Como apontei no ranking sobre os melhores jornalistas, Flávia de Oliveira, do Jornal O Globo, vem corroborar minha opinião sobre ela.
Na sua coluna, publicada em 26/03/2011, no sábado passado, trouxe-nos um estudo da Fundação Getúlio Vargas, se não me engano, que comprovou que o aumento do Bolsa Família tem impacto maior na melhora de qualidade de vida imediata da classe E. Isso porque quem recebe Bolsa Família experimenta um peso maior do Bolsa família na renda familiar do que o peso de eventual salário mínimo. Eventual salário mínimo obtido, pois estas famílias normalmente não possuem empregos fixos e estão em situação em que o Bolsa família tem maior peso em sua renda. Oa aumento de salário mínimo não lhes atinge tanto. Por outro lado, aumento de salário mínimo impacta mais a vida dos integrantes das classes C e D. E qual a importância disso? Este tipo de informação é essencial para desenvolvermos as melhores políticas para a erradicação da pobreza.
Considerando esse estudo, podemos dizer que cada classe social, que hoje podemos dividir nos grandes grupos E, D/C e B/A, exigem demandas distintas de política governamental para melhora de qualidade de vida. Essa conclusão por si só era imaginável sem o estudo, mas o estudo da FGV lança luz sobre a importância do aumento de Bolsa Família em comparação com o aumento de salário mínimo e aponta os efeitos dessas medidas na ponta, nas classes sociais que atingem.
O objetivo que o governo tem de ter e perseguir é melhorar as condições de vida para todos os cidadãos. Posso concluir, e neste momento jogo as conclusões para vocês para que me corrijam se eu estiver errado, que o Governo Lula/Dilma foi o único que imaginou e executou política de melhoria social para todas as classes ao mesmo tempo.
O desenvolvimento do Bolsa família resgatou milhões de brasileiros da pobreza absoluta e ajuda os que ainda vivem com renda familiar média no valor de 1/4 de salário mínimo (Classe E). A política de valorização contínua do salário mínimo ajuda a melhorar a vida de milhões de brasileiros das classes C e D.
Naturalmente as políticas industriais e de desenvolvimento econômico e social, criando financiamneto de empresas pequenas, médias e grandes, além de microcrédito criam empregos a olhos vistos e resgatam pessoas das classes em que se encontram para avançar para a próxima classe, em se tratando, principalmente de classes E, D e C.
Projetos de financiamento de educação superior, PROUNI e FIES, também ajudam muito aos integrantes de classes E, D e C que pretendam concorrer ao ingresso nas classes B e A.
Mas... e as classes A e B?
Aqui o tema é mais complexo. Como elas têm melhorado suas condições? Qual política existe para elas?
É claro que o objetivo maior hoje é ajudar as classes E, D e C. Ninguém vai falar o contrário. Mas todos têm direito a almejar mais e a participar cada vez mais do crescimento do PIB brasileiro, podendo realizar mais para si e para seus familiares.
As classes B e A, por sua estrutura educacional, cultural (é mais comum os integrantes dessas classes valorizarem o ensino formal e exigir que seus filhos o concluam), material (os integrantes das classes B e A podem manter seus filhos sem trabalhar por mais tempo do que os integrantes das classes E, D e C, além de poderem investir mais em educação para si mesmos), podem se virar melhor. Todos sabemos.
Mas é verdade que as melhorias para as classe A e B existiram mas precisarão aumentar nesses próximos dez anos. Precisarão aumentar até mesmo porque as classes mais baixas aos poucos estarão se aproximando da classe B e precisarão cada vez mais de medidas semelhantes de apoio e incentivo governamental.
O que almeja a classe média alta e rica brasileira? Não falo dos muito ricos (renda de 50 mil reais mensais), que também têm interesse nas medidas que proponho, mas os muito ricos já se defendem plenamente sozinhos e muitas vezes seus interesses podem colidir com os dos demais. Eles são um caso à parte. Muito importantes para o Brasil, mas são pontos fora da curva, como os indigentes também o são. Ambos precisam de políticas especiais.
Então, voltando à classe B e A, o que é problema para eles é o custo com educação e com saúde. Ponto. Isso é o problema da classe média. Não é só pagar imposto, porque se pagasse imposto e não tivesse de pagar plano de saúde e/ou colégio, creche ou faculdade dos filhos, estaria feliz em pagar imposto. Portanto, o problema é SAÚDE e EDUCAÇÃO.
Nas classes E e D sabemos que esse problema é pior ainda pois nem plano de saúde podem pagar. A classe C já passa por problemas semelhantes aos da classe B e A, neste sentido, apesar de distintas características, claro. Mas, gente, não há o que tergiversar: para a classe B e A está faltando prestação de serviço público de saúde e educação de qualidade. Só. O resto é fichinha. Tire educação e saúde da conta da sua família e veja o que acontece com sua renda disponível.
Como foram criadas quatro universidades públicas e a Dilma está disposta a contratar 40 mil médicos e 300 mil professores, torçamos para um dia termos estes investimentos que beneficiarão as classes E, D e C, mas que são medidas que, juntamente com a melhora de todo o serviço público, chegarão efetivamente na condição de melhoria social para as classes B e A.
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