terça-feira, 21 de junho de 2016

Comentário ao artigo "Desanuviou", de George Vidor

Como sempre, é possível encontrar o equilíbrio e a verdade econômica nas palavras de George Vidor, um dos únicos jornalistas econômicos que acompanhamos e de quem nunca pudemos discordar em suas avaliações, críticas e apontamentos sobre economia.

Em seu mais novo artigo, intitulado "Desanuviou" ele comenta, como nós já comentamos, sobre o fato de que o horizonte econômico está se abrindo para ao Brasil. Ou seja, não há caos econômico à frente.

Observe o trecho selecionado:

"A política continua complicada, mas ao menos na economia o clima já melhorou.

Os problemas continuam os mesmos, mas a mudança da equipe econômica promovida pelo presidente em exercício Michel Temer parece que desanuviou o país. Ao menos no que que se refere à economia. A política permanece complicada, com revelações quase diárias na operação Lava Jato. No entanto, todo esse tumulto não tem impedido o Congresso de aprovar medidas necessárias para que as finanças públicas comecem a entrar nos eixos, entre elas a que desvincula parte das receitas da União dos percentuais de gastos obrigatórios.

(...)

A mudança de ambiente sem dúvida ajudará a economia a respirar um pouco no segundo semestre. A diferença em relação ao ano passado é que nessa fase de 2015 a velocidade com que o país estava descendo a ladeira acelerava. Alguns indicadores já começam agora a ser positivos, embora outros ainda estejam deteriorando, o que deixa os analistas financeiros confusos sobre se já batemos no fundo do poço ou não. Ainda que tímida, a sensação de recuperação da economia será maior dependendo da trajetória da inflação no segundo semestre. Se der uma trégua, o Banco Central terá condições de reduzir as taxas básicas de juros (simbolicamente, apenas como um sinal de que a “fera” está de fato controlada).  É o sinal que os bancos esperam para destravar o crédito. Com os juros no nível em que estão, não há quem deseje tomar empréstimos, e nem banco que queira emprestar, com receio de calote."  
Veja a íntegra em http://blogs.oglobo.globo.com/george-vidor/post/desanuviou.html

Naturalmente ele deu mais ênfase ao reflexo de confiança a partir das decisões políticas de nomeação de expoentes conhecidos do mercado a cargos-chave na estrutura governamental referente ao setor econômico (o que foi importante mesmo e fundamental), mas comenta que o horizonte do segundo semestre é no sentido oposto do que ocorreu no segundo semestre de 2015, ou seja, de melhora, de recuperação e não de piora e imersão em mais caos.

Não houve abordagem d a incongruência informativa em torno do fato de que ao enfatizar o caos nos últimos dois meses, não se atentava para o crescimento do IED (investimento direto estrangeiro de US$80 bilhões nos últimos dois meses, contra média de 60 bilhões de dólares nos últimos cinco anos), nem recordes de exportação (ultrapassando um bilhão de toneladas/ano), nem para o fato de que desemprego com juros altíssimo gerariam decréscimo evidente da inflação, bem como decréscimo do dólar.. o mercado chegou a dizer que comparar dólar a R$4,00 era pechincha e houve os que dissessem que o dólar chegaria a R$7,00!!!

Pois é.. nada disse parece mais estar no horizonte do mercado para o Brasil.. nem a queda do PIB em 4,8% e inflação a 7,5%.. mas os erros do governo anterior, que não desfez as medidas anticíclicas desde ao mesmo segundo semestre de 2013 (medida que seria a correta), aliada ao azar econômico internacional para o Brasil de desde 2013 o minério de ferro e o petróleo atingirem as mais baixas cotações históricas (minério - de US$138,00 a tonelada para US$38,00 a tonelada / petróleo - de US$ 120,00 o barril brent para US$ 28,00 o barril brent), aliada ainda à estagnação do crescimento dos EUA e Europa e à queda do crescimento econômico da China, deixaram um resultado bem negativo: em dois anos houve aumento da relação dívida/pib de 54% para 68%, desemprego de quase 10%, déficit fiscal de 8% e juros de 14,5%, com perda de PIB de 3,3% em 2015 e provavelmente 1,5% este ano de 2016.

Não se observa, no entanto, que o prejuízo dos Europeus e americanos com a crise internacional de 2008 foi muito mais intensa e pior do que esses números e por período muito maior.

Então, ficamos satisfeitos que mais essa notícia, vinda de um jornalista econômico de respeito e bem avaliado por este Blog, venha no sentido de indicar para os brasileiros com certa antecedência de que não há caos econômico. Há fatos econômicos desfavoráveis que, em meio à situação atual, vêm apresentando condicionalidades e fatos que favorecem a economia brasileira para que ela se recupere e continue a se recuperar durante esse ano e os próximos.

Em breve falaremos do mercado imobiliário que continua fraco, em movimento de continuidade de esvaziamento da bolha imobiliária que tanto apontamos por anos antes de ela ser reconhecida e atingir a manchete do Jornal O Globo, bem como para entender e explorar os limites dessa tendência de baixa de valores de imóveis e seus aluguéis, que já dura mais de dois anos, com ênfase a partir do segundo semestre de 2015.

Agora é ver onde se encontra o fundo do poço. Para nós, será o fim do ano de 2016, com estabilidade de preços por mais uns 12 meses a dois anos, período em que dívidas de longo prazo das famílias diminuirão e em que, aguarda-se, o crescimento econômico mundial será retomado.

Por enquanto é só. Parabéns ao George Vidor. É bom contar com outros cidadãos brasileiros que se preocupam em noticiar fatos e a verdade e não os distorcer a serviço de sabe-se lá quem ou de uma visão de mundo que, a nós, é evidentemente artificiosa. 


3 comentários:

  1. Aguardo sua avaliação do mercado imobiliário, pq a mais de 5 anos aguardo pra comprar e apesar dos juros que aumentaram bastante hoje eu consigo comprar um imóvel de 110 metros pelo preço de um de 70 metros a dois anos atras. Acho que não vai cair mais os preços do que hoje, afinal a bolha já vem murchando a mais de 2 anos e aqui na minha cidade (Aracaju), praticamento só esta tendo lançamento do minha casa minha vida. Para mim, que juntei capital e financiarei pouco, acho que vale a pena comprar. E penso que o mercado só vai se recuperar quando liberarem o credito novamente e baixarem as taxas e reduzirem o endividamento das familias.
    Eduardo Cesar

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    1. Perfeito, Eduardo. Suas considerações estão em consonância com nosso acompanhamento. Observe, ninguém vai poder te dizer o ponto final da bolha/correção imobiliária. Nosso acompanhamento do assunto nos permite dizer que o movimento de esvaziamento da bolha imobiliária brasileira já mobiliza há uns 6 meses fundos internacionais a captarem valores em mercado para juntar novo fundo imobiliário para virem comprar a partir do fim de 2016.

      Então, a nosso ver, o melhor momento de compra é neste segundo semestre de 2016. Já pode procurar e fazer sua pesquisa de mercado. O mercado previu queda de imóveis somente para após os jogos olímpicos, mas, como já dissemos antes e ficou patente pelos fatos reais, a queda começou há dois anos, como você disse.

      Assim, a recuperação do mercado pode iniciar a partir de 2017, pois os estoques de imóveis não vendidos está diminuindo e as empresas não estão construindo muito, nem as pessoas comprando pois ainda pagam dívidas referentes a carros e imóveis comprados em 2010/2011 e antes.

      Importante notar que ninguém, ninguém mesmo, pode comprar no preço mais baixo e nem vender no preço mais alto de mercado, a não ser por sorte. Então, se você comprar em 2016, lá para outubro, me parece um dos melhores períodos possíveis de compra. Mas dependendo do mercado pode não ser o período de valores mais baixos.

      Estou atrasando o artigo sobre imóveis há um mês. Desculpe. Mas também tenho de verificar outros temas e outros compromissos pessoais e profissionais.

      Não espero um grande queda após dezembro de 2016. Por quê? Porque a economia começará a melhorar e as dívidas familiares estarão declinando. É verdade que melhora da economia pode levar a investimento em bolsas e outros ativos e se houver grande crescimento de preço de ações pode até gerar venda de imóveis par posicionamento em bolsa.. isso já aconteceu no passado. Mas isso já é extremo. É possível, mas é extremo.

      O importante sempre é a tendência. Houve de 2013/2014 até hoje uma desvalorização de até 50% em alguns mercados centrais de imóveis no Brasil. Principalmente percebido na forma de "promoções". Segundo a avaliação de uma consultoria americana, esse era o nível de sobrepreço dos imóveis no Brasil em abril de 2012. Então, o valor está dentro de um padrão razoável, em média, agora e com potencial para você pechinchar.

      O artigo sairá em breve! Grande abraço!!

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  2. Perfeito, Eduardo. Suas considerações estão em consonância com nosso acompanhamento. Observe, ninguém vai poder te dizer o ponto final da bolha/correção imobiliária. Nosso acompanhamento do assunto nos permite dizer que o movimento de esvaziamento da bolha imobiliária brasileira já mobiliza há uns 6 meses fundos internacionais a captarem valores em mercado para juntar novo fundo imobiliário para virem comprar a partir do fim de 2016.

    Então, a nosso ver, o melhor momento de compra é neste segundo semestre de 2016. Já pode procurar e fazer sua pesquisa de mercado. O mercado previu queda de imóveis somente para após os jogos olímpicos, mas, como já dissemos antes e ficou patente pelos fatos reais, a queda começou há dois anos, como você disse.

    Assim, a recuperação do mercado pode iniciar a partir de 2017, pois os estoques de imóveis não vendidos está diminuindo e as empresas não estão construindo muito, nem as pessoas comprando pois ainda pagam dívidas referentes a carros e imóveis comprados em 2010/2011 e antes.

    Importante notar que ninguém, ninguém mesmo, pode comprar no preço mais baixo e nem vender no preço mais alto de mercado, a não ser por sorte. Então, se você comprar em 2016, lá para outubro, me parece um dos melhores períodos possíveis de compra. Mas dependendo do mercado pode não ser o período de valores mais baixos.

    Estou atrasando o artigo sobre imóveis há um mês. Desculpe. Mas também tenho de verificar outros temas e outros compromissos pessoais e profissionais.

    Não espero um grande queda após dezembro de 2016. Por quê? Porque a economia começará a melhorar e as dívidas familiares estarão declinando. É verdade que melhora da economia pode levar a investimento em bolsas e outros ativos e se houver grande crescimento de preço de ações pode até gerar venda de imóveis par posicionamento em bolsa.. isso já aconteceu no passado. Mas isso já é extremo. É possível, mas é extremo.

    O importante sempre é a tendência. Houve de 2013/2014 até hoje uma desvalorização de até 50% em alguns mercados centrais de imóveis no Brasil. Principalmente percebido na forma de "promoções". Segundo a avaliação de uma consultoria americana, esse era o nível de sobrepreço dos imóveis no Brasil em abril de 2012. Então, o valor está dentro de um padrão razoável, em média, agora e com potencial para você pechinchar.

    O artigo sairá em breve! Grande abraço!!

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