Essa notícia é gravíssima... Decreto expedido pelo Governo de NicolasMaduro, presidente da Venezuela, determina venda de imóveis de proprietários a inquilinos, caso tenham sido alugados por mais de vinte anos.
Acesse: http://oglobo.globo.com/mundo/governo-da-venezuela-obriga-proprietarios-vender-imoveis-inquilinos-12045262
Isso é um passo grande em direção ao socialismo de Estado e quiçá ao comunismo. Ignorou-se que tais propriedade existem porque quem os comprou financiou sua construção e que, em uma sociedade em crise fiscal e financeira, provavelmente vários cidadãos aumentaram suas poupanças pessoais e familiares em bens de raiz, tanto fazendo girar a economia de alguma forma, como obtendo alguma renda em uma situação grave de instabilidade financeira.
O governo socialista democrata de Hugo Chavez já estatizou inclusive shoppings centers, após gastar todos seus petrodólares em investidas de enraizamento político e financiamento de sua revolução bolivariana na América do Sul. Ajudou partidos amigos no Equador, Bolívia e Argentina (e muito mais.. mais de dez países tem ajuda de petrodólares venezuelanos em troca de prestações de serviços e fornecimento de bens, como de certa forma fazia a URSS com seus países vassalos integrantes), o que poderia ser tido como ingerência em questão interna desses países... conheço peruanos que disseram que havia um movimento nesse sentido (financiamento de partidos de oposição ao governo peruano) no Peru e que isso os preocupava...
Essa ingerência em política interna de outros países é grave.. e com esse uso fiscal estranho, muitas obras de infraestrutura deixaram de ser revertidas para a economia venezuelana e o governo socialista democrático de Chavez terminou voltando-se para formas de aumentar a arrecadação do Estado heterodoxas, sem evidenciar de todo sua veia estatizante( para muitos essa faceta é mais do que indiscutível.. não sem razão). Atacou bens que alteravam a vida da classe média e rica, mantendo a população pobre e numerosa de seu lado.
É um processo de amadurecimento e reconstrução (ou desconstrução) venezuelana. Problema interno. Mas como a Venezuela está integrando o Mercosul, é importante verificar em que medida a adoção de medidas internas viola princípios e regras comuns da aliança regional. Essa é a vantagem de tê-la no Mercosul e no Unasul.
Vejo que o problema de gestão fiscal, a queda econômica e as medidas internas que atacam a propriedade privada cada vez mais instalam um regime socialista mas que vai se assemelhando com um socialismo de Estado, ainda legitimado pelas urnas. Aí o problema. O povo ainda vota em Nicolás Maduro e no partido do falecido Chavez. Então é, digamos, democrático...
Só que a expulsão de uma deputada da oposição da Assembléia Nacional, de forma ilegal, é anti-democrático. A dificuldade de acesso a papel a empresas jornalisticas de oposição é antidemocrático. Estatização de Shopping Center é esquisitíssimo e agora a obrigação de venda de imóveis a inquilinos também é uma violência econômica.
A pergunta é: em que medida estas ações caracterizam a violação de princípios e regras admitidos pelo Mercosul e Unasul a seus integrantes?
Agora, veja.. e se os inquilinos não tiverem dinheiro para pagar pelo imóvel? E o preço? Qual será? Se os proprietários forem obrigados a vender e as famílias dos inquilinos não tiverem dinheiro, o Estado comprará? Então isso aproxima a Venezuela do comunismo...
Nós do Blog Perspectiva Crítica não somos contra o comunismo por princípio, mas percebemos que o comunismo não tem sustentabilidade econômica, a não ser ao custo da qualidade de vida de todos os cidadãos, nivelando, na prática pelo que vemos nas experiências comunistas (exceto a China, que se altera cada vez mais para um socialismo que respeita algumas liberdades econômicas), a vida de todos por baixo, privando as famílias de acesso a melhores meios de vida de acordo com a capacidade intelectual e de trabalho de cada uma.
Então, somos a favor do socialismo democrata, com liberdade econômica, propriedade privada e presença do Estado em regulação do mercado, fiscalização e indução de concorrência e desenvolvimento de áreas que os particulares não podem , não conseguem ou não queiram desenvolver.
As medidas econômicas ineficientes adotadas pelo governo venezuelano seriam um problema interno, mas quando adota medidas múltiplas de violência econômica, mas princípialmente institucional, contra representantes eleitos pelo mesmo povo que o elegeu, quando atinge liberdades, mesmo que mais da oposição ou de uma minoria social (a violência é sempre com os da oposição e das minorias, não é mesmo?), deve-se questionar os limites possíveis a essa adoção de atos aparentemente autoritários e criar um regime internacional de conversa diplomática para que princípios democráticos e outros do Mercosul e Unasul não sejam violados e, se o forem, gerem medidas restritivas.
Isso é a bem do grupo internacional, do país Venezuela e de seu próprio povo. Como fazer? Difícil, mas não impossível. Mas que medida tomar que não estimule a Venezuela a sair do bloco? É preciso que o Unasul e o Mercosul ajam para que a ordem institucional se mantenha na Venezuela. Obrigar famílias venezuelanas a se desfazerem de patrimônio familiar não parece o melhor modo de manter ordem de forma não autoritária.
Os governos devem agir para ajudar a Venezuela a não iniciar processo de secessão, pois mais e mais medidas de empobrecimento da classe média somente a levará a não ter saída que não seja juntarem-se a elementos militares simpáticos à idéia de golpe de Estado. Então, agora começa a se desenhar um quadro de necessidade de ação dos países integrantes do Mercosul e Unasul, até para mostrarem a que vieram e darem a cara a tapa. Sem isso, corre-se o risco de se ver o rompimento institucional da Venezuela, o que não é interessante para ela mesma, seu povo ou para os países e povos do Mercosul e Unasul.
O rompimento institucional da Venezuela pode trazer mais próximo da América Latina os EUA, mais uma vez, como fiel da balança, financiando o novo governo que se instalar com todos os problemas de risco para a política mercantil e de defesa regional.
p.s.: texto revisado.
segunda-feira, 31 de março de 2014
quarta-feira, 26 de março de 2014
A prova do roubo de qualidade de vida do brasileiro para pagamento de juros da dívida de forma injustificada
Isso é informação de qualidade. Novamente obtido em endereço da Folha de São Paulo. Parabéns a Mário Kanno e Gustavo Patu da Folhapress, por este gráfico.
Algumas coisas interessantes saltam aos olhos a partir desses dados. Observe que o Brasil tem como segunda maior despesa pública o juros da dívida, que equivale a 5,7% do PIB e que segundo os dados da mesma pesquisa equivalem a 250,8 bilhões de reais (5,7 x 44 bilhões).
Esse valor gasto com juros da dívida pública é superior a todo o dinheiro gasto com educação (233,2 bilhões de reais), assim como é superior a tudo gasto com saúde (171,6 bilhões de reais) e a tudo gasto com toda a previdência do setor público (171,6 bilhões de reais).
Gastamos ainda 19,36 bilhões de reais para manter dignidade a 40 milhões de brasileiros em 2011, com o Programa do Bolsa Família. Ou seja, gastamos 14,25 vezes mais pagando juros da dívida pública do que melhorando a qualidade de vida de cidadãos miseráveis.
Também o Judiciário, um Poder atacado vilmente pela Grande Mídia durante os útlimos três anos, quando tentou manter salários compatíveis com a complexidade dos cargos de seus servidores para não os perder para a área privada e mais outras 14 carreiras públicas que pagavam mais, gastou, em 2011, 48,4 bilhões de reais. Ou seja, o gasto com distrbuição de Justiça no País inteiro teve um investimento público equivalente a menos de 20% do que se paga de juros da dívida pública. Ou seja, o juros da dívida pública exige um gasto superior em 5,18 vezes o que o Brasil gasta pra distribuir Justiça em todo o País. E você não sabe porque seu processo demora para ser solucionado...
E esse mesmo valor praticamente é o que o País investe em transporte público, que não te leva de casa para o trabalho e vice-versa com rapidez e conforto, retirando suas horas de lazer, de companhia de sua família, de sono, de exercício físico, de saúde, de paz, e de estudos que você poderia usar para incentivar a sua carreira e, assim, a economia do Brasil. Não..., mais de cinco vezes esse investimento público em transporte vai para pagamento de juros da dívida pública. Não vai para os transportes.
Mas a grande mídia reclama do aumento de juros da dívida pública que o Banco Central vem fazendo, aumentando esse valor que só perde para a Previdência Social (que é pago ao trabalhador privado aposentado e que, aliás, é o dobro do valor pago à Previdência Pública)? Não. A Grande Mídia apóia o aumento de juros da dívida pública. Nunca reclama desse quesito de despesa pública, percebe?
E há outros meios de se conter a inflação que não seja aumentar os juros da dívda pública? Sim, vários. Eu, que não sou economista (mas sou honesto com você), vou te dizer três meios: (a) aumento de depósito compulsório (a China usa muito isso); (b) aumento da exigência de os bancos utilizarem verbas próprias para cada empréstimo feito; (c) diminuição de prazo para empréstimos concedidos ao consumo.
Todas essas simples três medidas macroprudenciais esfriam a inflação (e são indicadas pra inflação de falta de oferta), sem aumentar dívida pública.. mas todas diminuem lucro de bancos. Só o aumento do juros da dívida pública aumenta lucro dos bancos, e é somente essa a medida adotada no Brasil para controlar a inflação. É por isso que o juros está a 10,75% e irá, já prevêem os "analistas" para 11,25% até o fim do ano. Veja que 250 bilhões de reais eram pagos em juros da dívida pública em 2011, quando os juros não eram 10,75%. Portanto, talvez os juros sejam hoje a primeira despesa do País, na frente até da Previdêncai Social, diminuindo todo o investimento em todos os serviços públicos disponíveis aos brasileiros.
E isso, senhores, tendo o Brasil crescido 2,3% em 2013 (mais do que EUA e Europa), tendo o investimento crescido 6,3% em 2013, tendo a agricultura crescido 7,8% em 2013, prevendo-se um aumento de produção de petróleo do Brasil para 2014 em 50% (ver p.s. de 11/04/2014)o que foi produzido até dezembro de 2013, com inflação fechando 2013 em 5,97%, com taxa de desemprego em 5,6% e com superávit primário apresentado ao mercado de 1,9% do PIB. E mesmo assim, ainda perdemos um grau do rating da Standard & Poor's...
É senhores... convém anotar esses valores e se entender o que a política de juros no Brasil obriga ao brasileiro ter de aturar em menos serviço público, sem justificativa em se pagar mais por juros da dívida, quando há outros meios menos empobrecedores do brasileiro de se controlar inflação...
Fica aqui nossa consideração... pagar juros da dívida sim, e sempre... brasileiro paga o que deve.. mas sermos usurpados na nossa qualidade de vida indevidamente.. não!
p.s. de 27/03/2014 - corrigido o tamanho do gráfico para não avançar sobre outras informações da página. Alteração possível graças à dica de Beto Tupinanmbá.
p.s. de 11/04/2014 - Corrigida a informação do antepenútlimo parágrafo do artigo. O aumento de produção de petróleo será de 50% em 2014 em relkação a 2013, e não de 30% como antes informado. Somado este aumento, aí sim, o aumento de 2014 significará 33% de toda a produção do ano de 2014. Em números: em 2013 produzimos 1,9 milhão de barris de petróleos diáriso em méida e com as 9 plataformas em produção, em 2014 produziremos 2,9 milhões. Daí os percentuais.
Artigo informativo da Folha de São Paulo: cresce o percentual de servidores públicos x população ocupada em metrópoles brasileiras
Senhores, verificando as origens de acesso ao Blog Perspectiva Crítica, pudemos notar que tem havido acesso de grandes sites de informação, inclusive ligados a grandes veículos de mídia brasileiros. Nada nos garante maior lisonja.
Será importante essa troca que pode ocorrer entre a pauta e a máquina da grande mídia e as propostas de temas de nossas pautas de comunicação do Blog Perspectiva Crítica e de outras mídias sociais.
Muuitas vezes pudemos notar uma coincidência de temas, mais natural pela relevância dos mesmos, e umas notícias posteriores a nossos artigos que praticamente respondiam questionamentos nossos. Isso seria fantástico se realmente denotasse essa concreta troca e complementariedade. Mas dessa vez pudemos constatar o acesso ao blog por um endereço que remete ao UOL e à Folha de São Paulo.. quem diria, e que sorte.. justamente o mais informativo canal de mídia das três grandes (Globo, Estadão e Folha).
Ao acessarmos de volta o endereço fomos direcionados a uma informação importantíssima que buscávamos e sobre tema que reverenciamos aqui: a necessidade de aumentarmos a relação servidor público x trabalhador brasileiro, já que a última pesquisa da OCDE disponível indicava que nós estávamos abaixo da média das 30 mais ricas nações mundiais nesse quesito.
Em torno de 2010 o Brasil tinha média de 10,6% de sua força de trabalho como servidores públicos enquanto os EUA tinham 14,5% e Dinamarca 39%, por exemplo. E vejam, os funcionários públicos norte-americanos têm estabilidade também.. rsrsrs, assim como alemães, franceses.. etc..
Agora vejam, a Folha de São Paulo publicou que o percentual de servidores públicos em relação aos trabalhadores empregados vêm crescendo em todas as regiões. Segundo o artigo publicado, e acessível em http://dinheiropublico.blogfolha.uol.com.br/2013/10/24/proporcao-de-servidores-publicos-na-populacao-ocupada-e-recorde/, intitulado "Proporção de servidores públicos na população ocupada é recorde", São Paulo tem 6,2% de servidores públicos dentre todos seus trabalhadores ocupados, o Rio de Janeiro, 10,5%; Recife, 9,6%, Belo Horizonte 8%, Salvador 8% e Porto Alegrae 7,7%. Desses pólos metropolitanos, todos subiram de percentual desde setembro de 2012 até hoje, menos Salvador que caiu 0,5%.
Agora veja, a notícia foi de boa qualidade. Não fez alarde nem tomou partido de que isso seria bom ou ruim. Contou um fato, como um jornal de qualidade e respeito deve fazer. Cabe a você criticar e achar isso bom ou ruim. O Blog Perspectiva Crítica existe para criticar notícias e se posicionar. Então, diante dessa informação o que tem a dizer?
Temos a dizer que esta notícia não nos catapultou à frente das nações ricas, principalmente as nórdicas, no que pertine à relação servidores x população empregada total. O serviço público no Brasil estava e está totalmente sucateado não só em estrutura física ou de equipamentos, mas de pessoal. Salários baixos, falta de planos de carreira e falta de concursos sucatearam a capacidade de o Estado brasileiro prestar serviço público em quantidade e qualidade para a população.
Vemos com bons olhos que essa proporção de servidores públicos entre os empregados do Brasil aumente. Não só porque isso garante estrutura humana para atender a população que carece de serviços públicos de toda natureza; não só porque prestar serviço público ao cidadão é dar-lhe retorno pelo imposto pago, mas porque isso aumenta a qualidade de vida do brasileiro, como aumentou e mantém alta a qualidade de vida do cidadão europeu.
Convém sublinhar ainda que a criação de empregos e cargos públicos é necessária em uma economia que cresce e para ampliar a rede de Bem -Estar Social, assim como isso cria opção de emprego de qualidade ao cidadão brasileiro e enxuga o mercado de trabalho, contribuindo para uma necessária valorização dos trabalhadores brasileiros que permanecem na área privada ou que para lá são atraídos por ofertas melhores, as quais a área privada fica obrigada a oferecer para manter e atrair bons trabalhadores para suas equipes.
Por fim, os dois países europeus que menos foram abalados pela crise financeira internacional foram, além dos nórdicos, Alemanha e França, justamente os países com mais servidores públicos. Por quê? Porque não sendo desempregados de imediato como ocorreu em massa na área privada, suas remunerações se mantiveram e esses valores puderam ajudar a manter a economia destes países girando, enquanto a área privada se petrificou diante do caos financeiro que se instalou pela desregulamentaçao do mercado financeiro, em especial no tocante ao lançamento e comercialização de títulos sub prime.
Então, somente uma análise responsável, fria e profunda pode dar a real dimensão dos resultados favoráveis, para o Brasil, do restabelecimento de um mínimo de quantidade, com a melhor qualidade possível, de funcionários públicos capacitados e aptos a prestar serviços públicos aos cidadãos, bem como de existir cargos públicos suficientes para proteger o giro econômico em momentos de crise, além de garantir uma concorrência mínima com a área privada pelo trabalhador brasileiro, de forma a valorizar a mão-de-obra deste mesmo trabalhador, hoje, excessivamente explorado em mercado.
Importante ainda o artigo da Folha, ora em comento, corroborar que grande parte do aumento de servidores públicos federais teve como destino a área de educação... isso é informação que não se vê publicada todos os dias e mostra coerência do governo petista.. pois se criaram quatro universidades federais e 214 escolas técnicas, é óbvio que seria necessário contratar professores, auxiliares administrativos, para todas essas novas unidades escolares.
O artigo também foi honesto ao informar que o aumento desta proporção nos grandes centros metropolitanos não pode ser remetida exclusivamente às contratações de um ente federativo, seja a União, Estado ou Município.
Enfim, é uma boa informação, de qualidade, sem indução. Aguardamos o Jornal O Globo publicar que isso mostra o "evidente descontrole da máquina pública e dos gastos públicos" (tsc, tsc, tsc), mesmo que a conta-gotas esse mesmo meio de comunicação aponte falta de fiscais para aumentar a eficiência dos portos, falta de policiais rodoviários para coibir tráfico de armas, drogas e manter a segurança das estradas federais e em postos de fronteiras, falta de servidores da Defesa Civil para proteger as população serrana do Rio de Janeiro de desabamentos, falta de médicos, falta de professores.. etc.. etc..
Parabéns à Folha de São Paulo... tenho ouvido muitos elogios à sua redação por amigos meus de todas as matizes partidárias... será bom algum dia podermos publicar no Blog Perspectiva Crítica que um jornal da Grande Mídia é confiável, mais imparcial e informativo do que partidário e indutivo. Parece que esse troféu, se algum dia for entregue pelo Blog Perspectiva Crítica, caminha para as mãos do jornal paulista Folha de São Paulo, ganhando por uma cabeça do Jornal do Commercio, porque A Folha publica matérias mais próxiams do cidadão brasileiro, enquanto o Jornal do Commercio, apesar de ser um excelente jornal carioca informativo de abrangência nacional, é mais voltado para a realidade de empresas.
p.s.: texto revisado e ampliado.
p.s.2: Acesse também http://www.perspectivacritica.com.br/2012/07/qual-quantidade-ideal-de-servidores.html
http://www.perspectivacritica.com.br/2013/06/brasil-x-mundo-servicos-publicos.html
p.s.3: Título do texto alterado para melhor adequação informativa. Era: "Artigo informativo da Folha de São Paulo: 6,2% é o percentual de servidores públicos x população ocupada em São Paulo".
p.s. de 11/04/2014 - texto revisto e ampliado.
Será importante essa troca que pode ocorrer entre a pauta e a máquina da grande mídia e as propostas de temas de nossas pautas de comunicação do Blog Perspectiva Crítica e de outras mídias sociais.
Muuitas vezes pudemos notar uma coincidência de temas, mais natural pela relevância dos mesmos, e umas notícias posteriores a nossos artigos que praticamente respondiam questionamentos nossos. Isso seria fantástico se realmente denotasse essa concreta troca e complementariedade. Mas dessa vez pudemos constatar o acesso ao blog por um endereço que remete ao UOL e à Folha de São Paulo.. quem diria, e que sorte.. justamente o mais informativo canal de mídia das três grandes (Globo, Estadão e Folha).
Ao acessarmos de volta o endereço fomos direcionados a uma informação importantíssima que buscávamos e sobre tema que reverenciamos aqui: a necessidade de aumentarmos a relação servidor público x trabalhador brasileiro, já que a última pesquisa da OCDE disponível indicava que nós estávamos abaixo da média das 30 mais ricas nações mundiais nesse quesito.
Em torno de 2010 o Brasil tinha média de 10,6% de sua força de trabalho como servidores públicos enquanto os EUA tinham 14,5% e Dinamarca 39%, por exemplo. E vejam, os funcionários públicos norte-americanos têm estabilidade também.. rsrsrs, assim como alemães, franceses.. etc..
Agora vejam, a Folha de São Paulo publicou que o percentual de servidores públicos em relação aos trabalhadores empregados vêm crescendo em todas as regiões. Segundo o artigo publicado, e acessível em http://dinheiropublico.blogfolha.uol.com.br/2013/10/24/proporcao-de-servidores-publicos-na-populacao-ocupada-e-recorde/, intitulado "Proporção de servidores públicos na população ocupada é recorde", São Paulo tem 6,2% de servidores públicos dentre todos seus trabalhadores ocupados, o Rio de Janeiro, 10,5%; Recife, 9,6%, Belo Horizonte 8%, Salvador 8% e Porto Alegrae 7,7%. Desses pólos metropolitanos, todos subiram de percentual desde setembro de 2012 até hoje, menos Salvador que caiu 0,5%.
Agora veja, a notícia foi de boa qualidade. Não fez alarde nem tomou partido de que isso seria bom ou ruim. Contou um fato, como um jornal de qualidade e respeito deve fazer. Cabe a você criticar e achar isso bom ou ruim. O Blog Perspectiva Crítica existe para criticar notícias e se posicionar. Então, diante dessa informação o que tem a dizer?
Temos a dizer que esta notícia não nos catapultou à frente das nações ricas, principalmente as nórdicas, no que pertine à relação servidores x população empregada total. O serviço público no Brasil estava e está totalmente sucateado não só em estrutura física ou de equipamentos, mas de pessoal. Salários baixos, falta de planos de carreira e falta de concursos sucatearam a capacidade de o Estado brasileiro prestar serviço público em quantidade e qualidade para a população.
Vemos com bons olhos que essa proporção de servidores públicos entre os empregados do Brasil aumente. Não só porque isso garante estrutura humana para atender a população que carece de serviços públicos de toda natureza; não só porque prestar serviço público ao cidadão é dar-lhe retorno pelo imposto pago, mas porque isso aumenta a qualidade de vida do brasileiro, como aumentou e mantém alta a qualidade de vida do cidadão europeu.
Convém sublinhar ainda que a criação de empregos e cargos públicos é necessária em uma economia que cresce e para ampliar a rede de Bem -Estar Social, assim como isso cria opção de emprego de qualidade ao cidadão brasileiro e enxuga o mercado de trabalho, contribuindo para uma necessária valorização dos trabalhadores brasileiros que permanecem na área privada ou que para lá são atraídos por ofertas melhores, as quais a área privada fica obrigada a oferecer para manter e atrair bons trabalhadores para suas equipes.
Por fim, os dois países europeus que menos foram abalados pela crise financeira internacional foram, além dos nórdicos, Alemanha e França, justamente os países com mais servidores públicos. Por quê? Porque não sendo desempregados de imediato como ocorreu em massa na área privada, suas remunerações se mantiveram e esses valores puderam ajudar a manter a economia destes países girando, enquanto a área privada se petrificou diante do caos financeiro que se instalou pela desregulamentaçao do mercado financeiro, em especial no tocante ao lançamento e comercialização de títulos sub prime.
Então, somente uma análise responsável, fria e profunda pode dar a real dimensão dos resultados favoráveis, para o Brasil, do restabelecimento de um mínimo de quantidade, com a melhor qualidade possível, de funcionários públicos capacitados e aptos a prestar serviços públicos aos cidadãos, bem como de existir cargos públicos suficientes para proteger o giro econômico em momentos de crise, além de garantir uma concorrência mínima com a área privada pelo trabalhador brasileiro, de forma a valorizar a mão-de-obra deste mesmo trabalhador, hoje, excessivamente explorado em mercado.
Importante ainda o artigo da Folha, ora em comento, corroborar que grande parte do aumento de servidores públicos federais teve como destino a área de educação... isso é informação que não se vê publicada todos os dias e mostra coerência do governo petista.. pois se criaram quatro universidades federais e 214 escolas técnicas, é óbvio que seria necessário contratar professores, auxiliares administrativos, para todas essas novas unidades escolares.
O artigo também foi honesto ao informar que o aumento desta proporção nos grandes centros metropolitanos não pode ser remetida exclusivamente às contratações de um ente federativo, seja a União, Estado ou Município.
Enfim, é uma boa informação, de qualidade, sem indução. Aguardamos o Jornal O Globo publicar que isso mostra o "evidente descontrole da máquina pública e dos gastos públicos" (tsc, tsc, tsc), mesmo que a conta-gotas esse mesmo meio de comunicação aponte falta de fiscais para aumentar a eficiência dos portos, falta de policiais rodoviários para coibir tráfico de armas, drogas e manter a segurança das estradas federais e em postos de fronteiras, falta de servidores da Defesa Civil para proteger as população serrana do Rio de Janeiro de desabamentos, falta de médicos, falta de professores.. etc.. etc..
Parabéns à Folha de São Paulo... tenho ouvido muitos elogios à sua redação por amigos meus de todas as matizes partidárias... será bom algum dia podermos publicar no Blog Perspectiva Crítica que um jornal da Grande Mídia é confiável, mais imparcial e informativo do que partidário e indutivo. Parece que esse troféu, se algum dia for entregue pelo Blog Perspectiva Crítica, caminha para as mãos do jornal paulista Folha de São Paulo, ganhando por uma cabeça do Jornal do Commercio, porque A Folha publica matérias mais próxiams do cidadão brasileiro, enquanto o Jornal do Commercio, apesar de ser um excelente jornal carioca informativo de abrangência nacional, é mais voltado para a realidade de empresas.
p.s.: texto revisado e ampliado.
p.s.2: Acesse também http://www.perspectivacritica.com.br/2012/07/qual-quantidade-ideal-de-servidores.html
http://www.perspectivacritica.com.br/2013/06/brasil-x-mundo-servicos-publicos.html
p.s.3: Título do texto alterado para melhor adequação informativa. Era: "Artigo informativo da Folha de São Paulo: 6,2% é o percentual de servidores públicos x população ocupada em São Paulo".
p.s. de 11/04/2014 - texto revisto e ampliado.
quinta-feira, 20 de março de 2014
Krugman elogia a economia do Brasil. Delfim Neto critica a política de juros.
Em mais uma demonstração de sintonia fina do Blog Perspectiva Crítica com a economia real, ao contrário da economia apocalítica e irreal propagandeada pela grande mídia, dois grandes nomes da economia mundial e nacional, Paul Krugman e Delfim Neto, fazem balanço da evolução da economia do Brasil durante esse períiodo de crise e em relação a seu posicionamento em relação ao futuro próximo e enunciam a boa resposta econômica do Brasil e o erro na política exageradamente altista de nossos juros básicos.
Abaixo trechos de ambos, pinçados da Coluna Panorama Político, de Ilmar Galvão, publicado no Jornal O Globo On line de 19/03/2014, intitulado Jogo COmbinado", e de artigo publicado ontem, 18/03/2014, no Jornal do Commercio, intitulado "Delfim aponta uso errado do juro".
Veja os trechos selecionados:
"O PRÊMIO NOBEL DE ECONOMIA, Paul Krugman, sobre os efeitos da crise internacional: '(O Brasil) está se saindo melhor do que eu jamais teria imaginado'." (Coluna Panorama Político, Ilmar Galvão, 19/03/2014)
Acesse a íntegra em http://oglobo.globo.com/blogs/ilimar/posts/2014/03/19/jogo-combinado-527925.asp
"Não temos nada que mostre que estamos caminhando para desequilíbrio fiscal monumental. Nossa inflação é desconfortável, mas não há risco de perder o controle. (...) Nós não estamos no apocalipse, nem com o apocalipse à vista."
" (O País) insistiu em usar o juro como instrumento (o que) destruiuum sofisticadíssimo processo industrial (...) Qual foi o resultado? No começo a valorização do câmbio rouboua demanda externa da indústria brasileira, depois a supervalorização roubou a demanda interna." (Delfim Neto, dito em 17/03/2014, em seminário sobre ea economia do Brasil, realizado em São Paulo - trechos copiados do artigo suso mencionado do Jornal do Commercio de 18/03/2014)
Bem, gente... mais uma vez, nossos apontamentos sobre evolução da economia brasileira, seu estado atual não apocalípitco, a boa resposta da política econômica para todo esse período de crise mundial, restam subscritos por dois gênios da economia. A companhia do Blog Perspectiva Crítica parece ser bastante forte e de envergadura moral, ética e técnica.
Enquanto a mídia de mercado incentiva e diz que combate à inflação deve ser só com juros, Delfim Neto explica o prejuízo causado à nossa economia e o reflexo em taxas baixas de crescimento econômico e O Blog Perspectiva sempre defendeu o combate à inflação também por medidas macroprudenciais, como a China faz, através de aumento de depósito compulsório, por exemplo. Mas isso não pode, pis diminui lucro de bancos.
Enquanto a mídia de mercado industrializa informação e informação, uma após a outra, sobre o caos econômico e o fiasco da política econômica, o Brasil fecha o ano de 2013 com boas notícias e índices econômicos e é elogiado pro Krugman, prêmio Nobel em Economia... O Blog Perspectiva Crítica, enaltecendo a boa condução econômica e explicando a criação midiática de um caos informativo e manipulador da opinião pública sobre a realidade econômica brasileira, esforçou-se por todo o ano de 2013 por mostrar a todos a mentira informativa em torno do "caos econômico", manteve-se atento, informativo e sua postura agora tem a companhia declarada de bons técnicos, como visto... técnicos que sempre falaram o mesmo que o Blog Perspectiva Crítica durante todo esse processo desinformativo em 2013, vejam bem. Estivemos sempre do lado da verdade e mostramos ela para você.
Deixo estes registros para que você possa comparar essas afirmações com as análises econômicas que apresentamos para você durante todo o ano de 2013 e esse anos de 2014, em que a mídia tentou produzir informações parciais, indutivas e até mentirosas sobre a qualidade da nossa política econômica e seus reflexos para nossa economia em 2013/2014, os quais foram os seguintes, em realidade: obtenção de crescimento econômico de 2,3%, maior do que todo o mundo rico, incluindo EUA; grande aumento de taxa de investimento 6,3% em 2013; criação de mais de um milhão de cem mil empregos com taxa de desemprego que chegou a 4,9% em 2013 e fechou em 5,6%, mesmo com recessão e altíssimas taxas de desemprego na Europa e EUA; taxa de inflação dentro da meta entre 2,5% e 6,%%, sendo inferior a 6% em 2013, relação dívida/pib declinante, tanto bruta (58%) quanto líquida (33%), e, infelizmente e desnecessariamente, a maior taxa real de juros no mundo, com taxa total em 10,75% após o último aumento da taxa em fevereiro de 2014.
Bem, senhores, deixo-vos com estas informações, estas constatações e a opinião de dois exímios economistas que elogiam a resposta da economia do Brasil nesses tempos difíceis. As análises e opiniões do Blog Perspectiva Crítica demonstram-se estáveis, acompanháveis, constatáveis na economia real, por todos esses quatro anos de vida do Blog. Coerência, honestidade, transparência e coesão informativa são nosso maior capital, que está completamente dedicado e disponível a você, leitor, comentarista e seguidor do Blog Perspectiva Crítica.
Abaixo trechos de ambos, pinçados da Coluna Panorama Político, de Ilmar Galvão, publicado no Jornal O Globo On line de 19/03/2014, intitulado Jogo COmbinado", e de artigo publicado ontem, 18/03/2014, no Jornal do Commercio, intitulado "Delfim aponta uso errado do juro".
Veja os trechos selecionados:
"O PRÊMIO NOBEL DE ECONOMIA, Paul Krugman, sobre os efeitos da crise internacional: '(O Brasil) está se saindo melhor do que eu jamais teria imaginado'." (Coluna Panorama Político, Ilmar Galvão, 19/03/2014)
Acesse a íntegra em http://oglobo.globo.com/blogs/ilimar/posts/2014/03/19/jogo-combinado-527925.asp
"Não temos nada que mostre que estamos caminhando para desequilíbrio fiscal monumental. Nossa inflação é desconfortável, mas não há risco de perder o controle. (...) Nós não estamos no apocalipse, nem com o apocalipse à vista."
" (O País) insistiu em usar o juro como instrumento (o que) destruiuum sofisticadíssimo processo industrial (...) Qual foi o resultado? No começo a valorização do câmbio rouboua demanda externa da indústria brasileira, depois a supervalorização roubou a demanda interna." (Delfim Neto, dito em 17/03/2014, em seminário sobre ea economia do Brasil, realizado em São Paulo - trechos copiados do artigo suso mencionado do Jornal do Commercio de 18/03/2014)
Bem, gente... mais uma vez, nossos apontamentos sobre evolução da economia brasileira, seu estado atual não apocalípitco, a boa resposta da política econômica para todo esse período de crise mundial, restam subscritos por dois gênios da economia. A companhia do Blog Perspectiva Crítica parece ser bastante forte e de envergadura moral, ética e técnica.
Enquanto a mídia de mercado incentiva e diz que combate à inflação deve ser só com juros, Delfim Neto explica o prejuízo causado à nossa economia e o reflexo em taxas baixas de crescimento econômico e O Blog Perspectiva sempre defendeu o combate à inflação também por medidas macroprudenciais, como a China faz, através de aumento de depósito compulsório, por exemplo. Mas isso não pode, pis diminui lucro de bancos.
Enquanto a mídia de mercado industrializa informação e informação, uma após a outra, sobre o caos econômico e o fiasco da política econômica, o Brasil fecha o ano de 2013 com boas notícias e índices econômicos e é elogiado pro Krugman, prêmio Nobel em Economia... O Blog Perspectiva Crítica, enaltecendo a boa condução econômica e explicando a criação midiática de um caos informativo e manipulador da opinião pública sobre a realidade econômica brasileira, esforçou-se por todo o ano de 2013 por mostrar a todos a mentira informativa em torno do "caos econômico", manteve-se atento, informativo e sua postura agora tem a companhia declarada de bons técnicos, como visto... técnicos que sempre falaram o mesmo que o Blog Perspectiva Crítica durante todo esse processo desinformativo em 2013, vejam bem. Estivemos sempre do lado da verdade e mostramos ela para você.
Deixo estes registros para que você possa comparar essas afirmações com as análises econômicas que apresentamos para você durante todo o ano de 2013 e esse anos de 2014, em que a mídia tentou produzir informações parciais, indutivas e até mentirosas sobre a qualidade da nossa política econômica e seus reflexos para nossa economia em 2013/2014, os quais foram os seguintes, em realidade: obtenção de crescimento econômico de 2,3%, maior do que todo o mundo rico, incluindo EUA; grande aumento de taxa de investimento 6,3% em 2013; criação de mais de um milhão de cem mil empregos com taxa de desemprego que chegou a 4,9% em 2013 e fechou em 5,6%, mesmo com recessão e altíssimas taxas de desemprego na Europa e EUA; taxa de inflação dentro da meta entre 2,5% e 6,%%, sendo inferior a 6% em 2013, relação dívida/pib declinante, tanto bruta (58%) quanto líquida (33%), e, infelizmente e desnecessariamente, a maior taxa real de juros no mundo, com taxa total em 10,75% após o último aumento da taxa em fevereiro de 2014.
Bem, senhores, deixo-vos com estas informações, estas constatações e a opinião de dois exímios economistas que elogiam a resposta da economia do Brasil nesses tempos difíceis. As análises e opiniões do Blog Perspectiva Crítica demonstram-se estáveis, acompanháveis, constatáveis na economia real, por todos esses quatro anos de vida do Blog. Coerência, honestidade, transparência e coesão informativa são nosso maior capital, que está completamente dedicado e disponível a você, leitor, comentarista e seguidor do Blog Perspectiva Crítica.
Estouro da Bolha Imobiliária no Brasil pode estar próxima e seus efeitos são estudados pelo BCB
Bem, bem, bem.. artigo publicado no Jornal O Globo on line de hoje informa que o Banco Central do Brasil promoveu um estudo técnico sobre a segurança financeira dos bancos nacionais para a hipótese de uma grande queda de preços dos imóveis após a realização da Copa do Mundo.
Acesse a íntegra em bancos-brasileiros-sao-resistentes-estouro-de-possivel-bolha-imobiliaria-avalia-bc-11932178
Vejam o trecho selecionado:
"Com o crescimento do crédito habitacional no país e a supervalorização dos imóveis, o Banco Central resolveu testar se o sistema financeiro estaria seguro se estourasse uma bolha nos empréstimos da casa própria. Os técnicos concluíram que os bancos seriam resistentes a uma possível grande queda dos preços dos imóveis. O relatório sobre a estabilidade do sistema financeiro foi divulgado na manhã desta quinta-feira, três meses antes da Copa do Mundo.
Segundo economistas que acompanham o mercado imobiliário, o evento esportivo poderá ser o ponto final da valorização exponencial no mercado imobiliário. A expectativa é que os preços dos imóveis podem começar a cair após a competição. (...)"
Bem, para os que não acreditavam na existÊncia de Bolha Imobiliária, o que este Blog vem denunciando desde junho de 2010, fica aí uma grande prova de que os receios do Blog Perspectiva Crítica, seus comentaristas e seguidores, sempre tiveream fundamento... Rsrsrs
Quando a Bolha estouraria? Há duas hipóteses, desvalorização rápida de até 50%, em per´´iodo de três a cinco anos, defendemos, ou desvalorização lenta como a japonesa, em que o valor dos imóveis perderão para a inflação por trinta anos até perderem 50% de seu valor e voltarem a se valorizar, como está acontecendo somente há um ou dois anos.
O estudo do Banco Central considera desvalorização a partir do fim da Copa do Mundo, e constata que a hipótese de queda de até 45% do valor dos imóveis financiados não levariam bancos nacionais à insolvência, mas que a partir de desvalorização de 55%, sim.
Não quer dizer que a queda será imediata e entre 45% a 55%, mas o Banco Central quis testar o sistema financeiro para saber até onde aguenta desvalorização de imóveis que são garantia de empréstimo/fiancniamento para aquisição da casa própria.
Este artigo coloca o Blog Perspectiva Crítica como um importante veículo de comunicação técnica, honesta e correta a você, leitor, que pode contar com uma análise nesse sentido há quatro anos antes da preocupação das autoridades com a real formação de bolha de preços em imóveis no Brasil e mesmo diante da enxirrada, por todos esses anos dizendo que não havia formação de bolha, mas valorização natural de imóveis que estavam desvalorizados há muitos anos e incompatíveis com preços de mercado internacional.
Nós fizemos inclusive recentemente a análise de oportunidade de venda de imóveis nesse momento em artigo próprio analisando a evolução da Bolha Imobiliária e opções de iinvestimentos, como ações da Petrobrás. Agora, é esperar. O estouro da bolha mesmo e a rapidez de desvalorização só será conhecida quando vier; mas segundo o mercado.. pode estar próximo e a realização de estudos do Banco Central desta hipótese é forte indício de que a situação é real e séria... como sempre afirmamos aqui, aliás.
Continuamos acompanhando.
Acesse a íntegra em bancos-brasileiros-sao-resistentes-estouro-de-possivel-bolha-imobiliaria-avalia-bc-11932178
Vejam o trecho selecionado:
"Com o crescimento do crédito habitacional no país e a supervalorização dos imóveis, o Banco Central resolveu testar se o sistema financeiro estaria seguro se estourasse uma bolha nos empréstimos da casa própria. Os técnicos concluíram que os bancos seriam resistentes a uma possível grande queda dos preços dos imóveis. O relatório sobre a estabilidade do sistema financeiro foi divulgado na manhã desta quinta-feira, três meses antes da Copa do Mundo.
Segundo economistas que acompanham o mercado imobiliário, o evento esportivo poderá ser o ponto final da valorização exponencial no mercado imobiliário. A expectativa é que os preços dos imóveis podem começar a cair após a competição. (...)"
Bem, para os que não acreditavam na existÊncia de Bolha Imobiliária, o que este Blog vem denunciando desde junho de 2010, fica aí uma grande prova de que os receios do Blog Perspectiva Crítica, seus comentaristas e seguidores, sempre tiveream fundamento... Rsrsrs
Quando a Bolha estouraria? Há duas hipóteses, desvalorização rápida de até 50%, em per´´iodo de três a cinco anos, defendemos, ou desvalorização lenta como a japonesa, em que o valor dos imóveis perderão para a inflação por trinta anos até perderem 50% de seu valor e voltarem a se valorizar, como está acontecendo somente há um ou dois anos.
O estudo do Banco Central considera desvalorização a partir do fim da Copa do Mundo, e constata que a hipótese de queda de até 45% do valor dos imóveis financiados não levariam bancos nacionais à insolvência, mas que a partir de desvalorização de 55%, sim.
Não quer dizer que a queda será imediata e entre 45% a 55%, mas o Banco Central quis testar o sistema financeiro para saber até onde aguenta desvalorização de imóveis que são garantia de empréstimo/fiancniamento para aquisição da casa própria.
Este artigo coloca o Blog Perspectiva Crítica como um importante veículo de comunicação técnica, honesta e correta a você, leitor, que pode contar com uma análise nesse sentido há quatro anos antes da preocupação das autoridades com a real formação de bolha de preços em imóveis no Brasil e mesmo diante da enxirrada, por todos esses anos dizendo que não havia formação de bolha, mas valorização natural de imóveis que estavam desvalorizados há muitos anos e incompatíveis com preços de mercado internacional.
Nós fizemos inclusive recentemente a análise de oportunidade de venda de imóveis nesse momento em artigo próprio analisando a evolução da Bolha Imobiliária e opções de iinvestimentos, como ações da Petrobrás. Agora, é esperar. O estouro da bolha mesmo e a rapidez de desvalorização só será conhecida quando vier; mas segundo o mercado.. pode estar próximo e a realização de estudos do Banco Central desta hipótese é forte indício de que a situação é real e séria... como sempre afirmamos aqui, aliás.
Continuamos acompanhando.
terça-feira, 18 de março de 2014
A importância empírica e cíclica da direita e esquerda e a vantagem da teoria conformacional
Importante notar que grande parte do mundo está preso à discussão arcaica sobre se os governos devem ser de esquerda ou de direita. Essa discussão se instalou nos termos em que vemos hoje, com fundo republicano ou parlamentarista, válido para os Estados Modernos com tripartição de funções do Estado (Legislativo, Executivo e Judiciário), desde 1848, quando Marx e Engels assinaram o Manifesto Comunista.
Sim, àquela época ainda existiam impérios, e talvez a data mais precisa para a certidão de nascimento das discussões sobre esquerda e direita como vemos hoje seja 1917, com a revolução bolchevique russa e quando praticamente toda a configuração dos Estados Ocidentais já eram a que se encontra hoje: uma plêiade de Repúblicas e raras Monarquias, estas últimas todas devidamente limitadas por Constituições próprias e assegurado um governo interno (e externo também, apesar de exercido na figura da realeza) eleito pelo povo e exercido consoante seu juízo e acompanhamento.
Quero remeter-lhe a estes tempos para você ver a incongruência de se manter esse tipo de discussão nessas bases. Hoje, ainda discutimos essas questões de esquerda e direita quase no mesmo nível que existia àquela época. É ridículo. É claro que tive de limitar a referência ao embate esquerda versus direita a no máximo 1848 e, melhor, 1917, pois a configuração do sistema político e a realidade social, econômica e política antes disso e antes de 1789, era muito diferente do que a das sociedades e Estados de hoje. Não dá para, consoante o escopo deste artigo, fazer remissão à origem do embate esquerda versus direita da Idade Moderna, quando a esquerda representava a classe nobre (de cabelos compridos) e a direita os burgueses (cabelos curtos). Essa realidade não se apresenta mais. Os burgueses venceram (ainda bem). E a discussão direita versus esquerda de agora é a instituída a partir da criativa visão de Marx sobre o conflito de classes: capitalistas x operários, e com a terminologia emprestada da época dos impérios ainda, em que a direita era a burgeusia e sentavam à esquerda do Rei, os nobres.. interessante que hoje a esquerda seja a representação dos mais pobres.. (*. ver p.s. abaixo)
Só esta conclusão já demonstra para você como a discussão é meio ridícula.. esquerda x direita? capitalistas x trabalhadores?!?! Capitalistas versus operários? Observem, é válida qualquer discussão que tenha como ponto de partida a questão de defesa de uma perspectiva pró-empresa ou pró-trabalhador, mas não adianta continuarmos repetindo a discussão Marx e Adam Smith. O primeiro é de 1848 e o segundo de 1760!!! Como macro premissas é possível admitir ambos como referências, mas não como realidades, pois as realidades que esses gênios discutiram e suas conclusões datam de suas épocas há entre 170 e 250 anos atrás.
Adam Smith afirmava que o Estado não aumentava a riqueza das nações, pois sua prestação de serviço, por exemplo de segurança, não podia bancar a prestação de serviço de segurança do ano seguinte, por exemplo. Segundo sua ótica, nas palavras de P. J. O'Rourke, em sua excelente obra "A riqueza das Nações de Adam Smith - Uma Biografia", da coleção "Livros que mudaram o mundo" da sempre excelente Zahar (Jorge Zahar Editor), um cidadão que produzisse uma agulha produziria mais para o incremento da economia do que o Estado. Mas O'Rourke sublinha que ao falar assim Smith fazia distinção entre efeitos econômicos da produção de bens e de serviços. Smith não conheceu o Banco do Brasil, a Petrobrás, o BNDES. Ele via que onde o Estado estava havia roubo e corrupção e não se criava nada, só se espoliava o cidadão e a economia em proveito próprio dos políticos (falando de Inglaterra, veja.. e de 1760). Por isso queria o Estado longe de qualquer coisa. Com razão, à sua época. Não vamos comentar as frases que ele disse criticando o abuso de empresários em criticarem aumento de salários (contra o quê Smith nada tinha) e não terem pudor em extorquir lucros máximos em prejuízo à melhor dinâmica da evolução econômica de um País. Fiquemos com o básico.
Compreensível também que cem anos após a aplicação da teoria liberal de economia de Adam, Marx, na Alemanha ainda não unificada de 1848, se insurgisse contra as condições de vida do cidadão, cidadã e crianças que trabalhavam 16 horas por dia em troca de prato de comida e cama, enquanto os detentores dos meios de produção e, portanto, dos empregos, viviam de forma nababesca. Qualquer um apoiaria e entenderia a revolta de Karl Marx e Frederich Engels, vivendo em sua época, e entenderiam que deter os meios de produção para "compartilhar" a "mais valia" entre o detentor dos meios de produção e os cidadãos trabalhadores fosse uma hipótese de se sair daquela condição e dinâmica sub-humana de exploração do indivíduo pelo indivíduo. Não vamos comentar aqui as frases obtusas de Marx sobre a inferioridade de alguns povos, as afirmações da vantagem do domínio de uns povos sobre outros para que se alastrasse o desenvolvimento, como acontecia no caso de Texas e Califórnia tomado pelos americanos dos mexicanos, e a dominação de povos da África por europeus... ele era da época da expansão imperialista.. pelo amor de Deus.. (ver frases pinçadas a dedo para deslegitimar a figura de Marx efetuada por Rodrigo Constantino no artigo intitulado "Imperialistas arianos e racistas", publicado no Jornal O Globo de 18/03/2014, pg. 15)
Então vejam, Adam em 1760 e Karl em 1848, estavam certos em suas épocas. Querer trazer isso pra hoje é que é falta de imaginação e burrice da nossa inteligenzzia (ou falta de).
Como não se discute as questões de hoje com argumentos de hoje, fica-se no eterno embate entre direita e esquerda de forma obtusa e arcaica. E nesse sentido é importante notar, enquanto presos a esta estapafúrdia conversa, a importância empírica do revezamento de governos de direita e esquerda. Porque a esquerda, hoje, é responsável por medidas de diminuição de desigualdade social, ampliação de renda e salário mínimo e expansão de serviços públicos. Enquanto que a direita, hoje, é representada pelas bandeiras de menos impostos, austeridade fiscal, controle inflacionário, diminuição do Estado e contenção de custos de empresas como salário mínimo e impostos, taxas e contribuições.
Então senhores, nessa prisão conceitual, temos de explicitar que o projeto de governo deve ser definido por você no voto. A culpa da situação ser assim ou assada não é dos partidos de direita ou esquerda, mas do que você quis que ficasse no poder por determinado tempo e enfatizando na prática uma política daquelas bandeiras.
Veja, no Brasil, o salário mínimo está de bom tamanho para você? Enquanto você mantiver a esquerda no poder ele subirá. Se você puser a direita, provavelmente ele não subirá mais. Os serviços públicos estão bons para você? Você quer serviços públicos ou prestados por empresas terceirizadas? Veja, enquanto você mantiver a esquerda no poder os serviços públicos expandirão e será muito provavelmente prestado diretamente pelo Estado, sendo que no Brasil a área privada também presta de forma complementar serviços que deveriam ser prestados pelo Estado, como saúde, educação e seguro social (previdência), por exemplo.
Então veja, a existência de ambas as matizes ideológicas será tão boa quanto você consiga implementar o revezamento deles, em momentos apropriados, no poder. Enquanto o salario mínimo não for ideal, os serviços públicos básicos prestados pelo Estado não forem expandidos o suficiente a todos os cidadãos, convém manter a esquerda, desde que não esteja criando uma situação de insustentabilidade fiscal e financeira, claro. Para verificar se se a expansão de serviços e aumento de salário mínimo está criando empecilhos à evolução positiva econômica do Estado e da sociedade é só ver o índice de investimento e lucratividade das empresas na economia, crescimento econômico, criação de empregos, bem como se a dívida pública cresce ou decresce.
Agora, se o salário mínimo está de bom tamanho, se os serviços públicos estão bons, não há problema nenhum em verificar cortes em impostos (pois não prejudicará a universalização de serviços públicos que já estariam entregues à sociedade), controle mais austero da inflação e exigência de inflação zero (rsrsrs), mesmo que a taxas mais altas de juros, porque estamos falando em políticas de manutenção do status quo. Se o status quo é bom, claro que não há problema em mantê-lo.
Mas e aí? Segundo estas perspectivas acima o Governo do PT é, por exemplo, de direita ou de esquerda? É de esquerda. Só que diminuiu impostos, em especial ano de 2013, mantém controle da inflação, crescimento econômico, relação dívida/pib declinante, lucratividade de empresas, com alta taxa de crescimento de investimento em 2013 (6,3%) e uma das maiores taxas de investimento direto estrangeiro da história (50 bilhões de dólares em 2013, a quinta maior taxa do mundo)... E se o PSDB entrasse? Necessariamente os serviços públicos teriam de diminuir, serem piores, o salário mínimo não crescer? Não. Mas uma dinâmica de direita pára (deixei o acento pois faz diferença no sentido) avanços sociais diretos, admite-os indiretos e consequentes da evolução do capital e altera políticas de governo. Mas ele teria tendência em baixar inflação, ao custo social de crescimento econômico e de perda de empregos que fosse etc.. e diminuir custos de empresas (menos impostos - e dinheiro pro Estado prestar serviços-, menos aumento de salários mínimos, menos obrigatoriedade de compras de produtos nacionais quando a Petrobrás ou empresas ganhadoras de licitação ganhassem o direito de explorar bens e serviços públicos) e tentaria sanear despesas públicas ao máximo (menos revisões da tabela de imposto de renda, menos reajustes anuais de salário de servidores públicos, menos investimento em carreiras públicas de médicos e professores, por exemplo e, óbvio, nem imaginar ganhos reais sobre a inflação para servidores públicos, independente do crescimento econômico). Não há problema nesse revezamento, observa? Tudo depende do que você pretende em dado momento e por quanto tempo, para atingir metas econômicas e sociais que você ache interessantes.
Mas a discussão seria muito mais honesta e menos ingênua se se dessem sobre bases da teoria conformacional. Esta teoria, já publicada em livro pelo Blogger do Blog Perspectiva Crítica ("O Estado Conformacional - limites para os atos privados", Access Editora, 2013), explicita que o Estado é plástico e pode expandir sua presença em sociedade e diminui-la, dependendo da necessidade desta sociedade em dado momento histórico, consoante seus valores sociais e as determinações da vontade social insculpidas na Constituição de cada país.
Aí, não discutiríamos, como fui obrigado a fazer, se é melhor governo de esquerda ou de direita. Aí não precisaríamos do revezamento de "duas visões", ambas míopes, de Estado. Isto porque hoje já é certo que algumas coisas são metas constantes para sociedades modernas, quais sejam, taxa de desemprego baixa, taxa de crescimento econômico alta, relação dívida/pib declinante, controlada e o mais baixa possível, taxa de inflação mais baixa possível, menor déficit comercial internacional possível, assim como menor déficit fiscal possível e.. aí a divergência é um pouco maior (não para mim).. prestação de serviços públicos básicos os mais abrangentes possíveis, universalizados, com quantidade suficiente de funcionários de acordo com a demanda do país e da sociedade, com bons salário e bons planos de carreira.
Observe que esses elementos de controle fiscal e econômico, essas metas não podem mais ser tidas como de esquerda ou de direita. Todos devem buscar isso. E a questão é como se chegar à melhor configuração de gastos/investimentos sociais, públicos, privados, para se chegar a estas metas!! Daí que o debate não deveria ser sobre direita e esquerda, se menos ou mais Estado, mas como ter uma conformação de investimentos e despesas públicas que eliminem atrasos e deficiências do Estado o mais rápido possível, com foco na manutenção de crescimento econômico, aumento de lucratividade de empresas, aumento de salários de trabalhadores, aumento de qualidade de vida das famílias para termos o melhor país e qualidade de vida possíveis no menor espaço de tempo, com sustentabilidade econômica, financeira e fiscal.
Ao invés de ficarmos revezando "esquerda" e "direita" no poder, melhorando nossa vida de forma mais empírica e de tentativa e erro de visões políticas ultrapassadas, seria muito melhor debatermos sem as tintas de esquerda e direita, os gargalos institucionais, econômicos, jurídicos e sociais para termos os melhores salários, na área pública e privada, serviços públicos mais eficientes e sustentabilidade de crescimento econômico e de orçamento público. O correto seria uma discussão sem paixões partidarescas, mas sobre projeto de Nação, sobre premissas mais objetivas e transparentes. O correto seria uma discussão do que fazer sob uma perspectiva conformacional de Estado.
p.s.: Terceiro parágrafo do texto foi corrigido, pois dizia que a direita eram os nobres e a esquerda, os burgueses. Foi o contrário. Houve outras correções e ampliações. Também a nomenclatura direita e esquerda pode ser remetida à Revolução Francesa, quando ao insttuir a Assembléia após o fim da monarquia, os girondinos (representates da burguesia rica) sentavam do lado direito do parlamento e os jacobinos (representantes da pequena burguesia e de linha política mais popular) sentavam à esquerda do Parlamento.
Sim, àquela época ainda existiam impérios, e talvez a data mais precisa para a certidão de nascimento das discussões sobre esquerda e direita como vemos hoje seja 1917, com a revolução bolchevique russa e quando praticamente toda a configuração dos Estados Ocidentais já eram a que se encontra hoje: uma plêiade de Repúblicas e raras Monarquias, estas últimas todas devidamente limitadas por Constituições próprias e assegurado um governo interno (e externo também, apesar de exercido na figura da realeza) eleito pelo povo e exercido consoante seu juízo e acompanhamento.
Quero remeter-lhe a estes tempos para você ver a incongruência de se manter esse tipo de discussão nessas bases. Hoje, ainda discutimos essas questões de esquerda e direita quase no mesmo nível que existia àquela época. É ridículo. É claro que tive de limitar a referência ao embate esquerda versus direita a no máximo 1848 e, melhor, 1917, pois a configuração do sistema político e a realidade social, econômica e política antes disso e antes de 1789, era muito diferente do que a das sociedades e Estados de hoje. Não dá para, consoante o escopo deste artigo, fazer remissão à origem do embate esquerda versus direita da Idade Moderna, quando a esquerda representava a classe nobre (de cabelos compridos) e a direita os burgueses (cabelos curtos). Essa realidade não se apresenta mais. Os burgueses venceram (ainda bem). E a discussão direita versus esquerda de agora é a instituída a partir da criativa visão de Marx sobre o conflito de classes: capitalistas x operários, e com a terminologia emprestada da época dos impérios ainda, em que a direita era a burgeusia e sentavam à esquerda do Rei, os nobres.. interessante que hoje a esquerda seja a representação dos mais pobres.. (*. ver p.s. abaixo)
Só esta conclusão já demonstra para você como a discussão é meio ridícula.. esquerda x direita? capitalistas x trabalhadores?!?! Capitalistas versus operários? Observem, é válida qualquer discussão que tenha como ponto de partida a questão de defesa de uma perspectiva pró-empresa ou pró-trabalhador, mas não adianta continuarmos repetindo a discussão Marx e Adam Smith. O primeiro é de 1848 e o segundo de 1760!!! Como macro premissas é possível admitir ambos como referências, mas não como realidades, pois as realidades que esses gênios discutiram e suas conclusões datam de suas épocas há entre 170 e 250 anos atrás.
Adam Smith afirmava que o Estado não aumentava a riqueza das nações, pois sua prestação de serviço, por exemplo de segurança, não podia bancar a prestação de serviço de segurança do ano seguinte, por exemplo. Segundo sua ótica, nas palavras de P. J. O'Rourke, em sua excelente obra "A riqueza das Nações de Adam Smith - Uma Biografia", da coleção "Livros que mudaram o mundo" da sempre excelente Zahar (Jorge Zahar Editor), um cidadão que produzisse uma agulha produziria mais para o incremento da economia do que o Estado. Mas O'Rourke sublinha que ao falar assim Smith fazia distinção entre efeitos econômicos da produção de bens e de serviços. Smith não conheceu o Banco do Brasil, a Petrobrás, o BNDES. Ele via que onde o Estado estava havia roubo e corrupção e não se criava nada, só se espoliava o cidadão e a economia em proveito próprio dos políticos (falando de Inglaterra, veja.. e de 1760). Por isso queria o Estado longe de qualquer coisa. Com razão, à sua época. Não vamos comentar as frases que ele disse criticando o abuso de empresários em criticarem aumento de salários (contra o quê Smith nada tinha) e não terem pudor em extorquir lucros máximos em prejuízo à melhor dinâmica da evolução econômica de um País. Fiquemos com o básico.
Compreensível também que cem anos após a aplicação da teoria liberal de economia de Adam, Marx, na Alemanha ainda não unificada de 1848, se insurgisse contra as condições de vida do cidadão, cidadã e crianças que trabalhavam 16 horas por dia em troca de prato de comida e cama, enquanto os detentores dos meios de produção e, portanto, dos empregos, viviam de forma nababesca. Qualquer um apoiaria e entenderia a revolta de Karl Marx e Frederich Engels, vivendo em sua época, e entenderiam que deter os meios de produção para "compartilhar" a "mais valia" entre o detentor dos meios de produção e os cidadãos trabalhadores fosse uma hipótese de se sair daquela condição e dinâmica sub-humana de exploração do indivíduo pelo indivíduo. Não vamos comentar aqui as frases obtusas de Marx sobre a inferioridade de alguns povos, as afirmações da vantagem do domínio de uns povos sobre outros para que se alastrasse o desenvolvimento, como acontecia no caso de Texas e Califórnia tomado pelos americanos dos mexicanos, e a dominação de povos da África por europeus... ele era da época da expansão imperialista.. pelo amor de Deus.. (ver frases pinçadas a dedo para deslegitimar a figura de Marx efetuada por Rodrigo Constantino no artigo intitulado "Imperialistas arianos e racistas", publicado no Jornal O Globo de 18/03/2014, pg. 15)
Então vejam, Adam em 1760 e Karl em 1848, estavam certos em suas épocas. Querer trazer isso pra hoje é que é falta de imaginação e burrice da nossa inteligenzzia (ou falta de).
Como não se discute as questões de hoje com argumentos de hoje, fica-se no eterno embate entre direita e esquerda de forma obtusa e arcaica. E nesse sentido é importante notar, enquanto presos a esta estapafúrdia conversa, a importância empírica do revezamento de governos de direita e esquerda. Porque a esquerda, hoje, é responsável por medidas de diminuição de desigualdade social, ampliação de renda e salário mínimo e expansão de serviços públicos. Enquanto que a direita, hoje, é representada pelas bandeiras de menos impostos, austeridade fiscal, controle inflacionário, diminuição do Estado e contenção de custos de empresas como salário mínimo e impostos, taxas e contribuições.
Então senhores, nessa prisão conceitual, temos de explicitar que o projeto de governo deve ser definido por você no voto. A culpa da situação ser assim ou assada não é dos partidos de direita ou esquerda, mas do que você quis que ficasse no poder por determinado tempo e enfatizando na prática uma política daquelas bandeiras.
Veja, no Brasil, o salário mínimo está de bom tamanho para você? Enquanto você mantiver a esquerda no poder ele subirá. Se você puser a direita, provavelmente ele não subirá mais. Os serviços públicos estão bons para você? Você quer serviços públicos ou prestados por empresas terceirizadas? Veja, enquanto você mantiver a esquerda no poder os serviços públicos expandirão e será muito provavelmente prestado diretamente pelo Estado, sendo que no Brasil a área privada também presta de forma complementar serviços que deveriam ser prestados pelo Estado, como saúde, educação e seguro social (previdência), por exemplo.
Então veja, a existência de ambas as matizes ideológicas será tão boa quanto você consiga implementar o revezamento deles, em momentos apropriados, no poder. Enquanto o salario mínimo não for ideal, os serviços públicos básicos prestados pelo Estado não forem expandidos o suficiente a todos os cidadãos, convém manter a esquerda, desde que não esteja criando uma situação de insustentabilidade fiscal e financeira, claro. Para verificar se se a expansão de serviços e aumento de salário mínimo está criando empecilhos à evolução positiva econômica do Estado e da sociedade é só ver o índice de investimento e lucratividade das empresas na economia, crescimento econômico, criação de empregos, bem como se a dívida pública cresce ou decresce.
Agora, se o salário mínimo está de bom tamanho, se os serviços públicos estão bons, não há problema nenhum em verificar cortes em impostos (pois não prejudicará a universalização de serviços públicos que já estariam entregues à sociedade), controle mais austero da inflação e exigência de inflação zero (rsrsrs), mesmo que a taxas mais altas de juros, porque estamos falando em políticas de manutenção do status quo. Se o status quo é bom, claro que não há problema em mantê-lo.
Mas e aí? Segundo estas perspectivas acima o Governo do PT é, por exemplo, de direita ou de esquerda? É de esquerda. Só que diminuiu impostos, em especial ano de 2013, mantém controle da inflação, crescimento econômico, relação dívida/pib declinante, lucratividade de empresas, com alta taxa de crescimento de investimento em 2013 (6,3%) e uma das maiores taxas de investimento direto estrangeiro da história (50 bilhões de dólares em 2013, a quinta maior taxa do mundo)... E se o PSDB entrasse? Necessariamente os serviços públicos teriam de diminuir, serem piores, o salário mínimo não crescer? Não. Mas uma dinâmica de direita pára (deixei o acento pois faz diferença no sentido) avanços sociais diretos, admite-os indiretos e consequentes da evolução do capital e altera políticas de governo. Mas ele teria tendência em baixar inflação, ao custo social de crescimento econômico e de perda de empregos que fosse etc.. e diminuir custos de empresas (menos impostos - e dinheiro pro Estado prestar serviços-, menos aumento de salários mínimos, menos obrigatoriedade de compras de produtos nacionais quando a Petrobrás ou empresas ganhadoras de licitação ganhassem o direito de explorar bens e serviços públicos) e tentaria sanear despesas públicas ao máximo (menos revisões da tabela de imposto de renda, menos reajustes anuais de salário de servidores públicos, menos investimento em carreiras públicas de médicos e professores, por exemplo e, óbvio, nem imaginar ganhos reais sobre a inflação para servidores públicos, independente do crescimento econômico). Não há problema nesse revezamento, observa? Tudo depende do que você pretende em dado momento e por quanto tempo, para atingir metas econômicas e sociais que você ache interessantes.
Mas a discussão seria muito mais honesta e menos ingênua se se dessem sobre bases da teoria conformacional. Esta teoria, já publicada em livro pelo Blogger do Blog Perspectiva Crítica ("O Estado Conformacional - limites para os atos privados", Access Editora, 2013), explicita que o Estado é plástico e pode expandir sua presença em sociedade e diminui-la, dependendo da necessidade desta sociedade em dado momento histórico, consoante seus valores sociais e as determinações da vontade social insculpidas na Constituição de cada país.
Aí, não discutiríamos, como fui obrigado a fazer, se é melhor governo de esquerda ou de direita. Aí não precisaríamos do revezamento de "duas visões", ambas míopes, de Estado. Isto porque hoje já é certo que algumas coisas são metas constantes para sociedades modernas, quais sejam, taxa de desemprego baixa, taxa de crescimento econômico alta, relação dívida/pib declinante, controlada e o mais baixa possível, taxa de inflação mais baixa possível, menor déficit comercial internacional possível, assim como menor déficit fiscal possível e.. aí a divergência é um pouco maior (não para mim).. prestação de serviços públicos básicos os mais abrangentes possíveis, universalizados, com quantidade suficiente de funcionários de acordo com a demanda do país e da sociedade, com bons salário e bons planos de carreira.
Observe que esses elementos de controle fiscal e econômico, essas metas não podem mais ser tidas como de esquerda ou de direita. Todos devem buscar isso. E a questão é como se chegar à melhor configuração de gastos/investimentos sociais, públicos, privados, para se chegar a estas metas!! Daí que o debate não deveria ser sobre direita e esquerda, se menos ou mais Estado, mas como ter uma conformação de investimentos e despesas públicas que eliminem atrasos e deficiências do Estado o mais rápido possível, com foco na manutenção de crescimento econômico, aumento de lucratividade de empresas, aumento de salários de trabalhadores, aumento de qualidade de vida das famílias para termos o melhor país e qualidade de vida possíveis no menor espaço de tempo, com sustentabilidade econômica, financeira e fiscal.
Ao invés de ficarmos revezando "esquerda" e "direita" no poder, melhorando nossa vida de forma mais empírica e de tentativa e erro de visões políticas ultrapassadas, seria muito melhor debatermos sem as tintas de esquerda e direita, os gargalos institucionais, econômicos, jurídicos e sociais para termos os melhores salários, na área pública e privada, serviços públicos mais eficientes e sustentabilidade de crescimento econômico e de orçamento público. O correto seria uma discussão sem paixões partidarescas, mas sobre projeto de Nação, sobre premissas mais objetivas e transparentes. O correto seria uma discussão do que fazer sob uma perspectiva conformacional de Estado.
p.s.: Terceiro parágrafo do texto foi corrigido, pois dizia que a direita eram os nobres e a esquerda, os burgueses. Foi o contrário. Houve outras correções e ampliações. Também a nomenclatura direita e esquerda pode ser remetida à Revolução Francesa, quando ao insttuir a Assembléia após o fim da monarquia, os girondinos (representates da burguesia rica) sentavam do lado direito do parlamento e os jacobinos (representantes da pequena burguesia e de linha política mais popular) sentavam à esquerda do Parlamento.
segunda-feira, 17 de março de 2014
O Blog atinge 110.000 acessos totais em menos de quatro anos
A três meses e quatro dias de completar quatro anos de existência o Blog Perspectiva Crítica atinge a marca de 110.000 (cento e dez mil) acessos totais, de mais de 40 países, de todos os continentes.
Interessante poder notar acessos de todos os países da América do Sul e do Norte, menos acessos vindo da América Central, muitos da Europa e ainda África, àsia e Oceania.
Já houve acesso da Mongólia, Vietnã, Irã, Cabo Verde, Angola, México, ìndia, China, África do Sul, Egito, assim como da Finlância, Dinamarca, Suiça e diversos outros mais e menos óbivos.
É um prazer compartilhar essa marca com todos vocês, pois é por causa exclusiva de todos os leitores e comentaristas do Blog Perspectiva Crítica que a obtivemos!
Continuaremos com nosso trabalhao de criticar a mídia de forma a possibilitar a que ela se desenvolva e informe mais do que induza seus leitores a enterder os fatos políticos, econômicos e sociais por um prisam que muitas vezes prejudica os interesses dos próprios leitores.
Mantemo-nos atentos, como sempre.
Obrigado por sua companhia dutrante esses quase quatro anos.
Seguimos juntos.
Sinceramente,
Màrio César Pacheco Dias Gonçalves
Blogger do Blog Perspectiva Crítica
Interessante poder notar acessos de todos os países da América do Sul e do Norte, menos acessos vindo da América Central, muitos da Europa e ainda África, àsia e Oceania.
Já houve acesso da Mongólia, Vietnã, Irã, Cabo Verde, Angola, México, ìndia, China, África do Sul, Egito, assim como da Finlância, Dinamarca, Suiça e diversos outros mais e menos óbivos.
É um prazer compartilhar essa marca com todos vocês, pois é por causa exclusiva de todos os leitores e comentaristas do Blog Perspectiva Crítica que a obtivemos!
Continuaremos com nosso trabalhao de criticar a mídia de forma a possibilitar a que ela se desenvolva e informe mais do que induza seus leitores a enterder os fatos políticos, econômicos e sociais por um prisam que muitas vezes prejudica os interesses dos próprios leitores.
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Sinceramente,
Màrio César Pacheco Dias Gonçalves
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