quarta-feira, 18 de março de 2015

Análise Política dos Movimentos Brasileiros dos dias 13 e 15 de março de 2015

Primeiramente é importante que se diga que a sociedade brasileira parece ter saído da inércia e da abjeção a movimentos de rua. A classe média alta em especial. Mas a sociedade como um todo está indo mais às ruas reivindicar. Isso nos aproxima de experiências políticas como as que acontecem na França e é o que o Blog Perspectiva Crítica quer para o País.

Naturalmente houve movimentos de rua no Chile, Venezuela, Argentina, além dos movimentos "Occupy" por mais de cem cidades nos EUA e outras tantas no mundo... cada uma delas tem seus motivos e a correlação desses movimentos pode ser interessante para analisar as causas que mobilizam um povo, mas essas movimentações de junho de 2013 aliadas às de 13 e principalmente 15 de março são especialmente importantes para o nosso país e não guarda correlação direta com as da Venezuela, Argentina e nem a dos EUA. Tem uma correlação maior com os movimentos do Chile por mais investimento em educação e previdência pública (que lá foi privatizada) e muito maior com os movimentos cívicos praticamente rotineiros na França em que os cidadãos demonstram força e realmente influenciam o governo, mobilizam os políticos e alteram gastos orçamentários.

É importante que se veja que sem o povo nas ruas, infelizmente, os políticos fazem o que querem com o orçamento que é o dinheiro público previsto para administração pelo Estado, que é todo o Erário. E quando os políticos fazem o que querem com o orçamento, as empresas, que ainda os financiam em suas campanhas políticas, os bancos e a grande mídia são quem dizem onde se deve gastar o orçamento público, independentemente do que seja melhor para a sua família. Esses centros econômicos e sociais do poder defendem seu interesse e de sua família diretamente? Não. Então eles não devem, sozinhos, dizer onde gastar o orçamento público. Mas é o que até junho de 2013 faziam.

Em 2013, em junho, com a "Primavera Brasileira", denominada assim por este Blog e por muita gente à época por analogia aos recentes e próximos movimentos libertários da "Primavera Árabe" na ocasião, o povo reivindicou espontaneamente nas ruas: corte de 0,20 centavos na passagem de ônibus (em especial em São Paulo, estopim do movimento que se espalhou pelo Brasil), saúde e mobilidade urbana (todas as capitais estavam um caos de trânsito com deslocamentos de até duas horas para o trabalho e depois outras duas horas pra a volta para casa). Reclamava-se que para a Copa do Mundo o dinheiro ia fácil, mas para escolas e hospitais, para as necessidades da população não iam.

O que ocorreu? Em julho o governo federal criou o Programa Mais Médicos, gastando mais 1,5 bilhão de reais por ano só na contratação de 14 mil médicos brasileiros e estrangeiros para atuar no interior e cuidar de 56 milhões de pessoas que não tinham atendimento médico. Ou seja, o brasileiro nas ruas criou consenso nacional e os políticos gastaram o orçamento da maneira como foi pedida. O mesmo aconteceu com a mobilidade urbana: o governo disponibilizou imediatamente, em julho após a manifestação, 50 bilhões de reais (vejam bem.. 50 bilhões de reais!!) para rodovias, trens, metrôs, para garantir a mobilidade urbana.. e já foram gastos ou contratados mais de 80 bilhões nessa rubrica construindo metros, VLTs e corredores de ônibus por todo o país, desde então, o que, em alguns anos, melhorará a mobilidade urbana.

Esses valores não iriam para a contratação de médicos e obras para garantir a mobilidade urbana se o povo não pedisse e não demonstrasse sua revolta. Então os movimentos populares são uma forma de apoderamento do orçamento público. A sociedade ainda não entendeu isso. Na França a sociedade sabe disso. Aqui estamos iniciando. Temos de entender que os movimentos populares criam pressão e consenso social e político para a adoção de medidas governamentais. Movimentos de rua têm o poder de se apoderar do orçamento público.

Ciente disso, a sociedade brasileira deve passar a fazer mais movimentos com pedidos específicos. Não deve pedir mais educação. Isso é genérico. Deve pedir mais universidades, mais qualidade no ensino, plano de carreira para professor e salário de R$15 mil reais para professores em todo o Brasil. Isso não garantirá esse valor para professores, claro, mas o tema salário do professor e valor entrará na pauta pública,

O mesmo para saúde. Não se deve pedir mais saúde. Deve se pedir plano de carreira para médicos e salário de no mínimo R$10 mil reais, R$15 mil reais, para que os médicos públicos possam se dedicar à saúde pública. Não dá para imaginar saúde pública de qualidade com médicos ganhando R$3 mil reais.

O mesmo para a segurança. Policial que ganha R$2 mil reais terá uma dedicação diferente de um policial que ganha de R$4 mil reais a R$6 mil reais. O que ganha dois mil terá de complementar renda e fica mais suscetível a não atender a exigências do comando porque o risco de perder R$2 mil reais é compensado com a possibilidade de obter isso em outro emprego ou na iniciativa privada. Vendedores de cuscus podem ganhar até 6 mil reais por mês e não pagam imposto de renda...

Enquanto a grande mídia e os baluartes do Estado Mínimo e políticos mandarem no orçamento, sua vida melhorará aos poucos, mas com movimentos de rua e percepção do poder de apoderamento do orçamento público que estes movimentos têm, sua vida pode mudar rapidamente de qualidade. Cito um só exemplo: saúde e educação. O Estado Mínimo, a mídia e os políticos não defendem plano de carreira para médico e professor público e nem compatibilidade de salários com sua complexidade laboral. Contratar médicos, professores e pagá-los é "gasto público". Mídia de mercado e políticos gostam mais de obras, para que empresas recebam dinheiro do orçamento e políticos recebam propinas e paguem suas dívidas de campanha. "Obras públicas", então, são "investimento" e você é obrigado a pagar plano de saúde e escola privada para ter saúde e educação básica de qualidade. (ver p.s. de 19/03/2015)

Portanto, se houver movimentos populares exigindo investimentos em educação e saúde, mas dizendo como gastar o dinheiro público, aumentando salário de professor e médico, por exemplo, podemos amanhã ficar como o Canadá, França ou Alemanha, em que você não paga plano de saúde para ter saúde básica e nem escola privada para garantir um mínimo de qualidade para a educação de seus filhos. Você pagará plano de saúde e escola privada para ter um plus de serviço de educação e saúde. E assim você se apodera do orçamento público que hoje é de propriedade de empresas financiadoras de campanhas de políticos, dos políticos e da mídia de mercado que tem o poder de criar consenso na sociedade para o fato de que servidor público é gasto, mas obras são investimentos.

Isto foi a análise quanto ao teor mais intrínseco dessa maravilhosa forma de expressão popular que a mídia trata como quase uma festa, mas na verdade esconde e distorce o poder dessas manifestações que é o de o povo se apoderar do orçamento. A mídia não pode dizer isso. Se ela disser, leitor, você vai entender o real poder que você tem e vai passar a fazer demandas que vão competir com o que a grande mídia, bancos, empresas e políticos dizem que deve ser o gasto do orçamento. Isso ela não pode alimentar.

A consciência do cidadão sobre seu poder de influenciar o orçamento cria concorrente com a grande mídia, mercado e políticos sobre como gastar o orçamento público... e esse concorrente é você!! Cuidado. Se você se tornar consciente disso você poderá deixar de pagar plano de saúde e escola privada pra seus filhos e economizar uma fortuna anual de dinheiro para moradia, lazer, cultura, alimentação e vestuário. Rsrsrsrs E o pior, pode deixar a mídia, políticos e o mercado com menos ingerência sobre o orçamento público... e eles podem ficar tristes.. me dá uma dó.. continue sem entender o poder das manifestações que assim mídia, mercado e políticos podem continuar destinando livremente as verbas do orçamento contra a sua qualidade de vida e a favor de enriquecimento deles e das propinas de políticos.

Agora a análise da forma das manifestações.

O movimento de junho de 2013 foi totalmente espontâneo. A mídia não sabia nem como abordar o tema. Não sabiam quem estava fazendo e o que pedia. Então, em matéria de absoluta espontaneidade, esse movimento foi o melhor, por excelência. Não porque ninguém sabia o que ocorria, mas porque não teve influência de políticos, partidos ou da grande mídia. Já o movimento de 15 de março, que foi importante, foi mais construído. A mídia por mais de seis meses publicou sobre corrupção, não sem razão, colocou a figura da presidente Dilma sob desconfiança. Ponderou o envolvimento de pessoas mesmo que não tivessem sido denunciadas, como Lula e Dilma, comparou o governo brasileiro com Venezuela, disse que os investimentos em Cuba foram ajuda fisiológica e ideológica com dinheiro público, assim como contratação de médicos cubanos. E por fim, após as eleições, massificou a informação e postura da oposição de que a Presidente mentiu e fez tudo ao contrário do que disse e afirmou que seria possível um impeachment.

A grande mídia e a oposição têm o direito de falar o que quiserem. A comunicação do governo com a sociedade é ruim e a sociedade não têm uma mídia concorrente da grande mídia para enaltecer a perspectiva do que realmente aconteceu, como nós no Blog já explicamos no artigo "Dilma traiu seus eleitores?". Mas o fato para nosso artigo aqui é que a sociedade não aguentou mais essas manchetes e acabou tomando uma atitude e indo às ruas protestar contra o quê? Corrupção, Petrobrás e pedindo Impeachment da Presidente da República, além de desfazimento de medidas de austeridade econômica e previdenciária que estão sendo cunhadas irresponsavelmente pela oposição e pela mídia de medidas contra direitos dos trabalhadores.

Então, perceba, não houve surpresa de temas. Os temas foram os veiculados na grande mídia. É claro que não foi a grande mídia que fez o movimento, e a legitimidade da movimentação não se discute, mas é diferente do que ocorreu em junho de 2013 e por isso há o hashtag "#globogolpista". É golpe? Veja, golpe é revolução à margem da lei. A manifestação não é golpe algum, mas impeachment sem fundamento é. Para as pessoas no movimento era um desabafo e um pedido de punição exemplar, mas o Blog não apoiou o movimento incondicionalmente justamente porque pediam impeachment e isto é uma violação constitucional e legal, com o que se apresenta de fatos contra Dilma até hoje. Violar o Presidente e seu mandato é violar a vontade da maioria dos brasileiros. Isso nem nós, que votamos em Aécio podemos admitir. Não porque é Dilma, mas porque é o Presidente do Brasil. Manchetes de jornal, presunções de que a "Presidente sabia de tudo e foi omissa e deve ser condenada por improbidade administrativa" não são fatos objetivos e nem provas e não fundamentam impeachment.  O dia em que puras manchetes de jornal e suas ilações abrirem processo de impeachment, acabou a autonomia de Presidente e a eleição de presidente, pois a grande mídia mandará no País, sozinha.

Não é demais ponderar que metade do Brasil votou em Aécio, mas apenas um por cento, ou seja, 2 milhões de brasileiros foram às ruas, mesmo sendo domingo. Mas a movimentação é totalmente legítima e como Miro Teixeira publicou ontem no jornal O Globo, a classe média tem o poder de mudar o País sim. Todas as revoluções foram feitas pela classe média: francesa, americana, russa, cubana..

A classe média alta tem razão de reclamar. O governo Dilma e Lula privilegiou muito mais pobres e ricos do que a classe média. O que fica evidente é que o PT se descolou da classe média  e média alta. Classes A e B. Quais os benefícios para essas classes? Não há aumento para servidores públicos, não há aumento para policiais, médicos e professores públicos. Não há assistência pública de saúde e educação e justiça célere que diminuam gastos do cidadão de classe média (A e B). Os filhos de brancos estão sendo excluídos das universidades públicas, um dos poucos serviços públicos que chegavam à classe média alta. O transporte público é pífio, o trânsito caótico. Não se pode ir dignamente ao trabalho e nem voltar dele. Perde-se tempo de estar com a família, amigos e de lazer. Fora isso, as recentes informações econômicas são ruins (mesmo que em perspectiva e comparativas com Europa e EUA em mais de 7 anos não sejam ruins) e a inflação (dentro da meta ainda em 2014 mas talvez fora em 2015) come os salários (que foram reajustados acima da média da inflação nos últimos 7 anos em média, na área privada). Há muito motivo para dor de cabeça da classe média.

Mas chamou muito a atenção do Blog Perspectiva Crítica que as demandas já tivessem sido objeto de ampla e extensa divulgação  e críticas das publicações da grande mídia e, inclusive, que tenha sido pedido impeachment contra Dilma, sem que ela tenha ainda nada de concreto contra si, e não tenha sido pedido o afastamento do Presidente do Senado Rena Calheiros ou o do Presidente da Câmara, Eduardo Cunha, mesmo tendo ambos contra si inquéritos em tramitação no Supremo Tribunal Federal.

Também parece ter ficado de fora da manifestação a cobrança do julgamento dos mensalões de Eduardo Azeredo, do PSDB, o do Arruda , do DEM, que movimentou sete vezes o valor do mensalão do PT, bem como não houve manifestação contra o PSDB, apesar de o Petrolão e sua lista de denunciados tenham dois figurões do PSDB: Anastasia, ex-governador de Minas Gerais e Senador por Minas, além do falecido Sérgio Guerra (PE), ex-presidente do PSDB acusado de receber 10 milhões de reais para o PSDB sob a promessa de melar a CPI da Petrobrás. Ambos próximos a Aécio, que foi cogitado para a lista e dela constava, mas foi retirado pelo Procurador Geral da República antes da apresentação so STF. Isso parece uma incongruência para uma manifestação que está nas ruas contra a corrupção em geral. Ou é só contra corrupção do PT? Ou é a vontade de que Aécio esteja na Presidência, mesmo não tendo sido eleito a tanto? Não é melhor esperar a outra eleição? Não seria mais democrático?

O recado foi bom.  A manifestação sempre é boa. O importante é que a população consiga fazer mais movimentos sem depender tanto das provocações da grande mídia. A internet permite isso. E é importante que que a sociedade passe a se manifestar de forma cada vez mais autônoma e espontânea, apoderando-se do orçamento público e dizendo onde o quer gastar. Isso é que seria revolucionário. Aí a manisfestação de 15 de março terá seu lugar histórico devido: uma em meio a outras que mudaram a participação popular na formulação e execução do orçamento público em benefício das famílias, retirando verbas do orçamento que eram livre e certamente destinadas somente a empresas, bancos e a políticos.

Quanto ao movimento de 13 de março, não foi ilegítimo, igualmente ao de 15 de março. Eram a classe trabalhadora organizada: sindicatos, CUT, MST. Por mais que a grande mídia e a elite não queira, são parte da população brasileira. Mas o próprio Jornal O Globo entrevistou algumas pessoas que estavam ali dizedno que tinham votado em Aécio, mas não admitiam que se retirasse a Dilma. Isso é fantástico. É a posição do Blog, sem tirar e nem por.

O movimento foi bem menor com um total contado pela grande mídia de 157 mil no máximo. Mas foi dia de semana e é mais difícil que sertanejos que receberam cisternas para captação da água da chuva (800 mil), deixando de andar 2 km com lata d'água na cabeça, se mobilizassem para fazer passeata enquanto lutam contra a sede e fome.. rsrsrsrs

Mas foi bom que tal contingente se apresentasse para não parecer que o governo está isolado e sem nenhum apoio popular. A ausência de 48 milhões de eleitores de Aécio às passeatas de 15 de março também é alguma evidência de que o País não está tão à beira do caos assim e de que a vontade de decapitação de Dilma e do governo federal não é tão inconteste assim..

A existência de manifestações pacíficas nos dois sentidos, de defesa e ataque, ao governo é bom sinal. Não é sinal de bolivarianismo, como a grande mídia quis rotular. Legítimo é só o movimento contra o governo? Cremos que não.

Para muitas pessoas é difícil ver os movimentos de forma fria como apresentamos, pois como se identifica com uma causa ou com outra acusará o Blog de parcialidade. Analisamos os fatos e também temos o direito de apresentá-los como se nos mostram. Nossa imparcialidade é infinitamente superior à da grande mídia. Mas o mais importante, que a grande mídia não diz e que a sociedade não vê, é que a sociedade aprenda que as manifestações, com pedidos específicos, têm o poder de tornar o povo (ricos, classe média e pobres, todos juntos) concorrentes ativos da mídia de mercado, políticos, empresas e bancos em relação à determinação de gastos do orçamento público.

O maior benefício democrático que essas manifestações podem trazer à nossa sociedade é despertar a consciência de que o povo pode se apoderar do orçamento e determinar gastos públicos no que queira e entenda que melhora diretamente sua vida.

Parabéns a todos os participantes de todas as manifestações populares contra ou a favor do governo. Desde que não defendam ilegalidades e inconstitucionalidade, como a intervenção militar e impeachment sem fundamento objetivo ainda, são todas producentes e amadurecedoras de nossa democracia.

p.s.: O Blog do Theotonio dos Santos publica, juntamente com ooutros artigos em outros Blogs, a denuncia de que o movimento de 15 de março teria sido instigado e originado após a visita do Vice-Presidente Joe Binden à Dilma Roussef para pedir alteração do regime de exploração de petróleo de partilha para concessão, abandono da construção de linha de cabo submarino ótico para transmissão de informações de internet entre Brasil e Europa (em construição com a Europa após a descoberta de que a NSA e Aa CIA espionavam e grampevam celulares e computadores dos presidentes da França, Alemanha e Brasil - o "Five Eyes"), bem como pediu para que a Petrobrás deixasse de ser operador exclusivo do pré-sal. Dilma se negou a tudo. Segundo esses artigos, depois disso começou uma ofensiva midiática e de guerra psicológica contra o governo, incitando a população contra o mesmo. E inclusive a organização das manifestações, que passaram palavras de ordem via whatsapp e facebook e outras mídias, que a grande mídia se esforçaria em esconder, originaria de grupos financiados por pessoas e instiuições norteamericanas identificadas no artigo recente do Blog do Theotonio dos Santos como "Movimento Brasil Livre", financiado, dentre outras fontes, pela Atlas Economic Research Foundation dos irmão Koch. Leia o conteúdo da denúncia de Theotonio dos Santos, dizendo que este é o sistema pelo qual a CIA vem atuando no mundo contra países e movimentos que desinteressam aos EUA no Brasil, Rússia, China e outros países em http://theotoniodossantos.blogspot.com.br/2015/03/manifestacao-de-1-da-populacao.html

O Blog Perspectiva Crítica não pode afirmar sobre essa movimentação da forma como Theotonio, através do autor David, que assina a matéria, denuncia. Mas reconhecemos que houve incitação da população contra o governo pela grande mídia e que as pautas dessa manifestação de 15 de março era a mesma do artigos da grande mídia, inclusive havendo a falta de pedido de afastamento dos Presidentes da Câmara e do Senado, o que, fosse movimento mais contra a corrupação do que contra o governo, com certeza faria parte das reivindicações populares. Também não houve pedido de conclusão dos processos do mensalão do DEM e do PSDB e nem manifestação pela prisão de Anastasia ou revolta contra a denúncia de que o ex-presidente do PSDB tivesse recebido propina de 10 muilhões de reais para o PSDB por ocasião da CPI da Petrobrás. Vemos que a espontaneidade não foi a mesma da movimentação de junho de 2013, sem deixar de ter legitimidade, claro. As origens da mivoimentação aguçam nossa curiosidade. A denuncia de Theotonio deve, no mínimo, chegar ao público. O Globo publicou pequena nota depreciativa, ao nosso ver, sobre a acusação de que a movimentação teve origem em movimentos da CIA. Cumprimos nosso dever informativo, neste tocante.

p.s. de 19/03/2015 - Texto revisado e ampliado. A prestação de serviço público de saúde e educação por ongs, cooperativas e instituições privadas, sob o argumetno de mais eficiência, também é forma de a área privada se apoderar de orçamento público e cargos públicos para suas contratações por currículo (diplomas de Harvard e estrangeiras ganharão dos diplomas de faculdades brasileiras, não esqueçam.. é o cerne da meritocracia.. rsrsrs) que alijam o cidadão dos cargos públicos e de opção de emprego, além de esxtinguir a democracia do preenchimento desses cargos. É claro que isso não se publica na grande mídia.. rsrsrs. E isso não quer dizer mais economia para o Estado... Saibam que enquanto médicos municipais do RJ ganham R$ 4 mil a R$6 mil reais, os 2/3 de atuais médicos privados contratados por Ongs e Cooperativas custam R$18 mil, segundo informações de fontes nossas. Desses valores os médicos privados ficam com uns R$8 mil, enquanto o restante vai para a Cooperativa ou Ong, naturalmente parte desse valor vai para campanhas dos políticos que contrataram a cooperativa. O sistema funciona como máquina de financiamento da campanha seguinte, ao que parece. Cabe à polícia, TCE e Ministério Público verificarem essa correlação... mas o médico privado contratado pelo Estado ganha mais que o público e o Estado gasta até 3 vezes mais imediatamente por um médico. Essa é a eficiência da implantação do modelo de privatização do serviço público de saúde. Bom para médico que não fez concurso público, bom para políticos, bom para ongs e cooperativas e péssimo para você, sua família e candidatos a concrusos públicos apra preenchimento de cargos de médicos públicos, principalmente para o smédicos que não têm rede social, network, links familiares ou de amizade com grandes redes de hospitais ou com os amigos do governo que criam as cooperativas e ongs que serão contratadas a substituirem o serviço público de saúde. É a "Romanização da Adminsitração Pública", tema de artigo já publicado deste Blog.

sexta-feira, 13 de março de 2015

Elogio à mudança de postura do Globo: Swiss Leaks - E a diferença entre o caso Petrobrás e o caso HSBC Suíço

Aplaudimos o resgate da omissão da grande mídia, em especial o Jornal O Lgobo, em passar a publicar em manchete sobre o caso grotesco e estapafúrdio de o HSBC Suíço manter depósitos de pessoas ligadas a crimes. A lista dessas pessoas é extensa e inclui ditadores africanos, Hugo Chavez e suspeita-se que políticos, traficantes de drogas e armas também estejam entre os clientes do banco suíço.

Naturalmente não é função de nenhum banco investigar a vida pregressa de seus candidatos a clientes. Banco é uma empresa e faz negócios. Como seus clientes obtém os valores e como os gasta não é problema do banco. Mas é interessante que o vazamento das informações tenha demonstrado o o grande númeroa de pessoas com fama duvidosa e que respondem por crimes e que mantém seus negócios com o HSBC Suíço.

A ética é possível no ramo financeiro e movimentos suspeitos, ao menos no Brasil, devem ser informados ao Fisco... afinal, manter contas que servem à lavagem de dinheiro ou mantuenção de negócios para traficantes é participação em crime, se for provado a ciência dos diretores, gerentes ou presidente do banco..

Soubemos de um grande banco brasileiro que se negou a permanecer com uma conta de 2 bilhões de reais porque o responsável pela empresa que seria a cliente do banco se negou a negociar com o executivo desse grande banco pelo fato de o executivo ser negro. É.. isso existe, senhores...

Ao chegar ao conhecimento do presidente do grande banco brasileiro de que não havia razão específica declarada, nenhum ato deselegante proferido pelo executivo, nenhuma reclamação sobre sua capacidade técnica, para que o negócio não fosse efetivado com o executivo do banco encarregado do caso e tendo ficado claro a todos que, mesmo não declarado pelo cliente, foi notório que o problema para o fechamento do negócio era exclusivamente a cor da pele do executivo do banco, o presidente do banco ligou imediatamente, no meio da reunião e determinou a não aceitação da conta e indicou outro estabelecimento para o cliente para não deixá-lo sem alguma direção, já que já estava atônito com a surpresa da negativa de aceitação de conta vultosa e por conta de sua atitude discriminatória.

Agora, vejam, se um banco brasileiro pode se nagar a receber uma conta de 2 bilhões de reais porque o preposto de seu pretendente a cliente se comportou  de forma discriminatória na entrevista de fechamento de negócio, será que não se pode exigir que o HSBC Suíço, nesse país maravilhoso, de cidadãos bastante orgulhosos da correção de seus comportamentos... rsrsrs.. não abra contas para ditadores africanos que matam seus cidadãos? Ou para pessoas que respondem por evasão de divisas, tráfico de drogas, corrupção, tráfico de armas?

Pelo menos agora, quinze dias após publicarmos ess assunto, a grande mídia resgata essa dívida informativa com a sociedade. É interessante ver que a corrupção é grande e gigantesca na área privada, somente para perceber que o mito de que a corrupção é exclusiva e endêmica no setor público é nada mais do que isso: um mito.

A Receita Federal e o Ministério de Justiça já estão pegando os nomes dos 8 mil brasileiros que possuem essas contas para iniciar investigações. Convém mencionar que a Suíça cresceu economicamente lavando dinheiro nazista e posteriormente de outras operações escusas de tudo quanto é criminoso, político corrupto, empresários corruptos e sonegadores, em todo o mundo.

Desfazer a mística da conduta sempre correta dos países ricos em contraposição mitológica à conduta sempre corrupta e incorreta de países emergentes é importante para amenizar o preconceito de que nosso país e sociedade são vítimas.

Se vocês procurarem as origens do próprio banco HSBC encontrarão conexão com o financiamento e apoio à operações de produção e tráfico de ópio na China, e, inclusive, quando o governo chinês na última metade do século XIX, tentou impedir essa produção, tráfico e financiamento de operações ilegais, houve o mivimento financiado pelos empresários ingleses que se beneficiavam do tráfico do ópio que com o apoio da Inglaterra conseguiram instituir um território livre para tais negócios: Hong Kong. Daí o nome do banco Hong Kong Shangai Bank - HSBC. Procure no Google você mesmo. Essas informações foram retiradas de lá.

Agora você veja.. a glamourização dos centros ricos de poder econômico e político nunca têm contra si a divulgação dessas origens calamitosas e anti-éticas.. a prescrutação de origens e causas malévolas de atividades somente é praticada contra instituiço~es e movimentos que defendem direitos de cidadãos, pobres ou não. Mas não seria do seu interesse ter ciência disso que se divulga pela grtande mídia, somente agora, e disso que nós trazemos a você? Não é de seu interesse pisar em um banco e saber se você faz negócios com pessoas e com uma instituição privada bancária e estrangeira que ajudam o tráfico, a lavagem de dinheiro, a evasão de divisas e a corrupção em todo o mundo e que goza da reputação histórica de ter colocado em risco a soberania de um país em que atuou para manter seus interesses negociais escusos? Isso não abala a credibilidade dessa instituição? Não.

Não porque é um banco. Nõa por que é um banco estrangeiro do centro do poder econômico mundial. Não porque, ao contrário do que se faz com a Petrobrás, o caso será tratado como fato isolado e não terá grande repercussão na grande mídia mundial. Por quê? Porque a grande mídia mundial serve a um sistema de poder que visa instituir o Estado Mínimo, regras de mercado que privilegiam os países ricos, em todo o mundo e nesse núcleo de organização mundial em prol do chamado Consenso de Washington estão o bancos privados internacionais e os centro financeiros europeus, americanos e japoneses.

Assim, é possível destruir a reputação da Petrobrás, mas não é possível se publicar muito sobre atividades sustpeitas de bancos privados estrangeiros, poratnto, se dificulta e torna tardia e rápida a publicação sobre o HSBC Suíço, assim como nunca mais se ouviu falar da atividade escusa norteamericana em instalar escutas em aliados como fez com a Alemanha, França, Brasil.. e em conjunto com a Nova Zelândia, Austrália, Canadá e Grã-Bretanha, o chamado "Five Eyes".

Você tem uma escolha. Ver essa forma de atuação da grande mídia de dois pesos e duas medidas e exigir que mudem. Ou continuar achando que a grande mídia é isenta, que não atua segundo interesses comerciais mas também geopolíticos, políticos e econômicos, e assim não contribuir para que eloa veja que nós a vemos e vemos sua conduta parcial. No útlimo caso, você está sendo omisso e chancelando a construção de uma ordem mundial que te empobrece e a seu povo.

Nós praticamos a primeira opção e chamamos a grande mídia a melhorar, se desenvolver, ficar mais imparcial, atingir sua finalidade institucional que é informar o povo brasielrio do que lhe interessa, para o bom funcionamento do mercado econômcio, do mercado de trabalho, do governo, da Justiça, e para a boa, independente e autônoma inserção do Brasil na comunidade internacional.

Venha conosco nessa jornada. A verdade é irresistível.

terça-feira, 10 de março de 2015

Filho de Vice-Presidente dos EUA é contratado por Petrolífera Ucraniana e outras notícias não publicadas pela grande mídia

Para quem gosta de explorar as contratações empreendidas por filhos de Presidentes e ex-Presidentes brasileiros, fica aqui uma importante contribuição informativa efetuada pelo site da UOL no endereço http://operamundi.uol.com.br/conteudo/noticias/35244/filho+de+vice-presidente+dos+eua+e+contratado+por+produtora+de+gas+da+ucrania.shtml

O grande comentarista do Blog Perspectiva Crítica, JotaELe, nos forneceu esses dados ao comentar o artigo do Blog "Jornalista americano denuncia manobra do governo americano para derrubar o governo Dilma Roussef", publicado e 09/03/2015.


Observem a notícia no trecho que selecionamos:

"A notícia chamou atenção porque, desde o início da crise ucraniana, os Estados Unidos e seus aliados vêm pressionando a Ucrânia a reduzir sua dependência de combustível em relação à Rússia. Além disso, se comprometeram a ajudar o país, não apenas ampliando suas opções de fornecedores, mas desenvolvendo a produção nacional." 

Apesar de os jornais estrangeiros publicarem sobre corrupção do Brasil, principalmente no caso da Petrobrás, a corrupção que existe nos EUA, esse nepotismo cruzado que existe entre cargos de autoridades públicas e cargos de alta projeção em empresas privadas que inclusive investem na campanha dos políticos cujos filhos emprega, nunca é abordado por nossa mídia aqui.

Só pude ver esse cruzamento evidenciado claramente poucas vezes:

1 - no filme de Michael Moore intitulado "$ICKO $O$ $AUDE", em que ele mostra políticos em ato legislativo que beneficia empresas farmacêuticas todos reunidos e aponta quanto cada um recebe das empresas farmacêuticas, que impedem que medicamentos mais baratos cheguem ao consumidor americano (veja também "Clube de Compras Dallas" sobre este tema) e de planos de saúde que não prestam serviços a seus clientes para maximizar lucros. A política não beneficia o cliente e o paciente, mas as empresas de farmácia e planos de saúde, mostrando o cruzamento entre dinheiro, políticos e empresas diretamente beneficiadas em prejuízo do cidadão americano.

2 -  na cobertura curta e passageira sobre o fato de a invasão do Iraque ter gerado grandes negócios, contratos e lucros para a Halliburton, empresa do VIce-Presidente dos EUA, país invasor, à época.

3 - agora, com essa publicação sobre Hunter Biden, filho de Joe Biden, Vice-Presidente dos EUA, sendo contratado pelo maior conglomerado petrolífero da Ucrânia, justamente nesta época de guerra com a Rússia em que os EUA também estão pelnamente presentes.

4 - E no livro "A Trilateral", publicado no Brasil em 1979 em única, e não repetida até hoje, edição, em que Theotonio dos Santos em companhia de Noam Chomsky e Hugo Asmman, dois cientistas sociais americanos, debulham relatórios da Comissão Trilateral que eram publicados em que se discutiam como os países trilaterais (EUA-Europa-Japão) poderiam se assenhorear do mercado mundial e impedir que outros compartilhassem dessa riqueza efetiva e potencial. Eles conseguiram fazer um quadro em que 50 pessoas participavam de não mais do que umas trinta comissões, órgãos de governo, universidades e grandes empresas dos países trilaterais, mostrando como estavam presentes em todos estes centros de poder e coesos numa interrelação figadal entre esses órgãos, empresas, universidades e pessoas. Muito interessante. Depois da edição desse livro, a Comissão trilateral parou de publicar seus relatórios. As reuniões da Comissão são agora a portas fechadas e sem acesso público.

Eu pergunto: Por que esse tipo de informação não chega a você? Por que nossa grande mídia, gigantesca, altamente competente e profissional não publica isso para você? Por que as grandes realizações de servidores públicos brasileiros restam incógnitas? A Marinha, por exemplo, costruiu o melhor motor nuclear do mundo e foi o único país do mundo a conseguir provar a extensão da nossa platafora continental além de 17 milhas para as 200 milhas atuais. A Rússia não conseguiu fazer o mesmo. Agora o Pré-sal, a 300 km da nossa costa, é brasileiro.. senão seria acessível a qualquer país estrangeiro pois estaria fora do mar territorial brasileiro. Nossa Justiça Eleitoral foi a primeira a realizar eleições eletrônicas em todo o País, eficientemente, e em dimensões continentais. O Banco do Brasil e o Banco Central implantaram um sistema de pagamentos e compensações continental e estável bancário invejado em todo o mundo.. infindável a lista...

Infelizmente a resposta que mais se apresenta clara é que há interesse em achincalhar a imagem do serviço público brasileiro, mesmo o que se apresenta eficiente, para privatizá-lo; em achincalahar a imagem do servidor público, para acabar com a estabilidade, a concorrência do setor público por mão-de-obra brasileira com a área privada e para facilitar a corrupção do servidor público que fiscaliza e pune a área privada; há interesse em não manchar a imagem dos EUA como modelo para nosso país a qualquer custo, sem nem mesmo fazerem contraponto com a vida nórdica ou européia, com muito mais serviço público e qualidade de vida ao seu cidadão do que nos EUA; há interesse cego em implantar o Estado Mínimo, liberalização total de mercado, mesmo que isso não seja o que EUA e Europa praticam, e mesmo que seja emprejuízo de uma política autônoma industrial e de insrção do Braisl no mercado internacional.

Infelizmente a resposta que se apresenta é de que a grande mídia não te informa com enfoque no que é bom para a família brasielira, mas no que é bom para a implantação de um sistema social que privilegia o mercado internacional, bancos internacionais, indústrias internacioansi, emprego no exterior, em detrimento à mais prestação de serviço público e qualidade de vida à família brasileira.

Nós do Blog Perspectiva Crítica fazemos questão de denunciar isto e chamar a grande mídia a mudar de rumo e a apoiar  a boa informação, a divulgar abusos e corrupção no exterior, a divulgar as mazelas enfrentadas por famílias americanas que não têm plano de saúde e não podem ser atendidos por hospitais públicos que não são gratuitos, a divulgar que a qualidade de vida na Europa é melhor do que nos EUA e que eles têm até 3 vezes mais servidor público por habitantes do que o Brasil. Queremos que seja publicada a relação gasto com servidor público em precentual do PIB na Alemanha, França, Dinamarca, Suíça e Noruega e que se conecte isso com suas respectivas colocações na lista de IDH, carga tributária, valor de salário mínimo, relação de serviços públicos prestados e disponíveis aos respectivos cidadãos desses paíuses e índice inflacionario e se compare isso com o Brasil e os EUA.

Queremos menos sofisma, menos criação retórica de um mundo perfeito de liberdade de mercado que é mentiroso e não existe, já que os EUA e Europa têm programa de subsídio de mais de 300 bilhões de dólares cada, e queremos mais verdade, mais comparação de dados comparáveis com o Brasil para concluirmos o que é melhor para nós mesmos e não simplesmente seguir uma proposta pronta por centros financieros internacionais ou pólos políticos internacionais de poder.

Essa proposta que ora fazemos é para que a grande mídia mantenha seu mercado de leitores e eleve sua credibilidade que vem caindo em sociedade e já naõ é a mesma de muitos anos atrás. Queremos uma grande mídia responsável, nacionalista ou internacionalista, mas sincera, apresentadora de contrapontos ( no que tem melhorado, realmente), respeitosa da imagem das pessoas sobre quem publica, respeitadora do princípio do devido processo legal, cmprometida com uma inserção autônoma do país no mercado internacional, e comprometida com a melhoria da renda, emprego, educação, saúde e vida do brasileiro que, afinal, é a razão de ser de uma empresa de mída (ou deveria ser.. rsrsrs).

Sim... é muito otimismo e pretensão.. mas somos doentemente otimistas e o mundo parece não privilegiar quem tem expectativas e pretensões medíocres.

Publiquem também que aqui há interconexões esquisitas entre a classe política e a empresarial, mas publiquem que isso também ocorre no exterior, principlamente se for nos EUA.. é mais honesto com os leitores.       

Acessem ainda algumas outras notícias não publicadas pela grande mídia mas de interesse público na lista com que JOtaELe nos presenteou:


http://www.brasil247.com/pt/247/brasil/93008/Serra-prometeu-%C3%A0-Chevron-mudar-regras-do-pr%C3%A9-sal.htm - o texto em si não diz nada demais.. o PSDB é a favor do modelo de concessão ao invés do de partilha... mas se fosse de Lula falando com Cuba ou a PDVSA seria estardalhaçadamente publicado, concorda?
http://wikileaks.ch/cable/2009/08/09RIODEJANEIRO288.html
Trecho selecionado de mensagens vazadas pelo Wikileaks sobre a mudança de regra do pré-sal de concessão para partilha:  "Reaction by Rio de Janeiro-based representatives of American oil companies to the possibility of Petrobras as the sole operator is mixed. Exxon Mobile's External Relations Director Carla Lacerda, told Rio FCS officer on August 10 the proposed model constituted a reversion to Brazil's former monopoly system. As the sole operator, she explained, Petrobras would have more control over equipment purchases, personnel, and technology selection, which, in turn, could adversely affect U.S. equipment and service supply to Brazil." (grifo nosso)

Tradução nossa do grifado: Como operador exclusivo, ela explica, Petrobras teria mais controle sobre contratação de equipamentos, pessoal e seleção de tecnologia, o que, por sua vez, poderia afetar adversamente/prejudicialmente o fornecimento americano de equipamentos e serviços ao Brasil." 

Por que não houve publicação disso a você leitor?


http://wikileaks.ch/cable/2009/12/09RIODEJANEIRO369.html
 Trecho selecionado:
"Although major international and independent oil companies
(IOCs) continue to view the regulatory framework to develop
Brazil's offshore Pre-salt oil and gas reserves as potentially
debilitating to their future exploration and production (E&P)
operations here, the Rio de Janeiro-based industry group that
represents these companies has thus far been unsuccessful in
efforts to enact changes to the law in the House of Deputies.
Patricia Pradal, head of government relations for Chevron told
Econoff on November 19 that since President Lula announced the
framework on August 31, industry had been fighting a "hard battle"
to enact changes to the legislation, but the House of Deputies has
not taken any industry concerns into consideration.  (Note: Pradal
also heads the steering committee of the Brazilian Institute for
Petroleum (IBP), the industry umbrella group that represents all
major international and independent oil companies operating in
Brazil, including Petrobras.  She spoke to Econoff in this
capacity.  End Note).   Pradal lamented the lack of support from
opposition parties in Congress, blaming Presidential and
Congressional elections next year and explaining, "The PSDB
[primary opposition party] simply has not shown up to this debate."
She expressed begrudging respect to President Lula's International
Relations Adviser Marco Aurelio Garcia and Press Secretary Franklin
Martins as the principal orchestrators of the Government's
strategy, stating, "They are the professionals, and we are the
amateurs."

Esse outro trecho confirma a publicação sobre Serra e Chevron em português:
"PSDB'S SERRA REPORTEDLY OPPOSES FRAMEWORK, BUT NO SENSE OF URGENCY
 3. (C) According to IBP's Pradal, likely PSDB 2010 Presidential
Candidate Jose Serra opposed the framework, but seemed to lack a
sense of urgency on the issue.  She quoted him as telling industry
representatives, "Let those guys [Worker's Party] do what they
want.  There will be no bid rounds, and then we will show everyone
that the old model worked...And we will change it back."  As for
what would happen to foreign oil companies in the meantime, Serra
reportedly remarked, "You will come and go."   Congressional
sources have also told Embassy officers that Serra has signaled
PSDB and other opposition sources that they should amend - but not
oppose the final Pre-Salt legislation, and urged opposition
legislators to avoid vocal opposition to the law."

O PSDB pode ter a liberdade de apoiar o regime de concessão, que é uma boa discussão, mas se reportar a empresas petrolíferas estrangeiras?!? Conclua o que quiser.

segunda-feira, 9 de março de 2015

Gravíssimo: PSDB pode ter recebido R$10 milhões de reais do esquema Lava-jato

O Jornal O Globo publicou hojhe, 09/03/2105, no seu jornal on line, o seguinte artigo:

"MPF: confronto entre depoimentos reforça suspeita de propina de R$ 10 milhões para tucano"


Além de ter tido o ex-governador de Minas Gerais e atual Senador por Minas Gerais, o Antônio Anastasia, como integrante da lista do Lava-Jato que neste momento ataca o grupo político envolvido nos desvios de verbas em contratações da Petrobrás, o PSDB sofre mais um revés ético e de imagem no mesmo caso após novas denúncias e depoimentos aumentarem a suspeita de que o falecido Presidente do PSDB, Sérgio Guerra (PE), teria recebido R$10 milhões para seu partido em troca de garantia de que a CPI da Petrobrás não fosse à frente, como não foi.
 
É lamentável que tenhamos entre os dois maiores partidos políticos a mesma prática de venda de suas funções públicas e comprometimento com a defesa do interesse público por dinheiro para partidos. Isso somente reforça a necessidade de reforma eleitoral com exclusão e proibição de financiamento de campanha política por empresas.
 
Esse escandaloso evento, fora que o próprio Aécio foi citado no pedido de instauração de inquérito policial mas tal pedido restou arquivado pelo Procurador Geral da República, Janot, por insuficiência de provas, ainda torna mais forte a hipótese levantada por Elio Gaspari, citando Sérgio Moro, de que os dois maiores partidos do Brasil poderiam acabar após a operação Lava-Jato, assim como ocorreu com os maiores partidos italianos após a Operação Mãos Limpas e a prisão de 600 políticos e 875 empresários.
 
O Blog Perspectiva Crítica denuncia e rejeita com vigor qualquer ato de corrupção vinda de políticos, seja de que partido for. Cremos que o crime não tem tinta partidária. A Justiça não pode tratar diferentemente o crime do PSDB ou do PT ou do PMDB ou do PP. Todo crime deve ser investigado e todo culpado deve ser condenado, respeitado sempre o devido processo legal.
 
Esperamos que essa obra monumental de investigação e denúncia criminal da Polícia Federal do Brasil e do Ministério Público Federal, juntamente com o empenho dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, seja concluída com êxito, condenando quem for comprovadamente culpado, obtendo de volta os bens desviados da Petrobrás, obtendo indenizações ao Erário e à Petrobrás e espraiando a sensação de moralidade entre políticos, empresários, servidores públicos e toda a sociedade, coibindo os vis políticos em suas práticas infames contra a Adminstração Pública e nossa sociedade.
 
Nós precisamos disso. O Brasil precisa. A Petrobrás precisa. Que o movimento de 15 de março seja mais contra a corrupção do que somente contra o governo. Que não minimizemos a corrupção do outro, do PSDB ou qualquer outro partido. PT e PSDB que paguem integralmente pelo que fizeram à Petrobrás.

p.s. de 10/03/2015 - Texto revisado.

Agora é oficial o esvaziamento da Bolha Imobiliária

Bem, bem,... depois de muita espera e de muitos fatos impedindo a queda dos preços de imóveis (investimentos estrangeiros, programa "minha casa, minha vida" e aumentos no limite de valor financiado pelo FGTS para aquisição de casa própria para 500 mil e depois até 750 mil reais), finalmente essa queda chegou.

Muitos foram os que, anos e anos, disseram que não havia bolha imobiliária no Brasil criada desde 2008 a partir da migração de capitais dos EUA e Europa para fugirem do furacão econômico e financeiro que explodiu por lá com a crise financeira mundial. Procurando abrigo, o refúgio desses gigantescos valores foram o ouro, dólar e imóveis onde estes estavam a preços bons ou razoáveis e tinham possibilidade de valorizar. Resultado: China, Rússia, Índia e Brasil tiveram bolha imobiliária declarada assim pelo FMI em 2011.

Como o afugentamento de capitais para esses mercados impediam a retomada de normalidade econômica nos países de origem dessas verbas, ou seja, EUA e Europa, em especial, pela primeira vez na história do FMI este órgão defendeu a controle de capitais.. rsrsrsrs. Sob o argumento de que a liberdade de fluxo financeiro estava prejudicando os emergentes, criando bolhas, e os ricos, que ficaram sem investimentos para retomar o crescimento econômico, o baluarte da sempre defesa da liberdade total e irrestrita de capitais mundo afora, o FMI, defendeu que deveria haver controle de capitais.. rsrsrs. Foi interessante. Mas retomando nosso tema...

Além desse afluxo de capital estrangeiro, o Programa "Minha Casa, Minha Vida" juntamente com medidas de incentivo à compra de imóveis e sua construção, como forma de turbinar nossa economia em meio a um mundo em crise financeira, e assim manter crescimento econômico e emprego, terminaram acentuando o movimento de supervalorização imobiliária em parâmetros longe da realidade econômica do País. O metro quadrado nas principais cidades brasileiras passou a ficar mais caro do que em Tóquio, Londres, Nova York, Paris, mesmo em tais países havendo renda per capita até quase cinco vezes maior do que a existente no Brasil. Nossos apartamentos e casas ficavam mais caros do que em países em que a renda per capita chegava a 58 mil dólares, mesmo nossa renda per capita não ultrapassando 13 mil dólares... mas ninguém viu um movimento de criação de bolha imobiliária.. rsrsrsrs. Só nós e outros Blogs Sociais.

Depois de muitos dizerem que imóveis não caem de preço, agora resta consagrado o movimento de mais de 8 meses de "promoções de imóveis".. rsrsrs. Não é tratado como reajuste de preço.. são promoções.. aahuahauahuahau Mas essa realidade agora foi publicada no Jornal O Globo, na primeira página do dia 08/03/2015, sob o título "FREIO NO MERCADO IMOBILIÁRIO".

Tudo o que já falávamos, na verdade muito menos do que falávamos, está lá: estoques de imóveis em alta e encalhados nas carteiras das grandes construtoras, endividamento alto das famílias brasileiras impedindo a retomada das compras. Resultado: "Construtoras já oferecem descontos e negociam melhores condições de pagamento", segundo a chamada do artigo comentado.

Bem, agora que não se questiona mais que os imóveis estão caindo de preços, nós, como sempre, vamos prescrutar a próxima questão. O que vem em seguida? Qual o limite do movimento de queda de preços de imóveis?

Observem, os imóveis já caíram em torno de 30% e em alguns casos 40%. Hoje, quem tem imóvel para vender, dependendo do bairro, pode ver que a avaliação que o corretor faz já não é mais como antigamente.. antes ele dizia que o valor era X mas que conseguiria X + Y. Agora ele diz que é X, mas que você não vende se não for X - Y. Na Alemanha a queda de 6% no valor do imóvel em um ano foi admitida com estouro de bolha imobiliária, mas aqui, a queda de 35% não é estouro de bolha.. rsrsrs. Ok. Vamos em frente.

Observe que esse ano é de recessão. Quem sabe qual o nível da recessão? Pelo que acompanhamos não deve ser muito intensa se comparada ao que a Europa e EUA passaram. Mas as causas da bolha e respectivo estouro aqui foram e são diferentes das de lá. Não haverá imóveis vendidos a um real como lá chegaram a ser vendidos por um dólar. Mas aqui como lá as empresas que detêm imóveis não os podem manter por muito tempo, sob pena de grande despesa com IPTU e condomínio. É melhor vender barato e se desfazer dessa despesa. E quanto maior o estoque, maior a despesa e a necessidade de vender rápido. Então, já vemos as quedas em 35%.

Mas isso é em cima de um preço que era muito alto e muitas pessoas que tinham crédito e vontade de comprar imóveis já o fizeram em valores entre 500 mil a 750 mil. Então, além de haver grandes estoques e grandes despesas para as construtoras, há menor demanda porque muitos já compraram imóveis e estão pagando contas de 20 anos (e os imóveis com descontos de 35% não estão propriamente baratos ainda..). Já soubemos de caso em que uma pessoa que comprou imóvel a 765 mil no andar mais baixo de um prédio está vendo agora imóveis que não foram vendidos e em andares mais altos e mais caros serem vendidos por 625 mil. Como dissemos... quem comprou caro verá seu vizinho comprar mais barato.

Mas isso não deve ser motivo de revolta. Quem já comprou conseguiu seu apartamento e está morando nele, sem pagar aluguel. Deve somente se preocupar em pagar a dívida e esquecer o mercado imobiliário.

Se houver recessão mesmo, os imóveis irão caindo de preço. E ninguém pode saber o fundo do poço pois quando a sociedade perceber isso ela pode deixar de comprar para esperar cair mais e aí é complicado.. é o inverso do que ocorreu quando os imóveis subiam e todos compravam e os imóveis subiam mais ainda.

Um parâmetro surgiu desde abril de 2012 como publicado no Blog: uma consultoria norte americana avaliou o sobrepreço de nossos imóveis em 50%, mesmo tendo eles se valorizado à época em mais de 300% em cidades como o Rio de Janeiro. Significa que uma valorização de 150% de 2008 a 2012 retirou uma defasagem de valor de mercado, mas que acima disso, segundo a consultoria, o preço não se sustentava ou estava caro. Então, podemos imaginar que o imóvel que você vê hoje pode cair a 50% de seu preço.

Depois disso é mais difícil.  E depois disso há até uma repercussão grave na economia pois vários bancos começam a ter problemas com seus financiamentos e garantias de operações dos financiamentos... o teste de choque realizado pelo Banco Central ano passado,  em junho, evidenciou que os bancos não sentem a queda até a desvalorização de 55% dos imóveis. Depois disso o Banco Central pode ter de tomar medidas para manter alguns bancos funcionando com liquidez..

Bom, até 50% de queda, já que já caiu em média 35%, entendemos que é razoável e então essa faixa de preços de menos 35 a 50% do imóvel pode ser o ápice normal da queda de imóveis e faixa em que você terá bons preços de compras por prazo determinado, pois não será para sempre. Abaixo disso é difícil esperar que vá, apesar de não ser impossível. Mas a probabilidade é menor e nem é desejável para a economia, então você estará entrando em faixa especulativa se mirar abaixo dessa faixa de queda de 50%.

Nosso blog é dedicado a compradores normais de imóveis e não especuladores. Portanto, nossa perspectiva é a de criar condições para que o cidadão faça uma compra razoável.

Há um fato importante que pode aliviar a queda de imóveis: os estrangeiros. Fundos estrangeiros já verificaram o movimento de baixa de preço de imóveis no Brasil e estão compondo carteiras para virem aqui comprar mais barato e nos vender mais caro, como sempre. Ou simplesmente manter imóveis em carteira e obter seu rendimento em aluguéis para seus fundos. Isso pode dar fôlego ao setor e aliviar o movimento de queda. É importante verificar e acompanhar isso. Acompanhem os movimentos de Mark Mobius nessa área.

Também é bom verificar que, em se tratando de Brasil, e nas condições econômicas interna e externa, o movimento de correção pode ser curto e intenso ou longo e menos intenso, como aconteceu no Japão que demorou 30 anos para ver a normalizçõ do mercado imobiliário depois da bolha nos anos 80. Entretanto, como já houve uma queda de 35%, é mais provável, considerando um limite de resistência de preços em 50% (ex. imóvel que hoje é avaliado em 750 mil cairia com grande certeza até em torno de 500 mil e não passaria de 350 mil), que o período de queda seja do tipo intenso mas curto, estabilizando o preço mais baixo daqui a não muito tempo.

Entendemos razoável que esse limite se apresente no fim desse ano e depois haja uma valorização mais compatível com o índice de inflação. A vinda de estrangeiros deve ocorrer a partir do segundo semestre, após a composição das carteiras.há então uma janela de um ano com bons preços. Depois há que se reavaliar o mercado que será influenciado pela melhora ou não da economia internacional também. Enquanto a economia internacional estiver ruim, há estímulo para aplicações em imóveis. Retomada de crescimento mundial aumenta chance de grandes altas em bolsas de valores e atrai capital para o mercado bursátil, retirando de outros mercados como dólar, ouro e imóveis. Essa é a regra geral. Sempre deve ser analisado o momento, fatos novos e modulada a realidade do seu mercado. No nosso caso, o Brasil.

Quem tiver crédito, rsrsrsrs, sugerimos começarem a se informar sobre preços de imóveis para encontrar uma oportunidade boa de compra durante esse ano. Por falta de demanda interna não cremos em outro pique de valores no setor imobiliário como foi visto de 2008 para cá. E lembre-se, uma boa compra não é necessariamente a compra pelo valor no piso final possível, mas um imóvel de que você goste e que possa pagar sem prejudicar muito sua qualidade rotineira de vida.

Boa pesquisa.

p.s. de 09/03/2015 - Texto revisado e ampliado.
 

quarta-feira, 4 de março de 2015

Jornalista Americano denuncia manobra do governo americano para derrubar o governo Dilma Roussef - publicado no Blog Theotonio dos Santos

O Blog do Theotônio dos Santos é altamente sério.

Theotonio dos Santos Júnior (Carangola, 11 de novembro de 1936) é um economista e cientista político brasileiro. Um dos formuladores da Teoria da Dependência. Hoje é um dos principais expoentes da Teoria do Sistema Mundo. Mestre em Ciência Política pela UnB e doutor "notório saber" pela UFMG e pela UFF. Professor emérito da UFF. Presidente da Cátedra e Rede UNESCO-Universidade das Nações Unidas (UNU) de "Economia Global e Desenvolvimento Sustentável" - REGGEN.

Não deixe de ler e compartilhar. Por mais que não gostemos de Dilma, ela foi eleita pela maioria da população e não pode ser destituída por movimentos estrangeiros ou da grande mídia brasileira. Filmes e propagandas com grandes atores globais contra Belo Monte, manchetes diárias sobre a Petrobrás, enquanto não há qualquer notícia sobre sua produtividade, assim como não há notícia  sobre a corrupção do HSBC Suíço que lava dinheiro do tráfico de armas, ditaduras e tráfico de drogas além de sonegação fiscal em todo o mundo... Peço que você que é leitor do Blog Perspectiva Crítica compartilhe esse artigo de um cientista social brasileiro respeitado em todo o mundo e veja que as palavras do artigo em comento, acusando o governo americano de tentar desestabilizar o governo Dilma, vêm de um jornalista americano, publicado em jornal de grande circulação no exterior. A questão e a acusação são sérias.
Não se deixe manipular.
Abraços
Mário César
 
Transcrição abaixo:
 
quarta-feira, 4 de março de 2015
JORNALISTA AMERICANO ALERTA QUE GOVERNO DOS EUA ESTÃO AGINDO PARA DERRUBAR DILMA
 
Existe um mecanismo para ocultar ou desmoralizar informações muitas vezes pública sobre a atuação dos interesses econômicos e geopolíticos internacionais que atribui sempre as denúncias destes interesses o caráter de um comportamento paranóico com a designação de "enfoque conspirativo".
 
O objetivo é transformar essas informações em inventos de uma imaginação sectária muito atribuída à "esquerda" em geral.
 
Espero que os leitores desta matéria possam abrir sua cabeça e buscar aprofundar o seu conhecimento dos instrumentos de atuação do gigantesco aparelho de "inteligência", meios de comunicação e mobilização (em particular a doutrina sistematizada por essas instituições secretas sob o nome de "guerra psicológica").
 
Hoje em dia dispomos de revelações do WikiLeaks que permitem conhecer em detalhe estas operações. Já não necessitamos esperar as comissões de inquérito do Congresso Norte Americano ou a publicação 25 anos depois das informações do Departamento de Estado ou as confrontações entre grupos econômicos internacionais.
 
O artigo abaixo escrito por um engenheiro e jurisprudente estadounidense publicado no New Eastern Outlook sistematiza informações conhecidas já pela opinião pública mundial.
 
Jornalista americano alerta que governo dos EUA estão agindo para derrubar Dilma
 
 
 
Jornalista americano conta como os norte-americanos agem para derrubar a presidente Dilma e buscam seus interesses perdidos após a Era FHC; intitulado de "um por todos e todos pelo Pré Sal" jornalista explica que o governo norte-americano tenta de tudo para conseguir a presidente fora do comando do governo
 
 
 
William Engdahl, norte-americano, engenheiro e jurisprudente (Princeton, EUA-1966), pós-graduado em economia comparativa (Estocolmo, Suécia-1969) escreveu um artigo em um dos jornais mais vendidos nos EUA, o New Eastern Outlook.
 
William alerta que o governo dos Estados Unidos estão agindo para derrubar a presidente Dilma Rousseff e conta como estão fazendo para tal.
 
Ele também conta que Washington apoiou até o ultimo minuto, o PSDB nas eleições de 2014. Confira o texto do jornalista norte americano traduzido pelo Portal Metrópole.
 
Um por todos, e todos pelo Pré-Sal
Entenda como o governo dos Estados Unidos quer reconquistar seus direitos no Brasil, perdidos no governo de Luiz Inácio Lula da Silva do Partido dos Trabalhadores e hoje age para derrubar a presidente reeleita.
 
Por William Engdahl

Para ganhar o segundo turno das eleições contra o candidato apoiado pelos Estados Unidos, Aécio Neves, em 26 outubro de 2014, a presidenta recém-reeleita do Brasil, Dilma Rousseff, sobreviveu a uma campanha maciça de desinformação do Departamento de Estado estadunidense. Não obstante, já está claro que Washington abriu uma nova ofensiva contra um dos líderes chave dos BRICS, o grupo não alinhado de economias emergentes – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Com a campanha de guerra financeira total dos Estados Unidos para enfraquecer a Rússia de Putin e uma série de desestabilizações visando a China, inclusive, mais recentemente, a “Revolução dos Guarda-Chuvas” financiada pelos Estados Unidos em Hong Kong, livrar-se da presidente "socialmente propensa" do Brasil é uma prioridade máxima para deter o polo emergente que se opõe ao bloco da Nova (des)Ordem Mundial de Washington.

A razão por que Washington quer se livrar de Rousseff é clara. Como presidente, ela é uma das cinco cabeças do BRICS que assinaram a formação do Banco de Desenvolvimento dos BRICS, com capital inicial autorizado de 100 bilhões de dólares e um fundo de reserva de outros 100 bilhões de dólares. Ela também apoia uma nova Moeda de Reserva Internacional para complementar e eventualmente substituir o dólar. No Brasil, ela é apoiada por milhões de brasileiros mais pobres, que foram tirados da pobreza por seus vários programas, especialmente o Bolsa Família, um programa de subsídio econômico para mães e famílias da baixa renda. O Bolsa Família tirou uma população estimada de 36 milhões de famílias da pobreza através das políticas econômicas de Rousseff e de seu partido, algo que incita verdadeiras apoplexias em Wall Street e em Washington.

Apoiado pelos Estados Unidos, seu rival na campanha, Aécio Neves, do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), serve aos interesses dos magnatas e de seus aliados de Washington.

O principal assessor econômico de Neves, que se tornaria Ministro da Fazenda no caso de uma presidência de Neves, era Armínio Fraga Neto, [cidadão norte-americano e brasileiro] amigo íntimo e ex-sócio de Soros e seu fundo hedge "Quantum". O principal conselheiro de Neves, e provavelmente seu Ministro das Relações Exteriores, tivesse ele ganhado as eleições, era Rubens Antônio Barbosa, ex-embaixador em Washington e hoje Diretor da ASG em São Paulo.

A ASG é o grupo de consultores de Madeleine Albright, ex-Secretária de Estado norte-americana durante o bombardeio da Iugoslávia em 1999. Albright, dirigente do principal grupo de reflexão dos Estados Unidos, o "Conselho sobre Relações Exteriores", também é presidente da primeira ONG da “Revolução Colorida” financiada pelo governo dos Estados Unidos, o "Instituto Democrático Nacional" (NDI). Não é de surpreender que Barbosa tenha conclamado, numa campanha recente, o fortalecimento das relações Brasil-Estados Unidos e a degradação dos fortes laços Brasil-China, desenvolvidos por Rousseff na esteira das revelações sobre a espionagem norte-americana da Agência de Segurança Nacional (NSA) contra Rousseff e o seu governo.

Surgimento de escândalo de corrupção

Durante a áspera campanha eleitoral entre Rousseff e Neves, a oposição de Neves começou a espalhar rumores de que Rousseff, que até então jamais fora ligada à corrupção tão comum na política brasileira, estaria implicada num escândalo envolvendo a gigante estatal do petróleo, a Petrobras. Em setembro, um ex-diretor da Petrobras alegou que membros do governo Rousseff tinham recebido comissões em contratos assinados com a gigante do petróleo, comissões essas que depois teriam sido empregadas para comprar apoio congressional. Rousseff foi membro do conselho de diretores da companhia até 2010.

Agora, em 2 de novembro de 2014, apenas alguns dias depois da vitória arduamente conquistada por Rousseff, a maior firma de auditoria financeira dos Estados Unidos, a "Price Waterhouse Coopers" se recusou a assinar os demonstrativos financeiros do terceiro trimestre da Petrobras. A PWC exigiu uma investigação mais ampla do escândalo envolvendo a companhia petrolífera dirigida pelo Estado.

A Price Waterhouse Coopers é uma das firmas de auditoria, consultoria tributária e societária e de negócios mais eivadas de escândalos nos Estados Unidos. Ela foi implicada em 14 anos de encobrimento de uma fraude no grupo de seguros AIG, o qual estava no coração da crise financeira norte-americana de 2008. E a Câmara dos Lordes britânica criticou a PWC por não chamar atenção para os riscos do modelo de negócios adotado pelo banco "Northern Rock", causador de um desastre de grandes proporções na crise imobiliária de 2008 na Grã-Bretanha, cliente que teve que ser resgatado pelo governo do Reino Unido.
Intensificam-se os ataques contra Rousseff, disso podemos ter certeza.

A estratégia global de Rousseff

Não foi apenas a aliança de Rousseff com os países dos BRICS que fez dela um alvo principal da política de desestabilização de Washington. Sob seu mandato, o Brasil está agindo com rapidez para baldar a vulnerabilidade à vigilância eletrônica norte-americana da NSA.

Dias após a sua reeleição, a companhia estatal Telebras anunciou planos para a construção de um cabo submarino de telecomunicações por fibra ótica com Portugal através do Atlântico. O planejado cabo da Telebras se estenderá por 5.600 quilômetros, da cidade brasileira de Fortaleza até Portugal. Ele representa uma ruptura maior no âmbito das comunicações transatlânticas sob domínio da tecnologia norte-americana. Notadamente, o presidente da Telebras, Francisco Ziober Filho, disse numa entrevista que o projeto do cabo será desenvolvido e construído sem a participação de nenhuma companhia estadunidense.

As revelações de Snowden sobre a NSA em 2013 elucidaram, entre outras coisas, os vínculos íntimos existentes entre empresas estratégicas chave de tecnologia da informática, como a "Cisco Systems", a "Microsoft" e outras, e a comunidade norte-americana de inteligência. Ele declarou que:
"A questão da integridade e vulnerabilidade de dados é sempre uma preocupação para todas as companhias de telecomunicações".

O Brasil reagiu aos vazamentos da NSA periciando todos os equipamentos de fabricação estrangeira em seu uso, a fim de obstar vulnerabilidades de segurança e acelerar a evolução do país rumo à autossuficiência tecnológica, segundo o dirigente da Telebras.

Até agora, virtualmente todo tráfego transatlântico de TI encaminhado via costa leste dos Estados Unidos para a Europa e a África representou uma vantagem importante para espionagem de Washington.

Se verdadeiro ou ainda incerto, o fato é que sob Rousseff e seu partido o Brasil está trabalhando para fazer o que ela considera ser o melhor para interesse nacional do Brasil.

A geopolítica do petróleo também é chave

O Brasil também está se livrando do domínio anglo-americano sobre sua exploração de petróleo e de gás. No final de 2007, a Petrobras descobriu o que considerou ser uma nova e enorme bacia de petróleo de alta qualidade na plataforma continental no mar territorial brasileiro da Bacia de Santos.
Desde então, a Petrobras perfurou 11 poços de petróleo nessa bacia, todos bem-sucedidos. Somente em Tupi e em Iara, a Petrobras estima que haja entre 8 a 12 bilhões de barris de óleo recuperável, o que pode quase dobrar as reservas brasileiras atuais de petróleo. No total, a plataforma continental do Brasil pode conter mais de 100 bilhões de barris de petróleo, transformando o país numa potência de petróleo e gás de primeira grandeza, algo que a Exxon e a Chevron, as gigantes do petróleo norte-americano, se esforçaram arduamente para controlar.

Em 2009, segundo cabogramas diplomáticos norte-americanos vazados e publicados pelo Wikileaks, a Exxon e a Chevron foram assinaladas pelo consulado estadunidense no Rio de Janeiro por estarem tentando, em vão, alterar a lei proposta pelo mentor e predecessor de Rousseff em seu Partido dos Trabalhadores, o presidente Luís Inácio Lula da Silva, ou Lula, como ele é chamado.[Foi revelado pelo Wikileaks que José Serra, o então candidato do PSDB que competia contra Dilma pela presidência, prometera confidencialmente à Chevron que, se eleito, afastaria a Petrobras do pré-sal para dar espaço às petroleiras estadunidenses].

Essa lei de 2009 tornava a estatal Petrobras operadora-chefe de todos os blocos no mar territorial. Washington e as gigantes estadunidenses do petróleo ficaram furiosos ao perderem controles-chave sobre a descoberta da potencialmente maior jazida individual de petróleo em décadas.

Para tornar as coisas piores aos olhos de Washington, Lula não apenas afastou a Exxon Mobil e a Chevron de suas posições de controle em favor da estatal Petrobras, como também abriu a exploração do petróleo brasileiro aos chineses.
 
Em dezembro de 2010, num dos seus últimos atos como presidente, ele supervisionou a assinatura de um acordo entre a companhia energética hispano-brasileira Repsol e a estatal chinesa Sinopec. A Sinopec formou uma joint venture, a Repsol Sinopec Brasil, investindo mais de 7,1 bilhões de dólares na Repsol Brasil. Já em 2005, Lula havia aprovado a formação da Sinopec International Petroleum Service of Brazil Ltd, como parte de uma nova aliança estratégica entre a China e o Brasil, precursora da atual organização do BRICS.

Washington não gostou

Em 2012, uma perfuração conjunta, da Repsol Sinopec Brazil, Norway’s Stateoil e Petrobras, fez uma descoberta de importância maior em Pão de Açúcar, a terceira no bloco BM-C-33, o qual inclui Seat e Gávea, esta última uma das 10 maiores descobertas do mundo em 2011. As maiores [empresas] do petróleo estadunidenses e britânicas absolutamente sequer estavam presentes.

Com o aprofundamento das relações entre o governo Rousseff e a China, bem como com a Rússia e com outros parceiros do BRICS, em maio de 2013, o vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, veio ao Brasil com sua agenda focada no desenvolvimento de gás e petróleo. Ele se encontrou com a presidenta Dilma Rousseff, que havia sucedido ao seu mentor Lula em 2011. Biden também se encontrou com as principais companhias energéticas no Brasil, inclusive a Petrobrás.

Embora pouca coisa tenha sido dita publicamente, Rousseff se recusou a reverter a lei do petróleo de 2009 de maneira a adequá-la aos interesses de Biden e de Washington. Dias depois da visita de Biden, surgiram as revelações de Snowden sobre a NSA, de que os Estados Unidos também estavam espionando Rousseff e os funcionários de alto escalão da Petrobras. Ela ficou furiosa e, naquele mês de setembro, denunciou a administração Obama diante da Assembleia Geral da ONU por violação da lei internacional. Em protesto, ela cancelou uma visita programada a Washington. Depois disso, as relações Estados Unidos-Brasil sofreram grave resfriamento.

Antes da visita de Biden em maio de 2013, Dilma Rousseff tinha uma taxa de popularidade de 70 por cento. Menos de duas semanas depois da visita de Biden ao Brasil, protestos em escala nacional convocados por um grupo bem organizado chamado "Movimento Passe Livre", relativos a um aumento nominal de 10 por cento nas passagens de ônibus, levaram o país virtualmente a uma paralisação e se tornaram muito violentos. Os protestos ostentavam a marca de uma típica “Revolução Colorida”, ou desestabilização via Twitter, que parece seguir Biden por onde quer que ele se apresente. Em semanas, a popularidade de Rousseff caiu para 30 por cento..
 
 
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