segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Memória política: Edson Santos, Nelson Bournier, Adilson Pires e Brizola Neto e o Pré-sal

Senhores, compartilho a memória de que esses quatro representantes do Rio de Janeiro em Brasília de alguma forma prejudicaram interesse do Rio de Janeiro votando a favor ou da tramitação de Projeto de royalties (Brizola Neto - PDT) ou a favor do projeot de lei de Ibsen, como foi o caso de Nelson Bournier (PMDB), Adilson Pires (PR) e parece que Edson Santos (PT), para ficarem bem com o Governo Federal.

Acesse:  http://www.gterra.com.br/empresarial/pre-sal-prejuizo-imediato-para-o-servidor-27231.html

Veja o trecho que selecionei:
"Apesar da revolta, nem todos os deputados federais do Rio estiveram lá para defender nossos interesses. A Câmara registrou 369 deputados a favor da emenda. Um deles é Adilson Soares (PR), nascido no Espírito Santo, mas eleito pelo Rio. Consultor econômico que faz aniversário em 11 de setembro, ele concordou em tirar R$ 7,55 bilhões do Rio. O voto de Nelson Bournier, ex-prefeito de Nova Iguaçu, também havia sido registrado contra, mas foi retificado. Assim, 368 deputados foram contra o Rio, 73 a favor e 2 se abstiveram.


Deputados do Rio fugiram da raia
Mais quatro deputados federais da bancada do Rio fugiram da raia e não compareceram à votação de quarta-feira. Presidente do DEM e filho do ex-prefeito Cesar Maia, Rodrigo Maia está na Alemanha, participando de evento da União Democrata Cristã. Marina Maggessi (PPS) disse ter passado mal ao constatar que o Rio levaria ‘lavada’ na votação: “Já sabia que seria uma grande sacanagem com o Rio. Meu médico recomendou ficar em casa”. Os deputados Vinícius Carvalho e Senhorita Suely (PR) não foram encontrados para justificar a ausência. A bancada do Rio chegou a apresentar requerimento para tirar de pauta o projeto. Foi derrotada, e com a ajuda dos deputados Brizola Neto (PDT), Eduardo Lopes (PRB) e novamente Adilson Soares. “Se não fosse votada emenda, ia paralisar a mudança do marco regulatório, que é importante para o Brasil”, disse Brizola Neto, que votou contra Ibsen."
É importante gravarmos o que as pessoas fizeram, poios demonstra quem são para o povo que os elegeu. Fica aqui a memória.

p.s.: não achei o artigo que falava da posição prejudicial de Edson Santos nas votações sobre o Pré-sal. Fica o alerta da falta imediata da prova de que Edson Santos (PT) votou contra o Rio de Janeiro na questão do Pré-sal.

 


Concurso Público para professor no Município do Rio de Janeiro: salário de R$4.000,00

Pessoal, deparei-me com a seguinte informação no Jornal O Globo On Line de hoje, 29/10/2012:

"SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO/RJ - A Secretaria Municipal de Educação do Rio divulgou os editais dos concursos para professores de português e história. São oferecidas 200 vagas, sendo 100 para cada uma das disciplinas. Serão reservadas 20% das vagas para negros e índios (40 vagas), conforme a lei de cotas sancionada pelo prefeito Eduardo Paes este ano, além de 20 para portadores de deficiência. As inscrições podem ser feitas a partir de amanhã, dia 30, até 12 de novembro, pelo site da Prefeitura do Rio. A taxa de inscrição é de R$ 70. Para concorrer, é necessário ter licenciatura plena específica na área. A remuneração inicial é de R$ 4.097,05, sendo salário-base de R$ 3.597,34, mais R$ 121 de auxílio-transporte, R$ 114,71 de bônus-cultura e R$ 264 de benefício-alimentação. Os candidatos serão avaliados por meio de provas objetiva, discursiva,de caráter eliminatprio e classificatório, além de análise de títulos, apenas classificatória."
O artigo completo está acessível em http://oglobo.globo.com/emprego/calendario-com-25-concursos-preve-abertura-de-6900-vagas-6572652

Parabenizo a Prefeitura por oferecer salário inicial mínimo compatível com a atividade de professor, seguindo o entendimento deste Blog. Até hoje eu sabia que o melhor salário de professor era o de Duque de Caxias no valor de R$1.800,00.

Somente parabenizo a Prefeitura se o valor for para contratação de professor na qualidade de servidor público, o que demonstrará compromisso com a perenidade e qualidade de prestação de serviço públio de educação no tempo. Infelizmente, como todos que acompanham o Blog sabem, a opção do atual prefeito, Eduardo Paes, seja em Saúde Pública seja em Educação, vem sendo ocupar o espaço de cargos de professores, que não são preenchidos em função da histórica baixa remuneração, falta de inventivos e falta de perspectivas de carreira, através de contratação de serviços de educação e saúde prestados por Organizações Sociais e ONGs, o que gera aumento de valores pagos a particulares, desestímulo à carreira pública, diminuição de fiscalaizção pelo TCE e Ministério Público das verbas pagas a estas entidades, descumnprimento de teto constitucional para o salário desses contratados privados e risco de locupletamento do dinheiro público e desvio de vaerbas para financiamento de campanhas eleitorias de políticos que apóiam a terceirização e privatização da Educação e Saúde Públicas.

Mas, pelo anúncio, aparenta que os cargos oferecidos são de professores públicos, ou seja, para preenchimento de cargos públicos de professores. Se a remuneração de R$4.000,00 é para cargos efetivos de professores públicos, a PRefeitura tem nossos aplausos.

p.s. de 15/08/2014 - Leia também http://www.perspectivacritica.com.br/2013/09/eduardo-paes-e-sergio-cabral-negam.html

p.s. 2 de 15/08/2014 - Não temos aqui a informação do plano de carreira que foi definitivamente arpovado para o Município do RJ. Parece que o plano finalmente aprovado garantiria uma remuneração que se aproximaria de 6 mil no início de carreira, a qual finalizaria com pouco mais de R$9mil. Sobre a proposta do plano de carreira paresentado pelo Município e que estava sendo rechaçado pelos prefessores do RJ em 2013, antes da aprovação do texto final, acesse http://capitalismoemdesencanto.wordpress.com/2013/10/12/entendendo-o-plano-de-carreira-proposto-pela-prefeitura-do-rio-de-janeiro/

Manchetes sobre Faltas de Empresas de ônibus para com a sociedade do RJ

Está ocorrendo uma série de artigos sobre empresas de ônibus e a má prestaçaõ de serviço público por elas ao cidadão do RJ.

Quero felicitar o Jornal O Globo por isso. Tudo bem que nós já tocamos nesse assunto há pelo menos um ano, apontando que as empresas de ônibus nunca têm cobradas suas multas de trânsito, que reinam isentas de multas de trânsito e de tributos no Estado e na cidade do Rio de Janeiro e que o candidato Marcelo Freixo, como já foi Gabeira, era uma esperança contra a dominação da política do Estado e do Munícípio por estas empresas.

Além de causar desordem na cidade, a falta de fiscalização dessas empresas, a falta de punição, e o tratamento diferenciado e anti-isonômico criam um círculo vicioso de poder-continuidade de tratamento anti-isonômico que agiganta essas empresas na agenda política dos candidatos a governo do Município e Estado do Rio de Janeiro, prejudicando arrecadação, investimento dos valores arrecadados em saúde, educação ou previdência municipal e estadual, e prejudica a solução definitiva do transporte público na Cidade do Rio de Janeiro, que passa obrigatoriamente por mais trilhos e trens do que ônibus.

Não sei por quanto tempo continuará a publicação deste tipo de informação, mas quanto mais tempo demorar a sair das manchetes, maiores as chances de se elucidar essa proximidade figadal da Fetranspor e os Governos Estadual e Municipal do RJ em detrimento das contas públicas, da ordem no trânsito, da mobilidade social e da própria sociedade em termos gerais.  

Comentário ao artigo "Capitalização do BNDES: mais uma dúvida fiscal", da Miriam Leitão

Pessoal,

está muito bom o artigo de hoje da Miriam intitulado "Capitalização do BNDES: mais uma dúvida fiscal", acessível em

Estou fazendo somente comentário ao artigo, pois sua abordagem foi muito equilibrada e sem viés político-partidário-ideológico. A preocupação com o equilíbrio das contas públicas é importantíssimo e a atenção a meios de o governo escamotear eventuais aumentos de dívida pública é muito salutar e a Míriam está sempre atenta a isso. Isso é bom.

Ela alerta para o fato de que já são R$300 bilhões de reais colocados no BNDES para emprestar a empresas a custos inferiores àqueles pagos pelo governo em captação via títulos de dívida pública. O governo, desde 2008, por causa da crise financeira mundial e da restrição a captações no exterior, vem tomando valores empresatados da sociedade, pagando juros selic e dando ao BNDES que os empresta a juros de longo prazo mais baixo, gerando um "déficit" ou prejuízo financeiro que repercute no tesouro em aumento de dívida pública que não é contabilizado porque "empréstimos" não são computados para efeito de conta de dívida fiscal.

Compartilho com vocês a minha mensagem a ela em seu Blog:

"Importante alerta Miriam! Explicou os motivos das transferências, falou do montante, explicou um canal e procedimentos de segurança duvidosa para a governança do BNDES e da dívida pública e chamou os especialistas. Perfeito. Tem que haver proteção da economia. Foram necessárias as transferências para girar a economia na crise de 2008 que ainda perdura. Mas não pode haver captação do Banco no mercado nacional e internacional? As inversões de valores do governo no BNDES deve continuar? e em que medida? Até onde isso é seguro? Da última vez que vi, estava muito interessante ao Brasil esse procedimento. Veja que com 300 bi de reais, estamos garantindo 4 trilhões de economia e ainda está descendo a relação dívida/pib. EUA, Europa e Japão dobraram  ou triplicaram déficit e relação dívida/pib para ainda ter queda de PIB!! Mas, sim, devemos acompanhar o em que medida continuaria efeiciente esta prática e não escamotear efetivo efeito na relação dívida/pib."

É muito importante entendermos que não computar os "empréstimos" como dívida pública para efeito de composição da relação dívida/pib é ruim, pois diminui transparência de dados. Mas acho que isto é computado para efeito dde cálculo de dívida bruta sim. Pode não contar para efeito de dívida pública líquida. Se tivermos um leitor que entenda mais do assunto, por favor fique à vontade.

Agora, é mais importante ainda vermos que se por um lado os mercados já estão admitindo uma captação maior de valores para o Brasil e para empresas brasileiras (o que diminui a necessidade de o governo colocar valores no BNDES, a priori), é preciso ver que as nossas atuais necessidades de investimentos são gigantescas (gargalos de infraestrutura, Copa 2014, Olimpíadas 2016 e Pré-sal).

Os outros países (EUA, Europa e Japão) dobraram ou triplicaram seus déficits fiscais e suas relações dívida/PIB (negativamente) para salvarem suas economias, aplicando valores em empresas falidas, títulos podres, etc.. Nós aumentamos nosso endividamento durante todo esse período em quanto? 15% do PIB? e a relação dívida pib continuou decrescendo, já que o PIB continuou crescendo... E nossos empréstimos são para empresas nacionais viáveis crescerem negócios e não para que não fechem, como ocorre nos EUA, Europa e Japão.

Por enquanto está tudo tranquilo, normal e palatável, ao meu ver.

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Aposentadoria e salário de professores. Um artigo interessante do Moreno.

Senhores, não leio sempre o Moreno, jornalista do GLOBO, mas gostei deste artigo cujo endereço compartilho com vocês: http://oglobo.globo.com/pais/moreno/posts/2012/10/26/a-aposentadoria-dos-professores-472177.asp


Veja os trechos que selecionei do artigo:

"Assim, por um lado, o Estado deixa de fazer o que se espera que faça em uma sociedade que funcione adequadamente e por outro o professor, mal pago, se aposenta precocemente por qualquer parâmetro de comparação internacional, podendo garantir um fluxo assegurado de rendimentos, no limite, aos 45 anos, tendo ainda mais 35 ou 40 anos de vida pela frente. Enquanto isso, quem enfrentará o ônus de ter professores desmotivados durante 12 anos é o aluno — que pagará as consequências pela vida toda.


A solução para as mazelas da educação passa, entre outras coisas, por romper esse círculo vicioso. O professor precisa ter melhores condições de trabalho — e para isso é importante que os salários melhorem —, mas, em contrapartida, ele deveria ter as mesmas regras de aposentadoria que as demais profissões. Permitir aposentadorias com 48 ou 50 anos de idade simplesmente não faz sentido."



Está na linha principal do Blog Perspectiva Crítica no sentido de que o mais importante para motivar professores, e assim todo o serviço público, está em melhorar salário, carreira  e condições de trabalho. Sim, ele sugere que em contrapartida haja aumento de limite de idade do professor para se aposentar, mas isso por si só não é o fim do mundo. Fim do mundo é a falta de salário digno ao professor para que exerça seu munus publico e eduque nossas crianças.

O mais importante para o Blog é a noção de que não haverá nunca grandes melhoras de serviço público através de pura privatização, terceirização, precarização de emprego público, retirada de estabilidade (que existe na Alemanha, França, Suécia, Inglaterra e EUA, bom que se diga..) ou qualquer outra medida que não seja aumento de salário do servidor compatível com a complexidade de seu cargo e capaz de motivar o servidor a permanecer no cargo, sentir-se prestigiado em sociedade, e não ver sentido, portanto, em trabalhar em outra coisa para se manter e à sua família.

Assim, será possível acabar com todas as regras de exceção que existem por causa simplesmente de inexistir carreira a ser seguida e remuneração adequada para o exercício das atribuições do cargo público. Assim, poderá se exigir metas, qualidade de serviço prestado, retirar direito de incorporação de funções (já retirada na área federal), enfim normalizar a prestação de serviço do lado das obrigações, já que se terá normalizado do lado dos direitos dos servidores.

A coisa é simples assim. Mas nunca se publica dessa forma. Por isso parabenizo o Moreno que finlamente abordou o tema de forma lúcida e eficaz, segundo a perspectiva deste Blog. Quanto mais abordagens houver deste tipo, mais estaremos próximos da solução definitiva para a prestação de serviço público de qualidade em todo o setor público brasileiro.

É assim na Alemanha, é assim na França.. não pode ser diferente no Brasil.

p.s. de 29/10/2012 - Deixo claro que na minha maneira de ver a aposentadoria precoce de professores é justificada porque é extremamente desgastante o cotidiano desses profissionais que devem não somente dar aulas, mas delinear provas e corrigi-las fora do horário de aula, bem como devem educar crianças e adolescentes por todo o País. É diferente dos atendimentos a públicos ou de realizar palestras em que a interação com pessoas normalmente é muito menor e muitas vezes de pessoas já educadas, de mesmo nível de informação... enfim, vida de professor é dura e é essencial à educação de nossas crianças. Por isso acho que o aumento de valores salariais devam ser dados de forma incondicional, somente (e isso não é só e é muito) por adoção de princípio de valorizaçao do Magistério, consoante a importância que ele realmente tem para o País e que hoje não é reconhecida na seara estipendial/remuneratória. Mas a abordagem do Moreno já admite essa defasagem salarial e isso é que é importante. A forma como ele sugere legitimar o aumento seria abrindo mão de aposentadoria diferenciada, com o que não concordo, mas mesmo assim, admite que se deva aumentar salário para melhorar a situação da educação. É neste último e importante sentido que concordamos e aplaudimos o Moreno: é necessário aumentar o salário do professor.

p.s. de 15/04/2013 - texto revisto.

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

O Jornalismo da Globo está mudando? Será em favor do contribuinte e cidadão?

O Globo, assim como a grande mídia brasileira, sempre foi favorável à perspectiva empresarial e financeira da realidade a ser publicada. Tem jornalismo profissionla, todos sabemos, mas era focado em apagar realizações de governo petista, aliado ferrenho a uma atividade partidária psdbista, defensor do Estado Mínimo e da tendência de terceirização e privatização de todo quanto possível setor público.

Por estar mais próximo aos bancos do que às próprias empresas, sempre defendeu juros básicos brasileiros nas alturas sob quaisquer circunstâncias econômicas: se a inflação subiu por pressão de demanda, suba-se juros básicos (mesmo podendo usar medidas macroprudenciais menos gravosas para o déficit público e aumento de dívida pública) e se a inflação subiu por choque de oferta (queda de produção e falta de produtos no mercado), suba-se juros básicos (sem atacar a causa do problema inflacionário que é a falta de produtos e que deveria ser atacado com mais investimento ou importação, por exemplo). Tudo isso levando ao enriquecimento de bancos, contra o setor produtivo, contra empregos e contra a dívida pública e o cidadão.

Também sempre defendeu o não aumento de salário mínimo (elemento que pode causar inflação, segundo ela e a ala financista e empresarial), diminuição de direitos previdenciários e principalmente contribuição empresarial à previdência social (para diminuir carga tributária e custo Brasil, claro.. o objetivo nunca foi maximizar lucros..), e diminuição de direitos trabalhistas (mais combate ao custo Brasil e à carga tributária para incentivar a produção, claro..).

Então, o Globo sempre esteve do lado da grande mídia, do setor privado, e principalmente dos bancos, publicando notícias com vetor que empobreceria cidadãos, aumentaria a dívida do Estado e enriqueceria o setor empresarial do Brasil, mas muito principalmente bancos. A causa pode ser de mera cooptação ideológica da grande mídia pelo setor financeiro, não precisamos tomar como uma conspiração contra o País e o cidadão, lógico.

Mas acho que depois de muita crítica de Blogs Sociais, como este e tantos outros, e principalmente após um grande Fórum comemorativo de tantos anos da Rede Globo, algumas coisas podem estar mudando.

Dia 16/10/2012 houve entrevista de James Galbraith, filho de John Kenneth Galbraith no Progrma Milênio do canal Globosat. As perguntas eram críticas, objetivas e duras sobre o capitalismo atual, a falta de punição e processo de banqueiros que prejudicaram a economia americana na crise do subprime em 2008, a realidade do mercado de trabalho, com vetor crítico mesmo, tanto é que as respostas de Galbraith eram até sofridas... ele pensava bem antes de responder. Interessante. Em outra época eu imaginaria entrevista de banqueiros e seus entrepostos intelectuais defensores de todo o status quo ou mesmo abordagem ao Galbraith de forma mais doce em relação ao mundo financeiro e em prol de medidas de austeridade e coisas do gênero, que enriquecem banqueiros. Mas não foi o que vi.

Recentemente, aliás, ontem , dia 23.10.2012, na página 25 do Jornal O Globo, ao invés de sair notícia recriminando o País e o Judiciário de não condenar, não punir e não prender ninguém (o que é em grande parte culpa de falta de Juízes, falta de servidores do Judiciário, falta de Promotores de Justiça, falta de servidores do Ministério Público, falta de policiais bem remunerados e de falta de investimento em polícia técnica que produza as provas que gerarão condenação criminal), foi publicado na primeira página do caderno de Economia a prisão de "mais um banqueiro", no caso Luis Octavio Índio da costa, um dos controladores e ex-diretor superintendente do Banco Cruzeiro do Sul, que teve sua liquidação decretada pelo Banco Central no mês passado.

Nesse caso, publicou a prisão do banqueiro (o que deveria acontecer também nos EUA mas não ocorre, notem bem!!!) e ainda informou sobre os outros casos de prisão de banqueiros ocorridos: Salvatore Cacciola, Edemar Cid Ferreira e Daniel Dantas. Expôs banqueiros. Não apresentou viés de recriminação ao Judiciário, e foi informativo quanto á conclusão de processos anteriores. A prática anterior era de enxovalhamento do Judiciário, culpa somente sobre o judiciário (sem ver reais causas de falta de estrutura para julgar a quantidade de casos que chegam ao Judiciário e sem ver que não existe polícia técnica suficiente no Brasil para produzir provas de qualidade que gerem condenações) por falta de condenações e nunca informava adequadamente sobre conclusões de processos. O resultado era a população sempre descrente e pré-disposição automática contra o Judiciário.

E hoje, dia 24/10/2012, publicou opinião editorial a favor de facilitação de recolhimento e resgate de FGTS de empregados domésticos. Tudo bem que isto não gera aumento de custo para empresas, mas mesmo assim é medida justa que enriquece o cidadão.

Esse é o ponto. A pergunta é: será que há uma aproximação atual do Jornalismo da Globo em prol do cidadão? Em prol da perspectiva do cidadão? Incentivando ações, questionando a realidade de forma a proporcionar possibilidades de avanços do cidãdão na riqueza do PIB brasileiro? O Globo está atuando de forma a proporcionar ao cidadão brasileiro ficar mais rico em sociedade?

O incentivo a boas ações públicas, a explicação da realidade econômica e institucional de forma verdadeira, o questionamento sobre eficiência da administração de recursos humanos na área pública (que não é sinônimo de terceirização e privatização, por favor..), a defesa de direitos previdenciários, de equilíbrio das contas previdenciárias para garantir sua viabilidade no futuro, a defesa de direitos trabalhistas e de política de aumento de salário mínimo justo, digno ao trabalhador e compatível com nossa economia são atos que enriquecem o cidadão. Enriquecem em seguida as empresas e bancos, pois com cidadãos mais ricos, a economia cresce de forma sustentável, mas tais abordagens enriquecem imeditamente o cidadão brasileiro e fazem com que ele avance sobre a riqueza nacional, aumentando sua participação no PIB.

É claro que o Jornalismo do Globo ainda é de direita, ainda é conservador e é defensor de privativismo, de americanização da economia e política brasileira (e até de nossa sociedade), mas qualquer passo na direção certa deve ser enaltecido. As publicações e reportagens aqui apontadas, aliado à abordagem recente em reportagem sobre o crescimento da demanda por justiça no Brasil e do grande número de processos, sem foco em causar danos à imagem do Judiciário, e a maior publicidade que vem dando às conclusões do IPEA, são práticas que geram bom jornalismo, que informam a população e que contribuem para os avanços de nossa sociedade.

Queremos ver o jornalismo do Globo neste sentido, pesquisando números, mostrando, quiçá, que em países ricos o salário de professores públicos é alto. Que funcionário público em país rico também tem estabilidade. Que o salário de policiais também é bom. Que as principais capitais no mundo andam de metrô e não de ônibus (gostei de publicação recente sobre a falta de cobrança das autoridades sobre as atrocidades cometidas pelos motoristas de ônibus no RJ, nunca punidos sejam os motoristas sejam as empresas). Que há controle da inflação via medidas macroprudenciais e incentivo ao investimento e não somente via aumento de juros Selic. Enfim, desejo que o Jornalismo da Globo deixe de ser meramente defensor da perspectiva empresarial e principalmente financeira da realidade brasileira e passe a prestigiar também a perspectiva do cidadão quando falar sobre organização do Estado, orçamento público, previdência, direitos trabalhistas, adminitração de recursos humanos no Estado Brasileiro etc..

Não custa nada torcer.. quem sabe somos surpreendidos. Enquanto não formos, estaremos aqui apontando erros do jornalismo da mídia (ainda de mercado) e aplaudindo os acertos. Mídia de mercado é um fato mundial, existe em toda a sociedade capitalista democrata ocidental. Sonhamos com uma mídia nacional, ou seja, uma mídia do País Brasil, que esteja voltada para os interesses de todas as classes importantes em sociedade, ou seja, para as indústrias, para os comerciants/empresários, para os cidadãos contribuintes individuais e, também (e menos), para os bancos. Queremos uma mídia para todos, o que facilitará chegarmos a um País rico, com cidadãos ricos e felizes, como na Dinamarca e Suécia.   

p.s.: Só uma coisa me deixa chateado... o Globo se mostrou ativo no debate sobre diminuição de tributação sobre a energia elétrica. Foi um artigo já antigo do Globo que mostrou que oito tributos incidiam sobre a energia elétrica e que muitos não deveriam incidir. Ela trouxe o problema à pauta de discussão social. A mídia também trouxe à pauta as privatizações, muitas cabidas, outras não. E foi pioneira em colocar esse debate em sociedade como saída para a necessidad de investimentos públicos em divcersas áreas e diminuição de dívida pública. Só que quando passou a falar de educação e saúde pública, ela veio à reboque da defesa do governo petista que foi pioneiro em colocar esses dois temas na ordem do dia. Quando publicou recriminação recente às empresas de ônibus no RJ, foi a reboque de uma intitulada "Norma de conduta" a ser imposta pelo Prefeito Eduardo Paes às empresas de ônibus. Então, fico triste em constatar que quando são publicados artigos bons e na perspectiva do cidadão, a grande mídia não está colocando o tema em pauta, mas sendo obrigado a tratar do mesmo por iniciativa de políticos que adotam medidas em tais áreas. Quando o jornal coloca tema na ordem do dia? Quando publica manchete ou manchetes sobre determinado tema. Esse é o parâmetro que adoto para exigir a iniciativa da grande mídia. Não adianta publicar sem destaque e querer que se diga que já havia publicado sobre o tema. Nota de rodapé também é publicação. Em privatização e diminuição de carga tributária a grande mídia teve iniciativa. Em Educação, Saúde, controle de inflação via medidas macroprudenciais e melhora de administração de recursos humanos na Administração Pública, nunca teve.

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Lula deve ser caçado após o mensalão?

Este tema é interessante e está "na hora do dia". Estimulado por um email de um amigo que cobrava a denúncia de Lula por ser "evidentemtente" o chefe dod chefes no caso do mensalão, respondi o seguinte:

"Eu acho que punir Lula será meio difícil, pois toda a investigação policial de anos, mais as provas produzidas na investigação policial e do Ministério Público Federal à época resultaram na denúncia dos tais 28 reús, sem o Lula... E hoje ainda há a questão de prescrição, que não sei se ocorreu e depende dos crimes de que se o acusaria, mas acho que a sociedade deveria ver que está havendo condenação de caso complexo, de mais de 50 mil folhas, que a maioria foi condenada, inclusive estrelas do PT, e exigir agora a condenação dos ooutros dois mensalinhos: o do PSDB (Eduardo Azeredo) e o do DEM. O importante recado de que corrupção e projeto de poder serão punidos foi dado aos políticos, mas se nós ficarmos só em cima de um caso (que é gravíssimo e importantíssimo) não se distribui a noção de justiça aos outros corruptos do PSDB, do DEM e da VEJA, no caso Cachoeira, cuja CPI estão querendo concluir..."

Com certeza a Procuradoria Geral da República verificará o que fazer com as provas e documentos e decisões em relação ao Mensalão do PT para efetio de eventual denúncia criminal contra Lula... isso já até foi dito pelo Procurador Geral da República.

Então o que é importante para nós? Ainda mais nesse período de segundo turno eleitoral? Minha resposta é: Exigir o julgamento dos mensalinhos do PSDB e do DEM e o aprofundamento da investigação na CPI do Cachoeira, pois se encontrará muito podre da Revista Veja. Todos estes três casos foram peremptoriamente "esquecidos" pela mídia... não é interessante?

Muito importante a elucidação desses casos a bem da verdade, a bem da justiça e a bem do fortalecimento da democracia brasileira.