quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Tendência de queda de preço de imóveis permanece - Bolha Imobiliária brasileira se esvazia

As informações são muitas no sentido de esvaziamento da bolha imobiliária brasileira. Mercado em baixa, desvalorização de ações de empresas de construção, alta de estoques de imóveis sem venda, são informações que se aliam às mais novas no setor que são: alta de juros para financiamento para imóveis entre 500 mil e 700 mil reais, baixa da demanda, gerando baixa propoensão das empresas em investir nesse ano de 2015.

A Gafisa não pretende fazer nenhum lançamento de imóvel que não seja pela divisão popular "Tenda", ainda beneficiada pelo programa "Minha Casa, Minha Vida". SAeus estoques são de mais de 3 bilhões em imóveis sem venda. Essa notícia foi publicada recentemente no Jornal do Commercio.

O s indicativos de mercado são estoques altos, baixa demanda e aumento do custo de financiamento: Isso pressiona para baixo o preço dos imóveis. O indicativo de baixa de investimento tem dois efeitos: mostra a fraqueza da atividade, mas contribui para menor oferta o que pode segurar os preços um pouco. Mas o custo de manter imóveis em carteira (pagamento de IPTU e condomínio) tende a pressionar as construtoras a fazerem ofertas e baixas de preços para se desfazerem de seus estoques e, portanto, das respectivas despesas.

Uma informação do mundo real: em uma Vila, condomínio fechado, da Tijuca, uma casa que estava à venda há seis meses avaliada em R$1.250.000 (um milhão duzentos e cinquenta mil reais), sem garagem, teve oferta de um milhão de reais. O proprietário não aceitou. Hoje a avaliação é de que não seja possível vender por mais de R$900.000,00, valor que o proprietário está aceitando. Nesta hipótese a queda foi de 30%. Em Berlim, a queda de 6% de valor de imóveis em um ano foi considerado um disparate e um "estouro imobiliário".. rsrsrsrs. Mas no Brasil, o valor pode cair 30% que não é estouro de bolha.. é desconto... é correção natural de mercado.. tudo natural... assim como os aumentos de valores de 400% em cinco anos no RJ... natural ajuste de mercado.. tudo natural... rsrs.

Outras informações neste mesmo sentido são acessíveis nos artigos somente publicados no Jornal do Commercio elencados abaixo:

Institutos recomendam prudência ao trabalhador na aquisição da casa própria

Trecho selecionado:
"Aqueles que pouparem para dar uma entrada maior podem ser beneficiados pela alta de estoque de imóveis, uma vez que a elevação dos juros pode reduzir a procura. Segundo Geraldo Tardin, a queda na procura poder criar um cenário com boas ofertas para os interessados."

Acessível na íntegra em
http://www.jcom.com.br/noticia/151050/Institutos_recomendam_prudencia_ao_trabalhador_na_aquisicao_da_casa_propria

CNI diz que disposição do empresário da construção para investir é menor em 2015

Trecho selecionado:
" O índice varia de 0 a 100 pontos e, quanto maior o índice, maior a propensão a investir. “A menor propensão é resultado do cenário adverso vivenciado pelo segmento, que tem enfrentado desaquecimento da atividade, situação financeira negativa e baixa expectativa de recuperação”, registrou o documento. Conforme os dados, as empresas de grande porte essão menos
inclinadas a investir."
"Os números indicam que a utilização da capacidade de operação da indústria da construção caiu para 63% em dezembro, atingindo o menor percentual da série histórica iniciada em janeiro de 2012. Em novembro, o percentual foi 66%."

Acessível na íntegra em
http://www.jcom.com.br/noticia/151139/CNI_diz_que_disposicao_do_empresario_da_construcao_para_investir_e_menor_em_2

Análise Econômica janeiro de 2015: fatos novos e real perspectiva de queda do PIB

Até a primeira semana de janeiro de 2015 as previsões eram de que o PIB de 2015 seriam maior do que o PIB de 2014 e havia motivos para isso. O petróleo não havia caído a menos de US$ 50 dólares, não havia ainda a dimensão dos cortes do Executivo ao orçamento e aos investimentos (havia previsão de que o governo economizaria 1,2% do PIB para pagamento de juros), não havia a informação efetiva de cortes de investimentos da Petrobrás (havia perspectiva de cortes) e nem sua dimensão, o Banco Central Europeu (BCE) não havia divulgado que despejaria 1,1 trilhão de euros no mercado europeu esse ano (recompra de títulos da dívida européia).

Agora há tudo isso, que é ruim para a economia e o crescimento econômico, e a previsão do mercado já é de 0,33% de crescimento do PIB par 2015, com algumas previsões de recessão ou decréscimo do PIB. Levy diz que 2015 será parecido com 2014.

Mas há outros dados também que, infelizmente corroboram uma dificuldade por qual a economia passará esse ano:

1 - Europa não decolou sua economia e continua beirando a recessão com altos índices de desemprego e desesperança para seus cidadãos, mesmo usando toda a política de austeridade como foi usada.. na verdade o relaxamento monetário (quantitative easing) implementado pelo BCE indica que de certa forma estão revendo essa política.

2 - China continua com crescimento próximo à metade do que já foi, estando entre 6% a 7% enautno já foi de 11% ao ano.

3 - Índia apresenta crescimento melhor maa abaixo do que já foi.

4 - Rússia apresenta-se em recessão econômica, devido aos embargos econômicos impostos pelo Ocidente por conta de suas ações expansionistas contra o território ucraniano.

5 - EUA, de todos, é o que melhor se recupera, ao ponto de poder diminuir a política de relaxamneto monetário e parar com a compra de títulos de sua dívida que chegaram a injetar mensalmente 85 bilhões de dólares. Também passou a indicar aumento de juros da dívida, que hoje gera até perda de valores a quem investe em títulos americanos diante da diferença da inflação em dólares e a remuneração dos títulos da dívda americana, assim como ocorre na Europa. Mas mesmo assim sua recuperação não é vigorosa.

Observem que esses dados externos demonstram pouco vigor da econmia mundial para ajudar na balança comercial brasileira e colaborar com o crescimento de nossa economia. A valorização do dólar tem efeito abíguo para a economia, pois pressiona inflação, mas facilita vendas de nossas mercadorias aos EUA. Digo aos EUA, pois a valorização do dólar foi mundial, equilibrando essa vantagem com os demais concorrentes e mercados mundiais, e o relaxamento monetário do BCE encarece relativamente nossos produtos que se destinam à Europa.

Aliado a isso temos fatos internos ruins para o crescimento: aumento de taxa de juros do Banco Central Brasileiro (BCB), alto endividamento das famílias e pouca propensão ao consumo, queda de vendas de carros e imóveis e início de correção de preço de imóveis (fato pouco divulgado na grande mídia). Tudo isso e deflacionário, mas é prejudical ao crescimento da economia.

A questão do desinvestimento do governo para aumentar superávit primário e desinvestimento da Petrobrás também é grave pois retira investimentos da economia brasileira e, portanto, influencia negativamente o  o giro econômico e o crescimento econômico. E a operação lava-jato ainda colaborou fortemente para outro impacto negativo na econmia: dezenas de grandes empresas de construção e prestadoras de serviço à Petrobrás ficarão excluídas do direito de prestar serviços e participar de licitações da Petrobrás, perdendo contratos futuros e talvez até presentes, para empresas nacionais, mas muito mais para empresas estrangeiras, o que gerará remessa de valores ao exterior e criação de empregos no exterior, diminuindo o crescimento de nossa economia, geraçaõ de emprego e gerando fechamento de empresas em nossa economia.

Esperamos, entretanto, que a pujança da nossa economia seja maior do que todos esses fatos negativos, sendo certo que o nível do investimento direto estrangeiro (IED) continua no mesmo patamar histórico de US$60 bilhões anuais, além de que há fluxo financeiro para o país em torno de US$30 bilhões, muito por causa das altas taxas de juros selic. Isso garante uma estabilidade financeira ao país e o financiamento de nosso déficit.

Por outro lado, as rodadas de licitações de aeroportos, portos, ferrovias, hidrovias, rodovias e investimentos em mobilidade urbana (construção de estações de trens, linhas e estações de metrô, arcos metropolitanos do RJ e SP, construção de linha de VLT e expansão de aviação regional), licitações para construção de usinas hidrelétricas, eólicas, solares e nucleares, bem como licitações para concessão de distribuição de energia e construção de linhas de transmissão, tudo isso garante fluxos de valores à nossa economia para implusionar imediatamente e mediatamente o crescimento do PIB.

É importante salientar que, segundo um artigo de Thomas Piketty no livro "Thomas Piketty e o Segredo dos Ricos", enquanto em 1970 o índice de valores pertencentes a empresas e/ou pessoas que ficava sem giro (gerando apenas renda - atividade rentista) era de 5%, hoje está em 65%. Cabe à área privada e aos governos desenvolverem meios para que esses valores se destinem a investimentos produtivos e saiam da exclusiva atividade rentista.

Cremos que o Brasil tem plenas condições deiante da enormidade de carência de investimentos de infraestrutura, de atrair esse capital. E os caminhos adotados antes e agora parecem estar no bom sentido de compatibilizar crescimento econômico, controle inflacionário, responsabilidade fiscal, incentivo ao investimento, compactando isso tudo com diminuição de desigualdade social e regional, aumento de renda e emprego.

O Blog Perspectiva Crítica vê o impasse econômico do ano de 2015, mas acredita que estagnação econômica em 2015, a partir de medidas corretas de ajustes econômicos aliados ao grande incentivo aos investimentos privados na economia são o caminho para que o crescimento do PIB alcance 0,5% esse ano e possa gerar um novo ciclo de crescimento econômico sustentável e duradouro.

Que o governo não perca rumo e não erre na mão.

p.s.: Foi recentemente divulgado pelo Jornal do Commercio que a Gafisa não pretende fazer qualquer lançamento de imóveis para o ano de 2015, estando com estoque de mais de 3 bilhões de reais em imóveis. Somente fará lançamentos a partir de sua divisão de imóveis para baixa renda, a Tenda, porue o fluxo do "Minha Casa, Minha Vida" permanece. Isso evidencia o esgotamento do mercado de compra de imóveis, como já vínhamos noticiando e acompanhando. Isso também evidencia que  medidas deverão ser tomadas pela empresa para se desfazer de seus estoque de imóveis que, em sua propriedade, geram somente despesas. Assim, aparentemente haverá mais "promoções", que significam baixa de preços de imóveis novos para o comprador. Isso é a continuidade do movimento de esvaziamento da boilha imobiliária que existe no país e isso tambe´m tem efeito deflacionário, além de gerar uma diminuição de PIB.

p.s.2: Leia um antigo artigo (ano de 2013) do Wall Street journal sobre a aplicação pelo FED da política de relaxamento monetário (quantitative easing). Interessante para que se entenda a política que está agora sendo implementada na Europa. Acesse: http://br.wsj.com/articles/SB10001424127887324323904578368972575665126

p.s.3: Sobre imóveis e o momento de compra, existência de altos estoques nas grandes construtoras, acesse o recente artigo do Jornal do Commercio em http://www.jcom.com.br/noticia/151050/Institutos_recomendam_prudencia_ao_trabalhador_na_aquisicao_da_casa_propria
Veja o trecho selecionado: "Aqueles que pouparem para dar uma entrada maior podem ser beneficiados pela alta de estoque de imóveis, uma vez que a elevação dos juros pode reduzir a procura. Segundo Geraldo Tardin, a queda na procura poder criar um cenário com boas ofertas para os interessados."

p.s. de 01/02/2015 - Nos jornais de ontem (31/01) e anteontem foi publicado um fato novo grave: a dívida líquida pública evoluiu de 33% para 36,7% no fim de 2014. Sim, não é boa a notícia. O aumento de 11% da dívida pública demonstra que ajustes devem ser procedidos, como estão sendo desenhados por Levy, entretanto, senhoras e senhores, não é catastrófico como publicado e muito menos irreversível. Os últimos 4 anos, no primeiro governo Dilma, foram anos em que as políticas de proteção ao emprego e de indução ao crescimento da economia através de ações de governo (subsídios, contabilidade governamental criativa, etc) se apresentaram em diversas formas criativas de tentativas que buscavam limites. Se tudo tivesse dado certo, ninguém estaria reclamando e poderia talvez se visse tudo de forma diferente. EUA e Europa têm políticas de subsídios bilionários em suas economias e todos os apontam como exemplos.. Por que não es estuda a diferença entre o que foi feito aqui e o que é feito lá em termos de subsídios governamentais? Mas do jeito que as coisas foram ficará pendente uma dúvida: a crise hídrica, a operação lava-jato e a queda do preço do petróleo, se não ocorressem, teriam dado chance ao modelo de criatividade contábil e subsídios e desonerações (pushing to the limits) do governo dar certo ou simplesmente adiaria a desgraça que se abateu nas contas públicas e na economia? O fato é que, assim como os  planos monetários que não deram certo antes do real, ao menos as tentativas foram por uma implantação de política brasileira feita por brasileiros para brasileiros, diferente do que ocorreu na Argentina com Menem e que deu no que deu.. lá foi seguido à risca determinações do FMI e o país quebrou. Importante ainda salientar que esse aumento de 10% da dívida pública foi menos eficiente do que os acréscimos de gastos público nos dois governos petistas anteriores, mas o mercado internacional ajudou antes e não ajuda agora. A verade é que todas essas políticas desenvolvimentistas mantiveram emprego e giro econômico no país, enquanto a Europa e EUA tiveram recessão e desemprego. Importante essa noção. E se nossa dívida pública cresceu dez por cento agora, quanto cresceu a européia e americana na crise? Eu respondo: 100%. Está aí a diferença que a grande mídia não publica. Mas algo tem que ser feito para reverter isso. E está.

terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Missão do Blog Perspectiva Crítica

O post script do artigo anterior ficou bom para elucidar uma dúvida comum dos leitores e críticos dos artigos do Blog perspectiva Crítica: o Blog defende o governo petista? Qual a missão do Blog?

Importante informar que nós não votamos em Dilma para a reeleição, nós não somos defendsores do governo Dilma, do governo petista ou dos governos do PSDB de FHC.

De forma imediata, em pouquíssimas palavras, podemos dizer que a missão do Blog Perspectiva Crítica é a seguinte:

"Nós somos críticos construtivos da grande mídia, defensores de bons atos de governo e denunciadores e críticos de maus atos de governo, sejam de que partido for, e os princípios que norteiam nossas críticas e comentários são a defesa da democracia, da república e da federação brasileiras, das instituições civis, defesa dos direitos individuais e sociais, busca pela diminuição da desigualdade social e regional, busca pela promoção do bem de todos e do desenvolvimento nacional (artigo 3º da CF/88), defesa da soberania nacional e do princípio de autodeterminação dos povos, busca pela inserção internacional econômica e política com autonomia, assim como a defesa do emprego e renda do brasileiro, eficiência dos serviços públicos, com responsabilidade fiscal e controle inflacionário."

É isso.

p.s. de 29/01/2015 - Texto revisado.

Respostas às "Dúvidas" de Rodrigo Constantino

Quase não me dei o trabalho de responder essas perguntas que Rodrigo Constantino externou em seu artigo intitulado "Dúvidas" e publicado no Jornal O Globo de 06/01/2015, na página 13. Mas as perguntas finais me motivaram a respondê-las todas, como já fiz com perguntas de Arnaldo Jabor... porque, afinal, se temos as respostas às perguntas de pessoas ilustres que não as têm, seria até uma maldade não as compartilhar e manter bons jornalistas e escritores na perplexidade... rsrsrsrs.

As perguntas finais foram: "alguém ainda leva a sério o discurso de que o PT se preocupa com os mais pobres? Quem o faz tem problemas cognitivos ou é de caráter mesmo? Por que o silêncio constrangedor de todos os eleitores de Dilma quanto ao evidente estelionato eleitoral em curso?" E mais: "como um partido como o PT está no poder há 12 anos? Seria o brasileiro masoquista?".

Talvez não devêssemos responder, já que votamos e declaramos o voto em Aécio exclusivamente por conta dos atos antidemocráticos e antirrepublicanos perpetrados por Dilma no seu primeiro governo, mas como concordamos com a política econômica e social, entendemos que devemos romper esse "silêncio" alegado por Constantino, ao mesmo passo em que podemos explicar a capacidade cognitiva de quem defende o governo e vota no PT.

Quanto às alegações de falta de caráter ou incapacidade cognitiva, o problema é que após as respostas tal acusação pode se voltar contra o articulista... mas "quem com ferro fere, com ferro será ferido" já dizia o provérbio. Até porque uma pessoa inteligente que não vê o que ocorre nõa se pode dizer que não entende, mas com certeza que manipula. Isso talvez seja pior do que demonstrar incapacidade cognitiva e pode evidenciar o caráter. Acho deprimente que tenha que colocar discussões políticas em nível tão baixo. mas enfim. Talvez Constantino tenha escrito para defensores específicos de Dilma e seu governo e não para os defensores e eleitores em geral. Pensemos assim.
Vou começar por estas perguntas.

Rodrigo Constantino: "Alguém ainda leva a sério o discurso de que o PT se preocupa com os mais pobres? Quem o faz tem problemas cognitivos ou é de caráter mesmo? Por que o silêncio constrangedor de todos os eleitores de Dilma quanto ao evidente estelionato eleitoral em curso?"

Blog Perspectiva Crítica: Algum político é santo? Os políticos vivem exclusivamente para a realização do bem alheio? Não. Políticos, inclusive os bons, pretendem galgar o poder. Isso é importante e essencial para eles e para a democracia. Após isso, implantam seus governos e pretendem continuar no poder. Não como ditadores (talvez até quisessem.. rsrs), mas dentro de regras democráticas, da maneira que for possível. A realização dos governos, seus atos de governo, portanto têm objetivos imediatos e mediatos. Alguns podem ser mais honestos em suas intenções e outros menos. Mas no jogo político, como entendemos, o que importa não é só a intenção, mas aquilo que foi realizado e se guarda correspondência com um fim determinado, compreensível e visível com o qual você, eleitor, se identifique. Dito isso, se o PT faz o que faz pelos mais pobres por interesse em manter-se no poder ou por total comprometimento com a melhora de vida dos mais pobres, o importante é seus atos de governo e reflexos para a qualidade de vida deles e a segurança institucional da democracia e república brasileira. A análise dos atos de governo de Lula e Dilma demonstram que há comprometimento com os mais pobres, sem populismo exacerbados e que distorçam a democracia ou a República. Não houve o que Cristina Kirchner fez e faz na Argentina e nem o que Chavez fez e Maduro faz na Venezuela. Os atos de governo petista estão aumentando renda e qualidade de vida dos mais pobres, incluindo-os na sociedade de consumo brasileira e não atacando ricos e classe média e inserindo mais e mais pessoas na faixa de pobreza. Então, a nosso ver, o PT se preocupa com os mias pobres e os está empregando e educando cada vez mais. As políticas são várias, numerosas, eficientes e têm tido enorme êxito reconhecido por organismos internacionais. Numerá-las é até difícil e extenso: PRoUni, Fies, Sisu, lei de cotas (com prazo determinado de vigência), centenas de milhares de poços artesianos no sertão nordestino, centenas de milhares de caixas d'água distribuídas no sertão nordestino com estrutura para captação de água da chuva a estas famílias, bolsa família, 80 mil bolsas de pós-graduação no exterior, centenas de escolas técnicas criadas por todo o País, mais de 10 universidades públicas construídas, orçamento da educação muito aumentado, salário de professores aumentado, sejam federais, sejam municipais e estaduais com a ajuda do FUNDEB, programa mais médicos que levou médicos a 56 milhões de brasileiros do interior que não tinham médicos... e falei pouco.
Não ver que todos esses programas mudaram a vida de metade da população brasileira e legitimaram os votos em Dilma, principalmente no Nordeste e Norte, e ainda no RJ e Minas Gerais, pergunto, é uma questão de incapacidade cognitiva ou desvio de caráter e tentativa de manipulação dos fatos e mentes brasileiras?
Você não precisa concordar com todos os programas e atos de governo. Nós temos considerações a fazer a vários deles e já s fizemos em nossos artigos neste blog, mas nós não estamos de olhos fechados à imensidão de atos de governo que enriqueceram e enriquecem brasileiros mais pobres sem empobrecer a classe média e os ricos. É bem verdade que a classe média ficou mais esquecida do que os ricos.. rsrsrs. Isso é um grande defeito. Mas não houve ataque à propriedade e mnão houve aumento da faixa de pobres no Brasil.
Assim, para finalizar essa resposta, as alterações da política econômica atuais, já tratadas especificamente em artigo recente desse Blog sob o título "Dilma traiu seus eleitores?", têm como objetivo manter a estrutura econômica e fiscal possível para se manter um projeto de diminuição de desigualdade social e regional, continuidade de criação de empregos (no momento sob problemas), crescimento econômico (no momento sob problemas), com responsabilidade fiscal e inflação sob controle. Isso não é trair eleitores nem é estelionato eleitoral. Aumentar juros para 12,25% é diferente de chegar a 15% ou mais como falava a oposição ou parar de aumentar o salário mínimo, como defendia a oposição.
Adotar medidas de contenção de gastos e organização de finanças após a pressão que a crise financeira lançou sobre o país que teve de se utilizar de medidas anticíclicas é corolário natural e responsável e não uma "guinada" indicativa que a política anterior estava incorreta ou foi irresponsável. Não existem só medidas corretas ou erradas. Existem medidas tomadas para um problema com o objetivo de gerarem uma consequência, a qual, em excesso ou já não tendo utilidade, deve ser revertida. É o mesmo que você colocar água no incêndio. Após apagar o fogo, a continuidade de água no apartamento começa a destruir o que não tinha sido destruído pelo fogo. O mesmo acontece com uso de antibióticos que em excesso adoecem o organismo que antes protegeram. Não enxergar isso é demonstração de falta de capacidade cognitiva ou de falta de caráter?
É importante notar ainda que da parte deste Blog não houve silêncio constrangedor, mas entendemos que é importante que se pense antes de escrever, porque senão é possível que o escritor ou articulista escreva besteiras facilmente desconstrutíveis, como foi o caso.

Rodrigo Constantino: "A economia está ou não desajustada?"

Blog Perspectiva Crítica:   Repetimos: "Adotar medidas de contenção de gastos e organização de finanças após a pressão que a crise financeira lançou sobre o país que teve de se utilizar de medidas anticíclicas é corolário natural e responsável e não uma "guinada" indicativa que a política anterior estava incorreta ou foi irresponsável. Não existem só medidas corretas ou erradas. Existem medidas tomadas para um problema com o objetivo de gerarem uma consequência, a qual, em excesso ou já não tendo utilidade, deve ser revertida. É o mesmo que você colocar água no incêndio. Após apagar o fogo, a continuidade de água no apartamento começa a destruir o que não tinha sido destruído pelo fogo. O mesmo acontece com uso de antibióticos que em excesso adoecem o organismo que antes protegeram. Não enxergar isso é demonstração de falta de capacidade cognitiva ou de falta de caráter?"

Rodrigo Constantino: Sobre "ajustes indolores" da economia e finanças, "é para cortar na carne? Por isso um fiscalista ortodoxo como Joaquim Levy  assumiu a pasta da Fazenda? A presidente virou neoliberal do lado direito, mas continua desenvolvimentista  do lado esquerdo? Qual lado falará mais alto?"

Blog Perspectiva Crítica: Aqui nós entendemos que é difícil para Constantino entender. Ele é Presidente do Instituto Liberal. Está vendo a Dilma tomar medidas que os conservadores gostariam de fazer e, portanto, acha incongruente. Entretanto essa perplexidade deriva da miopia que o maniqueísmo atual entre social x capital, liberal x social, monetarista x desenvolvimentista cria na nossa sociedade atual. Como a maioria das pessoas está obtusa quanto à rotulação de atos de governo e posições políticas a serem defendidas, não conseguem ver o que nós do Blog Perspectiva Crítica vemos segundo uma perspectiva conformacional de Estado. O conformacionalismo entende que não existe o esquerdo e o direito puramente falando. Há as tendências, mas os atos de governo devem ser eficientes a seu fim. Se em dado momento para expandir serviços públicos é melhor passá-los à área privada, que assim se faça. Se em dado momento devem ser estatizadas bancos para que a economia não sucumba, como fizeram EUA e Europa depois de muita resistência, que se estatizem e que depois se as devolva, pelo devido preço, ao mercado. Mas será sempre possível ver a tendência desenvolvimentista ou economicista nos atos. Dilma é desenvolvimentista, dentre outras coisas, mas reordena a casa para novos futuros avanços, segundo a visão desenvolvimentista e mais socialiasta, seja isso bom ou ruim para quem a analisa e a seu governo. Esperamos ter elucidado a dúvida de Constantino. Nós não temos essas dúvidas. Temos outras.

Rodrigo Constantino: qual o critério usado para a escolha dos nomes (dos ministérios)? A presidente não ia combater o fisiologismo presente na raiz  de nossa corrupção? Como esses ministros (escolhidos exclusivamente por afiliação partidária) poderão fazer algo de bom pelo País? Por que tanto interesse nos Ministérios? Seria apenas para usar os recursos públicos para seus fundos partidários ou enriquecimento pessoal?" Também perguntou se a indicação de Cid Gomes demonstra prioridade com a educação.

Blog Perspectiva Crítica: Realmente foi mantido o sistema de cooptação e manutenção da base aliada através de nomeação a cargos no Executivo. Isso é uma degeneração do nosso sistema político. Não adianta querer que só técnicos estejam nos postos-chave do governo porque isso não garante apoio político e sem apoio político não tem aprovação de projetos políticos. Quem exige o contrário, sem antes haver alterações no sistema eleitoral e na dinâmica institucional entre os Poderes, como sugerido, inclusive por este blog e em parte em curso no Congresso (vide a obrigatoriedade do orçamento que defende a obrigatoriedade de execução orçamentária das emendas parlamentares), ou tem incapacidade cognitiva ou está manipulando a expectativa do leitor. E nomeação de técnicos é o ideal e deve ser pedido pela sociedade, mas nomear o Gilberto Gil para a Cultura não resolveu todos os problemas da pasta. O governo deve ter compromisso com o Ministério e seus objetivos. Então Cid Gomes não é bom nome mesmo, mas se os projetos de educação do governo forem bons, vá lá. A política é uma triste escolha do que é possível... e no Brasil infelizmente tem sido muito triste, mas estamos avançando.

Rodrigo Constantino: "ladrão" é termo certo para designar aqueles que montaram o mairo sistema de corrupção já visto na História desse país?"

Blog Perspectiva Crítica: Não. Nisso concordamos totalmente com Constantino. Todos os envolvidos no esquema da Petrobrás devem ser punidos: políticos, empresários e funcionários públicos, que foram absoluta minoria, devemos dizer. E as consequências e relações sobre este crime devem ser investigados a fundo. isso parece estar sendo feito, mas isso ainda não chegou na cúpula do governo, friamente falando. Não se pode adotar medidas, inclusive impeachment por conta de alegações, publicações ilativas em jornais mesmo que a aparência seja das piores. Há que se respeitar a presunção de inocência, o devido processo legal e garantir-se o contraditório, pois isso é que caracteriza a democracia e não a expurgação do governo eleito do poder porque houve um sistema de corrupção montado por determinadas pessoas. Mesmo que o Partido dos Trabalhadores fosse uma organização criminosa, o que não parece que seja o caso, mas realmente a imagem do partido está muito elameada, o governo eleito foi eleito e a Presidente só pode ser destituída por meiso legais, em respeito à constituição do Brasil, ou a oposição pode iniciar um movimento revolucionário, claro.. rsrsrrs. É sempre uma opção.. rsrsrs

Esperamos ter ajudado Rodrigo Constantino a entender suas dúvidas. É o mínimo que podemos fazer como colegas de mídia, apesar de em campos quase opostos. Se Constantino ao invés de liberal fosse conformacionalista, não teria tido estas dúvidas, mas talvez o mundo fosse mais monótono. Rsrsrs.

p.s.: Importante informar que nós não votamos em Dilma para a reeleição, nós não somos defendsores do governo Dilma, do governo petista ou dos governos do PSDB de FHC, mas nós somos críticos construtivos da grande mídia, defensores de bons atos de governo e denunciaores e críticos de maus atos de governo, seja de que partido for e os princípios que norteiam nossas críticas e comentários são a defesa da democracia, da república e da federação brasileiras, das instituições civis, defesa dos direitos individuais e sociais, busca pela diminuição da desigualdade social e regional, busca pela promoção do bem de todos e do desenvolvimento nacional (artigo 3º da CF/88), defesa da soberania nacionale do princípio de autodeterminação dos povos, busca pela inserção internacional com autonomia, assim como a defesa do emprego e renda do brasileiro, eficiência dos serviços públicos, com responsabilidade fiscal e controle inflacionário. Como diria Arnaldo, "a regra é clara". 

domingo, 25 de janeiro de 2015

Sardenberg, Ana Maria Machado e o direito absoluto de liberdade de expressão

Vale a pena voltar ao tema Charlie Hebdo depois dessas duas manifestações publicadas por Sardenberg e Ana Maria Machado no Jornal O Globo recentemente. O artigo de Sardenberg eu perdi, mas o de Ana Maria Machado intitula-se "De melindre em Melindre", publicado no Globo de 24/01/2015, pg. 18.

Em suma, o artigo de Sardenberg defendia que a democracia incluía o direito de ofender e de ser processado. Então, para Sardenberg, a liberdade de expressão é absoluto e o que aqueles que se sentiram ofendidos podem fazer é processar o jornalista que os teria ofendido. A ofensa pode não ter ocorrido, o Juiz diria. Se tivesse ocorrido ofensa, o jornalista seria punido, caso contrário a ação seria improcedente e o Juiz teria dito que não houve ofensa mas pura informação publicada dentro dos limites do direito de expressão do jornalista e o ofendido na verdade teria uma suscetibilidade e sensibilidade acima do normal por se sentir ofendido.

Assim, corrigindo, Sardenberg teria dito que a liberdade de expressão é absoluta até que o Juiz ponderasse se tal artigo foi ofensivo, a partir de processo contra o jornalista que o escreveu. Haveria presunção de legitimidade em relação a qualquer coisa que um livre jornalista resolvesse escrever ou desenhar até que um Juiz dissesse o contrário. Parece certo, não?

Ana Maria Machado, por sua vez afirmou que adaptar a liberdade de expressão aos melindres subjetivos de cada cidadão seria puxar o fio de um novelo que terminaria por resultar em grande limitação da liberdade de expressão. Uma pessoa que insiste que não se diga que ela mora em uma favela, mas sim em uma comunidade, na verdade está procurando escolher as palavras com que o outro se refere à sua realidade, o que não a torna menos real chamando favela de comunidade. Segundo Ana Maria Machado a pessoa deveria admitir que mora em favela pois isso, por si só, não a diminui. E na medida em que a sociedade se submete a essas chantagens subjetivas sobre o direito de expressão, termina por chancelar a profusão de mais chantagens e interpretações subjetivas a limitar o direito de expressão sem nenhuma correspondência com a realidade dos fatos, o que simplesmente poderia se transformar em uma espiral sem fim contra a liberdade de expressão e a favor da criação de melindres subjetivos ou de grupos sem controle.

Em destaque, no artigo de Ana Maria Machado, estava a seguinte frase "A defesa da liberdade de expressão não deve ser só genérica, mas deveria incluir a liberdade de ser politicamente incorreto." É... dá pra concordar... mas em que medida?

Observem, ambos, Sardenberg e Ana Maria Machado estão certos em uma coisa: não se pode matar ninguém por ter escrito algo, seja lá o que for, inclusive que seja ofensivo de forma até crassa valores morais, religiosos, políticos, históricos.. a reação violenta na forma de assassínio por causa de um arrigo é fanatismo. Ponto. Não se discute isso. Quem se ofendeu deve processar o pretenso ofensor. Certo. E também não é bom que se incentive qualquer tipo de melindre. Mas isso foi a parte menos importante dos dois artigos. O mais importante, a meu ver, foi incidirem ambos na falta de autocrítica ao direito de expressão, em quase declararem absoluta a liberdade de expressão. Isso é um mito bastante ruim para a sociedade.

O erro crasso de Sardenberg pode se virar, retoricamente, contra o próprio jornalista. Se o jornalista tem o direito de ofender, esperando que um Juiz diga se ofendeu e o puna, e nessa dinâmica se encontra a realização da democracia, posso então dizer que, invertendo a ordem de ofensa/punição processual, a democracia se encontrará igualmente na dinâmica em que o ofendido mate o ofensor e o Juiz venha a dizer sua eventual punição? Sim. A lógica é a mesma. É uma lógica desrespeitosa ao direito do ofendido, seja através da escrita, seja vítima de assassinato. É uma lógica burra e que não diminui o incentivo à violência e nem aumenta o respeito aos valores do outro. Como o jornalista escreve, ele não parece estar muito preocupado com o que sente o outro a quem escreve. E ainda acha que isso é direito. Que se vai fazer?

Então, escrever não deve ser ato de ofensa a ninguém e isso deve ser evitado. Há maneiras e maneiras de se expressar e escrever. E o problema é você ofender e não admitir que a hipótese de resposta física à sua ofensa perpetrada não exista. Não importa se depois o juiz vai punir, vale a pena a agressão fortuita e o risco da violência?

E Ana Maria Machado? O artigo dela é mais fino, claro.. mas igualmente pecou em ponderar que a suscetibilidade do outro não deva ser considerada. Deve, por respeito. E o respeito gera paz em sociedade. Mas há uma medida aí que diferencia frivolidades de exigências razoáveis. A pessoa não quer que você escreva "favela", pois tem um sentido mais pejorativo. Custa escrever "comunidade"?

Depende. O termo "comunidade" tem sentido mais amplo do que o termo "favela". Então em determinados artigos, voltados para determinados leitores, por exemplo acadêmicos, você deverá usar o termo favela para falar daquele específico local com seu específico grupo humano e suas características sócio-econômico-cultural-ambientais. Mas se você estiver escrevendo em um artigo para um jornal que circula na favela, é óbvio que deveria escrever "comunidade". Por que as pessoas têm que engolir o que o jornalista resolveu escrever?

Um jornal de grande circulação também deverá fazer essa ponderação e algumas vezes será melhor pronunciar "favela" e outras vezes será melhor escrever "comunidade". O importante é demonstrar atenção e respeito com os valores alheios. Todo mundo sabe quando a escrita foi no sentido de ofender e quando foi no sentido de informar.

Veja, essa adaptação de comunicação existe no ceio da própria família e no nosso dia-a-dia. Se sua mãe ou esposa ganhou peso e te interroga sobre isso você diz que ela está mais "gorda" ou que está mais "fofinha" ou que "está muito bem mas que poderia regular a alimentação e se exercitar"? Isso chama-se educação e respeito e não limitação obtusa ao direito de expressão.

Veja como essas defesas absolutas à liberdade de expressão são enviesadas... tomemos a aparente correção das palavras destacadas do texto de Ana Maria Machado: "A defesa da liberdade de expressão não deve ser só genérica, mas deveria incluir a liberdade de ser politicamente incorreto". É claro que ela aplicou essa frase à questão do tipo favela/comunidade. Mas a frase pode ser tomada no sentido absoluto? Eu posso, por exemplo, escrever a favor do Nazismo? Posso escrever artigos anti-semitas? Isso é digno? isso é respeitoso? Não. E isso é politicamente incorreto. Mas está fora da liberdade de expressão, na minha ótica. E escrever uma crônica em que Deus copula com criancinhas? Parece-me agressivo, desrespeitoso, mas talvez Charlie Hebdo ache ótima ideia.

Escrever deve ser ato de liberdade mas de respeito. Escrever não deve ser um ato que gere violência na sociedade. Devemos saber nos respeitar e respeitar os valores alheios. O respeito e o carinho ao escrever demonstram a verdadeira natureza da escrita que deve ser construtiva. Escreva sobre seu inimigo ou seu desafeto com respeito. Não se pode ser desrespeitoso em sociedade e não esperar violência, seja através de processo judicial seja através de ações fanáticas. Há necessidade disso?

Por que os jornalistas não aditem que deveria haver limites na forma de escrever e no seu conteúdo? Escrever discordando disso ou aquilo, acusando alguém de efetuar crime e tal, nada disso é ofensivo. Ninguém prega aqui que somente se escreva amenidades. Pode haver contundência. Mas violar símbolos religiosos? Desenhar estupros coletivos, escrever a favor do Estado Islâmico e dos princípios de Boko Haram ou do Talibã ou do Nazismo estão dentro do direito de expressão livre?

Esses escritos de Sardenberg e Ana Maria Machado são bastante demonstrativos da nossa infinita capacidade de defender a visão que nos interessa fechando solenemente os olhos para nossos próprios erros e ignorando o que é importante para os outros que sofrem nossa ação de escrita. É notável que em nossa sociedade ocidental a liberdade de expressão seja ainda um direito em estágio infantil, pois só crianças fazem o que querem sem pensar nas consequências de seus atos.

Esperamos um estágio mais maduro para a liberdade de expressão no futuro em que haja mais respeito, em que valores sejam mais respeitados... quando isso ocorrer, com certeza haverá menos processo, menos violência e mais paz em sociedade. A violência não acabará, mas que venha do outro lado, sem que possa alegar desrespeito facilmente constatável por quem escreveu.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Dilma traiu seus eleitores?

Juros em elevação (O Banco Central subiu de novo a 12,25% os juros públicos em 21/01/2015). Aumento da gasolina (a despeito de quedas grandes no preço internacional do petróleo, aqui o aumento será de 10% e a defasagem com o mercado internacional já é de 69% contra o consumidor). Movimentação do governo a favor da manutenção do Fator Previdenciário (o que diminui valores aos aposentados). Aumento exigências extrtas para a concessão de benefícios previdenciários, auxílio-desemprego e outras verbas de assitência social. Determinação do governo para volta de incidência de IPI para carros, aumento de juros para financiamento da casa própria para valores entre 500 mil e 750 mil (atingindo somente a classe média, neste caso, sem atingir o "Minha Casa, Minha Vida"). Diminuição de verbas públicas aos bancos públicos, diminuindo a oferta de valores para empréstimos a pessoas e empresas. Alinhamento da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) dos empréstimos do BNDES com a Taxa Selic, diminuindo  a facilidade de tomada de empréstimos por empresas no BNDES. Medidas para aumento da tarifa de energia elétrica, diminuição de subsídio ao setor elétrico, medidas para diminuição de consumo de energia elétrica (risco de apagão mais efetivo agora do que nunca - nível hidrológico em 17% e a partir de 10% serão adotadas medidas de racionamento). Dentre várias outras medidas. Isso significa que a Dilma traiu o eleitor brasileiro? Ou indica que a política anterior estava equivocada e agora se corrige? Ou indica que a Dilma se curvou ao mercado?

Pessoal, nenhuma dessas hipóteses. Em Davos, o Ministro Levy fez abordagem idêntica àquela em que o Blog Perspectivca Crítica acredita. O governo agiu de deterrminada maneira até este momento para fazer face aos problemas que se apresentavam desde a eclosão da crise financeira internacional em 2008. E agora corrige seus métodos a uma nova situação.

Antes, precisou estimular o crédito, baixar juros (Selic e bancário), fazer empréstimos subsidiados ao setor privado brasileiro que nõa encontrava financiamento seja nos nossos bancos privados nacionais seja no exterior (daí a diferença entre a TJLP e a Taxa Selic e o trubinamento do BNDES por verbas oficiais em mais de 300 ou 400 bilhões de reais), desonerar a produção (cortou cobrança de CIDE, IPI para automóveis)... só a desoneração /benefícios tributários sobre folha de pagamentos, PIS e Cofins geraram um corte de tributos de mais de 70 bilhões ou 90 bilhões ao governo.. grande parte disso nas çcontas do INSS e do Fundo de Participação dos Estados e Municípios. O corte nas tarifas de energia elétrica (contratados, bom que se diga) diminuíram custo Brasil: os principais beneficiados foram consumidores e indústrias. Gasolina mantida abaixo do preço médio internacional diminuiu inflação e custos de produção. 

Tudo isso teve custo. E o resultado? Enquanto europeus e americanos tiveram recessão e desemprego grave, nós não tivemos um ano sem crescimento econômico e sempre ficamos com índices baixos de desemprego. Deu certo. Eu conheço amigos europeus que trabalham no Brasil que disseram que se estivessem em seus países de origem provavelmente estariam desempregados. A grande Mídia não pondera e nem ponde´rará isso simplesmente porque ela é contraa o governo e ponto. 

E agora? Agora chegou-se em um limite prudencial em que é melhor corrigir o rumo e as medidas, pois seus efeitos benéficos à economia não são maiores do que os custos ou ônus que imprimem à economia, sociedade e ao orçamento público. Simples assim. E para isso todas as medidas citadas no início do artigo estão sendo tomadas. Todas as medidas são defensáveis. Todas as medidas são responsáveis.

Então, não houve traição ao eleitor, não houve sucumbência absoluta ao mercado e nem a política anterior estava errada. Percebe? O governo está tomando medidas para manter o cerne do que foi toda a atuação do governo anterior: manter e criar empregos e manter crescimento da economia, com responsabilidade fiscal e inflação controlada. Irrepreensível, a nosso ver.

Houve erros? Sim. Na demora de realização de concessões de toda natureza, na incapacidade de gerenciar problemas nas construções de Jirau, Belo Monte e Santo Antônio (que se estivessem prontos deixaraim o risco de apagão mais loonge), na demora na construção de usinas nucleares, e no setor elétrico, com o corte de tarifas e inêxito do sistema aventado pelo governo (mas as contas do setor elétrico seriam diferentes com mais chuva...).

Voltar atrás em alguns pontos e corrigir rumos é responsável e é manter compromisso com o eleitor e todos os cidadãos brasileiros. Não houve farra fiscal. Nosso endividamento líquido sempre caiu (hoje em 33%) e o bruto não passa de 63%, metade da média européia e um quarto da dívida japonesa e quase metade da dívida dos EUA.

O partidarismo da grande mídia impede a população de ver o que realmente ocorre. Mas nós estamos aqui para te dar o contraponto. E damos as jutstificativas para cada ato do novo governo que parece contrário à imagem que a grande mídia pinta do que foram as promessas eleitorais de Dilma.

Juros em elevação (O Banco Central subiu de novo a 12,25% os juros públicos em 21/01/2015) - O Blog Perspectiva Crítica entende desnecessário e prejudicial, podendo ser compensado aumento de juros por medidas macroprudenciais, mas deixar o Bacno Central livre para adotar essa medida ajuda no combate à inflação e na imagem de autonomia do banco Central, tranquilizando o mercado e o horizonte de investimentos. Nessa lógica, o maior aumento de juros agora propicia mais rápida perspectiva de baixa da inflação e diminuição dos juros a partir de 2016 ou até fim de 2015. Justificado e responsável.

 Aumento da gasolina (a despeito de quedas grandes no preço internacional do petróleo, aqui o aumento será de 10% e a defasagem com o mercado internacional já é de 69% contra o consumidor) - Os custos da exploração de petróelo no Brasil são diferentes dos da exploração em regiões de guerra e furacão, como Oriente Médio, África e Golfo do México. Há margem para uma política de preços de petróleo nacional diferenciada da oscilação direta do preço internacional. Mas isso não pode prejudicar as contas da Petrobrás. A defasagem prejudicial à Petrobrás e seus acionistas foi levada a limites próximos ao intolerável, sem nunca a Petrobrás deixar de ter menos de 20 bilhões de reais de lucros anuais. O pior foi arranhar sua capacidade de tomar empréstimos no exterior, apesar de ela te conseguido chegar no limite da responsabilidade da tomada de empréstimo , segundo padrões de governança corporativa (35%). Agora, aproveitar o início do ano e as medidas de controle orçamentário, fiscal e monetário (que são desinflacionários) para entregar valor da gasolina que foi negada à Petrobrás por anos, mesmo que contra a movimentação de preços internacionais é justo e benéfico à empresa mais rica e que mais investe no nosso País. Se a Petrobrás ajuda o País e os consumidores em horas de crise mundial, o brasileiros devem ajudá-la no momento adequado e de crise em sua imagem e contas. Justificado e responsável.

Movimentação do governo a favor da manutenção do Fator Previdenciário (o que diminui valores aos aposentados) - Somente populistas, sindicalistas irresponsáveis (que não é meu caso.. rsrsrs) e políticos e economistas irresponsáveis podem defender a queda do Fator Previdenciário. O governo tem que jogar para o público, claro, mas sabe que deve ser responsável com as contas do INSS para que se mantenham hígidas no tempo e possa garantir valores para pagar as aposentdorias do sbrasleiros no futurto. Assim, falar em discutir o Fator Previdenciário, o que a nosso ver levará a somente arrastar o tema. E a oposição vem jogando contra a razoabilidade, dizendo que toda medida responsável do governo é traição do eleitor. Então, está certo o governo. Justificado e responsável.

Aumento de exigências extras para a concessão de benefícios previdenciários, auxílio-desemprego e outras verbas de assitência social - Foram verificadas frausdes nas obtenções dessas verbas assistenciais e benefícios previdenciários. Fraudes criadas pelos beneficiários, não somente criminosos do colarinho branco e agentes públicos. Empregadores não assinam carteiras de trabalho a pedido de trabalhadores e isso prejudica as contas do INSS que libera benefícios que não deveriam ser liberados. Todas as medidas que dificultam a fruição desses benefícios não prejudicam o trabalhador honesto que requer normalmente, mas fecha possibilidades de abusos e fraudes que ocorriam até agora e sangravam os fundos públicos do FAT e da Previdência. Justificado e responsável.

Determinação do governo para volta de incidência de IPI para carros, aumento de juros para financiamento da casa própria para valores entre 500 mil e 750 mil (atingindo somente a classe média, neste caso, sem atingir o "Minha Casa, Minha Vida") - O limite de financiamento da casa própria não deveria sequer ter subido a 750 mil reais. Isso estimulou a bolha imobiliária que sofremos hoje e sua manutenção. Todas as demais medidas tinham sentido no furacão da crise interncaional pois imóveis e carros, junto com o complexo petrolífero, são grandes setores que envolvem milhares de empresas e empregos no entorno de suas operações. Isso manteve giro econômico e empregos e PIB. Mas agora não mais. Assim, corrigir isto agora, retirando incentivos governamentais e medidas anticíclicas é correto. Justificado e responsável.

Diminuição de verbas públicas aos bancos públicos, diminuindo a oferta de valores para empréstimos a pessoas e empresas. Alinhamento da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) dos empréstimos do BNDES com a Taxa Selic, diminuindo a facilidade de tomada de empréstimos por empresas no BNDES - A partir de 2008, na crise, bancos privados nacionais e estrangeiros não emprestavam às empresas brasileiras e nem às empresas européias e americanas. Como fazer para destravar a economia? Como fazer para que as empresas continuassem a produzir e manter empregos e giro da economia? Qualquer economista responsável dirá que através de injeção de dinheiro do governo na economia ou quantitative easing (usado mais para política monetária) ou outra palavra palhaça que significa: se o privado não põe dinheiro em jogo, o Estado põe. Ponto. Isso teve um custo: dez vezes menos do que o custo que EUA e a Europa tiveram para destravar suas economias. Aqui gerou aumento de 10% a 15% do endividamento público e lá mais que dobrou o endividamento público americano e/ou europeu. Agora que essas medidas criam mais custos ao Erário do que giro econômico, criação de emprego e aumento do PIB é claro que é correto retirar. Justificado e responsável.

Medidas para aumento da tarifa de energia elétrica, diminuição de subsídio ao setor elétrico, medidas para diminuição de consumo de energia elétrica (risco de apagão mais efetivo agora do que nunca - nível hidrológico em 17% e a partir de 10% serão adotadas medidas de racionamento) - Senhores, houve tentativa do governo de diminuir custo Brasil e melhorar a qualidade de vida de brasilerios, sem quebrar contratos. Isso gerou um custo no início que seria debelado caso o nível de chuvas permanecesse normal. Nõa permaneceu e estamos em uma das maiores estiagens de nossa história com registro de médias de temperatura altíssimas e históricas. Aliado à pressão da grande mídia e dos ambientalistas para não se fazer usinas nucleares e não se terminar as obras de Jirau, Belo Monte e Santo Antônio, hoje estamos em risco energético que nem de longe é o que ocorreu em 2001 com FHC. Há problemas e houve erros. Mas agora que se avizinha o limite técnico de 10% de nível hidrológico e efetivo risco de apagão, todas as medidas são corretas. Deve-se criar equilíbrio econômico-financeiro para os contratos das concessões que considere o fato novo de falta de chuvas crônico no Brasil e deve-se acabar com subsídio público a esse sistema que não deu totalmente certo. O aumento de tarifa tanto melhora as contas das concessionárias como desestimula o consumo irresponsável por consumidores fazendo aumentar energia livre no sistema. Justificado e responsável.

Conclusão: Assim, senhores e senhoras, desmistificamos a desinformação da grande mídia sobre eventual traição de DIlma a seus eleitores, ao mesmo tempo em que mostramos que a política anteiros não estava errada e que a adoção de medidas mais austeras agora não é meramente curvar-se ao mercado, mas uma imposição do momento para corrigir fatos, reflexos e rumos que a economia internacional e nacvional tomam nos dias de hoje, sempre a bem da sociedade e do País.

E mais, qual seria a diferença das medidas se fosse Aécio no Poder? As medidas em si seriam muito semelhantes, cremos. Entretanto o enfoque da atuação do governo seria muito diferente a nosso ver: Aécio, Armínio e o PSDB crêem que o controle da inflação por si só corrige a economia que, sozinha, evolui e se desenvolve a bem da econoia, lucros e empregos. Para essa lógica o desemprego que ocorresse com as medidas austeras seriam tratados, assim como pela mídia, como efeito reflexo natural e necessário. No atual governo, o desemprego não é mal necessário e deve ser combatido juntamente com inflação e ao mesmo tempo em que se busca o crescimento econômico. Essa abordagem trídua do problema econômcio privilegia um aspecto social da política que faz o povo sofrer menos, mas debela menos rapidamente a inflação.

Cada um que escolha que abordagem acha melhor para o País. O Blog Perspectiva Crítica fica com o modelo do atual governo, à falta de outro melhor a ser sugerido pela oposição.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Recorde de acesso diário: 4.340 acessos em 20/01/2015

Registramos o recorde de acesso diário do Blog nos últimos 4 anos e meio de existência: 4.340 acessos em 20/01/2015. Grande parte dos acessos foram dos EUA, que registraram na úmltima semana mais de 4 300 acessos, contra 184 do Brasil, seguido dos acessos de Rússi a e Portugal, tendo a França em ultimo lugar dos dez países que mais acessaram o Blog nesta semana, apensa um acesso.

Interessante que não foi registrado um número exorbitante de acesso nesses dias a nenhum artigo em particular, segundo os registros do Google Analitics, o que significa que esse número recorde de acessos se dissolveu pelos 750 artigos do Blog. Pelo menos os acessos totais dos últimos artigos indicam que não foi nenhum artigo recente que sozinho teria apresetnado esse acesso.

O artigo sobre Charlie Hebdo, por exemplo, teve apenas 13 acessos por enquanto, a despeito do apelo momentâneo do tema. Esse acesso diário extraordinário catapultou os acessos mensais de janeiro de 2015 que estavam relativamente baixos, mas na média de um mês de férias, pouco mais de 1.500 até três dias atrás, para mais de 6 mil acessos mensais, já passando o recorde de acesso de acessos mensias anterior de pouco mais de 5.800 acessos mensais.

Interessante.