quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Domenico de Masi denuncia que o modelo de vida atual foi criado por banqueiros e sugere outro

O autor de "Ócio Criativo", o sociólogo italiano Domenico De Masi, em entrevista para o Jornal O Globo, conforme artigo publicado na edição de 26/01/2014, pg. 49, intitulado "Brasil contribuirá para um novo modelo global" informa durante a entrevista em que expõe as premissas de seu novo livro "O futuro chegou: modelos de vida para uma sociedade desorientada", que na falta de organizações sociais de dimensão internacional para moldar a vida em todo o mundo, os banqueiros fizeram esta tarefa e moldaram a vida social consoante seus parâmetros, o que hoje chegou em limites de sustentação e demanda uma nova forma de vida que ele diz poder ser baseada na experiência do Brasil, com mais miscigenação, bom humor, vivacidade e boa vontade.

Em suas palavras a sociedade brasileira apresenta características positivas fantásticas e que não se encontra nessas mesmas quantidades em nenhum lugar do mundo tais como "sincretismo, cordialidade, sensualidade sem culpa, receptividade, amizade, antropofagia cultural, a postura positiva em relação à vida, a aversão à guerra, a baixa propensão ao racismo, a tendência a considerar fluidos os limites entre o sagrado e o profano, entre o formal e o informal, entre o público e o privado, entre a emoção e a regra."

Mas o que muito me chamou a atenção é a denúncia, justamente sobre o que já falamos mil vezes, de que a ala financeira molda a perspectiva social através de suas ótica, financiando pesquisas, cursos, mídias e cooptando a classe intelectual e a classe de jornalistas e produzindo informação em massa no sentido que definiram como ideal, mesmo que em prejuízo da classe produtiva, de empresas, de cidadãos e do próprio país.

Veja as palavras de De Masi sobre isso, transcrito do artigo suso mencionado: "O modelo (de vida) que nos ocorre hoje deve ter uma ótica planetária e, logo, deve envolver os melhores intelectuais de cada disciplina e de todo o mundo. Atualmente, não existe uma organização prática que possa recolher e coordenar essas contribuições, e este vazio foi preenchido por banqueiros. Com recursos, eles homogeneizaram a economiae com a economia homogeneizaram a política, impondo seus valores. (...)"

O que eu quero dizer? Quero dizer a você que o que escrevemos aqui no Blog Perspectiva Crítica não é papinho de esquerdinha, de lulismo e outras alcunhas inferiores que se possa dizer. Nossas afirmações, todas nossas afirmações, são cuidadosamente ponderadas para você e encontram-se em consonância com os mais finos pensamentos intelectuais contemporâneos, sejam sociólogos, filósofos, historiadores, economistas e jornalistas.

Não preconizamos "teorias conspiratórias" e nem dizemos que o mundo tem que vir a ser comunista como solução para as desigualdades sociais e as mazelas de nossa sociedade atual, mas falamos aquilo que percebemos que é a verdade, seja social, seja econômica, seja política, seja de vida.

O vácuo de coordenação da produção intelectual mundial no sentido da construção de uma sociedade mais justa foi preenchido pelos bancos. Ok. Melhor do que nada. Mas a sociedade deve continuar a evoluir a bem de todos os indivíduos. Isso é importante. A evolução deve ser a bem do indivíduo, todo o indivíduo que exista no Brasil e no planeta, o que inclui pobres, criminosos, negros, asiáticos, judeus, palestinos, baixos, altos magros, de olhos azuis e de olhos negros, mendigos, prostitutas e pessoas de família estruturada e, porque não, banqueiros, ricos, trabalhadores normais enfim, todos.

Isso demandará novas prioridades. Isso demandará nova coordenação de idéias, como De Masi informa. Nós, do Blog Perspectiva Crítica, já trabalhamos assim desde junho de 2010, com objetivo em sublinhar novas idéias, em denunciar os pressupostos de uma visão que domina hoje a compreensão da realidade social. E não só denunciamos, mas propomos outra visão. E fundamentamos nossa perspectiva, indicando fontes para que você leitor possa acompanhar os meandros de nosso raciocínio e possa ter acesso às fontes, ao fundamento, para criticar você mesmo e tirar suas próprias conclusões.

A ala financeira, legitimamente, atuou e atua ainda, criando nossa perspectiva social, base de valores e forma de organização econômica e social... ok... mas agora que a internet existe, talvez possamos passar a fazer essa coordenação sozinhos e criar agora, aos poucos, de forma organizada e sedimentada, um novo estágio da organização mundial em que o objeto principal da atenção seja somente e tão somente o cidadão e a sua qualidade de vida.

Quem sabe? É possível e eu acredito nessa mudança de foco... mas precisamos de gente que faça isso... precisamos de mais consciência... precisamos, leitor, de você.

Compartilho, ainda, a última frase de Domenico, na entrevista mencionada... demais: "A História ensina que, quando velhos modelos não satisfazem mais, mais cedo ou mais tarde floresce um novo, que oferece mais esperança e serenidade".

Demais!


terça-feira, 28 de janeiro de 2014

O Ministério Público do RJ tem nove ações contra a Supervia e cobra as multas por decumprimento de liminares

Se você foi prejudicado pela Supervia, informe o site "Consumidor Vencedor" (http://consumidorvencedor.mp.br/) e informe o Ministério Público sobre o descumprimento de liminar ou infração contra o consumidor e ele es´tará apto a defender mais e melhor e a exigir multas das empresas que descumprem acordos judiciais.

O Jornal do Commercio publicou hoje sobre o pedido judicical de cobrança de multa de R$300 mil que o Ministério Público do RJ apresentou por conta da falha da supervia no recente evento de parada de trens que prejudicou mais de 600 mil consumidores.

Acesse a íntegra em http://www.jcom.com.br/noticia/147868/Ministerio_Publico_do_Rio_pede_multa_para_SuperVia_por_pane_ferroviaria

Acho muito importante dar espaço para a divulgação da atuação do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro em prol da população. Apesar de atuante, o Ministério Público não tem veículo comunicativo adequado para informar à população como a defende, em que caso já há direitos coletivos assegurados contra várias empresas privadas que os violavam. A grande mídia não faz esse canal.

Fazemos aqui nossa pequena parte, asseverando que o Ministério Público do RJ deveria utilizar, se possível, parte de sua verba institucional ou acordar com o governo estadual para efetivar campanhas informativas sobre sua atuação, principalmente direcionando a população a se comunicar com esta valorosa instituição através dos canais baratos e ágeis da internet.

Trabalhar mais e melhor a comunicação entre o Ministério Público e a sociedade é o melhor meio de garantir eficiência à atividade do Ministério Público, visibilidade deste trabalho e ganhos na relação sociedade-ministério público, o que fortalece essa instituição, a sociedade e a democracia.

Parabéns à atuação do Ministério Público do RJ no caso recente do descarrilamento dos trens da Supervia, aparentemente ocasionados por falta de manutenção dos dormentes, ainda de madeira, de trilhos do trecho em que ocorreu o acidente.

O cidadão se sente espoliado e impotente. A divulgação destas medidas adotadas pelo Ministério Público alivia a alma do consumidor carioca e fluminense e merece palmas do Blog Perspectiva Crítica à cobertura jornalística procedida pelo Jornal do Commercio.

Parabéns ao Jornal do Commercio e ao Ministério Público.

O aumento do salário mínimo americano como meio de aumento de "eficiência" e "moral", segundo Obama

O Presidente dos EUA, Barack Obama, entende que aumento de salário mínimo aos prestadores de serviços ao governo norteamericano terá vários efeitos positivos na economia, gerando arrecadação para o governo, elevando a moral da população, e grarantindo eficiência das prestações de serviço do governo norteamericano.

Veja em suas próprias palavras transcritas de artigo do jornal do O Globo On lIne de hoje, 28/01/2014:

"Um salário mínimo maior para prestadores de serviço federais vai proporcionar um bom valor ao governo federal e por isso uma valorização para o contribuinte", disse a Casa Branca em um comunicado.
"Impulsionar os salários vai reduzir a rotatividade e elevar a moral, e vai levar a uma maior produtividade em geral. Subir os salários daqueles na base vai aumentar a qualidade e a eficiência dos serviços fornecidos pelo governo."

Acesse a íntegra do artigo em  em http://oglobo.globo.com/mundo/obama-vai-subir-salario-minimo-de-prestadores-de-servico-federais-diz-casa-branca-11424417#ixzz2rhtJ9YGe

Agora, observem... se isso funciona asism nos EUA, por que não pode funcionar assim no Brasil? O que Obama faz nós sempre defendemos para o Brasil. Remuneração de servidores públicos, terceirizados ou não, não é gasto público, mas investimento que garante retorno ao Estado e à sociedade em melhor prestação de serviços públicos, além de girar a economia.

O salário sugerido por Obama garantirá 10,10 dólares por hora, o que para nós, com o máximo de 176 horas de trabalhos mensais, equivaleria, ao câmbio de 2,3 reais por dólar, a mais de R$4.000,00 de salário mínimo para prestadores de serviços públicos.

É.. isso em um país com relação dívida/pib superior a 100%, com limites para se endividar, com desemprego maior do que o do Brasil, e com déficit fiscal e comercial gigantes... não aplicam a austeridade, mas a valorização do salário mínimo..

Interessante... rsrsrsrsrs.. vamos ver como a nossa mídia se adapta a essa realidade... sabemos que a tendência é a de vociferar que salário mínimo e salário de servidor público são gastos e que deveriam ser sempre cortados e diminuídos ao máximo possível para controle de gastos e inflação e blá blá blá... mas a nossa mídia também gosta de enaltecer qualquer coisa que os EUA faça.. então vamos ver agora como ela lida com essa nova tensão ideológica e prática.. rsrsrs

p.s. de 29/01/2014 - Publicado no Jornal O Globo On Line hoje:

"Uma das mudanças anunciadas por Obama é o aumento do salário mínimo. A Casa Branca obrigará os fornecedores do governo a pagarem uma remuneração de pelo menos US$ 10,10 a hora, contra os US$ 7,25 do piso federal. Desde o discurso de 2013, Obama vem defendendo a elevação geral e reajustes anuais atrelados à inflação, para recompor o poder de compra dos trabalhadores, especialmente no setor de serviços. O Partido Republicano tem bloqueado o projeto de lei na Câmara."

Acesse a íntegra do artigo em   http://oglobo.globo.com/mundo/republicanos-reagem-discurso-de-obama-em-tom-competitivo-11435358#ixzz2rnmwqgGm

domingo, 26 de janeiro de 2014

Como ver o excesso de juros reais brasileiros? Simples: compare Brasil e Grécia. Crítica à opinião da redação do O Globo.

Tenho de criticar a opinião emitida pela redação do Jornal O Globo de 16/01/2014, na página 15. Veja seu conteúdo:

"Erudição. Elaborou-se em hostes petistas uma explicação de conveniência para a alta dos juros: é devido à pressão dos "rentistas", dependentes de lucros financeiros. Balela. Os juros sobem porque a inflação está em perigosa elevação. Simples assim."

Nesta mesma página, demonstra que os maiores juros reais pagos no mundo são brasileiros (4,25%) contra 0,75% pagos pela Grécia, o sétimo maior juros real mundial.

Observem. Os juros reais existem para se contrapor ao risco de pagamento de dívida. O risco de pagamento de dívida é tanto maior quanto o país esteja economicamente frágil. A fragilidade de uma economia é medida por alguns elementos e índices, quais sejam, reservas internacionais, superávit fiscal, crescimento econômico, emprego e inflação (botei inflação por último, pois se falo de juros reais, já estou considerando que serão acima da inflação). E a ordem de importância é esta que apresentei.

Agora, veja, são incomparáveis todos esses elementos entre Brasil e Grécia, em extremo favorecimento ao Brasil. Então o risco brasileiro é menor. Então como os juros reais podem ser maiores?!?!? Agora, sim, posso usar a frase final da opinião do Globo que ora critico: É simples.. é o interesse da ala financeira. E seu poder de pressão. Não de família de rentistas (de 10 a 20 mil obtém renda dos títulos do governo). Não há o conflito rentistas e trabalhadores, pois muitos rentistas também são trabalhadores; e que colocarão o dinheiro poupado onde render mais... e que assim seja... não dá para só estrangeiro obter renda de juros selic exorbitante.. o conflito é entre ala financista, de bancos, e a sociedade. É isso.

Grécia não tem reservas internacionais na prática, pois faliu. Grécia tem déficit fiscal há anos, em torno de 8 a 15%. Grécia tem recessão econômica (contrário, bem contrário a crescimento econômico) com perda de pib há cinco anos!!! A Grécia chegou a ter quase 25% de desemprego e mais de 50% de desempregos entre jovens. Ainda permanece com desemprego em dois dígitos. Mas a inflação da Grécia não é alta... claro.. com grande parte da população desempregada, quem pressionará preços se ninguém compra?... rsrsrs O índice de inflação baixo também é resultado de política de austeridade que acaba com crescimento econômico e emprego para manter inflação baixa e fazer economias públicas para pagar dívida grega. Relação dívida/pib da Grécia, portanto, é uma das maiores do mundo. Mas seu juros reais é 0,75% e o do Brasil é de 4,25%.

O Brasil tem em média 350 bilhões de dólares em reservas internacionais. O Brasil, tem superávit fiscal (1,8% em 2013), enquanto toda a Europa e EUA têm déficit fiscal. O Brasil tem crescimento econômico, apesar de não ser o que queríamos (2,2% em 2013). A Europa cresceu 0,4% em 2013. O Brasil goza de baixo nível de desemprego (5,2%, segundo dados do PME e 7%, segundo dados do PNAD contínuo). E inflação está há anos e anos dentro da meta governamental, apesar de mais ao topo da meta do que ao centro ou abaixo deste. Nossa relação dívida/pib diminui ano a ano e encontra-se em 34% - dívida líquida - ou 55% - dívida bruta medida pelo Bacen... a medição de 63% feita pelo FMI é errada como explicou Delfim Neto, pois os 8% de títulos de dívida que o FMI conta não circularam para o mercado privado, mas estão em custódia no Banco Central).
Então como pagamos 4,25% de juros reais contra 0,75% da Grécia?!?!?!

Viram o absurdo? A resposta, agora sim, nas palavras do Blog Perspectiva Crítica, é simples. Grécia está no centro do capitalismo. As políticas econômicas da Grécia estão sendo implementadas por representantes de bancos americanos e europeus, integrantes da Comissão Trilateral, o que dá confiança no pagamento, mesmo que em detrimento da qualidade de vida da população que sofre e sofrerá muito ainda com o desemprego e exclusão do mundo do consumo. Por isso, porque os bancos mandam na Grécia, é que ela paga juros menores. Só que o quadro geral da Grécia é absurdamente pior do que o do Brasil e eles aceitam pagar 0,75% pela dívida e pelo risco. Então o risco de pagamento para o quadro caótico da Grécia deve ser de 0,75%.

Como pode aqui, com quadro infinitamente melhor e de menor risco para o pagamento de dívida soberana ter como necessário o pagamento de juros de 4,25%? Não há justificativa. A única, mais uma vez simples, é a pressão de bancos sobre o Banco Central e com apoio da mídia para alardear descontrole inflacionário e de gastos públicos - nunca comprovado em estatísticas oficiais ou privadas, veja bem -, exigindo, para qualquer aumento de inflação (sem avaliar se é de demanda ou de oferta, veja bem), um aumento de juros como resposta.

A oposição vê isso, mas além de ser próxima a bancos, mesmo que não fosse, não atacará essa dinâmica mentirosa alardeada pela mídia, pois aumento de juros afeta o bolso do brasileiro concretamente e pode ser usado de argumento para evidenciar a "incompetência governamental petista em gerir a economia e a inflação".

Isso sim é simples. Enquanto não se questionar as verdadeiras razões da relação entre juros e inflação aqui e nos paradigmas no exterior, nunca será evidenciado o quanto somos roubados injustamente. Continuamos a ser o último "peru de ação de graças" como aclamado em uma reunião de banqueiros no exterior.

p.s. de 28/01/2104 - revisto e ampliado.

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Inflação, juros selic e juros bancários de janeiro de 2014 - a vitória da ala financeira

Senhores e senhoras, nós sempre dissemos que a realidade sobre os fatos econômicos estão sendo apresentados sob uma perspectiva totalmente financeira, da ala financeira a você, todos os dias, pela grande mídia. E dissemos e dizemos que isso não é a "verdade", mas uma verdade... uma verdade que não te favorece como cidadão.

Observe este trecho da coluna econômica de um excelente jornalista do Jornal do Commercio (jornal de muito melhor qualidade na área da análise econômica sob a perspectiva de empresas e do cidadão), Allon Feuerwerker sobre os juros que os bancos nos cobram:

"O juro extorsivo já recebeu diversas explicações entre nós. Disseram que a coisa melhoraria com a introdução de novos mecanismos legais, como a lei de falências e o cadastro positivo. Aguardam-se os resultados. E convém esperar em posição confortável.
Outro mantra diz que o brasileiro paga muito juro pois é muito inadimplente. Mas ninguém prova que somos mais caloteiros, na comparação. Eu aposto que é o contrário. O brasileiro tem problemas para pagar as dívidas porque elas custam muito caro.
E não é que elas custem caro pela dificuldade de cobrá-las. Aqui, sabe-se com precisão que a galinha nasceu antes do ovo. O sujeito fica inadimplente tentando pagar a dívida, e não porque tentou escapar dela.
É uma encrenca resistente. Parece insolúvel. Só parece, pois outros povos já a resolveram. Mas aqui prefere-se o esconde-esconde. Finge-se que tudo vai bem. A espoliação financeira é apresentada como um dado da natureza.
Como o sol que nasce e se põe todo dia."


E veja este trecho sobre o que ele acha da evolução da inflação e do real prazo que o Bacen tem para entregar o centro da meta da inflação (4,5%):

"A inflação anda razoavelmente comportada, no teto da meta. Que foi aliás o prometido pelo Banco Central.
As projeções para 2012 continuam aquecidas, é verdade, mas até o fim do ano que vem o BC tem margem para manobrar. Pois a promessa do BC é que o ritmo dos preços convergirá daqui a doze meses para 4,5%."

Acesse a íntegra desta coluna em http://www.jcom.com.br/colunas/137270/Viajar_juntos

Então observem, quis introduzir o artigo com a opinião de outro especialista conceituado para mostrar a você que é esse o grupo a que pertendce o Blog Perspectiva Crítica.

A inflação não está descontrolada. A inflação não deve ser entregue mês a mês, mas no final do ano. A inflação também não é a medida acumuladamente nos doze meses anteriores, pois esta não é possível alterar!!!

Todos estes argumentos que dizemos aqui que não prestam a entender e controlar inflação são utilizados pela grande mídia em seu acervo para assustar a sociedade e fustigar o Banco Central para obter mais juros básicos. Mas há outros meios de controlar a inflação. Além disso, em início de ano sempre há inflação alta pela correção de preços administrados, escolas, serviços e bens de modo geral. Isso é normal.. então por que a maciça notificação na mídia diária sobre aumento de inflação?
Pergunto mais: e por que a mídia não apresenta o índice de inadimplência de europeus e americanos? Assim poderíamos comparar os juros bancários exigidos de nós sobre esta perspectiva tanto falada pelos bancos como legitimadora de cobrança de juros bancários extorsivos. E por fim.. se a inadimplência é o super item para os nosso juros bancários extorsivos, por que os juros bancários europeus e americanos não passaram os brasileiros durante a crise financeira em que milhões de europeus e americanos ficaram mais do que inadimplentes, mas até falidos?!?!?!?!?

Mas, não. Você, meu leitor, nunca verá esse questionamento correto e a informação correta sobre inflação e juros selic, nem nunca verá os bancos expostos em sua sanha de cobrar indevidamente juors bancários extorsivos de você, pois a grande mídia é aliada do setor financeiro.

Se eu consigo deixar isso claro, já resolvi uma grande parcela de sua enganação através de artigos de jornal, inclusive com viés político. Talvez até 50%.

A publicação do Jornal O Globo de que nossos juros reais são os maiores do mundo e que isso é simplesmente porque há descontrole de gastos públicos  e inflação descontrolada é uma mentira triste e profunda, em evidente aliança acrítica (ou ideológica) com setores da ala financista.

Veja que o Jornal do Commercio não publicou isso dessa forma. É porque seu compromisso é com a produção e não com bancos. E isso é mais próximo do interesse do cidadão, pois empresas querem controle de inflação, mas com crescimento, com emprego, com renda, para que possam vender seus produtos. Bancos só querem os juros selic e juros reais.

E são os bancos, apoiados pela grande mídia neste quesito (juros selic, juros bancários e inflação), que estão ganhando. Estão ganhando contra você, contra mim, contra sua família, contra os serviços públicos, e contra a produção e empresas que criam empregos, tributos e renda de todo o País.

p.s. de 28/01/2014 - texto revisto e rediagramado.

domingo, 19 de janeiro de 2014

Novos números de desemprego e ponderações e correções do BLOG: PNAD e relação servidor público por habitante

Muito importante a notícia do Globo, em 18/01/2014, pg. 25, sobre o retrato mais fiel sobre o desemprego no Brasil, a partir do novo método e respectiva pesquisa a ser publicada pelo IBGE sobre  o emprego no Brasil, a "PNAD contínua". Esta inclui todos os trabalhadores e desempregados de todo o País e não somente das seis principais metrópoles brasileiras (Rio, São Paulo, Belo Horizonte, Recife, Salvador, Porto Alegre e Brasília), o que era captado pela PME (pesquisa mensal de emprego), que deixará de existir a partir do fim do ano, segundo a notícia. Existia uma PNAD anterior que dava informação defasada em um ano. Esta agora será contínua como a PME e dará informações trimestrais.

Mas o que queremos frisar não são essas informações, que qualquer jornal publicaria. Alterou-se o número do desemprego para o País, que era apresentado pelo PME como, por exemplo, 5,9% para o segundo trimestre de 2013 e que a PNAD contínua apresenta como 7,4% para o mesmo período. O importante aqui é, para nós o seguinte: o governo não falou nada e nem impediu ou influenciou a composição do índice ou resultado do índice, que dá margens para retóricas em prejuízo ao Governo. Assim, pela robustez da sociedade, mais uma vez vemos liberdade nas análises sobre fatos sociais e econômicos. Isso é ótimo. O mesmo não ocorre na Argentina, por exemplo, em que as estatísticas são escamoteadas para a população.

Então isso é algo a se celebrar.

Outra coisa, para o Blog em especial, foi importante a notícia de que há 90,6 milhões de trabalhadores ocupados no Brasil, no segundo semestre de 2013 e 7,3 milhões de desocupados. Isso porque o Blog só pode publicar as notícias publicadas em jornal e ponderá-las e pesá-las sobre se estão em consonância com outras notícias e informações em outros jornais, revistas e de acordo com os fatos notórios em sociedade e com a lógica.

Reproduzimos, assim, por vezes a má qualidade de informação vinda de nossas fontes. Mas ao contrário de artigos de jornal que são descartáveis, os artigos do Blog ficam em nosso acervo, para acesso perene de nossos leitores. E portanto não podemos, nem nunca iríamos, nos dar ao luxo (ou desplante) de admitir que informações percebidas como equivocadas ou incompletas permanecessem assim, mesmo após publicação que as atualizassem. Fazemos isso sempre que possível, sem alterar o conteúdo das informações antigas, para que o leitor acompanhe a própria correção e/ou atualização da informação produzida neste Blog.

Assim, como já tivermos de corrigir informação sobre contratação de diplomatas e número total de diplomatas em atividade durante o governo Lula e do FHC, e o fizemos, diante de informação posterior e melhor explicitada que a anterior publicada em jornal e objeto de crítica do Blog, da mesma forma agora temos de fazer uma correção.

Em um artigo importante deste Blog, é informado que, segundo o artigo criticado, o Brasil teria, grosso modo, 33 milhões de trabalhadores e 3,3 milhões de servidores públicos, o que daria percentual de 10,47% de servidores públicos considerado todo o contingente de trabalhadores do Brasil. Esse mesmo artigo terminava comparando índices de servidor público x todos os trabalhadores de outros países, chegando ao às relações comparativas de 14,7% para os EUA e 39% para a Dinamarca.

Nós conseguimos ainda várias outras informações dessa natureza em outros artigos, de forma salpícada, como por exemplo que a Itália tem 5,5% de sua população como servidores públicos; que a França tem 1 servidor para cada 12,5 habitantes e que a Alemanha tem 1 servidor para cada 18 habitante e a Inglaterra tem 1 servidor para cada 1/29 habitantes, enquanto o Brasil teria 1 servidor para cada 32 habitantes, no ano de 2010.    

A cada vez que notícias dessa natureza são publicadas, nós explicitamos a relação direta com o Brasil, seja sob a mesma metodologia, seja comparando com outros dados relacionados ao tema, sempre com o objetivo de chegar o mais próximo da verdade sobre os fatos e entender porque a vida é mais fácil e melhor em alguns países do que no Brasil e o que é necessário fazer para alcançarmos mesmo nível de vida de países mais eficientes em cuidar da qualidade de vida de seus cidadãos.

Então, neste momento, temos de corrigir e tecer algumas ponderações sobre a notícia de que temos 90 milhões de empregados. Como fica a questão da relação servidor x trabalhadores no Brasil, já que na informação anteriormente disponibilizada pela mídia havia 33 milhões de empregados e 3,3 milhões de servidores?

Eu vejo da seguinte forma: temos de aproveitar ao máximo as informações como se nos são apresentadas. Existem várias formas de se apresentar planilhas, informações e dados e de se contá-los. à época dessas informações, nós mesmos havíamos dito que o valor parecia baixo, mas que tal contagem foi apresentada para o Brasil e outros países e um jornal não tem espaço para discutir métodos, mas simplesmente informar a conclusão de pesquisas e alguns dados essenciais que legitime a conclusão.

Toda a informação anterior foi válida para seu efeito informativo à época e, principalmente, as apresentadas em forma de percentual e correlação se apresentam como historicamente mais bem fundamentadas e válidas, pois seus parâmetros podem vir a ser pesquisados por quem tiver interesse. Este Blog e a mídia em geral não têm setores de estatísticas e nem poderiam, pois estranho à sua função de publicar notíticas.

Então, essa notícia atual de que temos 90 milhões de empregados me traz grande alívio, pois é uma notícia melhor e aparentemente mais real do que a anterior que publicamos de 33 milhões de empregados. Esse número de 33 milhões pode ter sido, com certeza, um corte de trabalhadores, mas o número de 3,3 milhões de servidores públicos teria sido também? A notícia não dizia á época e nunca foi nem será corrigida. Mas foi publicada à época e mesmo que não esteja claro para nós, ela era idônea, somente não foi explicitada corretamente para nós.

Mas aí eu pergunto, se são 90 milhões de trabalhadores e à época o percentual de servidor por trabalhador apresentou número de 10,5%, temos 9 milhões de servidores públicos ou 3,3 milhões?

Talvez o corte de 33 milhões de empregados fosse uma conta somente de carteira assinada nas seis metrópoles, dados da época (2010). Talvez 3,3 milhões fossem os servidores federais (sabemos que são 1,2 milhão para todo o país aproximadamente) e mais os servidores estaduais e municipais das metrópoles... quem sabe? Isso faz diferença para termos análises e números melhores para apresentarmos à sociedade e sobre os quais nos debruçarmos para apresentarmos números absolutos, por exemplo de servidores que deveriam ser contratados para garantir atendimento eficiente na saúde, educação, fiscalização por todo o País.

Mas o leitor não precisa se preocupar tanto. Cada notícia é uma notícia que acrescenta a teia de informações que com o tempo demonstra seu equilíbrio e traz a luz ou mais luz sobre fatos econômicos e sociais que nos rodeiam e influenciam nossas vidas.

O importante é que as correlações feitas entre países tenham mesmo me´todo declarado para todos. O importante é que as notícias de correlações que sejam feitas respeitem as melhores informações que existiam à época, e que se apresentem sempre as fontes, como fazemos, para que o próprio leitor as acesse.

Quanto à correlação entre o novo número de empregados e o de servidores públicos, cabe-nos exigir que a mídia convencional prossiga com seu trabalho. E já que informou novos números de total de trabalhadores brasileiros, que informe o de servidores públicos em relação a este número de trabalhadores para vermos se temos de corrigir, além da afirmação de que o País está longe do pleno emprego (Região Sul continuam próximos do pleno emprego, mesmo segundo a PND contínua (4,3%), mas o país como um todo se afastou do conceito de pleno emprego (7,4%), também a afirmação diuturna de que a máquina pública está inchada.
São 90 milhões de empregados e 3,3 milhões de servidores ou 9 milhões de servidores, para que o percentual divulgado oficialmente de que 10,47% dos trabalhadores do Brasil são servidores públicos seja verdadeiro?

Como as relações apresentadas à época o eram com base em mesmo método para os países em comparação e o Brasil, todas as informações relativas apresentam-se a este Blog válidas. Mas fica aqui nosso pedido de mais números para ponderarmos a deficiência de recursos humanos no setor público, cientes de que o melhor método não é se exigir meramente números percentuais iguais aos da Dinamarca (com 39% de sua força de trabalho na área pública), mas verificar a gestão e o número suficiente para atendimento ideal ao Brasil e aos brasileiros. Mas poder comparar com outros países é ótimo para ter noção de o que ocorre lá, com quantos servidores públicos por habitante, e ver se de repente o fator número de servidores pode ser um elemento importante de dissonância e que explique a diferença da qualidade de vida lá e a falta e qualidade de vida aqui.

O Blog Perspectiva Crítica sempre estará atento à correlação de informações no tempo, apontando incongruências, falhas, incompletudes e sugerindo soluções e exigindo mais informações que possam municiar a sociedade a se criticar e a alcançar crescimento em sua eficiência como prestadora e recebedora de serviços públicos e privados de todo gênero e espécie, a bem da defesa da qualidade de vida do brasileiro, cidadão, pessoa física.

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Presidente do INPI reclama por mais servidores para diminuir prazos de concessão de marcas e patentes

Em linha com o que sempre dissemos, o Presidente do INPI, Otávio Brandelli, reclama por mais concursos públicos apra que o quadro de 270 analistas de marcas e patentes suba e ajude a diminuir o prazo de concessão de registros de marcas e patentes no Brasil.

Veja o trecho abixo de artigo publicado no Jornal do Commercio on line de hoje:
 

“Não tem solução mágica. Você precisa de horas/homem. Ou seja, precisa de mais gente trabalhando”.

Acesse a íntegra do artigo, publicado em 13/01/2014, em http://www.jcom.com.br/noticia/147735/Presidente_do_Inpi_defende_contratacao_de_funcionarios_para_reduzir_prazos_concessao_de_registros

Neste mesmo artigo, observe a comparação de relação funcionários estrangeiros analistas de patentes em relação ao número de processos de pedidos de patentes:


"Estudo divulgado em 2010 pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) indicava que o número de processos por examinadores no Inpi era maior do que nos outros escritórios de marcas e patentes do mundo. Para se ter uma ideia, no Inpi havia, àquela época, 273 examinadores para 30 mil depósitos/ano de propriedade industrial. Já o escritório europeu tinha 150 mil pedidos para 3,7 milexaminadores. Ou seja, cinco vezes mais pedidos de patentes e 13 vezes mais examinadores, o que permitia que o prazo de análise na Europa fosse 4,5 anos, em média, contra oito anos no Brasil. De acordo com o estudo da CNI, o problema de prazo do Inpi não é consequência de baixa produtividade, mas resulta “da real escassez de recursos humanos e de infraestrutura”." (mesmo artigo acima elencado)

Ou seja, enquanto a grande mídia massifica a informação de que os quadros do funcionalismo público estão inchados, a sociedade sofre com  a falta de servidores, falta de planos de cargos e salários e falta de política remuneratória para atrair funcionários competentes (analista de patente tem que ser técnico altamente gabaritado) e mantê-los prestando serviços básicos ou estratégicos para a sociedade.

É importante sublinhar isto aqui.. e vejam que a notícia veio de uma mída comprometida com a ala produtiva do mercado, ou seja, indústrias e empresas comerciais. E por quê? Porque ter um processo mais rápido de concessão de registros de marcas e patentes é de total interesse desse segmento social. Por isso a publicação não saiu no Jornal O Globo ou Estado de São Paulo, pois estes têm uma visão compartilhada com instituições financeiras, então você lê todo dia sobre juros, que devem ser aumentados sempre (rsrsrs), e não sobre necessidades de contratação do serviço público para dar a você e à economia brasileira mais serviços públicos e mais eficiência.

Contra fatos, não há argumentos. Vejam os números que o jornal do Commercio publicou. Nós procuramos essas dados pra todo o funcionalismo público, para compararmos a relação servidor público x habitante no Brasil e no mundo. Tudo o que vemos publicamos, mas não há uma publicação em bloco desses dados, pois a grande mídia não tem interesse em questionar o que seria melhor para garantir prestação de serviço público à população. O interesse dela é diminuir a prestação para passar tudo à área privada. Esse foco impede chegar-se à verdade dos fatos e à melhor prestação de serviços públicos á população.

Esperamos que a grande mídia reveja suas prioridades informativas e ajude o país a ser a Suécia brasileira ou o Brasil sueco que merece. E isso só é possível com funcionalimo público suficiente e de alto nível para todas as funções públicas, o que, por sua vez, só é possível com mais educação, mais concursos públicos, mais salários, mais cargos e mais planos de cargos e salários.

Essa é a verdade.

p.s.: o título do artigo é "Presidente do Inpi defende contratação de funcionários para reduzir prazos concessão de registros", publicado em 13/01/2014, assinado pela redação do Jornal do Commercio.