segunda-feira, 13 de maio de 2013

Estado Mínimo x Falta de Servidores : a evidênica crassa da incongruência da grande mídia

Hoje, 13/05/2013, ao iniciar a leitura do artigo "O Dia D para os Portos - Dilma quer evitar plano B, e governo estima perda de R$35 bi se MP (dos Portos) não for aprovada", na página 15 do Jornal O Globo, me deparo com o comentário abaixo de uma foto nesta página sobre o fato de os portos de RJ, SP e PR não estarem a pleno vapor: "Pessoal. Porto de Santos precisaria de mais 400 servidores".

Ri. Afinal, o Estado não está inchado? Mesmo que os artigos de jornais da grande mídia sempre digam que o Estado está inchado, sem nunca apontar quais órgãos públicos estão com quadros lotados e com excesso de servidores (ou seja, servidores sem trabalho), sempre é publicado, principalmente se houver movimentos dos servidores pedindo mera correção inflacionária de seus vencimentos (chamados de aumentos pela mídia), que o serviço público está inchado e que seus custos sempre são altos e meras despesas do Estado sem identificar qualquer contrapartida, ou seja, qual o benefício social da existência dos servidores.

Eu sempre disse que esse valores nunca foram explicitados. Mas hoje, o Jornal O Globo nos fez este favor; sem querer lógico. Veja que foi publicado que para que os Portos funcionem 24 horas, somente no caso do Porto de Santos, seriam necessários mais 400 servidores. Multiplique isso pelos cinco Portos mais movimentados do País e você tem a necessidade de mais 2.000 (dois mil servidores). E para garantir a grande parte de quanto mais de movimentos de cargas no País? O Globo também publicou (em parte): R$35 bilhões em investimentos!!

Então veja, dividindo o benefício do serviço público a mais prestado na hipótese (R$35 bilhões) pelos servidores a mais necessários (2 mil), a grosso modo, temos que cada servidor no porto, garante o movimento ou o benefício social de 17,5 milhões em investimento!!!

Agora vejam, ninguém investe para retirar menos do que investiu!! Portanto, seria natural imaginar-se que esse investimento geraria em dez anos o triplo de retorno? Então esses dois mil servidores a mais garantiriam R$100 bilhões para esses investidores em dez anos? O giro então de investimento e retorno de investimento aos investidores, que beneficia o País, seria de 135 bilhões em dez anos? Então cada servidor contratado a mais estaria proporcionando mais de 68 milhões de reais à economia? Só que não existe só o investimento e o retorno dos investidores. Para que eles tenham este retorno, devem proporcionar ao País talvez dez vezes ou mais a movimentação de cargas referente aos valores que ganharam? Então dois mil servidores contratados a mais, podem vir a gerar R$1,350 trilhão em dez anos, em negócios a mais para o País.

Concluímos, assim, que cada servidor a mais contratado para fazer funcionarem os portos 24 horas gera ao País, em dez anos, R$650 milhões em negócios, fora os empregos às pessoa e arrecadação ao País. Ao custo de quanto? Digamos que a média salarias desses dois mil servidores seja de R$10.000,00 (auditores, minoria, recebem R$18 mil, analistas menos de dez mil e técnicos, maioria menos de 6 mil), então em dez anos custam R$1,2 milhão, em média!! Temos que a vantagem para o País é de R$648,8 milhões em dez anos!!!!

Aí te pergunto: contratar servidor para prestar serviço público é gasto? Ou é investimento? O lucro que vimos neste caso foi de 648 vezes o custo do servidor!! Foi lucro (a mídia só entende assim) de 64.800%!! Deixe-me escrever: sessenta e quatro mil oitocentos por cento!!!

E o engraçado, senhores, é que, apesar de ficarem publicando que o Estado está inchado, a cada problema no serviço público, a conta-gotas, declaram a necessidade de contratar mais servidores.

Vejam: Na desgraça da enchente na Serra do RJ, descobriram que existiam cinco servidores da Defesa Civil responsáveis pela área e que isso não era suficiente. 900 pessoas morreram Qual o custo disso? E quanto de benefício haveria em contratar servidores da Defesa Civil suficientes para que essa desgraça não houvesse ocorrido?

Recentemente, o Jornal O Globo publicou que a contratação de mais 10 mil policiais militares diminuiria em 10% a taxa de homicídio no RJ. Essa contratação é gasto ou investimento? As UPPS exigem contratação de ao menos 100 policiais militares novos. Já são umas 33 UPPS (* veja p.s. de 28/06/2013), ou seja, mais de 3.300 mil contratados que pacificaram o Rio de Janeiro e criam clima para investimentos em novos negócios em todo o Estado e ainda salvam vidas e levam paz a 600 mil moradores. Qual o custo desse investimento e qual o valor do benefício à sociedade?

No início do ano, o Municipio do Rio de Janeiro, depois de correr o risco de ficar sem médicos terceirizados durante o fim de ano de 2012/2013, porque os contratos dos médicos temporário expiraram antes de renegociarem estes contratos (e os médicos já haviam assinados outros contratos com outros hospitais), anunciou concurso para contratação de 2 mil médicos. Isto não evidencia que havia falta de médicos e não inchaço do  Município? E isso não garante mais prestação de assistência médica à população, que também está procurando mais as UPAs, mesmo com plano de saúde? Qual o custo desses servidores e o benefício para a população em ter médicos disponíveis para tratá-la, quando necessário?

Com as mortes que ônibus estão causando no RJ, descobriu-se que a fiscalização é pouca. Por quê? Porque somente há 40 fiscais para todos os milhares de ônibus da cidade do Rio de Janeiro, senão para todo o Estado!!! E por esse desinvestimento, pessoas morrem no RJ, sejam turistas, sejam cidadãos. Inclusive gerando má imagem e assustando novos turistas! Qual o custo para a cidade desta falta de investimento na fiscalização de ônibus, que um especialista disse que deveriam ser ao menos de 140 fiscais? Quanto custaria mais 100 fiscais? E qual o benefício em dinheiro e em serviço público prestado efetivo para a cidade e seus cidadãos e turistas?

Não há falta de professores? Isto significa que há inchaço neste outro setor?

Vejam senhores e senhoras, leitores e seguidores do Blog, o que as publicações a conta-gotas que a grande mídia produz nos diz é que ela evidencia, pouco a pouco, a sua incongruência informativa neste campo!! Tanto mente que o Estado está inchado, quanto omite quanto ao benefício social da contratação de cada servidor necessário! Omite tanto o benefício em prestação de serviço público respectivo imediato à população (segurança, fiscal, médico, educação, etc...) quanto em relação aos valores em dinheiro que essa contratação proporciona à sociedade!!

Não quero que contratem a população inteira para o serviço público. Quero que não mintam e que haja servidores suficientes para que todos os serviços públicos, que garantem negócios, renda, boa imagem á cidade, segurança aos cidadãos, atendimento médico e educação à toda a nossa sociedade, se apresentem e sejam em sociedade de forma eficiente e efetiva. Mas isso não acontecerá enquanto a sociedade não se conscientizar da verdadeira relação entre o custo e o benefício da contratação de servidores públicos de todas as áreas. E essa conscientização será tanto mais difícil enquanto a grande mídia continuar a publicar a grande mentira de que o Estado brasileiro é inchado e que a contratação e a remuneração de servidores públicos é meramente custo, sem ponderar os benefícios reais em dinheiro (que é só o que entendem eo que lhes interessa) e em serviços para a população, à cidade e às empresas.

Verifiquem isso, nas publicações a conta-gotas da mídia interesseira e irresponsável. Esperamos que publicações como a deste artigo estimulem os jornais a publicarem mais verdades sobre os custos e benefícios da contratação de servidores públicos suficientes para a prestação adequada de serviços públicos à população e às empresas. Isto sim é servir ao País e às pessoas deste País.

p.s. texto revisto e ampliado.

p.s. de 28/06/2013 - Corrigida a informação de que eram 60 UPPs e 6.000 policiais. São 33 UPPs implantadas até junho de 2013 e 3.300 policiais contratados para elas, em média.

p.s. de 28/05/2014 - texto revisto e adicionado o penúltimo parágrafo, para garantir melhor informação. Também é bom mencionar que há algun smeses o Globo publicou a falta de fiscais do IBAMA. E, recentissimamente, o IBGE criou movimento de greve, iniciado a partir da polÊmica suspensão da pesquisa da PNAD Contínua (já em curso novamente), e uma das exigências era de realização de novos concursos públicos por falta de pessoal. Aliás, muitos movimentos grevistas no serviço público vêm excigindo mais concursos públicos para contratação de pessoal. Tudo isso indica falta de servidores e não "inchaço de máquina pública", como bem e incisivamente criticado por este Blog.

sexta-feira, 10 de maio de 2013

70.104 acessos totais ao Blog!! Nossos objetivos!

Chegamos à marca de 70.104 acessos totais ao Blog desde 21 de junho de 2010, ou seja, em menos de três anos!!

Os acessos mensais tiveram seu pico em março deste ano, com 4.950 acessos e abril fechou com pouco menos de 4.500 acessos.

Ficamos felizes com o incremento histórico de acessos e com a participação de todos, leitores, seguidores, amigos e todos aqueles que nos acompanham  e incentivam por essa vereda de criar um canal autônomo e independete de comunicação em que podemos dissecar artigos desinformativos, lançar nossa própria pauta de temas importantes e esmiuçar fatos políticos, econômicos e sociais pelo prisma do cidadão comum, contrinuinte individual.

Seguimos firmes nesse objetivo de criar contraponto à informação massiva da grande mídia, aplaudindo quando ela acerta e apontando errosz infromativos quando ocorrem, para garantir aos nossos leitores um melhor domínio sobre os fatos despejados diariamente pela grande mídia em sociedade.

Estamos resolutos e cada vez mais fortes no intento de continuar mostrando o que empobrece e o que enriquece o cidadão brasileiro, para que não somente bancos, indústrias e empresas tenham fórum de atuação social e coordenação de atos e medidas para aumentar sua participação no PIB às custas do cidadão e do País.

Nós, pais e mães de família, trabalhadores, servidores públicos, contribuinte individuais, também queremos aumentar nossa participação no PIB brasileiro e não aceitamos gratuitamente o avanço de bancos e empresas sobre a parte da riqueza do PIB que nos pertence, ao menos em relação à parte que podemos deter, assim como europeus detêm.

Nossas demandas e preocupações:

1 - Aumento de salário mínimo ao nível europeu, em especial nórdico
2 - acesso à educação e saúde públicas de qualidade (que tornem opcional inscrever filhos em planos de saúde e escolas privadas, como na Europa)
3 - controle da inflação, mas sem prejudicar crescimento econômico e criação de empregos
4 - administração da relação dívida/pib mantendo-a baixa, mas com administração de superávits que não prejudiquem o crescimento econômico e a criação de empregos a brasileiros
5 - administração do câmbio de forma a manter ambiente favorável às exportações brasileiras e garantir ambiente estável para fluxo de negócios no País
6 - livre mercado e liberdade de negócios, com fiscalização efetiva e com garantia dos benefícios aos cidadãos previstos nas leis trabalhistas e previdenciárias
7 - independência e autonomia financeira do País e do financiamento do investimento nacional e estrangeiro no País e nacional no exterior
8 - política de adequação remuneratória de servidores públicos, consoante a complexidade de suas atribuições e contratação de servidores de todos os setores em quantidade suficiente à demanda nacional, considerando, inclusive, a proporção européia entre servidores e habitantes, que lá é em média três vezes superior à que temos aqui
9 - desmercantilização do direito à saúde e do direito à moradia
10 - política de ocupação do solo urbano, com obrigatório planejamento de expansão urbana de forma a garantir acesso de qualquer morador a hospitais e escolas públicas, centros de comérico e centros de lazer
11 - descentralização da geração de empregos e do investimento produtivo
12 - investimento maciço em construção de modais em trilhos, como VLTs, metrô e trens dimimnuindo a dependência do meio rodoviário e de ônibus em grandes metrópoles, como fizeram todas as grandes capitais no mundo
13 - investimento no serviço público como forma de garantir opção de emprego ao cidadão, assim como garantir a prestação de serviço público aos contribuintes pelo imposto que pagam
14 - comprometimento da mídia com a verdadeira informação da população e combate à indução de compreensão da realidade social, política e econômica sob a perspetiva de empresas e bancos
15 - apoio a programas de desenvolvimento econômico e social, com respeito às diferenças de todas as formas entre cidadãos e regiões, de forma a garantir um Brasil mais rico e igual, assim como famílias mais ricas e felizes

Seguimos nosso caminho com seu apoio, amigos leitores e seguidores!

Abraços a todos,

BLOG PERSPECTIVA CRÍTICA

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Risco Brasil = Risco americano (quase).Títulos brasileiros encostam nos títulos americanos, considerados os mais seguros do mundo!

Acesse esta notícia no Jornal o Globo On line!! http://oglobo.globo.com/economia/tesouro-capta-us-750-milhoes-no-exterior-com-titulo-de-dez-anos-8340645

Senhores e senhoras, o Tesouro Brasileiro captou 750 milhões de dólares através de títulos da dívida soberana, pagando apenas 2,625% ao ano!! Apenas 0,98 ponto percentual acima do que paga o Tesouro americano!! É histórico.

Os títulos do Tesouro americano são os que pagam menos juros no mundo e considerados os mais seguros de todo o mundo!! Não sei como está a captação da Alemanha, mas todos os demais títulos pagam normalmente mais do que o tesouro americano.

Nós já tivemos de pagar mais de 20 pontos percentuais acima dos pagos pelo Tesouro americano e agora pagamos apenas 0,98 ponto percentual a mais.

Isso é o coroamento da boa administração pública da dívida pública, inflação, câmbio, orçamento, estrutura macroeconômica por mais de onze anos de governo petista... quem diria?

Essa notítica põe abaixo qualquer argumento sobre má administração da economia brasileira. É um fato para ser comemorado!! E nós sabemos... afinal, enquanto na Grécia 63% dos jovens estão desempregados; enquanto na Itália populares tentam invadir o Parlamento Italiano e matar políticos por não terem como alimentar os filhos*; enquanto na Espanha mutuários se suicidam para não serem despejados das suas casas cujas hipotecas não conseguem pagar e enquanto nos EUA a taxa de suicídio (por questão de dificuldades financeiras*') é maior do que a taxa de acidentes de trânsito naquele País.. o Brasilzão segue criando empregos e subindo a renda do trabalhador, ano a ano, além de baixar a dívida pública que está em 35% o PIB!! E com inflação dentro da meta.. ano a ano!!

Quem diria? O Blog Perspectiva Crítica compartilha este dado feliz para o Brasil: o reconhecimento que o risco visto pelo mercado para os títulos da dívida do Brasil é quase o mesmo do risco admitido para os títulos dos EUA!!! Há muito já avisamos a nossos leitores que poupança em Títulos do Tesouro Brasileiro eram bom negócio e mais seguro do que títulos de dívida européia. Agora fica evidente que nos aproximamos até do menor risco do mundo: o risco americano. 

p.s.: Eu sei que soa bizarro... mas considerando a realação dívida/PIB dos EUA em mais de 100% e sendo este parâmetro um indicador forte de capacidade de pagamento de dívidas de um País, já tendo sido considerado o índice de 56% do PIB como evidência de insolvência de países (quando as dívidas européias eram menores que 40% e a americana tinha chegado a 25%), ouso dizer que o Brasil, com seus 35% de relação dívida/PIB, deveria pagar juros menores do que o juros americano... quem sabe um pouquinho mais pra frente? rsrsrsrs

* argumento apresentado pelo italiano que tentou invadir armado o Parlamento italiano essa semana, conforme publicado na mídia.
*' número de suicídio nos EUA em 2010 foi de pouco mais de 38 mil pessoas contra pouco mais de 33 mil mortes em acidentes de trânsito e, segundo um instituto americano, a causa dos suicídios era a condição financeira precária, conforme publicado recentemente no Globo e objeto de artigo recente deste Blog.

p.s. de 10/05/2013 - texto revisto e ampliado.

Comentários responsáveis sobre a inflação de abril no Brasil: desnecessidade de aumento de Selic se confirma!

Senhores, como o Blog vem sustentando... não há necessidade de aumento de Selic, nem houve esse ano, tendo sido o aumento de 0,25% passado um erro do Banco Central que quis fazer gracinha por mercado.

Veja o trecho do artigo de chamada em manchete do Jornal do Commercio de 06/05:

"Cenário Mundial piora e afeta reação no Brasil - Com previsões cada vez piores para a Europa, a desaceleração da China e dados ambíguos nos Estados Unidos, o processo de alta da taxa básica de juros (Selic) no Brasil indica estar com os dias contados."

É claro que o Jornal O Globo não deixa de vender a idéia desinformativa de descontrole inflacionário e vem apoiando, como sempre apoiará por interesse próprio de alinhamento com o interesse do setor financeiro brasileiro, o aumento de taxa básica de juros. Mas veja a informação que ela traz mesmo assim, na manchete e trecho de artigo na página 25 da edição de hoje, 09/05/2013:

"Disparada nos Preços - Inflação dos alimentos já é de 14% em 12 meses - Esses produtos respondem pela metade da alta do custo de vida este ano" (manchete de 09/05/2013)

" A inflação medida pelo IPCA saiu de 0,47% (março) para 0,55% (abril)" (manchete)

" Alimentos já respondem por mais da metade da inflação acumulada no ano." (artigo "Inflação no Teto", O Globo, pg. 25, de 09/05/2013)

"Analistas veem alta de 0,25% nos juros" (mesmo arrigo pg. 25)

Bem senhores... vocês que nos acompanham já devem conseguir ver que não é novidade que os artigos do Globo sempre apontem para descontrole inflacionário e pedem aumento de juros, enquanto as publicações do Jornal do Commercio são mais equilibradas e batem mais com as posições do Blog.

É porque o Jornal O Globo publica a visão financista com enfoque no atingimento mensal do centro da meta ou seja, 0,37% por mês de inflação e 4,5% ao ano. Mas mesmo que isso fosse atingido, o Globo continuaria batendo por inflação "alta" e necessidade de aumento de juros até a inflação chegar a 2% ao ano, e os juros pagos aos bancos fossem estratosféricos. Pois, para mim, a atuação deste canal é claro no sentido de enriquecer bancos e defender o patrimônio, sem se preocupar com crescimento econômico e criação de emprego.

Já o Jornal do Commercio é veículo de mídia da ala produtiva da economia. Assim, ele defende a visão empresarial, ou seja, inflação sob controle, mas em dimensão que facilite o crescimento econômico. Isso favorece a persecução de real administração da inflação consoante interesse nacional, com reflexos positivos para administração de câmbio, dívida pública, taxa de investimento e criação de emprego.

Nós, que defendemos a perspectiva do interesse do cidadão e contribuinte individual, nos preocupamos com crescimento econômico, criação de emprego, administração responsável do câmbio, administração da dívida pública (de forma a manter crescimento econômico), aumento de renda e controle inflacionário (de forma a manter crescimento econômico). Esta nossa preocupação leva a ver a realidade econômica mais parecida com a do Jornal do Commercio e das empresas produtivas e ter visão diferente da visão de economia brasileira que bancos e o Globo têm.

Agora, vejam, a análise dos trechos acima deixa claro que a visão do Blog é a mais correta, principalmente em defesa do crescimento econômico e da criação de empregos e administração da dívida pública. É informado que metade da inflação do ano vem de aumento de alimentos. Ora, isso não é choque de oferta? Sim. Se é, como aumento de juros ajudaria? Não ajudaria. O que ajudaria seria importação de agrícolas (na Argentina o tomate custa 1/3 do que no Brasil... o Globo deveria pedir por liberação dos tomates argentinos.. mas é mais lucrativo pedir aumento de juros).

E veja a dimensão da inflação real: metade da que se apresenta e que está alta pelo aumento de agrícolas!! Assim, o IPCA publicado no Globo (pg. 25 de 09/05/2013) de 0,86% (jan/2013), 0,60% (fev), 0,47% (mar) e 0,55% (abr), poderiam ter sido de 0,43%, 0,30%, 0,235%, 0,275%!! Ou seja, a inflação real, sem problema climático e de choque de oferta de alimentos, estaria mais do que dentro da meta (que exige média de 0,37% ao mês de inflação)!!!

Mas insistem na conta do acumulado de 12 meses passados. É assim que todo o mundo persegue meta de inflação? Não. O mundo todo persegue meta de inflação para frente!!! Mas é bom argumento para tentar mostrar descontrole inflacionário e pressionar por aumento de juros, mesmo que isso signifique menos empregos, menos crescimento econômico e prejudique a dívida pública.

Mas se uma empresa de comunicação não tem compromisso com crescimento econômico, geração de empregos e controle da dívida pública, tem com o quê? Com lucros de bancos e com a balbúrdia de dados e desinformação em massa contra índices econômicos para tentar dar chance à oposição política. É só o que pode me vir à cabeça.

Assim, como o Blog informou o ano inteiro, NÃO É NECESSÁRIO AUMENTAR SELIC, pois a inflação está controlada. Mesmo o mercado não aponta inflação acima de 5,7% no fim do ano; quando deve ser verificado o atingimento da meta inflacionária, como o é em todo o mundo. O aumento anterior de Selic foi erro do Bacen e queremos crer que o Bacen não vá errar de novo.

E para inflação de alimentos, senhores, a resposta é mais oferta de alimentos.. e não mais juros.

P.S.: texto revisto e ampliado.

Mortes em Acidentes com ônibus. Tripla solução: cobrança de multas, diminuição de ônibus e mais trilhos!!

Importantíssimo este problema que foi objeto de manchete recente pelo Jornal O Globo!! Mas quando foi abordado não houve uma linha sobre a principal solução para o caso de ônibus que matam no Rio de Janeiro: COBRANÇA DAS MULTAS DOS ÔNIBUS!!!
 
Senhores, vocês viram o que o Secretário mencionou nas entrevistas como a solução para o caso e o que foi publicado no Jornal? A fantástica solução mencionada era a cobrança "enérgica", "dura" e "determinada" de que as empresas de ônibus dissessem "doa a quem doer" (atenção que isso é muito forte e impactante).... suspense... (sim, vou dizer).. A SOLUÇÃO SERIA OBRIGAR AS EMPRESAS DE ÔNIBUS A DIZEREM QUEM SÃO OS MOTORISTAS DOS ÔNIBUS QUE INFRINGEM AS LEIS DE TRÂNSITO!!! ahuahauhauhauhauhauhauhuah
 
QUE PALHAÇADA!!!! SÃO OU NÃO SÃO CRIMINOSOS O ARTIGO E A PREFEITURA E OS RESPONSÁVEIS PELO TRÂNSITO?!?!?!
 
Senhoras e senhores, a única coisa que não dizem é que as infrações continuam ocorrendo não porque as empresas não dizem quem é o motorista, apesar de isto poder ocorrer também... mas porque simplesmente não são cobradas as multas contra as empresas de ônibus!!!
 
Isso é clássico e assim não há porque os motoristas se preocuparem com as multas e qualquer outra infração a leis de trânsito, expondo a vida de todos os cidadãos cariocas que estejam passando em seus caminhos!!
 
Mas por quê ninguém diz isso? Porque não há interesse. A Federação das Empresas de Transporte, a Fetranspor, é poderosa e financia a campanha política de vários políticos e as empresas de ônibus são empresas e são ricas e a mídia empresarial não pode atacá-los! Então veja, ninguém vai colocar manchetes com a solução real que seria a cobrança de todas as multas de empresas de ônibus.
 
Assim, o primeiro trimestre desse ano teve mais de 50 mil multas às empresa de ônibus que não serão cobradas! E as empresas que se garantem nisso, continuarão a exigir cumprimento de metas de horários dos seus motoristas e nada mudará, matando cariocas e estrangeiros. 
 
Este problema é antigo e me lembro que na época de César Maia falava-se que ele não efetuou a cobrança de 16 milhões de reais em multa por infração ao trânsito contra as empresas de ônibus.
 
É isso, menos dinheiro para escolas, menos dinheiro para a educação, menos dinheiro para o trânsito e asfaltamento de ruas (na verdade pode ser que a arrecadação de multas de trânsito devam ser investidos na administração do trânsito, ou em asfaltamento de ruas.. etc..).. ou seja, menos arrecadação e mais mortes no trânsito simplesmente porque não são cobradas as multas de trânsito de empresas de ônibus!!! Essa é a verdade!!! O erro, esta omissão e este crime, na verdade, que pode ser objeto de investigação do Ministério Público, é perpetrado sempre, sem alteração, pelo Governo Municipal e pelo Governo Estadual no Rio de Janeiro.
 
Juntamente com esta medida de cobrança de multas, outras três deveriam ser tomadas: diminuição do tamanho de ônibus em linhas da Zona Sul, Tijuca e Barra da Tijuca  ao Centro, diminuição de número de linhas e ônibus nestes mesmos trechos e aumento nos trechos mais longos da Zona Norte, Oeste e Baixada para o centro e Zona Sul e aumento de opções de transporte em trilhos!!
 
A diminuição de ônibus e linhas nas áreas nobres é porque não há tanta necessidade desses ônibus quanto o há na Zona Norte, Baixada e Zona Oeste, áreas que precisma de mais ônibus e linhas de ônibus.
 
Com esta medida os ônibus vazios diminuiriam nestas regiões infestadas de linhas e ônibus desnecessários, mas que são o filet mignon, já que o trecho de rodagem é curto, plano e bem asfaltado. Assim poucos passageiros geram bons lucros pois o custo de rodagem é baixíssimo. Já nas regiões mais afastadas, como o trecho é longo (gasta combustível) e mal asfaltado (gasta com manutenção), para aumentar o lucro tais ônibus devem vir lotados. Isso é bom para as empresas e ruim para a população e o trânsito. Mas quem paga a campanha de políticos? A população que vem lotada nos ônibus dessas regiões ou as empresas de ônibus? Então esta medida não será adotada e continuará a haver muitos ônibus desnecessários na Zona Sul, Tijuca e Barra da Tijuca, desconforto para cidadãos da Zona Norte, Oeste e Baixada e muitas infrações de trânsito e mortes, pois com o tráfego lotado de ônibus e os motoristas sendo cobrados, independentemente do caos do trânsito, por cumprimento de horários, infrações e mortes continuarão.
 
E por fim, outra medida que vem sendo postergada e continuará a avançar a passos curtos: avanço sobre o modal de trilhos!! Isso é o que resolveria o problema de transporte, mas diminui lucros das empresas de ônibus, então vai demorar, se é que virá um dia na dimensão que deve ser.
 
Veja, uma composição de trem leva centenas de pessoas ao mesmo tempo, o que somente dúzias de ônibus podem fazer!! Isso aliviaria o trânsito imediatamente!!! Mas não constroem linhas de veículos leves, que poderiam estar no lugar dos BRTs, e nem ampliam descentemente o metro ou melhoram os trens da Supervia. Por quê?
 
Mais uma vez: porque isto não dá lucro a empresa de ônibus e portanto não garante financiamento particular de campanha!!!
 
E por isso os ônibus, senhores, continuarão em grande número, apesar de não ser meio de transporte público principal em nenhuma grande capital de país rico, seja na Europa seja na América do Norte, seja no Japão. E por isso as infrações de ônibus continuarão!! E por isso o risco à vida dos cariocas e fluminenses continuará no mesmo nível atual!
 
Cobrem multas!! Adequem linhas e tamanhos de ônibus às reais necessidades da população e não à das empresas de ônibus!! E construam mias modais de trilhos (metrô, VLT e trem)!!!
 
Isso é que resolverá o problema dos ônibus e as mortes e acidentes no Rio de Janeiro!!
 
Mas você não verá isso publicado assim de forma alguma amigo... rsrsrsrs
 
p.s.: Parece que o Governo do Estado está decidido em investir em linhas de VLT por toda a Baixada Fluminense. Se isso for verdade, apesar de não ter vindo a notícia de que também se ligaria a Baixada com o Centro por esta modal (veja se são bobos de prejudicar lucros de empresas de ônibus neste trecho.. rsrsrs), pelo menos neste particular Sérgio Cabral tem nossos aplausos, pois isso pode melhorar muito a vida daqueles cidadãos, ao menos na locomoção dentro da região da Baixada!! Observe que esta medida prejudica mais Vans que fazem a lotada na Região do que as empresas de ônibus que focam mais no trecho Baixada-Centro do Rio... mas antes isso do que nada!! 

p.s. de 10/05/2013 - texto revisto e atualizado.
 

domingo, 5 de maio de 2013

Corrupção na área privada: desvendando o tabu de exclusividade da corrupção em setores públicos.

Muito vemos publicado sobre corrupção na área pública. Poucos às vezes se apercebem do fato de que a grande quantidade de casos de corrupção publicados são justamente porque depois da Era Lula, a Polícia Federal triplicou seus policiais e Delegados e foi inaugurada materialmente a Controladoria Geral da União, antes criada no papel pelo Fernando Henrique Cardoso.

Nosso modo de combate à corrupção foi elogiado por organismos internacionais, inclusive.

Enquanto isso, e a área privada? Que se arvora baluarte da correção e da ética? Já ouvi muito dizer que com a privatização de tudo o que fosse possível cairia o índice de corrupção porque os controles privados são melhores.

Bem, contra isso (essa imagem equivocada de que a corrupção é privilégio da esfera pública), além de já ter escrito artigo sobre o tema "Caso de Furnas (...)", pinço para você e indico a leitura do artigo publicado na coluna de Elio Gaspari de hoje, no Jornal O Globo, de 05/05/2013, pg. 08.

Toda a corrupção que toda a esfera pública no mundo tenha produzido não se compara em termos de desgraça social ao que ocorreu na crise econômica mundial iniciada em 2007 e ainda em curso. As agências de rating, ao não avaliarem adequadamente os riscos das operações com títulos subprime que davam "garantia" a operações de financiamento ao consumo calcadas em valores futuros a partir de valorização de imóveis já hipotecados, criaram o racha econômico mundial condenando à pobreza milhões de europeus, americanos e japoneses! E com todo o reflexo negativo sobre a dívida pública desses países e a diminuição da marcha de negócios pelo mundo, prejudicando crescimento econômico mundial.

E isso, senhores, deriva de corrupção privada. Houve consenso, diante de fórmulas financeiras que garantiam altos lucros a milhares de bancos e empresas, entre formuladores e analistas de agências de rating. E deu no que deu. Se as agências de rating tivessem feito seu trabalho e condenado o uso de tais fórmulas, nada disso teria acontecido. Mas a promessa de lucros fáceis e rápidos era grande demais. Talvez se essas agências fossem públicas, como o IBGE, como o IPEA, talvez a vigília privada impedisse um absurdo desses, mas sendo privadas, tudo é conversável e a corrupção fica por ali, incógnita.

Também chamou a atenção o caso de corrupção privada na manipulação da Libor, índice financeiro que pauta grande parte do comércio e negociações mundiais. Descobriu-se um conluio de 32 bancos privados para a manipulação da Libor!!! Olhem o nível e o tamanho do ônus que este tipo de corrupção gera: influencia boa parte dos negócios mundiais... não são milhões de reais ou bilhões de reais.. tratam-se de trilhões de dólares!!!

Neste sentido, felicito Elio Gaspari por escolher escrever o artigo "A Falta de Sorte dos Sábios da KPMG", publicado hoje, 05/05/2013, no Jornal O Globo pag. 08. Junto com todas as análises de outras consultorias e agências de rating, que "erraram" na avaliação da Enron, na avaliação de dezenas de bancos e empresas de grande porte, a KPMG errou na avaliação do estado das finanças do Banco Cruzeiro do Sul.. não viram um rombo de 3,1 bilhão de reais.

Segundo Elio Gaspari, "um dos chefes do serviço de fiscalização da KPMG já disse, com razão, que a corrupção em empresas privadas brasileiras consome até 5% de suas receitas." Faça essa conta para as empresas listadas em Bolsa de Valores e calcule o prejuízo de acionistas, de empresas e do País.

Isso é para você ver a dimensão da corrupção na área privada. Melhor, isso é para você ver que corrupção na área privada existe e que ela é gigantesca! E pior, é mal publicada, porque o controle sobre a corrupção privada é mais difícil, pois não há Lei da Informação para garantir acesso a suas informações.

Mas o pior de tudo é que essas auditorias e consultorias são as mesmas que apontam sobre "carga tributária brasileira", taxa de eficiência de empresas brasileiras, taxas e índices econômicos de todo o tipo e que influenciam tomada de decisões para elaboração de políticas públicas para o desenvolvimento do País. Em que medida podemos confiar em seus estudos e conclusões? Veja que complicado para realização do interesse público dependermos exclusivamente de avaliadores privados e concedermos a eles o reconhecimento de donos da verdade e da infalibilidade.

Leia o artigo de Elio Gaspari. Interessante para entendermos que a corrupção na área privada é provavelmente maior e mais grave do que na área pública. Temos de ver a realidade dos fatos. A realidade não é a de que prevalece a corrupção na área pública e a idoneidade na área privada. Há corrupção em ambas as áreas, mas na área privada é mais protegida e menos visível.

Importante salientar ainda que hoje foi publicado no Estadão que ações anticorrupção aumentaram em 133% o número de presos por corrupção ativa, passiva e peculato, em quatro anos!! Acesse: http://estadao.br.msn.com/ultimas-noticias/a%C3%A7%C3%B5es-anticorrup%C3%A7%C3%A3o-aumentam-pris%C3%B5es-por-crimes-contra-gest%C3%A3o-p%C3%BAblica-no-pa%C3%ADs

Dessa forma coloca-se o debate sobre corrupção privada x pública em dimensões e perspectivas mais próximas do real. Pena que não há o mesmo índice publicado para aumento de prisões de corruptos da área privada e nem tanta publicidade sobre a corrupção na área privada... só quando estoura em milhões de cidadãos, ou em rombos gigantescos na economia..

p.s. de 09/05/2013 - texto revisado.

Falta de Assistência Social nos EUA resulta em alta taxa de suicídio

Nos EUA, em 2010, o índice de suicídios (38.364) foi maior do que o de mortes por acidente de trânsito (33.687)!!

O artigo intitulado "Recessão elevou taxa de suicídio de americanos e britânicos - Estudo defende que austeridade tem efeitos negativos para a saúde", publicado no Jornal O Globo de 04/05/2013,, pg. 24, dá notícia de que houve aumento da taxa de suicídio nos EUA de forma muito maior do que em países que enfrentaram a crise econômica sem cortes substanciais em programas sociais.

Os dados e análises desta questão estão no livro "The Body Economic: Why Austerity Kills" do professor David Stuckler, da Universidade de Oxford e do professor Sanjay Basu, da Universidade de Satndford, segundo informações do artigo.

Esse é o tipo de notícia que não se vê todos os dias. A falta de apoio social, cortes em programas sociais nos países que estão sofrendo com a crise, geram desesperança ao ponto de as pessoas desses países se suicidarem.

Veja o potencial destrutivo que tem o apelo, durante a crise econômica, da defesa da austeridade fiscal à toda prova (que sempre combatemos aqui), ou a defesa de demissões para controle da inflação, como recentemente vimos no Brasil. Já era sabido que, sem ter como pagar aluguel, espanhóis endividados e desempregados estavam se suicidando!

É importante dar a exata dimensão do que é isto, este conjunto de dados: não se trata de consequência natural da crise econômica criada pelos bancos e que está sendo resgatada via endividamento dos países do centro do capitalismo; trata-se da adoção equivocada de uma política que objetiva antes o controle da inflação do que o resgate social da população que sofre na crise, ou seja, uma política que objetiva proteger o patrimônio (de quem tem lógico) ao invés de criar condições para que as famílias mais pobres e de classe média que sofrem danos colaterais da irresponsabilidade dos bancos e agências de rating possam ter apoio e reestruturarem-se para passarem com menos sofrimento por este momento grave econômico em que foram metidos e de que não têm culpa.

Interessante saber que na terra das oportunidades, nos Estados Unidos da América, o número de suicídio em 2010 já era maior do que o de acidentes de trânsito e que, nesse mesmo artigo, segundo a Vice-Diretora do Centro para Controle e Prevenção de doenças, Ileana Arias, "o incremento nas taxas (de suicídio) coincide com a piora da situação financeira das famílias".

Assista o filme "$O$ SICKO" de Michael Moore e veja a realidade que os americanos mais pobres e de classe média (sem plano de saúde) enfrentam. A realidade dos EUA do que uma elite brasileira gostaria de replicar aqui favorece exponencialmente ricos e lega à grande parte da população grande desassistência social, como licença maternidade de três meses sem salário, hospitais públicos que não são gratuitos, e universidades públicas (70% das universidades americanas são públicas) que não são gratuitas (cursos custam no mínimo U$8 mil por ano, e U$16 mil em média).

A realidade social americana é bem diferente do que aparece nos filmes. Por isso sugiro copiar, adaptando para nossos parâmetros sócio-culturais-econômicos, mais a estrutura dos países nórdicos.