Lamentavelmente, como a Miriam já disse, o que europeus fazem para reajustar seu mercado financeiro é muito menos do que nós, brasileiros, fizemos com o Proer.
Tem que responsabilizar e prender banqueiros irresponsáveis. Se isso não for possível (afinal eles fizeram investimentos considerados responsáveis pelas agências de risco e pelas regras financeiras vigentes à época), então é necessário que o dinheiro que seja dado aos bancos seja na verdade compra de ações desses mesmos bancos, com possibilidade de atuação societária e administrativa do Estado na medida desta compra de ações, como qualquer outro sócio. Ao invés de compra poderia ser realizado aumento de capital em que entraria o capital estatal, com mesmas consequências, apesar de poder diluir a propriedade dos acionistas.
Após, com a normalização, as ações podem ser vendidas ao mercado. Não há outro jeito. Essa sugestão é viável, em linha com uma sugestão da Associação alemã para a proteção dos direitos dos acionistas (DSW, na sigla em alemão), em artigo no Globo publicado em 18/02/2009, intitulado "Alemanha aprova nacionalização de bancos), a qual desaprovava a pura nacionalização de bancos no auge da crise de 2008. Detalhes desta sugestão eu destilei na minha tese de pós-graduação "Limites possíveis aos atos privados".
É importante que todos vejam que o que os europeus e americanos estão fazendo é uma ignomínia: o mercado erra, mas não há consequência disso, a não ser continuidade de pagamento de bônus a executivos além de resgate de prejuízos pelo Estado Europeu, o que siginifica na prática a privatização de lucros, mas a socialização de riscos. A população (através do Estado e orçamento público) só participa dos prejuízos, mas os lucros e bônus são só para banqueiros e altos executivos.
Sobre o tema, acesse: http://oglobo.globo.com/economia/miriam/posts/2011/10/12/barroso-propoe-que-banco-com-problema-nao-pague-bonus-nem-dividendos-410787.asp
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