terça-feira, 10 de novembro de 2015

Até o mercado pede que o Banco Central pare da aumentar juros, publica o Jornal O Globo

Com grande atraso em relação ao Blog Perspectiva Crítica, o mercado financeiro se junta ao coro de especialistas que pedem parada de aumento de juros Selic, por falta de potencialidade em diminuir inflação em proporção maior do que o risco de aumentar o problema do déficit fiscal. Esta notícia foi publicada hoje, 10/11/2015, no Jornal O Globo On Line, sob o título "Analistas pedem que BC pare de aumentar juro" e está acessível no sítio http://oglobo.globo.com/economia/analistas-pedem-que-bc-pare-de-elevar-juro-18006862

Esta notícia está diametralmente oposta ao que a Miriam Leitão publicou há menos de uma semana em sua coluna, quando disse que o Banco Central deveria aumentar juros para chegar o quanto antes na meta de inflação, mas que estava sem rumo porque não aumentou antes e, neste momento, enfrentava o problema de ter inflação sob momento de crise eco0nômica, o que o impediria de tomar a atitude que deveria (aumentar juros, lógico.. pois ela só vê isso..) por receio de prejudicar ainda mais a crise econômica por que passa o Brasil.

A notícia do jornal publicada hoje também está na mesma linha do Blog Perspectiva Crítica, quando afirma que o grande problema para a economia brasileira também é o fraco crescimento da economia chinesa.

Observem bem isso.. como pode o próprio mercado financeiro chegar ao ponto de dizer que os juros não devem mais ser aumentados pois não vale o custo/benefício?! É porque o juros chegou em ponto mais do que exorbitante. E por que o Banco Central não poderia ter chegado a essa conclusão antes? Por que o Banco Central, nossa "desautoridade econômica" é refém do mercado financeiro. O que o mercado falar o Banquinho Central vai lá e faz. Isso não é autoridade monetária; isso é fantoche monetário.

Há quantos anos afirmamos que somente aumento de juros não regulariza inflação de forma eficiente? Nossas posições não mudam, vejam.. ou são mais difíceis de sofrerem temperança porque são bem fundamentadas.. o discurso da mídia e do mercado é mais volátil..

Quem acompanha o Blog Perspectiva Crítica já sabia que a bolha imobiliária estouraria ou esvaziaria a partir de 2013... o que só foi manchete do Jornal O Globo há menos de dois meses. Quem acompanha este Blog já sabe que não é possível obter queda da inflação para o centro da meta esse ano ou no próximo sob pena de sacrificar demais o mercado produtivo e de trabalho brasileiro. Isso porque o tempo também é fator para que se arrefeça o impacto inflacionário da concentração de aumentos de energia elétrica, combustível, alimentos e tarifas administradas pelo governo desse ano de 2015.

Crescimento econômico também não virá sem as famílias diminuírem seus estoques de dívida recém contraída para pagamento de bens duráveis (imóveis e carros), pois até lá elas não terão muito dinheiro para comprar e consumir. Esse crescimento econômico mais forte também é difícil sem a Europa, EUA e China voltarem a crescer. Sem consumidores internos e externos, como a indústria vai produzir? Para quem?

Então, aumentar juros da dívida pública em um ambiente desses é uma imbecilidade monumental porque a inflação continua e só se piora o déficit fiscal, porque aumento de juros gera a aumento de despesas governamentais com o pagamento de mais juros a quem tem título da dívida pública.. mas se não baixa inflação, qual o benefício? Nenhum. Só o de enriquecer bancos.. mas os bancos não querem que o governo chegue a um ponto pré-falimentar.. já estão satisfeitos em receber 500 bilhões de reais anuais com a dívida pública e os juros em 14,25% ao ano... muito mais do que Turquia, Rússia, Ucrânia, Líbano e vários países em estado de guerra pagam.. ridículo..

Chegou-se a esse ponto.. os maiores beneficiários dessa imbecilidade do Banco Central de pagar o maior juros reais do mundo, na frente de países comunistas como a China e países em guerra ou com relação divida/pib maior do que todo o seu próprio PIB (EUA, Itália, Japão..), ou seja os bancos, chegaram ao ponto de pedirem para não receber mais aumentos de juros, porque seu cliente, o Brasil, a continuar assim, pode acabar ficando incapaz de pagar.. os bancos finalmente perceberam que não querem matar a galinha dos ovos de ouro.. agora, talvez, .. rsrs.. o banco central pare de aumentar juros.. e a Miriam Leitão, claro, exímia conhecedora de economia, dirá que o banco Central "não deve aumentar mais os juros".. é um verdadeiro circo.

Enquanto isso, a China, que controla inflação com depósito compulsório, tem inflação de 2,5% ao ano, juros de nem 5% ao ano e crescimento de 6% ao ano. Sem gerar mais despesas ao Tesouro chinês, a inflação é controlada na base no depósito compulsório, o qual é diminuído para as instituições que pegarem o valor liberado somente se aplicarem em atividades que o banco Chinês diz que merecem investimento, pois são atividades de maior risco e menor retorno, como construção de hidrelétricas, por exemplo. Se o banco não quiser investir nisso, não obtém a liberação do valor extra de depósito compulsório.. assim, para não deixar de ganhar um pouco mais, os bancos que atuam na China aceitam investir em atividades de longo prazo, de menor retorno e maior risco, como agricultura inclusive.

Mas aqui no Brasil, não.. os bancos sofrem depósito compulsório de 5,5% (1/4 do chinês), podem aplicar no que quiserem, recebem juros de 14,25% ao ano aplicando em título da dívida pública, gerando dívida de R$500 bilhões anuais ao nosso Tesouro e ainda não têm qualquer motivo ou estímulo para aplicar em obras ou atividades de longo prazo de retorno mais baixo.. essas atividades são 100% financiadas pelo Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal ou BNDES... sempre o Tesouro ou estatais.. É ou não é imbecil a política monetária no Brasil?

A inflação mais baixa já está contratada para o ano que vem, gente.. a energia elétrica não aumentará 50% e nem o combustível.. também os alimentos podem não sofrer o impacto de 68% de aumento por causa de estiagem.. mas mexer com o clima já é mais difícil... então, o ano de 2015 foi o pior. Por isso, como sempre dissemos, não há menor motivo para aumento de juros. Se a inflação acumulada ficou alta ( aquela do retrovisor), a pra frente, que é a que interessa, está em arrefecimento grande, pois pode chegar à quase a metade a inflação de 2016 em relação à de 2015.

E nesse contexto, os próprios analistas do mercado finalmente pediram que o Banco Central pare de aumentar juros!!! Surreal!! Mas é verdade. Está publicado no Jornal O Globo e, agora, cremos, a ignorância, a subserviência e o exagero do Banco Central deverão diminuir... pelo menos isso. Ficamos intrigados de termos chegado ao ponto de o mercado financeiro se aliar à posição histórica do Blog Perspectiva Crítica contra o aumento abusivos de juros.. mas isso.. até isso aconteceu. Esperemos que os fantoches do Banco Central os ouçam, a bem das contas públicas e de uma retomada mais rápida do crescimento econômico e da criação de empregos no nosso país.

domingo, 8 de novembro de 2015

Energia Nuclear: Globo confirma posição deste Blog após quatro anos

Desde 18/04/2011, reforçando o tema novamente em 1º/06/2011, o Blog Perspectiva Crítica criticou artigos publicados na grande mídia e em especial no Jornal O Globo que eram contrários à produção de energia nuclear no Brasil. Os artigos que escrevemos podem ser acessados pelos endereços eletrônicos http://www.perspectivacritica.com.br/2011/04/politica-de-energia-nuclear-por.html e http://www.perspectivacritica.com.br/2011/06/diferenca-da-politica-nuclear-alema-e.html

Observem um trecho que eu selecionei de um dos nossos artigos e veja a diferença da abordagem da questão pela edição do Globo no editorial intitulado "Desafios Energéticos reforçam opção nuclear" (publicado em 08/11/2015, pg. 14):

"Hoje, 1º de junho de 2011, no Globo on line há o artigo intitulado "Usina nuclear: 'Não é bom para a Alemanha, não é bom para o Brasil', diz parlamentar alemã".

O artigo traz uma interessante entrevista com a Deputada Alemã do Partido Verde Sylvia Kotting-Uhl que vale a pena conferir no endereço:http://oglobo.globo.com/economia/mat/2011/06/01/usina-nuclear-nao-bom-para-alemanha-nao-bom-para-brasil-diz-parlamentar-alema-924582507.asp?nstrack=sid:1946803|met:100|cat:3226255|order:3#ixzz1O1ceAsos

Selcionei o seguinte trecho "a deputada alemã do Partido Verde Sylvia Kotting-Uhl diz que a decisão do governo de Berlim de fechar as usinas atômicas pode ter efeito também na exportação de tecnologia e de equipamento nuclear para o Brasil". Em seguida ela afirma que o seguro-crédito da operação para construção de Angra 3 não ocorrerá mais e que se energia nuclear não é boa para a Alemanha, não é boa para o Brasil. Também diz que a Alemanha substituirá a energia nuclear pela eólica e solar.

Gente, antes de enaltecer a ousada decisão do Governo Alemão e adotar essa decisão para o Brasil, de forma automática e impensada, como nossa mídia e nossos cientistas e políticos (que gostam de aplausos no exterior) tanto se esforçam por fazer, quero tecer algumas considerações." (trechos do artigo deste Blog intitulado "A diferença entre a política nuclear alemã e brasileira".)

Bem, como soe ocorrer, nossos leitores têm noção do problema nuclear sob a perspectiva brasileira de forma organizada e coesa desde o ano de 2011. Mas quem lê o Globo, rsrsrs, estará verificando essa mesma postura de forma clara somente em 2015, em vista de um problema empírico que é o atual problema de secas sucessivas, exigências ambientais que limitam a produção de energia hidrelétrica; e com um minus em relação aos nossos artigos: o artigo do Globo não fala que a opção nuclear ainda dá vantagem de criarmos uma demanda mínima por produção de urânio enriquecido no Brasil.

Ter oito usinas nucleares, a despeito do que os mais xiitas verdes possam dizer, vai muito além do simples equilíbrio entre demanda e oferta de energia elétrica. Teremos submarino nuclear em 4 anos. Não podemos ficar dependentes da importação de urânio enriquecido do Canadá para mantê-lo funcionando. A criação de oito usinas nucleares cria uma demanda mínima para termos um ciclo produtivo mínimo sustentável de combustível para o submarino e nos independermos do fornecimento estrangeiro desse combustível nuclear. Mas você acha que o benefício para aí? Não.

Criando uma mínima estrutura produtiva de urânio enriquecido podemos entrar em um mercado internacional de bilhões de dólares anuais vendendo este produto de alta tecnologia. Além disso, independeríamos todo o sistema privado e público de saúde da importação de material radioativo para que os exames de tomografia computadorizada nõa sejam suspensos como já o foram, quando o Canadá suspendeu a exportação desse material para o Brasil. Milhares de brasileiros ficaram sem poder fazer exames pára dar início ou continuidade de tratamento. E, como se isso fosse pouco, ainda criamos a possibilidade e estrutura mínima para avanços no desenvolvimento de tecnologia nuclear a bem do interesse nacional em qualquer área em que ela seja aplicável, inclusive na agricultura, área em que já é utilizada em alguns países no mundo de forma insipiente.

Então, ficamos lisonjeados em perceber que nossos leitores desde 2011 sabem de tudo isso e que esta postura firme em prol da criação de um mínimo de estrutura produtiva de energia elétrica nuclear, mesmo sem mencionar as diversas outras vantagens que acompanham essa produção elétrica, seja agora defendida de forma clara pela edição do Jornal O Globo, em 2015.

Não é o primeiro tema e nem será o último que tomamos posturas sobre temas sensíveis e informamos com segurança, coesão informativa e com antecedência em relação à grande mídia. É claro que a mídia deve publicar de tudo. Mas as boas posturas a serem apresentadas pelo Editorial da grande mídia não deveria ficar ao sabor do empirismo ou da moda e calor de um determinado momento vivido em sociedade. Da mídia espera-se a publicação de fatos de forma isenta e do editorial, posturas claras e que se sustentem no tempo.

Nós do Blog Perspectiva Crítica fazemos nossa parte.

p.s. de 09/11/2015 - Título corrigido: termo "após dois anos" foi corrigido para "após quatro anos".

segunda-feira, 2 de novembro de 2015

O grande risco do atual momento de crise: a janela histórica para o avanço da Reforma Liberal

Senhores e senhoras, vivemos nesse momento uma situação que eu vejo de risco, quando o centro financeiro nacional e internacional vê oportunidade. O risco é para pessoas, governo e empresas; a oportunidade é para o centro financeiro nacional e internacional.

Talvez poucos tenham visto o recente artigo no Jornal O Globo que comparou a situação das siderúrgicas com a situação dos bancos: siderúrgicas em prejuízo de R$1 bilhão a R$8 bilhões este ano... bancos como Bradesco e Itaú com lucros de R$13 bilhões a R$14 bilhões. E o artigo deixava claro qual a principal fonte desse lucro: títulos do tesouro brasileiro. Isso é um fato aleatório? São fatos desconexos? Não.

É bom que se diga: a crise vai passar senhores, com ou sem PT. Por quê? Por que a economia tem vida própria independente de Dilma e da Operação Lava Jato. O prejuízo à economia que o governo do PT poderia causar, bem como a Operação Lava Jato.. já ocorreu. Tenho amigos do mercado financeiro, inclusive no exterior, que disseram que ainda piora antes de melhorar.. mas eu pergunto.. piora quanto?

Qualquer um que acompanha a economia sabe que os movimentos positivos e negativos têm um ciclo.. um início e um fim.. e todos ficam analisando para ver quando se aproxima a tendência de inflexão desses movimentos.. parece que os números desse ano serão piores do que os do ano que vem, portanto, podemos já estar no ponto de inflexão em que a economia em baixa pode começar a apresentar alguns sinais de reversão.

O Jornal do Commercio publica bastante que as previsões dos empresários começa a melhorar. Por quê? Porque a crise já ceifou bastante e os estoques diminuíram.. portanto, somente a atividade para refazer estoques em 2016 já gerará uma melhora de quadro. Perderam-se 2 milhões de empregos? O Ipea disse que cada pessoa demitida pode gerar a procura por quatro empregos, pois as pessoas que não trabalhavam na casa têm de procurar emprego. Portanto, a demissão pode ser menor do que o número total de desempregados, o qual é feito com base no número dos que procuram emprego. As pessoas continuam pagando suas dívidas e o nível de endividamento está diminuindo. Isso pode liberar poupança à frente... mais de R$180 bilhões de reais em investimentos em infraestrutura já estão sendo contratados pelo governo com as concessões de rodovias, portos, ferrovias e aeroportos. Mas é claro que tudo melhoraria mais rápido se o crescimento dos EUA, Europa e China fossem mais vigorosos e o preço do petróleo e minério de ferro subissem.

Então, vejam, estamos muito longe do fim do mundo. Estamos mais perto de uma reorganização econômica. Mas nesse momento, aproveitando a crise econômica e política, as forças conservadoras no Brasil estão fazendo uma intensa propaganda de que é preciso dar forte impulso às "mudanças necessárias" e que isso salvaria o Brasil! Salvaria de quê? do Colapso econômico que propagandeiam, mas que não é de tal dimensão. Eles precisam conseguir implantar algo dessa mudança agora porque se as coisas melhorarem por si só no ano que vem, será a demonstração de que nossa economia é mais forte do que todos nós imaginamos e do que é publicado nos jornais.

Assim, com a evidente falta de credibilidade do governo e o elameamento da imagem do PT, por exclusiva culpa do próprio PT, vende-se a ideia de que tudo deve ser mudado. E o que é isso? É o que está publicado por Armínio Fraga no artigo "Resposta à altura da crise", a página 36 do Jornal O Globo de 13/09/2015 e em grande parte copiado pelo PMDB na sua proposta "Uma ponte para o futuro".

O Blog Perspectiva Crítica depois os analisará com calma para apresentar a análise para você, mas imediatamente podemos perceber que 25% de tais propostas interessam ao País e 75% da proposta interessam a bancos em prejuízo ao País, na nossa perspectiva e na perspectiva do cidadão e de empresas.

Observe que todo economista com quem converso admite que o controle da inflação não precisa ser feito exclusivamente por aumento de juros, mas nenhum programa sequer mencionou que a perda de R$500 bilhões de reais, no ano de 2015, com títulos de da dívida do tesouro nacional é um absurdo totalmente reversível. Nenhum programa falou em desenvolver a prestação de serviço público, mas somente em diminuir o Estado. As propostas de Armínio e do PMDB poderiam até ter sido escritas direto pelo FMI, observe, ou qualquer organismo financeiro internacional.

Levado a cabo, qualquer das propostas, seja a de Armínio Fraga, seja o do PMDB, nos levam mais próximo dos EUA do que dos europeus, e isso que estou falando é muito grave para a qualidade de vida do cidadão.. as consequências são como vinho e água, para quem analisa a qualidade real de vida nos EUA e a nórdica ou alemã ou francesa, por exemplo.

Não há mágica. Mas estão vendendo a ideia de que virar completamente a política em relação a direitos trabalhistas, previdenciários, servidores públicos, privatizar tudo, diminuir mais ainda o Estado brasileiro (sem nunca mencionar os 118 mil cargos em comissão, 26 mil dos quais só no Executivo Federal, perceba).. que isso solucionará tudo.. Não é verdade. Atrairá dinheiro, mas não solucionará magicamente nada.

A verdade é que a economia por si só está se corrigindo, corrigindo estoques, acertando preços.. muito menos do que deveria, mas está corrigindo preços.. se aqui fossem os EUA, os preços já teriam caído muito mais.. pois a concorrência lá é maior. Aqui ainda mantemos nossa economia mais fechada querendo defender nossos empresários.. o que não é ruim, mas o problema é se eles pretendem compartilhar conosco o bem que este impedimento de acesso aos nossos mercados pelos estrangeiros lhes traz de riqueza.

Também em nenhum dos programas, e inclusive há silêncio por parte do próprio PT e partidos de esquerda, está contemplado uma taxação de grandes fortunas, o que pode catapultar a economia enormemente. Nos EUA pode chegar a 77%? Na Alemanha e França, 40%? Porque não fazemos por 20% aqui? Seriam outros 100 bilhões anuais ou ao menos 20 bilhões? Mas não. Importante dizer que a catapultagem da economia via imposto sobre grandes fortunas ou aumento de imposto sobre herança para patrimônios superiores a 50 milhões de reais não se dá pela arrecadação, mas pela contratação de seguros de vida e criação de instituições e fundações privadas sem fins lucrativos, para os super ricos diminuírem o impacto de tais impostos sobre suas fortunas. Isso já foi tratado em artigo próprio neste Blog.

E por que não organizar as prestação de serviços públicos de forma mais eficiente? Criando cargos públicos de médicos federais, por exemplo, criando carreiras e organizando salários? Como o PT não defende a data-base para servidores públicos, se existe data-base para trabalhadores da área privada? Isso acabaria com 80% de todas as greves em todo o funcionalismo em todo o Brasil!! Mas não.

E a abertura de nossa economia? Alguém diz como seria? E os interesses estratégicos geo-políticos que temos com o Mercosul, Unasul, Brics, G-20... ninguém comenta? É só o quanto pode vir imediatamente de dinheiro o que interessa? E o projeto de nação independente e autônoma? Não.. nenhuma linha.

O Blog Perspectiva Crítica quer aqui denunciar que as propostas apresentadas por Armínio Fraga e pelo PMDB estão com a perspectiva muito economicista, imediatista e estão tentando criar um debate que nos alinha, somente, com os principados dos centros financeiros internacionais. Não temos nada contra a economia e bancos, muito pelo contrário. Mas não podem os centros financeiros internacionais implantarem a política do Brasil porque o resultado será exclusão, desigualdade e desassistência social.

Fazemos aqui nossa denúncia. Avanços econômicos sim, mas os juros que o Brasil pagam são incompatíveis com nossa economia, as agências de rating nos rebaixam mais rápido que o fazem com a Turquia, Rússia ou qualquer outro, sendo que esses países estão em locais deflagrados por guerras.. há um viés político nesses ratings e isso já foi denunciado por Joseph Stiglitz e Paul Krugman e nós aqui fazemos o mesmo.

O grande risco que corremos é que essa crise econômica aliada à crise política seja uma janela histórica para que os conservadores no Brasil, que seguem os centros financeiros internacionais, apropriem-se das naturais melhoras econômicas que já estão a caminho; que chantageiem o país, apresentando suas "saídas" para a crise, que nada mais são do que a implantação de toda a agenda liberal, e que se apoderem, com a sobrevinda da natural melhora de nossa economia, da imagem de que sabem o que fazem e que devem ser cegamente seguidos, apropriando-se da máquina política e econômica de nosso país.

Importante dizer ainda que se os juros básicos não fazem mais efeito no controle da inflação é porque, além do fato de que aumentar juros não fará a economia mundial deslanchar (rsrrs), o mercado financeiro já está bêbado com juros tão altos.. e só faz exigir mais.. o correto seria o aumento de depósito compulsório e menos juros Selic... mas isso diminuiria os lucros de bancos.. então, no Brasil não pode.

Devemos estar atentos e ter cuidado.

p.s.: Texto revisto e ampliado.