sexta-feira, 11 de março de 2011

Corte no Programa Minha Casa, Minha Vida é salutar! Arrefeceria Bolha imobiliária.

O recente corte previsto pelo governo no Programa Minha Casa, Minha Vida em 5 bilhões de reais seria excelente para o próprio programa habitacional e para a economia com um todo.

Há notícia de que talvez esse corte não se conretize realmente, por previsão de restos a pagar, em relação a este programa governamental, de 9 bilhões do orçamento de 2010. Mas restos a pagar, se quita dívida por prestação de serviço ou obra já implementada, não tem jeito, né pessoal?

Tratemos, portanto da notícia do corte. Isso, hoje, seria o mais inteligente a ser feito a bem de todos. Eu sei que a Presidente Dilma prometeu duas milhões de casas até 2014. Eu também não era contra, óbvio! Quero casa para todo cidadão brasileiro, o que aliás é regra programática definida na Constituição da República, mas na prática, a construção em larga escala como está sendo feito está gerando desnível econômico prejudicial a todos, inclusive aos destinatários do Programa Minha Casa Minha Vida.

A grande oferta de crédito para este programa está fazendo com que, ao mesmo tempo, muito empresários comprem terrenos e muitas pessoas comprem casas no valor limite do Programa, ou seja, R$150 mil. Com esta procura gigantesca, os preços dos terrenos e dos imóveis está subindo e hoje há pressão dos empresários para aumentar o valor de venda de imóvel dentro do Programa Habitacional do Governo para R$170 mil. O pior é que se continuar assim, vão continuar os aumentos, claro. O aumento é consequência da procurar e do crédito neste caso.

Se continuar assim veja o que acontece: o valor dos imóveis continuará subindo e chegará no ponto em que o valor da casa a ser financiada não poderá ser pago pelos destinatários do Programa Minha Casa, Minha Vida. Isso é não atingir o objetivo do Programa Governamental!!

Há ainda outras consequências: o padrão das casas oferecidas aos beneficiários do Programa terão de baixar de qualidade para compensar o preço. A alta de terrenos e imóveis continuará, e pode tornar alguns investimentos inviáveis ou até gerar prejuízo para empresas ou para o Governo. Além disso, muitas empresas usam o Minha Casa, Minha Vida como "renda fixa", diminuindo sua necessidade de vender rápido os imóveis construídos para a classe média e média alta, gerando especulação imobiliária nesta faixa de renda, o que também ocorre hoje.

Infelizmente, não sei se seria melhor atingir de vez a meta de construção de casa própria pelo Minha Casa, Minha Vida. Diminuir o ritmo ajudaria a controlar a especulação imobiliária que está tomoando conta do País e asseguraria que o preço das casas dentro do limite do Programa fossem lucrativas e chegassem aos verdadeiros e originais beneficiários: famílias de baixa renda.

Vamos esperar que o espírito público de Dilma prevaleça sobre a pressão que terá quando a mídia ficar retratando que a promessa de entrega de duas milhões de casas, através do Minha Casa, Minha Vida, não se realizará. Ela terá de escolher entre essa manchete ou outra pior, no caso de manter o ritmo de construções e crédito para este excelente Programa Social e tornar a operações inviáveis ou observar pessoas de classe média, média alta comprando essas casas que se destinariam à classe média baixa e a pessoas pobres que realmente precisam.

6 comentários:

  1. não vai diminuir a especulação,, pois o governo aumentou o valor de financiamento para 170 mil,, alguns imóveis que estavam perto do teto aumentaram ja pra próximo desse valor. Ao meu ver classe media baixa não tem condição de financiar esse valor, quanto mais baixa renda. Moro em Aracaju-Se e aqui os imoveis estão com valor mais alto que em salvador, BH, recife ou outra capital maior, mesmo a renda sendo infinitamente menor e a qualidade dos apartamentos ser péssima. Deveria ser adotada regra que limitasse a venda de imóvel adquirido por esse programa do governo por um prazo fixo de 3 ou 5 anos,, pois conheço pessoas que compraram varios imóveis por 30 ou 40 mil reais antes de 2008 e os revenderam por 120 ou 125 mil com ate 01 ano de entregue para ser financiado pelo minha casa minha vida.
    Acho que a valorização ja chegou no limite,, porem não acredito em uma queda brusca, devem se manter nesse patamar,, pois o que esta movendo o mercado é o credito fácil,, e as pessoas que compraram imóvel barato e os revenderam para adquirir um apartamento melhor ,,, porem como imóvel é de difícil liquidez e as pessoas não ficam mudando de casa a todo momento o mercado deve dar uma paralisada.

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  2. Vejam como a situação esta irracional, ontem fui olhar um apartamento de 96 metros quadrados, num bairro de classe media, valor 290 mil reais, prédio entregue a 01 anos, custou ao proprietário 130 mil reais,, acabamento péssimo com piso de calçada no apartamento (apesar de novo vc tem que reformar antes de se mudar) sem revestimento externo, piscina pequena, sem quadra de esportes, 2º andar com um lado virado pro sol (apartamento virado por sol no nordeste vira uma sauna). Agora sabe quanto custa um aluguel nesse condomínio, 700 reais, vejam que é mais vantagem investir meu dinheiro no tesouro direto e morar de aluguel. Por enquanto não vejo razão em imobilizar todo o meu dinheiro num investimento desses, sou funcionário publico federal, ganho relativamente bem e acho difícil uma pessoa que ganhe menos de 10 mil reais por mes ter como pagar por isso sem sacrificar a vida de sua familia.

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  3. Eduardo, excelentes suas informações. São muitíssimo importantes principalmente porque não são tese nem notícia de jornal. São informações concretas do que aconteceu a vocÊ e em relação ao que vocÊ viu e vê acontecer à sua volta, em Sergipe.

    Estou totalmente de acordo com vocÊ. Os preços estão altos. Se o momento é de venda de imóveis, naturalmente não é de compra. Se você já não leu, sugiro a leitura dos outros artigos do blog sobre bolha imobiliária e imóveis. E veja dois em especial: sobre Irlanda e China.

    Em Portugal, ouvi isso no Programa a Hora do Brasil, a crise imobiliária ocorreu por motivo muito peculiar: os portugueses foram convencidos, país afora, de que investir em imóveis, antes de 2008, seria investimento certo, ante a valorização que ocorria e não tinha previsão de fim.
    Pois bem, todos os que puderam, todos os que tinham crédito e dinheiro investiram em imóveis, mas quando as empresas, que já tinham a grana no bolso, passaram a entregar os imóveis, não tinha ninguém que pudesse comprá-los, pois todos os que tinham dinheiro já estavam comprados!!!! rrsrsrsrrsrs Os preços caíram muito e muito...

    Tento mostrar que tudo muda. Que movimento de manada, o correto é ficar longe. E sua observação de morar de aluguel enquanto junta dinheiro (juntar a diferença entre o valor de aluguel e o valor da prestação de casa própria é essencial aqui) é impecavelmente correta e está totalmente de acordo com o que acredito. Inclusive é o que estou pessoalmente fazendo também.

    abs

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  4. Eduardo, ainda fica aqui um alerta ao Governo que tentarei encaminhar ao Deputado Federal Jorge Bittar: não pode haver compra de mais de um imóvel por pessoa dentro do Programa, pois o objetivo é acesso à casa própria e não aumento de investimento imobiliário para quem quer investir seu dinheiro (especulação imobiliária). Além disso, deveria ter cláusula de impedimento de revenda do imóvel pelos próximos dez anos, para impedir a sanha dos especuladores imobiliários.

    Essas medidas protegeriam a finalidade do Programa Minha Casa Minha Vida, sem alimentar a especulação imobiliária.

    Se vocÊ tiver contado com algum Deputado Federal ou Senador, faça o mesmo, para corrigirmos esse equívoco na prática do Programa.

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  5. Eduardo, divulgo os emails de deputados federais e senadores que considero sérios de todos os Estados e todos os partidos e para os quais enviei email com a denúncia de desvio do Programa Minha Casa Minha vida e sugestões de melhoras, contidos no artigo deste bolg e nos seus e meus comentários.

    Segue:

    dep.chicoalencar@camara.gov.br
    dep.miroteixeira@camara.gov.br
    dep.candidovaccarezza@camara.gov.br
    dep.alessandromolon@camara.gov.br
    dep.edsonsantos@camara.gov.br
    dep.jandirafeghali@camara.gov.br
    dep.vicentinho@camara.gov.br
    dep.stepannercessian@camara.gov.br
    cristovam@senador.gov.br
    francisco.dornelles@senador.gov.br
    itamar.franco@senador.gov.br
    martasuplicy@senadora.gov.br
    Lindbergh.farias@senador.gov.br
    simon@senador.gov.br
    paulopaim@senador.gov.br

    Jorge bittar está licensiado da Câmara. No governo federal.

    abs

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  6. Encontrei com o Deputado Jorge Bittar há duas semanas. Corrijo a informação. Ele está licensiado na Secretaria de Habitação do Município do Rio de Janeiro. Já repassei as denúncias desse artigo do blog e dos comentários, para a correção do Minha Casa, Minha Vida.

    Cada um faz a sua parte. A minha (e a nossa) é criticar e alertar as autoridades competentes. Feito.

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