domingo, 13 de maio de 2012

Análise Econômica Interna e Externa - maio de 2012

A situação é de total e absoluto controle. Controle de câmbio, controle inflacionário, controle orçamentário, com produção de postos de trabalho ainda positivos, porém em ritmo bem menor. A atividade econômica esfriou e a previsão é de crescimento do PIB em tonro de 3,5%, apesar de o governo focar em 4,5%. É possível aumentar o PIB (e produção de emprego)desse ano se continuarem medidas de estímulo ao consumo e ao crédito, em especial pelas medidas de diminuição de juros bancários e selic.

A produção de empregos já chegou à média de 250 mil mensais no governo Lula (período 2002-2010). O PIB chegou a crescimento de 7,5% em 2010. Neste cenário, o juros Selic, pressionado pelo lobby financeiro chegou a 12,25%, nunca tendo a inflação ultrapassado o teto da meta anual de 6,5%, incluindo os últimos dezoito meses do Governo Dilma. A remuneração de juros básicos em 12,25% atraiu muitos dólares artificilmente ao Brasil baixando o dólar aos menores patamares hitóricos R$1,50, fato que, por sua vez, começou a quebrar nossa venda externa, facilitar importação e diminuir a participação de nossa indústria nacional do mercado nacional, ao mesmo passo em que com tais juros altos as instituiçoes financeiras se enriqueciam e a dívida pública mantinha-se pressionada. O resultado recente foi queda do PIB de 7,5% em 2010 para 3,5% em 2011 e produção de emprego atuais em não mai de 130 mil vagas por mês.

Com o esfriamento da economia mundial, finalmente nossa economia conseguiu a oportunidade de baixar a Selic, contra o lobby financeiro. A queda do juros Selic aos atuais 9% ao ano, aliado ao aumento de IOF para operações de arbitragem de juros (estrangeiros e brasileiros pegavam dinheiro no exterior a baixo juros e aplicavam em títulos públicos brasileiros que pagavam muito e simplesmente embolsavam essa diferença, baixando o dólar artificialmente no Brasil), acompanhado ainda de política de compra constante de dólares no mercado à vista pelo Banco Central, gerou a apreciação do dólar e trouxe o patamar do real a valores mais compatíveis com a normalidade do ambiente econômico favorável à venda de produtos brasileiros e desestímulo a importações de bens de consumo.

Essas medidas poderiam ser inflacionárias, caso a família brasileira não estivesse já endividada. Na verdade a apreciação do dólar gerou impacto inflacionário no IGPM, que teve última sondagem em abril/2012 indicando aumento de 0,89%. Como a meta para IPCA e IGPM deveria ser de 0,45% o setor financeiro está dizendo que as medidas boas de baixa de juros selic e bancários está gerando inflação. Mas isto é mentira, pois o aumento do dólar gerou aumento imediato do IGPM (em cuja composição a oscilação do dólar pode ter efeito de até 66%), mas com a manutenção da oscilação do dólar entre 1,90 e no máximo 2,20, em caso de a Selic descer de 8,5% (possível somente após medida governamental de alteração de remuneração da poupança - outro gol de placa do governo), haverá pequena faixa de oscilação e apreciação do dólar, o que significa que o reflexo no IGPM diminuirá de novo e estabilizará.

Nâo é por outro motivo que as negociações de mercado de juros futuros encontram-se decrescentes (negociando a perspectiva de queda de juros no futuro), assim como as previsões de juros IPCA não ultrapassam a meta inflacionária nem para este ano (previsão de 4,5%) nem para o ano que vem (previsão de IPCA em 5,12%).

Portanto, a "pressão inflacionária" apontada no momento e que repercutiu mais no IGPM do que no IPCA, vem da apreciação do dólar, causado pela atuação responsável do Banco Central em baixar juros selic, diminuindo a dívida pública, ao mesmo tempo em que estimula a economia que esfriou e enseja previsão de crescimento do PIB de menos de 3% este ano de 2012, contra 3,5% ano de 2011 e contra 7,5% do ano de 2010. Correta a atuação do Banco Central, portanto. Também correta a atuação em mercado à vista para enxugar dólares que ainda vinham artficialmente para titulos da dívida pública através de arbitragem. O combate do governo e do Banco Central à arbitragem de juros se deu corretamente e eficientemente através de leilões no mercado à vista e através de aumento do IOF sobre estas operações.

Com isso, cria-se a possibilidade de diminuição da dívida pública por pagamento de menos juros selic, ambiente de desetímulo à compra de importados e de estímulo à venda de produtos brasileiros no Brasil e no exterior, ajudando a aumentar o PIB e a oferta de empregos.

E tudo isto está sendo feito sem crescimento de dívida pública, a qual continua apresentando decréscimo, se visualizada a relação dívida/pib brasileira que hoje já está abaixo de 36% do PIB, enquanto EUA, Japão e Europa estão acima de 90% em média (Japão segue recordista com 220% de relação dívida/PIB).

A luta do governo pela baixa de juros bancários através de competição induzida pela baixa agressiva dos juros cobrados pelos bancos públicos está colocando em pane o lobby financeiro, mas como o governo já está executando e está decidido (graças a Deus), os privados estão sendo obrigados a baixar e isto gera uma nova possibilidade de a família brasileira endividada reorganizar suas finanças. Mas duvido que gere grandes aumentos do PIB, já que a dívida alta das famílias foi contratada recentemente (entre 2008/2010) e com bens de valores altos (em especial automóveis e imóveis). Primeiro terão de pagar suas dívidas para consumir mais, portanto, estamos em momento de correção de valores, baixa de venda de imóveis e automóveis, os quais têm seus preços diminuídos, à medida em que não conseguem baixar seus estoques (a queda de venda de automóvies em abirl de 2012 chegou a 15%).

No plano internacional, a troca de partidos europeus por aqueles que são contra a austeridade pode gerar uma alteração no ataque à crise finaceira internacional, com mais produção de emprego, mas ao custo de inflação maior na Europa. Isso significa que as finanças públicas podem sofrer, mas o povo sofreria menos durante este processo de reestruturação finaceiro-orçamentária dos países endividados.

De qualquer forma, não há saída para a Europa. Deverá ficar de dez a quinze anos em baixo crescimento, com baixa geração de empregos, e limpando a dívida pública por todo este período ( a não ser que haja contratação de calote da dívida como a Grécia parece poder adotar). O mesmo se diga dos EUA (com perspectivas melhores de crescimento de pib e de geração de empregos do que a Europa) e do Japão. China também prevê diminuição de ritmo de crescimento. Portanto, não há horizonte de pressão inflacionária para o Brasil vindo do exterior, ao mesmo tempo em que nosso crescimento econômico, com diminuição de relação dívida/Pib e com controle inflacionário e flutuação controlada do dólar e diminuição de juros selic e juros bancário ensejam perspectiva de continuidade de geração de empregos, renda e diminuição da diferença de renda e qualidade de vida do cidadão brasileiro em relação ao cidadão europeu, americano e japonês.

Tudo está sob controle neste momento e evoluindo positivamente para empresas nacionais e para o cidadão brasileiro, com sacrifício (ou reajuste) somente imediato da lucratividade do setor bancário. O Blog apóia toda esta configuração econômica atual.

Seguimos acompanhando.

3 comentários:

  1. Oi Mario,

    Bela explicação. Gostaria de sua opinião sobre as grandes perdas apresentadas pelas coonstrutoras em seus recentes balanços (Gafisa, MRV, PDG, Broksfield ....).
    Outra coisa: Fui informado que estão vendendo (anunciando) apto na Tijuca por R$8.000/m².
    Dei uma olhada nas condições de pagamento, acho improvável que se tenha fôlego financeiro para pagar. A renda familiar terá que ser uns R$20MM/mes

    Abraços e sigo acompanhando o blog

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  2. Felipe,

    Eu procurrei o link para você, mas a informação que tenho até o momento é só em relção à Gafisa, a ul teve prejuízo de R$1,094 bilhão no ano de 2011 sendo 70% em relação à empresa Tenda adquirida e que vende casas populares, principalmente dentro do programa ou consoante as exigências do "Minha Casa, Minha Vida". Houve desistências e incapacidade de pagamentos tanto neste nicho quanto no nicho de classe média e média alta, que responderam por 30% do prejuízo. Também houve falta de pagamento neste caso e os executivos da Gafisa informavam que para 2012 seriam mais exigentes na concessão de crédito.

    Portanto, há exemplo prático de que a falta de renda para imóveis tão caros gera perda de negócios par as construtoras e que para baixr o estoque de imóveis será exigida a baixa de preço.

    Quanto ao preço de metro quadrado na Tijuca, posso te diantar que corretores estõ me ligando e baixando os valores de imóveis em 25% do que era exigido em meados de 2011. Está havendo rumores de promoções e um empreendimento novo na Rua Bom Pastor está com dificuldade em vender 22 apartametos, segundo soube há dois meses atrás. Todoso os corretores que conheci estão com dificuldades em vender imóveis.

    Anunciar é diferente de vender. R$8.000,00 o metro quadrado na Tijuca me parece surreal. Agora, como já disse antes, além de a Tijuca seer um refúgio par aueles que não conseguem comprar na Zona Sul, mas que não querem ficar longe do Centro e da própria Zona Sul, é comum ver pessoas que antes pagavam aluguel ou compravam imóveis na Zona Sul terem a Tijuca como válvula de escape. Isso pressiona compra na Tijuca, junto com o fato de maior segurança (instalação de 4 UPPs na Grande Tijuca), e do fato de que os próprios tijucanos compram imóveis na Tijuca.

    A Tijuca é um excelente bairro com serviços, ruas muitas vezes mais largas do que as de vários bairros da Zona Sul, com quatro acessos a Metrô (vindo mais um em breve) e agora é seguro. Além disso fica a 10 minutos do Centro e a 15 minutos do bairro da Lagoa.

    Mesmo assim, há limite de renda e isto não se alterará no curto prazo. Procurem e pechinchem. Um hora pessoas que precisam vender não terão jeito senão baixar o preço. O mesmo se diga de construtoras. R$8.000,00 o metro quadrado na Tijuca é tão caro quanto R$16.000,00 o metro quadrado na Zon Sul... e tem lugares de R$40.000,00 a R$50.000,00 o metro quadrado n Zona Sul...

    O mercdo milionário sempre existirá, mas as mepress vivem de venda à classe média... O "minha casa minha vida" criou grande mercado para classe pobre e média baixa e isso arrefece a necessidde de as empresas corrigirem mais rapidamente os imóveis da classe média e média alta, mas mesmo assim, até a classe pobre e média baixa estão endividadas.. os preços de imóveis, como os preçoes de carros já caem, devem ao meu ver cada vez mais corrigirem-se, mesmo que não em movimento de enxurrada.

    Agora, quem tiver interesse em aquisição deve ficar acompanhando. Vendo algo que interessa e cabe no seu bolso, aproveite, mas em um mercado normal, quem tivesse R$500.000,00 de crédito deveria estar podendo escolher um apartamento de três quartos na Tijuca e dois quartos em ualquer lugar na Zona Sul. É o que penso. E esse valor está alto, devo dizer.

    Seguimos.

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  3. Quanto à Brooksfield, parece que o grande investimento na Av. Abelardo Bueno, sob o pretexto de estar se criando a nova Oscar Freire (rua de comércio de luxo de São Paulo) do País, está tendo problema de decolagem.
    Naturalmente a falta de garantia de serviço de transporte público decente e isolamento do centro da cidade tem a ver com isso, mas o fato é que pelo que vi a qualidade dessas construções e da Cyrella são muito boas, mas não tenho visto mais o frenesi de lançamentos imobiliários e me parece que o ritmo diminuiu mesmo, o que indica que o mercado não está mais aquecido.
    Não tenho melhores notícias, além dessas. Há pouca publicação atualmente. Não soube da conbtabilidade dessas empresas como soube e foi publicado sobre a Gafisa. Mas isto já evidencia que o ritmo de construção está mais ameno. E isso confirma a tendência de queda de valores de imóveis e as informações neste sentido.

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