segunda-feira, 4 de junho de 2012

Diferença entre o baixo crescimento brasileiro, americano e europeu

Esse final de semana, e já antes disso, estamos podendo ver várias publicações jornalísticas sobre a não pujança do PIB do Brasil para este ano, diminuição de previsões de investimento, saída de dólares, ligeiro pique inflacionário (verificado mais no IGPM do que no IPCA, que tende a decrescer até o fim do ano e mês a mês)... o que está acontecendo?! Também posso notar abordagens da grande mídia, em especial do Globo (hoje com uma qualidade informativa bem melhor e mais cautelosa do que em 2010 e 2011 em que jornalistas e edição acharam que o que publicassem se tornaria realidade) no sentido de tentar colar a idéia de despreparo, falta de rumo e método à política econômica e industrial do governo.

Vejam, eu gostei da cobrança da mídia da concretização das obras do PAC. Mas quem não tem método me parece ser a mídia, pois, quando lançado, o PAC (que tem uma previsão de investimento em infra-estrutura gigantesca e potencial de gerar emprego e riqueza enormes, diminuindo gargalos da infra-estrutura e o custo Brasil) foi tratado pela mídia como peça fictícia eleitoreira. Inclusive, por um bom tempo foi tratada como capaz de gerar inflação e gerar gastos orçamentários. Agora, depois de ter diminuído o ritmo para diminuir gastos, quando isso foi pedido pela mídia nos anos de 2010 e 2011, o não atingimento de metas do PAC é tratado como uma ineficiênica de governo e falta de cumprimento de promessa.

Eu quero, leitor, que você entenda que como o Globo e a grande mídia apóiam os tucanos incondicionalmente, e ambos juntos apóiam a elite financeira brasileira, há método filosófico e comercial nessas mudanças de abordagens. O filosófico impõe o combate ao governo. Não porque a mídia deva sempre fustigar o governo, o que seria ótimo, mas porque é um governo petista. Um governo tucano nunca seria fustigado assim, como o segundo e ridículo governo do FHC não foi fustigado pela mídia. Do lado comercial, é importante saber aproveitar a oportunidde de vender novidades. Assim ao invés de análise crítica com demonstração mais técnica e científica da evolução de números econômicos, expondo suas correlações, é aproveitado um contexto adverso, com base na verdade em uma crise grave internacional, e apresentam-se os reflexos deste contexto na economia brasileira como adversidades que não puderam ser visualizadas e administradas pelo governo, tentando mostrar uma ineficiência que não existe, ao meu ver. Mas fazer essa publicidade de caos gera apreensão e vende jornal. Quero que você veja isso.

Assim selecionei três artigos qu em conjunto publicados pelo Globo no sábado e no domingo, dias 02 e 03 de junho de 2012 (os dois dias mais lidos do País) tentam criar esse contexto de perda do rumo da economia do País, inclusive em comparação com outros países e tentando incutir a idéia de que o crescimento que ocorreu até aqui foi "mágica" e não resultado de trabalho técnico e árduo do governo. Acho chato isso, pois há coisas a serem debatidas, mas quando se tenta retirar a verdade de fatos, somos obrigados a fazer o contraponto para reestabelecer a verdade para só depois poder fazer críticas sobre o que de fato está errado ou possa melhorar na política econômica do governo. Mas, fazer o quê?

A entrevista de José Roberto Mendonça de Barros, de 03 de junho de 2012, pg. 40 do Jornal O Globo, intitula-se "Não dá para repetir a mágica do passado", referindo-se em especial a 2010, quando Brasil teve cresimento de PIB em 7,5% estimulando em grande parte o consumo (mas não só).

O fato de em 2009 a 2010 e primeiro semestre de 2011 o governo ter garantido verbas para as empresas brasileiras não pararem por falta de capital externo congelado no mundo pela crise de 2008 já é prova de que não houve simples estímulo ao consumo. Mantiveram-se empregos. E, sim, o governo pôde utilizar-se do ainda não alto endividamento das famílias brasileiras (ainda mais em comparação com o endividamento familiar estrangeiro), pois não adianta produzir se não houver quem compre. Assim, PAC e a garantia de financiamento à aquisição de carros e imóveis moveu o governo e o País. E isso não foi errado e nem "mágica". Isso foi o que devia ser feito.

Agora, dando curso a um movimento que não contou com o apoio do mercado nem da Miriam, desde julho de 2011, a queda de juros Selic, foi seguido do ataque do governo a juros bancários (hoje em queda) e novamente estímulo a consumo e produção de carros e imóveis, mas o apelo ao consumo não poderia ter o mesmo potencial de turbinar a economia porque as famílias estão endividadas. Isso já tinha sido dito pelo Blog há meses. Sim, o efeito não será o mesmo, mas não está totalmente errado tentar, pois isso demonstra aos investidores que o País apóia a produção.

Por outro lado, a baixa do juros selic beneficia toda a economia e a baixa dos juros bancários também. Também está havendo desoneração tributária dispersa em vários setores, em especial recentemente com a desoneração tributária da energia. Mas falta realmente uma política industrial mais organizada e ampla e focar tanto apoio na indústria de automóveis não é o melhor possível (Miriam está certa em criticar). Bem, para isso, agora, pode o governo tentar dar fôlego ao PAC de novo, que beneficia toda a economia.

Então senhores, a menção à "mágica" realizada antes, como mencionou o ilustre José Roberto Mendonça de Barros é uma simplificação desprestigiosa de medidas sérias, eficientes e pensadas tomadas pelo governo petista quando foi necessário em 2009/2011, inclusive contra o mercado, por vezes como a baixa da selic.

O outro artigo que vem ao encontro desta tentativa midiática de desqualificar a política econômica do governo é intitulado "País pode perder US$3 bilhões de montadoras", criticando aumento de tributos para veículos importados. Lendo a matéria parece que o governo erra em aumentar a tributação sobre importados e assim evita entrada de dólares... ainda mais em um momento de valorização da moeda estrangeira..

Veja, o mundo todo está perdendo empregos. Os ingleses estão mandando embora parte dos estrangeiros empregados (adotaram um corte de renda, abaixo do qual o estrangeiro regular e empregado deve ser mandado embora) para garantir emprego a ingleses. E o que deve o governo brasileiro fazer? Estimular a compra de importados? Ou estimular a vinda de indústrias para fabricarem aqui e criarem emprego a brasileiros? Não preciso nem dizer, óbvio.

O dólar sobe porque a Europa vai mal. Esse movimento é mundial e é de defesa em relação ao futuro. A economia americana vai mal mas ainda é a maior do mundo e quase do tamanho da Europa, só que com governo e política orçamentário-fiscal únicos e não multifacetados como na Zona do Euro. Aliado a isso, o governo não pode ficar desprestigiando a indústria nacional, ainda mais porque nenhum outro país o está fazendo, sendo os subsídios americanos e europeus para a indústria nacional de seus países os maiores do mundo disparados, disparados.

Então, a idéia de prejuízo ao Brasil que este artigo tenta vender, dentro do contexto de fim de semana que quis criar de falta de visão do governo, está também errada.

E por fim, a colunda da Miriam Leitão, de Sábado, 02/06/2012, intitulada "Perto de zero", tenta mostrar que o Brasil sai do rumo apresentando crescimento de 0,2% no PIB do primeiro trimestre de 2012, enquanto a Alemanha apresentou 0,5%, EUA apresentou 0,5%, Japão 1%, Coréia do Sul 0,9%, México, 1,3% e Chile 1,4%.

Senhores, concordo que temos de prestar atenção à queda do PIB, aliás, muito prejudicado pelo apoio dado pelo Globo, pelo mercado e pela Míriam à manutenção de juros selic altos por tempo demais, enquanto outras economias baixavam seus juros básicos. Mas será que EUA, Alemanha, Japão, Coréia do Sul, México e Chile podem ser comparados conosco assim tão diretamente, sem maiores considerações?

Eu não troco nosso crescimeno de 0,2% pelo crescimento destes outros países, no primeiro trimestrede 2012, pelo nível de endividamento de EUA (100%), Alemanha (85%), Japão (200%), já que o Brasil está em 36%. Também não troco os 0,2% do Brasil por uma Coréia do Sul sem previdência social. Ou por um México sendo mero entreposto comercial americano e em convulsão social, praticamente tomado por máfias e grande parte da economia interna na mão de estrangeiros. Nem muito menos troco nosso 0,2% pelos 1,4% de um Chile sem educação pública gratuita (motivo do movimento Occupy chileno), sem previdência social e dependente de exportação praticamente de um único produto mineral.

Então, é importante vermos a qualidade do crescimento do Brasil em relação ao crescimentodo PIB desses outros países. Vamos assim tentando mostrar a vocês que o clima de descontrole que a mídia está propagandeando sobre a política econômica brasileira, eu não estou vendo.

Isto posto, os próximos artigos do Blog podem se ocupar de sugestões propositivas e construtivas de rumos econômicos e outros temas negligenciados pela mídia convencional que não se preocupa muito em como tornar a vida no Brasil semelhante à nórdica, mas que se preocupa muito em manter status quo econômico que não beneficia a maioria dos brasileiros

Abraços.

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Erro de execução de obras no programa "Asfalto Liso", publica o Globo

Como apontado antes por nós, o programa "Asfalto Liso" parece ter gerado prejuízo ao cidadão carioca.

A despeito da extensão de sua intervenção, praticamente todas as obras estão se desfazendo e os cidadãos têm de voltar a conviver com buracos e poeira ao longo de quase todos os trechos objeto de recapeamento sob responsabilidade do Programa Asfalto Liso da Preferitura do Rio de Janeiro.

Nós já pedimos a CPI. As empresas têm de pagar por terem recebido os valores e executado mal suas obras. Tem que ser apurada responsabilidade de agentes da prefeitura, das empresas e das autoridades envolvidas na execução do Programa que já custou quase R$500 milhões de reais, ou seja, o mesmo preço da malfadada Cidada da Música, outro ícone do desperdício do dinheiro público.

Acesse o artigo do Globo em http://oglobo.globo.com/rio/ruas-recentemente-asfaltadas-voltam-ter-fresagem-recapeamento-mesmo-apos-pintura-5088767

E fique aqui com esse trecho selecionado do excelente artigo do Globo, intitulado " Ruas recentemente asfaltadas voltam a ter fresagem e recapeamento, mesmo após pintura", publicado no Globo On line de 31/05/2012.

"Lançado em 2010 com a meta de deixar impecável, por R$ 476,3 milhões, a pavimentação de mais de 800km de 187 ruas até julho deste ano, o programa Asfalto Liso tem regredido em vários pontos: após o surgimento de buracos, ondulações, rachaduras e outros defeitos, dezenas de trechos estão passando novamente por fresagem e recapeamento, depois de prontos e até sinalizados. Um problema que, segundo especialistas, indica que houve falha na execução do serviço."

Como havíamos dito e já publicado artigo sobre o tema, repetimos: é necessária uma CPI do Programa "Asfalto Liso".

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Reconhecimento de melhora do foco e abordagem da grande mídia

Olha, pessoal, eu aponto erros. Aponto só não. Eu aponto o artigo errado, demonstro o erro e digo o que deveria ter sido informado para que o artigo questionado atingisse seu objetivo informativo.

Mas eu também elogio. Neste momento tenho de fazer um grande elogio á grande mídia.

De forma impressionantemente madura e democrática, a grande mídia está publicando de forma responsável sobre o reflexo de queda de juros básicos em relação à queda de rentabilidade da caderneta de poupança e a necessidade de a remuneração da poupança ter sido mudada pelo governo.

Foi abandonado o argumento baixo e irresponsável de que o governo ia "mexer" na poupança, com potenciais muito ruins para a evolução da economia do país.

Quero dizer que as recentes publicações sobre o tema estão boas e enfocando a realidade dos fatos e não adotando uma defesa de tese puramente contrária ao governo. Assim, ganha a sociedade, ganha a verdade e ganha a própria mídia com mais credibilidade por seus artigos serem incontestáveis.

Sim a rentabilidade cai com a queda do juros selic abaixo ou no patamar de 8,5% ao ano, mas isso foi necessário para que o juros básico possa continuar a cair, de acordo com a evolução positiva de nossa economia para que nosso país pague cada vez menos pelos valores que toma empresatado em sociedade para pagar e rolar a dívida pública. Isso é a verdade e isso está sendo respeitado e publicado, apesar de não na forma e medida gostaríamos,... mas está bom.

E não só neste tema, mas a recente abordagem investigativa sobre corrupção nos hospitais públicos e a mais recente e em curso série de reportagens sobre o transporte público. A mídia tem o potencial de realmente nos ajudar a ficarmos com índices econômicos e socaiis idênticos aos dos europeus e em não muito tempo!!

É isso o que nós do Blog queremos ver. Mídia crítica, sim, quando tiver de ser. Mídia agressiva com descaminhos políticos, com certeza. Mas sobretudo, e digo sobretudo mesmo, uma mídia verdadeira, leal ao leitor e BRASILEIRA. Queremos uma mídia que ajude o País a enriquecer, crescer, garantindo meios para que a qualidade de vida do brasileiro seja a melhor do mundo.

Precisamos descobrir (na verdade o PT já descobriu e está fazendo) como aumentar salário mínimo e atingir nível europeu, sem criar inflação. Precisamos descobrir como crescer a economia sem crescer dívida pública ou criar inflação. Precisamos descobrir como ter serviço público no mesmo nível do serviço público europeu. Quanto mais rico e educado for o cidadão brasileiro, melhor para todo o País. Precisamos acabar com a pobreza extrema no País e criar meios de resgate social da parcela da população abandonada pelo Estado, mas de forma que depois de resgatado haja um mecanismo pelo qual este cidadão conseguirá se erguer e tornar obsoleta a ajuda do governo.

Nós faremos isso com ou sem a ajuda da mídia. Mas se fosse com ela seria além de muito mais rápido, um movimento de congraçamento social magnífico e um momento especial de nossa história contemporânea, com lucros financeiros a serem colhidos pela mídia, tanto quanto o reconhecimento social de sua contribuição efetiva na melhoria da vida de cada brasileiro e do nosso País.

Eu sou otimista. Eu acredito que não é utopia acreditar na contribuição da mídia para a realização do Brasil que nós merecemos e desejamos. Ao brasileiro tudo é possível. Isto já está provado. Vamos então fazer isto tudo juntos, Grande Mídia?

Apostando no melhor e louvando as séries de informações responsáveis sobre temas importantes para o brasileiro, fica aqui, neste momento, o reconhecimento e o abraço do Blog Perspectiva Crítica, reservando-se, naturalmente, o direito de continuar expondo as mazelas e artigos deisnformativos sempre que ocorrerem, da forma como sempre fazemos e faremos, pelos séculos e séculos.

p.s.: Na área econômica as publicações estão mais responsáveis. Na investigação dfe prestação de serviços públicos (educação, saúde e transporte) também melhorou, apesar de não ser ainda suficiente em quantidade para gerar a movimentação efetiva para solução dos problemas e colocar esses problemas no topo da agenda política e de governo. Mas na área de servidores públicos, ainda está deixando muito a desejar. Não se verificou a necessidade ideal de servidores por habitante para a demanda que existe de serviços públicos no Brasil, não se verificou a realidade do nível educacional dos servidores públicos no Brasil e a necessidade de adequação remuneratória em relação à real complexidade dos cargos. Não há reconhecimento de servidores que trabalham além de suas horas sem pagamento de hora extra, nem de que a correção constitucional anual (correção inflacionária) não é respeitada por nenhuma das esferas governamentais em todo o Brasil, gerando todo ano defasagem salarial e perdad de poder de compra, enquanto que nos últimos 10 anos a área privada recebeu aumentos todos os anos acima da inflação. Então, no quesito ajuda à melhoria do serviço público para o cidãdão brasileiro, a grande mídia é mais do que desinformativa, ela vem se apresentando como prejudicial aos interesses do cidadão brasileiro que é carente de serviços públicos em quantidade e qualidade.

terça-feira, 29 de maio de 2012

Lula, Gilmar Mendes, Jobim e a Veja - No Jornal da Globo, ontem, 28/05 para 29/05, Gilmar Mendes desmente a Veja.

Pessoal, eu vi ontem no Jornal da Globo a declaração do próprio Gilmar Mendes de que "ele (Lula) não me pediu nada". Na declaração do Ministro Gilmar Mendes ficou claro que não houve pedido de que o STF não julgasse o mensalão antes das eleições municipais, mas ficou claro que Lula, segundo o Ministro Gilmar Mendes, teria demonstrado preocupação na votação antes das eleições municipais e teria perguntado ao Ministro Gilmar Mendes sobre vôo pretensamente feito com Senador Demóstenes para Berlim.

Vejam o que penso. Lula não é Presidente da República e o Ministro Gilmar Mendes não é o Presidente do STF. Portanto, quem põe em pauta para julgar é o Ministro Ayres Brito, Presidente do STF. Se Lula quisesse fazer pressão direta, deveria ser com ele e não Gilmar Mendes. Por outro lado, há oito Ministros que foram indicados pelo ex-presidente Lula e nenhum foi admoestado por Lula, que se tenha informação até agora. è claro que um Ministro do STF pode pedir vista e sentar no processo, como já ocorreu várias vezes, mas mesmo assim, para garantir algo, o movimento teria sido insuficiente, a meu ver.

O encontro foi realizado no escritório do ex-Ministro Nelson Jobim, a três, em horário normal e não altas horas da noite ou da madrugada, em local ermo ou escondido.

Está me parecendo o seguinte: Lula deve ter tido a intenção de encontrar Gilmar Mendes, mas pode ter sido acaso (no que não acredito). A conversa ocorreu. Lula fez mal em perguntar sobre a viagem a Berlim do Gilmar Mendes, pois deu a impressão de que queria expor uma fragilidade do Ministro Gilmar Mendes para talvez propor algo. Mas os fatos são que não houve proposta, segundo o próprio Gilmar Mendes declarou em cadeia nacional à Rede Globo.

A Revista Veja está muito mal com o problema do Cachoeira, como vocês sabem. Grande parte das publicações da Veja atacando o Governo foi com informações plantadas por Cachoeira através de um jornalista da Veja com acesso ou integrante da Diretoria de Redação/Edição da revista, segundo reportagem investigativa da bandeirante ou da Record que já disponibilizei no artigo anterior sobre o tema "O Eclipse da Revista Veja".

Com o risco de integrantes da Revista Veja e diretores da Editora Abril de poderem ser chamados a prestar esclarecimentos na CPI do Cachoeira, a Revista quer sustentar as publicações anteriores, mostrar risco ao Governo, e criar algo que abafe o caso Cachoeira, botando o Mensalão e o que puder em evidência em relação a isso.

Não quer dizer que não seja importante ter exposto o encontro entre Lula, Jobim e Gilmar Mendes. Foi muito importante. Colocar este tema em evidência também é... e obter logo condenação da ação do mensalão de integrantes do PT é importantíssimo para o País, caso seja a hipótese,.. mas é muito mais para a Revista Veja, porque assim abafará a questão Cachoeira e sua CPI!!

A redenção da Revista Veja neste caso esquisitíssimo do envolvimento da Revista Veja com Cachoeira (e a liberdade com que influenciava a publicação de reportagens sobre o governo, em especial sobre licitações que Cachoeira perdia) está no julgamento do caso mensalão. Pois além de criar fato novo e de envergadura para tirar a CPI do Cachoeira de evidência, ainda desmoralizará os integrantes do partido, mesmo que não julgados na ação do mensalão. E, no caso de real condenação de "mensaleiros", poderá desacreditar integrantes do partido dos trabalhadores que atuam e que estão em cargos importantes na CPI, podendo, a partir de então, com a eventual confirmação judicial do STF do caso do mensalão publicado pela Veja, se redimir com a sociedade e criar uma forte impressão de que qualquer ataque à revista (na CPI do Cachoeira) é reprimenda pela publicação do mensalão.

Agora, nós, cidadãos, estamos numa situação interessante: eles, Veja e Governo, que se mordam, porque nós somos privilegiados com esta situação, assistindo a Veja correr para se salvar atacando o governo e tendo o governo que se comportar por estar em evidência. Entretanto, o que não pode acontecer é a Revista Veja publicar irrealidades e continuar a prejudicar a informação à população, como foi prejudicada por meses de publicações das informações plantadas por Cachoeira, segundo a reportagem mencionada por nós no artigo "O Eclipse da Revista Veja".

Portanto, eu espero publicações de outras Revistas para confirmar as coisas que a Revista Veja publica sobre o Governo Petista e seus integrantes, porque além de a Revista Veja se pautar em fontes controvertidas (e outros diriam criminosas, com poder de influenciar a publicação de determinado artigo em determinado sentido, ao invés de ser só fonte), ela ainda está em evidente confronto com o Governo, por necessidade de sobrevivência, portanto, não pode exercer papel mais imparcial que se espera de um veículo de mídia importante.

Gilmar Mendes, com sua declaração no Jornal O Globo de ontem, desmentiu a reportagem da Veja. Também desmentiu outros jornalistas e colunistas da Globo, inclusive, como o "Rádio do Moreno", que concluiu que houve a ameaça ao Minsitro do STF e o pedido de adiamento. A conversa com os elementos que teve foi péssimo par a imagem de Lula, mas é diferente de ter ocorrido ameaça a Ministro e pedido.

Isso é o que me pareceu claro.

p.s.: Já vi Merval defender a Veja da "perseguição do governo", recentemente, acho que em sua coluna no Domingo passado, dia 27/05, mas não vi Merval falar sobre a reportagem de 15 minutos sobre o envolvimento do jornalista da Veja com Cahoeira e sua liberdade em escolher matérias e publicá-las na Revista Veja, inclusive escolhendo a coluna ou setor de publicação. É... a mídia parece que também é um pouco corporativa... rsrsrs

p.s. 2: acesse também http://perspectivakritica.blogspot.com.br/2012/05/o-eclipse-da-revista-veja-interesses.html

p.s. 3: Não passo a mão na cabeça de Lula. O teor da conversa, como confirmado pelo Ministro Gilmar Mendes foi inoportuna, mas daí a haver ameaça e pedido são outros quinhentos. Se Gilmar confirmasse ameaça e pedido seria o que a Revista Veja publicou. Como não confirmou, desmentiu a Revista Veja.

domingo, 27 de maio de 2012

Crítica ao artigo "juros baixos vão dobrar gasto com aposentadoria", do Globo. A técnica da elite financeira de contar perdas à sociedade e omitir ganhos sociais com juros baixos.

Pessoal, devo sublinhar para vocês e imediatamente combater, os constantes artigos publicados sobre problemas em vivermos no Brasil com juros baixos que a mídia insiste em publicar.

Hoje, domingo, 27/05/2012, foi publicado um artigo neste sentido: exortando um efeito "negativo" de termos de conviver com juros baixos que seria o aumento do custo da previdência (artigo intitulado "Juros baixos vão dobrar gasto com a previdÊncia" - capa do Jornal e pgs. 36/37). E não só isso. Recentemente a Revista Veja Rio publicou em sua capa o prejuízo de 280 bilhões de reais que os feriados do Rio de Janeiro impõe à atividade econômica. Vejamos os dois casos.

O artigo sobre aumento de custo da previdência em si não tinha conteúdo imediato ruim. A notícia é verdadeira, o tema é importante e alertava-se para a necessidade de o brasileiro se antecipar à diminuição dos juros que exigirá que ele invista mais dinheiro, no mesmo prazo que tenha contratado antes da baixa do juros, para poder manter seu objetivo de contribuição/benefício, seja na área privada, seja na pública. Então, qual o problema do artigo?

Para mim o problema é a informação subliminar que essas esparsas publicações sobre efeitos negativos dos juros baixos passam a você e que podem manter aceso um interesse ou uma preocupação com a diminuição do juros e, talvez, criar uma dúvida sobre as vantagens de baixar juros em nossa economia.

Sendo assim, nós, como sempre fazemos, temos o dever de mostrar para você que essas séries de publicações não estão focando todo o gigantesco lado positivo da baixa de juros na nossa economia e, portanto, como só focam o lado negativo, para mim fica claro uma série de atos desinformativos que, por um acaso, estão de acordo com a enorme resistência que a elite financeira e sua grande mídia fizeram contra a queda dos juros aos atuais patamares.

No momento, a elite financeira está perdendo para o governo, para a elite industrial, e para as pessoas físicas, pois baixa de juros diminui seus lucros e melhora a participação no PIB de empresas industriais e pessoas físicas, mas eles resistem através dessas publicações homeopáticas parciais e que te "alertam para efeitos negativos dos juros baixos" para que na primiera oportunidade possam requerer aumento de juros "a bem da economia e da população", claro... este é o trabalho da criação de consenso a favor dos interesses da elite financeira.

Como se dá isso? Como se dá essa movimentação desinformativa? Vejam, vocês já notaram muitas publicações sobre os efeitos positivos da baixa de juros? Claro que não. Mas não há lado positivo da baixa dos juros? Enormes efeitos positivos! Inclusive para você, pessoa física? Principalmente!! Mas como ninguém diz isso e que vantagens há numa economia com juros baixos? E como os jornais te induzem a erro nessa matéria?

Simples. Com menos juros básicos (Selic mais baixa) todos os investimentos em renda fixa baixam remuneração, então, é verdade que o retorno dos fundos de previdência privada ou pública, por exemplo, que são obrigados a investir grande parte de seu capital em fundos e títulos de renda fixa (pré-fixada ou pós-fixada) privados ou públicos, baixará. Se o retorno desses investimentos dos fundos de previdência baixarão, ou se aumenta o prazo de investimento do cliente/investidor ou se aumenta o valor poupado mensalmente para se garantir o mesmo valor de benefício contratado no final do período de contribuição e início do período de recebimento do benefício. Isso não tem jeito.

Também é prejudicada a remuneração da poupança, que será menor, ainda mais com as recentes alterações que permitem a flutuação da remuneraçao da poupança, de acordo com a evolução da economia e oscilação de juros selic. E então? Mais um prejuízo? Sim. Mas e as vantagens?

O que os jornais não dizem é que por causa da baixa dos juros selic, e agora dos juros bancários, você terá, por exemplo financiamento da casa própria mais barato. Por quê? Porque grande parte deste financiamento é via poupança e os juros que remuneram a poupança é custo do financiamento imobiliário que você paga por até trinta anos!! Então, a queda do juros e a queda da remuneração da poupança fará você economizar um dinheiro razoável com financiamento de imóvel, por exemplo.

E quanto é esse valor que se reverte em prol da sua qualidade de vida? Não sei, ninguém publica, mas a baixa dos juros bancários tem gerado uma economia de até 40% em juros na compra de carros, às vezes até mais!! Assim, se o valor pago por uma casa ao final das prestações durante trinta anos é de 2,5 a 3 vezes o valor à vista do imóvel, se você comprou um imóvel de R$500.000,00 e vai pagar no fim de trinta anos R$1.500.000,00, você pagou R$1.000.000,00 de juros. Se a economia com juros baixos chegar a 40%, senhores, você terá economizado em trinta anos R$400.000,00!! Isso não paga a diferença do prejuízo com a previdência privada que ficou mais cara?!

Naturalmente o corte dos juros que financia casa própria não deverá ter o mesmo nível do corte/queda que está ocorrendo hoje com juros para aquisição de carro, mas pergunto: por que não fazem uma conta desta natureza para te informar? Porque não interessa, meu amigo. Não interessa a bancos essa visão linda dos benefícios da baixa de juros da economia e como isso te enriquece, pois assim você não vai ficar com medo da inflação e também não iria ajudar aos bancos, que falam através de sua grande mídia, a pedir juros altos ou diminuição da velocidade de queda de juros na economia.

É a guerra pelo PIB de que já te falei e sobre a qual já escrevemos no Blog, inclusive sob esse título.

Veja um outro exemplo. Queda de juros básicos diminui a dívida do governo e juros a serem pagos a título de juros da dívida. Isso nao é bom? Para mim, para você, para o governo e para indústria sim, mas para banco não, né amigo? Então, principalmente sob governo de esquerda, é importante que a classe financeira, defendendo seu interesse exclusivo, possa te municiar com muita informação negativa sobre juros baixos na economia. Mesmo que a diminuição de dívida pública possa liberar orçamento público par investir por exemplo em mais saúde e educação para a população.

Veja mais. E esta história que sempre estão falando sobre férias excessivas na economia brasileira? E o prejuízo para a atividade econômica?

Gente, o Japão é um dos países com menos férias trabalhistas no mundo civilizado capitalista. Mas a dívida pública do Japão é a maior do mundo!! 220% do PIB!! Então, cadê a riqueza excepcional e somente o lado positivo de acabar com férias do trabalhador?

E mais: a Espanha tem no turismo sua principal indústria e na França o turismo é setor importantissimo da economia. Como isso giraria sem férias? Então férias gira capital? Sim. Férias cria dinheiro e negócios? Sim. Férias gera emprego e renda? Sim. Mas então que prejuízo é esse que existe com excesso de férias? É da atividade econômica que não vive de férias, senhores. Férias é custo para empresa e então deve ser combatido.

Então essas publicações sobre prejuízos com juros baixos para o cidadão e prejuízo na atividade econômica são parciais, são de determinado grupo de interesse que publica em jornal. E se é meia-verdade, então é mentira. Concordam?

É uma mentira para você, pois não informa que se juros baixo e férias têm alguns efeitos negativos, também têm efeitos positivos. E para se chegar à verdade sobre se é bom ou ruim para o cidadão e para a economia, dever-se-ia ao menos elencar os efeitos positivos e negativos e pesá-los numa balança.

Eu, com meus limites, e como mostrei em parte para vocês aqui, vejo que juros baixos na economia (selic e bancário) e férias, são dois fatos econômicos e sociais com amplo benefícios econômicos e sociais que compensam em muito seus poucos, mas muito bem publicados, efeitos negativos em sociedade.

Até a próxima.

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Pesquisa demonstra crescimento da Construção Civil, segundo Jornal do Commercio. A diferença entre indústria da construção civil e setor imobiliário residencial.

Pessoal, é impoortante eu repassar este dado para evitar erros de comunicação por parte da mídia.

Acesse o artigo do Jornal do Commercio em http://www.jcom.com.br/noticia/140796/Pesquisa_mostra_aumento_da_capacidade_de_operacao_na_industria_da_construcao

Pesquisa recente indica crescimento da capacidade de produção da Construção Civil, com aumento de 1,41% na contratação de mão-de-obra e crescimento acima do PIB para este ano.

Acesse também: http://www.jcom.com.br/noticia/140798/Construcao_civil_contrata_141_a_mais_em_abril_e_deve_crescer_mais_que_o_PIB_este_ano

Agora, vejam. Não há informações específicas sobre a construção de imóvies para residência. A informação é sobre construção civil e isso inclui hdrelétricas, usinas termelétricas, rodovias, obras públicas em geral.

Observe este trecho do primeiro artigo mencionado:

"Segundo a pesquisa, o crescimento do setor foi acompanhado pelo indicador de atividade em relação ao usual – ou seja, na comparação com a média do mesmo mês de anos anteriores. Enquanto o nível de atividade em relação ao usual em março registrou 48,5 pontos, apontando queda, em abril o indicador assinalou 49,9 pontos, mostrando que a atividade está igual ao habitual para o mês. De acordo com a metodologia da pesquisa, o indicador varia de 0 a 100 pontos, e valores acima de 50 pontos indicam crescimento.

A melhora da atividade não foi homogênea entre os portes de empresas, conforme a análise da CNI. Enquanto o nível de atividade nas grandes ficou acima do usual, com 52,4 pontos, as pequenas e médias empresas ficaram abaixo, com 46,6 e 47,7 pontos, respectivamente. Para a CNI, isso demonstra que o início de ano foi fraco para o setor e a recuperação observada em abril está sendo puxada pelas grandes empresas."


As obras por conta das Copa de 2014 e das Olimpíadas de 2016, além de investimentos em infra-estrutura por todo o país, creio, somado a empreendimentos residenciais já contratados no meio da bolha imobiliária estão todos somados aí.

Isso não anula as informações sobre a tendência de ajuste de valores de imóveis residenciais, já confirmado recentemente por empresa de grande porte neste específico setor, pois a análise de conjuntura da indústria de construção civil não se confunde com a análise de conjuntura do mercado de imóveis residenciais. A bolha de preço está no mercado de imóveis residenciais.

Todos os parâmetros e fundamentos do Blog quqanto ao reajuste de valores de imóveis residenciais, continuam íntegros total e completamente.

abs

p.s.: Importante salientar que crescer acima do PIB com a previsão de baixa do PIB neste ano não é nada assim fantástico e o cresicmento do parque utilizado de 73% para 75% também não é fantástico, pois que somente parque utilizado acima de 80% indica necessidade de investimento para ampliação de parque industrial. Comento isso só para relativizar a informação da evolução da indústria de construção civil, se desconsiderar sua boa situação em relação às demais indústrias hoje. A previsão de crescimento da indústria em geral para esse ano é de 1,49%. Se o PIB crescerá entre 3% e 3,5% em 2012, um crescimento de 4% para a indústria de construção civil neste mesmo ano já estaria dentro do parâmetro informado nos dois artigos apontados. Não tenho o dado de crescimento previsto para a indústria de construção civil para este ano.

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Como acabar com a corrupção? É simples, mas ninguém diz...

Pessoal, este é um tema importantíssimo. Todo mundo reclama da corrupção. Os jornais vivem bradando contra a corrupção, como o Senador Demóstenes sempre fez, mas o que realmente atacaria a corrupção?

É simples de ser dito e temos dinheiro no Brasil para fazê-lo, mas você não verá isso escrito em lugar nenhum nem defendido por político nenhum porque só a mídia e os políticos não querem o fim da corrupção que os favorece.

Só há um jeito de se combater a corrupção no curto prazo: investimento em infra-estrutura das Polícias Federais e Civis, contratação de mais policiais e com remuneração melhor. Da mesma forma precisaria aumentar número de Juízes e funcionários da Justiça ao mesmo nível do que existe na Europa. Hoje estamos defasados em quantidade de juízes e servidores públicos em mais de 300% em relação aos europeus. E da mesma forma deve se investir em infra-estrutura para o Ministério Público Estadual e Federal.

É isso o que combate a corrupção. Não é só jornal, pois a condenação por um Juiz não pode ocorrer só porque foi publicado algo em jornal. A polícia precisa fazer provas contundentes para que o Promotor de Justiça inicie a ação criminal e para que o Juiz condene. A solução é esta e não existe outra.

Mas a mídia diz que que isto seria aumento de gasto público e não investimento social. Assim, o político pode ficar falando genericamente contra a corrupção, mas apoiando a contenção de "gasto público". A mídia pode ficar bradando contra a corrupção, sem acabar com ela e suas lucrativas manchetes sobre o tema, o qual, sem o direcionamento correto de solução como aqui proposto, torna o tema infindável para várias manchetes, por toda a vida do jornal. E você, a maior vítima da corrupção, fica atônito, frustrado com a política e o Judiciário e descrente de tudo, comprando jornal e torcendo para que alguma informação boa apareça sobre a solução que nunca será apontada pela mídia ou pelos políticos.

A diferença entre a corrupção no Brasil e no estrangeiro são duas: (1)lá eles são mais eficientes e sutis, integrando o governo e os partidos de forma mais inteligente e tornando seus interesses política de Estado, principalmente nos EUA, como quando houve invasão do Iraque e o Vice-Presidente Dick Cheney foi um dos que mais lucrou com a atuação no Iraque de sua Empresa Hallyburton. Na Itália, Berlusconi chefiou o País por onze anos, na Rússia Putin nunca deixou o Poder de fato e no México,.. coitado desse País... generais, políticos e empresários estão mancumunados com as máfias e ele caminha para o caos social. E em segundo lugar, (2) na Europa e EUA há mais polícia técnica e juízes para julgar e condenar.

A solução de longo prazo é educação. Mas isto também demanda aumento do Estado, mais escolas, mais professores e mais salário de professores... Isso é gasto ou é investimento? E mais. Mesmo com mais educação, sem polícia, produção eficiente de provas e Juízes para condenar, não há efetivo combate à corrupção.

Qualquer outra coisa que digam para resolver a corrupção é pura historinha para boi dormir, senhores.

É isso.

p.s. de 24/05/2012 - texto revisto.