Artigo no Jornal o Globo de hoje, 07/12/2010, deixa patente que mais do que mera comparação de números e contas influenciam os ratings concedidos a países.
No artigo da pg. 24, intitulado "Para Presidente do BC, agências deveriam melhorar nota do Brasil", Henrique Meirelles informa que o Brasil tem números melhores que muitos países europeus que atualmente se encontram com melhor rating, o que é uma total incongruência a exigir em breve elevação do rating do Brasil.
Esses ratings são importantes pois melhoram a imagem do país melhor avaliado e diminui os juros cobrados pelo mercado a tais países. Inclusive muitos estatutos de sociedades de investimentos exigem formalmente a consideração destes ratings para admissão de mais ou menos investimentos em títulos de dívida dos países avaliados.
Meirelles falou que enquanto "Irlanda, Portugal e Itália, que têm, respectivamente, relação dívida bruta/PIB de 65%, 77% e 116% e notas de risco da S&P (agÊncia de rating Stand & Poors) A, A- e A" o Brasil tem 60% de dívida bruta/PIB e é classificado como BBB.
Sabem a resposta da representante da S&P? Que o Brasil não pode se comparar com as economias européias, que estão sob avaliação negativa, mas deve se comparar com os emergentes como China, Coréia do Sul e Índia e em relação a estes a dívida brasileira está alta com necessidade de rolagem de dívida de 25% ao ano.
Agora, senhores, qual é o custo da Previdência Pública da China, Índia e Coréia do Sul? Qual é a estabilidade social e institucional da Índia, China e Coréia do Sul? Se nossa sociedade brasileira, instituições políticas e nossa previdência pública e economia têm estruturas idênticas às européias, como não podemos nos comparar com os países europeus para efeito de rating? E se eles estão piores, como podem permanecer com rating melhor e obtendo aval formal para pagamento de juros internacionais menores do que nós brasileiros?
Isso, senhores, é para nós aprendermos que ninguém está aqui para colocar azeitona na empadinha de ninguém. As agências de rating que existem são européias e americanas. Temos de criar agências de rating brasileiras, latino-americanas e asiáticas, para haver real justiça na distribuição de ratings.
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