quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Baixa da energia elétrica compensa aumentos de gasolina e tarifas de ônibus, diz Flávia Oliveira

Veja um exemplo de porque elogio a jornalista Flávia Oliveira do Jornal O Globo. Ela, em sua coluna, é mais equilibrada, neutra e informativa do que a Miriam, por exemplo, que é mais parcial e indutiva.

No Jornal o Globo de hoje, 31/01/2013, à fl. 28, o artigo principal de sua coluna "Queda da energia anularia até alta de passagens", ela informa o que até agora, depois de outros analistas e jornalistas menos comprometidos com a verdade jornalística e mais com a verdade editorial, ninguém informou e que muito interessa: a queda da tarifa de energia elétrica foi tão forte que compensará o impacto inflacionário do aumento de passagens de ônibus em todo o País e ainda do aumento da gasolina.

Esse era o objetivo da medida governamental. E o objetivo será alcançado.O impacto do aumento das passagens de ônibus sobre a inflação, segundo Flávia, seria de 0,35 ponto percentual e a alta da gasolina 0,17 no IPCA, mas a queda da energia terá impacto de 0,58 negativos, aliviando a inflação de fevereiro.

Some-se a isso a queda de preço de produtos agropecuários em 1,96%, também informado por Flávia, e a queda do dólar e estou muito curioso para ver os índices de inflação de janeiro e fevereiro de 2013, e especial fevereiro. Não se esqueçam, o IPCA mensal deve ficar em 0,45% para nos oferecer inflação de fim de ano em 5%  a 5,5%. Altas mensais, no curso de 2013, devem ter índice em outro mês inferior a 0,45% para manter a média.

Restaurada a informação verdadeira à sociedade, que mais cedo ou mais tarde a grande mídia tem que publicar para não ficar desacreditada, falta ainda o debate prospectivo sobre bônus da medida de baixa de energia para possível aumento do PIB, para certo ganho de competitividade e para provável ganho de arrecadação.

Não houve publicação dessas projeções ainda. E creio que não haverá, caso não seja através do governo, pois a grande mídia não ia sair botando azeitona na empadinha do governo em ano anterior ao ano eleitoral, apesar de dever dar notícias reais à sociedade.

Mas há um jeito. Se essas projeções fossem publicadas pelo IPEA ou Ministério da Economia, a grande mídia seria obrigada a publicá-las. E assim iríamos discutindo e conferindo efeitos positivos (sobre a sociedade e inflação e emprego) ou negativos ( sobre o orçamento e inflação e emprego) da medida ousada de diminuição da tarifa de energia elétrica.

Também deveria ser declarado o nível de lucro das geradoras e distribuidoras antes e depois da queda de energia elétrica e comparar com o nível de lucro das suas correspoondentes no exterior.

Isso seria um debate sério em torno das medidas de baixa das tarifas de energia elétrica no Brasil. Porque a mídia não faz isso? Ou é falta de competência (difícil de acreditar) ou é por falta de interesse. Mas se a sociedade tem interesse nessas informações, como a mídia não teria interesse em publicá-las? Resposta única: pois seu interesse seria diferente do da sociedade.

A falta dessa abordagem como sugiro é mais um exemplo de que a mídia tem seus próprios interesses em abordar fatos de determinada maneira para enaltecer uma perspectiva sobre a realidade. No caso, a mídia aparenta, a mim, querer diminuir feitos do governo para lançar e fortalecer o lançamento de seu candidato do PSDB.

Isso não deveria ser a preocupação da mídia. A mídia deveria informar neutramente e os grupos políticos que se virassem com as informações para demonstrar à sociedade erros de governo e melhores propostas à sociedade.

É duro. Mas é a verdade.

De qualquer sorte, a publicação da Flávia Oliveira vai no sentido de informar a sociedade de asssuntos reais e importantes para sociedade. Resgata um pouco da dívida da mídia conosco e eleva o nível (ou compensa) baixo de abordagem pelo próprio Jornla O globo sobre o tema Baixa da Energia Elétrica no Brasil.

Parabéns a ela e a edição por deixar ocorrer a publicação, a qual dentro do Jornal e com abordagem técnica não tem grande potencial impactante de informação à sociedade como as manchetes desinformativas que o jornal publica, mas já é algo.

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Ranking dos Proprietários do Brasil - divulgado no Blog do Noblat

Pessoal, quero alertá-los sobre um ranking de 397 empresas com ramificações societárias em outras empresas do país que está sendo alardeado como algo fantástico, no qual não vejo nada de fantástico.

O acesso ao site, fazendo uma propaganda a contragosto (pois acho que o trabalho dos rapazes pode ser honesto, bem intencionado e árduo, mas não mostra ranking real de proprietários do Brasil coisa nenhuma), é http://www.proprietariosdobrasil.org.br/index.php/pt-br/

O Blog do Noblat publicaou e você pode ter acesso pelo seguinte endereço: http://oglobo.globo.com/pais/noblat/posts/2013/01/29/os-verdadeiros-proprietarios-do-brasil-por-carlos-tautz-484242.asp

Com certeza o cruzamento de dados societários deve ter dado o maior trabalhão, partindo do pressuposto de que fizeram tudo direito e de que verificaram grande parte das empresas brasileiras de peso. Ao ver o resultado (ranking dos proprietários do Brasil), eu não li sequer o método. Está presente a Companhia de Esgoto da Paraíba e várias empresas desconhecidas. o número um não aparece, mas o segundo maior "proprietário do Brasil" é apontado como a PREVI. O grupo Jereissati, que todos sabem que é um cacique do PSDB do Ceará, também é mencionado. Mas a Rede Globo de Televisão, por exemplo, nem consta. Não consta porque é sociedade de capital fechado e alguém vai dizer que não tem domínimo sob os acontecimentos no Brasil ou influência?

Então vejam, a pesquisa dos rapazes é interessante, mas para mim indicou quem mais investe no País e somente entre as empresas de capital aberto que podem ter seus grupos societários facilmente analisados. Foi uma lista de quem joga aberto e é fiscalizado pela CVM. Isso não é ranking de proprietário do Brasil, lamento.

O livro de Raymundo Faoro, "Os donos do Poder" é muito mais verídico para indicar donos do Brasil. Achei até interessante que os donos do site em questão tenham eleito uma maçã mordida que remete à maçã da capa do livro importantíssimo "A Trilateral", de edição única no Brasil de 1979, esgotada e nunca repetida. Mas, crendo na boa fé dos seus criadores, nada tem a ver.

Tentam remeter esse espraiamento societário a poder de influência no BNDES, mas isso também não dá para considerar, pois no BNDES recebe valores quem apresenta projetos. É só fiscalizar o procedimento de seleção de projetos, todos escritos, escolhidos através de condições objetivas, expressas em documentos e analisáveis pelo Ministério Público.

 Vejam, não há fazendeiros de latifúndios mencionados. Não há políticos/coronéis do Nordeste. Não há reprodutores do sinal da Globo por todo o País, não há integrantes da cúpula das universidades brasileiras, não há ponderação sobre capacidade de alterar a perspectiva da realidade, não há análise de empresas de capital fechado, não há análise de empresas com sede em paraísos fiscais, não é mencionada uma pessoa com capacidade de influência no governo, seja positivamente ou negativamente.

Não é mencionado o grande líder empresarial brasileiro Eike Batista, brasileiro de coração pelo que posso analisar de suas movimentações divulgadas pela mídia. Se Eike não tem influência e não pode ser um dos proprietários do País (sua empresa LLX é mencionada no meio do ranking), sendo o mais rico do país e com influência política e com espírito e capacidade realizadora de seus sonhos, quem mais seria?

O ranking criado diz muito pouco, infelizmente. Foca e atinge com uma "penumbra de desconfiança genérica" grandes empresas produtivas no Brasil e não trata de temas como relações pessoais, familiares e políticas no Brasil, vínculo entre a classe financeira e grande mídia (que é caso de poder em todos os países civilizados no mundo rico), não toca na Comissão Trilateral, não toca no FMI, nem no Banco Mundial, nem na imprensa estrangeira. Não toca no fato de que empresas de mídia estão entrando na área produtiva, comprando cursos e escolas, vendendo apostilas para o governo, prestando serviços de terceirização de saúde e educação.

Quero somente dizer a você que, ao meu ver, e compartilho com meus leitores aqui, aquele ranking diz pouquíssima coisa e não mostra quase nada sobre os " verdadeiros proprietários do Brasil". Pode dizer sobre quem possui participação em empresas, sobre quem tem dinheiro e, portanto, também tem acesso a salões dos governos de todas as esferas (por óbvio), que precisa e tem condições de usar o BNDES (único financiador de longo prazo para a classe produtiva no Brasil).. agora, donos do Brasil? Elucidar algo escamoteado e que permite analisar movimentos escusos que influenciam a Nação de forma decisiva? Infelizmente agaurdarei outra lista que eles façam.

A idéia foi curiosa. Útil talvez, mas, na minha opinião, muito longe daquilo a que se propuseram por infinita complexidade do tema e dos intrincados ramos e insterseções de interesses e relacionamentos familiares, políticos, empresariais, financeiros, de mídia, e envolvendo grandes homens de universidades e de todas as indústrias em especial a financeira.

p.s. de 30/01/2013 - revisto e ampliado.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Comentário à Coluna da Míriam Leitão de hoje: "Falta um acordo entre Mercosula e União Européia"

Pessoal, a coluna de hoje da Miriam enfoca que países da América Central e alguns da América do Sul já têm acordos comerciais com EUA e Europa e nós do Mercosul não. Ela sublinha que isso prejudca o mercado e comércio mundial e a nós mesmos e que deveria ser fechado um acordo.

Segundo minha leitura do artigo, ela enfatiza que a razão maior para isso seria eventual ineficiência negociadora nossa, em comparação com os que já fecharam, e protecionismo.  O artigo está bom, mas pecou por faltar com a outra parte da infomação: nós do mercosul temos o que perder e os países citados não tinham, daí a dificuldade de fechar acordo com o Mercosul. Além do que temos protecionismo em relação às nossas indústrias, mas eles têm em relação ás deles.

Em ambiente mais aberto nossas indústrias, que geram empresas para brasileiros e mantém tributos e rendas aqui no Brasil, concorreriam em pé de igualdade com os estrangeiros americanos e europeus, os quais, entretanto são beneficiados por bilhões de euros e dólares em subsídios dados por seus países de origem. A concorrência, portanto, é desleal, se for direta. Ao menos antes de esses países retirarem seus subsídios que alteram artificialmente a competitividade de suas indústrias e produtos.

Vejam a resposa que publiquei no Blog da Míriam:

"Importante, entretanto, salientar que não é só ineficiência e/ou incompetência que impede que fechemos acordo com a União Européia. Nosso mercado industrial próprio, no Mercosul, é muito maior, diversificado e complexo do que o mercado de México, Republiquetas da América Central e Chile. Para eles é fácil fechar, pois não têm indústria que serão prejudicadas pela comcorrência com indústrias americanas e europeías ajudadas artificialmente por bilhões de euros e dólares em subsídios por seus países de origem. Nós sim. Eles querem que abramos serviços financeiros e de engenharia e licitações públicas, tirantod empregos de brasileiros. Bem, para quem não tem esses serviços, chegarem europeus e americanos oferecendo-os é ótimo, mas para nós que temos, devemos proteger nossos mercados. Da mesma forma, no que somos fortes europeus e americanos não aceitam abrir seus mercados em contrapartida da abertura do nosso.. aí é difícil, né?" 
E vejam que quando pedimos que abram seus mercados para nossos produtos agrícolas, minerais, etanol e semi-manufaturados e manufaturados, eles não querem... então tem protecionismo lá e cá. A culpa não é só do Mercosul. Não dá pra entregarmos arrecadação, empregos, mercado brasileiro e do mercosul, além de indústrias nossas a estrangeiros e não termos a chance de obtermos o mesmo lá.

Óbvio? Também acho. Mas há que se publicar essa obviedade, pois muitos não sabem disso e só repetirão o que lêem em jornal. Nossa grande mídia apoiou o ALCA. Se concretizado, seria o maior crime contra a independência produtiva do nosso País. Indústrias de todas as áreas, mercado brasileiro, arrecadação e renda iriam em torrentes descomunáis para o exterior. Privatização de estatais seria fichinha.

E após o domínio econômico do País, viria o lobby estrangeiro diretamente na política. Lobby de nacionais é ruim, mas é de nacionais. Lobby de estrangeiros com cacife para negociar e pressionar políticos nacionais empobrece diretamente brasileiros e cidadãos do Mercosul.

A questão é, como você leitor pode ver, muito, muito grave.

Confirmação de corrupção na privatização da Saúde: caso de Duque de Caxias

O Jornal do Commercio publicou artigo na edição de fim de semana dos dias 25, 26 e 27 de janeiro de 2013, que o Ministério Público Federal ajuizou ação penal contra o político Zito, de Duqe de Caxias, por desvio de mais de R$700 milhões em convênios com Oscips, ou seja, organizações sociais, em terceirização/privatização de serviços de saúde pública.

Foi constatado pelo Ministério Público Federal que houve superfaturamento e serviços privatizados eram mais caros para os cofres públicos do que os prestados por servidores públicos e que acima de tudo não houve melhora de atendimento à população.

Este é um caso constatado de corrupção grave envolvendo privatização de serviços públicos de saúde. Juntamente com o fato de a cidade do Rio de janeiro quase ter colapso de médicos e atendimento na saúde pública nas festas de fim de ano de 2012 por vencimento de contratação de médicos temporários através de Oscips e Ongs, esse é o caso mais grave sobre o assunto já noticiado pela grande mídia.

Como o BLOG PERSPECTIVA CRÍTICA sempre publicou, o movimento de terceirização/privatização de serviços públicos de saúde e educação (além de cobrança tributária e segurança pública) é a maior brecha para que a área privada e os políticos se apropriem da coisa pública, das verbas públicas e dos cargos públicos (troca de concurso público por análise de currículo), sem contrapartida em entrega de eficiência de prestação de serviço público e à margem da integral fiscalização dos Tribunais de Contas e dos Ministérios Públicos Estaduais (mais limitados ao cumprimento do contrato licitado de prestação do serviço público do que o amplo controle sobre a prestação de serviços públicos via administração direta, como respeito a teto remuneratório constitucional e acesso a cargo público por concurso público de amplo acesso à população).

Com o tempo, a continuidade de adoção de terceirização de serviços públicos em curso gerará prejuízos financeiros ao Estado (como foi constatado no caso de Duque de Caxias) e prejuízos de atendimento à população (como também foi constatado no caso de Duque de Caxias), simplesmente porque a lógica de atendimento privado (lucro) é diferente da lógica de atendimento e cumprimento de finalidades públicas. E a lógica da terceirização de prestação de serviço público é pior ainda, com diminuição de acesso público a cargos efetivos e permanentes à toda a sociedade, crescimento da área de influência privada para nomeação de pessoas para prestar tais serviços, mesmo sendo remunerados pelo Estado, bem como crescimento de potencial desvio de verbas públicas para partidos e políticos.

Espero que continuem publicando casos desses. Parabéns ao Jornal do Commercio que deu bons detalhes sobre o caso em sua matéria.

Incongruência entre título e texto: "Brasil passa despercebido em Davos"

Eu reputo a análise do artigo publicado hoje no Jornal o Globo sob o título "Brasil passa despercebido em Davos", uma excelente oportunidade para você ver como um jornal pode publicar notícia positiva que não poderia deixar de publicar, mas apagar o conteúdo positivo com a escolha de um título que realça uma idéia negativa para a imagem do Governo.

Acesse: http://oglobo.globo.com/economia/brasil-passa-despercebido-em-davos-7412357

O conteúdo está ótimo e as notícias sobre o Brasil são igualmente muito boas. Stiglitz, nobel de economia e eminente economista, com consistente visão em prol do desenvolvimento das economias ao invés de somente o enriquecimento de banqueiros (caso da maioria dos analistas de mercado e baluartes das análises econômicas em todo o mundo), disse que o Brasil cresceu pouco, mas que está em ótimas condições estruturais econômicas para poder crescer 2013 e os próximos anos com consistência e até acima de 3% ao ano, diminuindo desigualdade e realimentando a sustentabilidade do crescimento econômco.

Angel Gurría da OCDE elogiou igualmente o Brasil, mas o título preferiu realçar o fato de que o Brasil não foi festejado e que em seu lugar na América Latina foram festejados resultados matemáticos e estatísticos de Peru, Panamá e México.

Lei você mesmo e veja se o título não deveria ser: "Brasil elogiado em Davos pelas maiores autoridades econômicas presentes ao evento".

Observe o trecho que eu selecionei do artigo criticado:

"Mas em Davos, o time dos otimistas em relação ao Brasil também tem peso. Joseph Stiglitz, prêmio Nobel, disse ao Globo que o Brasil foi um dos países mais bem-sucedidos do mundo na redução da desigualdade — que é elemento crítico para o crescimento. Para ele, não há dúvida de que o Brasil tem a faca e o queijo nas mãos para assegurar um crescimento acelerado: os fundamentos da economia estão fortes, disse.

Angel Gurría, secretário-geral da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), já apagou da memória o crescimento de 1% do Brasil em 2012.

— O ano passado já passou. Acabou, ok? Em 2013, nosso cálculo é de um crescimento em torno de 4%. É um progresso. E vai acontecer num contexto no qual o crescimento da Europa continuará anêmico e dos Estados Unidos, medíocre — disse."

E então? Ótimo artigo, mesmo com as críticas iniciais ao crescimento da economia do Brasil em 2012. Mas a escolha do título foi duvidosa a meu ver. Com certeza não foi a melhor opção para refletir o conteúdo do artigo inteiro e creio que o viés negativista foi intencional, no bojo de tentar baixar a bola do governo e apresentar o condidato do PSDB (considerando a soma de todos os artigos deste mês de janeiro de 2013).. mas claro que isso é a minha leitura e impressão... posso estar errado... rsrsrs

p.s. de 28/01/2013 - texto revisto e ampliado

p.s.2: quero deixar claro que fustigar o governo não é incorreto principiologicamente. É bom  que a mídia faça esse papel. E dar acesso e espaço para a oposição ao governo também é correto dentro do jogo democrático até para fortalecê-lo. Mas as notícias poderiam ser mais neutras como as do Jornal do Commercio. Veja a manchete econômica do Globo de hoje, 28/01/2013, "Governo raspa o tacho.." sobre a aplicação de verbas públicas e de fundos do desenvolvimento energético para obter a redução de taxa de energia elétrica. Esse título é neutro? Há abordagem de o quanto se espera de crescimento econômico com a medida? De quanto se espera de aumento de arrecadação, que mesmo com desonerações em 2012 foi recorde (o que é bom e indica vigor econômico do Brasil)? Há pesquisa e informações de consequências positivas e negativas para poder se ponderar se a medida chamada de "raspa de tacho" é boa ou ruim? Se faz sentido ou não? Não. Então isso não é informativo. Isso é indutivo e indica escolha de lado político a ser favorecido com a postura da edição, ao meu ver.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Diminuição da taxa de energia elétrica, custo/bônus social e entrevista do Presidente do Panamá

SOBRE A QUEDA DE CUSTO DE ENERGIA: FALTA DE INFORMAÇÃO E FALTA DE NEUTRALIDADE DA MÍDIA

Quero que vocês saibam que enquanto a mídia do mercado financeiro malha o corte de custo de energia, o Jornal do Commercio comemora.

É importante notar infomações que são publicadas mas não sublinhadas nesta questão: o custo de 8,4 bilhões que o governo terá com a medida de diminuição das contas de luz para pessoas e empresas, gerará, segundo notícia publicada hoje no Jornal O Globo, em torno de 32 bilhões de reais na economia! Isso pode ter impacto sobre o crescimento do PIB!

Não é correto obter baixa de preços públicos através de criação de nova despesa pública, pois isso é transferir o custo de milhões de consumidores para o Tesouro Nacional, mas todo subsídio e toda "desoneração tributária" faz isso! Então, o importante é qual a vantagem em se fazer isso; e não ficar dizendo que medidas governamentais têm custo, pois elas sempre têm.

A minha pergunta para a grande mídia é: dado o fato de que houve a medida governamental, em que medida ela prejudica a inflação, prejudica a economia e prejudica as contas públicas? Qual o impacto que pode ter sobre o aumento da eçconomia e aumento de competitividade de nossos produtos internamente e no exterior? O potencial crescimento do PIB aumentaria a arrecadação e compensaria o custo da medida?

Nada disso foi abordado. Há desespero com a medida, pois pode ter efeito positivo sobre inflação e economia, o que reforçará, juntamente com a boa administração de Câmbio, inflação e juros, a imagem de bom governo do PT de Dilma e Mantega. Isso a grande mídia não quer, pois enfraquece seu futuro candidato Aécio Neves. Mas a mídia deveria apontar os pontos ruins e os bons. Sò está apontadno os ruins dessa medida corajosa de Dilma.

Dilma baixou juros básicos. Dilma baixou juros bancários. Agora Dilma está baixando o Custo Brasil através de baixa da energia elétrica. As três empresas que não compactuaram com a queda do preçço são de partidos de oposição: COPEL (PR), CEMIG (MG) e CESP (SP). Tudo bem. Era direito deles. mas é bom que seja tudo explicitado para o público.

Todas continuarão lucrando, segundo o governo. Só não se pagará o Custo Brasil que estava embutido na operação de concessão anteterior em que o risco Brasil era de mais de mil pontos. Agora é de menos de 200. Me parece justo que ao fim do contrato de concessão o governo proteja o bolso dos consumidores e não somente dos investidores. A mídia peca em faltar com mais informação sobre a questão, como apontei acima... ao mesmo passo em que demonstra que está atacando o governo e preparando terreno para seu candidato, quando devia estar analisando prós e contras da medida e expondo fatos.

SOBRE A ENTREVISTA DO PRESIDENTE DO PANAMÁ: QUE TIPO DE CRESCIMENTO DE 12%?

Interessante que em Davos a mídia brasileira não entrevistou o Presidente da Noruega, Dinamarca, Suécia sobre a economia do Brasil. Ouviria que a carga tributária desses países é mais alta do que as do Brasil e que seus serviços públicos são para todos e impecáveis, incluindo Previdência Pública, salário mìnimo alto, boa assistência social, educação pública gratuita de qualidade e saúde pública de qualidade.

Não há entrevistas e reportagens sobre como fazermos para ficarmos com uma sociedade como as de melhor IDH do mundo, ou seja, as nórdicas. Mas se interessaram em saber sobre um país importante e de relevo no mundo (rsrs), com IDH fantástico (rsrs), e projeto grandioso seja industrial, seja de soberania, seja de Nação: entrevistaram o Presidente do Panamá (Jornal O Globo de 24/01/2013, fl. 27).

Este disse que precisamos de comerciantes em cargos políticos, baixar carga tributária e vender mais para todo o mundo. Assim ele conseguiu crescimentode 12% de seu gigantesco pib de 30 bilhões de dólares em 2011.

Segundo informação no site http://www.telemetro.com/noticias/2012/07/26/108595/presupuesto-panama-2013-proyecta-expansion-pib-8 e outras fontes, o PIB do Panamá cresceu 7,5% em 2012. O orçamento (presupuesto) cresceu 12,6% em 2012, o déficit está em 2,9% e o governo panamanho prevê crescimento de 10% em 2013 para o PIB, enquanto a área privada espera crescimento de 8%. Inflação de 2012 foi de 6% igual à de 2011 e o desemprego de 2012 ficou em 4,5%.

Agora, senhores, o que é a indústria panamenha? Parece que nada ou quase nada. Parece que é plataforma de venda de produtos estrangeiros, em especial americanos. Há previdência pública panamenha? Qual o salário mínimo no Panamá? Quantos pobres em relação à população? A renda percapita cresce nos últimos cinco anos, mas há diminuição de desigualdade social? Há investimento em forças armadas? Há educação gratuita de qualidade a toda a população e saúde pública de qualidade a toda a população?

Então acho que este Presidente, a quem respeito como líder de um povo da América Central, acho que não está em muitas condições de ser analista do que ocorre aqui, infelizmente. Devemos copiar a desburocratização para criação de empresas (em 24 horas e pela internet), mas projeto de País não é só crescimento de PIB e orçamento.

Eu queria a entrevista e análise sobre o Brasil dos líderes dos países nórdicos. Mas não teremos isso, não é mesmo? São países longe da influência americana, de serviços públicos excelentes, bem remunerados e em percentual de empregados muito superior do que no Brasil, além de salário mínimo de mais de R$4.000,00 (quatro mil reais).. e isso para famílias que não precisam pagar por educação ou saúde. É outro mundo não é mesmo? E, pior, não é o que nossa mídia de mercado quer para a população do Brasil. Triste.

p.s. de 27/01/2013 - As três empresas que não aceitaram o acordo do governo foram Copel, Cemig e CESP. Corrigida menção a "Cetesp". Além disso uma de Santa Catarina também não aceitou (Celesc).

p.s. de 30/01/2013 - Texto revisto e ampliado.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Sindfisco aponta defasagem de 66% na tabela do Imposto de Renda

Segundo informação do artigo do Jornal do Commercio On Line de hoje, 23/01/2013, os valores das faixas para base de cálculo de imposto de renda estão defasadas em 66%, considerando o fato de que desde 1996 o reajuste da tabela é abaixo do índice oficial de inflação.

Assim, a faixa de isento, por exemplo que em 2013 irá para R$1.710,78, deveria estar em R$2.784,81.

Está aí uma informação importante que indica que o governo poderia ajustar as faixas e resgatar a justiça tributária neste quesito. Apoiamos a iniciativa do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal.

Acesse o artigo e http://www.jcom.com.br/noticia/143646/Sindifisco_Nacional_aponta_defasagem_de_mais_de_66_na_tabela_do_Imposto_de_Renda