Senhores e senhoras, teremos várias oportunidades para demonstrar incongruências da informação jornalística, pois a pressão que sofrem para vender informação gera a necessidade de apresentar sempre uma "novidade" que surpreenda a opinião pública e isso é mais fácil quando o leitor pode ser confundido, aturdido. Se o leitor dominar os fatos, as notícias serão mero desdobramento de fatos uns dos outros e assim o é para profissionais que conhecem o tema sobre o qual os jornais menos técnicos discorrem com liberdade de abordagem e sem comprometimento com o entendimento do leitor.
Veja o artigo de hoje, 09 de julho, do Jornal o Globo, à folha 25: "Dívida Emergente - Débito público do Brasil é o 3o maior entre países em desenvolvimento, diz FMI, com risco para equilíbrio fiscal".
Observe que não há a publicação de mentira, nesta hipótese, mas a informação para ser apreendida de forma adequada deve ser contraposta a outras informações que não estão ali, mas já foram publicadas pelo mesmo jornal, o qual, aliás, eu assino, juntamente com o Jornal do Commercio. É claro que temos de chamar a atenção para que o leitor não queira, nem esta é a função do Jornal e dos jornalistas, que haja um processo de tutela, ou uma relação de professor-aluno, entre jornalista/jornal e leitor. A função do jornal é informar fatos e você deve fazer as comparações com outros fatos para dominar o que está acontecendo. Mas o jornal poderia facilitar este processo se já informasse a notícia com detalhes que facilitassem essa percepção, mas a notícia ficaria menos extraordinária, incomum, surpreendente e poderia perder apelo para venda em relação ao grande público.
Mas se você lê o artigo mencionado parece que o Brasil está muito mal. Agora perceba, esta notícia está somando o débito público que existe para financiar dívida pública, com suas necessidades normais de financiamento, com os valores públicos destinados exclusivamente para investimento em infra-estrutura e empréstimos ao BNDES para ser ofertado às empresas privadas. Crédito fomenta atividade empresarial, cria emprego, cria riqueza, cria arrecadação.
Recentemente o Jornal O Globo publicou uma lista de ranking de déficits orçamentários em que o Brasil estava em segundo lugar em menor déficit (1,5% do PIB), em primeiro lugar estava a Arábia Saudita (1,5% de superávit) e em último estava a Inglaterra (12% de déficit), seguida dos EUA (10% de déficit). França e Alemanha estão com déficit em torno de 3 a 4 vezes pior que o nosso.
Em relação à relação dívida/PIB, em que mundialmente conta-se somente a dívida real, descontados os investimentos públicos, que geram retorno a médio e longo prazo, o Brasil está hoje com mais ou menos 45% PIB, com previsão de chegar ao fim do ano com relação em torno de 40% do PIB, enquanto os EUA superam 80% do PIB, Itália supera 100% do PIB, Inglaterra idem, Alemanha e França também superam a relação dívida/PIB brasileira e a do Japão chegou a 200% do PIB. Estes países podem demorar de 5 a 7 anos para chegar à nossa ótima situação de hoje. E não por outro motivo o rating do Brasil foi elevado pelas agências de rating, mais uma vez.
Portanto, senhores e senhoras, as contas públicas brasileiras estão dentre as melhores do mundo, ao contrário do que uma leitura superficial do artigo mencionado possa parecer. E é lógico que é melhor não haver dívida nenhuma, mas isso não existe e se há que haver dívida que seja para fomentar o empresariado a criar empregos, tributos e riqueza para a nossa população.
Nenhum comentário:
Postar um comentário