Hoje, 19/08/2014, na página 21 do Jornal O Globo, Rodrigo Constantino publicou o artigo intitulado "Hipnose Coletiva", em que diz, em suma, ao comentar a publicação de um livro de sua corrente, que é inacreditável "a passividade da opinião pública frente aos inesgotáveis escândalos do governo petista". E vocifera com todos os argumentos clichês atuais sobre movimentos sociais e debates sobre a mídia e esquerda, apresentando um pot-pourri de críticas a todos criticam a "mídia burguesa", que fizeram o movimento de junho de 2013, mas que protestam por "tudo" o que significa não protestar por nada, e que apresentam uma "rebeldia inofensiva", resultando em não se extirpar aqueles petistas que hoje estão no poder e roubam nossos bolsos, mesmo vendo todo o escândalo diariamente sobre esse governo. Ele apresenta tudo isso comentando o livro recém publicado de Guilherme Fiúza e subscreve tudo o que Fiúza diz em seu livro.
Tenho lido seus artigos. Rodrigo Constantino é economista e presidente do Instituto Liberal. Vi um em que ele critica os "esquerdistas" dizendo que não leram Marx, pois se lessem teriam visto, por exemplo as posições racistas de Marx contra a África. Também costuma dizer que aos "esquerdistas" tudo é permitido, se referindo às manifestações de junho de 2013, mormente, e a bandalhas de políticos de esquerda.
Mas eu pensei que a discussão vinda do presidente do Instituto Liberal fosse se apresentar mais profunda. Não sei se ao escrever em jornal que se destina ao grande público ele baixa o nível dos textos, mas para mim suas lógicas e argumentos são sempre generalizantes, rotuladores, generalistas, preconceituoso e segregacionista, quando cria essa classe de "esquerda" e "esquerdistas". Isso não é texto ou argumento de alto nível que acredito que o presidente do Instituto Liberal pode vir a escrever. Impressiona-me a forma de vociferação comum e leiga de um psdbista ou mero partidário de direita contra a esquerda de modo geral. Parece algo como um Republicano de baixo nível em suas comuns ofensas a Democratas, tentando impingir um maniqueísmo simples na sociedade que não corresponde à realidade. Se ele fosse um Republicano norte-americano (que deve até ser.. rsrsrs) falando contra um partido Democrata norte-americano, eu entenderia a escolha de abordagem. Mas no Brasil?!?!
E, veja, acusar Marx de racista hoje porque falou de forma superioresca e imperialista sobre a África em 1850, época de ápice do imperialismo europeu, com a Alemanha e Itália chegando somente em 1890 tardiamente à corrida imperialista na África, o que em parte acabou gerando rusgas para a ocorrência da primeira guerra mundial, é uma hipocrisia histórica. Isso não ataca sua tese sobre o socialismo e o capital, nem desvalida as teorias de Marx e Engels.
E se os "direitistas" lerem Adam Smith, verão que ele criticava o excesso de egoísmo e individualismo dos empresários, dentre outras críticas ao comerciantes que mais tarde apresentarei em lista em um post script neste artigo. Mas as críticas de Adam Smith não destituem a veracidade de muitas de sua conclusões, assim como algumas posturas pessoais de Marx, em seu tempo, não destituem a força de suas conclusões sobre o socialismo e o capital. As duas teorias, aliás, são bem fundamentadas e ambas não são, numa leitura atual, a antítese uma da outra. Suas premissas são diferentes, respondendo a problemas diferentes e que, portanto, com hiato de quase cem anos entre uma e outra, apresentam soluções completamente diferentes. Cabe a nós, vendo as premissas atuais tirarmos o melhor das duas teorias e aplicá-las como seus mestres fizeram: a bem do coletivo. Daí a teoria do Estado Conformacional do Blogger Mário César Pacheco.
As frases do livro de Fiúza que Constantino realçou com condescendência e com elogios são um amontoados de frases preconceituosas incríveis contra os eleitores (nas palavras de Constantino) e contra a esquerda. Como a expressão de idéia e de opinião, não há problema algum. Mas como expressão de um presidente de um Instituto Liberal, que deveria contribuir para uma discussão mais profunda sobre a realidade que nos cerca, ficou muito superficial mesmo. Deprimente. Mas talvez seja adequação textual que Constantino fez para o veículo que publica seu texto.
Os rótulos para a esquerda e para os "esquerdistas" são tão péssimos como os rótulos de que todos os "direitistas" só querem lucro, corromper servidores públicos, sonegar impostos, comprar políticos com verbas de campanhas e sugar o sangue dos pobres e trabalhadores. Enquanto adota seu discurso exagerado, Constantino permite e legitima o mesmo do lado da esquerda. Mas é o jogo de que quer participar. Cada um faz o que pode e aquilo em que acredita, mesmo que o diminua numa perspectiva maior que poderia alcançar em sociedade e em seu meio. É a democracia.
Espero que Constantino consiga elaborar algo menos partidário e mais filosófico, sem tautologias, claro, e sem estilo muito rebuscado ou erudito. De repente poderia fazer um texto que defenda o liberalismo nos dias de hoje no Le Monde Diplomatique. Seria interessante. Apesar de ultrapassadas, as teorias liberais de Estado e Socialista de Estado são grandes vertentes do pensamento político atual e seu enfrentamento mais franco seria melhor para o desenvolvimento humano e político.
Até temo o dia em que socialistas e liberais encontrem a teoria do Estado Conformacional... muito blá blá blá terminaria e poderia ser o fim dessa guerrinha de times vermelhos e azuis, do bem e do mal, sendo obrigado o político, o cidadão e o filósofo (esse menos) a discutirem as soluções com base no mundo real e não da fantasia liberal ou socialista que "esquerdistas" e "direitistas" vociferam cegamente.
A direita pode ser menos xiita do que a apresentada por Constantino. A leitura do livro "A política da Prudência" de Russel Kirk, traduzida por Gustavo Adolfo Santos, Doutor em Ciência Política nos EUA, amigo meu de turma do Colégio de São Bento, apresenta uma base filosófica mais útil para a direita do que esse xiitismo e abordagem pobre de uma direita com raiva: a política da prudência, o conservadorismo. A raiva e o ódio não constroem, só fanatizam e a malefício da sociedade.
Fica a dica.
p.s. de 25/08/2014 - texto revisto e ampliado.
p.s. de 18/09/2014 - Eu ia apresentar uns trechos de pensamento de Adam Smith que evidenciariam que ele não imaginou o liberalismo da forma como é apregoada hoje pelos neoliberais ou mesmo pelos liberais e que, muito pior do que da incongruÊncia que Constatntino acusa os "esquerdistas" que apóiam idéias de Marx, tais declarações de Smith evidenciam muita mais gravemente a incongruência ou má-fé de liberais ao negarem e deturparem ou omitirem idéias de Smith, em prol de um projeto político-econômico que nunca foi o objetivo de Adma Smith e, pior, em malefício ao próprio mercado, à economia realemente saudável, e ao iincompatível com o bem do cidadão e do Estado. Mas o material não poderia ter seu conteúdo apreendido pura e simplesmente a partir de sua enunciação. Dessa forma, tive de apresentar um texto específico para expor tal conjunto de idíeas de Adam Smith criticando os capitalistas de sua época e apontando que interesse privado muitas vezes é incompatível com interesse público, dentre outras pérolas que enunciou em demonstração de que era realmente um filósofo preocupado com o bem da economia, do cidadão e das empresas e do governo. Smith não é agente de uma política excludente social e nem de um projeto de poder para empresas e bancos pelo mundo à custa da soberania de povos e da qualidade de vida de cidadãos. Assim, consegui reunir tudo em um artigo que intitulei "Entrevista póstuma de Adam Smith: aquilo que os liberais não leram ou não dizem das ideáis de Adam Smith". Creio que você, como muitos que já acessaram, achará interessante e, quem sabe, até surpreendente.
Acesse: http://www.perspectivacritica.com.br/2014/09/entrevista-postuma-de-adam-smith-aquilo.html
terça-feira, 19 de agosto de 2014
segunda-feira, 18 de agosto de 2014
Eduardo Campos, Marina Silva, Aécio e Dilma - pleito à Presidência 2014 após a morte de Eduardo Campos
Tínhamos sugerido a amigos, no mesmo dia da morte de Campos, que a morte de Eduardo Campos poderia aumentar a intenção de voto em Marina da Silva, mas não tínhamos imaginado que logo na primeira pesquisa eleitoral ela ultrapassa-se Aécio. Isso é muito indicativo. Neste momento a reeleição de Dilma perde forte fôlego.
Marina como candidata à presidência, e não à vice-presidência, já tinha atraído 20% dos votos do primeiro turno da última eleição. Então já se trabalhava com a hipótese de após a morte de Eduardo Campos ela poder chegar a atingir esse número no dia da eleição, como candidata direta à Presidência. Mas na primeira pesquisa ela já ultrapassou Aécio por 1%. Ela apresentou na pesquisa da Datafolha intenção de 21% contra 20% em Aécio e 36% em Dilma, segundo manchete do Jornal O Globo de 18/08/2014.
Acreditamos que a morte de Campos gerou uma forte e intensa propaganda de sua candidatura por inércia da vida e desenrolar dos fatos, de forma totalmente favorável à candidatura do PSB. Isso porque grande parte do eleitorado não conhecia Eduardo Campos. Nós já íamos votar nele e primeiro turno, essa era a opiniõa do Blog, como já comentado antes, mas muitas pessoas no Brasil não o conheciam.
Com sua morte, lamentavelmente para a vida e para o Páis pela perda de um grande político, o foco da mídia há dois meses da eleição ficou na vida política de Eduardo Campos. Tudo em horário nobre. Seus feitos, suas idéias. Foi a maior propaganda que nenhum candidato poderia obter de forma alguma. Naturalmente, sendo bom político há muito o que falar de bom dele. Mas mesmo seus erros nõa serão mencionados pela mídia ou mesmo pelos adversários eleitorais, pois isso seria indecoroso para qualquer brasileiro e tanto a mídia, como os adversários políticos que ousem falar mal de Eduardo terá sua imagem maculada gravemente.
Essa situação, naturalmente reverte muitíssimo favoravelmente à Marina. Se Eduardo éra excelente político e cidadão e familiar, quem está com ela não pode ser diferente. E Marina capta essa perspectiva comum do braileiro que não a conhece. Além disso, Marina já tem os votos daqueles que querem renovação na política. Ela não tem uma mácula política ou na vida pessoal; diferentemente de Dilma e Aécio, do PT e do PSDB. Ela, além de super ficha limpa, tem origem humilde e alfabetizou-se aos 17 anos por força de vontade própria. Tem vida política digna e densa e já foi Ministra do Meio-Ambiente no Governo Lula.
Além de ela atrair esses votos, se antes ela tinha votos prórpios, agora ainda tem os do PSB, PPS e dos partidos da base de aliança. Muitos opositores ao PT que não queriam que Marina fosse coadjuvante no Palácio, votariam em Aécio. Mas agora podem votar nela diretamente. E muitos que votariam nela, mas não querem projeto tão pró-mercado como o do PSDB e iam votar na Dilma, agora podem votar nela. Além disso, brasilerio é emotivo. Um traço forte e bonito nosso. E indecisos que souberam de Eduardo Campos e sua vida, agora poderão saber mais sobre Marina, em quem, para quem gosta de humildade, honestidade e renovação política, fica difícil de não votar.
Está aí. Se antes da morte de Eduardo Campos as chances de re-eleição da Dilma eram muito, mas muito grandes pelos enormes feitos dos três governos petistas, agora, com Marina candidata à Presidência, Dilma corre sério risco de embater com marina no segundo turno, momento em que quem vota em Aécio votará na oposição ao PT. Este número conjunto já está em 41%, considerando a transferência automática que nunca ocorre, contra 36% da Dilma.
Agora sim há disputa. Aécio parece que não irá ao segundo turno. E Marina parece ter reais condições de ser Presidente. O único problema para que se concretize essa projeção é o marketing eleitoral e o tempo desigual para os candidatos. O PT tem muito tempo. Aécio tem tempo razoável e Marina tem menos de dois minutos. Mas mesmo aí parece que houve uma intervenção superior de outro plano... e a candidatura do PSB iniciará o tempo de propaganda eleitoral. Ou seja, as pessoas ouvirão em primeira mão, fresquinhos, Marina. Depois os outros.
Não queríamos que a qualidade do debate subisse ao custo da vida de Eduardo Campos, mas sua morte pode ter sido decisiva no fim do projeto de re-eleição de Dilma e da eleição de Aécio. Impressionante. Acompanharemos.
p.s. de 19/08/2014 - As informações mais atuais e detalhadas da pesquisa da Datafolha aqui comentada dá conta de que no momento o crescimento de Marina Silva não se deu à custa de intenção de voto em Aécio ou Dilma, intenções estas que se mantiveram em mesmo nível nas duas pesquisas imediatamente anteriores à recente pesquisa após a morte de Eduardo Campos. Essa notícia também é interessante, pois demonstra que o eleitor está mais amadurecido. A tese de voto por mera comoção perde um pouco o fundamento, pois não mudaram as intenções em Aécio e Dilma somente pela morte de Eduardo. Pessoas que não votariam em Eduardo, seja de pequenos candidatos, seja do grupo de indecisos, nulos e brancos, encontraram em Marina uma melhor candidata para seus anseios. E o segundo turno com vitória de Marina, no caso de embate Marina x Dilma, e de Dilma no caso de embate entre Aécio e Dilma, deixa claro que aqueles que votam em Marina não compartilham do projeto do PSDB mais amigo do mercado e preferem Dilma, enquanto que os que votam em Aécio, como opositores ao PT e oposição consolidada ao governo, votam maciçamente em Marina, na falta de Aécio no segundo turno. Daí a diferença de resultado. Interessante, pois as lógicas ficam facilmente perceptíveis. O voto do brasileiro não é errático e diretamente dependente puramente de marketing eleitoral. Agora veremos o que a propaganda eleitoral pode fazer com esse quadro. Por enquanto, o Blog nota que o brasileiro apresenta uma tendência esquerdista progressista ou social democrata verdadeira, e não a que o PSDB, por exemplo, parece apresentar que é mais a mercado.
Marina como candidata à presidência, e não à vice-presidência, já tinha atraído 20% dos votos do primeiro turno da última eleição. Então já se trabalhava com a hipótese de após a morte de Eduardo Campos ela poder chegar a atingir esse número no dia da eleição, como candidata direta à Presidência. Mas na primeira pesquisa ela já ultrapassou Aécio por 1%. Ela apresentou na pesquisa da Datafolha intenção de 21% contra 20% em Aécio e 36% em Dilma, segundo manchete do Jornal O Globo de 18/08/2014.
Acreditamos que a morte de Campos gerou uma forte e intensa propaganda de sua candidatura por inércia da vida e desenrolar dos fatos, de forma totalmente favorável à candidatura do PSB. Isso porque grande parte do eleitorado não conhecia Eduardo Campos. Nós já íamos votar nele e primeiro turno, essa era a opiniõa do Blog, como já comentado antes, mas muitas pessoas no Brasil não o conheciam.
Com sua morte, lamentavelmente para a vida e para o Páis pela perda de um grande político, o foco da mídia há dois meses da eleição ficou na vida política de Eduardo Campos. Tudo em horário nobre. Seus feitos, suas idéias. Foi a maior propaganda que nenhum candidato poderia obter de forma alguma. Naturalmente, sendo bom político há muito o que falar de bom dele. Mas mesmo seus erros nõa serão mencionados pela mídia ou mesmo pelos adversários eleitorais, pois isso seria indecoroso para qualquer brasileiro e tanto a mídia, como os adversários políticos que ousem falar mal de Eduardo terá sua imagem maculada gravemente.
Essa situação, naturalmente reverte muitíssimo favoravelmente à Marina. Se Eduardo éra excelente político e cidadão e familiar, quem está com ela não pode ser diferente. E Marina capta essa perspectiva comum do braileiro que não a conhece. Além disso, Marina já tem os votos daqueles que querem renovação na política. Ela não tem uma mácula política ou na vida pessoal; diferentemente de Dilma e Aécio, do PT e do PSDB. Ela, além de super ficha limpa, tem origem humilde e alfabetizou-se aos 17 anos por força de vontade própria. Tem vida política digna e densa e já foi Ministra do Meio-Ambiente no Governo Lula.
Além de ela atrair esses votos, se antes ela tinha votos prórpios, agora ainda tem os do PSB, PPS e dos partidos da base de aliança. Muitos opositores ao PT que não queriam que Marina fosse coadjuvante no Palácio, votariam em Aécio. Mas agora podem votar nela diretamente. E muitos que votariam nela, mas não querem projeto tão pró-mercado como o do PSDB e iam votar na Dilma, agora podem votar nela. Além disso, brasilerio é emotivo. Um traço forte e bonito nosso. E indecisos que souberam de Eduardo Campos e sua vida, agora poderão saber mais sobre Marina, em quem, para quem gosta de humildade, honestidade e renovação política, fica difícil de não votar.
Está aí. Se antes da morte de Eduardo Campos as chances de re-eleição da Dilma eram muito, mas muito grandes pelos enormes feitos dos três governos petistas, agora, com Marina candidata à Presidência, Dilma corre sério risco de embater com marina no segundo turno, momento em que quem vota em Aécio votará na oposição ao PT. Este número conjunto já está em 41%, considerando a transferência automática que nunca ocorre, contra 36% da Dilma.
Agora sim há disputa. Aécio parece que não irá ao segundo turno. E Marina parece ter reais condições de ser Presidente. O único problema para que se concretize essa projeção é o marketing eleitoral e o tempo desigual para os candidatos. O PT tem muito tempo. Aécio tem tempo razoável e Marina tem menos de dois minutos. Mas mesmo aí parece que houve uma intervenção superior de outro plano... e a candidatura do PSB iniciará o tempo de propaganda eleitoral. Ou seja, as pessoas ouvirão em primeira mão, fresquinhos, Marina. Depois os outros.
Não queríamos que a qualidade do debate subisse ao custo da vida de Eduardo Campos, mas sua morte pode ter sido decisiva no fim do projeto de re-eleição de Dilma e da eleição de Aécio. Impressionante. Acompanharemos.
p.s. de 19/08/2014 - As informações mais atuais e detalhadas da pesquisa da Datafolha aqui comentada dá conta de que no momento o crescimento de Marina Silva não se deu à custa de intenção de voto em Aécio ou Dilma, intenções estas que se mantiveram em mesmo nível nas duas pesquisas imediatamente anteriores à recente pesquisa após a morte de Eduardo Campos. Essa notícia também é interessante, pois demonstra que o eleitor está mais amadurecido. A tese de voto por mera comoção perde um pouco o fundamento, pois não mudaram as intenções em Aécio e Dilma somente pela morte de Eduardo. Pessoas que não votariam em Eduardo, seja de pequenos candidatos, seja do grupo de indecisos, nulos e brancos, encontraram em Marina uma melhor candidata para seus anseios. E o segundo turno com vitória de Marina, no caso de embate Marina x Dilma, e de Dilma no caso de embate entre Aécio e Dilma, deixa claro que aqueles que votam em Marina não compartilham do projeto do PSDB mais amigo do mercado e preferem Dilma, enquanto que os que votam em Aécio, como opositores ao PT e oposição consolidada ao governo, votam maciçamente em Marina, na falta de Aécio no segundo turno. Daí a diferença de resultado. Interessante, pois as lógicas ficam facilmente perceptíveis. O voto do brasileiro não é errático e diretamente dependente puramente de marketing eleitoral. Agora veremos o que a propaganda eleitoral pode fazer com esse quadro. Por enquanto, o Blog nota que o brasileiro apresenta uma tendência esquerdista progressista ou social democrata verdadeira, e não a que o PSDB, por exemplo, parece apresentar que é mais a mercado.
quinta-feira, 14 de agosto de 2014
Estouro da bolha imobiliária? Propaganda de Desconto de 500 mil reais em compra de imóvel e a bolha imobiliária em Agosto de2014
Senhoras e senhores, a empresa PDG anunciou em rede nacional de televisão, ontem e anteontem, dias 12 e 13 de agosto, que esse fim de semana, entre 17 e 18 de agosto de 2014, estará efetuando um desconto de até 500 mil reais em mais de 5 mil imóveis. Bem, desconto de 500 mil reais é desconto? Ou é correção de valores de imóveis?
Como a Rossi há menos de trinta dias já fez o mesmo, ou seja, promoção de 35% no valor de 2 mil de seus imóveis e considerando que já foi anaunciado no Jornal Nacional há menos de um mês que pessoas que compraram imóveis na planta e, ao verificarem que não conseguem vendê-los pelos preços que imaginavam, estão devolvendo esses imóveis para a construtora, admitindo devolução parcial daquilo que já pagaram, posso com uma razoável certeza informar que estamos em real início de correção de valores de imóveis, ou seja, início de estouro de bolha, que ainda não pode ser taxado assim pois ainda não ficou descontrolado e epidêmico.
Agora, desconto de 500 mil reais não cola pra ninguém.. rsrsrs isso é baixa de preço de imóvel que ocorreu como previmos, mas atrasou por três anos a correção, muito devido aos sequenciais aumentos de margem de empréstimo do FGTS para compra de moradia perpetuados pelo governo como forma de impedir mais queda de pib e de atividade econômica. Isso protegeu emprego e atividade econômica por um tempo, mas uma hora iria se esgotar quando se esgotasse a capacidade da sociedade brasileira em contrair empréstimo.
Para nós, configura-se mais e mais o início do estouro da bolha imobiliária. Esta, portanto, está apresentando-se no formato mais rápido das duas hipóteses, ou seja, correção em um ano, com queda de entre 30 a 50% do valor dos imóveis. Vemos o potencial de queda em torno de 50%, com base na previsão desse sobrepreço, segundo apontado por um parecer de consultoria americana neste sentido em abril de 2012, como já publicado no Blog.
A confirmar.
p.s.: A divulgação na televisão informava sobre descontos de até 500 mil reais em mais de 5 mil imóveis (incluindo Rio de Janeiro e Niterói). A propaganda no site da PDG informa promoção de até 560 mil reais, em dois mil imóveis no Estado de São Paulo. Acesse: http://www.pdg.com.br/
p.s. de 15/08/2014 - Importante salientar que o próprio Banco Central, no primeiro semestre de 2014, também fez estudo sobre impacto da queda dos valores dos imóveis a partir de julho de 2014. COncluiu que queda até 45% não exigirá ajuda aos bancosque entre 45% e 55% soa alarme e que a partir de 55% de correção de valores haveria uma desestabilização de operações bancárias relativas aos empréstimos imobiliários que exigirá intertvenção do BACEN. A mera existência desse estudo de impacto prova que o risco de estouro de bolha é real. Leia também http://www.perspectivacritica.com.br/2014/04/correcao-de-bolha-imobiliaria-no-brasil.html
p.s. de 18/08/2014 - Título corrigido. Onde se lia "agosto de 2104", corrigimos para "agosto de 2014". Ainda não possuímos a capacidade analítica para projetar a economia em 2104, mas gostaríamos muito.. rsrsrsrs Se projetar três meses à frente já dá problema!! Imagina 90 anoa à frente!ahauhauhauhau Esses erros de digitação às vezes são sugestivos e humoristas! Mas já foi corrigido.
p.s. 2 de 18/08/2014 - George Vidor, em sua coluna do Jornal O Globo, edição de 18/08/2014, na página 22, tratou do esvaziamneto de "Bolhinhas" na economia. Nõa falou de imóveis residenciais, mas falou, como exemplo, de aluguéis comercaiis. Veja o trecho: "Se há algo positivo nessa fase morna da economia brasileira é o esvaziamento de algumas pequenas “bolhas” que tinham se formado pela mistura de especulação com picos de demandas, a exemplo dos aluguéis comerciais." Ele não falou, mas para mim se referiu ao mercado imobiliário também. Ninguém pode falar pois é tema sensível, mas a correção já está ocorrendo. O termo esvaziamento da bolha não é errado também não. Afinal, nos EUA o estouro levou casas a serem vendidas por um dólar pelos bancos. Aqui a perda pode ser entre 30 e 50%. É muito diferente. Pode ser chamado de esvaziamento ou de estouro. Mas temos de esperar se dar de forma disseminada e grave em toda a economia para chamarmos de estouro. No aguardo.
Como a Rossi há menos de trinta dias já fez o mesmo, ou seja, promoção de 35% no valor de 2 mil de seus imóveis e considerando que já foi anaunciado no Jornal Nacional há menos de um mês que pessoas que compraram imóveis na planta e, ao verificarem que não conseguem vendê-los pelos preços que imaginavam, estão devolvendo esses imóveis para a construtora, admitindo devolução parcial daquilo que já pagaram, posso com uma razoável certeza informar que estamos em real início de correção de valores de imóveis, ou seja, início de estouro de bolha, que ainda não pode ser taxado assim pois ainda não ficou descontrolado e epidêmico.
Agora, desconto de 500 mil reais não cola pra ninguém.. rsrsrs isso é baixa de preço de imóvel que ocorreu como previmos, mas atrasou por três anos a correção, muito devido aos sequenciais aumentos de margem de empréstimo do FGTS para compra de moradia perpetuados pelo governo como forma de impedir mais queda de pib e de atividade econômica. Isso protegeu emprego e atividade econômica por um tempo, mas uma hora iria se esgotar quando se esgotasse a capacidade da sociedade brasileira em contrair empréstimo.
Para nós, configura-se mais e mais o início do estouro da bolha imobiliária. Esta, portanto, está apresentando-se no formato mais rápido das duas hipóteses, ou seja, correção em um ano, com queda de entre 30 a 50% do valor dos imóveis. Vemos o potencial de queda em torno de 50%, com base na previsão desse sobrepreço, segundo apontado por um parecer de consultoria americana neste sentido em abril de 2012, como já publicado no Blog.
A confirmar.
p.s.: A divulgação na televisão informava sobre descontos de até 500 mil reais em mais de 5 mil imóveis (incluindo Rio de Janeiro e Niterói). A propaganda no site da PDG informa promoção de até 560 mil reais, em dois mil imóveis no Estado de São Paulo. Acesse: http://www.pdg.com.br/
p.s. de 15/08/2014 - Importante salientar que o próprio Banco Central, no primeiro semestre de 2014, também fez estudo sobre impacto da queda dos valores dos imóveis a partir de julho de 2014. COncluiu que queda até 45% não exigirá ajuda aos bancosque entre 45% e 55% soa alarme e que a partir de 55% de correção de valores haveria uma desestabilização de operações bancárias relativas aos empréstimos imobiliários que exigirá intertvenção do BACEN. A mera existência desse estudo de impacto prova que o risco de estouro de bolha é real. Leia também http://www.perspectivacritica.com.br/2014/04/correcao-de-bolha-imobiliaria-no-brasil.html
p.s. de 18/08/2014 - Título corrigido. Onde se lia "agosto de 2104", corrigimos para "agosto de 2014". Ainda não possuímos a capacidade analítica para projetar a economia em 2104, mas gostaríamos muito.. rsrsrsrs Se projetar três meses à frente já dá problema!! Imagina 90 anoa à frente!ahauhauhauhau Esses erros de digitação às vezes são sugestivos e humoristas! Mas já foi corrigido.
p.s. 2 de 18/08/2014 - George Vidor, em sua coluna do Jornal O Globo, edição de 18/08/2014, na página 22, tratou do esvaziamneto de "Bolhinhas" na economia. Nõa falou de imóveis residenciais, mas falou, como exemplo, de aluguéis comercaiis. Veja o trecho: "Se há algo positivo nessa fase morna da economia brasileira é o esvaziamento de algumas pequenas “bolhas” que tinham se formado pela mistura de especulação com picos de demandas, a exemplo dos aluguéis comerciais." Ele não falou, mas para mim se referiu ao mercado imobiliário também. Ninguém pode falar pois é tema sensível, mas a correção já está ocorrendo. O termo esvaziamento da bolha não é errado também não. Afinal, nos EUA o estouro levou casas a serem vendidas por um dólar pelos bancos. Aqui a perda pode ser entre 30 e 50%. É muito diferente. Pode ser chamado de esvaziamento ou de estouro. Mas temos de esperar se dar de forma disseminada e grave em toda a economia para chamarmos de estouro. No aguardo.
terça-feira, 12 de agosto de 2014
Aloprados e alteração de perfis de jornalistas do Globo: A posição do Blog Perspectiva Crítica
Esse Blog repudia veementemente as agressões sofridas pelos jornalistas Míriam Leitão, Carlos Sardenberg e Merval Pereira por quem quer que seja em seus perfis no Wikipédia ou seja lá em que outro e qualquer sítio eletrônico isso possa ter ocorrido.
Aparentemente todos os casos, como se tratam de jornalistas enfileirados contra a política econômica e contra o governo, diferentemente de outros jornalistas e analistas, inclusive da mesma empresa, estão sendo imputados a atos de governo, sendo que as duas recentes ilicitudes desta natureza, esta alteração e difamação em perfis pessoais de acesso público, tiveram o rastreamento do IP do computador responsável pelas alterações apontando a sua localização no Palácio do Planalto. Fato gravíssimo.
Se for verdade e comprovado que o ato foi do governo, com sua ciência e autorização, senhores, aí o caso é gravíssimo e o cúmulo do ataque à democracia, dentre alguns outros casos de descaso com a democracia que o governo já efetuou (cerceamenbto do Judiciário em gerir seu orçamento constitucinal, sugestão de dívidas judiciais declaradas contra a União e estatais e autarquias federais serem pagas com orçamento do Judiciário, o recente Decreto n.º 8243/2014, dentre outros mais efetuados e encabeçados pelo partido dos Trabalhadores do que pelo governo, como no caso da Lei da Mordaça ao MP).
Ataques contra a democracia são todos graves. Ataque às pessooas dos jornalistas que criticam o governo são inadmissíveis. Eu compartilho a crença de que a mídia poderia, com todo direito, propriedade e legitimidade, insistir na investigação desse caso em que o IP da máquina que efetuou a alteração de perfis de Míriam e Sardenberg foi localizado no Planalto. O Ministério Público Federal e a Polícia Federal têm que dar satisfação. Inclusive a Segurança da Presidência da República. O que a Segurança da Presidência da República e a Abin têm a dizer do mal uso do tráfego de internet no Planalto?!?! Essas são as perguntas corretas dirigidas às pessoas responsáveis.
Não fazer esse tipo de pergunta como fazemos agora é querer reclamar de algo grave sem bater cirurgicamente no calo da questão e dar margem a que o governo diga que o "wi-fi do planalto pode ser acessado por qualquer um", como fez, e dizer que o governo não teve ciência ou participação no que ocorreu. Fica aqui nossa contribuição republicana e democrática, pois a democracia e a inviolabidade da imagem dos jornalistas, inclusive de todos os bloggeiros do País são bens invioláveis.
Hoje o Blog apóia um projeto de governo, econômico e social que tende à esquerda, à social-democracia em estilo europeu e nórdico, ao nosso ver. Mas o fato de não estarmos hoje contra o governo, a não ser nos pontos já explicitados várias vezes, não significa que admitamos que jornalistas opositores do governo sofram persequição de qualquer tipo. O jornalista circula informação. Se você não gosta dela, leia outro veículo, prestigie outra empresa jornalística e discuta o seu teor. Crie um Blog e critique o conteúndo das publicações você mesmo! Mas nunca, em hipótese alguma qualquer cidadão pode atacar um jornalista ou sua imagem pessoal e, pior, mudar seu perfil público na internet. Isso é ridículo.
Os principais suspeitos são o governo, sim. Mas suspeita não é prova. Miriam, Sardenberg e Merval, estejam apoiados pelo Blog perspectiva Crítica neste caso absurdo, mas usem suas possibilidades para pressionar a Segurança do Planalto e a Abin, além da Polícia Federal e o Ministério Público Federal para que esse caso recente seja desvendado. Se o culpado for o governo, será bem mais difícil, senão impossível para cidadãos que amam e defendem a democracia votar nele. Será o Dilmagate!! Mas por enquanto, vejo fumaça grave e presume-se inocência de quem quer que seja.
Lembro-me que enquanto no PSDB não havia sido definido quem seria o candidato à Presidência do PSDB no pleito de 2006, houve uma violação de sigilo fiscal do principal candidato a candidato, Serra. Acusou-se o PT, sob a alegação de que estava agindo para acabar com um opositor... mas as investigações da Polícia Federal demonstraram, segundo publicação na Carta Capital (é claro que não seria publicado no Globo), que tudo indicava, ou muitos indícios indicavam no inquériuto policial, para correligionários da pré-candidatura de Aécio Neves para enfraquecer seu opositor e sagrar-se o candidato do PSDB à Presidência da República daquele pleito, sem restar certo que Aécio sabia de tais atos ou se com eles concordou; portanto, também inocente até aqui.
Então.. o IP foi localizado no planalto, mas para lá acorrem muitos políticos e funcionários de diversas matizes além de pessoas da área privada e também funcionários de outros países. A suspeita é clara contra o governo, da qual também compartilho, mas creio que seja possível confirmar a suspeita ou se encontrar mais provas de quem fez o ato. Desejamos o esclarecimento da questão. Apoiamos incondicionlamente os jornalistas agredidos e exigimos que a própria Dilma incite a Segurança da Presidência para investigar e resolver a questão.
Aparentemente todos os casos, como se tratam de jornalistas enfileirados contra a política econômica e contra o governo, diferentemente de outros jornalistas e analistas, inclusive da mesma empresa, estão sendo imputados a atos de governo, sendo que as duas recentes ilicitudes desta natureza, esta alteração e difamação em perfis pessoais de acesso público, tiveram o rastreamento do IP do computador responsável pelas alterações apontando a sua localização no Palácio do Planalto. Fato gravíssimo.
Se for verdade e comprovado que o ato foi do governo, com sua ciência e autorização, senhores, aí o caso é gravíssimo e o cúmulo do ataque à democracia, dentre alguns outros casos de descaso com a democracia que o governo já efetuou (cerceamenbto do Judiciário em gerir seu orçamento constitucinal, sugestão de dívidas judiciais declaradas contra a União e estatais e autarquias federais serem pagas com orçamento do Judiciário, o recente Decreto n.º 8243/2014, dentre outros mais efetuados e encabeçados pelo partido dos Trabalhadores do que pelo governo, como no caso da Lei da Mordaça ao MP).
Ataques contra a democracia são todos graves. Ataque às pessooas dos jornalistas que criticam o governo são inadmissíveis. Eu compartilho a crença de que a mídia poderia, com todo direito, propriedade e legitimidade, insistir na investigação desse caso em que o IP da máquina que efetuou a alteração de perfis de Míriam e Sardenberg foi localizado no Planalto. O Ministério Público Federal e a Polícia Federal têm que dar satisfação. Inclusive a Segurança da Presidência da República. O que a Segurança da Presidência da República e a Abin têm a dizer do mal uso do tráfego de internet no Planalto?!?! Essas são as perguntas corretas dirigidas às pessoas responsáveis.
Não fazer esse tipo de pergunta como fazemos agora é querer reclamar de algo grave sem bater cirurgicamente no calo da questão e dar margem a que o governo diga que o "wi-fi do planalto pode ser acessado por qualquer um", como fez, e dizer que o governo não teve ciência ou participação no que ocorreu. Fica aqui nossa contribuição republicana e democrática, pois a democracia e a inviolabidade da imagem dos jornalistas, inclusive de todos os bloggeiros do País são bens invioláveis.
Hoje o Blog apóia um projeto de governo, econômico e social que tende à esquerda, à social-democracia em estilo europeu e nórdico, ao nosso ver. Mas o fato de não estarmos hoje contra o governo, a não ser nos pontos já explicitados várias vezes, não significa que admitamos que jornalistas opositores do governo sofram persequição de qualquer tipo. O jornalista circula informação. Se você não gosta dela, leia outro veículo, prestigie outra empresa jornalística e discuta o seu teor. Crie um Blog e critique o conteúndo das publicações você mesmo! Mas nunca, em hipótese alguma qualquer cidadão pode atacar um jornalista ou sua imagem pessoal e, pior, mudar seu perfil público na internet. Isso é ridículo.
Os principais suspeitos são o governo, sim. Mas suspeita não é prova. Miriam, Sardenberg e Merval, estejam apoiados pelo Blog perspectiva Crítica neste caso absurdo, mas usem suas possibilidades para pressionar a Segurança do Planalto e a Abin, além da Polícia Federal e o Ministério Público Federal para que esse caso recente seja desvendado. Se o culpado for o governo, será bem mais difícil, senão impossível para cidadãos que amam e defendem a democracia votar nele. Será o Dilmagate!! Mas por enquanto, vejo fumaça grave e presume-se inocência de quem quer que seja.
Lembro-me que enquanto no PSDB não havia sido definido quem seria o candidato à Presidência do PSDB no pleito de 2006, houve uma violação de sigilo fiscal do principal candidato a candidato, Serra. Acusou-se o PT, sob a alegação de que estava agindo para acabar com um opositor... mas as investigações da Polícia Federal demonstraram, segundo publicação na Carta Capital (é claro que não seria publicado no Globo), que tudo indicava, ou muitos indícios indicavam no inquériuto policial, para correligionários da pré-candidatura de Aécio Neves para enfraquecer seu opositor e sagrar-se o candidato do PSDB à Presidência da República daquele pleito, sem restar certo que Aécio sabia de tais atos ou se com eles concordou; portanto, também inocente até aqui.
Então.. o IP foi localizado no planalto, mas para lá acorrem muitos políticos e funcionários de diversas matizes além de pessoas da área privada e também funcionários de outros países. A suspeita é clara contra o governo, da qual também compartilho, mas creio que seja possível confirmar a suspeita ou se encontrar mais provas de quem fez o ato. Desejamos o esclarecimento da questão. Apoiamos incondicionlamente os jornalistas agredidos e exigimos que a própria Dilma incite a Segurança da Presidência para investigar e resolver a questão.
segunda-feira, 11 de agosto de 2014
Garantia de investimentos x soberania - Argentina e Abutres - uma posição crítica sobre a grave questão internacional
Há um grande questionamento nesta discussão que envolve o direito de investidores em títulos da dívida de um país receberem seus dividendos, mediante os riscos da operação, e o direito de um país endividado escolher pagar ou não sua dívida, mediante os riscos desta atitude. Veja uma decisão da Jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça sobre caso assemelhado, mas não idêntico:
"STJ - RECURSO ORDINARIO RO 6 RJ 1997/0088768-5 (STJ)
Ou seja, a imunidade absoluta de jurisdição do Estado Estrangeiro está afastada quando o ato do Estado for uma ato de gestão e não um ato de exercício de soberania. Atos de gestão são contratações em geral, contratos de natureza civil e trabalhista, por exemplo. Assim, o empréstimo efetuado pela Argentina, através da tomada de valores por venda de títulos da dívida da Argentina é uma ato de gestão ou, essencial que é para a garantia da normalidade das finanças públicas, seria um ato de império?
Aparentemente é ato de gestão. Mas assim como administração de armas, a dívida pública tem repercussão grave e direta sobre o modo de vida de um povo, sobre a normalidade da vida de um país, sobre os rumos inclusive da política interna e externa... assim, poderiam sustentar que administração de dívida pública e o ato de pagar ou não um credor estrangeiro poderia ser considerado um ato de soberania.
Nessas horas é importante te em mente um aforisma de San Thiago Dantas (ou era de Clóvis Beviláqua?) que dizia o seguinte: "ao aplicar o direito, primeiramente vejo o que é justo, depois procuro o respaldo da lei". Outro que aprendi era "para aplicar bem o direito, simplifique". Complicar é o melhor meio para confundir e, na confusão, apresentar qualquer argumento para sustentar qualquer coisa.. afinal, você desnorteou o interlocutor que agora fica carente de qualquer norte que você lhe dê. O sofisma é isso, no fundo. Você desestrutura a compreensão sobre algo e em seguida apresenta uma lógica sobre novas premissas apresentadas que fazem sua conclusão sem fundamento principiológico forte ter a aparência de que é sustentável e válido.
Assim, observem, a decisão do Juiz americano é gravíssima. Um país está sendo colocado de joelhos por conta de contratos assinados (títulos da dívida argentina). Isso é razoável? O argumento é que se tomou emprestado tem que pagar. Isso é lógico e simples. Entretanto, e onde fica o risco do negócio de investimento em dívida soberana? Acabou? Os investidores cobraram juros pelo risco de pagamento. Risco pressupõe a possibilidade de perda. Ou não?
Por outro lado, a execução e observação integral dos direitos remuneratórios dos fundos abutres, que são meramente fundos de investimento, resulta na inviabilidade orçamentária de um país, ou uma grande dificuldade para a manutenção da vida interna desse país, como pagamento de funcionários, manutenção de serviços públicos de saúde, transportes, educação.. isso é razoável? Seria razoável, por exemplo, acabar com tudo isso e vender todo o patrimônio do Estado? Passar todo o serviço público para a administração e execução da área privada através de concessões? Todo esse esforço, violando opções internas sobre como deva ser o Estado argentino (com educação pública e gratuita, com saúde pública, com previdência social.. etc.. para milhões de argentinos), somente para garantir o retorno do investimento em dívida pública para um punhado de investidores?
O que eu vejo é que, mesmo que tais documentos (títulos da dívida argentina) admitam a renúncia da imunidade de jurisdição, e mesmo que tenham eleito o Fórum da Justiça Americana para decidir sobre questões em torno das normas que regem os contratos em questão (títulos da dívida argentina), o potencial destruidor destes títulos, no caso concreto, sobre as finanças públicas deve garantir a imunidade de um país em relação a tais cláusulas.
Moratória, como ocorreu com o Brasil em 1989, como ocorreu com México e Rússia nos anos 90, e agora como ocorre com a Argentina é ato de império que se sobrepõe à inicial aparência de ato de gestão por tomada de empréstimo de valores da sociedade e de estrangeiros. Há consequências da moratória? Há consequências de se querer fazer acordo que altere valores e formas de pagamento da dívida soberana? Há. E são negativas.
O país que não honra sua dívida, vê o mercado aumentar juros para futuras tomadas de empréstimo. Isso é grande pena/punição, pois prejudica o acesso ao mercado de capitais e, no caso da Argentina, ela estava até mesmo alijada do mercado internacional. Caberá ao povo eleger outras pessoas que dêem outro caminho à política de governo; ou chancelar, em tal momento excepcional de sua história, a moratória e conviver com as dificuldades que este ato cria ao país. Mas a decisão deve ser política do povo e do governo desse país, de forma soberana, pois mexe com a vida que decidiram viver.
Já houve época em que a dívida de um pequeno país da América do Sul com os EUA, por não ter sido paga em dia, gerou a invasão do País e a tomada de valores nos cofres públicos daquele país, pelos militares americanos, no início do século XX, segundo me contou um antigo Comandante de Regimento de Elite no Rio de Janeiro. Hoje, não admitimos (a comunidade internacional) mais que a cobrança de dívidas soberanas ocorram via militar. Mas também não devemos permitir que essa cobrança se dê de forma imediata através de juízes, ainda mais estrangeiros.
Um juiz não pode ter o poder de condenar um país à bancarrota e de inclusive sequestrar bens públicos desse país, como foi feito pelo Juiz americano (* ver p.s. 2 de 12/08/2014). O dinheiro público é de todos os habitantes daquele país, representados, mal ou bem, pelo seu governo. Esse argumento não serve para ditaduras, a princípio, mas países democráticos devem ter gerência absoluta sobre o destino do dinheiro público, segundo seus interesses, ainda que em prejuízo de alguns contratos e de alguns investidores que assumiram riscos e por estes riscos taxaram e receberam, ainda que por um tempo, altos juros.
A questão é gravíssima pois acaba com a possibilidade de um país se organizar internamente, enquanto deixa para eventualmente (e sempre ocorreu) quitar as dívidas a posteriori, quando sua situação se normalizar. A decisão cria instabilidade para a gerência de países. Cria dilemas sobre os atos de investimentos, tomadas de empréstimos no mercado internacional, principalmente com Fórum de Solução de Litígios nos EUA, e inclusive gera uma aberração jurídica, pois o pressuposto da decisão judicial, como ato de Estado, é que ela possa ser cumprida. Como pode o Estado Americano cumprir atos contra o governo Argentino por ordem Judicial, no caso de tal ato atentar contra a soberania da Argentina.
Não estamos falando do pagamento de dívida trabalhista ou de imposto de propriedade territorial urbana (IPTU) de Consulado, mas de impedir o gerenciamento da dívida pública de um país e decretar fim de valores para este pagar médicos, professores, policiais.... No caso, a quantidade de dinheiro altera a qualidade do ato de Estado. Quem é pego com 10 gramas de cocaína é usuário, com 100 gramas é traficante. Quem explode um coquetel molotov no carro da polícia não pode ser considerado, por si só, terrorista, mas quem explode um caminhão de explosivos e destrói um prédio do governo pode. Um juiz condenar o Estado estrangeiro a pagar dívida trabalhista, conta de luz de consulado ou IPTU pode.. mas condenar a priorizar o pagamento de uns investidores em títulos de dívida pública prejudicando todo um acordo já feito com 91% dos investidores que aceitaram ganhar menos, inviabilizando as finanças públicas do País? Isso é inadmissível.
Fica aqui nossa posição sobre essa complexa questão. O Juiz americano deveria, na hipótese, ter sustentado a imunidade de jurisdição do Estado Argentino, já que a grandiosidade dos reflexos do pedido dos investidores evidencia que o "calote" foi um ato de império, derivado da soberania argentina. Fico impressionado como os argentinos não recorrem para reverter isso no Tribunal Constitucional americano e ficaria mais ainda se o argumento não fosse admitido pela mais alta Corte dos EUA.
Do jeito que está, está declarada a prevalência de bancos sobre países, de contratos sobre a soberania, da garantia de investimentos sobre a garantia da continuidade da prestação de serviços públicos à população de um país. Parece piada. Mas não é.
p.s. de 12/08/2014 - texto revisado e ampliado.
p.s. 2 de 12/08/2014 - Juízes americanos já foram notícia outras vezes por decisões polêmicas e aberrantes. O último de que me lembro foi o de um juiz que manteve a decretação de morte civil de um cidadão que estava sumido mas reapareceu vários anos depois. Como se passaram anos, o juiz admitiu a prescrição do direito de pedir alteração da decretação de morte civil. A própria esposa não tinha interesse na reversão da decisão judicial, pois estava recebendo pensão por morte. E, fantástico como é esse país, assim ficou a situação. O primeiro morto-vivo oficial do mundo!! AUAHAUHAUHAUHAA Esses EUA são demais! Acessem a fonte da notícia em http://noticias.r7.com/esquisitices/voce-esta-morto-decreta-juiz-para-homem-vivo-10102013 e acostumem-se com as fantásticas decisões dos juízes norte-americanos.
p.s. de 22/08/2014 - texto revisto.
"STJ - RECURSO ORDINARIO RO 6 RJ 1997/0088768-5 (STJ)
Data de publicação: 10/05/1999
Ementa: DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO - IMUNIDADE DE JURISDIÇÃO DO ESTADOESTRANGEIRO - EVOLUÇÃO DA IMUNIDADE ABSOLUTA PARA A IMUNIDADE RELATIVA - ATOS DE GESTÃO - AQUISIÇÃO E UTILIZAÇÃO DE IMÓVEL - IMPOSTOS E TAXAS COBRADAS EM DECORRÊNCIA DE SERVIÇOS PRESTADOS PELO ESTADO ACREDITANTE. Agindo o agente diplomático como órgão representante do Estado Estrangeiro, a responsabilidade é deste e não do diplomata. A imunidade absoluta de jurisdição do Estado Estrangeiro só foi admitida até o século passado. Modernamente se tem reconhecido a imunidade ao Estado Estrangeiro nos atos de império, submetendo-se à jurisdição estrangeira quando pratica atos de gestão. O Estado pratica ato "jure gestiones" quando adquire bens imóveis ou móveis. O Egrégio Supremo Tribunal Federal, mudando de entendimento, passou a sustentar a imunidade relativa. Também o Colendo Superior Tribunal de Justiça afasta a imunidade absoluta, adotando a imunidade relativa do EstadoEstrangeiro. Não se pode alegar imunidade absoluta de soberania para não pagar impostos e taxas cobrados em decorrência de serviços específicos prestados ao Estado Estrangeiro. Recurso provido.
Encontrado em: SOBRE A IMUNIDADE JURISDICIONAL DOS ESTADOS, RDP Nº 22, P. 10/21.. HAROLDO VALADÃODIREITO INTERNACIONAL..."Ou seja, a imunidade absoluta de jurisdição do Estado Estrangeiro está afastada quando o ato do Estado for uma ato de gestão e não um ato de exercício de soberania. Atos de gestão são contratações em geral, contratos de natureza civil e trabalhista, por exemplo. Assim, o empréstimo efetuado pela Argentina, através da tomada de valores por venda de títulos da dívida da Argentina é uma ato de gestão ou, essencial que é para a garantia da normalidade das finanças públicas, seria um ato de império?
Aparentemente é ato de gestão. Mas assim como administração de armas, a dívida pública tem repercussão grave e direta sobre o modo de vida de um povo, sobre a normalidade da vida de um país, sobre os rumos inclusive da política interna e externa... assim, poderiam sustentar que administração de dívida pública e o ato de pagar ou não um credor estrangeiro poderia ser considerado um ato de soberania.
Nessas horas é importante te em mente um aforisma de San Thiago Dantas (ou era de Clóvis Beviláqua?) que dizia o seguinte: "ao aplicar o direito, primeiramente vejo o que é justo, depois procuro o respaldo da lei". Outro que aprendi era "para aplicar bem o direito, simplifique". Complicar é o melhor meio para confundir e, na confusão, apresentar qualquer argumento para sustentar qualquer coisa.. afinal, você desnorteou o interlocutor que agora fica carente de qualquer norte que você lhe dê. O sofisma é isso, no fundo. Você desestrutura a compreensão sobre algo e em seguida apresenta uma lógica sobre novas premissas apresentadas que fazem sua conclusão sem fundamento principiológico forte ter a aparência de que é sustentável e válido.
Assim, observem, a decisão do Juiz americano é gravíssima. Um país está sendo colocado de joelhos por conta de contratos assinados (títulos da dívida argentina). Isso é razoável? O argumento é que se tomou emprestado tem que pagar. Isso é lógico e simples. Entretanto, e onde fica o risco do negócio de investimento em dívida soberana? Acabou? Os investidores cobraram juros pelo risco de pagamento. Risco pressupõe a possibilidade de perda. Ou não?
Por outro lado, a execução e observação integral dos direitos remuneratórios dos fundos abutres, que são meramente fundos de investimento, resulta na inviabilidade orçamentária de um país, ou uma grande dificuldade para a manutenção da vida interna desse país, como pagamento de funcionários, manutenção de serviços públicos de saúde, transportes, educação.. isso é razoável? Seria razoável, por exemplo, acabar com tudo isso e vender todo o patrimônio do Estado? Passar todo o serviço público para a administração e execução da área privada através de concessões? Todo esse esforço, violando opções internas sobre como deva ser o Estado argentino (com educação pública e gratuita, com saúde pública, com previdência social.. etc.. para milhões de argentinos), somente para garantir o retorno do investimento em dívida pública para um punhado de investidores?
O que eu vejo é que, mesmo que tais documentos (títulos da dívida argentina) admitam a renúncia da imunidade de jurisdição, e mesmo que tenham eleito o Fórum da Justiça Americana para decidir sobre questões em torno das normas que regem os contratos em questão (títulos da dívida argentina), o potencial destruidor destes títulos, no caso concreto, sobre as finanças públicas deve garantir a imunidade de um país em relação a tais cláusulas.
Moratória, como ocorreu com o Brasil em 1989, como ocorreu com México e Rússia nos anos 90, e agora como ocorre com a Argentina é ato de império que se sobrepõe à inicial aparência de ato de gestão por tomada de empréstimo de valores da sociedade e de estrangeiros. Há consequências da moratória? Há consequências de se querer fazer acordo que altere valores e formas de pagamento da dívida soberana? Há. E são negativas.
O país que não honra sua dívida, vê o mercado aumentar juros para futuras tomadas de empréstimo. Isso é grande pena/punição, pois prejudica o acesso ao mercado de capitais e, no caso da Argentina, ela estava até mesmo alijada do mercado internacional. Caberá ao povo eleger outras pessoas que dêem outro caminho à política de governo; ou chancelar, em tal momento excepcional de sua história, a moratória e conviver com as dificuldades que este ato cria ao país. Mas a decisão deve ser política do povo e do governo desse país, de forma soberana, pois mexe com a vida que decidiram viver.
Já houve época em que a dívida de um pequeno país da América do Sul com os EUA, por não ter sido paga em dia, gerou a invasão do País e a tomada de valores nos cofres públicos daquele país, pelos militares americanos, no início do século XX, segundo me contou um antigo Comandante de Regimento de Elite no Rio de Janeiro. Hoje, não admitimos (a comunidade internacional) mais que a cobrança de dívidas soberanas ocorram via militar. Mas também não devemos permitir que essa cobrança se dê de forma imediata através de juízes, ainda mais estrangeiros.
Um juiz não pode ter o poder de condenar um país à bancarrota e de inclusive sequestrar bens públicos desse país, como foi feito pelo Juiz americano (* ver p.s. 2 de 12/08/2014). O dinheiro público é de todos os habitantes daquele país, representados, mal ou bem, pelo seu governo. Esse argumento não serve para ditaduras, a princípio, mas países democráticos devem ter gerência absoluta sobre o destino do dinheiro público, segundo seus interesses, ainda que em prejuízo de alguns contratos e de alguns investidores que assumiram riscos e por estes riscos taxaram e receberam, ainda que por um tempo, altos juros.
A questão é gravíssima pois acaba com a possibilidade de um país se organizar internamente, enquanto deixa para eventualmente (e sempre ocorreu) quitar as dívidas a posteriori, quando sua situação se normalizar. A decisão cria instabilidade para a gerência de países. Cria dilemas sobre os atos de investimentos, tomadas de empréstimos no mercado internacional, principalmente com Fórum de Solução de Litígios nos EUA, e inclusive gera uma aberração jurídica, pois o pressuposto da decisão judicial, como ato de Estado, é que ela possa ser cumprida. Como pode o Estado Americano cumprir atos contra o governo Argentino por ordem Judicial, no caso de tal ato atentar contra a soberania da Argentina.
Não estamos falando do pagamento de dívida trabalhista ou de imposto de propriedade territorial urbana (IPTU) de Consulado, mas de impedir o gerenciamento da dívida pública de um país e decretar fim de valores para este pagar médicos, professores, policiais.... No caso, a quantidade de dinheiro altera a qualidade do ato de Estado. Quem é pego com 10 gramas de cocaína é usuário, com 100 gramas é traficante. Quem explode um coquetel molotov no carro da polícia não pode ser considerado, por si só, terrorista, mas quem explode um caminhão de explosivos e destrói um prédio do governo pode. Um juiz condenar o Estado estrangeiro a pagar dívida trabalhista, conta de luz de consulado ou IPTU pode.. mas condenar a priorizar o pagamento de uns investidores em títulos de dívida pública prejudicando todo um acordo já feito com 91% dos investidores que aceitaram ganhar menos, inviabilizando as finanças públicas do País? Isso é inadmissível.
Fica aqui nossa posição sobre essa complexa questão. O Juiz americano deveria, na hipótese, ter sustentado a imunidade de jurisdição do Estado Argentino, já que a grandiosidade dos reflexos do pedido dos investidores evidencia que o "calote" foi um ato de império, derivado da soberania argentina. Fico impressionado como os argentinos não recorrem para reverter isso no Tribunal Constitucional americano e ficaria mais ainda se o argumento não fosse admitido pela mais alta Corte dos EUA.
Do jeito que está, está declarada a prevalência de bancos sobre países, de contratos sobre a soberania, da garantia de investimentos sobre a garantia da continuidade da prestação de serviços públicos à população de um país. Parece piada. Mas não é.
p.s. de 12/08/2014 - texto revisado e ampliado.
p.s. 2 de 12/08/2014 - Juízes americanos já foram notícia outras vezes por decisões polêmicas e aberrantes. O último de que me lembro foi o de um juiz que manteve a decretação de morte civil de um cidadão que estava sumido mas reapareceu vários anos depois. Como se passaram anos, o juiz admitiu a prescrição do direito de pedir alteração da decretação de morte civil. A própria esposa não tinha interesse na reversão da decisão judicial, pois estava recebendo pensão por morte. E, fantástico como é esse país, assim ficou a situação. O primeiro morto-vivo oficial do mundo!! AUAHAUHAUHAUHAA Esses EUA são demais! Acessem a fonte da notícia em http://noticias.r7.com/esquisitices/voce-esta-morto-decreta-juiz-para-homem-vivo-10102013 e acostumem-se com as fantásticas decisões dos juízes norte-americanos.
p.s. de 22/08/2014 - texto revisto.
quinta-feira, 7 de agosto de 2014
Administração Privada desvia R$190 milhões do Fundo de Previdência Postalis dos Correios do Brasil
Para os amantes da eficiência da área privada.. rsrsrs, está aí uma amarga notícia: Administração Privada do Fundo de Previdência dos Correios, o 14º maior fundo de previdência do Brasil, gerou prejuízo de 190 milhões de reais, que o Postalis tentará reaver na Justiça americana.
A notícia já tinha sido publicada no Jornal do Commercio e agora é ventilada no Jornal O Globo de 07/08/2014, na página 27, sob o título "Postalis tem perda com calote argentino". Lendo o título, você tem a impressão que a culpa é da Argentina.. rsrsrs ou do juiz americano que prejudica a liberdade do país da Argentina em pagar a quem quiser suas dívidas, nos termos de acordos realizados entre eles e seus credores.
Mas a verdade é que, lendo o artigo, você percebe que a notícia é de que a administração do fundo de previdência de milhares de carteiros de todo o País foi mal gerida e gerida contra regras estatutárias pela empresa privada Atlântica Administração de Recursos, que fez investimentos de risco com dinheiro do Fundo Postalis, dentre eles, o investimento em títulos da dívida Argentina. E depois o fundo foi passado a um banco americano Bank of New York Mellon, que apresentou a conta do prejuízo ao Postalis.
Mas esse tipo de prejuízo você não vê noticiado pelo FUNCEF (fundo de previdência da Caixa Econômica Federal), nem pela Previ (fundo de previdência do Banco do Brasil), o maior do país. Isso também não ocorre com os demais grandes fundos de estatais. Esses fundos são geridos por funcionários públicos destas mesmas estatais, ou sob sua supervisão. A administração dos valores do INSS, dos valores de toda a previdÊncia social, feita por servidores públicos, também nunca noticiou prejuízos.
Fica aqui mais um exemplo do risco que é entregar à administração privada, sedenta por lucros a qualquer custo, determinados negócios que tenham grande impacto social. Fica caído por terra, ao lado de vários outros exemplos, como bueiros explodindo da Light, falta de investimentos em trens e metrôs pela Supervia, desmontagem de linhas ferroviárias privatizadas da RFFSA, e a própria crise internacional financeira de 2008 com reflexos até hoje, derivada de desregulamentação de mercado e atuação irresponsável de instituições financeiras internacionais, o mito de super eficiência da área privada para tudo.
A área privada é importante. A área pública também. E a cada um destes temos de garantir seus espaços de atuação, esperando que o mix desta distribuição gere o melhor da eficiência em todos os setores da economia e da sociedade. Esta é nossa postura.
p.s. de 12/08/2014 - texto revisado.
A notícia já tinha sido publicada no Jornal do Commercio e agora é ventilada no Jornal O Globo de 07/08/2014, na página 27, sob o título "Postalis tem perda com calote argentino". Lendo o título, você tem a impressão que a culpa é da Argentina.. rsrsrs ou do juiz americano que prejudica a liberdade do país da Argentina em pagar a quem quiser suas dívidas, nos termos de acordos realizados entre eles e seus credores.
Mas a verdade é que, lendo o artigo, você percebe que a notícia é de que a administração do fundo de previdência de milhares de carteiros de todo o País foi mal gerida e gerida contra regras estatutárias pela empresa privada Atlântica Administração de Recursos, que fez investimentos de risco com dinheiro do Fundo Postalis, dentre eles, o investimento em títulos da dívida Argentina. E depois o fundo foi passado a um banco americano Bank of New York Mellon, que apresentou a conta do prejuízo ao Postalis.
Mas esse tipo de prejuízo você não vê noticiado pelo FUNCEF (fundo de previdência da Caixa Econômica Federal), nem pela Previ (fundo de previdência do Banco do Brasil), o maior do país. Isso também não ocorre com os demais grandes fundos de estatais. Esses fundos são geridos por funcionários públicos destas mesmas estatais, ou sob sua supervisão. A administração dos valores do INSS, dos valores de toda a previdÊncia social, feita por servidores públicos, também nunca noticiou prejuízos.
Fica aqui mais um exemplo do risco que é entregar à administração privada, sedenta por lucros a qualquer custo, determinados negócios que tenham grande impacto social. Fica caído por terra, ao lado de vários outros exemplos, como bueiros explodindo da Light, falta de investimentos em trens e metrôs pela Supervia, desmontagem de linhas ferroviárias privatizadas da RFFSA, e a própria crise internacional financeira de 2008 com reflexos até hoje, derivada de desregulamentação de mercado e atuação irresponsável de instituições financeiras internacionais, o mito de super eficiência da área privada para tudo.
A área privada é importante. A área pública também. E a cada um destes temos de garantir seus espaços de atuação, esperando que o mix desta distribuição gere o melhor da eficiência em todos os setores da economia e da sociedade. Esta é nossa postura.
p.s. de 12/08/2014 - texto revisado.
sexta-feira, 1 de agosto de 2014
Crítica ao artigo "Setor Público ignora conjuntura econômica", publicado como opinião da Edição do Jornal O Globo
Há grande publicação na grande mídia sobre a "deterioração das contas públicas". E há a tentativa de colar esse fato à idéia de "incompetência do governo na condução da política econômica". O que realmente ocorre? Há incompetência na condução da política econômica? Em que consiste a "deterioração das contas públicas".
Veja. A publicação da Opinião do Jornal O Globo sob o título "Setor público ignora a conjuntura econômica" é mais um de vários artigos publicados no sentido de que a economia vai mal, o pessimismo impera e a culpa é do governo por não fazer superávit primário, reformas estruturais, controle de inflação, gerando "pessimismo", baixa de produção econômica e baixa de taxa de investimento.
Mas o que está escrito, ao nosso ver, não é como as coisas aconteceram e acontecem. Há publicações como se os países ricos estivessem bem em forte movimento de recuperação, que os países latinos crescem nababescamente (publicado há poucos dias por Miriam Leitão) e que só o Brasil está em descompasso e que não crescerá e que tudo é um desastre. Botemos os pingos nos "is".
Senhores, os países ricos vão mal. Que isso fique claro. Grande parte da taxa baixa de desemprego dos EUA deriva de abandono de tentativa de os desempregados procurarem emprego. Isso foi publicado recentemente, ainda no mês de julho. O primeiro trimestre americano foi de queda do pib em 3%. Se isso fosse o caso aqui, as manchetes não seriam tão benevolentes como foram com os EUA. Seria publicado que o fim do mundo se apresenta. Mas lá não. Não são feitas previsões catastróficas aos EUA e aos Europeus ou japoneses. Nem pela mídia de lá e nem pela de cá. A economia japonesa está estagnada há 30 anos, e ninguém prevê seu ocaso. E recentemente, assim como Europa, os japoneses perceberam que devem perseguir "um pouco mais de inflação", para possibilitar maior torque à sua economia.
Os países latinos crescem sobre Pib,s muito menores do que o do Brasil. Seus crescimentos de 6% não são nada em termos nominais em relação ao crescimento de 1% do Brasil. Então, convém relativizar isso. E muitos desses países latinos não têm previdência pública como nós, o que é um grande alívio para as contas públicas deles, mas um prejuízo ao bem-estar social que já foi percebido assim no Chile por exemplo e a Bachelet teve de prometer rever a privatização da previdência pública e do sistema de ensino universitário. O povo quer mais universidade gratuita e previdência social pública, serviços públicos que existem na Europa, por exemplo....
Então, o Brasil tem custos que países sem Forças Armadas ou Previdência Social Pública não têm. Mas esses custos com assistência e previdência social são necessários em um país que até bem pouco tempo tinha 40 milhões de miseráveis... hoje tem 6 milhões. Alguém publica isso? Só de forma totalmente apartada das contas públicas, percebe?
Então, senhores e senhoras, como de acordo com recentíssima conclusão da Ficht (grande agência internacional de rating), não publicada no Jornal O Globo, mas publicada no Jornal do Commercio, concluímos que a economia brasileira está estável e forte. Mas houve avanços sociais que exigiram e exigem gastos públicos. Esses gastos fazem com que o superávit primário diminua. E o que você quer? Avanço social ou superávit gigante? Mesmo com esse gasto, não há reversão do aumento de dívida pública líquida ou bruta de forma irresponsável. E só estamos no meio do ano para afirmar que mais superávit não será entregue.
E além disso, contribui para a baixa do superávit primário as desonerações tributárias que somaram 58 bilhões de reais ano passado e outros tantos ocorrerão esse ano. Então, há irresponsabilidade informativa e falta de honestidade nessas abordagens de que a baixa do superávit é por irresponsabilidade na condução da política econômica. Os erros ou ousadias do governo na economia estão em poucos e determinados pontos, como a questão elétrica, a questão da gasolina e a "contabilidade criativa" que toda empresa privada faz, mas que o governo percebeu que não pode fazer, ou seja, já é praticamente passado. Sem contar que a contabilidade do governo é pública e auditável pela oposição e pela mídia, como estão fazendo.
Então, e o crescimento baixo e a baixa taxa de investimento? Senhores, o mundo está crescendo menos. E as famílias brasileiras estão endividadas. A bolha imobiliária chega ao início de seu fim, inclusive com notícias em telejornais nacionais de que imóveis estão sendo devolvidos. Isso mostra que o cidadão chegou no seu limite e comprará e tomará menos empréstimo. Então é normal que a economia esfrie.
Além disso, não utilizando medidas macroprudenciais para não ser necessário elevar tanto a Selic para controlar a inflação, as empresas param de investir em produção e aplicam seu dinheiro em mercado financeiro, baixando a taxa de investimento. Então, seja por um mercado mais frio, interna e internacionalmente, seja por que a Selic é ótima e os juros reais os maiores do mundo, as empresas diminuem investimento e aplicam dinheiro na ciranda financeira. Isso baixa taxa de investimento.
Nesse quadro, em que a inflação ainda está na meta e em julho deve fechar em 0,17% - tendo índices como o IGP e o IGP-M apresentado deflação em dois meses seguidos - e em que as empresas não têm ambiente propício ao investimento porque se aumentarem a produção não terão para quem vender no Brasil ou no exterior, é normal que haja um pessimismo. A culpa não é do governo, no nosso ver.
O que poderia estar sendo exigido? O contrário do que o Banco Central está fazendo ajudaria: baixar juros e aumentar depósito compulsório teria o condão de aquecer a economia, pois não assusta os investimentos das empresas, sem criar dívida pública e sem facilitar demais o consumo, que hoje está no limite. De resto é esperar o mundo melhorar e passar o tempo para que as dívidas familiares vão sumindo à medida em que são pagos.
Apresentar oportunidades de investimentos ao mercado como concessões de ferrovias, aeroportos, portos, hidrovias, metrôs, trens e grandes obras públicas em geral são ótima medida para ativar a economia e em parte isso já está sendo feito, como todos podem ver. E em cima disto a mídia poderia informar para catapultar oportunidades de investimentos, alimentando um otimismo para mudar a trajetória de queda do PIB... mas há esse interesse na grande mídia? Não. Por quê? Porque o pessimismo antes da eleição é interessante para a oposição e para os centros financeiros internacionais, que podem manter pressão no Brasil por juros Selic altos, dentre outras sugestões de soluções, como retirar direitos trabalhistas brasileiros, facilitar terceirização de pessoa física (o que acabaria com o emprego que existe hoje e suas garantias obtidas após décadas de lutas socais - há projeto no Congresso com esse propósito.. pasmem), bem como perseguir e instalar o projeto de Estado Mínimo, em que todos os serviços públicos deveriam ser prestados pela área privada, já que ela, sim, seria eficiente.. rsrsrs
É claro que isso não tem nenhuma ligação com interesse por aumento de propagandas em jornais, que não existem tanto com serviços prestados pela área pública, ou com eventual interesse em a área privada conseguir zerar ao máximo os impostos no Brasil, privatizar a Previdência Social, e tornar cargos públicos acessíveis por currículo... rsrsrsrs
A verdade, senhores, é que a economia vai bem e está equilibrada, mas a "conjuntura econômica" não é favorável pelos motivos aqui expostos e o governo tem tentado melhorar a alavancagem de nosso pib, inclusive cortando impostos. As alterações de resultados previstos em orçamento público no fim do ano anterior devem ser acompanhadas e as contas públicas adaptadas (menos crescimento constatável, menos arrecadação..). Mas isso está longe de ser uma irresponsabilidade do governo. A mídia deveria falar algo mais verdadeiro sobre as causas do pessimismo para que pudéssemos discutir saídas reais, erros reais e medidas melhores. Mas a proximidade do pleito presidencial impede esta atitude.
O artigo ora criticado foi muito ruim no sentido de esclarecer o pessimismo econômico atual, suas causas e eventuais soluções.
p.s. de 05/08/2014 - texto revisado e ampliado.
Veja. A publicação da Opinião do Jornal O Globo sob o título "Setor público ignora a conjuntura econômica" é mais um de vários artigos publicados no sentido de que a economia vai mal, o pessimismo impera e a culpa é do governo por não fazer superávit primário, reformas estruturais, controle de inflação, gerando "pessimismo", baixa de produção econômica e baixa de taxa de investimento.
Mas o que está escrito, ao nosso ver, não é como as coisas aconteceram e acontecem. Há publicações como se os países ricos estivessem bem em forte movimento de recuperação, que os países latinos crescem nababescamente (publicado há poucos dias por Miriam Leitão) e que só o Brasil está em descompasso e que não crescerá e que tudo é um desastre. Botemos os pingos nos "is".
Senhores, os países ricos vão mal. Que isso fique claro. Grande parte da taxa baixa de desemprego dos EUA deriva de abandono de tentativa de os desempregados procurarem emprego. Isso foi publicado recentemente, ainda no mês de julho. O primeiro trimestre americano foi de queda do pib em 3%. Se isso fosse o caso aqui, as manchetes não seriam tão benevolentes como foram com os EUA. Seria publicado que o fim do mundo se apresenta. Mas lá não. Não são feitas previsões catastróficas aos EUA e aos Europeus ou japoneses. Nem pela mídia de lá e nem pela de cá. A economia japonesa está estagnada há 30 anos, e ninguém prevê seu ocaso. E recentemente, assim como Europa, os japoneses perceberam que devem perseguir "um pouco mais de inflação", para possibilitar maior torque à sua economia.
Os países latinos crescem sobre Pib,s muito menores do que o do Brasil. Seus crescimentos de 6% não são nada em termos nominais em relação ao crescimento de 1% do Brasil. Então, convém relativizar isso. E muitos desses países latinos não têm previdência pública como nós, o que é um grande alívio para as contas públicas deles, mas um prejuízo ao bem-estar social que já foi percebido assim no Chile por exemplo e a Bachelet teve de prometer rever a privatização da previdência pública e do sistema de ensino universitário. O povo quer mais universidade gratuita e previdência social pública, serviços públicos que existem na Europa, por exemplo....
Então, o Brasil tem custos que países sem Forças Armadas ou Previdência Social Pública não têm. Mas esses custos com assistência e previdência social são necessários em um país que até bem pouco tempo tinha 40 milhões de miseráveis... hoje tem 6 milhões. Alguém publica isso? Só de forma totalmente apartada das contas públicas, percebe?
Então, senhores e senhoras, como de acordo com recentíssima conclusão da Ficht (grande agência internacional de rating), não publicada no Jornal O Globo, mas publicada no Jornal do Commercio, concluímos que a economia brasileira está estável e forte. Mas houve avanços sociais que exigiram e exigem gastos públicos. Esses gastos fazem com que o superávit primário diminua. E o que você quer? Avanço social ou superávit gigante? Mesmo com esse gasto, não há reversão do aumento de dívida pública líquida ou bruta de forma irresponsável. E só estamos no meio do ano para afirmar que mais superávit não será entregue.
E além disso, contribui para a baixa do superávit primário as desonerações tributárias que somaram 58 bilhões de reais ano passado e outros tantos ocorrerão esse ano. Então, há irresponsabilidade informativa e falta de honestidade nessas abordagens de que a baixa do superávit é por irresponsabilidade na condução da política econômica. Os erros ou ousadias do governo na economia estão em poucos e determinados pontos, como a questão elétrica, a questão da gasolina e a "contabilidade criativa" que toda empresa privada faz, mas que o governo percebeu que não pode fazer, ou seja, já é praticamente passado. Sem contar que a contabilidade do governo é pública e auditável pela oposição e pela mídia, como estão fazendo.
Então, e o crescimento baixo e a baixa taxa de investimento? Senhores, o mundo está crescendo menos. E as famílias brasileiras estão endividadas. A bolha imobiliária chega ao início de seu fim, inclusive com notícias em telejornais nacionais de que imóveis estão sendo devolvidos. Isso mostra que o cidadão chegou no seu limite e comprará e tomará menos empréstimo. Então é normal que a economia esfrie.
Além disso, não utilizando medidas macroprudenciais para não ser necessário elevar tanto a Selic para controlar a inflação, as empresas param de investir em produção e aplicam seu dinheiro em mercado financeiro, baixando a taxa de investimento. Então, seja por um mercado mais frio, interna e internacionalmente, seja por que a Selic é ótima e os juros reais os maiores do mundo, as empresas diminuem investimento e aplicam dinheiro na ciranda financeira. Isso baixa taxa de investimento.
Nesse quadro, em que a inflação ainda está na meta e em julho deve fechar em 0,17% - tendo índices como o IGP e o IGP-M apresentado deflação em dois meses seguidos - e em que as empresas não têm ambiente propício ao investimento porque se aumentarem a produção não terão para quem vender no Brasil ou no exterior, é normal que haja um pessimismo. A culpa não é do governo, no nosso ver.
O que poderia estar sendo exigido? O contrário do que o Banco Central está fazendo ajudaria: baixar juros e aumentar depósito compulsório teria o condão de aquecer a economia, pois não assusta os investimentos das empresas, sem criar dívida pública e sem facilitar demais o consumo, que hoje está no limite. De resto é esperar o mundo melhorar e passar o tempo para que as dívidas familiares vão sumindo à medida em que são pagos.
Apresentar oportunidades de investimentos ao mercado como concessões de ferrovias, aeroportos, portos, hidrovias, metrôs, trens e grandes obras públicas em geral são ótima medida para ativar a economia e em parte isso já está sendo feito, como todos podem ver. E em cima disto a mídia poderia informar para catapultar oportunidades de investimentos, alimentando um otimismo para mudar a trajetória de queda do PIB... mas há esse interesse na grande mídia? Não. Por quê? Porque o pessimismo antes da eleição é interessante para a oposição e para os centros financeiros internacionais, que podem manter pressão no Brasil por juros Selic altos, dentre outras sugestões de soluções, como retirar direitos trabalhistas brasileiros, facilitar terceirização de pessoa física (o que acabaria com o emprego que existe hoje e suas garantias obtidas após décadas de lutas socais - há projeto no Congresso com esse propósito.. pasmem), bem como perseguir e instalar o projeto de Estado Mínimo, em que todos os serviços públicos deveriam ser prestados pela área privada, já que ela, sim, seria eficiente.. rsrsrs
É claro que isso não tem nenhuma ligação com interesse por aumento de propagandas em jornais, que não existem tanto com serviços prestados pela área pública, ou com eventual interesse em a área privada conseguir zerar ao máximo os impostos no Brasil, privatizar a Previdência Social, e tornar cargos públicos acessíveis por currículo... rsrsrsrs
A verdade, senhores, é que a economia vai bem e está equilibrada, mas a "conjuntura econômica" não é favorável pelos motivos aqui expostos e o governo tem tentado melhorar a alavancagem de nosso pib, inclusive cortando impostos. As alterações de resultados previstos em orçamento público no fim do ano anterior devem ser acompanhadas e as contas públicas adaptadas (menos crescimento constatável, menos arrecadação..). Mas isso está longe de ser uma irresponsabilidade do governo. A mídia deveria falar algo mais verdadeiro sobre as causas do pessimismo para que pudéssemos discutir saídas reais, erros reais e medidas melhores. Mas a proximidade do pleito presidencial impede esta atitude.
O artigo ora criticado foi muito ruim no sentido de esclarecer o pessimismo econômico atual, suas causas e eventuais soluções.
p.s. de 05/08/2014 - texto revisado e ampliado.
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