domingo, 5 de maio de 2013

Falta de Assistência Social nos EUA resulta em alta taxa de suicídio

Nos EUA, em 2010, o índice de suicídios (38.364) foi maior do que o de mortes por acidente de trânsito (33.687)!!

O artigo intitulado "Recessão elevou taxa de suicídio de americanos e britânicos - Estudo defende que austeridade tem efeitos negativos para a saúde", publicado no Jornal O Globo de 04/05/2013,, pg. 24, dá notícia de que houve aumento da taxa de suicídio nos EUA de forma muito maior do que em países que enfrentaram a crise econômica sem cortes substanciais em programas sociais.

Os dados e análises desta questão estão no livro "The Body Economic: Why Austerity Kills" do professor David Stuckler, da Universidade de Oxford e do professor Sanjay Basu, da Universidade de Satndford, segundo informações do artigo.

Esse é o tipo de notícia que não se vê todos os dias. A falta de apoio social, cortes em programas sociais nos países que estão sofrendo com a crise, geram desesperança ao ponto de as pessoas desses países se suicidarem.

Veja o potencial destrutivo que tem o apelo, durante a crise econômica, da defesa da austeridade fiscal à toda prova (que sempre combatemos aqui), ou a defesa de demissões para controle da inflação, como recentemente vimos no Brasil. Já era sabido que, sem ter como pagar aluguel, espanhóis endividados e desempregados estavam se suicidando!

É importante dar a exata dimensão do que é isto, este conjunto de dados: não se trata de consequência natural da crise econômica criada pelos bancos e que está sendo resgatada via endividamento dos países do centro do capitalismo; trata-se da adoção equivocada de uma política que objetiva antes o controle da inflação do que o resgate social da população que sofre na crise, ou seja, uma política que objetiva proteger o patrimônio (de quem tem lógico) ao invés de criar condições para que as famílias mais pobres e de classe média que sofrem danos colaterais da irresponsabilidade dos bancos e agências de rating possam ter apoio e reestruturarem-se para passarem com menos sofrimento por este momento grave econômico em que foram metidos e de que não têm culpa.

Interessante saber que na terra das oportunidades, nos Estados Unidos da América, o número de suicídio em 2010 já era maior do que o de acidentes de trânsito e que, nesse mesmo artigo, segundo a Vice-Diretora do Centro para Controle e Prevenção de doenças, Ileana Arias, "o incremento nas taxas (de suicídio) coincide com a piora da situação financeira das famílias".

Assista o filme "$O$ SICKO" de Michael Moore e veja a realidade que os americanos mais pobres e de classe média (sem plano de saúde) enfrentam. A realidade dos EUA do que uma elite brasileira gostaria de replicar aqui favorece exponencialmente ricos e lega à grande parte da população grande desassistência social, como licença maternidade de três meses sem salário, hospitais públicos que não são gratuitos, e universidades públicas (70% das universidades americanas são públicas) que não são gratuitas (cursos custam no mínimo U$8 mil por ano, e U$16 mil em média).

A realidade social americana é bem diferente do que aparece nos filmes. Por isso sugiro copiar, adaptando para nossos parâmetros sócio-culturais-econômicos, mais a estrutura dos países nórdicos.

2 comentários:

  1. Cada vez mas, as politicas públicas " sociais" são diminuída, afinal o que interessa é p fortalecimento das políticas econômicas. Parabéns capitalismo, que vêm se reinventando aos longos dos anos sem sair da moda, afinal esse sistema que gera lucro para a classe dominante.

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  2. É triste isso, Larissa, mas o que você disse é verdade. A máquina a favor da reinvenção do capitalismo é grande e rica e tem os bancos, as principais empresas no mundo e a grande mídia a seu favor.

    Resta a nós apelarmos para a inteligência e sensibilidade de pessoas como nós para que tenham a boa vontade e paciência para ver como, cotidianamente, esses agentes publicam em jornais uma realidade que é a perspectiva de empresas e bancos e defendem medidas que as beneficiam em detrimento do cidadão.

    Ajudar a desfragmentar o conhecimento da realidade que esses agentes realizam é uma tarefa árdua. Mas estamos aqui para isso. E não estamos sozinhos. O Blog já tem 210 mil acessos gerais em menos de 6 anos. Média de 4 mil acessos mensais. Alguns artigos já tem 4 mil acessos e são 840 artigos.

    Sigamos em frente juntos! A favor da verdade! A favor da divulgação da realidade econômica política e social! Sempre contra a desinformação em massa! A favor de uma social democracia real e eficiente como a francesa, alemã e as nórdicas.

    Abs

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