão para a concorrência que o Banco dos Brics pode criar ao FMI e ao Banco Mundial, colocando o Brasil, China, Rússia, ìndia e Àfrica do Sul em mesma posição dos EUA-Europa-Japão no ambiente econômico mundial, em parâmetro de financiamtneo de exportaçõ de bens e serviços a todo o mundo e em parâmetro de perspectiva de cresciumento e fortalecimento econ^micos desses países de forma totalmente autônoma em relação ao grupo antigamente hegemonicamente incontestável, EUA-Europa-Japão.

Também os EUA perderá a hegemonia na circulção de informação via internet, pois a seu cabo de transmissão de dados que unia o mundo através da Europa, será construído um anla paralelo entre Brasil e Europa, depois da gafe internacional dos EUA em ser flagrado e denunciado por Edward Snowden, herói internacional, espionando civis, militares e governos aliados dos EUA, americanos e todo o mundo através de grampos e programas e escutas e sua rede de transmissão internacional de dados.

Nada disso chega devidamente a você, senão por nós do Blog Perspectiva Crítica e pela Mídia Social. A Grande Mídia brasileira continua refém de um sistema que está se enfraquecendo e esperamos que em breve e cada vez mais ela possa se libertar desses grilhões do eurocentrismo e americanofilismo desmedido e possa contribuir para analisarmos um mundo realque existe e se impõe e que tem reflexos importantes para o futuro do nosso país e de nossa civilização: o Brasil.

Abaixo trancrevo o artigo publicado no Blog Theotonio dos Santos que ajuda a você, leitor, a entender o que de fato ocorre no mundo atual e lhe é sonegado pela grande mídia. Boa leitura.

"A NOVA POLÍTICA ECONÔMICA INTERNACIONAL CHINESA
Nos últimos dois anos o Partido Comunista da China assumiu as responsabilidades crescentes de sua atuação mundial. Até dois anos atrás a China buscou evitar o máximo possível uma intervenção na situação política e econômica mundial. Contudo, dois fatores a obrigam a rever essa posição. Em primeiro lugar, os EUA, seu Governo e grande parte de sua opinião pública acreditam que pode bancar o mesmo nível de intervenção que tiveram ou aspiraram a ter desde o final da Segunda Guerra Mundial. Em consequência vem provocando situações políticas e econômicas totalmente arbitrárias, subjetivas, que provocam graves repercussões em grande parte do planeta. Particularmente no plano econômico devemos destacar a diferença entre um EUA que sai da Segundo Guerra Mundial com 47% da economia mundial e os EUA atual que representa cerca de 15% do PIB do Mundo.

Também é muito clara a diferença entre um EUA cercado de uma Europa destruída, uma Ásia gravemente afetada por guerras locais e uma África e uma América Latina timidamente expostas a buscar caminhos próprios. Para consolidar sua posição de domínio a classe dominante desse país busca criar um inimigo mundial que lhe permita consolidar sua influência e da inicio à Guerra Fria, colocando em questão grande parte dos acordos estabelecidos com a União Soviética, Nação vencedora da Segunda Guerra Mundial, mas combalida pela perda de mais de 27 milhões dos cidadãos.
 
Ao mesmo tempo o EUA se vê atraído para um projeto de suceder as potências coloniais europeias diante de um grande movimento nacional democrático mundial anti – colonial e anti – imperialista. Essa posição foi em parte bem sucedida no apoio a independência da Índia e o apoio ao Kuomintang, frente de forças políticas da China dirigidas por Chan Kai Chek. A política de Guerra Fria levou de imediato ao rompimento dessa frente quando o Exército Vermelho assumiu então o controle de toda China continental, cabendo as tropas de Chan Kai Chek refugiar – se na Ilha de Formosa com apoio dos EUA. De imediato como forma de combater a República Popular Chinesa, nascida desse confronto, as forças militares dos EUA interviram na Coreia para tentar assegurar o controle de todo o país, não conseguindo passar, contudo, do famoso paralelo 38, onde a Coreia do Norte apoiada pela China conseguiu impor – se e derrotar a invasão norte americana.
 
Em seguida os EUA se viu na necessidade de deter a revolução na Indochina, onde o Vietnã elegeu Ho Chi Min e as tropas francesas tentaram manter – se no poder tendo que recuar para o Vietnã do Sul depois da impressionante vitória dos vietcongues. O fracasso do colonialismo e a instabilidade do Vietnã do Sul levou os EUA a assumir a defesa dos governos impopulares desta aventura estatal chegando a colocar 500 mil homens e a mais alta tecnologia militar que os levou a derrota definitiva em 1973. Durante essas aventuras tão sangrentas os EUA continuo a lutar para suceder os regimes coloniais com uma política neocolonial apoiada sobretudo no plano econômico pelo FMI e o Banco Mundial que haviam sido criados no pós– guerra e colocados a serviço dessa política neocolonial. O custo de todas essas aventuras militares, particularmente da confrontação direta com a União Soviética, criou um grave problema fiscal nos EUA que agravou a perda de vigor da economia deste país ao ponto de ter que recorrer a um calote mundial ao abandonar o compromisso assumido depois da guerra de manter o dólar estável de acordo com o padrão ouro. Desde 1970 para cá, os EUA tem lutado para manter – se na liderança do Mundo sendo que na década de 1990 e 2000 se aventurou em guerras no Oriente Médio que levaram a perda de influência sobre o Iraque, depois de uma invasão com 150 mil homens, e, sem seguida, sobre o Afeganistão entrando em contradição com forças políticas locais que apontam para uma perda cada vez mais forte de influência sobre a principal zona de exploração de petróleo no Mundo.
 
Neste ínterim as grandes potências que se impuseram como Nações independentes começaram a dirigir sua própria economia com a forte direção de seus próprios Estados criados como resultado da sua independência dos poderes coloniais. Não é aqui o lugar para entrarmos em detalhe desse processo, mas assinalaríamos sobre tudo a Conferência de Bandung em 1955, na qual os dirigentes da China, da Índia, do Egito, da Indonésia, da Iugoslávia propuseram a sua própria visão do Mundo na qual prevalecia o questionamento da Guerra Fria, a política de paz, o desenvolvimento econômico e social e a capacitação de seus povos para a gestão de seus Estados Nacionais e com a forte afirmação de suas soberanias nacionais. Não é aqui o lugar também para também destacarmos as políticas que seguiram esses países, mas é necessário ter claro que a destruição dos Estados coloniais foi suficiente para assegurar – lhes a criação dos instrumentos políticos, ideológicos e econômicos que depois de muita luta vão se impondo contra as políticas neocoloniais e imperialistas. Dentro desse contexto é especialmente significativo a presença da China com 1 bilhão e 300 milhões de habitantes que vai ser chamada pelos EUA na década de 70 para dividi– la e separá – la totalmente da União Soviética. Foi um erro de cálculo, mas também uma necessidade econômica. A China deu ao movimento dos novos países industriais que se expandiram para os mercados dos EUA e da Europa não só o subsidio demográfico, como também civilizatório que a permitiu converter – se rapidamente e de maneira espetacular na principal potência do Mundo. É verdade que falta ainda muitos elementos econômicos, sociais, políticos e culturais, para ocupar plenamente essa condição. Mas sua taxa de crescimento de 10 a 8% ao ano lhe permite dobrar o seu PIB a cada 6 ou 7 anos, enquanto Europa e EUA veem limitados seus crescimentos a padrões de 1 ou 2% ao ano, no máximo, ficando para trás na corrida econômica mundial. Inclusive para sustentar seus padrões de consumo EUA e Europa recorreram recentemente ao endividamento combinado com deficit comercial e deficit fiscal gigantescos. Hoje os EUA tem uma dívida equivalente ao seu PIB, enquanto a Europa quase toda esta na mesma situação ou pior e, também, o Japão. Desta forma a trilateral que buscou rearticular os 3 continentes na década de 70 e 80 foram levados a uma evidente decadência, enquanto a Ásia, sobre a liderança da China, numa gigantesca economia em pleno desenvolvimento. Este desenvolvimento se expande para outras áreas do Mundo como a África e a América Latina trazendo uma poderosa demanda mundial para o chamado terceiro mundo e convertendo os ideais de Bandung nas forças mais dinâmicas para a condução do Planeta a sua sobrevivência e não ao holocausto nuclear e ambiental que nos impõe o domínio do imperialismo norte americano.
 
Se percorrermos as últimas “reflexões” da imprensa a serviço da produção de subsídios para as estratégias de poder mundiais, veríamos, por exemplo, o último número de Foreing Affairs no qual não só procura fazer um balanço da superioridade crescente da China na economia mundial, como se vê obrigado a autocriticar seu desprezo pelas mudanças estratégicas e geopolíticas em marcha a partir dessa nova situação mundial.
 
Além de buscar alento com previsões negativas sobre a capacidade da China de manter suas políticas de desenvolvimento se veem na necessidade, por exemplo, de chamar atenção para o impacto das relações entre China e Rússia no que Ivan Krastev e Mark Leonard chamam de “como Putin está desagregando a Aliança Atlântica”. Ao mesmo tempo vemos a surpresa diante das inovações financeiras trazidas pela China. Ou então o reconhecimento da crescente reestruturação estratégica mundial com a retomada da estrutura de poder econômico euro-asiática. Também é claro a sua apreensão diante do crescimento dos BRICS. O Banco dos BRICS, apesar de diminuir totalmente a importância do FMI e do Banco Mundial, é somente uma parte de uma estratégia de ação financeira. Os recursos que a China destina para a América Latina são suficientes para reestruturar totalmente essas economias permitindo que estejam afastadas definitivamente dos mecanismos de sub exploração de um EUA e Europa que devem mais do que produzem e que trabalham com ficções financeiras para retirar recursos das Nações exportadoras. É assim que de repente sabemos que a China destinará 53.3 bilhões de dólares a investimento no Brasil e busca converter em realidade a unificação dos Oceanos Atlântico e Pacífico, que transformaria o Brasil realmente em uma potência global. Mas se nós não tomamos em consideração o Banco da Ásia que já atraiu mais de 24 países da Europa, da Austrália e de outras regiões do Mundo podemos compreender quão absurda é a incapacidade da nossa classe dominante de aproveitar essas perspectivas históricas novas.

O destino dessas classes dominantes é o mesmo das oligarquias latino americanas que tentaram manter – se sobre o domínio espanhol e português ou mesmo do sul dos EUA, que tentou impedir o avanço do norte numa guerra civil de 2 milhões de mortos que os derrotou na base mesmo de seu poder que era o regime escravista com aspirações de livre mercado tentando impedir ao norte a imposição sobre o sul com suas tarifas dos seus produtos industriais. O livre cambismo do sul sofreu uma derrota definitiva na guerra civil dos EUA, que a partir do seu protecionismo até hoje tão violento conseguiram impor o desenvolvimento econômico dos EUA.

Para que nossos leitores possam conhecer análises mais realistas do que a nossa imprensa costuma apresentar, proponho a leitura do artigo sobre os limites da diplomacia econômica dos EUA publicado pela Alba Notícias e escrito por Humberto Mazzei, onde se pode ver as tentativas de adaptação dos EUA a essa nova situação mundial. Uma classe dominante que aceita submeter – se a essas imposições não tem muito futuro ..."
 
Nós do Blog Perspectiva Crítica estamos atentos para trazer a você a indformação de qualidade que correspónda à relaidade do nosso mundo atual. E nesse deisderato temos obtido absoluto êxito e nos esmerado a lhes proporcionar informação totalmente comprometida com o entendimento profundo e mais imparcial com uma realidade que a grande mídia lhe sonega por princípio, mas também por necessidade. Esperamos que nossa ajuda termine por libertar a própria grande mídia e que ela, diante de fatos incontestes publicados pela Mídia Social e que repercutirá pelo peso da realidade que noticiamos, possa se libertar da sonegação informativca que executa e passar a publicar com mais liberdade e comprometimento com os interesses soberanos do país e do cidadão brasileiro.
 
Nós acreditamos em um mundo em que o capitalismo pode ser mais humano e civilizado e em que o nível da qualidade de vida, ao menos no Brasil,  o quanto antes possa se transformar em algo próximo ao que se vive nos países nórdicos ou na Alemanha, França, Inglaterra ou Holanda. Esse é nosso objetivo e ao qual incitamos você a nos ajudar a alcançar.
 
Grande abraço.
 
Blog Perspectiva Crítica