Ao meu ver, Regina Alvarez, colunista econômica interina na Coluna da Míriam Leitão, "Panorama Econômico", deixa clara sua postura financista/monetarista, na sua coluna de hoje, 30/10/2011, intitulada "Juros e Dívida", pg. 36.
Ela traz uma informação interessante: segundo um estudo de Fábio Giambiagi, a remuneração da dívida pública nã baixa na mesma proporção da baixa do juros selic, atualmente. Não há a informação do método deste cálculo. E também não há, como não poderia haver, a conclusão de que a queda de juros Selic não importa na queda da remuneração da dívida pública.
Então, qual é o propósito? Se fosse o de se estudar as causas da remuneração da dívida pública e se tentar chegar na melhor forma de fazer o Banco Central trazer os juros brasileiros para a média mundial mais rápida e eficientemente, vá lá. Mas não parece ser isso.
Sua abordagem, e não só na coluna deste dia, é evidente em favor dos argumentos do mercado para manter juros altos. Como hoje a população já entende a relação entre o juros básicos e o efeito negativo para a dinâmica da dívida pública, ela apresenta argumentos para retirar a percepção que faz a população entender e apoiar baixa de juros selic.
Ela se apresenta não para informar, ao meu ver, mas para defender tese para o leitor.
Da mesma forma, em coluna escrita neste mês de outubro, ela também repete surdamente e automaticamente a lógica superficial e descomprometida de que "o aumento de 56% que o Judiciário pretende para seus servidores é um absurdo face ao rendimento médio de R$11 mil reais" (citação livre baseada em texto de recente coluna sua sobre o tema).
Não há debate sobre porque toda a Cúpula do Judiciário, o Presidente do STF, O Presidente do TST, O PResidente do STM, o PResidente do TSE e o Presidente do STJ resolveram pedir aumento para seus servidores que não ganham mal. Apresenta-se para a sociedade uma lógica simples e totalmente omissa em relação ao bem público e que só sei porque sou servidor do Judiciário Federal.
Primeiro, a média apresentada é uma mentira, pois a maioria dos funcionários é de técnicos que iniciam a carreira com R$4.500,00 e terminam com algo em torno de R$8 mil. O Analista começa com R$6.500,00 e termina com R$11.100,00, mais ou menos. As funções comissionadas atingem 60% do contingente de servidores e variam de R$900,00 a R$2.500,00 menos o de diretor de Vara que pode chegar a R$7.000,00. Diretores de Vara existem em menor número do que Juízes, pois cada Vara tem um diretor e deveria ter dois Juízes. Tenho certeza de que a média que ela apresentou incli a remuneraçaõ de Juízes e Desembargadores, o que gera média salarial "do Judiciário" incompatível quando se discute aumento de servidores analistas, técnicos, agentes de segurança e oficiais de justiça. Não se olvide que funções comissionadas não são levadas para aposentadoria e há anos não se pode mais incorporar funções comissionadas à remuneração permanente, o que deveria gerar a exclusão desse contingente para efeito de cálculo de média salarial real no Judiciário. Mas quem quer a verdade? POsso arriscar... somente nós, cidadãos brasileiros.
Regina Alvarez não nos ajuda nesse objetivo, pois além de informar média salarial irreal e desinformativa, não fez uma mera pesquisa sobre as causas do projeto de lei para o aumento que questiona e não informou a população que o STF há dois anos convive com esvaziamento de quadros de servidores. Há 14 carreiras públicas que pagam até 100% mais do que se paga a servidor do judiciário para fazer atividade análoga. Os servidores, portanto, estão estudando e saindo do Judiciário e indo para tais cargos, no IPEA, BACEN, Receita Federal, ANP, ANTT, ANEEL, ANVISA, ANCINE, TCU, Senado, Câmara dos Deputados etc...
Mas não é só. Além de haver outras opções de carreiras públicas para os servidores bem formados e muitos pós-graduados, escritórios de advocacia em Brasília contratam servidores para seus escritórios, pagando o dobro de salário e o Judiciário está tendo de competir com tais escritórios de advocacia. Além disso, e por causa de tudo isso, muitos que passam no concurso para servidor do STF não tomam posse. O resultado é menos assessoria ou assessoria menos gabaritada para os Ministros do STF.
Isso está acontecendo em todo o Judiciário da União e na Justiça Federal do RJ esse ano foi o primeiro em que concursados não tomaram posse. Dos últimos 50 chamados, somente 17 tomaram posse. Então, o aumento não é porque o salário é ruim considerado com a média da população, mas porque o nível do servidor do Judiciário lhe dá condições de ter outras opções de emprego e o Judiciário não quer perder seus quadros gabaritados e competentes.
Mas por que uma jornalista de um jormal de peso não disse isso? Mais uma vez, simpesmente porque ela não existe para te informar. Ela defende a tese de seu patrão de que servidor público deve ser mal remunerado e de que o Estado deve ser mínimo, pois assim, pode-se legitimar a tese de que podem ser baixados tributos, além de diminuir cargos austeros, dignos, estáveis de servidores, seja no Judiciário, seja em qualquer área, pois servidor estável e bem pago não é tão flexível na aplicação da lei e no exercício de suas atribuições públicas, em defesa dos interesses públicos que muitas vezs conflitam com os interesses privados de grandes empresas.
É isso.
Pelo menos temos George Vidor. Graças a Deus. Sua coluna de 24/10/2011, pg. 23 explica porque nossos juros não podem mais ficar acima de 12%. "Por motivos ainda não totalmente claros, quando a taxa básica anual passa de 12% esse processo (taxa de crescimento crescer mais do que a taxa de consumo) começa a ser abortado. Por isso não dá mais para segurar os juros acima desse patamar (12%)." Procure o artigo. Seu título é "Torcida contra".
Qualquer jornalista econômico deste semi-hegemônico Jornal (junto com FOlha de São Paulo e Estado de São Paulo) de nossa sociedade, estará sempre sendo analisado por nós, mostrando para você como vemos sua atuação. Acho que assim, você fica melhor informado e podemos discutir aqui a verdade dos fatos sociais e não meramente repetir o que um jornalista escreve só porque tem espaço em um jornal de grande circulação.
domingo, 30 de outubro de 2011
Estudo científico suíço revela oligarquia empresarial internacional
No mesmo sentido das revelações publiadas em 1979 pelo livro "a Trilateral", recente estudo suíço revela a existência de coordenação internacional de empresas, criando um conglomerado que atua na sociedade internacional de forma efetiva, com os bancos encontrando-se no topo desta pirâmide.
O estudo não apresenta qualquer posição sobre se isso é bom ou ruim, mas evidencia consequências, sendo uma delas a rapidez com que o colapso econômico repercutiu efetivamente em todo o mundo e a proporção da importância dada ao fato em sociedade.
Acessem: http://theotoniodossantos.blogspot.com/2011/10/estudio-empirico-revela-la-red.html#!/2011/10/estudio-empirico-revela-la-red.html
Ou leia abaixo o texto copiado integralmente do Blog Theotonio dos Santos:
Só repassei a informação de outro Blog altissimamente confiável que é o do Theotonio dos Santos. Importante salientar que a tônica da informação do recente estudo parece ser mais quanto a uma constatação objetiva de concentração de 40% da economia mundial sob o controle de 147 empresas. Naturalmente, considera os efeitos desta concentração na sociedade internacional, mas não tive acesso a essas conclusões. Assim, é um estudo diferente em relação ao que foi apresentado no livro "A Trilateral", pois este constatava a existência destas conexões entre gigantescas empresas multinacionais, universidades e órgãos de governos americanos, europeus e japoneses com o objetivo declarado e registrado em atas de reuniões da Comissão Trilateral de aumentar suaparticipação na economia mundial em detrimento dos países e indústrias dos países que não fizessem parte docinturão econômico-político do norte.
O estudo recente somente confirma a concentração da economia mundial em poucas empresas, evidenciando que uma parte do que era delcarado no livro "A Trilateral" estava correta: há concentração de riqueza e conexões entre poucas empresas no mundo, com a primazia de empresas americanas e inglesas e com a liderança de grandes bancos privados mundiais. Naturalmente as consequências desta concentração de poder econômico podem ser concluídas por alguns. Quem tem poder econômico em seguida exerce poder político. Assim, na minha leitura, este recente estudo suíço evidencia a correção das assertivas publicadas no livro "A Trilateral". Não é à toa que as movimentações dos "99%" nos EUA ou de todos os cidadãos afetados pela crise no mundo rico ocorrem mas os jornais não publicam.
Há dez anos soube que 75% das imagens produzidas no mundo são inglesas ou norteamericanas. Aliando isso às denúncias do livro "A Trilateral" e mais ao recente estudo suíço, podemos constatar que há muito mais do que mera fumaça em relação às "teorias conspiratórias" a que estávamos acostumados a ouvir com desdém... Temos de entender que o mundo não é simplesmente... ele é criado, propagandeado nos termos como se apresenta hoje a nós. Grupos de interesse limitam a atuação da sociedade em sociedade, seja isso bom ou ruim, para o bem ou para o mal. Não importa.
Se vocÊ entende que isso existe, pode passar a ver de forma mais crítica os fatos da vida e os fatos publicados na mídia que serve a esse sistema atual posto. E mais importante, verifica-se que as coisas podem ser de forma diferente (mesmo dentro do capitalismo). Mas aí você não pode admitir deixar-se ser conduzido por quem desenha a política mundial e nacional. Você tem que se responsabilizar. Você tem que questionar e entrar no jogo político para parar de sofrer as consequências pelas decisões desses pequenos grupos e conglomerados internacionais e passar a fazer diferença para garantir melhora de vida para você, para sua família, para seus concidadãos, para seu País e para os demais cidadãos no mundo que sofrem a ação determinada desses conglomerados como você mesmo.
É hora de acordar. História da carochinha não são as análises sérias sobre a interrelação de interesse internacional entre empresas multinacionais, bancos, órgãos de governo de países do centro do capitalismo mundial e universidades desses países (o que fundamenta informações sérias sobre o que leva a alcunha pejorativa de "teorias conspiratórias"). É interessante constatar que história da carochinha e risível é a história que você vê publicada cotidianamente pela televisão ou pela mídia escrita, no sofá da sua casa.
p.s.: revisto e ampliado.
O estudo não apresenta qualquer posição sobre se isso é bom ou ruim, mas evidencia consequências, sendo uma delas a rapidez com que o colapso econômico repercutiu efetivamente em todo o mundo e a proporção da importância dada ao fato em sociedade.
Acessem: http://theotoniodossantos.blogspot.com/2011/10/estudio-empirico-revela-la-red.html#!/2011/10/estudio-empirico-revela-la-red.html
Ou leia abaixo o texto copiado integralmente do Blog Theotonio dos Santos:
"Un estudio realizado por tres científicos de la Universidad de Zurich y difundido por NewScientist, ha demostrado en forma empírica que un pequeño grupo de empresas, encabezados por los grandes bancos, ejercen un poder desmedido y hegemónico sobre la economía global. Esto confirma los temores del mercado ante un eventual colapso masivo del sistema financiero frente a la abierta volatilidad que estamos viviendo actualmente.
El estudio es el primero en observar a las 43.000 empresas transnacionales, y los tres científicos del Instituto Federal Suizo de Tecnología de Zurich, crearon una red de 1.318 empresas en el corazón de la economía global, encontrando que 147 empresas (menos del 1%) forman una macroentidad que controla el 40 por ciento de la riqueza mundial. En la punta de esta pirámide se encuentran los principales bancos: Barclays, JP Morgan, Bank of America, UBS, AXA, Goldman Sachs y Deutsche Bank, entre otros. La estrecha relación que hay entre ellos los hace plenamente vulnerables ante un colapso.
La idea de que unos pocos banqueros controlan gran parte de la economìa mundial siempre ha sido objeto de críticas por considerarla una idea “conspiranoica”. Sin embargo, este estudio realizado por los científicos Stefania Vitali, James B. Glattfelder y Stefano Battistones, teóricos de sistemas complejos, es el primero en ir más allá de la ideología para identificar detalladamente la relación de poder.
Los investigadores trabajaron con una base de datos de 37 millones de empresas de todo el mundo y buscaron las interconexiones entre ellas obteniendo las 43.000 transnacionales que las unían. Luego desarrollaron un modelo para estudiar la participación de las redes de accionistas que unían a estas transnacionales y llegaron a determinar un núcleo con 1.318 empresas (ver imagen), que representan el 60% de los ingresos mundiales.
En su proceso de desenredar aún más la telaraña de esta red, encontraron un “súper nucleo” de 147 empresas estrechamente unidos que son los que controlan el 40% de la economía mundial. La gran mayoría de estas empresas son entidades financieras de Estados Unidos y el Reino Unido. ¿Comprende ahora el nerviosismo de los mercados y de las agencias de calificación ante las actuales turbulencias financieras?
El trío de científicos destaca que en su análisis no hay un juicio acerca de si la concentración del poder económico es buena o mala. Sin embargo en un entorno de fuerte inestabilidad, la concentración a estos niveles hace que el pánico se propague con mayor intensidad, y que se amplifiquen los efectos de una economía enferma."
Fonte do texto e da foto: 'El Blog Salmón'"
Só repassei a informação de outro Blog altissimamente confiável que é o do Theotonio dos Santos. Importante salientar que a tônica da informação do recente estudo parece ser mais quanto a uma constatação objetiva de concentração de 40% da economia mundial sob o controle de 147 empresas. Naturalmente, considera os efeitos desta concentração na sociedade internacional, mas não tive acesso a essas conclusões. Assim, é um estudo diferente em relação ao que foi apresentado no livro "A Trilateral", pois este constatava a existência destas conexões entre gigantescas empresas multinacionais, universidades e órgãos de governos americanos, europeus e japoneses com o objetivo declarado e registrado em atas de reuniões da Comissão Trilateral de aumentar suaparticipação na economia mundial em detrimento dos países e indústrias dos países que não fizessem parte docinturão econômico-político do norte.
O estudo recente somente confirma a concentração da economia mundial em poucas empresas, evidenciando que uma parte do que era delcarado no livro "A Trilateral" estava correta: há concentração de riqueza e conexões entre poucas empresas no mundo, com a primazia de empresas americanas e inglesas e com a liderança de grandes bancos privados mundiais. Naturalmente as consequências desta concentração de poder econômico podem ser concluídas por alguns. Quem tem poder econômico em seguida exerce poder político. Assim, na minha leitura, este recente estudo suíço evidencia a correção das assertivas publicadas no livro "A Trilateral". Não é à toa que as movimentações dos "99%" nos EUA ou de todos os cidadãos afetados pela crise no mundo rico ocorrem mas os jornais não publicam.
Há dez anos soube que 75% das imagens produzidas no mundo são inglesas ou norteamericanas. Aliando isso às denúncias do livro "A Trilateral" e mais ao recente estudo suíço, podemos constatar que há muito mais do que mera fumaça em relação às "teorias conspiratórias" a que estávamos acostumados a ouvir com desdém... Temos de entender que o mundo não é simplesmente... ele é criado, propagandeado nos termos como se apresenta hoje a nós. Grupos de interesse limitam a atuação da sociedade em sociedade, seja isso bom ou ruim, para o bem ou para o mal. Não importa.
Se vocÊ entende que isso existe, pode passar a ver de forma mais crítica os fatos da vida e os fatos publicados na mídia que serve a esse sistema atual posto. E mais importante, verifica-se que as coisas podem ser de forma diferente (mesmo dentro do capitalismo). Mas aí você não pode admitir deixar-se ser conduzido por quem desenha a política mundial e nacional. Você tem que se responsabilizar. Você tem que questionar e entrar no jogo político para parar de sofrer as consequências pelas decisões desses pequenos grupos e conglomerados internacionais e passar a fazer diferença para garantir melhora de vida para você, para sua família, para seus concidadãos, para seu País e para os demais cidadãos no mundo que sofrem a ação determinada desses conglomerados como você mesmo.
É hora de acordar. História da carochinha não são as análises sérias sobre a interrelação de interesse internacional entre empresas multinacionais, bancos, órgãos de governo de países do centro do capitalismo mundial e universidades desses países (o que fundamenta informações sérias sobre o que leva a alcunha pejorativa de "teorias conspiratórias"). É interessante constatar que história da carochinha e risível é a história que você vê publicada cotidianamente pela televisão ou pela mídia escrita, no sofá da sua casa.
p.s.: revisto e ampliado.
sexta-feira, 28 de outubro de 2011
Autoritarismo Latente e Efetivo de Dilma?
Estamos levemente atentos. Não diria ainda preocupados.. mas atentos.
A Presidente Dilma está fazendo um bom trabalho social. O IPEA indica que para resgate de miseráveis o melhor é aumento e ampliação do Bolsa Família (já publicamos isso aqui). Aumento de salário mínimo não atinge a classe E tanto quanto o Bolsa Família e Programas Sociais. Aumento de salário mínimo atinge mais classe D e C. E nem um nem outro atingem ou melhoram a classe média e média alta, somente a melhora em prestação de serviço de saúde e educação atingiria positivamente a classe média (com repercussão óbvia positiva para todas as demais).
Assim, para acabar com a miséria no Brasil, há que ampliar eficientemente Programas Sociais. Ok. Aumento de salário mínimo como implementado anualmente até chegar-se a um valor digno também é necessário e isto está sendo feito. Mais lentamente, como tem que ser para não criar inflação ou sumir com disponibilidade de empregos desqualificados antes de a população se educar para não depender desse tipo de emprego. Ok.
Entretanto o investimento em Educação e em Saúde, que benefica a todos e ainda à classes média (rico não precisa de prestação de serviço público, ele paga... mas não precisaria se serviços públicos fossem bons como na Europa) chega lentamente, mas deveria chegar pesado na forma de aumento de salário de médico e professor. É o controle inflacionário...
Entendemos a preocupação da Presidente com o controle inflacionário, mas em função disso, estão acontecendo algumas coisas preocupantes e aí a razão deste artigo.
Tentar organizar as finanças para baixar juros selic, cortando gastos e privilegiando manutenção de programas sociais é compreensível, mas onde está o limite? Na lei e na Constituição.
Dilma não está respeitando a Constituição da República ao admitir o ataque federativo aos valores devidos aos Estado produtores de petróleo como compensação financeira pela exploração de petróleo, como previsto no artigo 20 da Constituição. Isso aumenta verbas destinadas à União Federal também e ajuda na organização das finanças da União, mas a que custo? Ao custo do princípio federativo. Ao custo do acordo feito entre Lula e os Governadores dos Estados produtores de petróleo, em especial RJ e ES.
Dilma não ativou a bancada do Governo no Congresso para evitar a aprovaçaõ do Projeto de Ibsen Pinheiro, criminoso contra a República brasileira, e não se sabe se efetuará veto à proposta que mexe inclusive com valores já contratados dos campos já emmprodução, no pós-sal. Preocupante. Preocupante e inócuo, pois o RJ e ES entrarão com Ação Direta de Inconstitucionalidade e impedirão eese crime federativo.
Mas o importante aqui não é o resultado do ato, mas a nalíse do ato em si. A Dilma se dispôs a trair acordo realizado por seu antecessor, de quem é direta sucessora, mesmo contra a Constituição e com motivação direta em aumento de arrecadação pela União Federal. Preocupante. Maquiavélico. Mas pior, não é ato isolado!
Dilma também está utilizando dinheiro do Judiciário para manter programas sociais ou ampliá-los, mas isso viola a Constituiçãoda República. Viola a Constituição da República porque desrespeita o limite destinado pela Constituição ao Judiciário para se organizar e prestar serviço à população: o limite é de 6% do Orçamento da União.
Não ter enviado o orçamento integral do Judiciário, que respeitou tal limite, por mais que a mídia não publique, é violação da Constiuição e quiçá crime de responsabilidade com base no artigo 85, 86, 99 c/c 166, §§5º a 7º da Constituição da República. E pior, é ofender-se o princípio da separação dos Poderes da República diminuindo o Judiciário a reles órgão do Executivo. Isto é grave. Dilma também traiu o acordo feito entre Lula, o Judiciário e os servidores do Judiciário. Grave.
Veja o resultado: o STF perde funcionários para 14 carreiras públicas que pagam até 100% a mais para os mesmos cargos exercidos pelos servidores do Judiciário. Mas mais do que isso. O STF perde funciónários para escritórios de advocacia em Braília, de olho na qualificaçaõ dos servidores do Judiciário. Quem queria que o Brasil se parecesse com os EUA, neste quesito está conseguindo. É comum em filmes vermos que advogados bem sucedidos americanos são originários de cargos de Promotores de Justiça. Bom, os servidores do Judiciário da União estamos perdendo...
No RJ o último concurso de funcionários gerou o convite para tomar posse a 50funcionários e somnete 17 aceitaram. 33 preferiram continuar estudando ou esperar a chamada de outros concursos para os quais passaram e pagam mais do que o Judiciário. Chefias de Gabinete e Supervisões estão sem funcionários para exercê-las.
Não fosse suficiente o prejuízo ao serviço público e à prestação de serviço público à população, há a ofensa à autonomia orçamentária a um Poder da República, submetendo-o e retirando-lhe a prerrogativa de gerir seus valores constitucionalmente destinados para o exercício de seu mister público e social: analisar e reconhecer direitos do cidadão, em grande parte reconhecer direitos contra a própria União e suas estatais e autarquias, como normalmente ocorre nos julgamentos de processos do Judiciário da União ou seja, na Justiça Militar, Eleitoral, Justiça do Trabalho e principalmente na Justiça Federal.
Isto é grave como precedente. Mas não é só. No afã de desenvolver uma realpolitik petista, o Ministéio da Educação gasta dinheiro público fazendo livros com erro de português para ensinar em massa português erroneamente falado pelos populares menos educados. Ao invés de pretender resgatar os filhos desses cidadãos do erro linguístico, e até seus pais, unilateralmente adota o erro linguístico e o propala com dinheiro público. Conduta não discutida com a sociedade e justificada sob uma visão esquisita do "bem do povo".
O mesmo se diga com o "kit rosa". Ensinar e propagar opção sexual seja lá qual for, com dinheiro público, sem discussão com a sociedade? Absurdo. Mais um ato unilateral populista e a "bem do povo" calcado em visão e apelo "politicamente correta". Esquisitíssimo. Ela depois desautorizou tais publicações.
E a adoção de uma política de "inclusão automática" de portadores de deficiência em turmas regulares? E a tentativa, barrada pela sociedade a muito custo e muito movimento popular, de fechamento de instituições seculares de ensino especial, o INES e o Instituto Benjamin Constant? Nessa hipótese, gente, que pude ver de perto, a determinação do Ministério do PT foi aterradora. O unilateralismo xiita petista adotou quase uma postura fascista e as repercussões por todo o País têm sido gravíssimas com desfazimento de classes especiais por todos os Estados e Muicípios do País para receber verba em dobro prevista em decreto federal para quem tivesse aluno com deficiÊncia em turmas regulares. Muito complicado.
Não duvido das boas intenções da Presidente Dilma, quero deixar claro. Se duvidasse não teria votado nela e não estaria escrevendo dessa forma reflexiva. Estaria acusando abertamente.
O foco correto em influenciar as contas de mercado para justificar baixas necessárias (sem dúvida) do juros selic não pode ocorrer a qualquer custo. E não pode ocorrer principalmente à custa da palavra do presidente Lula, à custa da confiança depositada pelos servidores públicos que obtiveram promessas de valorização remuneratória, à custa da melhoria do serviço público e à custa da democracia.
Durona sim, objetiva sim, mas autoritária, anti-democrática e voltada somente para resultados econômicos monitorados pelo mercado não.
A Presidente Dilma está fazendo um bom trabalho social. O IPEA indica que para resgate de miseráveis o melhor é aumento e ampliação do Bolsa Família (já publicamos isso aqui). Aumento de salário mínimo não atinge a classe E tanto quanto o Bolsa Família e Programas Sociais. Aumento de salário mínimo atinge mais classe D e C. E nem um nem outro atingem ou melhoram a classe média e média alta, somente a melhora em prestação de serviço de saúde e educação atingiria positivamente a classe média (com repercussão óbvia positiva para todas as demais).
Assim, para acabar com a miséria no Brasil, há que ampliar eficientemente Programas Sociais. Ok. Aumento de salário mínimo como implementado anualmente até chegar-se a um valor digno também é necessário e isto está sendo feito. Mais lentamente, como tem que ser para não criar inflação ou sumir com disponibilidade de empregos desqualificados antes de a população se educar para não depender desse tipo de emprego. Ok.
Entretanto o investimento em Educação e em Saúde, que benefica a todos e ainda à classes média (rico não precisa de prestação de serviço público, ele paga... mas não precisaria se serviços públicos fossem bons como na Europa) chega lentamente, mas deveria chegar pesado na forma de aumento de salário de médico e professor. É o controle inflacionário...
Entendemos a preocupação da Presidente com o controle inflacionário, mas em função disso, estão acontecendo algumas coisas preocupantes e aí a razão deste artigo.
Tentar organizar as finanças para baixar juros selic, cortando gastos e privilegiando manutenção de programas sociais é compreensível, mas onde está o limite? Na lei e na Constituição.
Dilma não está respeitando a Constituição da República ao admitir o ataque federativo aos valores devidos aos Estado produtores de petróleo como compensação financeira pela exploração de petróleo, como previsto no artigo 20 da Constituição. Isso aumenta verbas destinadas à União Federal também e ajuda na organização das finanças da União, mas a que custo? Ao custo do princípio federativo. Ao custo do acordo feito entre Lula e os Governadores dos Estados produtores de petróleo, em especial RJ e ES.
Dilma não ativou a bancada do Governo no Congresso para evitar a aprovaçaõ do Projeto de Ibsen Pinheiro, criminoso contra a República brasileira, e não se sabe se efetuará veto à proposta que mexe inclusive com valores já contratados dos campos já emmprodução, no pós-sal. Preocupante. Preocupante e inócuo, pois o RJ e ES entrarão com Ação Direta de Inconstitucionalidade e impedirão eese crime federativo.
Mas o importante aqui não é o resultado do ato, mas a nalíse do ato em si. A Dilma se dispôs a trair acordo realizado por seu antecessor, de quem é direta sucessora, mesmo contra a Constituição e com motivação direta em aumento de arrecadação pela União Federal. Preocupante. Maquiavélico. Mas pior, não é ato isolado!
Dilma também está utilizando dinheiro do Judiciário para manter programas sociais ou ampliá-los, mas isso viola a Constituiçãoda República. Viola a Constituição da República porque desrespeita o limite destinado pela Constituição ao Judiciário para se organizar e prestar serviço à população: o limite é de 6% do Orçamento da União.
Não ter enviado o orçamento integral do Judiciário, que respeitou tal limite, por mais que a mídia não publique, é violação da Constiuição e quiçá crime de responsabilidade com base no artigo 85, 86, 99 c/c 166, §§5º a 7º da Constituição da República. E pior, é ofender-se o princípio da separação dos Poderes da República diminuindo o Judiciário a reles órgão do Executivo. Isto é grave. Dilma também traiu o acordo feito entre Lula, o Judiciário e os servidores do Judiciário. Grave.
Veja o resultado: o STF perde funcionários para 14 carreiras públicas que pagam até 100% a mais para os mesmos cargos exercidos pelos servidores do Judiciário. Mas mais do que isso. O STF perde funciónários para escritórios de advocacia em Braília, de olho na qualificaçaõ dos servidores do Judiciário. Quem queria que o Brasil se parecesse com os EUA, neste quesito está conseguindo. É comum em filmes vermos que advogados bem sucedidos americanos são originários de cargos de Promotores de Justiça. Bom, os servidores do Judiciário da União estamos perdendo...
No RJ o último concurso de funcionários gerou o convite para tomar posse a 50funcionários e somnete 17 aceitaram. 33 preferiram continuar estudando ou esperar a chamada de outros concursos para os quais passaram e pagam mais do que o Judiciário. Chefias de Gabinete e Supervisões estão sem funcionários para exercê-las.
Não fosse suficiente o prejuízo ao serviço público e à prestação de serviço público à população, há a ofensa à autonomia orçamentária a um Poder da República, submetendo-o e retirando-lhe a prerrogativa de gerir seus valores constitucionalmente destinados para o exercício de seu mister público e social: analisar e reconhecer direitos do cidadão, em grande parte reconhecer direitos contra a própria União e suas estatais e autarquias, como normalmente ocorre nos julgamentos de processos do Judiciário da União ou seja, na Justiça Militar, Eleitoral, Justiça do Trabalho e principalmente na Justiça Federal.
Isto é grave como precedente. Mas não é só. No afã de desenvolver uma realpolitik petista, o Ministéio da Educação gasta dinheiro público fazendo livros com erro de português para ensinar em massa português erroneamente falado pelos populares menos educados. Ao invés de pretender resgatar os filhos desses cidadãos do erro linguístico, e até seus pais, unilateralmente adota o erro linguístico e o propala com dinheiro público. Conduta não discutida com a sociedade e justificada sob uma visão esquisita do "bem do povo".
O mesmo se diga com o "kit rosa". Ensinar e propagar opção sexual seja lá qual for, com dinheiro público, sem discussão com a sociedade? Absurdo. Mais um ato unilateral populista e a "bem do povo" calcado em visão e apelo "politicamente correta". Esquisitíssimo. Ela depois desautorizou tais publicações.
E a adoção de uma política de "inclusão automática" de portadores de deficiência em turmas regulares? E a tentativa, barrada pela sociedade a muito custo e muito movimento popular, de fechamento de instituições seculares de ensino especial, o INES e o Instituto Benjamin Constant? Nessa hipótese, gente, que pude ver de perto, a determinação do Ministério do PT foi aterradora. O unilateralismo xiita petista adotou quase uma postura fascista e as repercussões por todo o País têm sido gravíssimas com desfazimento de classes especiais por todos os Estados e Muicípios do País para receber verba em dobro prevista em decreto federal para quem tivesse aluno com deficiÊncia em turmas regulares. Muito complicado.
Não duvido das boas intenções da Presidente Dilma, quero deixar claro. Se duvidasse não teria votado nela e não estaria escrevendo dessa forma reflexiva. Estaria acusando abertamente.
O foco correto em influenciar as contas de mercado para justificar baixas necessárias (sem dúvida) do juros selic não pode ocorrer a qualquer custo. E não pode ocorrer principalmente à custa da palavra do presidente Lula, à custa da confiança depositada pelos servidores públicos que obtiveram promessas de valorização remuneratória, à custa da melhoria do serviço público e à custa da democracia.
Durona sim, objetiva sim, mas autoritária, anti-democrática e voltada somente para resultados econômicos monitorados pelo mercado não.
Análise Econômica Interna e Externa outubro/2011 - Juros, inflação, Pib e perspectiva sobre bolha imobiliária, inclusive aluguéis.
Trago um artigo do Jornal Globo On Line que vale a pena ler. Acesse: http://oglobo.globo.com/economia/mat/2011/10/27/premio-nobel-de-economia-diz-que-risco-de-colapso-do-euro-nao-acabou-mas-esta-menor-925676528.asp
Pessoal, as consequências da admissão européia do calote grego em 50% da dívida são ótimas. Isso facilita um quadro de recuperação européia, o que ainda está longe de ser uma realidade indiscutível. Mas a evolução está indo bem.
O artigo que aponto como devendo ser lido está 100% na direção da nbossa análise. Controle de inflação, neste momento, assim como corte de despesas não é o mais importante porque "sem crescimento econômico é impossível saldar as dívidas" (citação livre do prêmio nobel em economia entrevistado).
O que dizíamos aqui? Cadê o prêmio Nobel do Blog? Rsrsrsrs
Quem nos acompanha já sabe... nossa análise não muda ao sabor da publicação de mídia e por isso nossos leitores não têm surpresas...
Qual a situação? Internacional, gente, é o seguinte. A boa decisão européia afasta o risco de quebra européia em curto prazo. Mas o importante é EUA, Japão e UE voltarem a crescer. Com queda de emprego e renda economias não se retomam. Portanto, olho nesses indicadores.
Como não há previsão de crescimentos econômicos e de emprego e renda significativos nos EUA, UE e Japão, grandes economias que giram o mundo, a previsão é de pequena demanda internacional de commodities (petróleo e minério em especial) o que gera baixa dos mesmos, baixa de pressões inflacionárias pela perspectiva externa e libera o Brasil para continuar baixando Selic tranquilamente.
A continuidade de política correta de distribuição de renda (Bolsa família e demais programas sociais), aliado à baixa de juros pode parar a retração da economia e manter o índice de desemprego ou baixá-lo, compensando internamente a falta de demanda externa para nossa produção. Temos de manter crescimento econômico e não podemos admitir queda do mesmo além do que já está ocorrendo. Crescimento abaixo de 4% é prejuízo grave para nossa economia e nossas pretensões de melhora de mercado de trabalho, na busca pelo pleno emprego, assim como na busca pela melhora de qualidade de vida da população e aumento de renda per capita até padrões hoje europeus (US$45.000,00). Hoje nossa renda percapita é de US$10.000,00 e devemos chegar a US$21.000,00, como a Coréia do Sul.
A queda de taxa de juros é urgente e necessária e está atrasada, mas antes tarde do que nunca. Isso diminuirá peso de pagamento de dívida e baixará nossa relação dívida/pib. É assim que devemos continuar. O potencial brasileiro é de baixa de juros até 8 a 9% nesse momento. Em seguida deveremos desindexar a remuneração da poupança para viabilizar mais queda de juros de forma responsável. Esperamos que a mídia e a oposição não digam de novo que isso é roubar a poupança! Por favor, responsabilidade nessa hora. Os juros reais pagos pelos EUA, UE e Japão são negativos em até 2,5%, se descontar-se a inflação (2,5% a 3% em média) da remuneração da dívida pública (0,5% a 1,25% em média) através de juros. Nós, que temos economia melhor que todos eles, devemos chegar a pagar, num primeiro momento, de 2% a 3% de juros reais, no máximo.. no máximo. Portanto, com inflação prevista de 6,5% para 2011 (será abaixo) e de 5,4% em 2012, deveríamos pagar juros selic, hoje, no máximo, de 9,5% em 2011 (estará em 10,5% em dez/2011, na melhor das hipóteses) e de 8,5% no máximo em 2012 (a previsão é de 10%). Cada 1% a mais de juros sobre 1,8 trilhão de dívida são 18 bilhões de reais gastos imotivadamente, ou seja, 2,3 vezes o aumento do Judiciário (que não precisa desse valor pois o orçamento do Judiciário sozinho paga essa necessiade de investimento estatal), 1/3 de todo o aumento necessário de investimento em saúde para satisfazer nossas necessidades em todo o País (estimados em 60 bilhões de reais pelo antigo Ministro da Saúde em entrevista à Marília gabriela em 2010) ou equivale ao aumento do piso dos policiais em todo o País (de uma vez só). Cada estação de metrô no RJ custa um bilhão de reais ou 3 bilhões contando com toda a construção de túneis para ligá-la ao sistema;logo são 18 estações em todo o Brasil ou seis ligadas à rede de metrô. Tudo isso seria prestação de serviço público à população, mas pagamos imotivadamente mais de três vezes isso a banqueiros nacionais e internacionais... e a cada ano!!!! Então baixar juros é uma meta. Estamos indo, agora, bem nesse caminho.
Internamente as famílias ainda estão endividadas e isto permanecerá por um tempo (não menos de três anos), portanto, a tendência em relação à imóveis e aluguel continua a mesma: tendência de queda por este ano e pelos próximos (três anos, creio - a capacidade de endividamento da família anda de mãos dadas com valorização de imóvel, além é claro da disponibilização de terrenos no local de construção, claro). O valor de aluguéis e imóveis cresceram além da renda existente. A correção está a caminho.
Por outro lado, haverá sensação de riqueza relativa em relação ao exterior, pois precisando de valores, os países ricos baixarão preços de serviços e bens e viagens para o exterior serão mais fáceis (principalmente porque o câmbio tem que ficar controlado entre 1,60 e 1,80, para estabilidade da nossa economia e o BACEN tem como fazer isso: 380 bilhões de dólares em reservas cambiais fora o Fundo Soberano). Mas que não se confunda isso com a nossa situação interna. Hoje, ser rico para fora está mais fácil do que ser rico aqui dentro... quem mora no RJ e São Paulo que o diga.
Inflação está controlada, e como o prêmio nobel falou na entrevista citada acima, "há exagero de agressividade nas medidas contra a inflação no Brasil" (citação livre). O que falávamos?
Baixem o juros Selic e controlem a inflação com medidas macroprudenciais como estava sendo feito em dezembro de 2010. Isto é o correto para o Brasil.
Seguimos juntos.
p.s.: revisto e ampliado
Pessoal, as consequências da admissão européia do calote grego em 50% da dívida são ótimas. Isso facilita um quadro de recuperação européia, o que ainda está longe de ser uma realidade indiscutível. Mas a evolução está indo bem.
O artigo que aponto como devendo ser lido está 100% na direção da nbossa análise. Controle de inflação, neste momento, assim como corte de despesas não é o mais importante porque "sem crescimento econômico é impossível saldar as dívidas" (citação livre do prêmio nobel em economia entrevistado).
O que dizíamos aqui? Cadê o prêmio Nobel do Blog? Rsrsrsrs
Quem nos acompanha já sabe... nossa análise não muda ao sabor da publicação de mídia e por isso nossos leitores não têm surpresas...
Qual a situação? Internacional, gente, é o seguinte. A boa decisão européia afasta o risco de quebra européia em curto prazo. Mas o importante é EUA, Japão e UE voltarem a crescer. Com queda de emprego e renda economias não se retomam. Portanto, olho nesses indicadores.
Como não há previsão de crescimentos econômicos e de emprego e renda significativos nos EUA, UE e Japão, grandes economias que giram o mundo, a previsão é de pequena demanda internacional de commodities (petróleo e minério em especial) o que gera baixa dos mesmos, baixa de pressões inflacionárias pela perspectiva externa e libera o Brasil para continuar baixando Selic tranquilamente.
A continuidade de política correta de distribuição de renda (Bolsa família e demais programas sociais), aliado à baixa de juros pode parar a retração da economia e manter o índice de desemprego ou baixá-lo, compensando internamente a falta de demanda externa para nossa produção. Temos de manter crescimento econômico e não podemos admitir queda do mesmo além do que já está ocorrendo. Crescimento abaixo de 4% é prejuízo grave para nossa economia e nossas pretensões de melhora de mercado de trabalho, na busca pelo pleno emprego, assim como na busca pela melhora de qualidade de vida da população e aumento de renda per capita até padrões hoje europeus (US$45.000,00). Hoje nossa renda percapita é de US$10.000,00 e devemos chegar a US$21.000,00, como a Coréia do Sul.
A queda de taxa de juros é urgente e necessária e está atrasada, mas antes tarde do que nunca. Isso diminuirá peso de pagamento de dívida e baixará nossa relação dívida/pib. É assim que devemos continuar. O potencial brasileiro é de baixa de juros até 8 a 9% nesse momento. Em seguida deveremos desindexar a remuneração da poupança para viabilizar mais queda de juros de forma responsável. Esperamos que a mídia e a oposição não digam de novo que isso é roubar a poupança! Por favor, responsabilidade nessa hora. Os juros reais pagos pelos EUA, UE e Japão são negativos em até 2,5%, se descontar-se a inflação (2,5% a 3% em média) da remuneração da dívida pública (0,5% a 1,25% em média) através de juros. Nós, que temos economia melhor que todos eles, devemos chegar a pagar, num primeiro momento, de 2% a 3% de juros reais, no máximo.. no máximo. Portanto, com inflação prevista de 6,5% para 2011 (será abaixo) e de 5,4% em 2012, deveríamos pagar juros selic, hoje, no máximo, de 9,5% em 2011 (estará em 10,5% em dez/2011, na melhor das hipóteses) e de 8,5% no máximo em 2012 (a previsão é de 10%). Cada 1% a mais de juros sobre 1,8 trilhão de dívida são 18 bilhões de reais gastos imotivadamente, ou seja, 2,3 vezes o aumento do Judiciário (que não precisa desse valor pois o orçamento do Judiciário sozinho paga essa necessiade de investimento estatal), 1/3 de todo o aumento necessário de investimento em saúde para satisfazer nossas necessidades em todo o País (estimados em 60 bilhões de reais pelo antigo Ministro da Saúde em entrevista à Marília gabriela em 2010) ou equivale ao aumento do piso dos policiais em todo o País (de uma vez só). Cada estação de metrô no RJ custa um bilhão de reais ou 3 bilhões contando com toda a construção de túneis para ligá-la ao sistema;logo são 18 estações em todo o Brasil ou seis ligadas à rede de metrô. Tudo isso seria prestação de serviço público à população, mas pagamos imotivadamente mais de três vezes isso a banqueiros nacionais e internacionais... e a cada ano!!!! Então baixar juros é uma meta. Estamos indo, agora, bem nesse caminho.
Internamente as famílias ainda estão endividadas e isto permanecerá por um tempo (não menos de três anos), portanto, a tendência em relação à imóveis e aluguel continua a mesma: tendência de queda por este ano e pelos próximos (três anos, creio - a capacidade de endividamento da família anda de mãos dadas com valorização de imóvel, além é claro da disponibilização de terrenos no local de construção, claro). O valor de aluguéis e imóveis cresceram além da renda existente. A correção está a caminho.
Por outro lado, haverá sensação de riqueza relativa em relação ao exterior, pois precisando de valores, os países ricos baixarão preços de serviços e bens e viagens para o exterior serão mais fáceis (principalmente porque o câmbio tem que ficar controlado entre 1,60 e 1,80, para estabilidade da nossa economia e o BACEN tem como fazer isso: 380 bilhões de dólares em reservas cambiais fora o Fundo Soberano). Mas que não se confunda isso com a nossa situação interna. Hoje, ser rico para fora está mais fácil do que ser rico aqui dentro... quem mora no RJ e São Paulo que o diga.
Inflação está controlada, e como o prêmio nobel falou na entrevista citada acima, "há exagero de agressividade nas medidas contra a inflação no Brasil" (citação livre). O que falávamos?
Baixem o juros Selic e controlem a inflação com medidas macroprudenciais como estava sendo feito em dezembro de 2010. Isto é o correto para o Brasil.
Seguimos juntos.
p.s.: revisto e ampliado
sexta-feira, 21 de outubro de 2011
Um novo mundo com qualidade de vida é possível, diz filósofo em "Ocuppy Wall Street"
Reproduzo o texto do site Carta Maior. Importantíssimo. Concordo 100% com o conteúdo e está 100% em consonância com os valores, crenças e objetivos do Blog Perspectiva Crítica. O texto me foi enviado pela minha professora de italiano Daniela Marques. Obrigado por todos os leitores, Dani.
Texto:
Acesse o original em http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=18669
Texto:
"O filósofo e escritor esloveno Slavoj Zizek visitou a acampamento do movimento Ocupar Wall Street, no parque Zuccotti, em Nova York e falou aos manifestantes. “Estamos testemunhando como o sistema está se autodestruindo. "Quando criticarem o capitalismo, não se deixem chantagear pelos que vos acusam de ser contra a democracia. O casamento entre a democracia e o capitalismo acabou". Leia a íntegra do pronunciamento de Zizek.
Slavoj Zizek
Durante o crash financeiro de 2008, foi destruída mais propriedade privada, ganha com dificuldades, do que se todos nós aqui estivéssemos a destruí-la dia e noite durante semanas. Dizem que somos sonhadores, mas os verdadeiros sonhadores são aqueles que pensam que as coisas podem continuar indefinidamente da mesma forma.
Não somos sonhadores. Somos o despertar de um sonho que está se transformando num pesadelo. Não estamos destruindo coisa alguma. Estamos apenas testemunhando como o sistema está se autodestruindo.
Todos conhecemos a cena clássica do desenho animado: o coiote chega à beira do precipício, e continua a andar, ignorando o fato de que não há nada por baixo dele. Somente quando olha para baixo e toma consciência de que não há nada, cai. É isto que estamos fazendo aqui.
Estamos a dizer aos rapazes de Wall Street: “hey, olhem para baixo!”
Em abril de 2011, o governo chinês proibiu, na TV, nos filmes e em romances, todas as histórias que falassem em realidade alternativa ou viagens no tempo. É um bom sinal para a China. Significa que as pessoas ainda sonham com alternativas, e por isso é preciso proibir este sonho. Aqui, não pensamos em proibições. Porque o sistema dominante tem oprimido até a nossa capacidade de sonhar.
Vejam os filmes a que assistimos o tempo todo. É fácil imaginar o fim do mundo, um asteróide destruir toda a vida e assim por diante. Mas não se pode imaginar o fim do capitalismo. O que estamos, então, a fazer aqui?
Deixem-me contar uma piada maravilhosa dos velhos tempos comunistas. Um fulano da Alemanha Oriental foi mandado para trabalhar na Sibéria. Ele sabia que o seu correio seria lido pelos censores, por isso disse aos amigos: “Vamos estabelecer um código. Se receberem uma carta minha escrita em tinta azul, será verdade o que estiver escrito; se estiver escrita em tinta vermelha, será falso”. Passado um mês, os amigos recebem uma primeira carta toda escrita em tinta azul. Dizia: “Tudo é maravilhoso aqui, as lojas estão cheias de boa comida, os cinemas exibem bons filmes do ocidente, os apartamentos são grandes e luxuosos, a única coisa que não se consegue comprar é tinta vermelha.”
É assim que vivemos – temos todas as liberdades que queremos, mas falta-nos a tinta vermelha, a linguagem para articular a nossa ausência de liberdade. A forma como nos ensinam a falar sobre a guerra, a liberdade, o terrorismo e assim por diante, falsifica a liberdade. E é isso que estamos a fazer aqui: dando tinta vermelha a todos nós.
Existe um perigo. Não nos apaixonemos por nós mesmos. É bom estar aqui, mas lembrem-se, os carnavais são baratos. O que importa é o dia seguinte, quando voltamos à vida normal. Haverá então novas oportunidades? Não quero que se lembrem destes dias assim: “Meu deus, como éramos jovens e foi lindo”.
Lembrem-se que a nossa mensagem principal é: temos de pensar em alternativas. A regra quebrou-se. Não vivemos no melhor mundo possível, mas há um longo caminho pela frente – estamos confrontados com questões realmente difíceis. Sabemos o que não queremos. Mas o que queremos? Que organização social pode substituir o capitalismo? Que tipo de novos líderes queremos?
Lembrem-se, o problema não é a corrupção ou a ganância, o problema é o sistema. Tenham cuidado, não só com os inimigos, mas também com os falsos amigos que já estão trabalhando para diluir este processo, do mesmo modo que quando se toma café sem cafeína, cerveja sem álcool, sorvete sem gordura.
Vão tentar transformar isso num protesto moral sem coração, um processo descafeinado. Mas o motivo de estarmos aqui é que já estamos fartos de um mundo onde se reciclam latas de coca-cola ou se toma um cappuccino italiano no Starbucks, para depois dar 1% às crianças que passam fome e fazer-nos sentir bem com isso. Depois de fazer outsourcing ao trabalho e à tortura, depois de as agências matrimoniais fazerem outsourcing da nossa vida amorosa, permitimos que até o nosso envolvimento político seja alvo de outsourcing. Queremos ele de volta.
Não somos comunistas, se o comunismo significa o sistema que entrou em colapso em 1990. Lembrem-se que hoje os comunistas são os capitalistas mais eficientes e implacáveis. Na China de hoje, temos um capitalismo que é ainda mais dinâmico do que o vosso capitalismo americano. Mas ele não precisa de democracia. O que significa que, quando criticarem o capitalismo, não se deixem chantagear pelos que vos acusam de ser contra a democracia. O casamento entre a democracia e o capitalismo acabou.
A mudança é possível. O que é que consideramos possível hoje? Basta seguir os meios de comunicação. Por um lado, na tecnologia e na sexualidade tudo parece ser possível. É possível viajar para a lua, tornar-se imortal através da biogenética. Pode-se ter sexo com animais ou qualquer outra coisa. Mas olhem para os terrenos da sociedade e da economia. Nestes, quase tudo é considerado impossível. Querem aumentar um pouco os impostos aos ricos? Eles dizem que é impossível. Perdemos competitividade. Querem mais dinheiro para a saúde? Eles dizem que é impossível, isso significaria um Estado totalitário. Algo tem de estar errado num mundo onde vos prometem ser imortais, mas em que não se pode gastar um pouco mais com cuidados de saúde.
Talvez devêssemos definir as nossas prioridades nesta questão. Não queremos um padrão de vida mais alto – queremos um melhor padrão de vida. O único sentido em que somos comunistas é que nos preocupamos com os bens comuns. Os bens comuns da natureza, os bens comuns do que é privatizado pela propriedade intelectual, os bens comuns da biogenética. Por isto e só por isto devemos lutar.
O comunismo falhou totalmente, mas o problema dos bens comuns permanece. Eles dizem-nos que não somos americanos, mas temos de lembrar uma coisa aos fundamentalistas conservadores, que afirmam que eles é que são realmente americanos. O que é o cristianismo? É o Espírito Santo. O que é o Espírito Santo? É uma comunidade igualitária de crentes que estão ligados pelo amor um pelo outro, e que só têm a sua própria liberdade e responsabilidade para este amor. Neste sentido, o Espírito Santo está aqui, agora, e lá em Wall Street estão os pagãos que adoram ídolos blasfemos.
Por isso, do que precisamos é de paciência. A única coisa que eu temo é que algum dia vamos todos voltar para casa, e vamos voltar a encontrar-nos uma vez por ano, para beber cerveja e recordar nostalgicamente como foi bom o tempo que passámos aqui. Prometam que não vai ser assim. Sabem que muitas vezes as pessoas desejam uma coisa, mas realmente não a querem. Não tenham medo de realmente querer o que desejam. Muito obrigado
Tradução de Luis Leiria para o Esquerda.net"
Acesse o original em http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=18669
Os três maiores medos das grandes empresas e da mídia: pleno emprego, remuneração alta de servidores públicos e estabilidade do servidor público
Muito importante informarmos sobre a verdade por trás dos ataques da mídia contra aumento de salário de servidor público, no caso do Judiciário e de outras carreiras que não pagam mal. É o mesmo motivo pelo qual não dão publicidade à recente greve de professores do Rio de Janeiro para aumento de seus salários de R$750,00/R$900,00. É o mesmo motivo pelo qual não dão publicidade aos movimentos por melhoria salarial de médicos públicos. É a defesa do Estado mínimo, seja bom ou ruim para você. Se professores e médicos ganhassem melhor e pretendessem aumentos por necessidade de manutenção de seus quadros também seriam atacados pela mídia como hoje o são os servidores do Judiciário. Mas por quÊ? POr que a defesa tão veemente de Estado Mínimo? Porque assim pode a mídia e a área privada defender menos pagamento de imposto ao mesmo tempo em que diminui opção de empregos de qualidade para a população para administrar um excesso de mão-de-obra que mantenham os salários baixos. Salários e impostos são custos que devem ser diminuídos.
Aumento de remuneração no serviço público atrai o trabalhador da área privada para a área pública. Assim, para a área privada manter funcionários concorrendo com os salários da área pública, ela teria de aumentar seus salários. Isso seria bom para todo o cidadão, mas não é bom para as empresas e a mídia também é constituídda por empresas. Essa é uma grande verdade por trás desses ataques e sobre a qual até hoje não vi ninguém falar.
O pleno emprego é um medo agudo na área privada. É muito importante que ela faça tudo o que puder para manter excesso de mão-de-obra no mercado de trabalho, pois assim as pessoas são obrigadas a se submeter a qualquer salário ao passo que as empresas se tornam salvadoras da vida daqueles que as empregam. Esse mundo de excesso de mão-de-obra é o melhor dos mundos para as empresas privadas.
Nesse contexto, acabar com o Estado é ótimo pois você acaba com um empregador maciço de mão-de-obra e, inclusive, muita mão-de-obra especializada, pois são pessoas que são médicas, professores, economistas, advogados, contadores, engenheiros.
Você consegue ver? Tornar os salários da área pública baixos como os dos professores e o dos médicos e todos os outros é ótimo porque justifica pedido de menos impostos das empresas, enfraquece e diminui um grande empregador concorrente e ainda sobram profissionais para a área privada. Manter salários de todo o funcionalismo baixo é ótimo porque nenhum profissional almejará ir para a área pública e não se pode admitir que qualquer área seja valorizada para não alimentar a força de uma instituição como o Estado, único que pode limitar a liberdade das empresas em qualquer seara, inclusive na seara de fixação de salários. O Estado não fixa salário para a área privada, a não ser o mínmo, mas remunerando bem seus profissionais ela concorre por mão-de-obra qualificada no mercado de trabalho e a área privada fica com menos opções e é obrigada a aumentar salário.
Por isso também a perseguição do pleno emprego por um governo é um mal para a área privada. Ninguém fala contra, mas não deixa o Estado remunerar corretamente seus servidores e nem contratar em quantidade suficiente para a atual demanda social. Só querem privatização e terceirização, mas isso garante crescimento de empregos? Às vezes sim, às vezes não. Normalmente a privatização diminui empregos (eficiência adminstrativa, claro) mas a LIGHT privatizada melhorou com os bueiros explodindo pela cidade? Quantas pessoas a mais foram contratadas ou demitidas para que houvesse esse resultado? E a Supervia? O metrô melhorou após mais de 5 anos de privatização, acho que até 10 anos? As linhas férreas privatizadas, cresceram a malha ferroviária?
Não quero fugir do tema. Observem que todas as ações e publicações da área privada e sua mídia tem sempre um enfoque que termina por diminuir oferta ou qualidade de emprego. Privatizar reduz qualidade de emprego. Normalmente gera demissão e muitas vezes gera substituição de empregos de maior qualidade e remuneração por empregos com remuneração mais baixa e de menor qualidade para o trabalhador. Retirar opções de emprego através da diminuição do Estado, além de legitimar pedido de diminuição de impostos é excelente para manter excesso de mão-de-obra para que a área privada possa subvalorizar a remuneração da maioria dos profissionais. Veja isso.
E qual o outro grande medo da área privada? A estabilidade do servidor público. Por quÊ? Porque servidor público estável, senhores, não se curva à corrupção e a ilegalidades. Por mais que você veja corrupção, e por mais que pareça que é disseminada na administração, a CGU até hoje, depois de anos de atuação puniu e demitiu menos de 4.000 funcionários e autoridades. São um milhão de servidores públicos. Estamos falando de 0,00004% de funcionários públicos federais. É muito pouco. Isso porque o servidor não quer perder seu emprego estável. E uma grande parte dos condenados era de cargo em comissão!! Cargo sem estabilidade.
Sem estabilidade a área privada pode conseguir o que as empresas de ônibus conseguem no Detran/Rj, por exemplo: não são cobradas por multas e infrações de trânsito (uma notícia antiga informa que 16 milhões de reais em multa não forma cobradas em determinado ano). Por quÊ? Porque a maioria dos funcionários não é estável e se fizer o seu trabalho será demitido. Veja outro caso, após a realização de concurso público para fiscal de ICMS, no Governo Sérgio Cabral, a arrecadação do Estado do Rio de Janeiro de ICMS multiplicou em mais de 4 vezes ou mais até!!
A estabilidade é um perigo para as empresas privadas pois os servidores não têm medo de executar o seu mister indo até as últimas consequências.
Vou contar um fato real para vocês de um funcionário de uma grande instituição bancária pública. Ele é estável apesar de ser celetista, pois a empresa é pública e a demissão precisa de justificativa administrativa. Então um político de Brasília pediu empréstimo de vulto para sua empresa a esse funcionário público que estava num posto alto no Banco e era quem poderia autorizar o empréstimo. O servidor falou que seria um prazer conceder o empréstimo e que só seria necessário que a empresa desse as garantias e estaria fechado. O político então mencionou que não seriam necessárias as garantias porque a empresa era sólida. O servidor falou que tinha certeza disso mas eram as regras de rotina e "desnecessárias" (rsrs) do banco. O político então disse que se não fosse feito o empréstimo sem garantias ele pediria o cargo do servidor que estava em cargo de chefia e portanto era comissionado. O servidor respondeu o seguinte: "Excelência, as regras do banco são essas. Eu não posso arriscar perder meu emprego porque o senhor quer fazer um empréstimo sem garantir a operação para o banco. Se o senhor pretende pedir o meu cargo o senhor pode ficar à vontade, mas eu não posso perder meu emprego cometendo um ato irresponsável destes."
O funcionário perdeu o cargo de chefia e voltou a trabalhar no cargo anterior. Mas a operação não foi realizada e o banco público não teve, pelas mãos desse funcionário, seu patrimônio, que é público, colocado em risco.
Assim é em grande parte do serviço público. Não adianta você querer cometer ilegalidade que o servidor que vive daquele salário não arriscará seu pescoço por causa de um dinheirinho a mais ou por ameaça de perda de emprego. A ameaça de perder o emprego existe quando ele comete ilegalidade e então ele não vai fazer isso.
Agora, funcionários mal remunerados poder ser mais suscetíveis a flexibilizar sua conduta, pois a perda de um emprego que remunera próximo ao salário mínimo não é grande perda. Então salário alto para servidor aliado à estabilidade é o fim dos mundos para a área privada.
É por isso que vocÊ nunca verá publicação sobre necessidades do serviço público. É por isso que você nunca verá um artigo sobre o que de ve ser melhorado e como melhorar o serviço público ou sobre qual a melhor política de remuneração e atração de bons funcionários para cada tipo de serviço público. Não há e não haverá pela mídia qualquer publicação que te ajude a entender o serviço público e torná-lo mais eficiente para você, a não ser somente cobrança de metas e, claro, enxugamento.
Você, amigo, terá de descobrir essas coisas sozinho... sozinho não.. conosco. Lembre-se você é dono do serviço público e não mero cliente. Cliente só cobra, mas dono tem a responsabilidade de entender o que está errado para efetuar a melhora. É diferente.
p.s.: revisto e ampliado.
p.s.: veja também http://perspectivakritica.blogspot.com/2011/07/guerra-pelo-pibde-que-lado-voce-esta.html
Aumento de remuneração no serviço público atrai o trabalhador da área privada para a área pública. Assim, para a área privada manter funcionários concorrendo com os salários da área pública, ela teria de aumentar seus salários. Isso seria bom para todo o cidadão, mas não é bom para as empresas e a mídia também é constituídda por empresas. Essa é uma grande verdade por trás desses ataques e sobre a qual até hoje não vi ninguém falar.
O pleno emprego é um medo agudo na área privada. É muito importante que ela faça tudo o que puder para manter excesso de mão-de-obra no mercado de trabalho, pois assim as pessoas são obrigadas a se submeter a qualquer salário ao passo que as empresas se tornam salvadoras da vida daqueles que as empregam. Esse mundo de excesso de mão-de-obra é o melhor dos mundos para as empresas privadas.
Nesse contexto, acabar com o Estado é ótimo pois você acaba com um empregador maciço de mão-de-obra e, inclusive, muita mão-de-obra especializada, pois são pessoas que são médicas, professores, economistas, advogados, contadores, engenheiros.
Você consegue ver? Tornar os salários da área pública baixos como os dos professores e o dos médicos e todos os outros é ótimo porque justifica pedido de menos impostos das empresas, enfraquece e diminui um grande empregador concorrente e ainda sobram profissionais para a área privada. Manter salários de todo o funcionalismo baixo é ótimo porque nenhum profissional almejará ir para a área pública e não se pode admitir que qualquer área seja valorizada para não alimentar a força de uma instituição como o Estado, único que pode limitar a liberdade das empresas em qualquer seara, inclusive na seara de fixação de salários. O Estado não fixa salário para a área privada, a não ser o mínmo, mas remunerando bem seus profissionais ela concorre por mão-de-obra qualificada no mercado de trabalho e a área privada fica com menos opções e é obrigada a aumentar salário.
Por isso também a perseguição do pleno emprego por um governo é um mal para a área privada. Ninguém fala contra, mas não deixa o Estado remunerar corretamente seus servidores e nem contratar em quantidade suficiente para a atual demanda social. Só querem privatização e terceirização, mas isso garante crescimento de empregos? Às vezes sim, às vezes não. Normalmente a privatização diminui empregos (eficiência adminstrativa, claro) mas a LIGHT privatizada melhorou com os bueiros explodindo pela cidade? Quantas pessoas a mais foram contratadas ou demitidas para que houvesse esse resultado? E a Supervia? O metrô melhorou após mais de 5 anos de privatização, acho que até 10 anos? As linhas férreas privatizadas, cresceram a malha ferroviária?
Não quero fugir do tema. Observem que todas as ações e publicações da área privada e sua mídia tem sempre um enfoque que termina por diminuir oferta ou qualidade de emprego. Privatizar reduz qualidade de emprego. Normalmente gera demissão e muitas vezes gera substituição de empregos de maior qualidade e remuneração por empregos com remuneração mais baixa e de menor qualidade para o trabalhador. Retirar opções de emprego através da diminuição do Estado, além de legitimar pedido de diminuição de impostos é excelente para manter excesso de mão-de-obra para que a área privada possa subvalorizar a remuneração da maioria dos profissionais. Veja isso.
E qual o outro grande medo da área privada? A estabilidade do servidor público. Por quÊ? Porque servidor público estável, senhores, não se curva à corrupção e a ilegalidades. Por mais que você veja corrupção, e por mais que pareça que é disseminada na administração, a CGU até hoje, depois de anos de atuação puniu e demitiu menos de 4.000 funcionários e autoridades. São um milhão de servidores públicos. Estamos falando de 0,00004% de funcionários públicos federais. É muito pouco. Isso porque o servidor não quer perder seu emprego estável. E uma grande parte dos condenados era de cargo em comissão!! Cargo sem estabilidade.
Sem estabilidade a área privada pode conseguir o que as empresas de ônibus conseguem no Detran/Rj, por exemplo: não são cobradas por multas e infrações de trânsito (uma notícia antiga informa que 16 milhões de reais em multa não forma cobradas em determinado ano). Por quÊ? Porque a maioria dos funcionários não é estável e se fizer o seu trabalho será demitido. Veja outro caso, após a realização de concurso público para fiscal de ICMS, no Governo Sérgio Cabral, a arrecadação do Estado do Rio de Janeiro de ICMS multiplicou em mais de 4 vezes ou mais até!!
A estabilidade é um perigo para as empresas privadas pois os servidores não têm medo de executar o seu mister indo até as últimas consequências.
Vou contar um fato real para vocês de um funcionário de uma grande instituição bancária pública. Ele é estável apesar de ser celetista, pois a empresa é pública e a demissão precisa de justificativa administrativa. Então um político de Brasília pediu empréstimo de vulto para sua empresa a esse funcionário público que estava num posto alto no Banco e era quem poderia autorizar o empréstimo. O servidor falou que seria um prazer conceder o empréstimo e que só seria necessário que a empresa desse as garantias e estaria fechado. O político então mencionou que não seriam necessárias as garantias porque a empresa era sólida. O servidor falou que tinha certeza disso mas eram as regras de rotina e "desnecessárias" (rsrs) do banco. O político então disse que se não fosse feito o empréstimo sem garantias ele pediria o cargo do servidor que estava em cargo de chefia e portanto era comissionado. O servidor respondeu o seguinte: "Excelência, as regras do banco são essas. Eu não posso arriscar perder meu emprego porque o senhor quer fazer um empréstimo sem garantir a operação para o banco. Se o senhor pretende pedir o meu cargo o senhor pode ficar à vontade, mas eu não posso perder meu emprego cometendo um ato irresponsável destes."
O funcionário perdeu o cargo de chefia e voltou a trabalhar no cargo anterior. Mas a operação não foi realizada e o banco público não teve, pelas mãos desse funcionário, seu patrimônio, que é público, colocado em risco.
Assim é em grande parte do serviço público. Não adianta você querer cometer ilegalidade que o servidor que vive daquele salário não arriscará seu pescoço por causa de um dinheirinho a mais ou por ameaça de perda de emprego. A ameaça de perder o emprego existe quando ele comete ilegalidade e então ele não vai fazer isso.
Agora, funcionários mal remunerados poder ser mais suscetíveis a flexibilizar sua conduta, pois a perda de um emprego que remunera próximo ao salário mínimo não é grande perda. Então salário alto para servidor aliado à estabilidade é o fim dos mundos para a área privada.
É por isso que vocÊ nunca verá publicação sobre necessidades do serviço público. É por isso que você nunca verá um artigo sobre o que de ve ser melhorado e como melhorar o serviço público ou sobre qual a melhor política de remuneração e atração de bons funcionários para cada tipo de serviço público. Não há e não haverá pela mídia qualquer publicação que te ajude a entender o serviço público e torná-lo mais eficiente para você, a não ser somente cobrança de metas e, claro, enxugamento.
Você, amigo, terá de descobrir essas coisas sozinho... sozinho não.. conosco. Lembre-se você é dono do serviço público e não mero cliente. Cliente só cobra, mas dono tem a responsabilidade de entender o que está errado para efetuar a melhora. É diferente.
p.s.: revisto e ampliado.
p.s.: veja também http://perspectivakritica.blogspot.com/2011/07/guerra-pelo-pibde-que-lado-voce-esta.html
terça-feira, 18 de outubro de 2011
Carta Aberta dos servidores do Judiciário pela aprovação do PL 6.613/2009
"Carta Aberta dos servidores do Judiciário pela aprovação do PL 6.613/2009
Nós, servidores do Judiciário Federal do Rio de Janeiro, vimos por meio desta carta aberta esclarecer quanto à necessidade de aprovar o plano de cargos e salários do judiciário federal (PL 6.613/2009) e de rechaçar o PL 549/2009, o qual busca restringir a estrutura do serviço público. No que diz respeito ao mencionado plano de cargos e salários, os servidores do judiciário federal tiveram sua última correção salarial aprovada de forma parcelada em dezembro de 2006 e se encontram desde o final de 2008 sem nenhuma forma de reajuste de sua remuneração. Por sua vez, a situação do processo negocial para aprovação do plano, que modificaria a realidade de defasagem salarial vivida, também não é nada animadora. Se por um lado, os representantes do Executivo mantêm uma postura que cria obstáculos à efetiva negociação, por outro, os representantes do Judiciário não estão buscando efetivamente uma solução para este impasse, que, caso não seja resolvido, atingirá a própria autonomia do Poder Judiciário. É cabível lembrar também que a sociedade brasileira tem reivindicado cada vez mais seus direitos por meio do judiciário, e uma resposta à altura das necessidades dos brasileiros passa, efetivamente, pela existência de um Poder Judiciário forte e qualificado, o qual só ocorrerá com a valorização dos servidores que o compõe. Além disso, não é somente a qualificação do Poder Judiciário, que é um instrumento real de efetivação da cidadania, que corre risco. Atualmente, tramita na Câmara Federal, na Comissão de Finanças e Tributação (CFT), o Projeto de Lei 549/2009. Este PL, em seu conteúdo, traz um novo regramento para as despesas com o funcionalismo: limitar os gastos com pessoal nos próximos dez anos à inflação e mais 2,5%, ou a taxa de crescimento do PIB, o que for menor. Na prática, se aprovado, isto representará a impossibilidade de contratação de novos servidores em todas as áreas de atuação do poder público, quer sejam a educação, saúde, segurança, transportes, legislativo, justiça. Desse modo, a transformação que tanto desejamos que o Brasil viva, tornando-se uma nação socialmente desenvolvida e igualitária, estaria seriamente comprometida, pois nenhuma nação consegue realizar-se plenamente se seus cidadãos não têm acesso a direitos sociais essenciais, os quais necessitam de um serviço público qualificado para acontecer. Pelo exposto acima, finalizamos esta Carta pedindo o apoio para que defenda a valorização do serviço público nacional; pedimos aos representantes do Executivo, do Legislativo e do Judiciário que atuem com o objetivo de buscar o verdadeiro desenvolvimento do Brasil, o qual passa pela efetivação dos direitos sociais a todos os cidadãos, realidade que somente ocorrerá com a valorização do trabalho dos servidores do judiciário e de todos os órgãos do poder público. Em defesa da aprovação do PCS (PL 6.613/2009). Não ao PLP 549/2009."
O Blog Perspectiva Crítica dá espaço a qualquer categoria de serviço privado ou público para dialogar com a sociedade em torno de matérias de interesse público.
No sentido de garantir a publicidade a estes grupos, que não a tem pela grande mídia, fica aberto o espaço neste canal social de comunicação para que a sociedade não tenha somente a versão dos fatos sobre o aumento de remuneração dos servidores do Judiciário Federal por uma mídia que amplifica fatos isolados como se fosse regra geral, como por exemplo a publicação recente do Estadão e no Rio Grande do Sul de que a concessão do aumento ao Judiciário aumentaria de 500 (menos de 0,5% dos servidores) para 4.200 (menos de 4% dos servidores) os "supersalários" no Judiciário.
Essa informação não pondera que ninguém pode receber mais do que Ministro do STF, portanto, o aumento que gerasse isso para poucos funcionários seria automaticamente baixado ao teto constitucional, além de que 4.200 funcionários em 120 mil são menos de 4% de todo o funcionalismo no Judiciário Federal, não podendo poratnto punirem-se mais de 96% dos servidores por um desvio fático que seria automaticamente anulado por regras constitucionais claras.
É evidente o desrespeito ao Judiciário em gerir sua folha de pagamento0, como permite a Constituição, nos limites de seu orçamento de 6% o Orçamento da União, assim como o desrespeito aos servidores do Judiciário que não têm nunca a correção constitucional anual implementada, ao contrário da área privada que anualmente vem conseguindo aumentos superiores à inflação.
Esse desrespeito viola a Constituição, impede o Judiciário de investir em seus quadros, esvazia os quadros do Judiciário que não consegue atrair analistas e técnicos suficientes para preencher todas as vagas de seus concursos, e repercute em piora da prestação de serviço público (morosidade) para a população. Funcionários estão sobrecarregados e tirando mais licenças médicas. Duas Varas Trabalhistas tiveram de ser processadas pelo Sindicato para não obrigarem seus funcionários a trabalhar aos sábados!
Veja se isto é publicado na mídia. Não é. Mas é do seu interesse. O espaço está aberto então.
abs
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