sábado, 31 de dezembro de 2011

A cruzada Global contra salário mínimo digno no Brasil - Crítica ao artigo "Pedra Filosofal" publicada no globo, em 29/12/2011

O artigo comentado é opinião do Jornal O Globo sobre o aumento de salário mínimo, dizendo que tal aumento não gera aumento de arrecadação de imposto de renda e que, no entanto, o aumento de salário mínimo impacta negativamente a previdência e prejudica as contas do País e conclui dizendo "Se assim fosse (aumento de salário mínimo aumentasse a arrecadação), teria sido descoberta a pedra Filosofal da economia: gastos públicos gerariam automaticamente igual receita tributária, o sonho dourado dos desenvolvimentistas".

Senhores, vejam. Está certo a edição do Jornal se preocupar com o impacto do aumento do salário mínimo na previdência. Mas notem que não fez qualqer sugestão sobre como atingirmos um salário mínimo digno ao cidadão brasileiro.

Também desconsiderou que o aumento de arrecadação dos Estados e Municípios (afetada positivamente pelo aumento de salário mínimo, como admite) impacta positivamente as contas públicas, além de que salário mínimo maior gera renda e aumenta escala de produção de bens e serviços brasileiros, gerando empregos, renda, e impostos tanto por causa do aumento de renda quanto por causa da produção desses bens e serviços vendidos em sociedade. Aumento de escala de produção também diminui preço de bens, como acontece na Europa e EUA. Isso é crescimento de parque industrial, de empregos, de renda e de dignidade para o cidadão brasileiro. Mas isso não é a preocupação da mídia.

A preocupação da mídia, senhores, que detrata os "desenvolvimentistas", como eu, é que aumento de salário mínimo gera aumento de custos para ela e todas as empresas que exploram cidadão brasileiros menos educados, principalmente através de terceirização de trabalhos manuais como de serviços de limpeza, mas não só já que seguranças e cozinheiros e outros prestadores de serviços terceirizados também podem ser pagos com salário mínimo.

Na egoística perspectiva empresarial, preocupada com o balanço anual a ser apresentado aos acionistas no fim do ano, o Jornal O Globo defende a continuidade da indignidade da vida do brasileiro simples, sob o pretexto fácil da primeira lógica que se lhe apresenta para defender seu real interesse que é continuar a pagar salário mínimo: "aumento e salário mínimo impacta a previdência".

É... é verdade. Aumento exclusivo de salário mínimo não aumenta arrecadação da previdência. Mas aumento de emprego, originado por aumento de compras, por sua vez oriundo de aumento de salário mínimo, aumenta arrecadação da previdência. E o Jornal lá está preocupado com isso?

Agora vejam: para esse mesmo jornal a diminuição de tributos aumenta a arrecadação, pois apesar de imediatamente diminuir a arrecadação de impostos, ela é mais do que compensada com o aumento de atividade econômica que gerará aumento de arrecadação!! Não é fantástico?

Mas o meu argumento é de que concordo com diminuição de tributos, pois aumentam a atividade econômica mais à frente. Mas também concordo com aumento de salário mínimo de forma responsável e paulatina, pois isto aumenta atividade econômica, aumenta emprego e aumenta arrecadação mais à frente, inclusive para a Previdência, além de aumentar a dignidade do cidadão brasileiro.

Não é mais fácil defender posições coesas e que se sustentam em todos os casos? Sim. Mas não quando se tem interesses a serem defendidos. Interesses que não são o de encontrar ou publicar a verdade, mas de construir uma verdade empresarial que enriqueça empresas jornalísticas e empresas em geral, no curto prazo, mas não enriqueça o cidadão, mantenham baixos os custos de pagamento de salário e mantenham também um excesso de mão-de-obra afaimado pelos baixos salários que podem ser pagos pela área privada.

É isso.

p.s. de 10/01/2012 - texto revisto

"Ensino Público tem déficit de 300 mil professores" - elogio à manchete do Globo de 29 de dezembro de 2012

Pessoal, a despeito de em janeiro de 2011 o Jornal O Globo publicar um artigo crítico quanto à intenção de Dilma em contratar 300 mil professores para a rede pública de ensino para viabilizar sua meta de manter todos os brasileirinhos em tempo integral nas escolas, artigo este imediatamente criticado por este Blog, como sempre, eu felicito a mudança de postura do Jornal que se redime com a publicação da matéria em epígrafe.

Finalmente um tema importantíssimo como a educação, tratado como essencial pelas principais potências do mundo, como Alemanha, França, Inglaterra e China, assim como pelas nações de maior IDH no mundo como os nórdicos, assim como os de maiores avanços econômicos e sociais como Chile e Coréia do Sul, finalmente um tema desta importância atingiu a Manchete do maior jornal do País e ainda foi notícia de primeira página.

E mais importante ainda foi o tratamento a questão mais importante sobre a falta de professores na rede pública (são 1 milhão e setecentos mil professores onde deveriam ser 2 milhões) esobre o motivo de a cada dia um professor pedir as contas: baixa remuneração!!

O que escrevemos aqui? Não dá para querermos bons e comprometidos servidores públicos e estrutura pública nórdica com salários irrisórios pagos a nossos servidores públicos de todas as áreas... até parece que tem de ser gênio para chegar a essa conclusão. Soube que na Finlândia ser professor de creche é um dos salários mais altos do País, assim como um policial é muito bem remunerado. Depois não se sabe porque esses países têm maior IDH, é brincadeira.

Mas está aí publicado o elogio. Infelizmente o tema não foi suscitado pela mídia. Como Dilma disse que vai resolver a questão e como a mídia não pode acusá-la de irresponsabilidade fiscal, já que nossa economia éatualmente uma das melhores do mundo com um dos menores déficits nominais (2,5% enquanto na Inglaterra é de 8,8%, p.ex.), com relação dívida/pib decrescente (hoje em 36,6%, considerando a dívida líquida), a mídia foi obrigada a publicar sobre o tema e participar do processo de melhora da educação, para não ser acusada mais à frente de não ter ajudado e ainda ter sonegado informação à população brasileira... mas mesmo assim... antes tarde do que nunca.

p.s.: para comparar a mudança da publicação do globo sobre o tema, acesse http://perspectivakritica.blogspot.com/2011/01/necessarios-mais-300-mil-professores.html

p.s. de 10/01/2012: texto revisto

Sobre a volta de Jáder Barbalho ao Senado e a interpretação do STF

Pessoal, a despeito de a mídia passar sua indignação sobre a postergação da aplicação da Lei da Ficha Limpa, o que traz de volta Jáder Barbalho e vários outros políticos que tinham sido barrados à cena política, tirando dos respectivos cargos políticos "ficha limpa" para dar lugar a estes políticos mais bem votados, mas com "ficha suja", lei é lei.

Leiam o artigo 16 da Constituição Federal e vejam se há dúvida:

"Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até um ano da data de sua vigência. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 4, de 1993)"


Agora leia o que diz o último artigo da Lei da Ficha Limpa, Lei Complementar n.º 135, de 04 de junho de 2010:

"Art. 5o Esta Lei Complementar entra em vigor na data da sua publicação.

Brasília, 4 de junho de 2010; 189o da Independência e 122o da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
Luiz Paulo Teles Ferreira Barreto
Luis Inácio Lucena Adams"


Bom, se a eleição foi em 2010, está certo, constitucionalmente falando, viger a lei desde a data de sua publicação segundo seu artigo 5º, contra a norma consticuicional do artigo 16 da Constiuição Federal? Não. Então? A lei da Ficha Limpa somente poderia vigorar para eleições a partide 4 de junho de 2011!! É isso.

Norma constitucional não se discute, se cumpre, sob pena de esgarçarmos a Lei Maior e prejudicar a organização social. Não dá para escolher que uma norma valha e outra não. Não dá para escolher que esta norma valha um pouquinho e que a outra valha um pouco mais. Nôa dá para escolher que seria melhor que se arrumasse uma interpretação para que uma norma excelente como a da "Ficha Limpa" produza efeitos antes do que determina sua vigência, segundo normas constitucionais, porque isso é acabar com o Direito.

Tem muita matéria que suscita interpretações bastante subjetivas, eu admito, mas esta foi aplicada erroneamente por pressão popular, midiática e por questão de política Judiciária em meio à perspectiva popular (e o escândalo que a mídia faria aproveitando-se do evento) sob o processo eleitoral se não fosse aplicada imediatamente a Lei da Ficha Limpa!

Se não houvesse a aplicação imediata pela Justiça Eleitoral poderia haver o descrédito popular sobre o processo eleitoral, porque a mídia não iria explicar Direito Constitucional a ninguém e perder uma manchete fantástica contra a imagem do Judiciário, explorando a noção leiga do leitor sobre o assunto. E isso beneficiaria quem? Só a mídia que venderia mais jornal às custas da noção de cidadania, às custas da desmobilização popular para as eleições, à custa da imagem do processo eleitoral.

Então, estava certíssima a Justiça Eleitoral em ter aplicado imediatamente a Lei Ficha Limpa contra a Constituição Federal, naquele momento de semi-convulsão popular. E não poderia ser diferente a decisão do STF em botar a bagunça no lugar.

Portanto, por mais que eu não queira, nem você, que Jáder Barbalho e qualquer pessoa que não satisfaça os critérios da Lei da Ficha Limpa tome posse em cargos eletivos, a Constituição existe para ser cumprida. Um dia esta noção será de lugar comum em nossa sociedade e então haverá correção inflacionária anual constitucional de remuneração de servidores públicos, o que impedirá várias mobilizações de greve e garantirá mais normalidade de prestação de serviço público e menos pedido de "aumento" de servidores públicos, como o dos servidores do Judiciário e dos magistrados neste momento. Também neste dia de regularidade constitucional brasileira haverá cumprimento do princípio da separação dos poderes e o orçamento do Judiciário não será ignorado pela Presidente da República, o que enseja inclusive crime de responsabilidade, se não estou enganado, como acredito que ocorreu no ano de 2011 com o envio de Lei Orçamentária Anual sem a previsão de reajuste do Judiciário Federal, como determina a Constituição.

Mas a mídia, senhores, não está nem aí para o cumprimento da Constituição. Ela precisa é vender jornal. Isso é mais fácil explorando os sentimentos básicos e éticos do cidadão brasileiro, o qual, como uma criança deve ser ser satisfeito por palavras vãs e que não ajudam na construção de uma sociedade justa e civilizada, o que pressupõe cumprimento integral da Constiutição Federal ou sua modificação, nos limites da própria Constituição Federal.

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Os dez artigos mais acessados até hoje

Apresento os dez artigos mais acessados até hoje, pessoal, como artigo informativo de fim de ano sobre o Blog.

A ordem de apresentação é a do mais acessado ao 10º mais acessado e o formato de apresentação é título/data de publicação/ número de comentários/número de visualizações ou acessos

1 - "Relação Dívida/PIB Brasil x Mundo - Comparação - c...",
04/12/2010, 10 comentários, 1.974 Visualizações de página

2 - "Bolha imobiliária no RJ em 2010",
05/07/2010, 12 comentários, 680 Visualizações de página

3 - "Reconhecimento da bolha imobiliária - demorou, mas...",
18/10/2010, 8 comentários, 601 Visualizações de página

4 - "Tropa de Elite 2 e o tema Corrupção x Ética",
09/10/2010, 494 Visualizações de página

5 - "Exemplo de artigo informativo: "O poder da mídia" ...",
13/07/2010, 295 Visualizações de página

6 - "Como se comportar em uma bolha imobiliária?",
01/02/2011, 14 comentários, 206 Visualizações de página

7 - "Perguntas inteligentes, Resposta publicada 4 - Bol...
01/", 02/2011, 3 comentários 191 Visualizações de página

8 - "Implantação de UPP e a assepsia do crime
23/11/2010", 4 comentários, 162 Visualizações de página

9 - "É... Manchete para a bolha imobiliária em 21/08/20...",
22/08/2011, 2 comentários, 158 Visualizações de página

10 - "Serviço público bem remunerado: vantagem ou desvan..."
15/09/2010, 143 Visualizações de página


Muito interessante. Em primeiro, disparado está um artigo que analisa os números econômicos brasileiros de uma forma concisa e competa, nunca feita antes, e capacitadora do leitor em averiguar a condição do Brasil em face das principais economias do mundo. Com informação, ainda, básica mas suficiente sobre arrecadação e orçamento para capacitar o leitor a entender o fluxo de dinheiro público e dotá-lo de informações mínimas e verdadeiras para que possa decidir sobre o que fazer com o dinheiro disponível em nosso orçamento.

Cinco artigos falam sobre imóveis e a bolha imobiliária(2º, 3º, 6º, 7º e 9º). Tema importantissimo e de fraca análise e informação proporcionada pela nossa mídia. Nós acompanhamos nossos leitores nesta selva econômica e de investimentos e ouso crer que aclaramos muito mais o que acontecia no mercado do que os jornais de grande circulação. Além de que, senhores, as nossas previsões ainda não se realizaram em sua plenitude, mas ninguém mais sustenta valorizçaõ de imóveis até as olimpíadas (rsrsrs), além de que 2011 foi o ano de grande queda de venda de imóveis (queda de unidades imobiliárias), o que preconiza a queda de preços, a qual, inclusive, em algumas regiões já iniciou neste fim de 2011, como defendíamos.

Um artigo sobre ética ("Tropa de Elite"). Um artigo semonstrando como é um artigo informativo ("O poder da mídia"). Um artigo sobre servidores públicos (10º lugar).

Vejo matérias acessadas que não encontram espaço na mídia convencional. E apesar de quase 240 artigos publicados, estes temas e estes artigos não saíram da lista de interesse dos nossos leitores, quantificada no total de mais de 21.600 acessos até agora, por mais de trinta países. Mesmo com tanto acesso, poucas alterações quanto à colocação dos artigos mais acessados. Interessante.

O grupo de países que mais acessam, por outro lado, mudou. Brasil à frente, os EUA ultrapassaram a Alemanha em número geral de acessos. Em seguida vem Portugal e o 10º País que mais acessou o blog até hoje é, depois da França....a Lituânia!! Que legal!! Eu já tinha visto o acesso da Letônia, Estônia, Cingapura, Suíça, Cabo Verde, Angola, Venezuela, Irã, Chile, Suécia, Itália, Espanha e nunca imaginei que a Lituânia iria aparecer entre os dez países que mais acessam o Blog, lógico!

Abraço aos brasileiros lituanos ou que moram e trabalham na Lituânia!!

Bom, é isso! Espero que vocÊs tenham achado tão interessante quanto eu achei. O Blog
cresce, e nós continuaremos juntos por estes próximos anos, analisando o que realmente interessa ao contribuinte individual brasileiro, criticando artigos desinformativos e procurando entender a sociedade brasileira e mundial para tentar encontrar a forma de desenvolver nossa economia, gerar empregos, aumentar a renda de brasileiros até o ponto em que tenhamos o mesmo nível de vida dos europeus, ou seja, o nível de vida equivalente ao de um país que é a sexta economia mundial.

Isto significa: saúde pública e educação pública gratuitas e de qualidade, salário mínimo alto, economia estável e desenvolvida para chegar a este fim e quadro de servidores públicos de alto nível, bem remunerados, altamente qualificados e com metas e fiscalização para que atinjam as metas e punam-se os infratores éticos e administrativos. Ou seja, o objetivo do Blog é alcançar um País que merecemos e que invista o dinheiro público no que enriqueça não só bancos (juros) e empresas (diminuição de impostos e investimentos em infra-estrutura e contratação de prestação de serviços e realização de obras), mas que também enriqueça cidadãos brasileiros, pessoas físicas, contribuintes individuais.

Não deixaremos que a mídia convencional conduza a percepção social sobre a realidade livre e levianamente, de acordo com seus interesses exclusivos e de seus grandes clientes. Acompanharemos a mídia e elogiaremos bons artigos, assim como criticaremos e exporemos os maus, tendenciosos e egoísticos artigos publicados que induzam em desinformação em massa.

Nós faremos isso porque nos indignamos e porque nossa indignação não está desacompanhada. Sem propaganda ela conduziu um Blog com um ano e meio de vida e menos de 240 artigos a quase 22 mil acessos em mais de trinta países.

Estaremos juntos em 2012.

Abraços,

Mário César Pacheco

p.s. de 15/03/2012 - texto revisto.

sábado, 24 de dezembro de 2011

Feliz Natal a todos!!!! Minha lista de Natal!

Feliz Natal a todos os leitores, a todos os seguidores, a todos os brasileiros!

Apresento minha lista ao Papai Noel!

Desejo paz, carinho e felicidades a todos nesta data.

Desejo ainda emprego a todos os brasileiros, estabilidade econômica ao País, contratação de servidores públicos para todas as áreas necessárias com responsabilidade e em número e qualidade suficiente para atender toda a demanda social do nosso imenso País.

Desejo que a economia cresça e os brasileiros estudem e que, assim, a renda do brasileiro aumente ano a ano. Que a área privada encontre eficiência na área pública, mas que também encontre nesta um grande concorrente por trabalhadores brasileiros de qualidade para que se aumentem todos os salários no País.

Desejo que as empresas cresçam, se multipliquem, mas que sejam instrumento do crescimento econômico por todo o País e do crescimento da renda do cidadão brasileiro.

E desejo muito que a mídia se comprometa a publicar e pesquisar a verdade! A verdade que leve o País a ser do cidadão e não só de bancos e empresas gigantescas de nossa economia. Que a mídia queira ajudar a decifrar o caminho para um País mais justo do que rico, mais rico do que pobre, mais educado, mais digno, em que todos sejam respeitados por levarem a vida com foco em sua satisfação pessoal, sabendo que seja lá o que fizer terá vida digna para si e sua família.

Pedi muito?

Cada um com o seu problema... o meu é pedir e o do Papai Noel é entregar!!

HAUHAUHAUHAUHAUHAUA

Feliz Natal a todos!!!!

Abraços do seu amigo,

Mário César Pacheco

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Como avaliar a perda de poder aquisitivo: comparação com o salário mínimo ou atenção à corrosão inflacionária?

Pessoal, este é um tema interessante e sobre o qual já vi muitas pessoas inteligentes discorrerem equivocadamente. É comum as pessoas acharem que uma perdade proporção entre o seu salário e o salário mínimo é uma evidência de queda de poder aquisitivo. Isso é verdade?

Vou copiar para vocês, neste artigo uma resposta a um leitor/comentarista sobre o tema, com adaptações e correções de digitação, claro.

"Você disse que tudo piorou após sua remuneração se trnsformar em subsídio e que sua remnuneração já foi 15,5 salários míniois e hoje é 10,5.

Veja, a transformação em subsídio gera um controle maior do Estado e uma transparÊncia maior à sociedade. infelizmente gera uma maior facilidade do governo em negar aumento, considerando-se que o debate social não é de qualidade. A mídia publica se houve aumento ou não. A presidente é sempre boa se impedir e é sempre ruim, corporativista, interesseira se conceder aumento ou reajuste. É assim que a mídia trata o assunto para a população. Nôa há qualquer inteligência sobre o assunto. É isso.

Assim, a transformação em subsídio da remuneração gera uma tendência de não valorização do servidor, infelizmente, pelo lado de reajustes e aumentos, por pressão retórica da mídia que quer Estado Mínimo e não tem interesse em gestão de recursos humanos na área pública. Vejo um início de debate incipiente na globo um pouco mais séiro sobre remuneração de médicos e professores, mas isto se dá porque a Dilma já disse que a pauta no serviço público será melhorar essas duas áreas. Então a mídia forçosamente está tratando do tema.. graças a Deus.

Agora, veja, o parâmetro de melhora que você adotou é repetido pela sociedade e é totalmente incorreto. É informal, você cometou informalmente, mas é adotado mesmo por toda a sociedade: comparação de seu salário em números de salários mínimos no tempo. Assim, se há cinco anos você recebia 10 salários mínimos e hoje recebe oito, é levado a concluir que perdeu poder aquisitivo. Isto é completamente equivocado e foi ótimo você dar esta oportunidade de tocar no assunto.

Nosso salário mínimo é ridículo e desumano. Todos nós, brasileiros, devemos alimentar a expectativa de um dia ver nosso salário mínimo no mesmo nível do salário mínimo europeu (de preferência alemão). Não interessa que hoje não seja possível. Nunca será se não quisermos.

Assim, a tendência normal, de quem governa o País para diminuir desigualdades, é tentar diminuir a diferença entre o maior salário no Páis e o menor. Portanto, até chegarmos em uma situação ideal, o normal é que o meu, o seu e o salário de classe méida alta e ricos percam proporção em relação ao salário mínimo vigente no nosso País.

Perda de poder aquisitivo não tem a ver com perdade de proporção com o salário mínimo, mas com corrosão inflacionária do salário. Você perdeu salário não é porque o salário mínimo aumentou. Você perdeu salário porque desde 2006 você não recebeu sequer reajuste inflacionário devido por determinação constitucional. Isso é que é grave e isso é que é verdadeiro.

Querer a mesma proporção entre o seu salário e o mínimo é querer manter uma diferença social que não deve existir na medida que ainda hoje existe em nossa sociedade. Se aumentar o mínimo e eu e você não perdermos popder aquisitivo, ótimo. Agora, perdermos poder aquisitivo porque o Governo impede reajustes inflacionário de nossa remuneração contra determinações constitucionais é que é dose.

abs "


O mesmo acontece com as pessoas que dizem que contribuíram para dez salários mínimos na previdÊncia e hoje ganham 6 salários mínimos. Veja: você o cidadão contribuiu sobre uma base de dez salários mínimos em 1970. Esta base de cálculo e a contribuição, lógico, foram sendo reajustados durante os anos de contribuição, para proporcionar o pagamento de dez salários mínimos.

A pessoa se aposentou em 2005 e o valor equivalia a dez salários mínimos (não vamos entrar no detalhe de que a regra mudou e que a aposentadoria é a média das últimas 80% contribuições - esqueça isso e acompeanhe o raciocínio.. nosso objetivo aqui é outro), mas desde então a correção de sua aposentadoria ou benefício tem regras legais próprias e não é vinculada ao aumento do salário mínimo. Portanto, se o salário mínimo ficar estagnado, o benefício ganha proporção em relação ao salário mínimo, mas se o salário mínimo aumentar mais do que a correção da aposentadoria ou benefício previdenciário, este perde proporção em relação ao salário mínimo.

Como desde 2005 há política de Estado de aumento de salário mínimo acima da inflação, todos os salários do País que tiveram correção menor do que a correção do salário mínimo diminuíram proporcionalmente ao salário mínimo, óbvio. Mas isso não quer dizer que essas pessoas ficaram mais pobres ou perderam poder aquisito. Isso quer dizer que todos os que recebem salário mínimo ficaram menos pobres e isso é bom.

Políticos mal intencionados jogam muito com essa comparação, mas é só retórica para levar a massa a se revoltar. Quem parar para pensar com calma e sem condicionamentos automáticos, conseguirá facilmente ver que o que importa para manter o pder aquisitivo da sua remuneração é a reposição inflacionária e, se possível, superior ao índice da inflação para garaantir algum ganho real. O índice ideal para realizar essa correção é que é uma grande e longa discussão... mas isso é outro papo.

Aumentos e Reajustes para servidores em 2012?

Senhores, apesar de haver artigo hoje informando que Arlindo Chinaglia (PT), relator da Comissão Mista do Orçamento(CMO), não teria admitido qualquer aumento e/ou reajuste para servidor de qualquer Poder da República, há meios de ainda ocorrerem reajustes e ou aumentos. Portanto, não é intempestivo tratar do tema que se desenha para uma negativa aparentemente irreversível para o ano de 2012.

O tema foi objeto de pedido de análise de um comentarista e leitor do Blog a mim e achei interessantíssimo. Como é do interesse de muitas pessoas, de todos os servidores de todos os Poderes e de todo cidadão, resolvi postar minha resposta como artigo para tornar mais acessível a todos e acrescentar o debate que é apresentado simplistamente pela mídia como mera questão de a "Presidente conter gastos ou não e ponto".

A questão é mais complexa e apresento abaixo minha análise para a pergunta: haverá aumentos para servidores em 2012?

"Veja, sua pergunta é excelente e merece ser objeto de artigo próprio, mas já adiantarei o que vejo.

Dilma é economista. Ao que observo, é desenvolvimentista e keynesiana. Assim, vejo que ela opta (e não posso criticá-la) por aumentar salário de pobres e miseráveis, entendendo que durante o governo Lula muitas categorias tiveram algum reajuste.

Segundo Keynes, em apresentação livre que faço, o aumento de valores disponíveis para camadas sociais bem remuneradas tem tendência inflacionária, pois aumenta meio circulante, mas sem necessariamente ser direcionado para setores econômicos que teriam crescimento real e sustentável (o abastado direcionaria valores para consumo ou não gastaria, impedindo um crescimento sustentável desejável com esses valores em ecoonomia).

Se você dá esse dinheiro a pobres, cria-se uma real corrente positiva, pois o pobre gastará o dinheiro em demanda real e constante, em alimentos, luz, gás, supermercado... aquisição de bens esta que, com produção (oferta) normal, não distorce economia nem geraria inflação, como ocorreria com mais valores concedidos a quem já tem.

Neste caminho, aumento de salário mínimo faz sentido, aumento de bolsa família também, mas não de salários de servidores públicos que ganham acima da média da população.

Assim, meu amigo, a princípio, a Presidente não quererá aumentos ou reajustes de salários de servidores públicos para 2012. Além de impedir um desajuste econômico (valores em demasia para quem já tem com os reflexos comentados), um outro objetivo forte da Presidente é baixar juros selic (certíssimo) e assim, controle fiscal forte ajuda a baixa de juros despressionando a inflação via controle de gastos públicos.

Daí você já tem a imagem da situação para aumentos a servidores no ano que vem, não? Não importa a ela que a Constituição mande reajustar anualmente repondo inflação. E no momento também ela não está muito interessada em buscar a isonomia de classes de servidores públicos. No momento o objetivo é combater a pobreza e baixar juros selic (nenhum dos dois objetivos condenáveis, muito pelo contrário).

Por fim, digo que com o agravamento da crise européia e americana apresentam-se duas tendências: 1 - previsão de queda de PIB (brasileiro) e necessidade de mais controle orçamentário, ou seja, menos contratação de servidores, reajustes e aumento à vista, à medida em que a crise piorar; e 2 - uma forma de impulsionar a economia interna, no caso de débâcle financeira externa, é incentivar internamente a economia, e aí é interessante pensar o aumento de salário de servidores. Aqui uma ponta de esperança em meio ao caos. Mas é um único fundamento favorável ao aumento de servidores em 2012 face a vários negativos, como você viu.

Eu só acho que deveriam respeitar os orçamentos de cada Poder, desde que sejam projetados dentro dos limites constitucionais e dos parâmetros da Lei de Responsabilidade Fiscal e deveriam respeitar a reposição inflacionária anual. Aumento além disso, para reajuste isonômico ou para adequação de remuneração de acordo com a complexidade da função ou para gestão de recursos humanos, visando a atrair mais funcionários ou melhorar os quadros com atração de pessoas mais qualificadas, é questão política e de oportunidade. Mas o reajuste derivado de respeito aos orçamentos dos Poderes (como não se está respeitando o orçamento do Judiciário) e a reposição inflacionária anual são matérias de direito individual e institucional com base na Constituição. Deveria ser dado e respeitado.. mas não será pois nem a mídia nem os próprios Poderes ou os servidores informam isso, como lhe falo agora, à população. E não se admite o que não se entende.

É a minha análise, em apertadas linhas, claro.

abs"

É isso gente. Falar sério sobre o tema é muito diferente do que escrever artiguinho de jornal sobre se a Presidente vai fechar ou abrir o cofre. Aqui temos um debate muito melhor sobre o tema que é do interesse de todo o País. Desse texto podemos evoluir para um rela debate sobre administração de recursos humanos na área pública, sobre a finalidade dos serviços públicos prestados, sobre a diferença do nívelo educacional entre os servidores da área pública e a média da população brasileira, sobre como incentivar servidores e sobre como exigir metas.

Isto seria efetivarmos debates sérios sobre o tema a que não estamos acostumados porque a mídia só repete o mercado, ou seja, que não deveriam existir servidores públicos e que, tendo que existir, sejam mal remunerados porque o "gasto público é menor". Ou seja, aquela irresponsabilidade geral e mal intencionada, na verdade, porque poucos funcionários e mal remunerados são mais facilmente corrompíveis.

p.s.: O texto reproduzido entre aspas está corrigido e alterado somente para facilitar o entendimento. Não houve qualquer alteração no conteúdo e permanece idêntico e fiel ao original, conforme pode ser conferido nos comentários ao artigo anterior "Transporte Público e Ferrovias: uma solução".

Transporte Público e Ferrovias: uma solução

Gente, fico muito satisfeito com as informações publicadas em artigo no Glono On Line de hoje, 19/12/2011, intitulado "Ferrovias brasileiras precisam de investimentos de R$ 151,3 bilhões" Acesse: http://oglobo.globo.com/economia/ferrovias-brasileiras-precisam-de-investimentos-de-1513-bilhoes-3452575

Os investimentos noticiados ali são muito interessantes e mostram uma grande melhora deste modal, essencial para escoar produtos do interior do Brasil, mas aquilo tudo não cria algo importantíssimo e totalmente ignorado em nosso País: o transport de pessoas.

Enquanto na Europa você tem as ferrovias como a principal modalidade de transporte de pessoas a médias distâncias, no Brasil isso é totalmente impensável. E isto é uma grave deficiência brasileira que não encontra eco em nenhuma cidade ou Estado do Brasil na dimensão que da importância que o caso tem. O lobby das empresas de ônibus e das montadoras de carros é muito grande. Mas deve ser cambatido a bem de todos.

O crescimento do transporte ferroviário para transporte de pessoas aproximaria todo o País, que fica hoje dependente de serviços aeroviários insuficientes, democratizaria o direito de transporte por todo o País, hoje ao alcance mais de ricos e classe média (rodoviário e avião), alavancaria um setor produtivo fantástico (produção de linhas ferroviárias, de trens e peças), criaria concorrência com o transporte aéreo e rodoviário a bem do consumidor e eficiência econômica, e ainda teria o condão de diminuir tráfego de carros nas grandes cidades, melhorando a qualidade de vida nas cidades e diminuindo o prazo de deslocamento, faciliantod o acesso de milhões de pessoas a mais e mais empregos oferecidos não tão perto de sua moradia.

Hoje vivemos um apartheid de transporte: ricos usam carros e aviões (principalmente têm direito a usar seus carros) e pobres ficam renegados a ônibus e trens precários e sem horário regular ou fiscalizado.

Temos de quebrar este paradigma. Trens deveriam ser a primeira opção de todos para deslocamentos dentro da cidade e de médias distâncias, independente da classe social que integrasse, asim como o é na Europa. O mesmo a se dizer de ônibus. Os carros deveriam ser opção de transporte mais de lazer ou se fosse utilizado para o trabalho, com uma eficiente malha ferroviária não se teria o nó no trânsito dentro das cidades e nas grandes vias rodoviárias que se vê hoje em dia.

Já ouvi a Dilma falar neste sentido, mas além de investimentos privados e estatais insuficientes para crescimento de malha ferroviária, estes mesmos investimentos são quase exclusivamente destinados ao escoamento de produção e pouquíssimo se fala sobre investimento em trens, vlts e metrô para garantir a publicização e a generalização do acesso a esse meio mais barato de transporte ao cidadão.

Ficamos no aguardo de seriedade e compromisso com o interesse público nesta área.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

O ponto de retorno - comentário à publicação da Míriam Leitão

Gostei no último artigo da Miriam intitulado "Nova queda", datado de 15/12/2011. Acesse em http://oglobo.globo.com/economia/miriam/

Gostei não por suas conclusões e digressões iniciais, mas mais pelo rumo que toma do meio para o fim do artigo.

A parte inicial veio fazendo considerações sobre o que ocorreu durante o ano, com as previsões econômicas equivocadas (sobre inflação e juros), mas explicando que se o Banco Central não tivesse endurecido os juros no início do ano a situação teria sido pior e dizendo que a postura de seu Blog e sua coluna foi o de criticar o Bancen quando em agosto reverteu a evolução do juros, contra o mercado, considenrando que "A economia estava no mais difícil momento para se tomar a decisão de reduzir os juros, porque a inflação estava alta — ainda está acima do teto da meta — mas já estava contratada a desaceleração da atividade".

Em seguida apresenta explicações para o arrefecimento da atividade econômica que nem ela ou o mercado previram: "O economista Alexandre Maia, da Gap Asset, explica que a desaceleração ao longo do ano aconteceu por várias vias: inflação mais alta, que corroeu a renda das famílias; crise na Europa que adiou investimentos dos empresários; aumento de juros, retenção de gastos do governo e medidas de restrição ao crédito no início do ano."

Tenta assim informar o que já existe ( o que é fácil) e tenta introduzir o argumento de que a inflação foi um grande elemento que comprimiu as compras e que deve ser, portanto, o cerne da política econômica para garantir normalidade dos mercados. Aqui é na verdade o ponto nodal de todo o artigo.

Como a análise histórica dos artigos da sua coluna sobre economia demonstrarão uma posição que não foi confirmada pelos fatos, já que se colocou totalmente ao lado do mercado, agora tenta reinserir o tema controle de inflação (ponto nevrálgico de toda a argumentação do mercado durante o ano de 2011 para que o Bacen subisse juros independentemnte da situação da economia nacional e estrangeira), para demonstrar que o tema sempre foi importante e portanto o foco de suas análises e dos artigos não estavam equivocados, assim como de agora para frente mais uma vez deveria se privilegiar o tema de juros x inflação (interpretar tudo por uma inflação alta e se possível subir o juros para controlá-la), ou seja, incidir no mesmo erro, ao nosso ver. Para mim, mas posso estar enganado, é preparação de terreno intelectual dos leitores neste sentido. É tentar colocar nos seus trilhos, que se demonstraram errados.

Quero deixar claro que se forem avaliados os nossos artigos, não é preciso nada desse tipo de argumentação. Nossas análises se demonstraram coesas do início ao fim do ano de 2011. E volto a afirmar, se o Bacen não tivesse subido juros no início do ano como quis o mercado e a Miriam, mas tivesse recrudescido as medidas macroprudenciais, teríamos controle de inflação sem a perda de PIB e potencial de empregos que vemos hoje.

E em agosto, o Bacen somente passou a fazer o que devia ter feito no início do ano, mas sua nova postura, mesmo que com crasso atraso, foi devido à leitura evidente de decréscimo de atividade econômica (ocorrida desde abril e maio de 2011 tanto com o IPCA, quanto o IBC-Br), mesmo contra a visão (ou falta de visão) do mercado que só quis olhar para inflação acumulada em 12 meses pois isto era bom argumento para aumento de juros e lucros fáceis bancários. Portanto, o Bacen também não foi genial.

Agora, o melhor foi que ao fim do artigo, a Miriam e o analista que escolheu para informá-la, apresentaram perspectivas coerentes, ao meu ver, com a realidade econoômica brasileira. Talvez os representantes do mercado estejam cansando de expor suas imagens a um público que vem trabalhando pára ter memória e está cobrando coesão analítica.

O artigo demonstra o ponto de retorno de Miriam à realidade econômica, o que vejo com muita felicidade, ao menos ao fim do artigo. Quanto ao ponto de retorno retórico de voltar a privilegiar o debate sobre inflação sem considerar todos os demais elementos econômicos que a condicionam, trantando a inflação como o elemento mor da economia e que deve ser combatido meramente com juros, volto a dizer: a simplificação da análise da economia meramente pelo contraste juros x inflação é simplista, é inverídico, não informa e induz a erro.

Análise econômica de verdade deve considerar economia internacional, commodities, juros presente e futuro (e não o acumulado como parâmetro para a inflação futura) nível de emprego, atividade econômica, nível de endividamento familiar, relação dívida/pib brasileira e a tendência de evolução desses elementos, dentre alguns outros. Deve-se ainda descamar as causas da inflação e tratar cada causa de forma específica. A solução não é juros selic para tudo. Comparar somente juros x inflação é risível.

Aguardamos que este artigo suso mencionado seja um novo momento para Miriam seguir o caminho da análise junto conosco. Não necessariamente concordando, claro, mas ao menos falando sobre mesmos fatos econômicos e dando a importância devida a todos os eventos e elementos econômicos, fugindo da repetição de analistas de mercados que só vêem tendências inflacionárias nas alturas a serem controladas invariavelmente por aumento de juros, desconsiderando as causas da inflação, assim como desconsiderando se aumento de juros causará queda de pib, queda de renda do brasileiro e queda do emprego de brasileiros.

A economia não tem um fim exclusivo em números de juros x inflação. A economia é uma ciência social e tem a finalidade de proporcionar o conhecimento para permitir o enriquecimento da sociedade e de todos os seus cidadãos. Todos.

p.s. de 16/12/2011: texto revisto e ampliado

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Queda de venda de imóveis em DF, MG, Bahia, SP e RJ em 2011

Como imaginávamos, há queda na venda de imóveis nas principais cidades do País, após dois anos de altas exorbitantes. A relação valor de imóvel e aluguel/renda do brasileiro extravazou. Lógico, como todos sabem.

Nós temos a nossa série de artigos sobre o tema, alertando para este fato desde junho de 2010, mas ainda se nega a existência de bolha. A diferença agora, entre os "especialistas" (rsrsrs) é que não se fala mais em valorização até as olimpíadas ou até a Copa de 2014, mas já se fala que este é o "momento de vender imóveis", que a relação entre preço de aluguel e imóveis e o nível de venda demonstra que se chegou no limite da capacidade de pagamento do brasileiro. Gênios..

Falar quando o fato se apresenta, amigos, não é, a meu ver, opinião de especialista, mas demonstrativo de que a pessoa tem equilíbrio mental e capacidade de constatar fatos presentes. Um periquito tem a mesma capacidade, desculpem-me.

Nós, o blog "bolhaimobiliariabrasilia", o blog "bolhaimobiliaria" e outros como o "pequeno investidor" analisamos a questão e antecipamos o fato há mais de um ano e meio.

Primeiro ocorre a diminuição de venda de unidades imobiliárias e depois haverá, como já há, queda no preço do imóvel e aluguel. Acabo de ver imóvel na Lagoa, dois quartos e garagem, piscina, sauna. Depois de meses pedindo R$3.850,00, acaba de baixar para R$3.500,00 o aluguel pedido. Caiu. Fui ver para compra na Tijuca. Quando apareço nas imobiliárias os vendedores arregalam os olhos. Não há venda. Todos torcem para que você compre. Eu estou com pena da classe de corretores, mas o mercado criou essa armadilha para eles. Não conheço nenhum corretor que ficou milionário nem soube disso, a não ser uma única publicação de uma revista de negócios (título mais ou menos assim "corretor de 100 milhões de reais" - por ter vendido esta soma).

Bem senhores, pincei artigos sobre o ano de 2011 sobre queda de imóveis, no google.

Selecionei os links abaixo:

http://www.cbic.org.br/sala-de-imprensa/noticia/especialistas-descartam-bolha-mas-preveem-queda-de-vendas-de-imoveis

http://noticias.r7.com/economia/noticias/venda-de-imoveis-novos-diminui-44-em-2011-20110613.html

http://www.dci.com.br/Queda-da-venda-de-imoveis-impacta-bancos-em-dois-anos-13-391680.html

http://www.zap.com.br/revista/imoveis/ultimas-noticias/venda-de-imoveis-usados-tem-queda-de-3131-20110803/


http://colunistas.ig.com.br/ricardogallo/2011/08/31/dados-de-junho-mostram-queda-na-venda-de-imoveis/

http://economia.uol.com.br/ultimas-noticias/infomoney/2011/09/26/imoveis-recuo-de-27-nos-financiamentos-pela-cef-leva-a-queda-nas-vendas-em-sp.jhtm

http://www.em.com.br/app/noticia/economia/2011/09/21/internas_economia,251775/vendas-de-imoveis-caem-30-5-na-capital-mineira.shtml

http://www.bahianoticias.com.br/principal/noticia/103107-queda-na-venda-de-imoveis-ainda-nao-afeta-credito.html

http://exame.abril.com.br/seu-dinheiro/imoveis/noticias/preco-dos-imoveis-vai-parar-de-subir-diz-maior-imobiliaria-do-mundo

http://www.pco.org.br/conoticias/ler_materia.php?mat=29459

http://www.bolhaimobiliaria.com/2011/09/26/imoveis-recuo-de-27-nos-financiamentos-pela-cef-leva-a-queda-nas-vendas-em-sp-uol-economia/#comment-26694


O único que não foi totalmente desfavorável ao mercado de imóveis em sua "notinha" de quatro linhas foi da imobiliária abaixo:

http://www.rizzoimobiliaria.com.br/pt-br/noticia/conformidade/queda-da-bolsa-ajuda-a-impulsionar-venda-de-imoveis-em-algumas-cidades/

Mas também não foi muito tranquilizador para quem resolveu especular com imóveis.. rsrsr

Realmente somente uma hecatombe econômica poderia voltar a puxar uma valorização imobiliária, mas a verdade é que os preços estão altos e ouro é mais líquido do que imóvel, assim como dólar. E a crise européia vem piorando durante todo 2011, sem reflexos de alta no preço de imóveis no Brasil. Vejo esgotamento de investimentos imobiliários, mesmo estrangeiros. Para mim, creio que, como defendido antes, a correção inicia em dezembro de 2011, e por todo o ano de 2012 e 2013.

Seguimos acompanhando.

p.s.: Não achei o artigo que já tinha lido e compartilho com vocês sobre o RJ. A jóia da coroa do RJ, Ipanema e Leblon, há uns dois meses atrás foram objeto do seguinte artigo de jornal com o título mais ou menos assim: "Queda de venda de imóveis no Leblon e em Ipanema chaga a 40%". Era evidente a menção a queda de unidade de imóveis e não a preço, ainda. Mas depois de queda de unidades, amigos, vem sempre a queda de preços, desculpem quem pensa o contrário. A confirmar.

p.s.2: Não deixe de ver o artigo recente do Blog da Miriam Leitão, noticiando pouso da economia chinesa e apontando para eventual bolha imobiliária naquele país em http://oglobo.globo.com/economia/miriam/posts/2011/12/13/analista-alerta-para-os-riscos-da-desaceleracao-da-china-421459.asp
Veja este trecho:
"Fernández alerta, no entanto, para os riscos que rondam a economia:
- O nível de crédito público na China é muito elevado e começa a haver suspeitas entre os investidores de que, talvez, uma bolha imobiliária esteja sendo criada. O preço das moradorias alcança níveis preocupantes; e a saúde do sistema financeiro também preocupa - afirma."

p.s. de 14/12/2011: As quedas menores ocorrerão, a meu ver, na Tijuca, São Conrado e Barra da Tijuca, já que estavam demasiadamente desvalorizados, tiveram melhoras (UPP e infra-estrutura para São Conrado e Tijuca) e ainda têm bom horizonte de melhoras estruturais por conta de investimentos públicos (metrô para Tijuca (mais uma estação), São Conrado e Barra da Tijuca e investimentos gerais de estrutura para Copa e Olimpíadas especialmente na Barra da Tijuca).

Curiosidade interessante: Análise da CUT sobre a situação econômica e sugestão de políticas a serem adotadas para o Brasil

Darei aqui acesso a uma comunicação de Resolução da CUT que me pareceu equilibrada e racional. Nõa me pareceu comunista nem raivosa e se assemelha com aquilo que eu prego, ao menos em 75% de toda a exposição, e é um exemplo do que uma organização profissional pode fazer pelo contribuinte individual, assim como a Febraban, CNI, CNC, FIESP, FIRJAN e Fetranspor faz pelos bancos, indústrias, comerciantes e pelas empresas de ônibus da RJ.

Precisamos de algo, alguma organização dos contribuintes individuais que façam o que a CUT faz por trabalhadores ou na verdade até nos aproximar do que já existe lá e ajudá-los a ver outros prismas sociais, até porque a maioria de contribuintes individuais é de trabalhadores da área privada e pública.

Enfim, darei acesso a essa análise que me pareceu boa, com a qual concordo em 75%, discordando em determinados pontos, tais como privatização de aeroportos (sou a favor, desde que o Estado não tenha valores para mantê-los e ampliá-los como a sociedade precisa.. e não tem), a ênfase em reforma agrária (muitos "sem terra" pegam a terra para especulação imobiliária e a vendem, além de que inclusão social deve ser pela educação, ainda mais hoje em dia em uma sociedade tecnológica) e outros pontos sobre os quais não cabe neste artigo digredir.

Mas quero que você tenha contato com esse texto para desmistificar o "bicho-papão" que é pregado sobre a imagem e prática da CUT. Sou diretor sindical e não sou da CUT. O meu Sindicato é afiliado à CUT e isso é interessante para a defesa dos interesses do Sindicato e seus sindicalizados, mas o mais importante é que vi que na prática a CUT age para os trabalhadores como Febraban, Fiesp, Firjan, CNI e CNC para bancos, industriais e comerciantes: analisa a economia e a política sob o prisma de seus representados, sugere ações e políticas que enriqueçam seus representados, sugere ações defensivas contra os outros grupos organizados que tentam empobrecer os representados da CUT e faz lobby a favor da realização da linha de atuação que define após análise técnica profissional dos interesses de seus representados.

Compartilho isso contigo. A CUT pode ser um grande aliado do contribuinte individual para aumentar sua participação no PIB brasileiro.

Vejam a análise da CUT no texto de sua última Resolução abaixo:


"Circ. EE 05015095073/2011/SG/CUT

São Paulo, 09 de dezembro de 2011.


Às

Estaduais da CUT, Estrutura Vertical e Entidades Filiadas.


Assunto: resolução de conjuntura aprovada pela Direção Nacional da CUT – reunião de 08 e 09 de dezembro de 2011.


RESOLUÇÃO POLÍTICA

A crise capitalista internacional, iniciada nos EUA em 2008, continua a se aprofundar e causa graves prejuízos para a classe trabalhadora. Isso acontece porque os governos, as instituições financeiras internacionais e o grande capital insistem em trilhar os mesmos caminhos que produziram a crise.


Mantém-se o privilégio ao mercado especulativo e políticas para preservar a estabilidade das bolsas de valores e dos chamados mercados – sem nenhum mecanismo de controle do sistema financeiro internacional; aprofunda-se a redução do déficit público com diminuição dos investimentos em políticas públicas, aplicam-se reformas da previdência e trabalhista para retirar direitos; reduz-se o papel do Estado e amplia-se a pilhagem do capital com as privatizações, o desemprego e o arrocho salarial.


Não aceitamos que no Brasil seja aplicado o mesmo tipo de política que, por exemplo, ataca empregos, salários e direitos em países da União Européia. Os/as trabalhadores/as não são responsáveis pela crise!


A Central Única dos Trabalhadores - CUT, desde o início desta crise, tem construído mobilizações e apresentado propostas para combatê-la. Já em 2009, quando parcelas do empresariado brasileiro, liderados pela FIESP, em conjunto com a Força Sindical e outras centrais e a velha mídia conservadora, se propuseram a defender a redução dos salários para uma suposta preservação dos empregos, a CUT rechaçou a proposta imediatamente, não aceitou o retrocesso e mobilizou sua militância para a luta, mostrou que o enfrentamento à crise se faz com a redução das taxas de juros, com maiores investimentos públicos e onde o Estado assuma seu papel indutor do crescimento e do desenvolvimento.


A adoção de um conjunto de políticas pelo governo Lula, com participação e pressão da CUT e movimentos sociais, permitiram que o Brasil reduzisse os efeitos da crise. Nesse processo, o PAC (Plano de Aceleração do Crescimento) teve grande importância, ao ampliar os investimentos públicos e contribuir para a distribuição de renda e a diminuição da pobreza. Outras medidas também contribuíram para a manutenção dos empregos, como a redução do IPI para determinados setores industriais, que evitou demissões em massa, mantendo ou elevando a produção e o consumo. E em especial, a política de valorização do salário mínimo e os investimentos sociais, o crescimento do mercado interno, a geração e formalização de empregos.


Mas, a visão neoliberal persiste em manter uma política macroeconômica equivocada. O Governo Federal não deve se somar a agenda antipopular e recessiva proposta pelo capital especulativo, pela direita demotucana e amplificada pela velha mídia. As corretas medidas de combate a crise, à pobreza e de elevação do crescimento, estão sendo ameaçadas pela atual política econômica. O governo Dilma não pode tornar-se refém do atraso, se omitir e continuar patinando, deve olhar para o futuro e somar-se com os movimentos sociais pelo aprofundamento das mudanças.


As estratosféricas taxas de juros, reduzidas só agora e timidamente pelo Banco Central, a política cambial de sobrevalorização do Real, a insistência na manutenção do brutal superávit primário, com o argumento de controlar a inflação, e conseqüente redução dos investimentos públicos, a tentativa de vincular aumentos salariais com aceleração da inflação, colocam o Brasil na contramão do desenvolvimento e do combate à pobreza. Esta política econômica é inaceitável e tem que mudar. O crescimento nulo do PIB neste último trimestre de 2011, com uma queda de 0,9% da produção no setor industrial, é um exemplo desta necessidade.


A atuação do Poder Executivo e do Congresso Nacional, que alheios aos anseios do povo e à pauta dos/as trabalhadores/as, tem priorizado a aprovação de projetos que representam os interesses do capital especulativo e do empresariado reacionário, em detrimento dos projetos dos trabalhadores/as. Para enfrentar esta situação, neste primeiro semestre de 2012 a CUT ampliará a pressão sobre os poderes. Como também, o enfrentamento aos governos estaduais, como por exemplo, o governo Anastasia (PSDB/MG), que insistem em reduzir os serviços públicos, desrespeitar o funcionalismo e criminalizar os movimentos sociais.


No compromisso de garantir e ampliar os avanços sociais que obtivemos no último período, é fundamental reforçar o protagonismo do Estado, central para o fortalecimento do mercado interno, indispensável para a geração de emprego e renda. O nosso projeto de desenvolvimento nada tem a ver com juro alto, redução de gasto público e nem com os modelos de privatização – como por exemplo dos aeroportos - que estão sendo anunciados pelo governo.


E para manter e aprofundar as mudanças e exigir alterações desta política macroeconômica em 2012, vamos para as ruas com amplas mobilizações, pressionando o governo e o legislativo - federal, estaduais e municipais, e empresariado; além disso, construiremos grandes campanhas salariais em busca de aumentos reais de salários.


Nesta disputa a ser travada no próximo ano, nossa estratégia compreenderá duas grandes ações articuladas:

· Ampliação das mobilizações CUTistas e fortalecimento das campanhas salariais para a conquista de nossas reivindicações;

· Divulgar maciçamente e debater com a sociedade as propostas que apresentaremos em nossa “Plataforma da CUT para as eleições de 2012”.


Assim, a CUT construirá uma grande mobilização nacional neste primeiro semestre de 2012. Apresentaremos à CMS – Coordenação dos Movimentos Sociais, a proposta de que suas entidades se incorporem nesta luta em defesa de um desenvolvimento calcado na distribuição de renda, na valorização do trabalho e na sustentabilidade. A pauta da CUT orienta as ações necessárias para enfrentar a crise, com propostas contundentes, resultantes de debates coletivos realizados no 10º CONCUT, na 13ª Plenária Nacional da CUT, em nossa Jornada Nacional pelo Desenvolvimento, por meio de seminários temáticos sobre Reforma Tributária, Reforma Política, Política Industrial e Seminário Rio +20.


Reiteramos que enfrentar a crise significa pressionar os poderes Legislativo, Executivo e Judiciário para que sejam aprovadas pautas de interesse da classe trabalhadora como: a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais sem redução de salários, o fim do fator previdenciário e a valorização das aposentadorias, contra o projeto de Lei 1992/07 que trata da Previdência Complementar, a regulamentação da Convenção 151 da OIT e a ratificação da Convenção 158, da convenção 189 sobre o trabalho doméstico e a aprovação da PEC 478/10, que altera a Constituição Federal para garantir a igualdade de direitos trabalhistas para as trabalhadoras domésticas, a rejeição de projetos que ampliam a terceirização, retiram direitos e precarizam as relações de trabalho.


É preciso efetivar uma Reforma Política, que possibilite a ampliação e o fortalecimento da participação popular, uma Reforma Tributária que promova justiça e institua a taxação sobre grandes fortunas, bem como a urgente democratização dos meios de comunicação, a partir da implantação de um novo marco regulatório para o setor. Valorizar a educação passa pela aplicação dos 10% do PIB para a educação, a aprovação do Plano Nacional de Educação (PNE) ainda este ano, conforme as resoluções da CONAE 2010, o cumprimento efetivo da Lei do Piso Salarial Nacional do Magistério Público e sem alteração da jornada de trabalho para o/a professor/a com tempo dedicado às atividades extra-sala de aula– o que vem sendo sabotado por vários governadores e prefeitos.


A democracia também só avançará com mudanças na estrutura sindical brasileira. Conforme resolução da 13ª Plenária Nacional da CUT, uma ampla campanha nacional de luta pela liberdade e autonomia sindicais será desenvolvida. A campanha envolve a luta em defesa da aprovação da Convenção 87 da OIT, o fim do imposto sindical para todas as entidades representativas de trabalhadores/as e de patrões; a aprovação da contribuição da negociação coletiva; a regulamentação da Organização no Local de Trabalho (OLT) e o combate às práticas antissindicais.


Realizar a Reforma Agrária, estabelecer o limite da propriedade da terra, valorizar a agricultura familiar, melhorar as condições de trabalho no campo, valorizar os/as trabalhadores/as assalariados/as rurais e aumentar a produção de alimentos, são medidas essenciais expressas em nosso projeto de desenvolvimento sustentável. Mas, a reforma agrária não está entre as prioridades do governo e do legislativo. Para modificar esta situação, a CUT irá fortalecer as campanhas pela reforma agrária neste primeiro semestre, que também inclui a aprovação da PEC do trabalho escravo, bem como pressionar o governo para que sejam vetados os retrocessos contidos no novo código florestal aprovado. E também construir a mobilização da base CUTista para interferir na Conferência “Rio + 20”, a ser realizada em junho de 2012, pressionando no sentido de que as propostas e projetos respeitem as dimensões social, ambiental e econômica.


São estas campanhas e o conjunto das reivindicações das categorias cutistas que, uma vez implementadas, possibilitarão o enfrentamento da crise e a construção de um novo modelo de desenvolvimento sustentável e com inclusão social.


SOMOS FORTES, SOMOS CUT!

DIREÇÃO NACIONAL

CENTRAL ÚNICA DOS TRABALHADORES

QUINTINO SEVERO

SECRETÁRIO GERAL



Regulamentação da Emenda Constitucional 29


A Direção Nacional da Central Única dos Trabalhadores protesta contra o novo texto que regulamenta a EC-29, aprovado no Senado Federal no ultimo dia 07 de dezembro 2011. O projeto aprovado é uma grande derrota para o financiamento público do Sistema Único de Saúde (SUS).


Diferente do projeto original - defendido e aprovado nas instâncias da CUT e da CNTSS/CUT desde 2000, e que incorporou os avanços do substitutivo do ex-senador Tião Viana em 2007, definindo os percentuais mínimos para investimento na saúde pública, ou seja: União 10% da Receita Corrente Bruta, escalonados em 8,5% para o primeiro ano, 9% para o segundo, 9,5% para o terceiro e 10% para o quarto ano; Estados 12% do seus impostos e Municípios 15% respectivamente, os Senadores da República, ao aprovarem o novo texto, retiraram R$32,5 bi anuais da saúde ao definir que o financiamento da saúde pública seja o orçamento atual mais a variação do PIB.


A CUT, pela sua história de resistência e luta, se mantém na defesa do SUS universal, integral e equânime, como regem seus princípios, e vai envidar esforços para que a Presidenta Dilma vete o texto aprovado e reenvie o texto original para a Câmara e Senado.


Resolução sobre as Organizações Sociais (OS)


A Central Única dos Trabalhadores é intransigente na defesa da valorização dos servidores/as e do serviço público, universal, gratuito e de qualidade. Por isso, a CUT defende o fortalecimento do controle social sobre os serviços públicos e se manifesta contra toda e qualquer tentativa ou prática de privatização e terceirização dos serviços públicos.


O governo FHC aprovou a lei 9637/98, que criou as Organizações Sociais (OSs) que representam um ataque aos serviços públicos, pois elas permitem a transferência completa desses serviços à iniciativa privada. Tal Lei incentivou não apenas o Governo Federal, mas principalmente os Governos Estaduais e Municipais a colocarem na mão da iniciativa privada, recursos financeiros do povo e a gestão de diversos serviços públicos, em especial, na área de educação, saúde e assistência social, precarizando os serviços, demitindo servidores/as e reduzindo as contratações do serviço público. Além de que, com as OS não há garantia da correta e efetiva aplicação dos recursos públicos em serviços públicos de qualidade.


A Direção Nacional da CUT reafirma a luta pela revogação lei 9637/98, deliberada na 13ª Plenária da nossa Central (2011) e conclama suas entidades sindicais, os movimentos populares, parlamentares e partidos comprometidos com a valorização do Serviço Público a se engajarem na luta contra a privatização e terceirização da gestão pública disfarçada de Organização Social.



Nota de apoio à valorização do Piso Nacional do Magistério


A Direção Nacional da Central Única dos Trabalhadores – CUT, reunida em São Paulo nos dias 8 e 9 de dezembro de 2011, vem a público manifestar profunda discordância com a decisão da Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados, que, em votação extraordinária no dia 23 de novembro rejeitou o Substitutivo do Senado ao PL nº 3.776/08, comprometendo gravemente a política de valorização do piso salarial profissional nacional do magistério público da educação básica.


Há décadas o magistério da educação básica sofre intenso processo de desvalorização, cujos resultados se traduzem nos baixos salários, nas múltiplas jornadas, nas condições inapropriadas ao trabalho pedagógico e na exposição cada vez maior da categoria à violência e às doenças laborais. Em função dessa realidade, a Lei 11.738 representa um passo importante no processo de superação dessas condições adversas à profissão docente, ainda que de forma incipiente.


Paralelamente à lei do piso, a proposta de Plano Nacional de Educação (PNE), em tramitação na Câmara dos Deputados, visa respaldar a valorização dos profissionais da educação por meio de metas que se comprometem a equiparar a remuneração do magistério à de outros profissionais de diferentes ramos com escolaridade equivalente. Hoje, os docentes brasileiros possuem remuneração média próxima a 60% das demais categorias profissionais em atividade no país.


A CUT chama a atenção dos parlamentares que votaram contra a atualização real do piso, para o fato de o critério de reajuste aprovado no Senado ter sido pactuado entre Governo, senadores e entidades da educação, à luz da mesma sistemática praticada pelo MEC nos últimos dois anos. Inclusive a fonte de recursos é a mesma – o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), que possui percentual próprio de 60% para financiar os salários dos professores. Ocorre, no entanto, que as receitas dos Fundos Estaduais aumentaram, sobretudo com o aporte extra da União em 10% do valor total do Fundeb, e as matrículas escolares diminuíram em 2011, o que gerou mais recursos para serem investidos nas políticas de valorização do magistério.


Lamentavelmente, a decisão da Comissão de Finanças e Tributação da Câmara Federal nega a possibilidade de resgate dos salários do magistério – contradizendo as metas 17 e 18 do novo PNE – além do que fixa a política remuneratória do referido piso profissional a patamares inferiores ao negociado pelas Centrais Sindicais para o salário mínimo nacional. Não obstante, a vinculação expressa do reajuste ao INPC/IBGE constitui afronta ao princípio constitucional da não indexação, podendo ser questionada judicialmente.


Por estas razões, a Direção Nacional da CUT solicita empenho do Parlamento federal e dos Executivos das três esferas administrativas no sentido de garantir a atualização real e anual à política de remuneração do magistério, mantendo a mesma vinculada a sua principal fonte de financiamento, o Fundeb.


Pela retirada da Chevron do Brasil

Com a abertura da indústria brasileira de petróleo nos anos 90, durante o governo FHC, o país passou a leiloar campos exploratórios estratégicos, muitos deles arrematados por multinacionais. A maior parte dessas áreas foi adquirida em consórcios com a Petrobrás, partilhando com o setor privado uma riqueza que é do povo brasileiro.


A CUT e suas entidades filiadas, junto com a FUP, vêm denunciando a falta de segurança na indústria de petróleo no Brasil, e no episódio recente, envolvendo a multinacional Chevron, responsável pelo vazamento de petróleo e grave acidente ambiental na região do campo de produção de Frade - Bacia de Campos/RJ viu-se mais um exemplo de que a privatização aumenta a precarização.


A Chevron é uma multinacional que só visa o lucro e a produção predatória, sem compromissos com a soberania nacional e com os direitos dos trabalhadores, a empresa utiliza alto grau de terceirização na operação das plataformas.


Por essas razões, para além de punição e responsabilização, somos a favor da imediata retirada da Chevron do Brasil, defendemos lutar em conjunto com a FUP, contra os leilões de concessão para reconquistar o monopólio através de uma Petrobrás 100% estatal, além da destinação social dos recursos gerados pelo petróleo e gás natural. Essas e outras propostas integram o Projeto de Lei 531/2009, construído coletivamente com os movimentos sociais, que está em tramitação no Senado."



Não é interessante? Não me pareceu revolucionário, nem armamentista, nem comunista, nem nada do que temos a imagem de que seja, ou seja, raivoso e/ou detrator do direito de propriedade. Fiquei surpreso com a ponderação objetiva e o profissionalismo e coesão de argumentos, mesmo que não concordasse com todos.

Tudo e todos que tenham atuação em prol ao cidadão individual, pai e mãe de família, contribuinte individual, sempre terá espaço neste Blog, sem qualquer discriminação.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Mercado "prevê" queda de PIB e inflação na meta em 2011 - a coesão da informação econômica deste Blog para você - Compilação Econômica do ano 2011

Gente, não é risível?

Depois do terrorismo do mercado contra o Bacen e o Governo, depois de dizerem que o fim do mundo se aproximava com as famílias comprando absurdamente (com base em reportagens de três pessoas em um shopping dizendo que estavam ali para comprar), depois de o mercado prever no início do ano de 2011 inflação nas alturas e juros idem e criticarem raivosamente o fato de o Bacen iniciar baixa de juros em agosto/setembro de 2011... agora, que tudo se configura contrário ao que tentaram te induzir a acreditar, o mercado "prevê" queda de PIB (inferior a 3%!!!!) e inflação na meta (6,5%).

Acessem: http://oglobo.globo.com/economia/mercado-reduz-previsao-de-crescimento-do-pib-pela-3-vez-3430705

Quero que vocês vejam que no início desse próximo ano os economistas, analistas e jornalistas econômicos, de plantão para tentar aumentar lucro de bancos à custa de dívida pública, podem vir a apresentar interpretações equivocadas de novo. Sempre estaremos alertas para demonstrar o erro e a mentira e o interesse por trás de previsões negativistas com único interesse em aumentar juros brasileiros e lucros fáceis, mesmo contra o interesse do País.

Agora será mais difícil, pois já estão adiantando previsões que entendo corretas para o próximo ano, mas é bom ficar de olho.

Quero que você compare a notícia do artigo acima com o que nós apresentamos no Blog em janeiro de 2011, abril de 2011, maio e durante todo o ano, apontando para que isso que é noticiado em 12/12/2011 aconteceria!! Nós te informamos melhor, não em quantidade, mas em qualidade.

Leia os artigos abaixo e veja que quem leu ficou bem informado o ano inteiro:

1 - fevereiro de 2011: http://perspectivakritica.blogspot.com/2011/02/sobre-inflacao-de-599-em-janeiro-de.html

2 - em março de 2011: http://perspectivakritica.blogspot.com/2011/03/george-vidor-alerta-choque-de-juros.html

3 - em março de 2011: http://perspectivakritica.blogspot.com/2011/03/novas-medidas-do-bc-apoiadas-pelo-blog.html

4 - em abril de 2011: http://perspectivakritica.blogspot.com/2011/04/mercado-aterroriza-o-bacen-e-o-governo.html

5 - em maio de 2011: http://perspectivakritica.blogspot.com/2011/05/confirmacao-da-queda-da-inflacao.html

6 - em junho de 2011: http://perspectivakritica.blogspot.com/2011/06/mantega-1-mercado-1-bacen025.html

7 - em junho de 2011: http://perspectivakritica.blogspot.com/2011/06/alguem-viu-o-sardenberg-ontem-no-jornal.html

8 - em julho de 2011: http://perspectivakritica.blogspot.com/2011/07/critica-ao-artigo-apos-copom-mercado.html

9 - em julho de 2011: http://perspectivakritica.blogspot.com/2011/07/analise-economica-interna-e-externa.html

10 - em julho de 2011: http://perspectivakritica.blogspot.com/2011/07/finalmente-verdade-fiscal-brasileira.html

11 - em agosto de 2011: http://perspectivakritica.blogspot.com/2011/08/atitudes-para-o-brasil-nessa-crise-de.html

12 - em setembro de 2011: http://perspectivakritica.blogspot.com/2011/09/dois-temas-corte-na-selic-e-ataque-ao.html

13 - em outubro de 2011: http://perspectivakritica.blogspot.com/2011/10/qual-e-o-proposito-da-publicacao.html

14 - em outubro de 2011: http://perspectivakritica.blogspot.com/2011/10/analise-economica-interna-e-externa.html

15 - em novembro de 2011: http://perspectivakritica.blogspot.com/2011/11/manipulacao-da-expectativa-de-inflacao.html

16 - em novembro de 2011: http://perspectivakritica.blogspot.com/2011/11/mercado-preve-inflacao-abaixo-da-meta.html

Não incentive a mediocridade informativa, não negue a si boa informação, fique conosco durante 2012 e não seja enganado por uma mídia que não tem interesse na sua melhor informação, que quer te induzir contra o seu próprio interesse e que precisa publicar diariamente para vender jornal e se manter, o que baixa necessariamente a qualidade do que produz.

Schopenhauer já apontava este mesmo problema nos diaristas/jornalistas de sua época (Alemanha de 1850) - jornalista deriva de journaux (jornal em francês), que, por sua vez deriva, de jour (dia em francês). Como o jornalista devia produzir todo o dia, a queda da qualidade do que escrevia criava, para Schopenhauer, uma produção escrita patética em sociedade com fins mercadológicos e de sobrevivência muitíssimo maior do que com o fim informativo e criador de conhecimento de qualidade (ler textos escolhidos de Schopenhauer organizados no livro de bolso "A Arte de Escrever").

Constate que durante todo o ano fomos coesos e os fatos no fim do ano confirmaram nossas análises. Confirme que os artigos econômicos do mercado foram indutivos no início do ano de 2011 e que após os fatos se concretizarem no sentido oposto ao que propagandearam, foram adaptando suas previsões e expectativas, para não terminarem o fim do ano desacreditados.

Esperamos sinceramente que os jornais da grande mídia mudem suas fontes informativas. Jornalista não é especialista econômico, é um comunicador (a não ser alguns poucos como George Vidor). Mas têm o dever de dar ampla divulgação a correntes monetaristas e desenvolvimentistas, para bem informar a população. Esperamos que os jornais mais importantes do País estejam à altura de sua missão e importância para o crescimento mais democrático, verdadeiro e desenvolvimentista do País. Nós precisamos crescer. Nós precisamos distribuir renda. Isso não será possível com teses monetaristas e finacistas ou com a reduplicação acrítica de informações de mercado tendenciosas que somente tentam induzir a realidade econômica do País para conseguir extorquir mais juros básicos brasileiros às custas do endividamento público.

p.s. 13/12/2011 - texto revisto e ampliado

sábado, 10 de dezembro de 2011

Lista complementar final dos melhores artigos, segundo o autor

Bem, desculpem... mas vi que era uma total injustiça com alguns artigos não os destacar.

Apresento a vocês os doze mais importantes ao meu ver, somente atrás dos 13 listados anteriormente.

O objetivo é facilitar acesso a estes artigos, compartilhar uma visão de importância dos artigos escritos e destacar artigos que tenham conceitos e princípios de raciocínio que quero compartilhar com vocês e submeter à crítica.

Exponho-me desta forma como nenhum jornalista faz ou fará, pois ele muitas vezes não pode escrever aquilo em que acredita de forma livre por questões óbvias de manutenção de seu emprego.

Deixo, através desta seleção, evidente minhas crenças e minhas análises e compartilho contigo e submeto à sua crítica. Assim, com base na verdade, criamos um canal de comunicação diferente e verdadeiro, com objetivo em defender o que é melhor para o cidadão brasileiro, contribuinte individual.

Lá vai:

1- O que está muito errado no Brasil? O que é essencial?
http://perspectivakritica.blogspot.com/2011/08/o-que-esta-muito-errado-no-brasil-como.html

2 - Furnas: Diferença entre roubo na área privada e na área pública
http://perspectivakritica.blogspot.com/2011/01/diferenca-entre-roubo-na-area-privada-e.html

3 - Desfazendo mitos e lendas
http://perspectivakritica.blogspot.com/2010/11/desfazendo-mitos-e-lendas.html

4 - Autorização para Fundações, Organ. Sociais e Ongs prestarem serviços públicos de sáude e educação: apropriação da coisa pública e alijamento popular
http://perspectivakritica.blogspot.com/2011/09/autorizacao-para-fundacoes-organ.html

5 - A Ditadura do "Politicamente Correto"
http://perspectivakritica.blogspot.com/2011/06/ditadura-do-politicamente-correto.html

6 - Sistema de Cotas: o abuso e a ineficiência no combate à discriminação
http://perspectivakritica.blogspot.com/2011/04/o-abuso-social-e-politico-em.html

7 - Investimento social e retorno em renda familiar e crescimento do PIB
http://perspectivakritica.blogspot.com/2011/02/investimento-social-e-retorno-em-renda.html

8 - Como se comportar em uma bolha imobiliária?
http://perspectivakritica.blogspot.com/2011/02/como-se-comportar-em-uma-bolha.html

9 - O Delírio Imperial do Ministro Paulo Bernardo e a Ofensa à Separação dos Poderes
http://perspectivakritica.blogspot.com/2010/11/o-delirio-imperial-do-ministro-paulo.html

10 - Limite ao Gasto Público e o crime de lesa-pátria - diferença entre gasto e investimento público
http://perspectivakritica.blogspot.com/2010/11/limite-ao-gasto-publico-e-o-crime-de.html

11 - Contra mapa eleitoral preconceituoso e sectarista
http://perspectivakritica.blogspot.com/2010/11/contra-mapa-eleitoral-preconceituoso-e.html

12 - Ranking de Jornalistas X credibilidade de seus artigos
http://perspectivakritica.blogspot.com/2010/11/ranking-de-jornalistas-x-credibilidade.html


abraços,

Mário César Pacheco

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Política, Economia, Administração Pública e Ética: os 13 artigos mais importantes do Blog, na opinião do autor

Pessoal, como prometido, estou apresentando os 13 artigos que considero mais importantes do Blog.

Foi uma seleção difícil, pois estamos falando de 222 artigos até agora. Quis selecionar os dez mais, mas não consegui deixar nenhum dos 13 relacionados de fora.

O que diferencia estes artigos dos demais, na minha opinião, é que estes são mais conceituais. Não comentam somnete artigos desinformativos, não são tão temporais.

Os artigos abaixo relacionados demonstram uma visão de mundo bem diferente do que é a visão sustentada pela nossa mídia hoje em sociedade. Os artigos abaixo trazem uma principiologia argumentativa, lógica e filosófica muito diferente da adotada pela nossa mídia, mesmo propiciando a defesa do capitalismo e seu desenvolvimento. A maior diferença é que a principiologia do blog é o de enriquecer o cidadão brasileiro e não o de enriquecer exclusivamente empresas e bancos. A mídia defende enriquecimento de empresas para que chegue algo ao cidadão. Nós defendemos que, sem prejudicar empresas, o foco de enriquecimento do cidadão é essencial e ajudará o crescimento de empresas. Bancos crescerão juntos, pois vivem de intermédio de riqueza. Banco não cria riqueza nem emprego. Empresas e cidadãos sim.

Os conceitos apresentados pelos artigos abaixo relacionados focam, principalmente, uma relação social que não é divulgada mas que existe. Fatos que são importantes e nunca são revelados de forma coesa que te ajudem a raciocinar sobre o que é do seu interesse e do interesse de sua família.

As informações publicadas na grande mídia precipuamente apresentam fatos para você, mas a apresentação destes fatos não é neutra, nunca foi e nunca será. Sempre há uma forma de transmitir a informação que legitima uma forma de ver o mundo e assim contribuir para que ele permaneça o mesmo.

Essa visão de mundo hegemônica é a empresarial e, pior, bancário-financeira. Pior para nós cidadãos brasileiros e contribuintes individuais, pois dessa forma, você não tem acesso à compreensão da realidade que te cerca e você é manipulado por quilos de informação de baixa densidade informativa (considerado aqui "densa" a informação que seja capaz de alterar a sua vida), mas com doses homeopáticas importantíssimas e bem delineada de informação (alta densidade infomativa, sempre conceituais ou reforçadoras/exemplificadoras desses conceitos) que induzem você a entender o mundo por um prisma que não te beneficia, mas somente beneficia bancos e, quando menos pior, empresas.

Nunca é publicada informação que analise os fatos sociais sob o prisma do contribuinte individual. Enquanto os bancos têm a Febraban (Federação Brasileira de bancos), enquanto os comerciantes têm a CNC (Confederação Nacional do Comércio), enquanto os industriais têm a CNI (Confederação Nacional das indústrias), a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) e a Firjan (Federação das Indústrias do Estado do rio de Janeiro), enquanto as empresas de ônibus do Rio de Janeiro têm a Fetranspor, o cidadão brasileiro, pai de família, empresário individual, não tem nenhuma instituição de "classe" que seja bem paga e tenha profissionais de economia, política e Direito para pensar o que ocorre em sociedade, definir estratégias de atuação, realizar lobby e ajudá-lo a aumentar sua participação no PIB brasileiro; e muito menos publicar isso em jornal, para criar consenso em massa sobre a realidade que nos cerca em nosso favor. Isto, no entanto é produzido cotidianamente contra o indivíduo e a favor principalmente de bancos.

O objetivo precípuo do Blog é impedir a espoliação do cidadão brasileiro. Espoliação econômica e intelectual. Temos de parar de ser manipulados e induzidos a defender o que é de interesse de empresas e de bancos. Temos parar de engolir as manchetes de jornais de grande circulação sem criticar a informação que nos é passada, sem entender a informação subliminar que nos é ministrada com tanto engenho.

Temos de entender a realidade que nos cerca e definirmos como podemos aumentar nossa participação no PIB brasileiro. Políticas podem enriquecer o cidadão ou empobrecê-lo.

Investimento em educação e saúde enriquece o cidadão que pode deixar de gastar com planos de saúde e escolas particulares, se quiser (na Europa é assim, mas para você brasileiro que ganha menos, não). Aumento de salário mínimo aumenta a capacidade de compra de milhões de brasileiros e aumenta a escala de produção do parque industrial brasileiro, gerando baixa de preços de bens (portanto, aumento de salário mínimo não é principiologicamente inflacionário). Investir no serviço público enxuga o mercado de trabalho e aumenta o salário da área privada (portanto, não é meramente gasto público). Esses são exemplos de frases e raciocínios que você encontrará aqui e não encontrará em jornais de grande circulação.

E mais: nossos juros são gigantescos se comparados aos outros países ricos como nós (somos a sétima economia mundial, caminhando para ser a sexta) e temos uma situação econômica muito melhor do que a deles, o que é uma incongruência a ser resolvida com baixa de juros. A inflação também pode ser controlada por medidas macroprudenciais e não somente com aumento de juros Selic. Estado não é empresa (não deve perseguir lucro) e o aumento de arrecadação deve ser investido na melhora de serviço público para todo cidadão como forma de garantia de retorno ao brasileiro pelo imposto pago. Melhorar serviço público muitas das vezes significa, em particular hoje em dia, adequação de remuneração do servidor público (médico, policial, professor, qualquer um) de acordo com a complexidade e importância de tal serviço em nossa sociedade e respeitando oorçamento de cada Poder da República e a LEi de Responsabilidade Fiscal. Adequação remuneratória de servidor público é tema essencial de gestão de recursos humanos na Administração Pública. O salário de servidores públicos é também uma garantia econômica ao mercado, pois em época de crise, como ocorreu recentemente na França e Alemanha (na crise financeira de 2008/2011 foram são os que menos sofrem contando com um número maior de funcionários públicos bem remunerados e mantendo um grande fluxo de valores em economia que protegem seus empregos privados), tratam-se de valores que não deixam de circular na economia, protegendo a existência e manutenção de todos os outros empregos. Estes são outros exemplos que você não viu até hoje e não verá publicado em jornais de grande circulação, mesmo que sejam verdades e sejam importantes para você, para nossa sociedade e para o País.

E por fim: terceirização e privatização não são automaticamente boas ou más, há que se analisar caso a caso. Serviços públicos essenciais não podem ser substituídos por prestação de serviço contratado de ongs, cooperativas ou organizações sociais, que devem prestar serviços públicos complementares. A estabilidade do serviço público têm como objetivo impedir a corrupção e defender a persecução do interese público. Há que se melhorar a gestão e a busca de metas no serviço público. O problema não é a quantidade de imposto que se paga, mas quanto serviço público de qualidade se têm pelo imposto que se paga (imposto de renda na Suécia é de 65% e no Japão de 55% e não vemos japoneses e suecos reclamando da vida). Criação de emprego diminui violência e o crime e deve ser política de Estado (assim adoção acrítica de aumento de juros selic para controle de inflação, como diminui crescimento econômico, é anti-política de Estado). Todas essas idéias são negligenciadas pela grande mídia, mas são fatos reais.

Essas são idéias que você encontra aqui, coesas, e que não encontrará nunca na mídia. Não porque não seja verdade, mas simplesmente porque não interessa a divulgação dessa realidade pelas empresas ou bancos.

Convido você a ler a minha seleção pessoal. Todos os demais artigos estão impregnados dos conceitos apresentados nesses 13 artigos e acho que a compreensão desses conceitos é a chave para a nossa libertação informativa, é a chave para pensarmos juntos em como ficarmos mais ricos em nossa própria sociedade e atingir os níveis de renda de países europeus, como Noruega, Dinamarca e Suécia.

Nós não somos sub-raça. Nós somos espoliados por um grupo muito organizado e inteligente, que cooptou nossa mídia e tenta cotidianamente reproduzir valores e uma sociedade que beneficie e enriqueça este mesmo grupo. Por questões históricas isso não ocorreu em outros países da forma que ocorre aqui, mas nós podemos, com conscientização, retomar o lugar de dignidade do cidadão em nossa sociedade. Isso é a que se propõe esse Blog.

Abaixo a lista. Divirta-se.

1 - Relação Dívida/PIB Brasil x Mundo - Comparação - capacidade e planejamento de Investimentos/Gastos Públicos
http://perspectivakritica.blogspot.com/2010/12/relacao-dividapib-brasil-x-mundo.html

2 - Carga Tributária e Serviço Público - Europa x Brasil
http://perspectivakritica.blogspot.com/2010/06/carga-tributaria-e-servico-publico.html

3 - Os três maiores medos das grandes empresas e da mídia: pleno emprego, remuneração alta de servidores públicos e estabilidade do servidor público
http://perspectivakritica.blogspot.com/2011/10/os-tres-maiores-medos-das-grandes.html

4 - A Guerra pelo PIB: Contribuinte Individual x Empresas Comerciais e Industriais x Instituições Financeiras
http://perspectivakritica.blogspot.com/2011/07/guerra-pelo-pibde-que-lado-voce-esta.html

5 - Duas grandes mentiras da mídia e do mercado contra o cidadão: "salário mínimo é inflacionário" e "terceirizar melhora serviço público"
http://perspectivakritica.blogspot.com/2011/11/duas-grandes-mentiras-da-midia-e-do.html

6 - Conflitos de interesses - grande mídia x sociedade x serviço público
http://perspectivakritica.blogspot.com/2010/07/conflitos-de-interesses-grande-midia-x.html

7 - Quem disse que brasileiro quer ser funcionário público? E quem disse que se quiser não pode sê-lo?
http://perspectivakritica.blogspot.com/2010/09/quem-disse-que-brasileiro-quer-ser.html

8 - Serviço público bem remunerado: vantagem ou desvantagem para você?
http://perspectivakritica.blogspot.com/2010/09/servico-publico-bem-remunerado-vantagem.html

9 - O que é a " Grande Mídia"? Por que ataca o funcionalismo público?
http://perspectivakritica.blogspot.com/2010/09/o-que-e-grande-midia.html

10 - Ação Global e Amigos da Escola: até onde o voluntariado é bom e a partir de quando é ruim para a sociedade?
http://perspectivakritica.blogspot.com/2011/05/acao-global-e-amigos-da-escola-ate-onde.html

11 - Tropa de Elite 2 e o tema Corrupção x Ética
http://perspectivakritica.blogspot.com/2010/10/tropa-de-elite-2-e-o-tema-corrupcao-x.html

12 - Estado do bem-estar social europeu e o Brasil - A desregulamentação de mercado pôs em risco o Welfare State Europeu
http://perspectivakritica.blogspot.com/2010/10/estado-do-bem-estar-social-europeu-e-o.html

13 - Estabilidade do Cargo Público e Cargos Públicos de Livre Nomeação - Qual o seu interesse nisso?
http://perspectivakritica.blogspot.com/2010_08_01_archive.html



Abraços,

Mário César Pacheco

p.s. 10/12/2011 - texto revisto e ampliado

p.s. 2 10/12/2011 - texto revisto e ampliado

p.s. 12/12/2011 - Em 10/12/2011 foram acrescentados mais dois artigos à original lista de onze artigos, por isso são treze agora.

p.s. de 10/10/2013 - veja também http://www.perspectivacritica.com.br/2011/12/lista-complementar-final-dos-melhores.html

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Economia Estagnada: Por que após grande valorização imobiliária a economia patina?

Pessoal, o Globo acabou de publicar artigo no Jornal O Globo On Line com o título "PIB brasileiro fica estagnado", hoje, 06/12/2011. Confira no endereço http://oglobo.globo.com/economia/pib-brasileiro-fica-estagnado-no-terceiro-trimestre-3390761

Mas não diziam que a inflação era galopante? Há três meses atrás, em setembro de 2011, não estavam dizendo que como o acumulado da inflação tinha atingido 7,5% de acumulado nos últimos 12 meses seria o fim do mundo?!?! E que por isso deveria ser aumentado so juros selic? Para conter a inflação galopante.. rsrsr

Senhores e senhoras, fico muito satisfeito em estar apontando com responsabildiade a real evolução econômica do nosso País desde sempre, mas especialmente desde Janeiro a Abril de 2011, indicando que a inflação não estava descontrolada, que o controle não deveria ser por juros selic, que o controle inflacionário deveria respeitar as causas específicas (em grande parte externas) da inflação, que o controle interno deveria ser via medidas macroprudenciais para não prejudicar o PIB e o emprego de brasileiros, que as medidas do Banco Central só têm efeito 6 meses após admitidas e executadas, que desde abril a inflação recuava mensalmente e que o importante para o futuro é a tendência de curto prazo da inflação e não a dos últimos doze meses... se o índice inflacionário no curto prazo indica arrefecimento, e se as causas do arrefecimento se mantêm, é lógico que a inflação arrefecerá para o futuro.

Você que está conosco pode estar surpreso de que tudo o que foi mencionado por nós ocorre e fecha um ciclo de fato. Não imaginamos, somente, que a Europa estaria no risco em que está, da forma que se encontra hoje, apesar de que dissemos, desde de o atingimento de relações dívida/pib exorbitantes verificadas em dezembro 2010 por esses países, que a Europa somente limparia suas finanças públicas entre sete e dez anos.

Bem, bem, bem.. Nós informamos você muito melhor do que jornais de grande mídia, neste quesito.. fico feliz em poder dizer isso, mas ficaria mais se ao invés de a grande mídia tentar induzir uma realidade econômica inexistente para justificar aumento de juros selic (o que só beneficia bancos), fosse crítica e ajudasse o Brasil a debater as reais causas da inflação quando esta se apresenta e a discutir as melhores saídas para controlá-la, o que não fez durante todo o ano de 2011.

Mas, estou aqui hoje para te explicar, de forma muito breve e simples um fato interessante. Após a bolha imobiliária americana e européia a economia degringolou. Após a bolha imobiliária brasileira, que ainda está aí, a economia patina e o terceiro trimestre de 2011 tem previsão de 0% de crescimento. Qual a conexão?

Sim, houve no caso americano e europeu o problema dos títulos sub-prime, mas que se referiam a financimento de imóveis mais uma vez (ou melhor financiamento de consumo a partir de garantia hipotecária baseada em valorização futura de imóveis - mas isso só era possível por haver movimento de valorização imobiliária). E aqui este problema não ocorreu. Mas acontece algo que é comum e compreensível no fato de que grandes valorizaçãoes imobiliárias prejudicam a economia.

Tudo que ocorrer exageradamente em um setor cria um desnível sistemático na economia, ou gera um reflexo, naturalmente, mas a questão imobiliária é muito interessante. Vejamos.

Todo mundo precisa morar, comprando imóvel ou alugando imóvel. Mas se há uma supervalorização em curto espaço de tempo o que ocorre? A renda e o PIB não terão crescido suficientemente para compensar este aumento de dreno financeiro da economia.

Veja, todo aumento de bens gera um dreno financeiro na economia. Alguns bens você pode deixar de comprar ou pode substituir por um tempo e isto é algo que arrefece o movimento de aumento exacerbdo daquele bem. Por exemplo, carro. Aumentou muito carro? Não compre. O carro passa a baixar (o que está acontecendo agora - um palio chegou a custar 30 mil reais e agora baixou bastante - ver p.s.2 de 07/12). Ninguém deixa de viver sem carro. Mas não é possível deixar de comer ou de morar. Mesmo na favela não há moradia gratuita plenamente.

Assim amigos, a grande valorização de imóveis, apesar de ser ótima para os investidores em construção de imóveis e proprietários, gera um grande dreno financeiro na economia. A pessoa se endivida e mora, mas o que ocorre com as vendas de carros? Vendas de roupas? Restaurantes e etc? Não sobra dinheiro para essas outras coisas.

É claro que o juros alto também leva a um freio na economia, mas a economia americana está com o mais baixo juros de sua história e o europeu idem, isso por si só não ativa a economia. Lá a situação é diferente daqui e não foi meramente a valorização de imóveis que criou a situação preocupante que há lá. O golpe econômico com a quebra do sitema de títulos subprime desolou a economia americana e européia, mas é importante tomar ciência desse efeito interessante da grande valorização imobiliária: não somente há enriquecimento de parte da economia e população, há um grande torno financeiro que é aplicado na economia que fica com muitos recursos direcionados a um setor da economia e desabilita outros setores, podendo gerar, como de fato está gerando no Brasil, estagnação econômica.

Ninguém fala disso. Não há estudos sobre o impacto de uma supervalorização imobiliária na economia, mas isto é um fato e é grave e merece a devida atenção que este Blog tenta corrigir. É claro que a queda da economia mundial, a crise financeira internacional também tem a ver com isso. Mas o consumo interno é um grande percentual (creio que 66%) de nossa economia e quando as famílias deixam de comprar, o poder de se concretizar a estagnação econômica é muito grande. Acho que é o que ocorre hoje e uma causa importante, além de juros selic alto e tributação alta, é o impacto que ainda existe da supervalorização imobiliária (ou bolha imobiliária) sobre a capacidade de compra das famílias brsialeiras.

Termino esse artigo dizendo que mesmo com essa estgnação do crescimento do PIB, nossa situação é muito melhor do que em todo o mundo. Mas a insistência em aumento de juros contra a evidência de grande endividamento das famílias brasileiras, que passaram por correots benesses e estímulos de consumo pelo governo por 2009 e 2010 como forma de impedir a queda de nossa economia, aliado ao estratosférico valor de imóveis para compra e venda e para aluguel no Brasil, está gerando uma incapacidade ou desmotivação de consumo e a consequente estagnação da economia. É reversível.. através de diminuição de juros selic, diminuição de tributação e correção de preços de imóveis, tanto em termos de compra e venda como em relação a aluguel.

A correção imobiliária, a meu ver, se aproxima.

p.s.: Desculpem, a frase final ficou um pouco longe do texto. Como cheguei a ela? Economia é muito interessante e tem diversos canais de intercomunicação. Todos querem entender esses canais, mas nunca se consegue fechar perfeitamente o circuito. Eu acredito que o exercício proposto por artigos como esse tem esse fim e que os artigos convencionais são muito herméticos e simples, criando uma ilusão de controle, que na verdade não existe. O que se pode fazer é enteder as variáveis o mais que se puder e constrastá-las de tempos em tempos e verificar seus efeitos. Isso evidencia que há canais limitados na economia, ou diríamos grandes canais que influenciam fortemente a economia, e a alteração de fluxo financeiro nesses canais torna perceptível uma tendência de crescimento ou decréscimo em outros canais e/ou escoadouros.

Explicando a última frase "A correção imobiliária, a meu ver, se aproxima", tenho a dizer que como reflexo da perda de fôlego da economia já se vê a descompressão de taxa de juros selic (taxa selic em 11% e em tendência de fechar 2012 a 10%) e tributária (através de incentivos tributários, tais como diminuição de IPI, Pis/Cofins etc.). Falta uma outra forma de correção ocorrer: a correção imobiliária. Esta não é mais difícil nem mais fácil de ocorrer, mas depende exclusivamente de mercado, ao contrário da Selic e de tributos que são decididos.

Mas a correção ocorrerá, por quÊ? Porque a supervalorização imobiliária drena valores da economia. Assim, as pessoas gastam menos em outros setores da economia e a economia desaquece. Quem compra ou aluga um imóvel não alugará ou comprará outro tão cedo e isso baixa demanda. E quanto aos juros selic e tributos? O problema é que se a baixa da selic e de tributos não for muito boa a ponto de compensar o endividamento das famílias ou se continuar aumento de aluguéis e imóveis, elas continuarão pagando caro para morar e não sobrando valores para outros setores econômicos. Assim pode iniciar processo de retração econômica e desemprego. Com desemprego ou com grande endividamento, as pessoas começam a não poder pagar hipoteca, financiamento imobiliário e/ou aluguel, e o desfazimento de negócios, o acionamento de garantias imobiliárias dos financiamentos não pagos, e os despejos ou trocas de imóveis alugados, gerarão aumento de oferta de imóveis no mercado para compra/venda e para aluguel, obrigando a baixa de preços de imóveis seja para compra/venda, seja para aluguel.

p.s.2: Segundo o artigo O Globo On line suso citado, desde o terceiro trimestre de 2009, houve diminuição de crescimento de quase todos os trimestres posteriores em comparação com o trimestre anterior, chegando no 3º trimestre de 2011 a crescimento de 0% em relação ao segundo trimestre de 2011. As informações sobre expectativa econômica há tempos era de arrefecimento, mas durante 2010 e 2011 os jornais preocuparam-se só com inflação, sem ver o endividamento das famílias e a baixa na atividade econômica. Segundo o mesmo artigo os números de evolução de pib por trimestre, na forma crescimento%/trimestre são desde 1º trim 2009 até o 3º trim 2011: -1,7%/1º trim 2009; 2,0%/2º trim 2009; 2,5%/3º trim 2009; 2,4%/4º trime 2009; 2,0%/1º trim 2010; 1,6%/2º trim 2010; 1,0%/3º trim 2010; 0,7%/4º trim 2010; 0,8%/1º trim/2011; 0,7%/2º trim 2011 e 0,0% 3º trim 2011.

p.s. 07/12/2011: texto revisto e ampliado

p.s.2 07/12/2011: texto revisto e ampliado. Há no fim de dezembro de 2011, como já ocorre há dois meses, um arrefecimento de preços em geral de automóveis. O Tiguan da Volkswagen já chegou a custar uns R$160.000 e hoje pode ser comprado a R$110.000,00. Eu, por exemplo, comprei um Peugeot 307 2011/2012, agora, de R$54.000,00 por R$47.307,47(tá bom, o modelo 308 vem aí... mas o estoque deles está alto, não só o 307 baixou preço e a compra de carros diminuiu em geral). O exemplo do Pálio pode não ter sido o melhor, pois sites especializados estão cotando o Pálio 2011 em torno de R$30.000,00. Entretanto, vá à concessionária. Já cheguei a ver Pálio novo custando R$32.000,00 e acho difícil que vendam novos por R$30.000,00 se há outros carros melhores e mais bonitos que baixaram de preço e estão abaixo deste patamar. Depois da febre do ano passado, acho difícil sobra de valores, ainda mais com aumento de custo de moradia, para compra de carros novos. Por isso arrefeceu o movimento de valorização de automóveis.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Excelente cobertura sobre a Administração da Saúde no Rio de Janeiro pelo RJ TV

Quero parabenizar a Rede Globo de Televisão pela cobertura séria e profunda sobre a Administração da Saúde no Estado do Rio de Janeiro pela União, Estado e pelo Município.

A cobertura já tem ao menos três dias, só que eu tenha visto. A abordagem é crítica e informativa. Os temas são abordados de forma crítica e não superficial. Informa-se que há médicos, mas que o grande problema é a gestão. Informa-se que há servidores médicos ganhando R$1.800,00 no Hospital Municipal do Miguel Couto que convivem com médicos contratados em regime privado de trabalho que ganham R$5.500,00!!

Informa-se que esse convívio com tal disparate é prejudicial ao desenvolvimento regular do trabalho dos médicos na instituição e em qualquer instituição de saúde pública que esteja na mesma situação.

A Prefeitura informa, de forma técnica, que a demanda por médicos é grande mas que não pode haver contratação somente de estatutários porque pelo tamanho da necessidade isso poderia gerar a contratação em excesso contrariamente aos limites da Lei de Responsabilidade Fiscal. Não houve adoção de partido da contratação de médicos por concurso público (estatutário) ou por contratação de terceirizados (celetistas). Houve informação de qualidade e em quantidade mínima para proporcionar ciência de problemas e debate sobre diversas facetas importantes do problema.

Inclusive houve denúncia de descumprimento de horário, não generalizando acusação de descomprometimento. Inclusive a denúncia foi seguida de análise de um especialista que abordou o problema de forma técnica e considerando a perspectiva histórica da degradação da relação de trabalho dos médicos, considerando ainda o abandono da gestão de carreira de médico pelo Estado, degradação de salário e o resultado de descomprometimento do profissional.

Eu chamo a atenção da Globo quando erra, mas meu entusiasmo é muito maior em elogiar (quando houver motivo, claro). O mal que uma grande mídia faz ao informar mal é gravíssimo para a sociedade, mas a denúncia e a crítica social diminui esse prejuízo disseminando a correção de fatos, versões e a verdade. Mas quando é realizado um trabalho sério e construtivo de reportagem sobre questão pública (Administração de Saúde, na hipótese) como está ocorrendo, o benefício social é impagável e os efeitos são perenes.

A verdade, mesmo que não seja conclusiva, como muitas vezes não é, coloca a sociedade em um próximo patamar de controle sobre os fatos e como é com base em fatos mais neutros e não em versões de fatos, o acesso a este novo patamar tem característica de uma perenidade que é muito importante. Isso causa a evolução da sociedade de forma segura e sólida.

Recentemente fui atendido no Hospital Municipal Miguel Couto. Pude coonstatar o que está aparecendo em termos nas reportagens. Havia médicos e enfermeiros. Pude tirar raio X e fazer tomografia computadorizada no hospital e era evidente que os médicos e enfermeiros eram profissionais. Mas quando eu saía da mão do médico para fazer algo em algum setor administrativo para o qual fui mandado.. senhores... era como se eu estivesse perdido em um oceano. Não tinha acompanhamento algum. Perderam a guia que me encaminhava para o raio X e mesmo os funcionários, vendo que eu tinha chegado de maca no local próximo do raio X, mesmo eles não perguntaram nada e fiquei duas horas esperando atendimento (tinha muita gente antes e eu estava de colar cervical), até que comecei a reclamar e a cobrar a solução do meu problema. Se eu não reclamasse em algum momento, provavelmente estaria lá até hoje.

O problema lá no Miguel Couto não é de falta de médicos e enfermeiros, falta de qualidade dos médicos e enfermeiros ou de estrutura, mas simplesmente de gestão. Foi o que me pareceu.

Os verdadeiros questionamentos e a boa-fé investigativa elucida a razão de problemas e direciona o encontro de soluções.

Saúde pública de qualidade no Brasil é totalmente possível, mas precisa de vontade e comprometimento político com desenvolvimento de boa gestão dos nossos hospitais.

Obrigado e meus cumprimentos ao Globo por ter sido realmente útil à nossa sociedade com essas reportagens (acho que até já têm mais de dez dias de cobertura). Fica aqui o reconhecimento do Blog. Queremos que só haja esse tipo de reportagem na maior rede de televisão do País e quarta maior Rede de Televisão do mundo.

p.s. 05/12/2011: texto revisto

p.s. 05/12/2011: Não adianta colocar médico para administrar o hospital, na minha opinião. Não adianta colocar político para dirigir o hospital, em minha opinião. Tem que ser um administrador profissional ou um médico com pós-graduação em administração hospitalar. Tem que haver metas e estatísticas para o atendimento médico em insitutuição de saúde pública. E tem que ter Auditoria/Corregedoria Externa para manter a correção da perseguição de metas e a observação de deveres funcionais. Além disso, deve haver esforço em remunerar adequadamente o médico. Tudo isso junto levará a um comprometimento maior do servidor médico e enfermeiro e à melhoria na prestação de serviço de saúde pública, a bem da imagem dos próprios médicos e a bem de toda a população.