Pessoal, com esses dois eventos devo apresentar umas considerações.
Se a Itália entrasse em default técnico, a situação na Europa ficari bem grave. não tenho notícias de viabilidade real de resgate da Itália pelo Fundo Europeu ou Banco Central Europeu ou via FMI.
Nesse caso, naturalmente algo drástico terá de ser adotado e ninguém pode advinhar o que seria: exclusão da Grécia? Mas ela manteve os compromissos e não fez o plebiscito. Exclusão da itália? Impensável. Fim do Bloco Europeu? Difícil. Aceleração da unificação política e fiscal européia, com submissão de todos os países á uma política fiscal centralizada e ciração efetiva da Federação Européia? Se não houve isso na bonança, com a proximidade do caos fica difícil imaginar.
E o que temos de concreto? De concreto temos o seguinte: se a Itália precisar de resgate, as medidas de contenção de gastos em toda a Europa aumentarão. Posso imaginar corte grave de aposentadorias e salários de servidores públicos. Como a área privada está mal, com desemprego alto, isso seria retirar do mercado dinheiro de quem ainda tem (aposentados, pensionistas e funcionários públicos), o que protegeu, por exemplo o mercado consumidor e a economia da Alemanha e da França.
Nesse caso, todas as indústrias terão de rever projetos de investimento e produção, pois não haveria dinheiro na Europa para manter produção e venda. O emprego cairia. Recessão profunda se iniciaria. Seria um desastre.
E o que ocorreria conosco no Brasil? A produção de manufaturados europeus tentaria vir pra cá. Mas o governo não poderia facilitar, pois poderia prejudicar nossa indústria. Por outro lado nossos manufaturados perderiam o mercado europeu em parte, pois se houver recessão lá, venderemos menos para lá. Por esse canal podemos ter uma diminuição de produção aqui, e o governo terá de ser criativo para estimular o mercado interno para manter produção em empregos e conseguir estimular entrada de nossos produtos manufaturados em outros países que compensem a perda de venda para a Europa. Nossa economia estará melhor que a de todos os europeus, mas haverá efeitos negativos sobre nossa economia.
E os capitais internacionais? Para onde irão? Aí gente, vejam, na hipótese de caos eles comprarão titulos de dívida de países menos ruins (Alemanha, Brasil, China, Coréia do Sul, talvez Índia e com certeza Cingapura). Comprarão ouro, prata, diamantes. Inicialmente comprarão dólares que ainda é moeda de reserva mundial, mas diante da economia ruim norteamericana comprarão real brasileiro e uma cesta de moedas, incluindo yuan chinês e euro(?). E imóveis.
Quais imóveis? Aí é que está. No caos pode ser qualquer um, preferencialmente de países com boa economia. Isto incluiria o Brasil e poderíamos ter reboom. Mas já houve um pequeno pânico recentemente (ou alguns) e o mercado brasileiro de imóveis continuou como agora, com baixa de número de vendas e arrefecimento de valores. Eu acho que já ficou claro que imóvel no Brasil está caro, portanto, não acredito em reboom imobiliário no Brasil. Pode diminuir a queda de preços de imóveis que somente se iniciou. Pode subir o número de compras, mas não acredito que mude o mercado devagar que se apresenta.
Ninguém investe em algo que está caro. Mas o mercado imobiliário americano está uma pechincha, então, acho que como os EUA não está tão ruim como a Europa, valores imobiliários irão mais para lá do que para os emergentes que já desenvolveram bolha imobiliária desde 2008, como afirmação do FMI há dois anos quando admitiu pela primeira vez em sua história o controle de fluxo de capitais para os países emergentes justamente por haver criação de bolha imobiliária notadamente no Brasil e China. Faz sentido. Comprar onde está barato. Por outro lado fica a dúvida sobre o mercado imobiliário europeu. Penso que seria de queda, pois os europeus precisariam fazer dinheiro e os fundos prefeririam comprar imóveis fora da região de recessão.
Então, esta é minha visão para a Europa, EUA e Brasil, no caso de queda da Itália. Mas os europeus farão de tudo para que isso não aconteça e os bancos europeus estão na linha de front! Difícil imaginar que com tanto interesse nas boas finanças da Itãlia não se crie uma situação favorável para uma solução boa para todos e longe do caos.
Quanto ao IPCA, como já havíamos falado, a previsão era de arrefecimento da inflação que no mês passado chegou a 0,54%. E isso, novamente, comprova a queda da inflação e a tendência para atingimento da meta para o fim desse ano, ouseja, 6,5%. Mesmo com queda da Selic. E agora dizem que o banco Central acertou... como já pedíamos há meses e meses, desde praticamente julho de 2010, mas com mais força em dezembro de 2010. Você que nos acompanha sabe....
Assim, IPCA de 0,43% está ótimo!! Demonstra controle da inflação. Demonstra que pode ser diminuída a Selic. Demonstra que a queda do PIB é real e precisa-se combater a tendência que não é somente desinflacionária, mas de perigo ainda longínquo de recessão no Brasil, já que a Europa tem risco real de recessão hoje.
Chega de dar dinheiro de graça a bancos!! Diminuamos a Selica para 9% em fins de 2012e preparemos novas regras para a poupança para podermos baixar a selic a níveis normais compatíveis com o tamanho, solidez e liquidiez da nossa economia. Paga alto juros básico quem tem economia ruim. Não é mais o nosso caso. A nossa é uma das melhores do mundo, senão a melhor, considerando que somos democráticos e republicanos, com garantias legais para os investimentos de brasileiros e estrangeiros.
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