Gostaria de iniciar este artigo congratulando o Prefeito Eduardo Paes por adotar de forma rápida medida de saúde pública que até então sempre foi encarada pela sociedade como luxo e não como essencial que é: a Prefeitura do Rio determinou acompanhamento psicológico de pais e crianças envolvidos na tragédia da escola municipal em Realengo, inclusive com acompanhamento domiciliar.
Isso é o que se espera de um governo, ou seja, adoção rápida de medidas efetivas para sanar necessidades que se demonstram imperiosas à população em um dado momento. E isso termina por evidenciar uma coisa importantíssima e sempre negligenciada: a política de saúde pública mental.
Não é só ter manicômios espalhados pela cidade para internar quem transbordou as raias da realidade, mas sim desenvolver uma real política de atendimento psicológico e psiquiátrico preventivo para a população, de acesso público e gratuito. Naturalmente isto passa por reestruturação de orçamento e não sou insensível ao fato de que hoje lutamos para conceder assitência médica mínima de cunho curativo e de manutenção de integridade física.
É sabido que pessoas sem condições de pagar por tratamentos médicos, às vezes mesmo de classe média, quando os medicamentos são caros (veja o coquetel para tratamento de HIV, por exemplo), são obrigadas a pedir ao Judiciário a condenação do Estado para que obtenham os medicamentos e possam viver com dignidade, mas convém pensar agora, momento em que aconteceu esta tragédia, sobre meios de atender uma real necessidade de saúde pública que não pode mais ser negligenciada como tem sido.
E não é somente para o popular, o cidadão, mas de uma forma geral. Será que há acompanhamento psicológico adequado dos nossos policiais militares, civis e federais? E bombeiros? E militares? Será que essas pessoas, que até passam por testes psicológicos para ingressar nessas instituições, depois de ingressarem nessas carreiras, sendo submetidos a níveis de estresse completamente fora do comum, com risco às suas vidas e a pressão de defender outras, enfrentando fogo, alturas, tiros, têm acompanhamento psicológico adequado no seu dia-a-dia?
Todo colégio particular tem o S.O.E., serviço de orientação pedagógica, e muitas vezes faz o serviço de acompanhamento do comportamento dos alunos. Se houver um desnível incomum os pais são avisados e podem procurar serviços psicológicos especializados, mas esta estrutura em escolas públicas é adequada?
A informação no Jornal O Globo de hoje, 10/04/2011,fl. 19, em entrevista de um irmão do assassino de Realengo, é a de que ainda na escola a mãe do rapaz foi avisada para o comportamento incomum do rapaz e a necessidade de busca de ajuda profissional. E a mãe proporcionou isso até os 18 anos de idade do rapaz, quando ele não mais quis comparecer ao tratamento/acompanhamento.
O sistema escolar público conseguiu cumprir sua parte, neste caso. A conduta do rapaz foi noticiada à sua mãe. Mas qual foi o apoio do Estado com que esta família poderia contar para que não se chegasse ao ponto em que o rapaz, hediondo assassino, chegou?
Ninguém espera impedir alguém que seja psicopata ou tenha distúrbio grave ao ponto de resolver fazer isso, mas a questão é se é possível se prestar um atendimento psicológico estruturado para todas as famílias que sentem ou sabem que é preciso fazê-lo a um familiar.
É certo ainda que boa parte dos mendigos e meninos de rua tem distúrbios psicológicos, e o que se faz para tratá-los? E sem tratamento, até onde podem seguir sem causar mal a ninguém? Instintos furiosos como esse que se apresentou na Escola Municipal em Realengo são raros, ainda mais no Brasil, mas acho que o fato chama a atenção para todo um mundo de desatenção que existe em nossa sociedade, que cria potencial para desgraças, e o qual nós negligenciamos.
É normal policiais em Pernanbuco obrigarem meninos pobres, suspeitos de furto, a se beijarem? É normal outros policiais militares exigirem sexo oral de suspeitos de furto ou roubo (ambos os casos foram noticiados no Jornal O Globo de hoje, 10/04/2011, fl. 04)? E isso ocorre por todo o Brasil. Thommas Hobbes é conhecido pela cunhada frase "o homem é o lobo do homem", mas em que medida podemos tratar ou tornar acessível o tratamento psicológico dos cidadãos brasileiros e melhorar suas vidas, ao mesmo passo em que garantimos uma segurança maior à sociedade?
Convém ouvirmos os reclames sociais por determinados e especiais procedimentos de tratamento. Acho que o que ocorreu, se foi uma tremenda desgraça para todos nós e para os familiares e amigos dessas crianças atacadas e brutal e friamente mortas em Realengo, exige de nós, em respeito a todos os envolvidos, atentarmos para o que pode ser feito para que coisas assim, se não possam ser de todo impedidas, que sejam diminuídas a probabilidade mínima de ocorrência... e isso passa por questionamento sobre política pública de saúde mental no Brasil.
domingo, 10 de abril de 2011
Descontração: Dicas de viagem a Paris
Pessoal, para descontrair, resolvi copiar para vocês as dicas de viagem a Paris que fiz a pedido de um amigo meu, Marcelo, para passar sua lua de mel. Como me deu trabalho e foi organizado para o deleite de um amigo, acho medida de justiça, até, divulgar para os demais... e neste grupo estão os leitores desse blog.
Assim, como foi útil para um casal de amigos e acabei de repassar igualmente para outro casal amigo, Dudu e Paty, espero que possam ser muito úteis para vocês também. Para mim, posso adiantar que reunir essas informações, pessoalmente e in loco, foi muito prazeiroso... rsrsrsrs
Repetindo: tenham todos uma boa viagem!!!
abraços
Mário César
Assim, como foi útil para um casal de amigos e acabei de repassar igualmente para outro casal amigo, Dudu e Paty, espero que possam ser muito úteis para vocês também. Para mim, posso adiantar que reunir essas informações, pessoalmente e in loco, foi muito prazeiroso... rsrsrsrs
"Atenção. Sete dias é um ótimo período, mas você não conseguirá ver tudo. Portanto, vou dar a dica dos lugares que eu achei mais impressionantes e idéia de tempo. Assim, você poderá adaptar seu roteiro, caso fique um pouco mais em um ou outro, de acordo com sua vontade, no momento. POis é certo... às vezes, simplesmente não dá pra você correr, pois você sente que precisa ficar em um desses lugares por mais tempo... é irado. E muitas vezes você vai sair contrariado, porque você sabe que não deve ficar mais e que está perdendo a oportunidade de ver outras coisas, mas mesmo assim você quer ficar mais.
AS previsões de tempo, tirando Loire e Versailles, não contam tempo trajeto de deslocamento.
Então:
Dicas:
1 - informe-se antes sobre os dias e horas de abertura e fechamento dos lugares, na recepção do hotel ou pela internet. Do contrário, você pode se preparar para um programa e ele não estar aberto aquele dia ou hora e te quebrar o roteiro do dia.
2 - compre titres touristique para todos os dias da sua viagem. Você andará de metro todos os dias, confie em mim, e o titre touristique (título de turista) além de ser mais barato, dá desconto em alguns museus e atrações.
Locais de visita:
Palácio de Versalles - Distante uma hora de Paris, você deve destinar um dia para isto. No máximo você vai chegar às 16h em Paris, e isto te dará opções de restaurante e/ou boite, mas dificilmente de outro evento. O Pal´´acio é fenomenal, gigante e te dão controles remotos com gravações que você ativa em cada salão, dando detalhes da história do salão, eventos principais ocorridos no local e motivos artísticos das pinturs e esculturas que adornam o interior de cada sallão. É foda mas vale pagar pelo walk-man/controle remoto. Só opera em espanhol, inglês e francês. Não deixe de chegar às 11h no máximo. Pois além de o palácio ser bonito por dentro e por fora, os jardins são enormes e somem no horizonte e você vai querer (e deve) andar por eles. Aconselho tomar café cedo e partir pra lá. DEpois, tomar lanche no centro gastronômico pequeno e perto do Palácio e voltar.
Vale du Loire - Distante uma hora de Paris. É um dia inteiro. Há roteiros prontos com auxiliar/assistente da empresa nas agências de Paris. O hotel pode prover indicaçaõ. Mas as agências também fazem roteiro por táxi, caso você perca a hora (como ocorreu comigo). Aí você faz rotteiro que quiser com um táxi, sem assistente que conte as histórias e tal. è mais barato e você escolhe os castelos que quiser. Fui no Chenounceau (construído para a amnate coroa de um pr´[icipe, por sobre do leito do Rio Loire), no Le clos de Luce (onde Leonardo D'Avinci ficou a pedido do Rei francês da época para ajudar em umas construções e engenho de armas) e outro que esqueci. è irado e só dá pra ver legal Três castelos em um dia, saindo cedo, respeitanto o horário de abertura dos castelos.
Em Paris:
- Galerie Lafayete – Shopping rico pra caralho. AS lojas são caras e suntuosas. Parece que tem um bar na cobertura, mas não fui. Tem que ir. Demorar no máximo duas horas de visita, incluindo o lanche.
- Museu Louvre – Imperdível. Não dará pra vocÊ ver tudo. Foque na Mona Lisa e esculturas greco-romanas. Você acabará em um salão/hall aberto co esculturas de quase 3 metros, iradas, de cor verde (cobre ou bronze oxidado) e inclusive as estátuas que representam as estações do ano (L’eté (verão), L’ hiver (inverno), Le printemps (primavera), L’automn (acho que é isso – outono). Pode-se perder dois dias a quatro dias aqui.
- Museu D’Orsay – Imperdível. Um pouco à frente do Louvre, tem dois andares. Bonito. O de cima tem salas para cada gênio da pintura com quadros múltiplos de cada um. Dá pra perceber e comparar o estilo de cada um. São duas horas pra conhecer.
- Pantheon - Onde jazem os corpos dos heróis franceses (Victor Hugo, Voltaire, Rousseau e outros). Perto da faculdade de direito de paris (faculte de droit). Irado. Não imperdível.
- Museu de Victor Hugo – pequeno. Uma hora. Maneiro. Não imperdível. Procurar o “v” e “h” nas suas pinturas é legal.
- Museu de Auguste Rodin (escultor) – Foda. Uma hora de visita. Não imperdível.
- Torre Eiffel – se for para perder horas na fila pra entrar, não perca. Olhe por fora, tire foto de manhã ou à noite, quando iluminado, mas a vista lá de cima não é imperdível. É só uma experiência. Se não tiver muita fila vale à pena. Uma hora é muito. Você verá. É meia hora lá em cima, contando com o deslocamento de elevador. Legal ver as distâncias das cidades do mundo e a direção, indicados na sala principal da torre.
- Catedral Notre Damme (Nossa Senhora)de Paris – Foda. Imperdível. Igreja secular. Dê a volta por todo o interior da Igreja. DO lado de fora tem a estátua do primeiro imperador francês Carlos Magno, que defendeu a cristandade dos mouros e manteve uma unidade européia em 800/900 depois de cristo. Na verdade seu pai Pepino é quem impediu o avanço dos mouros da Espanha para a França. Imperdível. Duas horas. Impossível não pegar fila. Fique na fila!! No chão em frente à Igreja porcure o kilomêtro 0!! Todas as estradas de França Antiga partiam ou davam ali. Por isso quilômetro zero. Assim o é em Roma (não sei em que lugar), parece e em frente da “porta do sol” em Madrid.
- Catedral de Sacre Coeur (Sagrado Coração) de Montmartre. Imperdível. Antiqüíssima. Bonita por fora e por dentro. Irada!! No caminho tem cafeteria e chocolaterias e lojas de coisas. Vale muito a pena. Imperdível. Você tem de subir o morro de Montmartre (Monte Martre). São três horas o evento, incluindo ir com calma aproveitando a paisagem e o local.
- La concierge – Saia na estação “Île de Paris”, se não me engano. É o local onde as famílias nobres eram presas e aguardavam condenação para serem decapitadas. Há vídeos e acessos às celas no local! Irado. Uma hora.
- Arco do triunfo – imperdível. Na rua Champs Elysées. Suba às 16:00 e veja o pôr-do-sol e acender a iluminação da cidade. Imperdível. No solo tem a chama que não se apaga em homenagem aos franceses mortos combatentes da 2ª guerra. Depois, tome um lanche na Champs Elysée, à noite.
- Bateau Mouche pelo Rio Sena – Em baixo da torre Eiffel, você verá a concentração de Bateau Mouche. Existem mais simples e mais sofisticados, em que você pode contratar jantar, sendo obrigado a usar blazer e calça comprida e sapato, ao preço de 40 euros por pessoa. Os mais simples não são caros, mas você deve se certificar de fazer a viagem no máximo às 15:00h, pois é uma hora de passeio e mais tarde que isso escurece no meio do passeio. Você pode saltar no meio do passeio na catedral de paris ou na Île de Paris e ir à La Concierge, eu acho. Não é obrigado fazer a volta toda. Alguns são todo de vidro e outros você pode ficar no topo do Bateau. Escolha. Se tiver frio, aconselho os todos de vidro, que são bonitos e você não sofre.
Tenha boa viagem!!
Depois mando a conta da consultoria. AUHAUHAUHUA
:o)"
Repetindo: tenham todos uma boa viagem!!!
abraços
Mário César
sexta-feira, 8 de abril de 2011
Índices de inflação no mundo em 2010 e constatação sobre juros básicos brasileiros
Pessoal, encontrei um site interessantíssimo sobre informações de índices de inflação. Acesse www.global-rates.com
Abaixo transcrevo a tabela que eles publicaram para as principais economias no mundo para o ano de 2010, mas há muitas outras informações. Fiz a classificação por ordem crescente de inflação, ou seja, do melhor índice para o pior. Após, diante desta foto inflacionária, faremos curta constatação e comentário sobre os juros praticados no nosso País.
Seria natural, após a crise gigantesca de 2008/2010, que índices inflacionários baixos ocorressem, haja vista a baixa atividade econômica geral. Mas é importante notar que os países centrais, remunerando os juros básicos entre 0,25% e 0,5%, estão gerando prejuízo financeiro para detentores de títulos europeus, janponeses e americanos. Os juros reais praticados por eles é negativo.
Daí sustentarmos que juros brasileiros de 11,75% nominais e 5% reais criam um desnível muito grande com o mundo e nossa inflaçlão não é nem tão grande para compensar isso. O resultado estamos vendo: atração de dólares do mundo todo para nossos títulos, pressão de baixa no câmbio, necessidade de enxugar estes dólares por emissão de títulos públicos e aumento de dívida.
Temos de desfazer o sistema de combate à inflação exclusivamente por aumento de juros, pois isto não está solucionando a inflação e está prejudicando nossa exportação, criando risco de desindustrialização a médio prazo. Por isso o BACEN está perfeitamente correto em insistir em medidas macroprudenciais.
Abaixo transcrevo a tabela que eles publicaram para as principais economias no mundo para o ano de 2010, mas há muitas outras informações. Fiz a classificação por ordem crescente de inflação, ou seja, do melhor índice para o pior. Após, diante desta foto inflacionária, faremos curta constatação e comentário sobre os juros praticados no nosso País.
"Resumo dos números de inflação em 2010
Número de inflação país / região tipo inflação 2010 (anual)
IHPC Irlanda............................ihpc -0,189 %
IPC Japão...............................ipc 0,000 %
IPC Suíça...............................ipc 0,522 %
IHPC Eslováquia.........................ihpc 1,265 %
IPC Irlanda.............................ipc 1,292 %
IPC Eslováquia..........................ipc 1,341 %
IPC Estados Unidos..................... ipc 1,495 %
IPC Alemanha............................ipc 1,670 %
IPC Chile...............................ipc 1,721 %
IPC França..............................ipc 1,767 %
IHPC Holanda Holanda....................ihpc 1,843 %
IHPC Alemanha...........................ihpc 1,852 %
IPC Itália..............................ipc 1,880 %
IPC Eslovénia...........................ipc 1,900 %
IPC Holanda.............................ipc 1,922 %
IHPC França.............................ihpc 1,998 %
IHPC Itália.............................ihpc 2,093 %
IHPC Suécia.............................ihpc 2,101 %
IHPC Austria............................ihpc 2,174 %
IHPC Eslovénia..........................ihpc 2,204 %
IHPC Eurozona...........................ihpc 2,232 %
IPC Chéquia.............................ipc 2,303 %
IPC Austria.............................ipc 2,311 %
IHPC Chéquia............................ihpc 2,327 %
IPC Suécia..............................ipc 2,334 %
IPC Canadá..............................ipc 2,352 %
IHPC Portugal...........................ihpc 2,446 %
IPC Islândia............................ipc 2,481 %
IPC Portugal............................ipc 2,517 %
IPC Israel..............................ipc 2,662 %
IPC Noruega.............................ipc 2,758 %
IHPC Dinamarca..........................ihpc 2,762 %
IHPC Finlândia..........................ihpc 2,770 %
IPC Luxemburgo..........................ipc 2,775 %
IPC Dinamarca...........................ipc 2,835 %
IHPC Polónia............................ihpc 2,905 %
IHPC Espanha............................ihpc 2,906 %
IPC Finlândia...........................ipc 2,927 %
IPC Espanha.............................ipc 2,989 %
IPC Bélgica.............................ipc 3,102 %
IHPC Luxemburgo.........................ihpc 3,111 %
IPC Polónia.............................ipc 3,136 %
IHPC Bélgica............................ihpc 3,380 %
IPC África do Sul.......................ipc 3,391 %
IHPC Islândia...........................ihpc 3,484 %
IPC Coreia do Sul.......................ipc 3,515 %
IPC Grã-Bretanha........................ipc 3,694 %
IHPC Grã-Bretanha.......................ihpc 3,730 %
IPC México..............................ipc 4,401 %
IHPC Hungria............................ihpc 4,609 %
IPC Hungria.............................ipc 4,689 %
IHPC Grécia.............................ihpc 5,154 %
IPC Grécia..............................ipc 5,179 %
IHPC Estónia............................ihpc 5,419 %
IPC Estónia.............................ipc 5,716 %
IPC Brasil..............................ipc 5,909 %
IPC Turquia.............................ipc 6,401 %
IHPC Turquia............................ihpc 6,404 %
IPC Indonésia...........................ipc 6,955 %
IPC Rússia..............................ipc 8,774 %
IPC India...............................ipc 9,468 %
(fonte: http://pt.global-rates.com/estatisticas-economicas/inflacao/2010.aspx) "
Seria natural, após a crise gigantesca de 2008/2010, que índices inflacionários baixos ocorressem, haja vista a baixa atividade econômica geral. Mas é importante notar que os países centrais, remunerando os juros básicos entre 0,25% e 0,5%, estão gerando prejuízo financeiro para detentores de títulos europeus, janponeses e americanos. Os juros reais praticados por eles é negativo.
Daí sustentarmos que juros brasileiros de 11,75% nominais e 5% reais criam um desnível muito grande com o mundo e nossa inflaçlão não é nem tão grande para compensar isso. O resultado estamos vendo: atração de dólares do mundo todo para nossos títulos, pressão de baixa no câmbio, necessidade de enxugar estes dólares por emissão de títulos públicos e aumento de dívida.
Temos de desfazer o sistema de combate à inflação exclusivamente por aumento de juros, pois isto não está solucionando a inflação e está prejudicando nossa exportação, criando risco de desindustrialização a médio prazo. Por isso o BACEN está perfeitamente correto em insistir em medidas macroprudenciais.
Por que seria interessante ao Brasil investir em títulos da dívida de Portugal?
Aplico aqui, primeiramente, a regra que Warren Buffet aplicou aos Estados Unidos em meio ao furacão da crise financeira de 2008/2010. Enquanto todo o mercado, à medida em que a crise recrudescia, vendia ações e comprava títulos da dívida americanos, Warren Buffet informava que retirava suas posições que ainda estavam em renda fixa e estava "100% em ações americanas" (claro que das companhias que ele analisou por anos e que, agora, apresentavam-se baratas).
Por conta desta afirmação no mínimo ousada, e até inacreditável para o momento, um entrevistador pediu explicações e o investidor multibilionário respondeu: "o movimento é de baixa forte, mas já baixou bastante e este é o único mundo que existe. Se houvesse outro mundo, com certeza eu transferiria os valores daqui para lá durante esta turbulênia, mas como não há, é neste em que devemos investir. O mundo não vai acabar. Em algum momento o mercado vai voltar a subir e eu quero ser o primeiro da fila." (citação livre)
Gente, Portugal é, dos piores mercados da Europa, o melhor. Sua dívida é alta, mas muitíssimo atrás de várias outras. A Europa já separou 440 bilhões de euros para ajudar os países em dificuldade, fora os valores que já foram aplicados na Grécia e Irlanda. Na verdade há previsão de que estes valores europeus disponíveis cheguem a 750 bilhões de euros. Já se admite como normal uma ajuda de 85 bilhões de euros, segundo presidente do BCE. E ainda há disponibilidade do FMI. Portugal não acabará e nem a Europa.
Portanto, de centenas de bilhões de dólares que temos em títulos da dívida americana que pagam 0,25% ao ano, podemos deslocar algo para Portugal e aumentar nosso retorno ao mesmo tempo em que ajudamos um país amigo.
País amigo, pois, por mais que tenhamos conflitos, é o único país do mundo com quem temos várias leis, tratados e acordos de tratamento diferenciado entre nossos cidadãos. Você pode ser servidor público em Portugal e os portugueses podem sê-lo aqui.
É muito importante não se diminuir o impacto de renovação e fortalecimento dos laços entre Brasil e Portugal que adviriam dessa posição de adoção de postura de investir em Portugal hoje, quando eles precisam. E não são poucas as vantagens.
Primeiramente, temos 300 bilhões de dólares em reservas internacionais. Somos o quarto maior credor dos EUA, somente atrás de China, Japão e Inglaterra, nesta ordem. Investir 10 bilhões de dólares em títulos portugueses representa, em caso improvável de calote, 0,33% de nosso patrimônio. Mas seria evidente resposta diplomática aos investimentos que os portugueses fizeram aqui (via investimentos privados) na época em que nossa economia estava debilitada entre 1994 e 1998, como por exemplo investimentos de redes hoteleiras e do Banco Espírito Santo (também investiram via Portugal Telecom). Foi bom quando precisamos e uma oportunidade de investimento para eles. Convém sermos recíprocos.
Além disso, temos de perceber que o mundo é um clube e encontrar amigos não é fácil. Nosso amigos naturais são somente três no mundo: vizinhos latino-americanos, especialmente da América do Sul, Portugal e países africanos lusófanos. Não há comparação para a aproximação possível entre países que possuem laços históricos, culturais, institucionais, econômicos e linguísticos. E para o Brasil, estas carcterísticas somente estão presentes nestas hipóteses. São onze vizinhos sul-americanos e oito países lusófanos. 19 países mais próximos em mais de 200 no mundo.
Os EUA e a Inglaterra possuem laços estreitíssimos com os países anglófanos, em especial integrantes da Comunidade Britânica de Nações e isto dá enorme vantagem geopolítico-estratégico e geoeconômico-estratégico em nível mundial.
É claro que antes, endividados, não podíamos fazer muito por nossos poucos amigos, mas Portugal investiu milhares de escudos e depois euros em nossas bibliotecas e universidades, assim como em instituições similares africanas. Eu fui no I Seminário Luso-Brasileiro de Estudantes de Direito em Lisboa e Coimbra, em 1996, e além de atendimento e atenção primorosa, chegamos a ser recebidos pelo próprio Presidente português Jorge Sampaio. Ao saberem que a UFRJ tinha necessidade de recursos, pelo menos a faculdade de direito (recebíamos 20% do orçamento previsto no período do Governo FHC), ofereceram livros a serem transferidos, mesmo que com uma perplexidade momentânea, porque estavam se dedicando aos africanos e não imaginavam essa necessidade no Brasil.
Agora, senhores, é a nossa vez. Cuidemos dos que nos são mais próximos, porque boa vontade não tem preço, e amigos ou nações com identidade histórico-cultural não sobram no mundo em que nós estamos. Além disso, ao meu ver, é excelente negócio, desde que em valores consideráveis para eles e baixos para nossa disponibilidade, pois o retorno é muito maior do que os dos títulos da dívida americana.
Dilma está fazendo corretissimamente: invistamos em Portugal agora, pois, após a turbulência, teremos perdido tanto a oportunidade de reciprocidade e demonstração de boa-vontade como a oportunidade de obter juros maiores pelo mesmo dinheiro que hoje está em grande parte em títulos americanos de remuneraçao menor, com segurança não tão maior assim.
p.s.: é claro que os títulos americanos são mais seguros, mas pelo tamanho da economia americana e pela influência americana no mundo e por ser o dólar moeda de troca de grande parte de todas as transações mundiais. Mas tecnicamente, a dívida americana é maior do que a portuguesa e não tem previsão de diminuir a necessidade de financiamento externo do déficit gêmeo. Isto tem uma configuração menor em Portugal, cuja economia também é muito menor. A inflação americana foi de 1,45% em 2010, isso significa que quem investiu em títulos da dívida americana remunerada a 0,25%, amargou prejuízo de 1,20%. Neste sentido a alegação de risco americano em relação ao português.
p.s. 2: confira os índices de inflação mundiais de 2010 no endereço http://pt.global-rates.com/estatisticas-economicas/inflacao/2010.aspx
Por conta desta afirmação no mínimo ousada, e até inacreditável para o momento, um entrevistador pediu explicações e o investidor multibilionário respondeu: "o movimento é de baixa forte, mas já baixou bastante e este é o único mundo que existe. Se houvesse outro mundo, com certeza eu transferiria os valores daqui para lá durante esta turbulênia, mas como não há, é neste em que devemos investir. O mundo não vai acabar. Em algum momento o mercado vai voltar a subir e eu quero ser o primeiro da fila." (citação livre)
Gente, Portugal é, dos piores mercados da Europa, o melhor. Sua dívida é alta, mas muitíssimo atrás de várias outras. A Europa já separou 440 bilhões de euros para ajudar os países em dificuldade, fora os valores que já foram aplicados na Grécia e Irlanda. Na verdade há previsão de que estes valores europeus disponíveis cheguem a 750 bilhões de euros. Já se admite como normal uma ajuda de 85 bilhões de euros, segundo presidente do BCE. E ainda há disponibilidade do FMI. Portugal não acabará e nem a Europa.
Portanto, de centenas de bilhões de dólares que temos em títulos da dívida americana que pagam 0,25% ao ano, podemos deslocar algo para Portugal e aumentar nosso retorno ao mesmo tempo em que ajudamos um país amigo.
País amigo, pois, por mais que tenhamos conflitos, é o único país do mundo com quem temos várias leis, tratados e acordos de tratamento diferenciado entre nossos cidadãos. Você pode ser servidor público em Portugal e os portugueses podem sê-lo aqui.
É muito importante não se diminuir o impacto de renovação e fortalecimento dos laços entre Brasil e Portugal que adviriam dessa posição de adoção de postura de investir em Portugal hoje, quando eles precisam. E não são poucas as vantagens.
Primeiramente, temos 300 bilhões de dólares em reservas internacionais. Somos o quarto maior credor dos EUA, somente atrás de China, Japão e Inglaterra, nesta ordem. Investir 10 bilhões de dólares em títulos portugueses representa, em caso improvável de calote, 0,33% de nosso patrimônio. Mas seria evidente resposta diplomática aos investimentos que os portugueses fizeram aqui (via investimentos privados) na época em que nossa economia estava debilitada entre 1994 e 1998, como por exemplo investimentos de redes hoteleiras e do Banco Espírito Santo (também investiram via Portugal Telecom). Foi bom quando precisamos e uma oportunidade de investimento para eles. Convém sermos recíprocos.
Além disso, temos de perceber que o mundo é um clube e encontrar amigos não é fácil. Nosso amigos naturais são somente três no mundo: vizinhos latino-americanos, especialmente da América do Sul, Portugal e países africanos lusófanos. Não há comparação para a aproximação possível entre países que possuem laços históricos, culturais, institucionais, econômicos e linguísticos. E para o Brasil, estas carcterísticas somente estão presentes nestas hipóteses. São onze vizinhos sul-americanos e oito países lusófanos. 19 países mais próximos em mais de 200 no mundo.
Os EUA e a Inglaterra possuem laços estreitíssimos com os países anglófanos, em especial integrantes da Comunidade Britânica de Nações e isto dá enorme vantagem geopolítico-estratégico e geoeconômico-estratégico em nível mundial.
É claro que antes, endividados, não podíamos fazer muito por nossos poucos amigos, mas Portugal investiu milhares de escudos e depois euros em nossas bibliotecas e universidades, assim como em instituições similares africanas. Eu fui no I Seminário Luso-Brasileiro de Estudantes de Direito em Lisboa e Coimbra, em 1996, e além de atendimento e atenção primorosa, chegamos a ser recebidos pelo próprio Presidente português Jorge Sampaio. Ao saberem que a UFRJ tinha necessidade de recursos, pelo menos a faculdade de direito (recebíamos 20% do orçamento previsto no período do Governo FHC), ofereceram livros a serem transferidos, mesmo que com uma perplexidade momentânea, porque estavam se dedicando aos africanos e não imaginavam essa necessidade no Brasil.
Agora, senhores, é a nossa vez. Cuidemos dos que nos são mais próximos, porque boa vontade não tem preço, e amigos ou nações com identidade histórico-cultural não sobram no mundo em que nós estamos. Além disso, ao meu ver, é excelente negócio, desde que em valores consideráveis para eles e baixos para nossa disponibilidade, pois o retorno é muito maior do que os dos títulos da dívida americana.
Dilma está fazendo corretissimamente: invistamos em Portugal agora, pois, após a turbulência, teremos perdido tanto a oportunidade de reciprocidade e demonstração de boa-vontade como a oportunidade de obter juros maiores pelo mesmo dinheiro que hoje está em grande parte em títulos americanos de remuneraçao menor, com segurança não tão maior assim.
p.s.: é claro que os títulos americanos são mais seguros, mas pelo tamanho da economia americana e pela influência americana no mundo e por ser o dólar moeda de troca de grande parte de todas as transações mundiais. Mas tecnicamente, a dívida americana é maior do que a portuguesa e não tem previsão de diminuir a necessidade de financiamento externo do déficit gêmeo. Isto tem uma configuração menor em Portugal, cuja economia também é muito menor. A inflação americana foi de 1,45% em 2010, isso significa que quem investiu em títulos da dívida americana remunerada a 0,25%, amargou prejuízo de 1,20%. Neste sentido a alegação de risco americano em relação ao português.
p.s. 2: confira os índices de inflação mundiais de 2010 no endereço http://pt.global-rates.com/estatisticas-economicas/inflacao/2010.aspx
quinta-feira, 7 de abril de 2011
Belo Monte, OEA e Soberania Brasileira
Preocupante a atitude da OEA. Quem impediu os EUA de construir 250 usinas nucleares? Quem impediu a França ou a Alemanha de fazerem o mesmo? Quem impediu a China de inundar milhares de quilômetros quadrados para fazer a maior hidrelétrica do mundo, soterrando e inundando florestas e vilas de milhares de anos, inclusive com valor histórico?
Pessoal, vou dizer uma coisa.. as bandeiras ecológicas e humanitárias são lindas. Quem seria contra a defesa da natureza? Quem seria contra a defesa de direitos humanos? Mas o dia em que um organismo internacional tiver o poder de exigir isso, haverá um limite à soberania do país. Esse tema é muito sensível porque não vemos que quando é com os outros não fazemos qualquer ponderação de limite nesta interferÊncia.
Veja o caso da Líbia. É lógico que este caso, assim como o da Sérvia e Kosovo, é um caso extremo. O líder político começou a matar os seus concidadãos que faziam oposição pacífica à sua permanência no poder. Em Kosovo, nem houve uma mobilização organizada e política dos descendentes de albaneses tão forte como na Líbia, apesar de quererem autonomia de parte do território Sérvio (Kosovo) e o líder Sérvio passou a caçar e matar indiscriminadamente descendentes de albaneses na região, o que é genocídio. Mas em ambos os casos, a bandeira legítima da defesa de direitos humanos está patente e o mundo autorizou (não a ONU) o ataque militar a esses países, destituindo a liderança política local.
É óbvio que não matamos nossos concidadãos de origem indígena. Mas se não reagirmos à altura contra essa intromissão e impáfia da OEA, se não reagirmos contra "determinações" de uma organização sem muita projeção internacional, e que não tem histórico de sequer apoiar ou criar apoio efetivo a seus membros em momentos graves, como no caso da Guerra das Malvinas, isso será um convite para que organismos internacionais de peso o façam também.
Nós temos controles internos para a defesa da floresta e dos direitos indígenas. Nós temos instituições que fazem esse papel. Não podemos deixar ou admitir em qualquer grau que organizações internacionais se arvorem tutores dos concidadãos brasileiros de origem indígena ou de nossas florestas. Enquanto os americanos e europeus acabaram com as suas, nós mantemos uma grande parte das nossas. Nós somos exemplos de conduta e não os estrangeiros.
Os argumentos de legitimidade de intervenção estrangeira, senhores, são contruídos com o tempo. Leiam, por favor, o livro esgotado "Trilateral" (com uma mação mordida na capa representando o mundo dividido pelas grande potências), edição de 1979. Os argumentos são sempre adoráveis, mas eles não existem somente para garantir o bem do mundo. Apesar de poderem se transformar em um balizador da conduta mundial com finalidade benigna, como foi criada e é aplicada por homens, sofre grandes distorções na prática e na verdade foram imaginadas e institucionalizadas, originariamente, de forma a beneficiar as potências, a criar argumentos de banimento de importação de bens de países emergentes, com o fim de impedir crescimento industrial e competição por mercado internacional. Ou vocês acham que o Greenpeace institucionalizou no mundo a bandeira ecológica? Ele criou um movimento social, mas daí a implementar regras internacionais, senhores, vai muita distância.
O que me estarrece é que parece que Miriam Leitão e o Globo compram o argumento de defesa da mata e de direito indígena em Belo Monte, sem fazer o contraponto sobre como arrumaríamos energia elétrica para continuar crescendo e gerando empregos a brasileiros. Não há também nos artigos sobre este tema no Jornal O Globo de 06/04/2011 (manchete: "Construção de Belo Monte provoca crise internacional"), preocupação com esse foco de ataque à soberania brasileira.
Belo Monte é um projeto desenhado há décadas. O Brasil está próximo do estágio em que esgotará sua capacidade de produção de energia hidrelétrica e precisamos dela para crescer com menos impacto ambiental. O projeto de Belo Monte, justamente pelas resistências sociais e indígenas foi modificado para produzir energia a partir de fio d'água e não a partir das quedas d'água que exigiriam o alagamento de área maior. Mas não podemos deixar de nos desenvolver pelo fato de que haverá impacto ambiental. Algum impacto haverá, gente.
É muito grave nós, brasileiros, ficarmos correndo atrás de bandeirinhas internacionais sem fazer a crítica que comporte nossos interesses genuinamente brasileiros. Eu sei que é bonitinho, mas os brasileiros devem ficar coesos quando um organismo internacional de pouca expressão extrapola sua competênicia, desrespeita a soberania brasileira e pretende arvorar-se tutor e protetor de nossas florestas e de nossos concidadãos indígenas.
Aceitar isso é um convite a que outros defensores venham alimentar a idéia de nações indígenas que precisam de defesa internacional assim como as nossas florestas e quando nos opusermos, por entendermos ofender nossa soberania, as armas que atacaram a Sérvia e a Líbia, chegarão a nós. É muito mais fácil do que vocês pensam manipular a perspectiva mundial sobre os fatos. 75% das imagens produzidas no mundo e mais da metade da informação é produzida por europeus e americanos. Atenção. Rechacem o abuso da OEA!
p.s. 03/05/2011 - Os EUA têm em torno de 104 a 108 usinas nucleares. Não confirmei a informação de que seriam 250 como informei antes, erroneamente, neste artigo do blog.
Pessoal, vou dizer uma coisa.. as bandeiras ecológicas e humanitárias são lindas. Quem seria contra a defesa da natureza? Quem seria contra a defesa de direitos humanos? Mas o dia em que um organismo internacional tiver o poder de exigir isso, haverá um limite à soberania do país. Esse tema é muito sensível porque não vemos que quando é com os outros não fazemos qualquer ponderação de limite nesta interferÊncia.
Veja o caso da Líbia. É lógico que este caso, assim como o da Sérvia e Kosovo, é um caso extremo. O líder político começou a matar os seus concidadãos que faziam oposição pacífica à sua permanência no poder. Em Kosovo, nem houve uma mobilização organizada e política dos descendentes de albaneses tão forte como na Líbia, apesar de quererem autonomia de parte do território Sérvio (Kosovo) e o líder Sérvio passou a caçar e matar indiscriminadamente descendentes de albaneses na região, o que é genocídio. Mas em ambos os casos, a bandeira legítima da defesa de direitos humanos está patente e o mundo autorizou (não a ONU) o ataque militar a esses países, destituindo a liderança política local.
É óbvio que não matamos nossos concidadãos de origem indígena. Mas se não reagirmos à altura contra essa intromissão e impáfia da OEA, se não reagirmos contra "determinações" de uma organização sem muita projeção internacional, e que não tem histórico de sequer apoiar ou criar apoio efetivo a seus membros em momentos graves, como no caso da Guerra das Malvinas, isso será um convite para que organismos internacionais de peso o façam também.
Nós temos controles internos para a defesa da floresta e dos direitos indígenas. Nós temos instituições que fazem esse papel. Não podemos deixar ou admitir em qualquer grau que organizações internacionais se arvorem tutores dos concidadãos brasileiros de origem indígena ou de nossas florestas. Enquanto os americanos e europeus acabaram com as suas, nós mantemos uma grande parte das nossas. Nós somos exemplos de conduta e não os estrangeiros.
Os argumentos de legitimidade de intervenção estrangeira, senhores, são contruídos com o tempo. Leiam, por favor, o livro esgotado "Trilateral" (com uma mação mordida na capa representando o mundo dividido pelas grande potências), edição de 1979. Os argumentos são sempre adoráveis, mas eles não existem somente para garantir o bem do mundo. Apesar de poderem se transformar em um balizador da conduta mundial com finalidade benigna, como foi criada e é aplicada por homens, sofre grandes distorções na prática e na verdade foram imaginadas e institucionalizadas, originariamente, de forma a beneficiar as potências, a criar argumentos de banimento de importação de bens de países emergentes, com o fim de impedir crescimento industrial e competição por mercado internacional. Ou vocês acham que o Greenpeace institucionalizou no mundo a bandeira ecológica? Ele criou um movimento social, mas daí a implementar regras internacionais, senhores, vai muita distância.
O que me estarrece é que parece que Miriam Leitão e o Globo compram o argumento de defesa da mata e de direito indígena em Belo Monte, sem fazer o contraponto sobre como arrumaríamos energia elétrica para continuar crescendo e gerando empregos a brasileiros. Não há também nos artigos sobre este tema no Jornal O Globo de 06/04/2011 (manchete: "Construção de Belo Monte provoca crise internacional"), preocupação com esse foco de ataque à soberania brasileira.
Belo Monte é um projeto desenhado há décadas. O Brasil está próximo do estágio em que esgotará sua capacidade de produção de energia hidrelétrica e precisamos dela para crescer com menos impacto ambiental. O projeto de Belo Monte, justamente pelas resistências sociais e indígenas foi modificado para produzir energia a partir de fio d'água e não a partir das quedas d'água que exigiriam o alagamento de área maior. Mas não podemos deixar de nos desenvolver pelo fato de que haverá impacto ambiental. Algum impacto haverá, gente.
É muito grave nós, brasileiros, ficarmos correndo atrás de bandeirinhas internacionais sem fazer a crítica que comporte nossos interesses genuinamente brasileiros. Eu sei que é bonitinho, mas os brasileiros devem ficar coesos quando um organismo internacional de pouca expressão extrapola sua competênicia, desrespeita a soberania brasileira e pretende arvorar-se tutor e protetor de nossas florestas e de nossos concidadãos indígenas.
Aceitar isso é um convite a que outros defensores venham alimentar a idéia de nações indígenas que precisam de defesa internacional assim como as nossas florestas e quando nos opusermos, por entendermos ofender nossa soberania, as armas que atacaram a Sérvia e a Líbia, chegarão a nós. É muito mais fácil do que vocês pensam manipular a perspectiva mundial sobre os fatos. 75% das imagens produzidas no mundo e mais da metade da informação é produzida por europeus e americanos. Atenção. Rechacem o abuso da OEA!
p.s. 03/05/2011 - Os EUA têm em torno de 104 a 108 usinas nucleares. Não confirmei a informação de que seriam 250 como informei antes, erroneamente, neste artigo do blog.
terça-feira, 5 de abril de 2011
Sistema de Cotas: o abuso e a ineficiência no combate à discriminação
Pessoal, esse é um tema muito importante. Vocês sabem que está sendo discutido no Congresso a possibilidade de se criar cotas para gays em faculdades públicas e serviço público?
Assim, não dá, gente. As minorias precisam de respeito, de atenção e de políticas especiais para garantia de inserção social, mas criar milhares de cotas para milhares de minorias de forma totalmente atécnica, sem fundamento e de forma errática por todos os cantos da área pública ou privada não terá o efeito de salvaguardar direitos destas minorias e nem de incentivar o respeito social por mérito.
Políticos e ONGS com líderes irresponsáveis vêm se aproveitando do sentimento de rejeição legítimo destas minorias e defendendo bandeiras de forma irresponsável que, ao meu ver, pode ter o efeito de aprofundar sectarismos e aprofundar uma discriminação na área profissional e educacional que hoje não existe ou é mais amena.
Cota para gays, para deficientes, para negros ou pardos.. tudo isso bem utilizado é sensacional para resgates de dívidas históricas e sociais, mas o mais importante não é isso, é o desfazimento do preconceito!! Está havendo uma movimentação sem finalidade na desconstituição da discriminação e partindo para a garantia de ocupação de áreas sociais sem se importar com a eficiência destes atos para o fim de desconstituir a discriminação e o pensamento discriminatório.
As discussões no desenvolvimento de integração de minorias sociais através de cotas tem tido perspectiva fixada no passado e não no futuro. Isso é um erro absoluto. Divulgo uma carta que mandei a amigos em abril de 2009 quando queriam criar vagas para deficientes físicos em universidades públicas. Vejam os argumentos. Apresento para debate. O objeto era acesso por cotas à universidade pública, mas serve para o acesso por cota à qualquer vaga educacional ou profissional na área pública ou privada.
Naturalmente, tenho a certeza de que conto com o apoio inclusive de gays, deficientes e negros e pardos, grupos dentre os quais tenho amigos e parentes, em relação ao conteúdo deste artigo. É muito bom que desmascaremos os exageros desse movimento de cotização de espaços na sociedade brasileira. Um espaço cotizado é um espaço a menos a ser preenchido por um integrante dessa minoria por mérito, e de assim ser reconhecido.
Todos queremos diminuir as desigualdades, mas não podemos apoiar abusos que tendem a descaracterizar a liberdade de contratar, o amplo acesso à toda a sociedade a vagas no ensino público e nas vagas na área pública e/ou privada.
Não podemos esquecer que o abuso descaraterizará a legitimidade deste importante movimento de resgate da dignidde de grupos minoritários e de sua inserção em sociedade.
Se todos os demais sub-grupos sociais (para mim, tudo isso é sub-grupo do grupo maior e coeso chamado "brasileiros") passarem a fazer o mesmo por conta de acharem que seus direitos começam a ser prejudicados, teremos grupos religiosos pedindo cotas, cota para heterossexuais, cotas para sino-descendentes, asiático-descendentes, até chegarmos a cotas para emmos e grunges.. gente, por favor, isso é sério.
Negros, gays e deficientes, não se deixem levar por políticos e líderes sociais mais comprometidos com seus próprios interesses de ascensão política ou em sua organização social do que com a verdadeira realização de políticas que desfigurem o preconceito em sociedade e transformem para melhor e em fato comum e normal a ampla aceitação social das diferenças individuais e sociais.
Assim, não dá, gente. As minorias precisam de respeito, de atenção e de políticas especiais para garantia de inserção social, mas criar milhares de cotas para milhares de minorias de forma totalmente atécnica, sem fundamento e de forma errática por todos os cantos da área pública ou privada não terá o efeito de salvaguardar direitos destas minorias e nem de incentivar o respeito social por mérito.
Políticos e ONGS com líderes irresponsáveis vêm se aproveitando do sentimento de rejeição legítimo destas minorias e defendendo bandeiras de forma irresponsável que, ao meu ver, pode ter o efeito de aprofundar sectarismos e aprofundar uma discriminação na área profissional e educacional que hoje não existe ou é mais amena.
Cota para gays, para deficientes, para negros ou pardos.. tudo isso bem utilizado é sensacional para resgates de dívidas históricas e sociais, mas o mais importante não é isso, é o desfazimento do preconceito!! Está havendo uma movimentação sem finalidade na desconstituição da discriminação e partindo para a garantia de ocupação de áreas sociais sem se importar com a eficiência destes atos para o fim de desconstituir a discriminação e o pensamento discriminatório.
As discussões no desenvolvimento de integração de minorias sociais através de cotas tem tido perspectiva fixada no passado e não no futuro. Isso é um erro absoluto. Divulgo uma carta que mandei a amigos em abril de 2009 quando queriam criar vagas para deficientes físicos em universidades públicas. Vejam os argumentos. Apresento para debate. O objeto era acesso por cotas à universidade pública, mas serve para o acesso por cota à qualquer vaga educacional ou profissional na área pública ou privada.
"Queria somente desabafar com os colegas que isto está virando mais do que palhaçada. Agora foi aprovada cota de 10% para deficientes físicos. Com mais as cotas raciais, sobram de 80% a 40% de vagas para o resto da sociedade.
A universidade Pública não é entidade filantrópica. A sociedade não se beneficia de estudantes de baixo nível intelectual que sejam beneficiados com o estudo público gratuito em nível superior.
A solução para o acesso de incapazes intelectualmente (por falta de acesso a ensino de qualidade) não é cotas, mas melhoria de ensino público. Agora, mesmo um deficiente físico que tenha estudado em colégio particular vai ter acesso especial? Por quê? É óbvio que o acesso a grupos humanos que merecem atenção especial virou moeda fácil eleitoral, distorcendo o objetivo da faculdade pública que é formar aqueles que ingressarem por mérito.
SOu egrégio da UFRJ e estudei com vários colegas de famílias humildes. Se tivessem ingressado por cotas talvez não gozassem do prestígio que gozam por terem ingressado na faculdade por méritos próprios. Os políticos, por não terem ética e competência para oferecer, descobriram a saída estratégica das cotas, sem pensar que criam tratamento anti-isonômico e injusto que distorce a imagem do mérito daquele que ingressa em faculdade pública, ao mesmo tempo em que diminui a eficiência da faculdade em oferecer ao mercado as pessoas melhor formadas, eis que burlando o sistema meritório de ingresso, naturalmente cai a qualidade do aluno e da eficiência dos profissionais de que a sociedade terá disponibilidade no futuro.
Além disso, cairão os próximos resultados em pesquisas da universidade pública em relação à particular. Talvez isso também ajude a macular a imagem do sistema público de ensino superior e finalmente a população concorde em privatizar o sistema, como intentou Fernando Henrique Cardoso.
Cotas para pobres, brancos, índios, pardos ou negros, à razão de 10%, como sugeriu Luis Roberto Barroso (constitucionalista excelso brasileiro), é compreensível, pela história de nosso País, para resgatar uma dívida social brasileira, mas cota pra deficiente físico? À razão de 10%, provavelmente muito maior do que o percentual de deficientes na sociedade brasileira? É puro populismo barato, incongruente e ineficiente.
Jà está na hora de parar essa palhaçada."
Naturalmente, tenho a certeza de que conto com o apoio inclusive de gays, deficientes e negros e pardos, grupos dentre os quais tenho amigos e parentes, em relação ao conteúdo deste artigo. É muito bom que desmascaremos os exageros desse movimento de cotização de espaços na sociedade brasileira. Um espaço cotizado é um espaço a menos a ser preenchido por um integrante dessa minoria por mérito, e de assim ser reconhecido.
Todos queremos diminuir as desigualdades, mas não podemos apoiar abusos que tendem a descaracterizar a liberdade de contratar, o amplo acesso à toda a sociedade a vagas no ensino público e nas vagas na área pública e/ou privada.
Não podemos esquecer que o abuso descaraterizará a legitimidade deste importante movimento de resgate da dignidde de grupos minoritários e de sua inserção em sociedade.
Se todos os demais sub-grupos sociais (para mim, tudo isso é sub-grupo do grupo maior e coeso chamado "brasileiros") passarem a fazer o mesmo por conta de acharem que seus direitos começam a ser prejudicados, teremos grupos religiosos pedindo cotas, cota para heterossexuais, cotas para sino-descendentes, asiático-descendentes, até chegarmos a cotas para emmos e grunges.. gente, por favor, isso é sério.
Negros, gays e deficientes, não se deixem levar por políticos e líderes sociais mais comprometidos com seus próprios interesses de ascensão política ou em sua organização social do que com a verdadeira realização de políticas que desfigurem o preconceito em sociedade e transformem para melhor e em fato comum e normal a ampla aceitação social das diferenças individuais e sociais.
Mais de 9.250 acessos! E os dez mais de março de 2011!
Galera, além de compartilhar a continuidade de ascenção dos acessos ao nosso blog, apresento a lista dos dez mais acessados de Março de 2011!! Está em ordem decrescente em um universo de 1560 acessos!! Não deixe de ver os últimos artigos econômicos: "Moodys.com...", "George Vidor..." e "Novas medidas do BC apoiadas pelo Blog".
Os dez artigos mais acessados de Março de 2011
Os dez artigos mais acessados de Março de 2011
1 - Relação Dívida/PIB Brasil x Mundo - Comparação - capacidade e planejamento de Investimentos/Gastos Públicos
http://perspectivakritica.blogspot.com/2010/12/relacao-dividapib-brasil-x-mundo.html
2 - Tropa de Elite 2 e o tema Corrupção x Ética
http://perspectivakritica.blogspot.com/2010/10/tropa-de-elite-2-e-o-tema-corrupcao-x.html
3 - Reconhecimento da bolha imobiliária - demorou, mas chegou.
http://perspectivakritica.blogspot.com/2010/10/reconhecimento-da-bolha-imobiliaria.html
4 - Exemplo de artigo informativo: "O poder da mídia" do Le Monde Diplomatique
http://perspectivakritica.blogspot.com/2010/07/exemplo-de-artigo-informativo-o-poder.html
5 - Corte no Programa Minha Casa, Minha Vida é salutar! Arrefeceria Bolha imobiliária.
http://perspectivakritica.blogspot.com/2011/03/corte-no-programa-minha-casa-minha-vida.html
6 - Bolha imobiliária no RJ em 2010
http://perspectivakritica.blogspot.com/2010/07/bolha-imobiliaria-no-rj-em-2010.html
7- Crítica ao artigo “O Guia Essencial dos Imóveis”, da revista A Época
http://perspectivakritica.blogspot.com/2011/02/critica-ao-artigo-o-guia-essencial-dos.html
8- O potencial social do crescimento econômico descentralizado - Itaboraí e COMPERJ
http://perspectivakritica.blogspot.com/2011/01/o-potencial-social-do-crescimento.html
9 - Como se comportar em uma bolha imobiliária?
http://perspectivakritica.blogspot.com/2011/02/como-se-comportar-em-uma-bolha.html
10 - Perguntas inteligentes, Resposta publicada 4 - Bolha imobiliária RJ
http://perspectivakritica.blogspot.com/2011/02/perguntas-inteligentes-resposta.html
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